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Medicina Veterinária do Coletivo & Saúde Única 01/03/21 - aula 01 - introdução ementa - medicina de abrigos - saúde coletiva - medicina veterinária legal - junção das três áreas em prol da melhoria da qualidade de vida das comunidades e seus animais de forma ética, empática e responsável, levando em consideração as políticas públicas pertinentes objetivos específicos - reconhecer o histórico do panorama atual da medicina do coletivo e saúde única, compreender o papel do médico veterinário neste contexto - analisar, discutir, elaborar e executar estratégias do manejo populacional de cães e gatos de acordo com a demanda - compreender desafios, identificar problemas sociais com visão crítica da interface entre saúde humana, animal e ambiental - ter atitude responsiva, ética e simpática perante os problemas sociais identificados - reconhecer, interpretar e empregar a legislação vigente referente a maus tratos - analisar, discutir, elaborar e executar ações referentes à medicina de abrigos de animais projeto de extensão - o conceito de saúde única aplicado ao controle populacional de cães e gatos: conscientização dos cidadãos de curitiba em uma abordagem multidisciplinar histórico da medicina do coletivo - londres: 1752 a 1762 - surto de raiva canina, ordenado o sacrifício de todos os cães errantes, com oferecimento de recompensa para quem levasse o animal morto - 1880: pasteur inicia trabalhos sobre raiva e isola o vírus da saliva do cão, evidenciando-o como principal transmissor - final do século xix: início da captura sistemática de cães errantes para controle da raiva - afogamento, envenenamento, câmaras de gás, tiro, etc - maus tratos histórico legal - brasil - década de 70: inicialmente controle da epidemia de raiva - carrocinha: captura e eliminação - durante muito tempo, foi opção para controlar doenças e superpopulação pelos centros de controle de zoonoses - crueldade com requintes - câmara de descompressão (filas estressantes, animais eram colocado em tubo onde o ar era sugado, explodindo vísceras e causando asfixia) e injeção letal (aplicação feita por funcionários sem preparo, dosagem inadequada) - impactos negativos: captura inadequada, manejo/tratadores, eutanásia/extermínio - agregou-se outras atribuições aos ccz’s: controle de roedores, vetores (entomologia), animais peçonhentos e venenosos - manual da funasa - década de 80: consolidação do sus na constituição de 1988 (zoonoses não contempladas no conjunto das legislações e normativas técnicas da saúde) - década de 90: apesar de citações de competências das zoonoses, como a eutanásia e a castração de animais como políticas públicas de saúde, faltava uma citação direta na lei orgânica da saúde (lei nº 8080/1990), bem como nas complementares - a partir de 1990: lei orgânica da saúde, instituição do sus, trouxe visão mais ampliada pra saúde - promoção, proteção e recuperação da saúde - instituição de campanhas de vacinação - o que controlou a raiva: vacinação! - não há evidências que a remoção de cães tenha impacto significativo sobre a densidade populacional canina ou na dispersão da raiva. a taxa de reposição pode ser mais alta do que a taxa de remoção e eliminação. também, a remoção pode ser inaceitável para a comunidade - oms, 2005 - a partir de 2006, vários estados brasileiros proibiram a eliminação de animais sadios como método de controle populacional - paraná: lei nº 17.422 de 18-12-2012 - fica vedado, no âmbito do estado do pr, o extermínio de cães e gatos para fins de controle de população. esta lei institui o controle ético da população de cães e gatos no âmbito do estado do paraná, contemplando: identificação e registro, esterilização, adoção, controle de criadouros e campanhas educativas em guarda responsável - mudança de paradigma: respeito à vida, porém, pode ter trazido pontos negativos impactos negativos - superlotação - aumento do tempo de permanência: locais não estavam preparados para cuidar dos animais após o tempo previsto, falta de recursos, estruturas - maus tratos - abandono e experiências anteriores - estado sanitário e nutricional - locais mal equipados e mal gerenciados - estruturas precárias - falta de recursos histórico - necessidade de novos conhecimentos para cuidar dos animais do coletivo e aumentar a qualidade de vida dos animais abrigados - clínica médica individual -> clínica coletiva - cuidados básicos - prevenção de doenças - diminuir o tempo de permanência - destinar adequadamente - aspectos comportamentais e psicológicos shelter medicine - além