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beneficios da logistica reversa para o tratamento de resíduos de construção civil

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Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul 
Faculdade de Engenharias, Arquitetura e Urbanismo e 
Geografia – FAENG 
Curso de Graduação em Engenharia Civil 
 
 
 
 
 
 
 
BENEFÍCIOS DA LOGÍSTICA REVERSA PARA 
O TRATAMENTO DOS RESÍDUOS DE DEMOLIÇÃO 
 
 
João Longo Pereira 
 
 
 
 
CAMPO GRANDE – MS 
Setembro de 2015 
 
 
Curso de Graduação em Engenharia Civil / UFMS 
 
 
 
BENEFÍCIOS DA LOGÍSTICA REVERSA PARA 
O TRATAMENTO DOS RESÍDUOS DE DEMOLIÇÃO 
 
João Longo Pereira 
 
 
Trabalho desenvolvido durante a disciplina de 
Trabalho de Conclusão de Curso II como parte 
da avaliação do Curso de Graduação em 
Engenharia Civil da Universidade Federal de 
Mato Grosso do Sul. 
 
Orientador: Prof. Dr. Fábio Veríssimo Gonçalves 
 
 
 
 
Campo Grande – MS 
Setembro de 2015 
 
 
 
Curso de Graduação em Engenharia Civil / UFMS 
 
BENEFÍCIOS DA LOGÍSTICA REVERSA PARA O 
TRATAMENTO DOS RESÍDUOS DE DEMOLIÇÃO 
João Longo Pereira 
 
Trabalho desenvolvido durante a disciplina 
de Trabalho de Conclusão de Curso II como 
parte da avaliação do Curso de Graduação em 
Engenharia Civil da Universidade Federal de 
Mato Grosso do Sul. 
 
Aprovado em __________de____________________de__________. 
Prof. Dr. Fábio Veríssimo Gonçalves 
Orientador – FAENG/UFMS 
 
Prof.ª M.ª Michele Giongo 
FAENG/UFMS 
 
Prof.ª M.ª Sandra Regina Bertocini 
FAENG/UFMS 
 
Campo Grande – MS 
Setembro de 2015
 
iii 
Pereira, João Longo 
Benefícios da logística reversa para o tratamento dos 
resíduos de demolição / João Longo Pereira. – Campo Grande: 
UFMS/Engenharia Civil, 2014. 
XCII, 40 p.: il.; 29,7 cm. 
Orientador: Fábio Veríssimo Gonçalves 
Trabalho de Conclusão de Curso – UFMS/Engenharia 
Civil, 2014. 
Referências Bibliográficas: p. 36-40. 
1. Demolição seletiva, 2. Resíduos de construção e 
demolição 3. Reciclagem. I. Gonçalves, Fábio Veríssimo, II. 
Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, Engenharia Civil, III. 
Benefícios da logística reversa para o tratamento dos resíduos de 
demolição. 
 
iv 
DEDICATÓRIA 
Dedico as pessoas que são fundamentais no meu desenvolvimento intelectual, 
participando e incentivando no meu desempenho universitário e contribuindo para 
superação das etapas proporcionadas pelo curso. 
 
 
 
 
 
 
v 
AGRADECIMENTOS 
 
Ao Prof. Dr. Fábio Veríssimo Gonçalves, pelo incentivo, confiança e pela 
orientação sensata. 
Ao Eng. Pedro Longo Pereira, pelo incentivo e colaboração neste trabalho. 
Ao Eng. Marcus Vilela Pereira, pelo incentivo e colaboração neste trabalho. 
Ao Eng. Marcos Schmidt, pelo incentivo e colaboração neste trabalho. 
 
vi 
RESUMO 
 
O presente trabalho tem por finalidade, contribuir para o incentivo de práticas 
e atividades que levem ao uso de técnicas de reciclagem e a reutilização de materiais 
de construção civil, utilizando como fundamentação teórica os aspectos conceituais 
que definem e caracterizam a importância dos métodos de demolição, as regras 
aplicadas para essa atividade, e as principais barreiras do mercado da construção 
civil. 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: Demolição seletiva, Resíduos de construção e 
demolição e Reciclagem. 
 
 
 
vii 
ABSTRACT 
 
This paper has the aim to contribute to the incentive of practices and activities 
that leads to the use of recycling techniques and reuse of building materials, using 
the theoretical foundations of conceptual aspects that define and characterize the 
importance of demolition methods, the rules applied to this activity and the main 
obstacles in the construction market. 
 
 
KETWORDS: Selective demolition, Construction and demoliton waste, 
Recycling. 
 
 
 
 
 
viii 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 1: Detritos da demolição (ATLAS COPCO CONSTRUCTION TOOLS 
GMBH, 2006). 
Figura 2: Esquema dos processos logísticos direto e reverso (LACERDA, 
2002). 
Figura 3: Foco de atuação da Logística Reversa (Fonte: LEITE, 2003). 
Figura 4: Sequência de desconstrução de elementos possivelmente 
carregados (Fonte: COELHO; BRITO, 2013). 
Figura 5: Demolição tradicional ou indiferenciada (Fonte: COUTO et al., 2006). 
Figura 6: Fábrica Brahma – Sambódromo. (Fonte: SCHMIDT, 2012). 
Figura 7: Fábrica da Brahma – Aspecto após a implosão (Fonte: SCHMIDT, 
2012). 
Figura 8: Fábrica da Brahma – Aspecto após a implosão (Fonte: SCHMIDT, 
2012). 
 
