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ANATOMIA E 
NEUROFISIOLOGIA 
DO SISTEMA 
ESTOMATOGNÁTICO E 
ESTUDOS DAS DORES 
OROFACIAIS
Elaboração
Sabrina Maria Castanharo
Atualização
Talita Zanin Damas
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ..........................................................................................................................................4
UNIDADE I
ANATOMIA DO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO ..........................................................................................................5
CAPÍTULO 1 
ELEMENTOS ANATÔMICOS ........................................................................................................................................... 5
CAPÍTULO 2 
ESTRUTURAS DINÂMICAS DO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO ................................................................ 15
UNIDADE II
FISIOLOGIA DO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO ...................................................................................................... 22
CAPÍTULO 1 
FISIOLOGIA DOS MOVIMENTOS MANDIBULARES ......................................................................................... 22
CAPÍTULO 2 
RECEPTORES SENSORIAIS ........................................................................................................................................... 26
UNIDADE III
PROCESSAMENTO SENSORIAL: NOCICEPÇÃO E MODULAÇÃO DA DOR .................................................. 28
CAPÍTULO 1 
PROCESSAMENTO CENTRAL DA INFORMAÇÃO SENSORIAL E RESPOSTAS FISIOLÓGICAS ..... 28
CAPÍTULO 2 
MODULAÇÃO DA DOR E MECANISMOS DE SENSIBILIZAÇÃO PERIFÉRICA E CENTRAL ............. 36
UNIDADE IV
PRINCÍPIOS DA OCLUSÃO .................................................................................................................................................. 41
CAPÍTULO 1 
ENTENDENDO O CONTEXTO DA OCLUSÃO NO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO ........................... 41
CAPÍTULO 2 
OCLUSÃO IDEAL, FISIOLÓGICA E PATOLÓGICA ............................................................................................... 57
PARA (NÃO) FINALIZAR ......................................................................................................................61
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................................62
4
INTRODUÇÃO
O presente Caderno de Estudos foi desenvolvido com o objetivo de enriquecer seus 
conhecimentos relativos aos princípios básicos de anatomia e função do sistema 
estomatognático. 
Nesta disciplina serão abordadas as estruturas anatômicas da região da face e os 
mecanismos centrais e periféricos envolvidos no processamento da informação sensorial 
e motora que coordena o sistema estomatognático. Serão oferecidos aos profissionais 
odontológicos uma base de conhecimentos sobre o funcionamento normal desse sistema 
para, posteriormente, poder entender e identificar os sinais de uma possível disfunção, 
tanto em nível estrutural e biomecânico, quanto do ponto de vista neurofisiológico. 
Objetivos 
 » Estudar os elementos anatômicos englobados no sistema mastigatório. 
 » Apresentar os mecanismos de processamento sensorial. 
 » Entender os princípios de oclusão. 
5
UNIDADE IANATOMIA DO SISTEMA 
ESTOMATOGNÁTICO
CAPÍTULO 1 
ELEMENTOS ANATÔMICOS
O conhecimento dos profissionais na área de Odontologia sobre o sistema 
estomatognático e as estruturas relacionais apresentam suma importância, pois 
constituem-se de estímulo aos profissionais para avaliar e diagnosticar os pacientes que 
sofrem com as consequências das desordens atribuídas ao aparelho estomatognático e 
as estruturas envolvidas, assim como o aprofundamento de fatores somáticos, psíquicos 
e sociais que podem comprometer a normalidade, o bem-estar e a qualidade de vida 
do indivíduo. 
O sistema estomatognático (SE) é o conjunto de estruturas orais que desenvolvem 
funções comuns, com constante participação damandíbula, em grego esse sistema 
é chamado de gnatos. Também referido é referido como entidade fisiológica e 
funcional, constutuída por um conjunto de diferentes órgãos e tecidos, com biologia e 
fisiopatologia interdependentes. Esse sistema está envolvido em vários atos funcionais 
como: fala, mastigação e deglutição dos alimentos, e também em atos denomidados 
parafuncionais como: apertamento dentário e bruxismo. (DOUGLAS, 2006; ALFREDO 
JULIO FErnandes NETO, et al. Univ. Fed. Uberlândia,2006).
São inúmeras funções do SE, algumas vitais, como a mastigação, deglutição, fonação, 
respiração, mímica, expressão de emoções, sucção e estética. A cavidade bucal, 
comum aos aparelhos mastigador e respiratório, é parte desse sistema. Toda alteração 
que nela ocorrer, terá reflexos em outras áreas, locais ou a distância, mediatos 
ou imediatos, favoráveis ou desfavoráveis. (Sérgio Russi e João Neudenir Arioli. 
Prótese Total e parcial removível. Série Abeno. São Paulo: Artes Medicas. 2015. ISBN 
9788536702520.)
O sistema estomatognático surge como um conjunto anatômico e fisiológico, com 
características próprias, porém interdependentes de outros sistemas como nervoso, 
6
UNIDADE I | ANATOMIA DO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO
circulatório e endócrino. Suas estruturas não são especializadas em uma única função, daí 
vem a necessidade de harmonia de ossos e músculos para manter o equilíbrio funcional. 
Funções adequadas permitem desenvolvimento adequado das estruturas. (CARVALHO, 
G. D. de; S.O.S. Respiração Bucal: uma visão funcional e clínica da amamentação. São 
Paulo: Lavise, 2003. Cap. 2 ,pp. 27-56; cap. 4, pp. 61-64.)
O corpo humano trabalha de forma integrada e o sistema estomatognático está inter-
relacionado com os demais sistemas, como o músculo-esquelético, nervoso, endócrino, 
digestivo, circulatório, entre outros (DOUGLAS, 2006).
O profissional deve conhecer os pressupostos teóricos a fim de subsidiar a prática clínica, 
ressaltando a importância do conhecimento e do desenvolvimento craniofacial e das 
estruturas estáticas e dinâmicas que o compreendem, sendo funcionalmente quatro 
os elementos básicos: a articulação têmporo-mandibular, o sistema neuromuscular, 
superfícies oclusais e o periodonto (MARCHESAN, 1999). Estes elementos, ao interagirem 
entre si de forma equilibrada, alcançam a homeostase e quando trabalham eficientes, 
apresentam-se em equilíbrio (DOUGLAS, 2006). 
O SE é composto por estruturas estáticas (ou passivas) e dinâmicas (ativas) que se 
responsabilizam pelo funcionamento harmônico da face, devido ao equilíbrio destas e 
que são controladas pelo Sistema Nervoso Central (SNC). (TANIGUTE, Fundamentos em 
fonoaudiologia – aspectos clínicos da motricidade oral. Rio de Janeiro: Editora Guanabara-
Koogan, 1998. pp.1-6.)
Desta forma, serão introduzidos os elementos anatômicos que constituem o sistema 
estomatognático.
1.1. SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO
COMPONENTES ANATÔMICOS:
 » Ossos
 » Músculos
 » Articulações
 » Ligamentos
 » Dentes
 » Língua, lábios e bochechas
 » Sistema vascular e nervoso
7
ANATOMIA DO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO | UNIDADE I
Figura 1. Figura ilustrativa componentes anatômicos.
Fonte: Ilustração: Leeuw R. Dor orofacial: guia de avaliação, diagnóstico e tratamento. 4. ed. São Paulo: 
Quintessence, 2010.
1.2. ESTRUTURAS ESTÁTICAS DO SISTEMA 
ESTOMATOGNÁTICO
Compreendem as estruturas estáticas ou passivas aquelas estruturas que servem de apoio 
às estruturas dinâmicas ou ativas (DOUGLAS; CORVIN-LEWIS, 2006; SCIORTINO, 2009).
1.2.1. ESQUELETO ÓSSEO
Ossos temporais; Esfenoide; Maxila; Mandíbula; Osso Hioide, demais ossos cranianos, 
coluna cervical, base do crânio, articulações (têmporo-mandibular e coluna vertebral). 
Figura 2. Imagem ilustrativa esqueleto humano.
Fonte: http://anatomiaprofunda.blogspot.com.br/2011/05/cranio-e-face.html.
8
UNIDADE I | ANATOMIA DO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO
1.2.2. Maxila: parte fixa do crânio
 » Mandíbula: forma de “U”; ramo ascendente:
 › Anterior  processo coronoidefrontal ou coronário: está dirigido para frente da face e é orientado bem paralelo 
as superfícies vestibulares dos dentes anteriores. 
Plano sagital: Divide o crânio em duas porções de imagem de espelho simétricas, 
orientado ântero-posteriormente.
46
UNIDADE IV | PRINCÍPIOS DA OCLUSÃO
Plano horizontal: paralelo ao chão e está orientado de acordo com as superfícies oclusais 
dos dentes.
Figura 28. Planos de orientação.
Fonte: https://docplayer.com.br/57210233-Introducao-ao-estudo-da-anatomia-humana-historia-
divisoes-do-corpo-posicao-anatomica-eixos-planos-e-cortes.html.
Os movimentos mandibulares de abertura, fechamento, protrusão, retrusão e lateralidade 
são executados pelos movimentos de rotação e translação condilar, direcionados em 
planos e graus distintos.
Movimento de Translação: movimento de um corpo quando todos os pontos de um 
corpo se movem em uma mesma direção, na mesma velocidade ao mesmo tempo. 
O movimento de translação puro é quase inexistente, geralmente se tratando de 
rototranslação, que pode ser realizado com a boca aberta ou em contato dentário. O 
movimento de rototranslação sagital com contato dentário, o côndilo deve rotar por 
imposição que oferece o trespasse vertical dos dentes anteriores.
Movimento de Rotação: movimento de um corpo ao redor do seu centro. Movimento 
rotatório entre o disco e o côndilo no compartimento inferior da ATM. A ATM possui dois 
compartimentos, o inframeniscal e o suprameniscal. No primeiro, o côndilo apoio sobre 
o disco e pode realizar movimentos de rotação conhecidos como arcos de fechamento. 
Quando o movimento se produz sem contato dentário e induzido pelo operador e o 
côndilo está limitado pelas paredes superior e posterior da cavidade articular, estamos 
na presença de um arco de fechamento esquelético (Relação Cêntrica – RC).
47
PRINCÍPIOS DA OCLUSÃO | UNIDADE IV
Figura 29. Relação cêntrica.
Fonte: Okeson, 2008.
Relação Cêntrica (RC): posição mais posterior da mandíbula em relação à maxila no plano 
horizontal, determinada pelos músculos e ligamentos que atuam sobre o complexo 
côndilo/disco da ATM, independentemente de contatos dentários.
1.2. MOVIMENTO DE ABERTURA
Quando realizado o movimento de abertura bucal de pequena amplitude, é um 
movimento cêntrico, já de maior amplitude, é um movimento excêntrico, envolvendo 
rotação e translação dos côndilos pelo tubérculo articular. Nesse movimento não há 
contato oclusal e, portanto, não há guia nessa região e todo movimento é direcionado 
pela inclinação do tubérculo articular e pelos côndilos. (Fundamentos de Oclusão em 
Odontologia Restauradora: Forma, Função e Estética /Wilson Batista Mendes. Nova Odessa, 
SP. Napoleão, 2013.664.)
O movimento de abertura inicia-se pelo relaxamento dos músculos elevadores masseter, 
pterigoideo medial e fibras anteriores e médias dos temporais, seguido do relaxamento 
dos músculos retratores que são as fibras posteriores dos temporais. Simultaneamente, 
ocorre a contração dos pterigoideos laterais inferiores, seguida da ação forte dos 
músculos supra-hiodeos (digástrico), proporcionando uma trajetória condilar para 
frente e para baixo, até que atinja a abertura máxima. Neste momento, o osso hioido 
é estabilizado pela ação dos infra-hioideos. (Universidade do Sagrado Coração – USC, o 
Manual da Articulação Têmporo-Mandibular).
48
UNIDADE IV | PRINCÍPIOS DA OCLUSÃO
1.3. MOVIMENTO DE FECHAMENTO
Durante o fechamento mandibular, os côndilos executam dois movimentos: transrotação, 
que é o movimento retorno dos côndilos para o interior das fossas glenoides e o 
movimento de rotação, que é influenciado pelos feixes posteriores dos músculos 
temporais. (Fundamentos de Oclusão em Odontologia Restauradora: Forma, Função e 
Estética /Wilson Batista Mendes. Nova Odessa, SP. Napoleão, 2013.664.).
O movimento de fechamento tem o início através do relaxamento dos músculos 
depressores, especialmente, o digástrico e os pterigoides, através da sincronia a 
contração dos músculos elevadores (masseter, pterigoideo medial, fibras anteriores e 
medias dos temporais), determinando, assim, o fechamento inicial com o movimento 
ascendente da mandíbula, levando o conjunto côndilo/disco a deslizar pela face articular 
em direção a porção profunda da fossa mandibular, numa trajetória de cima para 
frente, em uma fase final do movimento, as fibras posteriores do temporal se contraem 
provocando a retração da mandíbula. Durante a realização do movimento de fechamento 
e abertura o músculo pterigoideo lateral superior e inferior atuam antagonicamente. No 
movimento de abertura, o pterigoideo lateral inferior está ativo e no fechamento o 
pterigoideo lateral superior está ativo para evitar que o disco articular retorne a sua 
posição repentinamente e lesione a zona bilaminar, rica em vasos, nervos e artérias 
(Universidade do Sagrado Coração – USC, o Manual da Articulação Têmporo-Mandibular).