de responder a questões médicas, cirúrgicas e comportamentais, os veterinários de abrigos podem também ajudar a desenvolver protocolos humanitários de eutanásia ou tomar decisões sobre questões não-médicas, como limpeza ou design de abrigos. eles protegem a saúde pública por reconhecer e tratar doenças zoonóticas, e muitas vezes trabalham com agentes da lei em casos de abuso e crueldade contra os animais no brasil - as políticas públicas externas para o manejo populacional de cães e gatos nas cidades também impactam os abrigos - o mpcg é considerado uma área de aplicação da saúde única, interligando setores e diferentes profissionais - programas mpcg efetivos se traduzem em menos animais errantes e menos abandono histórico legal - brasil - portaria nº 1.138/gm/ms, de 23/05/2014 (fortalecimento e aperfeiçoamento das vigilâncias e zoonoses - estruturas denominadas de unidades de vigilância e controle de zoonoses (uvz), conforme a portaria nº 758/ms/sas, de 26/08/14 - publicação pelo ms em 2016: manual de vigilância, prevenção e controle de zoonoses: normas técnicas e operacionais - capítulo 4: controle de populações de animais de relevância para a saúde pública - lei nº 13.426, de 30/03/2017 - lei nacional do controle de natalidade de cães e gatos qual a melhor solução? - oms - 1990: as atividades isoladas de recolhimento e eliminação de cães e gatos não são efetivas para o controle da dinâmica destas populações, sendo necessário, portanto, atuar na causa do problema: a procriação animal sem controle e a falta de responsabilidade do ser humano quando à sua posse, propriedade ou guarda - multifatorial etapas do mpcg medicina veterinária do coletivo - saúde pública - medicina de abrigos - medicina veterinária forense - manejo e monitoramento animal - medicina populacional - saúde ecológica e desastres - bea - saúde pública veterinária - epidemiologia e bioestatística - programas de vigilância sanitária - controle de zoonoses - educação em saúde - vulnerabilidade social necessário trabalhar em conjunto - saúde - educação - meio ambiente - assistência social - polícia civil - ministério público - ongs ensino da mvc no brasil - conferências internacionais de medicina veterinária do coletivo - primeira disciplina de mvc para graduação foi em 2011, na ufpr - primeiro curso de especialização em mvc - 2011, sjp - primeira residência em mvc - mec, 2012, ufpr onde chegamos? - vínculo humano-animal - abordagem de saúde única - medicina veterinária comunitária saúde única - conceito que reconhece que a saúde humana está conectada com a saúde dos animais e com o meio ambiente - esforços colaborativos multidisciplinares locais, nacionais e globais para atingir um nível ótimo de saúde para as pessoas, animais e meio ambiente - importância recente devido: mudanças nas interações entre humanos, animais e meio-ambiente e mudanças facilitam doenças emergentes e reemergentes 08/03/21 - aula 02 - manejo populacional de cães e gatos introdução - esta situação foi observada na pesquisa para a saúde, realizada pelo ibge, no ano de 2013, na qual a presença de cães e gatos foi maior do que a de crianças nos lares brasileiros, com ênfase ao maior crescimento da população felinaproblemática - superpopulação de cães soltos nas ruas causas - guarda irresponsável - manutenção de ambiente favorável - insensibilização - falta de educação - desrespeito - potencial reprodutivo grande - rápido amadurecimento sexual - proles numerosas - gestação curta - proles sequenciais consequências - danos físicos - agravos - doenças - potencial zoonótico - acidentes de trânsito - poluição ambiental - incômodos (barulho, sujeira) - abandono - sofrimento animal: desnutrição, ferimentos, doenças, maus tratos qual a melhor solução? - as atividades isoladas de recolhimento e eliminação de cães e gatos não são efetivas para o controle da dinâmica destas populações, sendo necessário, portanto, atuar na causa do problema: procriação sem controle e falta de responsabilidade do ser humano - 3 métodos reconhecidos pela oms para o manejo da população canina em 2005: restrição de movimento, controle de habitat e controle reprodutivo castração é a solução? - ferramenta importante - isoladamente é eficaz - deve ser realizada em conjunto com outras estratégias que possibilitem, a médio e longo prazo, a redução de populações de animais de rua, por meio da responsabilização da sociedade, a qual é apontada como a principal fonte de reposição destes animais no espaço urbano, e do setor público, no que se refere ao manejo ético de cães e gatos - a redução do abandono