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1. INTRODUÇÃO Para se descrever um sistema químico, são necessárias determinadas variáveis, que podem ser independentes ou dependentes umas das outras, através de algum tipo de relação. Em um sistema, o número de variáveis independentes é, então, o número de variáveis totais que descrevem o sistema menos o número de relações independente é, então, o número de variáveis totais que descrevem o sistema menos o número de relações que existem entre elas. A melhor forma de ilustrar esse equilíbrio é através do diagrama de fases ou diagrama de equilíbrio, que mostra o equilíbrio entre várias fases constituintes de um sistema. Fase é qualquer parte fisicamente distinta e homogênea de um sistema, separada das outras partes do sistema por superfícies definidas. O número de componentes é o menor número de constituintes químicos independentes por meio dos quais é possível expressar uma fase. A regra das fases fornece o número de variáveis independentes de um sistema heterogêneo. Por exemplo, se tivermos um sistema contendo C componentes, e P fases, são necessárias as seguintes variáveis para descrever o sistema: temperatura, pressão e composição de cada componente C em cada das P fases, dando um total de CP + 2 variáveis. Como a fração molar de qualquer componente em qualquer fase pode ser determinada desde que se saiba as frações molares de todos os demais e, se as P fases estão em equilíbrio, cada componente deve ter o mesmo potencial químico em todas as fases, chega-se finalmente ao número de variáveis independentes (F) que caracterizam o sistema: F = C – P + 2 (regra das fases) Em um sistema ternário, temos: F = 3 – P + 2 = 5 – P. Se este sistema possuir uma fase, têm-se quatro variáveis independentes que caracterizam o sistema: temperatura, pressão e composição molar de dois componentes. A representação gráfica deste sistema somente se daria em um espaço de quatro dimensões. Fixando-se a temperatura e a pressão, F passa a ser igual a 2 e a representação gráfica do sistema pode ser feita no espaço bidimensional, sob a forma triangular, onde cada vértice corresponde a um dos componentes puro ( figura 1). Figura 1: Sistema Ternário (representação gráfica) No triângulo acima representado, nos vértices encontramos as substâncias A, B e C puras. Cada lado do triângulo representa as composições de misturas binárias (ou seja, formadas por apenas dois dos componentes). Pontos situados no interior do triângulo representam as composições de sistemas formados por três componentes. A determinação da composição de um sistema qualquer formado por três componentes é feita traçando-se, pelo ponto que representa o sistema, linhas paralelas aos lados do triângulo e fazendo-se a leitura da composição sobre o lado do triângulo no qual se representa a composição de cada componente. No experimento, foi posto em prática os conhecimentos em sistemas ternários, objetivando representar as suas diferentes composições. Para isso, foi usado o método que utiliza o diagrama plano (triangulo equilátero), que é o método das paralelas. 