1.4. MOVIMENTOS EXCURSIVOS DA MANDÍBULA
Movimento de lateralidade: movimento excursivo lateral da mandíbula para o lado, 
a partir de uma posição oclusal mediana caracterizado pela rotação para frente, para 
dentro e para baixo do côndilo contralateral. Assim, quando a mandíbula é movida para 
uma excursão lateral esquerda, o côndilo esquerdo gira e o côndilo direito se translada 
movimentando-se para frente, para dentro e para baixo na eminência articular. (Mohl 
N. D. et al. Fundamentos de oclusão. Editora Quintessence. Rio de janeiro. 1989. p 23-6.)
O lado contrário ao lado que a mandíbula desloca-se é chamado lado de balanceio e é 
definido como a posição contrária ao lado de trabalho, em que as cúspides assumem 
uma posição de alinhamento.
 Assim, resumindo, o lado para o qual a mandíbula se desloca é o lado de trabalho, 
nome usado para definir o movimento nos dentes, já para o côndilo, define-se como 
movimento de Bennett, ou seja, ocorre no côndilo do lado para o qual a mandíbula se 
desloca. Nos dentes, o contrário ao lado de trabalho é o lado de balanceio e no côndilo 
de balanceio o que se forma é o ângulo de Bennet (observado no plano horizontal).
49
PRINCÍPIOS DA OCLUSÃO | UNIDADE IV
Figura 30. Movimento de Lateralidade.
Fonte: O Homem Virtual e o ensino da anatomia e fisiologia da Articulação Têmporo-mandibular 
Universidade do Sagrado Coração, Bauru, SP; Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.
A seguir mais alguns conceitos importantes em oclusão. 
Tabela 4. cúspides funcionais e não funcionais.
Cúspides Funcionais Cúspides não funcionais
Ocluem em fossas ou embrasuras;
Vestibulares inferiores e palatinas ou linguais superiores;
Movimento de lateralidade, no lado de balanceio as cúspides que se cruzam e se alinham são as cúspides 
funcionais.
Não ocluem em fossas ou embrasuras e protegem os tecidos;
Vestibulares superiores e linguais inferiores;
Movimento de lateralidade, dente que dirige o movimento é o canino* desocluindo os demais dentes do 
lado de trabalho e de balanceio; 
Não deve haver contato entre os dentes posteriores.
Fonte: Próprio autor.
1.5. DESOCLUSÃO EM CANINO
No movimento de desoclusão, quando os músculos que movimentam a mandíbula para 
o lado da mastigação, a ponta da vertente vestíbulo/distal do canino inferior desliza pela 
vertente palatina do canino superior, essa movimentação promove a abertura bucal, 
eliminando os contatos em lateralidade e causa o avanço simultâneo da mandíbula – 
50
UNIDADE IV | PRINCÍPIOS DA OCLUSÃO
denominado GUIA CANINA. Durante a excursão lateral, o contato ocorre entre o canino 
superior e inferior e eventualmente no primeiro pré-molar no lado de trabalho, não 
havendo contato entre os dentes do lado não funcional ou de não trabalho. 
Movimento de protrusão: movimento da mandíbula para frente ou em direção anterior, 
com translação anterior de ambos os côndilos; quando a mandíbula é levada para frente 
à parte de uma oclusão em Cêntrica, apresentando ou não contato oclusal, diz-se que 
está em protrusão. Este movimento envolve o deslocamento condilar para frente,devido 
à ação dos músculos pterigoideos laterais e, para baixo, segundo o ângulo ditado pela 
vertente anterior da fossa articular e pelo padrão de deslocamento do disco articular. 
Sendo que os dentes anteriores, após movimento protusivo da mandíbula, existirão o 
contato da borda incisal dos dentes inferiores anteriores e a face palatina dos dentes 
superiores. O deslocamento do côndilo para baixo cria um espaço existente entre os 
dentes posteriores, denominado espaço de Christensen. 
Figura 31. Retrusão e Protrusão.
Fonte: Ilustração: https://sorridents.com.br/blog/protusao/.
Figura 32. Guia de incisivo.
Fonte: https://fortius.com.br/centro-de-gravidade-e-articulacao-temporomandibular/.
51
PRINCÍPIOS DA OCLUSÃO | UNIDADE IV
1.6. Movimentos bordejantes 
Os movimentos bordejantes da mandíbula são definidos como as posições mais 
extremas nas quais a mandíbula é capaz de realizar e foram descritos a partir dos 
planos sagital, frontal e horizontal, em geral, não afetados pela postura da cabeça 
ou em relação ao corpo. 
1.6.1. Movimento de Translação 
Pode ser definida como um movimento no qual cada ponto do objeto que se 
move tem velocidade e direção simultâneas. No sistema mastigatório ele ocorre 
quando a mandíbula move-se para frente, como na protrusão. Os dentes, côndilos 
e ramos movem-se todos na mesma direção e na mesma angulação. 
A translação ocorre dentro da cavidade articular superior, entre a superfície superior do 
disco articular e a superfície inferior da fossa articular. Durante a maioria dos movimentos 
normais da mandíbula, tanto a rotação como a translação, ocorrem simultaneamente. 
1.6.2. Movimentos bordejantes num mesmo plano 
O movimento mandibular é limitado pelos ligamentos e pelas superfícies articulares 
das ATMs e também pela morfologia e posicionamento dos dentes. Quando a 
mandíbula move-se através dos limites externos do movimento, esses limites são 
reproduzíveis e facilmente delimitados, resultando nos movimentos bordejantes. 
1.6.3. Plano Bordejante sagital e movimentos funcionais 
O movimento mandibular observado no plano sagital pode ser visto com quatro 
componentes de movimento: 
1. Bordejante de abertura posterior 
2. Bordejante de abertura anterior 
3. Bordejante de contato superior 
4. Funcional
O limite dos movimentos de abertura bordejante posterior e anterior é determinado, ou 
limitado, principalmente pelos ligamentos e pela morfologia das ATMs. Os movimentos 
de contato bordejantes superior são determinados pelas superfícies oclusais e incisais 
dos dentes. 
Falar: esta no final dos movimentos
52
UNIDADE IV | PRINCÍPIOS DA OCLUSÃO
Os movimentos funcionais não são considerados movimentos bordejantes porque não 
são determinados por um limite externo de movimento. Eles são determinados pelas 
respostas condicionadas do sistema neuromuscular.
1.6.4. Movimentos bordejantes de abertura posterior 
Os movimentos ocorrem como um movimento de dobradiça em dois estágios: na 
primeira fase, os côndilos estão estabilizados na sua posição superior máxima na 
fossa articular. 
Lembrando que a posição superior máxima na qual um movimento de rotação pode 
ocorrer é chamada de posição de Relação Cêntrica. 
A mandíbula pode ser aberta num movimento exclusivo de rotação sem a translação 
dos côndilos. Em RC a mandíbula pode ser rotacionada ao redor o eixo horizontal até 
uma distância de 20 a 25 mm entre as bordas incisais do maxilar e os incisivos inferiores.
Neste momento os ligamentos estão tensos, após a continuação de abertura acontece 
a translação. A medida que o condilo é transladado, o eixo de rotação da mandíbula 
movimenta-se no corpo do ramo, resultando no segundo estagio do movmento 
bordejante de abertura posterior. 
Figura 33. Movimento de abertura.
Fonte: Okeson, 1992.
1.6.5. Movimentos bordejantes de abertura anterior 
O fechamento acompanhado com a contração dos músculos pterigóides laterais 
inferiores produzirá o movimento bordejante de abertura anterior.
53
PRINCÍPIOS DA OCLUSÃO | UNIDADE IV
Teoricamente, se os côndilos estabilizarem-se nessa posição anterior, um movimento 
de dobradiça puro ocorre quando a mandíbula fecha da posição de abertura máxima 
para a posição de máxima posição de protrusão. Porém, a posição condilar está mais 
anterior na abertura máxima do que na posição protrusiva máxima.
Figura 34. Movimento Bordejante.
Fonte: Okeson, 1992.
1.6.6. Movimentos bordejantes contato superior 
São determinados pelas características das superfícies oclusais dos dentes. A delineação 
precisa depende da diferença entre a RC e a máxima intercuspidação, da angulação das 
54
UNIDADE IV | PRINCÍPIOS DA OCLUSÃO
vertentes das cúspides dos dentes posteriores, da quantidade de transpasse vertical e 
horizontal dos dentes anteriores, da morfologia palatina dos dentes anteriores superiores 
e, por último, das relações gerais entre as arcadas dentárias.
Figura 35. Movimento bordejante contato superior.
Movimento horizontal da mandíbula à medida que as bordas incisais dos 
dentes superiores e inferiores se cruzam.
Fonte: Okeson, 1992.
1.6.7. Movimentos funcionais 
Os movimentos funcionais não são considerados movimentos bordejantes porque não 
são determinados por um limite externo de movimento. Eles são determinados pelas 
respostas condicionadas do sistema neuromuscular.
55
PRINCÍPIOS DA OCLUSÃO | UNIDADE IV
Os movimentos funcionais ocorrem durante a atividade funcional da mandíbula. Eles 
geralmente acontecem dentro dos movimentos bordejantes, e por isso são considerados 
movimentos livres. Geralmente esses movimentos começam na MIH ou abaixo dela 
porque eles requerem a intercuspidação máxima. Quando a mandíbula está em repouso, 
ela encontra-se localizada aproximadamente de 2 a 4 mm abaixo da posição de MIH, 
essa posição é chamada de posição clínica de repouso. 
Mesmo sendo chamada de posição clínica de repouso, ela não é a posição que os 
músculos da mastigação estão aparentemente em seu menor nível de atividade, essa 
posição é alcançada quando a mandíbula está posicionada a aproximadamente 8mm 
inferior e 3mm anterior a MIH, porque nessa posição a força da gravidade puxando a 
mandíbula pra baixo está em equilíbrio com a elasticidade e a resistência ao estiramento 
dos músculos elevadores e outros tecidos moles que sustentam a mandíbula. Entretanto, 
essa posição não é considerada uma posição de repouso verdadeira devido aos níveis 
aumentados de atividade muscular eletromiográfica nesta posição, então ela é conhecida 
como posição postural.
1.6.8. Plano Bordejante sagital e movimentos funcionais 
O movimento mandibular observado no plano sagital pode ser visto com quatro 
componentes de movimento: 
1. Bordejante de abertura posterior 
2. Bordejante de abertura anterior 
3. Bordejante de contato superior 
4. Funcional 
A segunda fase do movimento ocorre devido à tensão dos ligamentos 
temporomandibulares, que com a continuação da abertura, provocam uma translação 
anterior e inferior dos côndilos. 
A abertura máxima é alcançada quando os ligamentos capsulares impedem os 
movimentos adicionais do côndilo, varia entre 40 a 60mm quando medimos as bordas 
incisais dos dentes superiores e inferiores. 
A segunda fase do movimento ocorre devido à tensão dos ligamentos 
temporomandibulares, que com a continuação da abertura, provocam uma translação 
anterior e inferior dos côndilos. A abertura máxima é alcançada quando os ligamentos 
capsulares impedem os movimentos 
56
UNIDADE IV | PRINCÍPIOS DA OCLUSÃO
adicionais do côndilo, varia entre 40 a 60mm quando medimos as bordas incisais dos 
dentes superiores e inferiores. 
Quando uma pessoa não tem diferença entre a RC e a MIH, a descrição inicial 
do movimento bordejante de contato superior é modificada. De RC não existe 
o deslizamento superior para MIH. O movimento de protrusão inicial engrena 
imediatamente os dentes anteriores e a mandíbula semove inferiormente.
Aprofundamento das discussões.
Vídeo sobre movimentos mandibulares:
http://www.youtube.com/watch?v=4CF8-xqvxg8.
57
CAPÍTULO 2 
OCLUSÃO IDEAL, FISIOLÓGICA E PATOLÓGICA
EXISTE A OCLUSÃO IDEAL? 
2.1. OCLUSÃO IDEAL 
É requisito para uma oclusão ideal que os contatos dentários sejam simultâneos e 
estáveis em posição intercuspideana, sem que haja interferência nos movimentos 
mandibulares; que ocorra distribuição das forças oclusais nas zonas de trabalho; e 
que exista um equilíbrio funcional com a articulação têmporo-mandibular e o sistema 
neuromuscular da mandíbula. Esses requisitos se apresentam quando há integridade 
morfofuncional de todos os componentes estomatognáticos (MARCHESAN,1993). 
Atualmente, o tratamento deve ser considerado sob o ponto de vista individual, baseado 
na estrutura específica envolvida na terapia e nas necessidades fisiológicas dos vários 
tecidos do sistema. A indicação de tratamento inclui as seguintes condições: sensibilidade 
pulpar e periodontal, mobilidade dentária progressiva e/ou falta de estabilidade (por 
ausência de contatos proximais, extrusão dentária, migrações etc.), alinhamento dentário 
deficiente (apinhamento ou giroversões), injúrias estruturais (fraturas, rachaduras, 
desgaste anormal, reabsorção radicular, possibilidade de abfração), periodontopatias 
(espessamento do ligamento, destruição periodontal relacionada), ausência de dentes, 
função deficiente (mastigação, deglutição, fonação), e considerações estéticas (McNEIL, 
1997). Quanto às contraindicações, estas incluem: condições de saúde sistêmica 
problemática, falta de estabilidade física e emocional, falta de estabilidade dentária 
e maxilo mandibular, dor orofacial e ou dentária, falta de interesse, discernimento ou 
queixa por parte do paciente (McNEIL, 1997).