e a melhoria no tipo de cuidado dos animais, em termos de restrição e supervisão, são fundamentais para diminuir a quantidade de animais de ruas, fatores que pressupõem a importância da intervenção nas populações domiciliadas manejo populacional ético de cães e gatos - conjunto de estratégias desenvolvidas para prevenir a falta de controle e o abandono animal e promover a guarda responsável, estruturadas sob a ótica da promoção da saúde da comunidade, do bem estar humano e animal e do equilíbrio ambiental objetivos 22/03/2021 - aula 03 - continuação manejo populacional de cães e gatos mpcg resumido - aumentar a idade média de vida dos animais, envelhece-los - aumentar a responsabilidade do indivíduo e comunidade - aumentar a supervisão, controle, envolvimento e interesse da comunidade - diminuir as taxas de natalidade - diminuir as taxas de mortalidade - diminuir taxa de morbidade - diminuir fluxo de animais que vão pra rua - diminuir capacidade ambiental responsabilidade legislação - políticas públicas - criação de leis específicas que regulamentem os programas de manejo populacional de cães e gatos - fiscalização e penalização resolução 962, de 27 de agosto de 2010 - normatiza os procedimentos de contracepção de cães e gatos em programas de educação e saúde, guarda responsável e esterilização cirúrgica com a finalidade de controle populacional - estende-se por programas de educação em saúde, guarda responsável e esterilização com a finalidade de controle populacional método de trabalho caracterizado pela mobilização coletiva, programada, que envolve a realização de procedimentos de esterilização de cães e gatos (m e f), em local e espaço de tempo pré-determinados, sempre precedidos ou associados a ações concomitantes de educação em saúde e guarda responsável - obrigatoriedade da anotação de r.t - aprovação do projeto junto aos crmvs com antecedência mínima de 60 dias: - - os programas com a finalidade de controle populacional deverão ter por base a educação em saúde e guarda responsável, e não apenas o fluxo de esterilizações - a perfeita realização dos procedimentos pré, trans e pós operatórios devem ser prioridade do programa, nunca colocando em risco a vida e o bea, e tendo importância secundária o número de intervenções por fase do procedimento - os procedimentos de contracepção em cães e gatos devem ocorrer em ambiente fechado, restrito, de tamanho compatível com o número e fluxo de animais a serem atendidos por fase do procedimento - toda umes deve estar vinculada a uma base técnica local de apoio previamente definida, se possível a um hospital veterinário escola de instituição de ensino superior em mv - deve ser determinado um estabelecimento médico-veterinário para encaminhamento de ocorrências de urgência ou emergência que não possam ser resolvidas no local definido para realização dos procedimentos, se possível, um hospital veterinário escola da instituição de ensino superior em mv - as ações pontuais (mutirões) e/ou programa de esterilização cirúrgica com a finalidade de controle da população somente podem ser realizados por entidades ou instituições de utilidade pública, faculdades de medicina veterinária e órgãos públicos, ou em parceria com um desses - fica vedado aos estabelecimentos veterinários realizar ações pontuais (mutirões) e/ou programa de castração sem vinculação a entidades ou instituições de utilidade pública, a faculdades de medicina veterinária e/ou a órgãos públicos, ou, ainda, sem aprovação do crmv-pr - o programa desencadeará campanhas educativas pelos meios de comunicação adequados, que propiciem a assimilação pêlo público de noções de ética sobre a guarda responsável de animais domésticos - os programas devem possuir atividades de educação sanitária, bea e guarda responsável - devem incluir: - importância da guarda responsável, alimentação conforme espécie e idade, higiene, esterilização, vacinações, controle de endo e ectoparasitas e demais itens para assegurar o bea - zoonoses e impactos da população de cães errantes (sem acompanhamento) na comunidade - importância de acompanhamento periódico por profissional médico-veterinário para garantir a saúde, o bea e a evolução de seus animais de estimação - a responsabilidade do tutor do animal em propiciar assistência veterinária sempre que preciso - explicação básica sobre a senciência animal e a importância do respeito aos animais - preferencialmente a campanha também será inserida no ensino básico municipal e, se possível, nos demais níveis - as ações pontuais (mutirões) e/ou programa de esterilização cirúrgico