2. OBJETIVO Construir o diagrama de fases do sistema ternário água-clorofórmio-álcool etílico obtendo a linha de solubilidade das misturas. . 3. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS 3.1 Materiais utilizados: ● Pipeta; ● Tubos de ensaio; ● Bureta; ● Suporte com garras; ● Béquer. Reagentes Utilizados: ● Água destilada; ● Clorofórmio; ● Álcool etílico. 3.2 Procedimento experimental ● Inicialmente organizou-se os materiais e reagentes que seriam utilizados. Em seguida, 9 tubos de ensaio foram postos em um suporte e adicionou-se em cada um, volumes de água e clorofórmio como mostrado no Quadro 1. ● ● Quadro 1: Valores para preparo de misturas Tubos H2O v (mL) Clorofórmio v (mL) 1 0,5 2,5 2 1,0 2,5 3 2,0 2,5 4 3,0 2,5 5 5,0 2,5 6 5,0 0,3 7 5,0 0,5 8 0,3 5,0 9 0,5 5,0 ● ● Posteriormente, o álcool etílico foi colocado em duas buretas, o qual foi retirada as bolhas e zerada. ● Verificou-se a temperatura. ● Começou-se a titulação, deixando o álcool escorrer da bureta para o tubo de ensaio sob agitação vigorosa até que se a mistura se tornasse turva e em seguida essa turbidez desaparecesse, indicando o ponto final da titulação. ● Mediu-se o volume de álcool etílico gasto para cada tubo de ensaio. ● Verificou-se a temperatura. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ● Temperatura Ambiente Inicial (T1) = 23ºC ● Temperatura Ambiente Final (T2) = 23ºC Quadro 1: Anotação Experimental Tubos H2O mL Clorofórmio mL CHCl3 C2H5OH mL 1 0,5 2,5 2,5 2 1,0 2,5 4,6 3 2,0 2,5 6,2 4 3,0 2,5 6,8 5 5,0 2,5 9,9 6 5,0 0,3 6,6 7 5,0 0.5 5,1 8 0,3 5,0 6,1 9 0,5 5,0 6,5 4.1 Aplicação dos Resultados Experimentais 4.1.1 O que significa o aparecimento da turbidez ao adicionar álcool etílico na mistura água + benzeno? A água mais o clorofórmio forma o par parcialmente miscível, onde observamos apenas uma fase dentro do tubo de ensaio. Quando adicionamos o álcool etílico (miscível na água), a solubilidade que existia entre os compostos que já estavam no tubo é alterada, ocorrendo uma diminuição. Um fato curioso que ocorre se dá quando o álcool etílico dissolve-se completamente em um dos componentes, onde a solubilidade da mistura é elevada, o que explica o desaparecimento da turbidez. Já a turbidez ocorre quando adicionamos o álcool na mistura, que foi explicado acima. 4.1.2 Qual a função do álcool etílico? No sistema estudado trata-se de um equilíbrio físico ou químico? O álcool etílico possui a função de elevar a solubilidade existente entre a água e o clorofórmio. E o equilíbrio do sistema estudado é um equilíbrio físico. 4.1.3 Calcular a composição de cada solução nos pontos em que a turvação desaparece, em percentagem em massa (composição mássica ou molar). Quadro 2 Tubos H2O (g) H2O (%) Clorofórmi o (g) Clorofórmi o (%) C2H5OH (g) C2H5OH (%) 1 0,4987 8 3,5647 59 1,975 33 2 0,99753 8 12 3,7397 45 3,634 43 3 1,9950 19 3,5647 34 4,898 47 4 2,9926 25 3,5647 30 5,372 45 5 4,9876 36 3,5647 26 5,214 38 6 4,9876 47 0,4277 4 5,214 49 7 4,9876 51 0,7129 8 4,029 41 8 0,2992 2 7,1286 58 4,819 40 9 0,4987 5 7,1295 66 3,185 29 Usou-se os valores da densidade () tanto da água como do clorofórmio, respectivamente do experimento 1 e o