A oclusão ideal deve possuir harmonia neuromuscular, estabilidade oclusal, saúde 
periodontal, estética aceitável, ótima função mastigatória, fonética normal, ausência 
de hábitos parafuncionais, nenhuma evidência de patologias nas ATMs, distribuição 
de carga oclusal no longo eixo dos dentes, guia anterior adequada, tensão muscular 
mínima com máxima eficiência, mínimo desgaste oclusal. O objetivo de uma oclusão 
funcional ideal é conseguir maior liberdade dos movimentos condilares e economia de 
energia da musculatura mastigatória. Esses requisitos são obtidos pela guia anterior 
58
UNIDADE IV | PRINCÍPIOS DA OCLUSÃO
nos movimentos protrusivos e, nas excursões laterais, por proteção canina ou função 
em grupo. A desoclusão por guia canino tem preferência quando comparada com 
a desoclusão por função em grupo, devido à sua morfologia, da coroa e da raiz, 
resistência periodontal, maior mecanismo proprioceptor e menor atividade muscular 
(FERES et al., 2005).
2.2. OCLUSÃO FISIOLÓGICA 
A oclusão é fisiológica quando apresenta harmonia entre os determinantes anatômicos 
e as unidades fisiológicas do AE, não gerando patologias aos tecidos. Entretanto, na 
presença de desarmonia, a oclusão será patológica, podendo gerar patologias aos 
tecidos (FERNANDES NETO, 2006). Na oclusão fisiológica, cujos componentes do sistema 
mastigatório funcionam eficientemente e sem dor e mantêm em estado de saúde, os 
dentes são firmes, não migram, não doem antes ou depois de se contatarem, a ATM 
e estruturas associadas funcionam livres e equilibradas, sem ruídos ou dor e não há 
impacto alimentar, com saúde periodontal (OKESON, 2008). McNeil (1997) definiu que é 
uma relação dinâmica, morfológica e funcional entre todos os componentes do sistema 
mastigatório, incluindo os dentes, tecidos moles de suporte, sistema neuromuscular, 
articulações têmporo-mandibulares e o esqueleto craniofacial.
Em uma oclusão fisiológica ou orgânica, no final do fechamento mandibular, a ação dos 
músculos elevadores promove o assentamento dos côndilos nas fossas mandibulares do 
osso temporal, denominado posição de relação cêntrica (RC), coincidente com o máximo 
de contatos dentários posteriores bilateral, denominado máxima intercuspidação (MI) 
ou oclusão dentária. Como resultado a mandíbula assume posição estável denominada 
oclusão em relação cêntrica (ORC), na dimensão vertical de oclusão (DVO). Em seguida o 
relaxamento dos músculos elevadores gera a dimensão vertical de repouso (DVR). Nos 
movimentos excursivos da mandíbula, os dentes posteriores devem desocluir pela ação 
da guia anterior e das guias laterais, em perfeita harmonia com os demais componentes 
do aparelho estomatognático (FERNANDES NETO, 2006).
2.3. OCLUSÃO PATOLÓGICA
A oclusão patológica ou não funcional é aquela na qual existem sinais e sintomas 
de disfunção ou adaptação inadequada de um ou mais componentes do sistema 
mastigatório que podem estar atribuídas às relações estruturais impróprias ou atividade 
mandibular disfuncional.
59
PRINCÍPIOS DA OCLUSÃO | UNIDADE IV
A oclusão não funcional não implica necessariamente que as relações oclusais ou 
maxilomandibulares sejam a causa dos sinais e sintomas, estes que podem ser resultantes 
do tipo de oclusão do paciente e não um resultado das características estruturais, assim, 
o termo oclusão não funcional não implica a relação direta de causa e efeito, apenas 
sugere que já existe um problema, ou ainda, uma predisposição e que o tratamento 
pode ser indicado.
Alguns fatores sugerem a presença da oclusão não funcional, como:
 » danos biológicos;
 » dificuldade do organismo se adaptação às diferentes funções;
 » presença de sinais e sintomas diante das mudanças no sistema mastigatório dos 
tecidos de suporte;
 » restaurações com sobrecontorno oclusal;
 » cargas intensas e presenças de agressões repetitivas que não são aceitas pelos 
tecidos;
 » tratamentos restauradores não avaliados corretamente que gerem cargas oclusais 
severas e de grande desconforto ao paciente. (Fundamentos de Oclusão em 
Odontologia Restauradora: Forma, Função e Estética /Wilson Batista Mendes. Nova 
Odessa, SP. Napoleão, 2013.664.).
Tabela 5. Tipos de oclusão.
OCLUSÃO FISIOLÓGICA
Encontrada com frequência na dentição natural.
Apresenta uma ou mais variações da oclusão ideal.
Estética e funcionalmente satisfatória.
Sem sinais ou sintomas de patologias dentárias.
Sistema estomatognático capaz de adaptar e manter a função frente a eventos que desviem do ideal
OCLUSÃO PATOLÓGICA
Apresenta um ou mais desvios da oclusão ideal.
Sinais e sintomas de patologias dentárias.
Não aceitação do paciente à estética relacionada a oclusão.
Problema que superou a capacidade adaptativa do organismo – necessidade de tratamento.
OCLUSÃO IDEAL
Contatos resultando em forças direcionadas ao longo eixo do dente.
Desoclusão dos dentes posteriores em protrusão.
Dentes anteriores sem contato em MI ou suave contato.
Em lateralidade, lado de trabalho com guia do canino ou função em grupo.
Em lateralidade, o lado de balanceio sem contatos.
Contatos dentários perfeitos entre os dentes posteriores, quando em ROC.
Fonte: Próprio autor.
60
UNIDADE IV | PRINCÍPIOS DA OCLUSÃO
2.4. ATIVIDADES MUSCULARES E SINTOMAS 
MASTIGATÓRIOS
Comparação das atividades funcional e parafuncional
Tabela 6. Atividade Funcional e Parafuncional.
Fator Atividade Funcional Atividade Parafuncional
Direção das forças aplicadas aos dentes Vertical, sendo bem tolerada Horizontal, não é bem tolerada
Posição da mandíbula Oclusão cêntrica Movimentos excêntricos
Contração muscular Isotônica (fisiológica) Isométrica (não fisiológica)
Reflexos protetores Presente Menos presentes
Efeitos patológicos Improváveis Muito prováveis
Fonte: Próprio autor.
Interferência Oclusal: relação de contato oclusal que interfere de alguma forma 
na função ou na parafunção. A definição operacional para o tratamento de uma 
interferência oclusal requer alguma evidência de dano ao sistema estomatognático.
A presença de interferências oclusais define os chamados traumas oclusais que 
podem ser classificadas em: 
Trauma oclusal primário: interferências oclusais que atuam sobre dentes com suporte 
periodontalsadio. 
Trauma oclusal secundário: interferências sobre dentes previamente comprometidos 
por doença periodontal inflamatórias, por conseguinte, debilitados em relação ao 
suporte ósseo.
Leia mais sobre o assunto no livro: Prótese Fixa: Bases para o Planejamento em 
Reabilitação Oral. 2. ed. São Paulo: Artes médicas, 2013.
O termo má oclusão não significa doença ou saúde, e sim dentes mal posicionados 
ou desalinhados. Muitas pessoas apresentam uma má oclusão, mas se adaptam a 
ela não apresentando sinais patológicos (FERNANDES NETO, 2006). Más oclusões 
podem ser mantidas em boa saúde e estabilidade permanecendo completamente 
confortáveis (DAWSON, 2008).
61
PARA (NÃO) FINALIZAR
Para a obtenção e a manutenção da eficiência do Sistema Estomatognático, é necessário 
que haja um perfeito equilíbrio funcional de todos os componentes do sistema 
mastigatório. Qualquer alteração poderá afetar o equilíbrio e a homeostase. Como 
resultado, o corpo tentará corrigir este desequilíbrio com resultados benéficos ou 
destrutivos que serão dependentes da resposta biológica de cada organismo. Algumas 
importantes temáticas relacionadas com ao Sistema Estomatognático e as relações com 
a manutenção de seu equilíbrio podem ser um referencial-alvo de investigações em 
trabalho e pesquisas de diversas áreas de estudo.
Ao profissional da área de saúde, cirurgiões dentistas, cabe adquirir, cada vez mais, o 
conhecimento e as competências com bases científicas para que assim se estabeleça o 
correto diagnóstico, planejamento e tratamento voltado a cada indivíduo.
62
REFERÊNCIAS
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https://sorridents.com.br/blog/protusao/
https://fortius.com.br/centro-de-gravidade-e-articulacao-temporomandibular/
	_Hlk34232300
	_Hlk60126895
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	Introdução
	UNIDADE i
	Anatomia do Sistema Estomatognático
	Capítulo 1 
	Elementos Anatômicos
	Capítulo 2 
	Estruturas dinâmicas do Sistema Estomatognático
	UNIDADE ii
	Fisiologia do Sistema Estomatognático
	Capítulo 1 
	Fisiologia dos movimentos mandibulares
	Capítulo 2 
	Receptores Sensoriais
	UNIDADE iii
	Processamento Sensorial: Nocicepção e Modulação da Dor
	Capítulo 1 
	Processamento Central da informação sensorial e respostas fisiológicas
	Capítulo 2 
	Modulação da dor e mecanismos de sensibilização periférica e central
	UNIDADE iv
	Princípios da Oclusão
	Capítulo 1 
	Entendendo o contexto da oclusão no sistema estomatognático
	Capítulo 2 
	Oclusão Ideal, Fisiológica e Patológica
	Para (não) finalizar
	Referências– Posterior  côndilo
 » Osso temporal: côndilo articula na porção escamosa do osso temporal
1.2.3. OSSOS TEMPORAIS
 » Irregulares;
 » Formam as porções laterais do crânio;
 » Abrigam a porção petrosa, sistema auditivo-vestibular;
 » Apoio para a articulação têmporo-mandibular (ATM);
 » Superfície externa: três protuberâncias importantes para inserção dos músculos que 
estão envolvidos nas funções miofuncionais, como o processo mastoide, processo 
esfenoide e o processo zigomático.
(DÂNGELO; FATTINI, 2004)
1.2.4. MAXILA
Composta pelo processo frontal (unido ao osso nasal pela sutura nasomaxilar), pela 
espinha nasal anterior, processos alveolares e suas eminências, forame infraorbital, 
fossa canina e processo zigomático. Na maxila, originam-se os músculos: nasal, prócero, 
levantador do ângulo da mandíbula, levantador do lábio superior e asa do nariz, orbicular 
da boca e olho, bucinador e pterigoideo medial. 
Os ossos da maxila são intricadamente fusionados aos componentes ósseos que 
envolvem o crânio e, assim, constituem o componente fixo do sistema mastigatório 
(OKESON, 2008).
1.2.5. MANDÍBULA
Osso em forma de U, a mandíbula sustenta os dentes inferiores e constitui o esqueleto 
facial inferior. Sustentada pelos músculos, ligamentos e tecidos moles, que possibilitam 
a movimentação necessária para o funcionamento junto à maxila. (OKESON, 2008)
 » Borda superior: ramo da mandíbula composta por uma curva (incisura da mandíbula 
que se divide pelos processos coronoides – inserção do músculo temporal – e 
condilar – colo e côndilo –), pela fóvea pterigoidea. 
 » Borda inferior: linha oblíqua, tuberosidade massetérica, na borda inferior e 
posterior, pelo ângulo da mandíbula e em sua porção anterior, pelo forame 
mentoniano. 
9
ANATOMIA DO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO | UNIDADE I
Na mandíbula, originam-se os músculos: digástrico, abaixador do lábio inferior (na 
linha oblíqua da mandíbula) e do ângulo da boca, bucinador (superfície externa dos 
processos alveolares) e o mentual (fossa incisiva da mandíbula). Inserem-se: músculos 
da mastigação, como masseter (tuberosidade massetérica – próxima ao ângulo da 
mandíbula), o pterigoideo medial (face medial do ângulo da mandíbula), o temporal 
(processo coronoide do ramo da mandíbula) e o pterigoideo lateral (na depressão da 
parte anterior do côndilo da mandíbula) (MADEIRA, 2008).
A Maxila e a mandíbula servem de ancoragem para a dentição, musculatura responsável 
pela mastigação, para a mímica facial e, juntamente com a articulação têmporo-
mandibular (ATM), desempenham papel na deglutição. (CORBIN-LEWIS; LISS; SCIORTINO, 
2009).
1.2.6. DENTES
Os dentes são constituídos por estruturas mineralizadas:
 » Esmalte;
 » Dentina;
 » Cemento (tecido que recobre a dentina da raiz anatômica do dentes, fixados nos 
alvéolos pelos ligamentos periodontais (DOUGLAS, 2006))
O periodonto é composto pelo cemento, ligamento periodontal e osso alveolar e 
apresenta proprioceptores importantes para a mastigação (PETRELLI, 1994), gerando 
pressão interoclusal durante o contato oclusal exigido para a trituração dos alimentos 
(DOUGLAS, 2006).
Segue as partes constituintes do dente. 
Esmalte: camada externa de 2 mm constituída da porção mineral de hidroxiapatita 
[Ca5(PO4)3(OH)], que corresponde a 96% e os 4% restantes de proteínas e água.