devem ser realizados em área física que contemple salas para pré-operatório, antissepsia e paramentação - os mutirões e programas de esterilização cirúrgica devem realizar o registro e a identificação dos animais atendidos com métodos permanentes, preferencialmente identificação eletrônica (microchip) - recomenda-se associação com método de identificação externa - é obrigatório o exame clínico prévio, a elaboração de prontuário individual e a formalização das autorizações (anestesia/cirurgia) - esses documentos devem estar disponíveis no local para a consulta dos médicos veterinários da equipe e da fiscalização crmv-pr - é vedado submeter à cirurgia animais com evidência de prenhez ou alteração incompatível com a cirurgia - recomenda-se prévia vacinação espécie-específica e antirrábica, com no mínimo 15 dias de antecedência - devem ser entregues orientações pré-op por escrito aos responsáveis - os procedimentos devem seguir os princípios da assepsia cirúrgica e de segurança do paciente 22/03/2021 - aula 04 - medicina de abrigos - conhecimento aplicado da mv ao estudo dos fatores que influenciam a manutenção de animais do coletivo para promover a melhor qualidade de vida de animais abrigados - foi reconhecida formalmente associação americana de medicina veterinária como uma especialidade em 2014 - integra conhecimentos médicos, sanitários, ambientais e de gestão das populações animais mantidas em abrigos, com o objetivo de zelar pela saúde e bea dos animais e pessoas - envolve o entendimento do abrigo como um sistema com inúmeras variáveis que devem ser consideradas para se atingir bons níveis de bea e um ambiente saudável de trabalho - arquitetura do local, áreas existentes (quarentena, isolamento, animais sadios), protocolos de entrada e saída, programas preventivos,capacitação dos funcionários, administração do local, entre outros - a medicina de abrigos engloba toda a política interna dos locais que fazem a manutenção de cães e gatos no coletivo, mas que têm relação direta e sofrem com as consequência das políticas externas de mpcg - deve incluir conhecimentos técnicos para que os animais possam ser reintroduzidos na sociedade sem apresentarem riscos abrigos - objetivos - ser um refúgio seguro para os animais que deles precisam, no âmbito de uma política de captura altamente seletiva - funcionar como local de passagem, buscando reabilitá-los, ressocializá-los e reintroduzi-los na sociedade por meio da adoção - ser um núcleo de referência em programas de cuidados veterinários, controle, bea, e projetos educativos quanto a guarda responsável, trabalhando para a prevenção do abandono - implementar a saúde e bea de animais abrigados por meio da prevenção de doenças abrigos como local de passagem - políticas internas rígidas - recursos humanos capacitados - investimento nas ações preventivas - promoção da adoção abrigos no brasil - públicos: centros de triagem, canis municipais, unidades de vigilância de zoonoses - provados: protetores independentes e lares transitórios - terceiro setor - ongs o médico veterinário nos abrigos - o bom funcionamento do abrigo e as condições de bea dependem diretamente da atuação do mv - resolução cfmv 1069/14: dispõe sobre as diretrizes gerais de rt em estabelecimentos comerciais de exposição, higiene, estética e venda ou doação de animais, e dá outras províncias - lei federal 5517/1968 e res. 683/2001: obrigatoriedade de um rt com formação em mv para ocupação da direção técnica do estabelecimento, que deve ser formalizada através da anotação de rt planejamento - metas e objetivos bem definidos - políticas rigorosas - protocolos para cada etapa do processo - levar em consideração o bea - estrutura adequada - otimizar o gerenciamento de recursos - capacitação da equipe envolvida capacidade de prover cuidados (cpc) - atendimento às necessidades de todos os animais admitidos em um abrigo, independentemente de como chegaram, quando chegaram, idade, estado de saúde e personalidade estrutura adequada - espécie - número - tempo - bea localização - o local escolhido não deve estar próximo de escolar, hospitais ou indústrias de alimentos, e deve conter uma vizinhança receptiva a sua atividade - ainda, a localização deve estar de acordo com o zoneamento municipal: em alguns municípios que não possuem área rural a criação de animais não é permitida número de animais - segundo a wpa, o número máximo de animais num canil deve ser de 100 cães, com área aproximada de 5m² por animal - a legislação municipal pode estabelecer o número de animais permitidos de acordo com a área