experimento 6 , e para o álcool foi encontrado na literatura. Tubo 1 Calculo da massa: Para água: ρ=m/v → 0,997538= m/0,5 → m= 0,4987 g Para o Clorofórmio: ρ=m/v → 1,4259= m/2,5 → m= 3,5647 g Para o álcool: ρ=m/v → 0,79 = m/2,5 → m= 1,975 g Massa total = 6,0384 g Calculo da fração mássica: Xágua = 0,4987/6,0384 = 0,0825 x 100% = 8,25 % Aproximadamente 8% Xcloroformio = 3,5647 /6,0384 = 0,5903 x 100% = 59,03% Aproximadamente 59% Xálcool = 1,975/6,0384= 0,3270 x 100% = 32,70% Aproximadamente 33 % Tubo 2 Calculo da massa: Para água: ρ=m/v → 0,997538= m/1,0 → m= 0,9975 g Para o Clorofórmio: ρ=m/v → 1,4259= m/2,5 → m= 3,7397 g Para o álcool: ρ=m/v → 0,79 = m/4,6 → m= 3,634 g Massa total = 8,3712 g Cálculo da fração mássica: Xágua = 0,9975/8,3712 = 0,1191 x 100% = 11,91 % Aproximadamente 12 % Xcloroformio = 3,7397/8,3712 = 0,4467 x 100% = 44,67% Aproximadamente 45 % Xálcool = 3,634/8,3712 = 0,4341 x 100% = 43,41% Aproximadamente 43 % Tubo 3 Cálculo da massa: Para água: ρ=m/v → 0,997538= m/2,0 → m= 1,9950 g Para o Clorofórmio: ρ=m/v → 1,4259= m/2,5 → m= 3,5647 g Para o álcool: ρ=m/v → 0,79 = m/6,2 → m= 4,898 g Massa total = 10,4577 g Cálculo da fração mássica: Xágua = 1,9950 /10,4577= 0,1907 x 100% = 19,07 % Aproximadamente 19 % Xcloroformio = 3,5647/10,4577 = 0,3408 x 100% = 34,08% Aproximadamente 34 % Xálcool = 4,898/10,4577 = 0,4683 x 100% = 46,83% Aproximadamente 47 % Tubo 4 Cálculo da massa: Para água: ρ=m/v → 0,997538= m/3,0 → m= 2,9926 g Para o Clorofórmio: ρ=m/v → 1,4259= m/2,5 → m= 3,5647 g Para o álcool: ρ=m/v → 0,79 = m/6,8 → m= 5,372 g Massa total = 11,7713 g Cálculo da fração mássica: Xágua = 2,9926 /11,7713 = 0,2542 x 100% = 25,42% Aproximadamente 25 % Xcloroformio = 3,5647/11,7713 = 0,3028 x 100% = 30,28% Aproximadamente 30 % Xálcool = 5,214 /11,7713 = 0,4429 x 100% = 44,29% Aproximadamente 45 % Tubo 5 Cálculo da massa: Para água: ρ=m/v → 0,997538= m/5,0 → m= 4,9876 g Para o Clorofórmio: ρ=m/v → 1,4259= m/2,5 → m= 3,5647 g Para o álcool: ρ=m/v → 0,79 = m/6,6 → m= 5,214 g Massa total = 13,7663 g Calculo da fração mássica: Xágua = 4,9876/ 13,7663 = 0,3623 x 100% = 36,23 % Aproximadamente 36 % Xcloroformio = 3,5647/13,7663 = 0,2589 x 100% = 25,89 % Aproximadamente 26 % Xálcool = 5,214 /13,7663 = 0,3787 x 100% = 37,87 % Aproximadamente 38 % Tubo 6 Cálculo da massa: Para água: ρ=m/v → 0,997538= m/5,0 → m= 4,9876 g Para o Clorofórmio: ρ=m/v → 1,4259= m/0,3 → m= 0,4277 g Para o álcool: ρ=m/v → 0,79 = m/6,6 → m= 5,214 g Massa total = 10,6393 g Cálculo da fração mássica: Xágua = 4,9876/10,6393 = 0,4687 x 100% = 46,87% Aproximadamente 47% Xcloroformio = 0,4277/10,6393 = 0,0402 x 100% = 4,02% Aproximadamente 4 % Xálcool = 5,214/10,6393 = 0,4900 x 100% = 49,00% Aproximadamente 49 % Tubo 7 Cálculo da massa: Para água: ρ=m/v → 0,997538= m/5,0 → m= 4,9876 g Para o Clorofórmio: ρ=m/v → 1,4259= m/0,5 → m= 0,7129 g Para o álcool: ρ=m/v → 0,79 = m/5,1 → m= 4,029 g Massa total = 9,7295 g Cálculo da fração mássica: Xágua = 4,9876 / 9,7295 = 0,5126 x 100% = 51,26 % Aproximadamente 51 % Xcloroformio = 0,7129/9,7295 = 0,0732 x 100% = 7,32 % Aproximadamente 8 % Xálcool = 4,029/9,7295 = 0,4141 x 100% = 