Dentina: é a massa principal do dente, dá forma geral a ele. Possui microtúbulos que a 
deixam permeável, apesar de ser um tecido duro como osso. Pode-se dizer, que é uma 
extensão fisiológica da polpa. Aproximadamente 35% da dentina é material orgânico 
composto de colágeno mais substância orgânica fundamental de mucupolissacarídeos 
(proteoglicanos e glicosaminoglicanos). Os demais 65% são inorgânicos – hidroxiapatita. 
Polpa: é um tecido vivo formado por uma porção celular e porção extracelular (estroma), 
formado principalmente por colágeno. (Universidade Estadual de Londrina Departamento 
de Bioquímica e Biotecnologia – CCE)
10
UNIDADE I | ANATOMIA DO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO
Sistema dentário humano é difiodonte, ou seja, apresenta duas dentições. 
 » Decídua: total de 20 dentes, com início da erupção aos 6 meses de idade e término 
entre 2 anos e 3 anos de idade (incisivo central, lateral, caninos, primeiro e segundo 
molares). 
 » Permanente: total de 32 dentes, com início da erupção aos 6 anos e término entre 
20 e 27 anos, em função do 3o Molar; entre 12 e 13 anos já houve o término da 
erupção dos 2o Molares (incisivos centrais e laterais, caninos, primeiros e segundos 
pré-molares e primeiros e segundos molares – dentes adicionais).
Figura 3. Dente.
Fonte: http://www.mundoeducacao.com/biologia/dentes.htm.
Figura 4. Arcadas dentárias.
Fonte: http://www.arribadentista.com/2020/01/aula-de-anatomia-dental-introducao-1.html.
11
ANATOMIA DO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO | UNIDADE I
1.2.7. ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR (ATM)
 É uma das articulações mais complexas do corpo, consiste na região/área onde a 
mandíbula articula-se com o crânio; proporciona um movimento de dobradiça em um 
plano. Sendo considerada, assim, uma articulação ginglimoidal: ao mesmo tempo, por 
proporcionar movimentos de deslizamento, é classificada também como uma articulação 
artrodial – portando tecnicamente é considerada uma articulação ginglimoartrodial 
(OKESON, 2008). 
A ATM é uma articulação bilateral e interligada pela mandíbula e, apesar de cada 
lado realizar movimento próprio, os movimentos são simultâneos. É revestida de 
fibrocartilagem e suas partes ósseas são: 
 » cabeça da mandíbula (côndilo); 
 » colo da mandíbula (estreitamento ósseo);
 » fóvea pterigoidea (local de inserção do músculo pterigoideo lateral) e osso 
temporal;
 » eminência/tubérculo articular (anterior a fossa articular e determina a direção do 
côndilo quando a mandíbula executa movimento de abertura);
 » disco articular (fibrocartilaginoso, situado sobre a cabeça da mandíbula, 
estende-se anteriormente a porção posterior do tubérculo articular, com 
inserção de fibras dos músculos pterigoideo lateral; entre a porção anterior 
do côndilo e a porção posterior do tubérculo articular e com fibras tendinosas 
do feixe profundo do masseter, em sua porção medial; a porção posterior: 
zona bilaminar ou ligamento retrodiscal, sendo que a superior insere-se na 
fissura petrotimpânica e a inferior na cabeça da mandíbula). Composto por 
um tecido conjuntivo fibroso denso, desprovido de vasos sanguíneos e fibras 
nervosas, somente na periferia é ligeiramente inervada. As superfícies internas 
da cavidade são revestidas por células endoteliais especializadas que formam 
a membrana sinovial, pela qual produz o líquido sinovial, este líquido possui 
duas finalidades: promover as necessidades metabólicas para os tecidos, 
já que as superfícies articulares não possuem vascularização, ocorrendo, 
assim, um intercâmbio livre e rápido entre os vasos da cápsula e também 
para agir como um lubrificante entre as duas superfícies articulares durante 
a função. A ação de bombeamento pela infusão do líquido sinovial é a base 
para a lubrificação exsudativa, importante para a manutenção da saúde da 
cartilagem articular. (MADEIRA 2008; LEMOS, 2010; OKESON, J. P. Tratamento 
das Desordens Têmporo-Mandibulares, São Paulo: Elsevier Brasil, 2008).
12
UNIDADE I | ANATOMIA DO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO
Figura 5. Articulação Temporomandibular.
Fonte: Ilustração: Okeson, 2008.
Figura 6. Estruuras que compõem.
Fonte: https://www.dentistasp.com.br/reabilitacao-oral/articulacao-temporomandibular-_atm_.
13
ANATOMIA DO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO | UNIDADE I
1.2.8. LIGAMENTOS
A articulacao Temporomandibular – ATM – possui três ligamentos funcionais (colateral, 
capsular e têmporo-mandibular) e dois acessórios (estilomandibular e esfenomandibular), 
que são formados por fibras colágenas que agem na proteção das estruturas, limitando 
e restingindo os movimentos mandibulares de forma passiva.
LIGAMENTOS COLATERAIS: prendem as bordas medianas e laterais do disco articularaos polos do condilo. 
Função: restringem os movimentos do disco quando desliza anteriormente e 
posteriormente (movimento de abertura e fechamento). 
Figura 7. Ligamentos.
Fonte: ATM (vista anterior). AD: disco articular; CL: ligamentos capsular; LDL: ligamento discal lateral; 
MDL: ligamento discal medial; SC: cavidade articular superior; IC: cavidade articular inferior. (Okeson J. 
Tratamento das desordens têmporo-mandibulares e Oclusão 504 p., Elsevier 7. ed., 2013).
LIGAMENTO CAPSULAR: Circunda e envolve a ATM; suas fibras são presas 
superiormente ao osso temporal e ao longo das bordas das superfícies articulares da 
fossa mandibular e da eminência articular e inferiormente, no pescoço do condilo da 
mandíbula. 
Função: agir para resistir às forças que tendem a deslocar a mandíbula ou a separar as 
suferfícies articulares; retem o líquido sinovial.
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UNIDADE I | ANATOMIA DO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO
Figura 8. Ilustração do ligamentos.
Fonte: https://www.auladeanatomia.com/novosite/pt/sistemas/sistema-articular/diartroses/articulacao-
temporo-mandibular/capsula/-qqnO~DbzAuElDhi~RysXkKaIh-PeUxjdvtDjeufJsWhJY4kyxqsmsxp1
K4Z5RYv8016LJ8v4CSxpsIIt3uUZyTRmmH~O2vGW~NJXhss0-62nYds8bPkzytlROercc09eg6Aivcru-
bswqaA__&Key-Pair-Id=APKAIMR3QKSK2UDRJITQ.
LIGAMENTO TÊMPORO-MANDIBULAR: possui uma porção oblíqua externa que se 
insere no tubérculo articular e no processo zigomático até a superfície do pescoço do 
condilo, e uma porção interna horizontal que se insere no tubérculo articular e processo 
zigomático e vai até o polo lateral do condilo e parte posterior do disco articular.
Função: proteger tecidos retordiscais e o músculo pterigoideo lateral de estiramento.
LIGAMENTO ESFENOMANDIBULAR: parte da espinha do osso esfenoide e insere-se 
na lingula da suferfície medial da mandíbula; não possui efeito limitador do movimendo 
mandibular.
LIGAMENTO ESTILOMANDIBULAR: parte do processo estiloide e estende-se até a 
parte interna do ângulo da mandíbula; limita os movimentos protrusivos da mandíbula.
Figura 9. Localização dos ligamentos acessórios.
Ligamento Esfenomandibular 
Ligamento estilomandibular 
Fonte: https://www.odontologistas.com.br/odontologistas/tratamento-funcional-de-fratura-condilar/.
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CAPÍTULO 2 
ESTRUTURAS DINÂMICAS DO SISTEMA 
ESTOMATOGNÁTICO
São representadas por estas unidades neuromusculares. 
1. Músculos Faciais: bucinador, orbicular da boca, zigomáticos, retrator e levantador 
do ângulo da boca e mentual. 
2. Músculos da mastigação: temporal, masseter, pterigoideo medial e lateral.
3. Músculos da deglutição: músculos do palato, linguais, supra-hioideos e infra-
hioideos.
4. Músculos faríngeos: constritores da faringe e o salpingofaríngeo. 
5. Músculos palatinos: úvula, palatoglosso, palatofaríngeo, elevador e tensor do 
palato mole. 
6. Músculos cervicais: porção superior do trapézio, esternocleidomastoídeo, esplênios 
e escalenos. 
(DOUGLAS, 2006; MARCHESAN, 1999; TASCA, 2002).
FUNÇÃO MUSCULAR: a unidade motora pode desempenhar a ação de contração ou 
encurtamento, no entanto, o músculo apresenta três funções potenciais. 
1. Contração ou encurtamento generelizado quando várias unidades motares são 
estimuladas. A contração isotônica ocorre no músculo masseter quando a 
mandíbula é elevada, com isso, força os dentes através do bolo alimentar.
2. Contração em oposição a uma determinada força, função do músculo será de 
estabilização da mandíbula; esta contração sem o encurtamento é chamada de 
contração isométrica, que ocorre no músculo masseter quando algum objeto 
(ex.: cachimbo, lápis) é mantido entre os dentes. 
3. Relaxamento controlado ocorre quando o estímulo de uma unidade motora é 
interrompido, as fibras relaxam e retomam ao comprimento normal; observado 
no músculo masseter quando a boca abre para receber o bolo alimentar durante 
a mastigação (OKESON, 2008).
2.1. 2.1. MÚSCULOS DA MASTIGAÇÃO
MÚSCULO MASSETER: Retangular, espesso, forte, totalmente recoberto pela fáscia 
massetérica.
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UNIDADE I | ANATOMIA DO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO
Figura 10. Ilustração músculo masseter.
Fonte: ilustração: leeuw r. dor orofacial: guia de avaliação, diagnóstico e tratamento. 4. ed. São Paulo: 
Quintessence, 2010.
ORIGEM: porção superficial: 2/3 inferiores do arco zigomático. Porção profunda: 
suferfície medial do arco zigomático. 
INSERÇÃO: superfície lateral do ramo ascendente, processo coronoide e ângulo da 
mandíbula. 
FUNÇÃO: elevação da mandíbula
Na movimentação da boca o masseter é o músculo que ELEVA a mandíbula com 
maior potência. Por sua parte superficial a mandíbula sobe, já a parte profunda age 
principalmente na manutenção da oclusão forçada por longos períodos.
2.1.1. MÚSCULO TEMPORAL
Figura 11. Ilustração músculo Temporal.
Fonte: Ilustração: Leeuw R. Dor orofacial: guia de avaliação, diagnóstico e tratamento. 4. ed. São Paulo: 
Quintessence, 2010.
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ANATOMIA DO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO | UNIDADE I
Coberto pela densa fáscia temporal.
ORIGEM: Fossa temporal, Feixe anterior, Feixe médio, Feixe posterior. 
INSERÇÃO: Processo coronoide e borda anterior do ramo ascendente da mandíbula. 
FUNÇÃO: Elevação da mandíbula.
O músculo Temporal é mais um músculo de MOVIMENTO do que de força (falar e 
fechar rapidamente a boca); ELEVA a mandíbula (fibras da porção anterior). A porção 
posterior é essencialmente retrusora da mandíbula. Tal como o masseter, mas em menor 
proporção, o temporal pode ser acometido por trismo.
2.1.2. MÚSCULO PTERIGOIDEO MEDIAL
Figura 12. Ilustração músculo pterigóide Medial.
Fonte: Ilustração: Leeuw R. Dor orofacial: guia de avaliação, diagnóstico e tratamento. 4. ed. São Paulo: 
Quintessence, 2010.
Apresenta, apesar de menor, as mesmas características do masseter, é retangular, insere-
se no ramo da mandíbula, é um músculo de FORÇA.
ORIGEM: Superfície medial da lâmina lateral do processo pterigoideo do esfenoide.
INSERÇÃO: Porções posterior e inferior da superfície interna do ramo ascendente e 
ângulo da mandíbula.
FUNÇÃO: Elevação da mandíbula; ativo na protrusão.
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UNIDADE I | ANATOMIA DO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO
Na sua inserção (face medial da região do ângulo da mandíbula), trata-se de ELEVADOR 
da mandíbula (o pterigoideo a descola ligeiramente para frente).
2.1.3. MÚSCULO PTERIGOIDEO LATERAL
Figura 13. Ilustração músculo peterigóide Lateral.
Pterigoideo Lateral superior (S) 
Pterigoideo Lateral inferior (I) 
Fonte: Ilustração: Leeuw R. Dor orofacial: guia de avaliação, diagnóstico e tratamento. 4. ed. São Paulo: 
Quintessence, 2010.
É o mais curto dos músculos da mastigação, o único que se dispõe horizontalmente 
e o único que se relaciona com a articulação têmporo-mandibular. Por isso mesmo 
realiza movimentos mandibulares que os outros três não realizam. Está relacionado aos 
movimentos de PROTRUSÃO.
Origem:
 » S – Superfície infratemporal da asa maior do esfenoide.
 » I – Superfície lateral da lâmina lateral do processo pterigoideo do esfenoide.
Função:
 » S – na abertura: inativo, no fechamento contrarresistência: ativo. 
 » I – protrusão da mandíbula.
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ANATOMIA DO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO | UNIDADE I
2.2. MÚSCULOS ACESSÓRIOS DA MASTIGAÇÃO
Supra-hioides, infra-hioides, músculo da língua, músculo da deglutição, orbicular dos 
lábios, bucinadores.