física disponível estrutura mínima sugerida para um abrigo - recepção e escritório - quarentena - baias com solário - áreas de lazer - depósito de alimentos - ambulatório - sala de banho e tosa - setor de sustentação fluxo de animais - protocolos de admissão e saída de animais - documentos, registros e prontuários medidas preventivas - higienização; protocolos; pop - mv rt - fluxo protocolos de vacinação e vermifugação - protocolos devem ser personalizados para cada instalação, reconhecendo que nenhum protocolo universal se aplicará às circunstâncias de todos os abrigos - imunidade populacional - proteção individual - na admissão ou entrada - independente da saúde ou condição corporal 29/03/2021 - aula 05 - continuação manejo populacional de cães e gatos a falta de programas preventivos - surtos de doenças - mortes desnecessárias - altas taxas de eutanásia - aumento dos custos de manutenção manutenção - funcionários capacitados e em número adequado - nutrição adequada - quantidade, qualidade e frequência; considerar espécie, estado de saúde ou fisiológico, idade - fornecimento de água - limpeza - deve-se no mínimo dedicar 15 minutos diários à alimentação de cada animal alojado no abrigo e à limpeza de cada recinto: 9 minutos para a limpeza, 6 minutos para a alimentação - avaliação de saúde periodicamente - necessidades comportamentais bem estar animal - o bea deve ser constantemente avaliado - realizada por meio de análise da promoção das cinco liberdades ferramentas utilizadas - shelter quality - ferramenta utilizada na avaliação do bea de cães em abrigos - 4 princípios e 3 níveis de avaliação - princípios: alimentação; conforto; saúde; comportamento - níveis: abrigo; canil; indivíduo avaliação comportamental - deve ser considerado na estrutura do abrigo - eua: abrigos aceitam animais deixados pelos proprietários - brasil: acolhe somente animais em situação de risco destinação - protocolos de saída - adoção - animais saudáveis e castrados - socialização; modulação comportamental - seleção das famílias; avaliação do perfil - monitoramento - eutanásia? avaliação da dinâmica populacional (dp) em abrigos de cães e gatos - maneira de avaliar como o trabalho está sendo realizado e se está ou não atingindo seus objetivos - forma eficiente de evitar a alta densidade populacional e as consequências negativas que ela traz para os animais - grande quantidade de lesões; doenças e mortes; em virtude do alto nível de estresse e de contaminação; do espaço; do conforto; da qualidade e da quantidade de alimento reduzidos; e da alta frequência de brigas e de diferentes alterações comportamentais - ajuda a garantir que a quantidade de funcionários seja adequada para tratar de todos os animais - cada entrada e saída dos animais (adoção, eutanásia ou morte) deve ser bem documentada, assim como qualquer ocorrência que venha a acontecer ao longo da estadia do animal - o rastreamento da incidência de doenças na entrada (enfermidades preexistentes) e durante a permanência no abrigo (por exposição prévia ou adquirida no alojamento) também é uma prática recomendada importância dos abrigos - animais agressivos e problemáticos - crueldade animal ou negligência - quarentena > zoonoses - recuperação dos animais abandonados - adoção - podem auxiliar nas ações de educação da comunidade abrigo é a solução? - trata a consequência do abandono e não a causa -> solução temporária - pode até piorar o problema -> fomentar o abandono - pode ser oneroso e demandar tempo para administrar - isoladamente -> não irá solucionar a questão dos cães de rua a longo prazo - os abrigos são caros e requerem planejamento e organização lares temporários - espaço doméstico onde se cuida de um animal resgatado, que será em breve encaminhado para adoção - alternativa para construção de novos abrigos - parceria entre poder público e ongs / protetores independentes - pode ser mais efetivo, mais eficiente e proporcionar melhores condições de bem-estar aos animais considerações finais - os abrigos e lts não são a solução para um efetivo controle populacional e nem para o fim do abandono de cães e gatos, mas são fundamentais como casas de passagem - para diminuir o número de animais não domiciliados, mantê-los em um bom nível de bea e minimizar os riscos que possam representar para a saúde humana e de outros seres, é necessário implantar um programa de manejo 05/04/2021 - aula 06 - transtorno de acumulação e o impacto na saúde única transtorno de acumulação - dificuldade persistente em se desfazer de objetos ou animais, movida por uma necessidade de salvá-los