41,41 % Aproximadamente 41 % Tubo 8 Cálculo da massa: Para água: ρ=m/v → 0,997538= m/0,3 → m= 0.2992 g Para o Clorofórmio: ρ=m/v → 1,4259= m/5,0 → m= 7,1295 g Para o álcool: ρ=m/v → 0,79 = m/6,1 → m= 4,819 g Massa total = 12,2477 g Cálculo da fração mássica: Xágua = 0.2987/ 12,2477 = 0,0243 x 100% = 2,43 % Aproximadamente 2% Xcloroformio = 7,1295/ 12,2477 = 0,5821 x 100% = 58,21% Aproximadamente 58 % Xálcool = 4,819/12,2477 = 0,3934 x 100% = 39,34% Aproximadamente 40 % Tubo 9 Cálculo da massa: Para água: ρ=m/v → 0,997538 = m/0,5 → m= 0,4987 g Para o Clorofórmio: ρ=m/v → 1,4259= m/5,0 → m= 7,1295 g Para o álcool: ρ=m/v → 0,79 = m/6,5 → m= 3,185 g Massa total = 10,8132 g Cálculo da fração mássica: Xágua = 0.4987 / 10,8132 = 0,0461 x 100% = 4,61 % Aproximadamente 5 % Xcloroformio = 7,1295 /10,8132 = 0,6593 x 100% = 65,93% Aproximadamente 66 % Xálcool = 3,185/10,8132 = 0,2945 x 100% = 29,45% Aproximadamente 29 % 4.1.4 Num triângulo equilátero colocar os pontos representativos de cada mistura. Traçar a curva binodal do sistema estudado. (Em anexo) 4.1.5 Identificar, claramente, cada uma das regiões do diagrama. (Em anexo) 4.1.6 O sistema estudado trata de três líquidos constituídos de um par parcialmente miscível. Quais são os pares de líquidos completamente miscíveis e o par parcialmente miscível? O par parcialmente miscível foi o formado por água e clorofórmio. Já em relação ao par totalmente miscível, tivemos dois pares: o de água e álcool etílico, e o de clorofórmio e álcool etílico. 4.1.7 Discuta o experimento de uma forma crítica, ou seja, observe os pontos fracos do experimento e a partir daí dê sugestões para corrigi-los. Seria interessante que os alunos aprendessem a regular o tempo de caimento das gotas da bureta para os tubos de ensaio para melhor identificação da quantidade correta no tubo. Foi um pouco difícil visualizar a mudança da solução de turvo para límpido, seria interessante ter um fundo mais escuro para melhor visualização e evitar que o gotejamento ultrapassasse o ideal. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Com a realização deste experimento, pode-se perceber que determinar o comportamento de um sistema ternário através do método das paralelas, é de fácil compreensão e rápida determinação. Os objetivos propostos para a aula foram alcançados com sucesso. E por fim, a prática mostrou-se de grande importância, pois, ela será usada para vários processos industriais, principalmente nos processos de produção de sistemas dispersos como suspensões, emulsões entre outros. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Instituto de Química Professor João Batista. Equilíbrio de Fases em sistemas simples. Disponível em: < e-groups.unb.br/iq/lqc/Joao/eqcin/fases/fases.pdf>. Acesso em 28 de julho de 2017. TÓPICOS DE FÍSICO-QUÍMICA. Físico-Química: Sistemas ternários. Disponível em: < www.marvial.oi.com.br/engqui/topicos/fisqui17.html>. Acesso em 28 de julho de 2017. LOH, Watson. Equilíbrio de fases. Disponível em: <pcserver.iqm.unicamp.br/~wloh/cursos/qf952/experimento2.pdfzip>. Acesso em 28 de julho de 2017.
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