2.2.1. MÚSCULOS SUPRA-HIOIDEOS
Compõe um grupo de músculos pares que unem o osso hioideo ao crânio. Com exceção 
do estilo-hioideo, todos se ligam à mandíbula. Movimentam o hioideo, mas se este osso 
estiver imobilizado, eles são capazes de movimentar a mandíbula. São considerados 
ABAIXADORES e RETRUSORES da mandíbula, mas colaboram na mastigação.
2.2.2. Músculo Digástrico
Possui dois ventres carnosos unidos por um tendão comum. 
Origem: área mastoidea do temporal e inserção na fóvea digástrica . 
Função: Ao contrair, TRACIONA a mandíbula para trás, contribuindo, assim, em 
sinergismo com o pterigoideo lateral para o ABAIXAMENTO.
2.2.3. Músculo Estilo-hioideo
Origem: processo estiloide e inserção no hioide.Função: tracionar o hioide para trás e para cima ou pode fixá-lo quando atua em 
conjunto com os músculos infra-hioideos.
2.2.4. Músculo Milo-hioideo
Os dois (direito – esquerdo) formam o soalho muscular da boca. 
Origem: linha milo-hioidea e inserção na rafe milo-hioidea. 
Função: ELEVAR o soalho da boca e com ele a língua e o hioide.
2.2.5. Músculo Genio-hioideo
Acima dele, está em contato o músculo genioglosso. 
Origem: espinha mentoniana e inserção no corpo do hioide.
Função: REDUÇÃO e ELEVAÇÃO do soalho da boca.
20
UNIDADE I | ANATOMIA DO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO
2.2.6. Músculos Infra-hioideos
Consiste um grupo de quatro músculos em forma de fita colocados entre o osso hioideo 
e o tórax.
Suas denominações são estes: o primeiro nome correspondendo ao local de sua origem 
e o segundo a inserção – Esterno-hioideo, Omo-hioideo, esternotireoideo e tíreo-hioideo.
Figura 14. Músculo Digástrico.
Fonte: http://odontoup.com.br/anatomia-de-cabeca-e-pescoco/resumo-anatomia-de-cabeca-e-
pescoco/.
2.3. MÚSCULOS DA EXPRESSÃO FACIAL
Tabela 1. Músculos da expressão facial.
Músculo Origem Inserção Função
Orbicular da boca Quase todo cutâneo; fóveas 
incisivas da maxila e mandíbula. 
Pele e mucosa dos 
lábios; septo nasal. 
Comprime os lábios 
contra os dentes; fecha a 
boca; protraí os lábios. 
Levantador do lábio 
superior
Margem infraorbital Lábio superior Levanta o lábio superior
Levantador do lábio 
superior e asa do nariz
Processo frontal da maxilla. Asa do nariz e lábio 
superior. 
Asa do nariz e lábio 
superior levanta o lábio 
superior e a asa do nariz 
(dilata a narina). 
Zigomático menor Osso zigomático Lábio superior Levanta o lábio superior
Levantador do ângulo 
da boca
Fossa canina da maxila Ângulo da boca Levanta o ângulo da boca
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ANATOMIA DO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO | UNIDADE I
Músculo Origem Inserção Função
Zigomático maior Osso zigomático Ângulo da boca Levanta e retrai o ângulo 
da boca
Risório Pele da bochecha e fáscia 
massetérica
Ângulo da boca Retrai o ângulo da boca
Bucinador Processos alveolares da maxila e 
da mandíbula na região molar; 
ligamento pterigomandibular. 
Ângulo da boca Distende a bochecha e a 
comprime de encontro 
aos dentes; retrai o ângulo 
da boca. 
Abaixador do ângulo 
da boca
Base da mandíbula (região 
molar ao tubérculo 
mentoniano). 
Ângulo da boca Abaixa o ângulo da boca
Abaixador do lábio 
inferior
Base da mandíbula, acima da 
origem do depressor do ângulo 
da boca. 
Lábio inferior Abaixa o lábio inferior
Mentoniano Fossa mentoniana acima do 
tubérculo mentoniano. 
Pele do mento Enruga a pele do mento; 
everte o lábio inferior. 
Platisma Base da mandíbula Pele do pescoço Enruga a pele do pescoço
Orbicular do olho Quase todo cutâneo; ligamentos 
palpebrais; lacrimal e maxila. 
Pálpebras e pele 
periorbital. 
Fecha as pálpebras e a 
comprime contra o olho. 
Occipitofrontal Aponeurose epicraniana Pele do supercílio; 
região occipital. 
Puxa a pele da fronte para 
cima. 
Prócero Osso nasal Pele da glabela Puxa a pele da glabela 
para baixo. 
Corrugador do 
supercílio
Margem supraorbital do frontal. Pele da extremidade 
lateral do supercílio. 
Puxa a superfície 
medialmente. 
Nasal Eminência narina Dorso do nariz Comprime a narina (parte 
transversa); dilata a narina 
(parte alar). 
Fonte: MADEIRA, M. Anatomia Facial com fundamentos de anatomia sistêmica geral. 1. ed. s/l, 2004.
O SE apresenta uma magnitude de forças musculares durante o ato de morder que 
é diferente da magnitude das forças musculares durante a mastigação. As forças 
maxilares variam em torno de 700 N (aprox. 7,1 quilogramas-força) – região dos 
primeiros molares e de 100 a 200 N (aprox. 10 a 20,4 quilogramas-força) – região 
de incisivos. A força máxima total registrada sobre a mandíbula é de 60 a 75 
quilogramas-força. 
As forças desenvolvidas durante a mastigação pelo SE representam em média 10% 
das forças máximas; a força mastigatória total (pacientes com dentes) varia de 10 
a 50 N (1,2-5,1 quilogramas-força) dependendo da mastigação.
22
UNIDADE IIFISIOLOGIA DO SISTEMA 
ESTOMATOGNÁTICO
CAPÍTULO 1 
FISIOLOGIA DOS MOVIMENTOS MANDIBULARES
O estudo da fisiologia é de fundamental importância para todas as áreas da saúde. 
Fisiologia do grego physis: natureza e logos: palavra ou estudo é o ramo da biologia 
que estuda o funcionamento dos seres vivos, ou seja, os fatores físicos, químicos e 
mecânicos responsáveis pela origem, pelo desenvolvimento e pela manutenção da vida.
A fisiologia oral, conhecida como a fisiologia do sistema estomatognático ou 
mastigatório, estuda especificamente a função da boca ou cavidade oral e as estruturas 
crâniofaciais relacionadas, ou seja, fatores físicos, químicos e mecânicos que possibilitam 
o desenvolvimento e a manutenção da integração dessas estruturas. (Fisiologia Oral. 
Elizabeth A. City, Richard F. Elmore, Sarah E. Fiarman, Lee Teitel. São Paulo: Artes Médicas, 
2014. ABENO: Odontologia Essencial: parte básica.)
A neuroanatomia e a fisiologia determinam importante mecanismo no qual os 
movimentos funcionais da mandíbula podem ser executados. As principais funções 
são: mastigação, deglutição e fala. Além disso, há funções secundárias que auxiliam 
na respiração e na expressão de emoções. Os movimentos funcionais são eventos 
neuromusculares complexos e altamente coordenados. Para desempenhar a atividade 
funcional desejada, estímulos neuro-sensoriais provindos de estruturas do sistema 
mastigatório como dentes, ligamentos periodontais, lábios, língua, bochechas, palato, 
são recebidos e integrados no GPC (Gerador de padrão central) com ações reflexas 
existentes e traços de memória musculares. (OKESON, 2008). 
Os movimentos mastigatórios dependem de processos neurais integrativos complexos 
do SNC (sistema nervoso central) que podem ser iniciados por influências internas 
ou externas incluindo impulsos e estados emocionais do paciente. Durante a 
mastigação, a quantidade de proprioceptores (ex.: fusos musculares) e exteroceptores 
(mecanorreceptores) enviam informações ao SNC (ex.: córtex cerebral, tronco, gânglios 
basais e medula espinhal). 
23
FISIOLOGIA DO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO | UNIDADE II
A mastigação inicia-se com a “configuração do sistema” (visão, tato, odor) para receber 
o alimento. A implicação do senso de tato varia desde a escolha do alimento até sua 
apreensão pelos incisivos. (WHEELER ́s Anatomia Dental, Fisiologia e Oclusão. Stanley 
J. Nelson, Major M. Ash Elsevier Editora Ltda. 9 ed., 2012.)
Durante a mastigação contraem-se coordenadamente vários grupos musculares, 
sendo os mastigatórios os mais importantes embora também sejam fundamentais 
os músculos da língua e os faciais, especialmente bucinador e orbicular dos lábios 
(PEREIRA et al., 2006).
Uma mastigação adequada deve ter um padrão bilateral alternado, corte do alimento 
com os incisivos, vedamento labial, sem ruído ou participação exagerada da musculatura 
perioral, lateralização de língua e mandíbula, além de simetria muscular. E, para que 
esse padrão mastigatório ocorra, refere à necessidade de uma harmonia morfológica 
e funcional das estruturas estomatognáticas (BIANCHINI, 1998).
 Durante o ciclo mastigatório, é possível analisar uma constante modificação na dinâmica 
mandibular e, com ela, modifica-se a articulação têmporo-mandibular. Uma mastigação 
que não ocorre adequadamente irá promover movimentos alterados de todo o Sistema 
Estomatognático e, principalmente, da ATM.
1.1. Biomecânica da Função Mastigatória
O ato mastigatório constitui de um processo fisiológico complexo que tem início com a 
trituração dos alimentos, seguido de salivação e, por fim, a formação do bolo alimentar. 
Ocorrendo a sincronização de movimentos (abertura bucal) e elevação (fechamento 
bucal) da mandíbula. No plano coronal da face (frontal), a trajetória típica da mandíbula 
possui a forma de gota. O movimento de abertura bucal, considerando o plano coronal 
da face, ocorre associado a um leve afastamento damandíbula para o lado não envolvido 
na mastigação, retomando para o lado envolvido antes de se completar a abertura 
bucal. O fechamento bucal, após o processamento mecânico dos alimentos (corte, 
trituração ou esmagamento), continua até que os dentes opostos entrem em contato, 
deslizando inicialmente e, em seguida, ocluindo-se em máxima intercuspidação; esta 
fase corresponde o ciclo final mastigatória. (Fundamentos de oclusão em odontologia 
restauradora: forma, função e estética /Wilson Batista Mendes. São Paulo: Nova Odessa, 
Napoleão, 2013. 664. ISBN: 978-85-60842-50-6.)
 Entre os movimentos naturais de mordida, inclui também o movimento de incisão, 
atuando de três modos diferentes de acordo com a dureza dos alimentos; nos 
alimentos duros, no momento que os incisivos superiores e inferiores ocluem topo; nos 
24
UNIDADE II | FISIOLOGIA DO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO
alimentos macios quando os incisivos inferiores deslizam ao longo das faces palatinas 
dos incisivos superiores e nos moles, quando os incisivos inferiores deslizam com 
pequeno afastamento da palatina dos superiores. (Jankelson B. et al. The physiology of 
the stomatognatic system. J Am Assoc. 953; 46(4): 375-386.)
Geralmente, durante a mastigação, o indivíduo geralmente realiza a mastigação apenas 
de um lado da cavidade oral; de acordo com a conveniência, o bolo alimentar é levado de 
um lado para o outro (bilateralmente). Esta mudança costuma ficar confinada as regiões 
de molares e pré-molares, dentes que realizam a maior parte do trabalho do lado direito 
ou do lado esquerdo e, ocasionalmente, a mudança na mastigação pode ser direcionada 
à região anterior. Regiões das bochechas, lábios e língua ajudam a manipular o alimento 
e a jogá-lo entre os dentes continuamente, durante os movimentos mandibulares. 
Os dentes pré-molares e molares realizam a maior parte do trabalho enquanto que a 
mandíbula realiza movimentos laterais direito e esquerdo aproximando os dentes das 
relações de oclusão lateral direita e esquerda, finalizando o processo próximo à relação 
de intercuspidação ou oclusão Cêntrica. (PEREIRA, L. J., DUARTE GAVIAO, M. B, VAN DER 
BILT A. Influence of oral characteristics and food products on masticatory function. Acta 
Odontol Scand. v. 64, n.4, pp.193-201, 2006; BIANCHINI, E. M. G. Mastigação e ATM; 
avaliação e terapia. In: MARCHESAN, I. Q. (Ed.). Fundamentos em fonoaudiologia: aspectos 
clínicos da motricidade oral. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998). 
1.2. MOVIMENTOS MANDIBULARES
A partir da posição inicial os movimentos mandibulares de abertura, fechamento, 
protrusão, lateralidade (veja capítulo 1 – Unidade III) são executados pelos movimentos 
de rotação e translação condilar, direcionados em planos e graus distintos.
MOVIMENTO DE ROTAÇÃO: movimento de um corpo ao redor de seu centro.
O movimento de rotação da mandíbula pode ocorrer nos planos horizontal, frontal 
(vertical) e sagital. O movimento mandibular em torno do eixo horizontal pode ocorrer 
na abertura e no fechamento da boca. É chamado de movimento de dobradiça, no qual 
se observa o movimento de ambas as articulações em volta de um único eixo de rotação. 
Este movimento raramente ocorre durante o funcionamento normal. O movimento em 
volta do eixo frontal ocorre quando a mandíbula se desloca lateralmente, assim, um 
côndilo de desloca em direção à eminência articular e o outro permanece no eixo de 
rotação frontal.