e angústia em separar-se deles. acumulação - desorganização e obstrução consequências prejudiciais - emocionais, físicas, sociais, financeiras e legais - a pessoa não precisa morar no local que ela acumula, pode ser em outro local, etc. - causa danos ao indivíduo, familiares, comunidade, meio ambiente, animais, etc. fator desencadeanteou de exacerbação - em geral, os acumuladores, sofreram algum trauma no percurso da vida, como por exemplo, perda, abandono, violência a compulsão de acumular funciona como uma ferramenta de autocompensação início jovem (11-15 anos) com piora funcional a partir dos 30 anos acumulação de animais - ausência de padrões mínimos de saneamento, espaço, alimentação e cuidados veterinários - incapacidade de reconhecer os efeitos dessas falhas no bem-estar dos animais, na família e no meio ambiente - obsessão por acumular cada vez um número maior de animais, independentemente da progressiva deterioração das condições - negação ou minimização dos problemas - para se considerar acumulador tem que associar essas 4 características e o conceito de acumulador - uma pessoa pode ter 10 animais e não ser acumulador, uma pessoa pode ter 5 e ser acumulador, tudo depende de uma avaliação. acumulação x proteção - proteção: Tem um fluxo, cuidados com os animais, doação, etc. - já na acumulação não temos isso. - protetor pode virar acumulador acumulação de animais x objetos: - as diferenças mais proeminentes entre a acumulação de animais e objetos são a extensão das condições insalubres e o insight mais pobre na acumulação de animais → fezes, urina, animais mortos - frequentemente acumulam uma espécie animal, enquanto acumuladores de objetos acumulam diferentes tipos de objetos. perfil em curitiba: - mulheres – 62,3% - idosas – 57,9% - renda de até 1 salário mínimo (50,72%) - escolaridade ate o ensino fundamental (63,76%) - vivendo sozinha ( 39,13%) ou com outra pessoa (30,43%) - com problemas de saúde (76,81%) e com acompanhamento da família (84,05%) - 1114 animais em 40 casos - 27,85 animais por caso: - 724 cães - 390 gatos - proliferação de vetores 61/69 (88,40%) - odor desagradável 45/69 (65,21%) - risco de incêndio 24/69 (34,78%) - risco de desabamento 9/69 (13,04%) - risco de incêndio e desabamento vistos em acumuladores de objetos (+ frequente) risco à saúde única: - superlotação, falta de espaço e confinamento - disputa por território, brigas - estresse, barulho - disputa por alimento, fome, desnutrição - disputa por atenção - susceptibilidade a doenças - situações de maus tratos - condições insalubres (fezes, urina, etc) estratégias de intervenção sob a ótica da saúde única: - problemática complexa que envolve diversos fatores - demanda crescente da população - apenas a aplicação de lei não resolve - ações isolada 100% de recidiva dos casos - impactos negativos na saúde e bem-estar de todos - ações colaborativas de diversos setores - faltam políticas públicas específicas qual nosso objetivo? - estratégias de abordagem: estudos internacionais demonstram que a solução reside na abordagem multidisciplinar atendimento psiquiátrico → psicólogos → nasf → assistentes sociais → médicos veterinários → agentes do meio ambiente → saúde pública e zoonoses → protetores de animais → profissionais da área do direito → bombeiros → defesa civil família, comunidade → voluntários - tentar entender cada pessoa, negociar, fazer acordos - valorizar pequenos avanços - acompanhamento a longo prazo aspectos importantes na abordagem - identificação - grupo de trabalho intersetorial - vinculação > encaminhamentos em consenso - ações de intervenção > projeto terapêutico singular (psicologia; psiquiatria; saúde; família; auxílios; manejo dos animais) - monitoramento limpeza do terreno e remoção dos animais - ideal: em consentimento com o acumulador e gradativamente - remoção de todos os animais e objetos isoladamente > solução temporária - o foco não deve ser o acúmulo - qualidade de vida da pessoa - consequências - preparo? planejamento das ações - remoção dos animais - recursos disponíveis - triagem - para onde vão os animais? abrigo? uvz? eutanásia? adoção? - os animais podem ter consequências duradouras e irreversíveis mesmo depois de resgatados, apresentando problemas de saúde ou comportamentais que podem torná-los inadequados para adoção manejo populacional - contagem dos animais - identificação - separação de machos e fêmeas - castração - adoção gradativa 12/04/2021 - aula 07 - medicina veterinária legal - ciência que trata da aplicação dos conhecimentos técnicos e científicos próprios da medicina