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INTRODUÇÃO O equilíbrio de fases de um sistema é alcançado quando seus componentes apresentam potenciais químicos iguais em todas as fases. Considerando as fases em equilíbrio, a chamada Regra das fases de Gibbs fornece uma relação entre o número de constituintes e fases presentes no sistema com o grau de liberdade, ou seja, o número de propriedades intensivas (temperatura, pressão, concentração de todos os componentes em cada fase) que podem ser livremente variadas sem perturbar o estado de equilíbrio. A Regra das fases é dada pela equação: F = C - P + 2 onde F é o grau de liberdade, C é o número de constituintes e P é o número de fases no sistema.[1] Já os diagramas de fases são gráficos que conseguem mostrar as regiões de pressão, temperatura e composição onde se têm estabilidade de fases. Um exemplo clássico é o diagrama da água (Figura 1) onde é possível observar as curvas de transição que separam as regiões e mostram os pontos nos quais duas fases coexistem em equilíbrio, o ponto triplo onde as três fases coexistem e o ponto crítico no qual a densidade do gás fica igual a do líquido remanescente e as fases se misturam.[1] Figura 1. Diagrama de fases da água Para a representação de um sistema de três substâncias é utilizado o diagrama ternário (Figura 2). Ele consiste em um triângulo equilátero onde cada lado é dividido em partes iguais, correspondendo as porcentagens de cada componente. Por convenção, nesse diagrama a pressão e a temperatura são consideradas constantes. Os vértices do triângulo indicam onde a concentração da substância é igual a 100% e o lado oposto a este vértice indica onde a concentração da substância equivale a 0%. Quando duas das substâncias são parcialmente solúveis, o diagrama ternário apresenta uma curva que liga dois pontos do lado do triângulo correspondente às quantidade presentes dessas substâncias, chamada curva de solubilidade. Essa curva delimita a região onde a composição da mistura permite a solubilidade das duas substâncias. [1] Figura 2. Esquema de um diagrama ternário OBJETIVO Estudar a miscibilidade no sistema ternário água/ácido acético/clorofórmio e construir o diagrama ternário do mesmo. PARTE EXPERIMENTAL 1. MATERIAIS E REAGENTES: - Erlenmayers - Buretas - Garras - Mufas - Água - Ácido acético - Clorofórmio 2. PROCEDIMENTOS: Cada uma das misturas binárias indicadas na Tabela 1 foi preparada em erlenmayers com o auxílio de buretas contendo os componentes. O terceiro componente de cada uma das misturas foi adicionado lentamente, também com a ajuda de buretas, sempre agitando a mistura até o aparecimento de turvação permanente. Foram anotados os volumes exatos acrescentados de cada um dos terceiros componentes. RESULTADOS E DISCUSSÃO Para o desenvolvimento do diagrama ternário, era necessário o preenchimento da tabela abaixo (Tabela 1) através de experimentos laboratoriais. Em cada frasco era colocado os valores determinados e em seguida era feita uma titulação para se determinar os volumes desconhecidos. Tabela 1. Misturas para a determinação do diagrama de fases Frasco Volume H2O (mL) Volume HAc (mL) Volume CHCl3 (mL) 1 24 16 Determinar 2 8 12 Determinar 3 5 15 Determinar 4 1 9 Determinar 5 Determinar 4 36 6 Determinar 5 15 7 Determinar 8 12 8 Determinar 12 8 Para cada frasco era adicionado volumes dos titulantes até a formação de uma solução turva. Os valores encontrados estão na Tabela 2. Tabela 1. Volumes das misturas para a determinação do diagrama de fases ternário. Frasco Volume H2O (mL) Volume HAc (mL) Volume CHCl3 (mL) 1 24 16 1,7 2 8 12 2,8 3 5 15 12,6 4 1 9 18,7 5 0,7 4 36 6 0,4 5 15 7 1,6 8 12 8 5,5 12 8 Em cada frasco foi calculada a porcentagem de cada volume em relação ao volume total do frasco. A conta foi realizada por regra de três, onde o volume total do frasco era 100% e se achava as porcentagens dos volumes para cada sustância (Tabela 3). Tabela 3. Porcentagens de cada composto presente em cada frasco. Frasco % H2O % HAc % CHCl3 1 57,55 38,37 4,08 2 35,09 52,63 12,28 3 15,34 46,01 38,65 4 3,48 31,36 65,16 5 1,72 9,83 88,45 6 1,96 24,51 73,53 7 7,41 37,04 55,55 8 21,57 47,06 31,37 Os valores da porcentagem de cada volume foram usados para a construção de um diagrama ternário conforme figura 1. Figura 1. Diagrama ternário para a solução Água - Ácido Acético – Clorofórmio. No diagrama a parte que se encontra interior à curva de solubilidade é a região onde se tem duas fases em equilíbrio, uma rica em água, mas que também contém pequenas quantidades dos outros componentes dissolvidos, e outra rica em clorofórmio que também contém quantidades dissolvidas dos outros. Isso porque a água e o clorofórmio são parcialmente miscíveis, enquanto que o ácido acético é completamente miscível em cada um deles. Acima da linha de solubilidade tem-se uma região monofásica, onde os três componentes são completamente miscíveis. Após a determinação dos pontos de solubilidade, confirmou-se a baixa miscibilidade entre a água e o clorofórmio. Por este mesmo parâmetro, verificou-se a maior solubilização, mesmo que discreta, de água em grandes volumes de clorofórmio que a situação inversa, solubilização de clorofórmio em volumes maiores de água. Os pontos que estão fora da curva podem ser atribuídos a erros durante o experimento, tanto quanto a determinação do ponto final na titulação, ou seja, quanto a solução apresentava coloração turva, ou a vidrarias mal calibradas. Um outro motivo pode ser também a diferença de solubilidade do ácido acético na água e no clorofórmio. CONCLUSÃO Conclui-se com o experimento realizado, que pode-se ter em equilíbrio soluções praticamente imiscíveis como a água e o clorofórmio, basta para isso adicionar um outro liquido que solubilize ambos que no caso deste experimento foi o ácido acético. Pode-se observar também que comparando duas misturas, uma com uma grande quantidade de água e outra com grande quantidade de clorofórmio, a mistura que necessita de menor volume de ácido acético para se solubilizar totalmente é a que contém uma grande quantidade de clorofórmio. A partir disso podemos dizer que o ácido acético é mais solúvel em clorofórmio. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CASTELLAN, G. Fundamentos de Físico-Química. 1ª ed. Rio de Janeiro: Editora LTC, 1986.
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