25
FISIOLOGIA DO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO | UNIDADE II
Devido à inclinação da eminência articular, o movimento lateral da mandíbula está 
associado ao movimento do côndilo orbitante para baixo (côndilo contrário ao lado 
para o qual a mandíbula se deslocou), gerando outro eixo terminal de rotação no 
plano sagital.
MOVIMENTO DE TRANSLAÇÃO: movimento de um corpo quando todos os seus 
pontos se movem em uma mesma direção ao mesmo tempo.
A translação pode ser definida como um movimento de um corpo em que todas as 
partes têm, em cada instante, a mesma velocidade e direção. A translação ocorre na 
cavidade ou no compartimento articular superior, entre a superfície superior do disco 
articular e a superfície inferior da fossa articular. Durante os movimentos normais, a 
mandíbula está rotacionando em torno de um ou mais eixos, e cada um dos eixos está 
transladando. Isso resulta em movimentos extremamente complexos nos quais ambas 
as articulações sempre estão em atividade simultânea, porém raramente os movimentos 
são idênticos e conjuntos.
Figura 15. Ilustração movimentos.
Fonte: Movimentos de rotação: eixo horizontal; eixo vertical; eixo sagital e movimentos de translação. 
(Ilustração: Okeson, 2008).
26
CAPÍTULO 2 
RECEPTORES SENSORIAIS
2.1. RECEPTORES SENSORIAIS – Sistema neuromuscular 
associado à mastigação
Os receptores do SE fornecem continuamente ao SNC informações precisas e completas 
relacionados à mastigação e à degradação dos alimentos. Além disso, todas as ações 
do sistema mastigatório são controladas pelo complexo neuromuscular, que através de 
estímulos proporcionam a ação de ato reflexo para atividade muscular.
Informações somáticas são transmitidas pelos nervos glossofaríngeo (IX), lingual e 
facial (VII) e através dos ramos maxilar e mandibular do nervo trigêmeo (V). O centro 
da mastigação1 também é responsável por adaptações das atividades nos diferentes 
músculos do SE, mantendo a eficiência durante todo o processo da mastigação; é 
também neste centro que a integração sensorial-motora ocorre para que haja uma 
atividade rítmica e coordenada dos músculos da mastigação. As informações advindas 
dos núcleos sensoriais relativos à inervação aferente do SE, principalmente dos núcleos: 
sensorial principal, espinal do trigêmeo, mesocefálico, facial e núcleo solitário estão 
integrados no centro mastigatório, que envia as informações para os núcleos motores 
– principalmente o núcleo motor do trigêmeo. 
Figura 16. Esquema sobre integração do SNC.
Fonte: Arquivo Pessoal.
1 Centro mastigatório: estrutura anatomicamente distinguível, como gânglios e núcleos sensoriais e motores; rede formada por 
neurônios dos núcleos sensoriais, conectados por sinapses excitatórias e inibitórias, que induzem um movimento ritmado e 
coordenado dos músculos mastigatórios, permitindo, assim, uma eficiência na transformação do alimento em bolo alimentar. O 
objetivo do centro mastigatório é adaptar a atividade motora da mastigação de acordo com as informações sobre o alimento 
e após sobre o bolo alimentar.
27
FISIOLOGIA DO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO | UNIDADE II
O componente neuromuscular do sistema mastigatório funciona em três etapas bem 
distintas: percepção do estímulo, integração no SNC e reação aos comandos integrados. 
Os músculos movem-se, entretanto, a colocação, a característica da superfície oclusal 
e o suporte dos dentes influenciam ou programam o movimento. (Fundamentos de 
oclusão em odontologia restauradora: forma, função e estética /Wilson Batista Mendes. 
São Paulo: Nova Odessa, Napoleão, 2013. 664. ISBN: 978-85-60842-50-6.)
VÍDEOS ONLINE: Assista aos seguintes vídeos.
http://www.youtube.com/watch?v=q8WffatJ4lA.
http://www.youtube.com/watch?v=I3-qrqcfxH4.
https://www.youtube.com/watch?v=jx2fMLKePMY.
2.1.1. SIGNIFICADO CLÍNICO
Demonstra as diferenças entre os pacientes, cada indivíduo apresenta suas próprias 
relações maxilomandibulares e têmporo-mandibular. Assim, a aplicação de técnicas 
para individualização de registros e transferências das posições anatômicas é importante 
para a elaboração de um bom plano de tratamento e consequente reabilitação mais 
satisfatória. (Fisiologia oral. Elizabeth A. Cityrichard F. Elmore, Sarah E. Fiarman, Lee Teitel. 
São Paulo: artes médicas, 2014. (Abeno: odontologia essencial: parte básica).
Os Articuladores são instrumentos protéticos desenvolvidos com o objetivo de reproduzir 
as relações maxilomandibulares, estabelecer o eixo de rotação da mandíbula e simular 
os movimentos mandibulares dos pacientes.
Importância: análise oclusal, essencialem Prótese e Dentística Restauradora, pois as 
superfícies oclusais dos dentes a serem restaurados são unidades funcionais do sistema 
mastigatório; os dentes restaurados não devem interferir na função mandibular durante 
a mastigação, fala e deglutição, assim como não transmitir forças excessivas para as 
estruturas da ATM, durante a máxima intercuspidação ou nos movimentos excêntricos.
Classificação: Articuladores Totalmente Ajustáveis (A.T.A); Semiajustáveis (A.S.A); Não 
Ajustáveis (A.N.A) (Fundamentos de oclusão em odontologia restauradora: forma, função 
e estética /Wilson Batista Mendes. São Paulo: Nova Odessa, Napoleão, 2013. 664. ISBN: 
978-85-60842-50-6.)
28
UNIDADE III
PROCESSAMENTO 
SENSORIAL: 
NOCICEPÇÃO E 
MODULAÇÃO DA DOR
CAPÍTULO 1 
PROCESSAMENTO CENTRAL DA INFORMAÇÃO 
SENSORIAL E RESPOSTAS FISIOLÓGICAS
O sistema nervoso possui duas funções básicas. 
Manutenção da constância do meio interno (homeostase), por meio de funções 
vegetativas que asseguram sua organização. 
Emissão de comportamentos que são funções globais do organismo em que se vive 
(FERNANDES NETO, 2006).
Figura 17. Componentes SNC.
Fonte: https://maestrovirtuale.com/sistema-nervoso-central-partes-e-funcoes-com-imagens/.
1.1. Sistema Nervoso Central (SNC) e Sistema Nervoso 
Periférico (SNP)
O Sistema Nervoso Central (SNC) é constituído pelo encéfalo e da medula espinhal. O 
encéfalo abrange o cérebro, cerebelo e o tronco encefálico. No cérebro, distinguem-se: o 
córtex motor que se relaciona com os movimentos voluntários dos músculos estriados, 
29
PROCESSAMENTO SENSORIAL: NOCICEPÇÃO E MODULAÇÃO DA DOR | UNIDADE III
o córtex sensorial que se relaciona com a sensibilidade profunda e cutânea e o 
tálamo que é o centro de passagem de todas as sensações, com exceção do olfato 
(DAWSON, 2008). 
No tronco encefálico, distinguem-se o mesencéfalo, a ponte e o bulbo. A principal 
estrutura do SNP é o neurônio (célula nervosa) que é composto de dentritos, corpo 
celular e seu processo (axônio) que conduz impulsos nervosos para o botão terminal.
As informações dos tecidos que estão localizados fora do sistema nervoso central (SNC) 
devem ser transferidas para o SNC e para os centros superiores no tronco encefálico 
e córtex para avaliação e interpretação (DAWSON, 2008). A integração no SNC ocorre 
a partir da produção de um estímulo no SNP captado por um receptor específico, a 
partir do qual se inicia uma via ascendente (pelos nervos sensoriais aferentes) até o 
SNC especificamente até o córtex sensorial, por meio dos diferentes constituintes do 
sistema nervoso (cerebelo, tálamo e outros), quando o estímulo é então identificado, 
tornando-se consciente (FERNANDES NETO, 2006).
Figura 18. Esquema demonstrando como ocorre o processamento.
NEURÔNIO AFERENTE: CONDUZ O IMPULSO NERVOSO AO SNC
NEURÔNIO EFERENTE: CODUZ O IMPULSO PERIFERICAMENTE
INTERNÊURONIOS: PERMANECEM DENTRO DO SNC
Fonte: Ilustração: https://www.passeidireto.com/arquivo/87783587/neuronio.
Nocicepção: detecção e subsequente transmissão de um evento nocivo (danos aos 
tecidos, lesões); realizada por nervos aferentes primários com terminais periféricos 
(receptores) – conhecidos como nociceptores. 
Após avaliação da informação, os centros superiores então enviam impulsos para a medula 
espinhal e de volta para a periferia para que um órgão eferente realize a ação almejada. 
O neurônio aferente primário recebe o estímulo, após este impulso é transmitido para o 
SNC, através da raiz dorsal com sinapse no corno dorsal da medula espinhal – neurônio 
30
UNIDADE III | PROCESSAMENTO SENSORIAL: NOCICEPÇÃO E MODULAÇÃO DA DOR
secundário – o impulso então é transmitido pelo neurônio de segunda ordem, cruzando 
a medula espinhal (trato espinotalamico ântero-lateral), ascendendo para os centros 
superiores; podendo haver interneurônios envolvidos na transferência deste impulso 
para o tálamo e o córtex. 
1.2. Neuroanatomia – Nervos cranianos
Os nervos cranianos totalizam 12 pares: sete nervos cranianos (I, II, V, VII – intermediário, 
VII, IX, X), possuem como finalidade veicular informações oriundas dos sentidos; quatro 
são relacionadas com as funções motoras somáticas (V, VII, XI, XII) do segmento cefálico ou 
cervical; um possui funções viscerais não somente da cabeça, mas do tórax e abdome (X); 
e três (VII, IX, X) regulam a função das glândulas salivares ou lacrimais. (Dores Orofaciais: 
Diagnóstico e Tratamento, José Tadeu Tesseroli de Siqueira | Manoel Jacobsen Teixeira).
Figura 19. Nervos cranianos.
Fonte: Ilustração: Amabis, Jose Mariano; Martho, Gilberto Rodrigues. Conceitos de biologia. São Paulo: 
Ed. Moderna, 2001. Vol 2.
31
PROCESSAMENTO SENSORIAL: NOCICEPÇÃO E MODULAÇÃO DA DOR | UNIDADE III
O nervo trigêmeo, o intermediário, o nervo glossofaríngeo e o nervo vago estão envolvidos 
no processamento de informações sensitivas da face, crânio ou do viscerocrânio. 
O nervo trigêmeo, assim denominado porque ramifica no interior do crânio em três 
divisões. Essas divisões proporcionam inervação sensitiva geral para a maior parte da 
cabeça e fibras motoras para os músculos da mastigação e vários músculos menores 
(Neuroanatomia Humana de Barr, JOHN A. KIERNAN). Possui uma raiz sensitiva, 
consideravelmente maior, e uma raiz motora, sendo, então, considerado um nervo misto. 
Raiz sensitiva é dividido em extereoceptivas, composto por face, cavidade nasal e bucal, 
seios da face, globo ocular e meninges. As fibras proprioceptivas inervam a ATM, dentes, 
periodonto, palato duro e musculos da mastigação. Já a raiz motora inverva os musculos 
da mastigação como o masseter,, temporal, pterigoide medial e lateral, o ventre anterior 
do digastrico, milohioideo, tensor do veu palatino, tensor do timpano. 
Os Três Ramos ou Raízes do Nervo Trigêmeo, responsáveis pela sensibilidade somática 
geral de grande parte da cabeça, são: 
V.1 – Nervo Oftálmico: é considerado o primeiro ramo do trigemio, sendo exclusivamente 
sensitivo, e o menor das tres divisoes, saindo do cranio e entrando na orbita atraves da 
fissura orbitaria supeior.
Possui três ramos terminais: 
Nasociliar: os ramos vao ate a cavidade nasal, terminando na pele do nariz. Ramificam-
se nos nervos etmoidal posterior e etmoidal anterior. 
frontal 
lacrimal: é a menor ramificação da divisao.
V.2 – Nervo Maxilar: é um nervo exclusivamente sensitivo e capaz de inervar as partes 
moles compreendidas entre a pálpebra inferior, nariz e lábio superior, parte da mucosa 
nasal, mucosa do veu palatino, todos os dentes superiores, e região gengival da maxila. 
Os seus ramos conduzem impulsos sensitivos provenientes de:
Maxila, Seios maxilares, Cavidade nasal, Palato, Parte nasal da faringe, Parte da dura mater 
32
UNIDADE III | PROCESSAMENTO SENSORIAL: NOCICEPÇÃO E MODULAÇÃO DA DOR
Os principais ramos são:
Nervo infraorbital: divide em nervo alveolar superior anterior (incisivos e caninos 
superiores) e nervo alveolar superior medio (inerva a polpa dos dentes pre-molares 
superiores e raiz mesiovestibular do primeiro molar)
Nervo alveolar superior posterior: inerva dentes molares superiores, gengiva e periodonto 
destes dentes. 
Nervos palatinos: dividido em palatino maior (inerva regiao do palato duro e caninos a 
molares) nervos palatinos menores( inerva o palato mole), nervo nasopalatino (inerva 
palato duro na regiao de incisivos e caninos). 