veterinária ao esclarecimento de questões judiciais, à formulação de normas e em auxílio do direito e à justiça - especialidade reconhecida pelo cfmv - envolve a atuação do mv como perito, assistente técnico, consultor ou auditor - médico veterinário especialista em medicina veterinária legal - prova de título da abmvl - resolução nº 1179, de 17/10/17 - atualmente, este tema tem assumido grande importância, principalmente em função do crescente número de processos judiciais amparo Legal - lei 5.517/1968 - art. 5 É da competência privativa do médico veterinário o exercício das seguintes atividades e funções: a peritagem sobre animais, identificação, defeitos, vícios, doenças, acidentes e exames técnicos em questões judiciais as perícias, exames e as pesquisas reveladores de fraudes ou operação dolosa nos animais, inscritos nas competições desportivas ou nas exposições pecuárias - art. 6 Constitui, ainda, competência do médico veterinário o exercício de atividades ou funções públicas e particulares, relacionadas com: a avaliação e peritagem relativas aos animais para fins administrativos de crédito e de seguro. os exames periciais tecnológicos e sanitários dos subprodutos da indústria animal código de ética do mv 722 lei 9.605/1998 e lei 14.064/2020 lei sansão constituição federal 1988 leis estaduais e municipais resoluções do cfmv/crmv perito - é o auxiliar da Justiça, pessoa hábil que tenha conhecimento em determinada área técnica ou científica e que, sendo nomeado por autoridade competente, deverá esclarecer um fato de natureza temporária ou permanente, por meio do laudo pericial e respostas aos quesitos. - qualquer pessoa de moral incorrupta, de amplo conhecimento técnico e de confiança dos juízes. assistente técnico perícia veterinária forense - fundamental nas situações onde a justiça se julga incapaz de analisar aspectos técnicos determinantes ao processo, a perícia veterinária forense se divide em criminal e cível perícia criminal - busca a elucidação de crimes - é realizada por servidores públicos – concurso – os conhecidos peritos oficiais; - quando não há disponibilidade de peritos oficiais, o juiz pode nomear 2 profissionais idôneos – que inspirem confiança ao magistrado – e de preferência, com especialização na área. - as perícias oficiais são disciplinadas pela lei n° 12.030/2009 e pelo código de processo penal (cpp) perícia cível - pode ser realizada por um perito sem vínculo empregatício com a justiça - a prestação do serviço ocorre por determinação judicial, sendo considerado um auxiliar de justiça – Art. 139 do cpc perícia extrajudicial - realizada para dar subsídios ao esclarecimento dos fatos sem necessidade de processo judicial, portanto por fora da tutela do poder judiciário. - pode ser contratada por uma das partes interessadas ou por consenso entre os requisitantes. - é comum entre as partes o compromisso de aceitação do resultado apresentado no laudo de perícia extrajudicial. - como, neste caso, o profissional conta com a confiança dos requisitantes não há necessidade de contratação de assistente técnico áreas de atuação do mv em peritagem vistoria - é o ato pelo qual os peritos procedem à inspeção, mediante exame circunstanciado e descrição minuciosa dos elementos, com critérios de detalhamento de bens imóveis ou locais que interessem para a solução da lide (problema/conflito) exame - é o ato pelo qual os peritos procedem à inspeção atenta e minuciosa de animais, documentos,livros e coisas móveis que interessem para a solução da lide, efetuando análise e verificação dos detalhes que indiquem com segurança a verdade avaliação - é o ato para determinar tecnicamente o valor monetário de bens, coisas e animais, bem como seus frutos e gravames diligência - é o ato de ofício praticado pelo perito ou assistente técnico ou deslocamento da sede para obtenção de dados ou informações de interesse da perícia. indagação - é a busca de informações mediante entrevista com pessoas que têm informação sobre o objeto da perícia laudo pericial - é uma peça técnica elaborada por perito, resultado do que foi observado na perícia e nas diligências - compreende a introdução, exposição com narrativa metódica e organizada, fundamentação e conclusão. parecer técnico - é uma peça técnica elaborada pelo assistente técnico das partes no processo judicial, contendo manifestação sobre o fato controvertido quesitos - são as perguntas ou questões de caráter técnico elaboradas pelas partes ou pelo juiz a respeito dos fatos, sub judice as quais serão respondidas pelo perito para esclarecimento do juízo.