 V.3 – Nervo Mandibular:
Pode originar os nervos: 
Temporal profundo
Nervo do musculo pterigoide lateral
Nervo masseterico
Tensor do veu palatino
Nervo do musculo pterigoide medial
É bastante ramificado, tendo como principais ramos o Nervo Lingual, que proporciona 
a sensibilidade geral dos 2/3 anteriores da língua, e o Nervo Alveolar Inferior, que 
percorre o interior do osso Mandibular. Estas ramificações do Nervo Trigêmeo 
conduzem tanto impulsos exteroceptivos (temperatura, pressão, dor, tato), como 
propioceptivos (originados em receptores localizados nos músculos da mastigação 
e na ATM). A Raiz motora deste nervoacompanha o nervo mandibular, distribuindo-se 
aos músculos da mastigação e classificando-se com Eferentes Viscerais Especiais. 
(MACHADO, Ângelo. Neuroanatomia Funcional. 2. ed. São Paulo: Editora Atheneu, 
2000; MOORE, Keith L. Anatomia Orientada para a Clínica. 5. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara-Koogan, 2004).
A ATM tem sua principal invervação garantida com o nervo mandibular, originando o 
ramo auriculotemporal, sendo adicionada pelo nervo masseterico e nervos temporais 
profundos. 
33
PROCESSAMENTO SENSORIAL: NOCICEPÇÃO E MODULAÇÃO DA DOR | UNIDADE III
Figura 20. Demonstrando a anatomia do nervo trigêmio.
Fonte: https://www.sanarmed.com/correlacoes-anatomoclinicas-do-trigemeo-colunistas.
Componentes Sensitivos: a maior parte dos neurônios sensitivos primários está 
localizados no gânglio trigeminal (semilunar ou de Gasser) os outros estão localizados 
no núcleo messencefálico do nervo trigêmeo.
 O nervo trigêmeo é responsável pela sensibilidade da pele da face, fronte; do couro 
cabeludo até o vértice da cabeça: mucosa das cavidades oral, nasal e dos seios 
paranasais; e dos dentes. O nervo trigêmeo também contribui com fibras sensitivas 
para a maior parte da dura mater e artérias cerebrais. 
NÚCLEO PRINCIPAL DO NERVO TRIGÊMIO: os processos centrais das células no gânglio 
trigeminal constituem a grande raiz sensitiva do nervo trigêmeo, essas fibras entram na 
ponta e terminam nos núcleos principal e espinal do nervo trigêmeo; recebe impulsos 
aferentes periodontais e alguns impulsos aferentes pulpares.
TRATO ESPINAL DO NERVO TRIGÊMEO: grande número de fibras da raiz sensitiva de 
diâmetro intermediário e muitas fibras amielínicas delgadas fletem-se caudalmente 
ao entrar na ponte. Essas fibras, para dor, temperatura e tato leve combinam-se com 
ramos descendentes das aferências para formar o trato espinal do nervo trigêmeo; 
o trato recebe fibras dos nervos facial, glossofaríngeo e vago, essas fibras são para a 
sensibilidade somática geral de parte da orelha externa, mucosa da parte posterior da 
língua, da faringe e da laringe.
34
UNIDADE III | PROCESSAMENTO SENSORIAL: NOCICEPÇÃO E MODULAÇÃO DA DOR
 O núcleo espinal do nervo trigêmeos é dividido em três subnúcleos: 1. Subnúcleo oral; 2. 
Subnúcleo interpolar e a parte caudal, 3. Subnúcleo caudal, que recebe fibras para a dor 
e temperatura. A integridade da parte caudal e da extremidade caudal do trato espinal 
do nervo trigêmeo é essencial para a percepção da dor que se origina do mesmo lado 
da cabeça; o subnúcleo oral parece ser uma área significativa deste complexo tronco 
encefálico trigeminal para os mecanismos de dor orofacial.
Evidências relatam que os aferentes nociceptivos faciais projetam-se para o subnúcleo 
caudado do núcleo do trato trigeminal. Informações referentes a estruturas do corno 
dorsal podem ser seguramente extrapoladas e aplicadas ao subnúcleo caudado, em 
geral, presume-se que o subnúcleo caudado predomine a nocicepção trigeminal 
(OKESON, 2008). 
O núcleo motor do nervo trigêmeo consiste de neurônios multipolares típicos, 
constituem a maior parte da raiz motora, associando-se as fibras sensitivas do nervo 
mandibular imediatamente distal ao gânglio trigeminal. Esse nervo supre os músculos 
da mastigação (masseter, temporal e músculos pterigoideos lateral e medial e vários 
outros músculos menores: tensor do tímpano, tensor do véu palatino, digástrico (ventre 
anterior) e milo-hioideo. As aferências para os reflexos provêm principalmente dos 
núcleos sensitivos do trigêmeo, incluindo o núcleo mesencefálico. (Neuroanatomia 
Humana de Barr, JOHN A. KIERNAN).
Figura 21. Esquema ilustrativo.
Neurônios aferentes 
primários 
(ou de primeira ordem)
Neurônios aferentes secundários
 (ou de segunda ordem) 
Núcleo do 
trato espinal 
trigeminal 
Fonte: Setas esquemáticas e escritas em vermelho: arquivo pessoal. Ilustração: OKESON, 2008.
35
PROCESSAMENTO SENSORIAL: NOCICEPÇÃO E MODULAÇÃO DA DOR | UNIDADE III
1.3. CONSIDERAÇÕES GERAIS
Dores oriundas de fontes periféricas são mediadas por estruturas anatômicas do sistema 
nervoso, chamadas de receptores sensitivos e neurônios sensitivos primários, que 
constituem em vias dolorosas periféricas. 
O encéfalo recebe constantemente grande quantidade de impulsos sensitivos iniciados 
por estímulos receptores sensitivos de todos os tipos, exteroceptivos, proprioceptivos 
e interoceptivos, sendo que, de todos os apresentados, apenas uma pequena fração 
é percebida em nível consciente. Grande parte destes impulsos sensitivos emergentes 
possui função reguladora do funcionamento corporal. 
As vias trigeminais são de grande significado nas queixas de dores bucofaciais. As 
regiões bucal e mastigatória inervadas por pelo menos seis nervos somáticos sensitivo 
principais e o nervo trigêmeo (VII, IX e X nervos cranianos e I, II, III nervos cervicais). 
Estabeleceu-se que todos os aferentes simpáticos e os aferentes parassimpáticos sacrais 
são mediadores da dor no nível consciente; as fibras aferentes parassimpáticas cranianas 
são mediadoras da dor, especialmente por disfunções neuromusculares. Um grande 
número de impulsos é conduzido para o sistema nervoso central através dos nervos 
viscerais aferentes.
Os ramos parassimpáticos, transportados pela bainha trigeminal para distribuição 
periférica, deixam o trigêmeo antes de entrar no SNC, e nenhum deles passa através da 
raiz posterior do V nervo craniano. Os aferentes parassimpáticos na região trigeminal 
penetram o SNC através do VII e IX nervos cranianos.
O ramo aferente, bem como o eferente do reflexo miotático é intercedido por nervos 
motores. Os nervos motores, de certo, sejam mediadores de impulsos sensitivos normais 
provenientes da musculatura esquelética. 
A sensação dolorosa da face e da boca pode ser mediada por muitas outras vias que a 
trigeminal tradicional; por neurônios aferentes transportados por elementos motores, 
bem como outros nervos cranianos e cervicais superiores; e por nervos viscerais aferentes 
do sistema simpático e parassimpático. 
CONHEÇA MAIS SOBRE O CÉREBRO HUMANO
O cérebro humano é particularmente complexo e extenso. Ele é imóvel e representa 
apenas 2% do peso do corpo, mas apesar disso, recebe aproximadamente 25% de 
todo sangue bombeado pelo coração.
http://www.youtube.com/watch?v=LHc6YgAmURs.
36
CAPÍTULO 2 
MODULAÇÃO DA DOR E MECANISMOS DE 
SENSIBILIZAÇÃO PERIFÉRICA E CENTRAL
“A dor é uma experiência sensitiva e emocional desagradável” IASP, 1994. 
A dor é frequentemente associada ao dano tecidual ou potencial, embora a dor possa 
ser uma experiência independente do dano tecidual. Os nociceptores sinalizam lesão, 
todavia a atividade nociceptora é insuficiente para causar dor, tornando a dor uma 
percepção. (Neurociência Fundamentos para Reabilitação. Laurie Lundy-Ekman)
A sensibilização ocorre pela liberação de neurotransmissores excitatórios na fenda 
sináptica, o neurônio pós-sináptico é excitado e um impulso é iniciado e conduzido ao 
axônio; se o agente neuroquímico permanecer na região da sinapse, o neurônio poderá 
ser despolarizado mais rapidamente com a próxima liberação de um neurotransmissor. A 
sensibilização ocorre pelo baixo linear que causa a despolarização do neurônio aferente 
primário; este fato justifica o estado de hiperalgesia comumente associado aos tecidos 
inflamatórios, como, por exemplo, após algumas horas de uma lesão por um pequeno 
corte, o indivíduo desenvolverá ao redor da lesão tecidual, uma sensibilização na região, 
mesmo ao leve toque. Esta sensibilização é explicada, pois agentes neuroquímicos 
sensibilizam os neurônios aferentes próximos, de maneira que um pequeno estímulo 
mecânico gera a despolarização e o impulso nociceptivo (OKESON, 2008). 
Várias terminações nervosas livres, que são encontradas em tecidos periféricos, fornecem 
a base periférica para a dor, agindo como nociceptores – órgãos sensitivos ativados por 
estímulos nocivos dos tecidos periféricos – sua ativação pode derivar na produção de 
impulsosnervosos nas fibras aferentes de pequeno diâmetro (A delta ou C). Através das 
fibras, a descarga nervosa será conduzida para o interior do cérebro para processamento, 
desta forma, qualidade, intensidade, duração e localização do estímulo nocivo serão 
percebidas.
Nos músculos esqueléticos e articulações, são encontradas tanto fibras A delta como 
C, assim, os sinais interpretados tanto como dor rápida quanto lenta podem ocorrer 
lesões musculoesqueléticas. Quando o tecido é traumatizado ou sofre isquemia, são 
liberados substâncias bioquímicas que despertam os nociceptores adormecidos; este 
nociceptores quando acordados são extremamente reativos a estímulos; isto é, chamado 
sensibilização periférica. Os neurônios sensibilizados liberam descargas em resposta 
a estímulos normalmente inócuos, até mesmo em pequenos movimentos, podendo 
emitir descargas espontaneamente. (Neurociência Fundamentos para Reabilitação. 
Laurie Lundy-Ekman).
37
PROCESSAMENTO SENSORIAL: NOCICEPÇÃO E MODULAÇÃO DA DOR | UNIDADE III
Fatores bioquímicos, como complacência tecidual, também podem afetar a capacidade 
dos aferentes nociceptivos trigeminais. Várias substâncias químicas estão envolvidas na 
sensibilização periférica dessas terminações, assim como na ativação pelos estímulos 
nocivos, também, alguns nociceptores insensíveis a estímulos mecânicos (nociceptores 
silenciosos) podem responder a estímulos químicos. (Dor Orofacial. Da ciência básica 
à conduta clínica. Lund, Lavigne, Dubner, Sessle Quintessence).
2.1. TRANSMISSÃO DOS IMPULSOS AFERENTE PARA O 
CÓRTEX
A condução do impulso ao SNC e centros superiores para avaliação e interpretação 
ocorre após estimulação periférica de um nociceptores; após o impulso possuir 
significado, os centros superiores então incidirão para o córtex e, assim, será interpretado 
como dor. Adverte-se que a maioria dos impulsos que entram no SNC não atinge o 
córtex, pois esta série de eventos não ocorre de maneira simples.
Uma das principais vias que conduzem a nocicepção bucofacial inicia-se com a 
via nervosa trigeminal. Impulsos nociceptivos que são oriundos da boca podem 
ser mediados centralmente através de neurônios de primeira ordem aferentes que 
passam pelos nervos cranianos V, VII, IX E X, assim como nos nervos cervicais I, II e 
III. (OKESON, 2008).
Figura 22. Nervo Trigêmio no tronco encefálico.
Fonte: https://docplayer.com.br/52611287-Anatomofisiologia-geral-nervo-trigemio.html.
38
UNIDADE III | PROCESSAMENTO SENSORIAL: NOCICEPÇÃO E MODULAÇÃO DA DOR
Através da representação gráfica anterior (fig 2-3. OKESON, 2005), compreenderemos 
o processo da condução do impulso nervoso da região face (trigêmeo) até os centros 
superiores. O impulso é conduzido pelo neurônio aferente primário da divisão do 
nervo trigêmeo (V) através do gânglio trigeminal (na ilustração GG) para a região do 
subnúcleo caudado do trato espinal trigeminal. Nesta região, faz sinapse com um 
neurônio de segunda ordem para depois ser transferido aos centros superiores para 
avaliação. Se o impulso é conduzido por uma fibra A-delta, ela então poderá fazer a 
sinapse com um neurônio de ampla variação dinâmica e ser conduzido aos centros 
superiores via trato neoespinotalâmico (trato NST). Após, este impulso será conduzido 
rapidamente aos centros superiores e será então referido como uma dor rápida. Se 
o impulso aferente primário for conduzido por uma fibra C, esta poderá realizar a 
sinapse com um neurônio noceceptivo específico e ser conduzido superiormente ao 
tratopaleoespinotalâmico (trato PST); este passará pela formação reticular e pode, 
portanto, ser influenciado por muitos neurônios moduladores; a nocicepção conduzida 
neste trato é chamada de dor lenta.
CONVERGÊNCIA: sinapse de vários neurônios aferentes primários com um neurônio de 
segunda ordem. A atividade na sinapse pode ter efeito cumulativo, chamado somação.
O mecanismo de convergência foi bem descrita no complexo nuclear sensitivo do tronco 
encefálico trigeminal sensorial. Os subnúcleos orais e interpolares recebem extensa 
convergência dos impulsos aferentes bucofaciais e musculares, o mesmo ocorre no 
subnúcleo caudado. Os impulsos aferentes de estruturas profundas convergem em um 
grau maior que os aferentes provenientes de estruturas cutâneas, razão pela qual a dor 
em estruturas profundas é sentida mais difusa e menos localizada do que a dor mais 
localizada das estruturas cutâneas.
2.2. SENSIBILIZAÇÃO CENTRAL
Manifestações resultantes da hiperexcitabilidade dos interneurônios do SNC são, em 
geral, referidas como efeitos excitatórios centrais. Sugere-se que o neurônio de segunda 
ordem pode mudar o processamento dos impulsos; quando um neurônio de segunda 
ordem recebe uma barreira constante de impulsos nociceptivos, receptores específicos 
podem ser ativados aumentando a sensibilidade deste neurônio. Esta sensibilidade 
aumentada pode alterar os impulsos neurais na medida em que eles são processados 
nas vias para os centros superiores. Após esta ocorrência, até mesmo os impulsos 
nervosos normais podem ser erroneamente interpretados como nocivos, essa mudança 
no processamento do impulso chama-se neuroplasticidade.
A sensibilização central é produzida por uma cascata de eventos que começa com 
uma barreira aferente nociceptiva causando a liberação central de vários mediadores 
químicos, incluindo glutamato e neuropeptídios (como a substância P), essas substâncias 
39
PROCESSAMENTO SENSORIAL: NOCICEPÇÃO E MODULAÇÃO DA DOR | UNIDADE III
prolongam a despolarização neuronial e aumentam a excitabilidade dos neurônios 
nociceptivos pela ação sobre os receptores (glutamato, proteína G acoplada). A perda 
de processos inibitórios centrais também pode contribuir para a excitabilidade central 
aumentada, que é uma característica da sensibilização central.
A sensibilização central pode durar dias ou semanas e acredita-se que contribua para a 
dor persistente e para a dor espontânea e sensibilidade dolorosa, caracterizando muitos 
casos clínicos de dano ou inflamação. Além disso, a sensibilização central pode explicar 
a hiperalgesia, característica de muitas condições persistentes de dor, pelo aumento 
da excitabilidade produzida por neurônios nociceptivos centrais, a partir das fibras C e 
A-delta; também poderá acentuar os estímulos aferentes mecanossensitivos de baixo 
limiar (geralmente associados a dor) para os neurônios nociceptivos após dano ou 
inflamação periférica, contribuindo para a alodínia2 que com frequência está associada 
à condição de dor. É preciso ter em mente que a sensibilização periférica também pode 
contribuir para a hiperalgesia3 e alodínia por aumento da excitabilidade e redução do 
limiar de ativação dos aferentes primários. 
Portanto, muitas condições dolorosas estão envolvidas nos fenômenos de sensibilização 
periférica e central.
(Dor Orofacial. Da ciência básica à conduta clínica. Lund, Lavigne, Dubner, Sessle 
Quintessence).
DOR REFERIDA: é proveniente de um local distante do local de origem efetivo; geralmente 
referida dos tecidos viscerais a pele. Por exemplo, durante um ataque cardíaco, o encéfalo 
pode interpretar erroneamente as informações nociceptivas como de originando da pele 
ou do aspecto medial do braço esquerdo. A dor referida é explicada pela convergência e 
facilitação das informações nociceptivas de diferentes origens. A dor referida ocorre quando 
ramos de fibras nociceptivas de um órgão interno e ramos de fibras nociceptivas da pele 
convergem para o mesmo neurônio de segunda ordem na medula espinal ou tálamo e os 
neurônios centrais ficam sensibilizados (GIAMBERARDINO, 2003).
2.3. CARACTERÍSTICAS DOR AGUDA E CRÔNICA
Tabela 2. Dor aguda e crônica.
DOR AGUDA DOR CRÔNICA
CAUSAS Ameaça ou real dano tecidual
Dano tecidual continuado; fatores ambientais; 
sensibilização de neurônios vias nociceptivas; 
disfunção de sistema de controle endógeno da 
dor. 
RELATO DO 
PACIENTE
Descrição clara da localização, padrão, 
qualidade, frequência e duração. Descriçãovaga
2 alodínia – definição: dor produzida por estímulos normalmente não dolorosos).
3 hiperalgesia – definição: sensibilidade aumentada a estímulo no local da dor.
40
UNIDADE III | PROCESSAMENTO SENSORIAL: NOCICEPÇÃO E MODULAÇÃO DA DOR
DOR AGUDA DOR CRÔNICA
FUNÇÃO Aviso de dano tecidual, repouso do 
tecido para cura. 
Se dano tecidual não for continuado, nenhum 
benefício biológico, pode ter benefício social ou 
psicológico. 
CONSEQUÊNCIAS
Atividade autonômica excessiva, 
excessiva ativação neuroendócrina, se 
não adequadamente tratada, pode ser 
nociva e progredir para dor crônica. 
Graves estresses financeiros, emocionais, 
físicos e/ou sociais para a pessoa e família; 
consequências fisiológicas da inatividade. 
Fonte: (Neurociência Fundamentos para Reabilitação. Laurie Lundy-Ekman, 2011).
2.3.1. DOR NEUROPÁTICA
Definida pela Associação Internacional para o Estudo da Dor como “dor iniciada ou 
causada por uma lesão primária ou disfunção do sistema nervoso”. Mecanismo já citados 
como sensibilização periférica dos nociceptores ou sensibilização central (que ocorrem 
durante a dor aguda nociceptiva) também podem fazer parte da dor neuropática em 
adição aos mecanismos que parecem especificamente após a lesão do nervo. 
Sintomas da dor neuropática incluem parestesia, disestesia, alodinia e hiperalgia 
secundária.
Parestesia: sensação anormal indolor na ausência de estimulação nociceptiva. Parestesias 
decorrem da disfunção de neurônios e tipicamente são vivenciadas como sensações de 
formigamento ou picadas; lesões em qualquer ponto ao longo das vias nocicepticas, 
dos nervos periféricos ao córtex somatossensorial, podem produzir parestesias.
Disestesia: sensação anormal desagradável seja evocada seja espontânea. A disentesia 
espontânea é descrita como uma sensação de dor ardente, ou aguda ou elétrica.
Alodinia: dor provocada por um estímulo que normalmente não causaria dor. Ex: estímulo 
normalmente indolor ao tato; produz dor se a pele estiver queimado do sol.
Hiperalgesia secundária: sensibilidade excessiva a estímulos que normalmente são 
brandamente dolorosos em tecido não lesado. (Neurociência Fundamentos para 
Reabilitação. Laurie Lundy-Ekman).
41
UNIDADE IVPRINCÍPIOS DA 
OCLUSÃO
CAPÍTULO 1 
ENTENDENDO O CONTEXTO DA OCLUSÃO NO 
SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO
O posicionamento e a oclusão dental são extremamente importantes na função 
mastigatória. As atividades básicas de mastigação, fala e deglutição, dependem da 
posição dos dentes nos arcos dentários como também do relacionamento dos arcos 
opostos quando eles são levados a ocluir (SANTOS JUNIOR, 2002).
A oclusão refere-se ao estudo das relações estáticas (intercuspidação dentária) e 
dinâmicas (movimentos mandibulares) entre as superfícies oclusais e entre estas e 
todos os demais componentes do AE.
Como conceito, temos que a oclusão dentária é o contato entre os dentes da maxila e 
mandíbula em todas as posições e movimentos mandibulares, além disso, é o resultado 
do controle neuromuscular dos componentes do sistema mastigatório (SÁ FILHO, 2002).
Figura 23. Oclusão dentária.
Fonte: https://br.depositphotos.com/vector-images/mordida-cruzada.html.
42
UNIDADE IV | PRINCÍPIOS DA OCLUSÃO
Em geral, o conceito de oclusão varia de acordo com as especialidades na área de 
odontologia, sendo que algumas especialidades possuem suas definições baseadas na 
visão estática da dentição, enfatizando o encaixe dos dentes superiores em porções 
específicas dos dentes inferiores, poucos foram os conceitos baseados em critérios 
funcionais, sendo que o complexo dentoalveolar é altamente móvel, as considerações de 
estabilidade oclusal e homeostase são frequentemente mal compreendidas, e raramente 
mencionadas como parte do conceito de oclusão.
A ideia de uma relação funcional das superfícies oclusais, ao invés de uma relação 
apenas estática torna-se cada vez mais importante em função do reconhecimento 
de que os distúrbios funcionais do sistema mastigatório podem estar relacionados 
à má oclusão, disfunção oclusal e distúrbios de comportamento motor da cavidade 
oral, como o bruxismo. (Wheeler ́s Anatomia Dental, Fisiologia e Oclusão Por Stanley 
J. Nelson, Major M. Ash.).
Os maiores valores de força mastigatória estão nos primeiros molares e os menores 
nos incisivos, isto ocorre devido à posição de inserção dos músculos elevadores e a 
característica de maior área de suporte dentário. Quando há alterações da ATM, os 
valores da força mastigatória apresentam-se mais baixos.
Para a compreensão da oclusão, conceitos sobre a curva de Spee, curva de Wilson, guias 
de desoclusão e dimensão vertical, devem ser frisados (OKESON, 2008). Seguem alguns 
conceitos importantes para o entendimento das relações intermaxilares.
CURVA DE SPEE ou ântero-posterior: curvatura no plano sagital que se inicia a partir da 
cúspide do canino e vai até os posteriores, no sentido ântero-posterior. Sua importância 
está relacionada à estabilidade das arcadas e aos movimentos funcionais da mandíbula 
que poderão sofrer alterações.
CURVA DE WILSON ou médio-lateral: possui um sentido vestíbulo-lingual e relaciona-
se com os movimentos de lateralidade e à mastigação. De acordo com a teoria de que 
a oclusão deveria ser esférica, tal curva caracteriza-se como a curvatura das cúspides 
no plano frontal em ambos os arcos, sendo a curva no arco superior convexa e a do 
arco inferior côncava. 
43
PRINCÍPIOS DA OCLUSÃO | UNIDADE IV
Figura 24. Curva de Spee.
Fonte das imagens: ILUSTRAÇÃO: livro “Fundamentos de Oclusao em Odontologia Restauradora: Forma, 
Função e Estética /Wilson Batista Mendes. Nova Odessa, SP. Napoleão, 2013.664. ISBN: 978-85-60842-
50-6.
Figura 25. Curva de Wilson.
Fonte das imagens: ILUSTRAÇÃO: livro “Fundamentos de Oclusao em Odontologia Restauradora: Forma, 
Função e Estética /Wilson Batista Mendes. Nova Odessa, SP. Napoleão, 2013.664. ISBN: 978-85-60842-
50-6.
DIMENSÃO VERTICAL: medida vertical da face, entre dois pontos quaisquer, 
arbitrariamente selecionados e convenientemente localizados um acima e outro abaixo 
da boca, normalmente na linha mediana da face, variando entre a dimensão vertical de 
repouso e dimensão vertical de oclusão.
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UNIDADE IV | PRINCÍPIOS DA OCLUSÃO
Figura 26. Importância da DVO.
Fonte: https://www.implart.com.br/alteracoes-na-dimensao-vertical/.
Tabela 3. Dimensão Vertical.
Dimensão Vertical Importância: 
 » Eficiência funcional;
 » Influi na estética facial;
 » Mantém a ATM em posição normal;
 » Preserva os tecidos de suporte;
 » Previne a tensão e fadiga dos 
músculos mastigatórios;
 » Favorece a deglutição e a fonação. 
Fonte: Próprio autor.
Dimensão Vertical de Oclusão (DVO): altura estabelecida pelos contatos dentários. 
Dimensão Vertical de Repouso (DVR): altura estabelecida quando a mandíbula 
encontra-se em sua posição fisiológica de repouso, em que não há contato entre os 
dentes antagonistas.
Cabe conceituar que nessa altura inclui-se, além da altura determinada pelos contatos 
dentários, o espaço existente entre os dentes quando a mandíbula se encontra em 
posição de repouso, na qual o tônus muscular está em estado de equilíbrio, também 
chamado de ESPAÇO FUNCIONAL LIVRE (DANIEL TELES, 2010).
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PRINCÍPIOS DA OCLUSÃO | UNIDADE IV
Figuras 27. Diferença de DVO e DVR.
DVO DVR
Fonte: Ilustração esquemática: arquivo pessoal.
Os fatores que incidem sobre os movimentos mandibulares e os relacionam a morfologia 
oclusal são os seguintes. 
A posição fisiológica inicial: relação horizontal (RH) do côndilo na fossa ou relação 
Cêntrica. 
A direção do movimento e o plano em que ocorre; necessário, pois cada cúspide e 
superfície oclusal possuem diferentes planos. 
O tipo de movimento: rotação e translação. 
O grau do movimento e sua relação com as superfícies oclusais. 
Os significados clínicos do movimento, que expressa diferenças entre os pacientes.
1.1. MOVIMENTOS
A direção dos movimentos faz-se em relação aos planos: frontal, sagital e horizontal. 
Plano

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