 
 
ix 
LISTA DE SIGLAS (opcional) 
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente 
GMBH – Gesellschaft mit beschränkter Haftung 
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
IBRACON – Instituto Brasileiro do Concreto 
LTDA – Limitada 
MMA – Ministério do Meio Ambiente 
PETN - Tetranitrato de pentaeritritol 
PMRJ – Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro 
RCD – Resíduos de construção e demolição 
RDX - Ciclotrimetileno trinitramina 
SISNAMA – Sistema Nacional do Meio Ambiente 
TNT – Trinitrotolueno 
 
 
x 
LISTA DE ABREVIATURAS (opcional) 
ed. - edição 
f. - folha 
hab. – habitante 
kg – quilograma 
ton. – tonelada 
 
 
 
xi 
SUMÁRIO 
 
 
1. INTRODUÇÃO 12 
2. OBJETIVOS 14 
2.1. Objetivo Geral 14 
2.2. Objetivos Específicos 14 
3. JUSTIFICATIVA 15 
4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 16 
5. METODOLOGIA 22 
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO 23 
7. CONCLUSÃO 34 
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 36 
 
 
 
 
 
 
12 
1. INTRODUÇÃO 
O setor da construção assume-se como um setor cujos impactos a nível 
ambiental são devastadores. Esta realidade torna urgente a adoção de uma mudança 
de comportamentos, para que o ambiente possa evoluir para um sector mais 
sustentável (TORGAL et al., 2007). 
A falta de espaço nos grandes centros, necessidades de ampliações de 
construções ou arranjá-las em outras disposições para um melhor aproveitamento, 
substituição de edificações antigas por novas aliada a tendência da diminuição do 
clico de vida dos empreendimentos devido a industrialização da construção, 
aumentam a importância do assunto demolição. O grande problema associado a 
gestão dos resíduos de construção e demolição está relacionada com o fato de a 
maioria dos casos estes serem reencaminhados para aterros sem que seja sequer 
equacionada a hipótese de se recorrer à sua valorização (COUTO; LOPES, 2014). 
Essa preocupação com o destino dos resíduos de construção e demolição 
(RCD) e a necessidade pela reciclagem fez o CONAMA estabelecer diretrizes e 
critérios para a gestão desses resíduos de forma a minimizar o impacto ambiental. 
Para que isso seja viável, é preciso adotar uma logística reversa durante a empreita 
(NUNES; MAHLER; VALLE, 2009). 
A geração nacional de RCD per capita pode ser estimada pela mediana como 
500 kg/hab.ano de algumas cidades brasileiras (PINTO, 1999). A população 
brasileira é de aproximadamente 190 milhões de pessoas, sendo 160 milhões 
pertencentes ao meio urbano (IBGE, 2010). O resultado disso é que teríamos 80 x 
106 ton/ano de resíduos por estimativa. Uma análise da composição média (m/m) dos 
RCD recebidos no antigo aterro de Itatinga da cidade de São Paulo sugere que em 
torno de 95% destes resíduos sejam de interesse para a reciclagem como agregados 
para a construção civil (ANGULO et al., 2002), significando, 76 x 106 ton/ano de RCD. 
No entanto há que ter em consideração que a maior parte destes resíduos provêm 
da demolição (PEREIRA et al., 2004). 
Dentro do mercado da demolição, a desconstrução ou demolição seletiva é o 
processo de desmontagem dos componentes da estrutura de formareversa à qual 
foi concebida (GUY; MCLENDON, 2000). Essa ideia está ganhando impulso, em 
parte por razões ambientais (materiais, reutilização e reciclagem), mas também por 
 
13 
razões econômicas (COELHO; DE BRITO, 2013). Um veículo importante para isso é 
a legislação federal. Os 76 x 106 ton/ano de RCD disponíveis não podem, 
simplesmente, ser dispostos em aterros, devem ter o destino correto, o que significa 
a primeira vista um custo a mais, porém a reciclagem e o reuso são uma forma de 
reversão desse cenário. No Brasil, apenas uma pequena parcela destes RCD classe 
A, potencialmente recicláveis como agregados, é de fato reciclada (ÂNGULO et al., 
2002), o que demonstra um mercado a ser melhor explorado. 
 
 
14 
2. OBJETIVOS 
 
2.1. Objetivo Geral 
Este trabalho tem a finalidade principal mostrar que as técnicas de demolição 
seletiva conferem uma maximização da reciclagem e minimização da destinação dos 
resíduos em aterros. 
2.2. Objetivos Específicos 
 Identificar os diversos métodos disponíveis para demolição. 
 Identificar os fatores mais relevantes na escolha do método de 
demolição. 
 Identificar as dificuldades para a popularização da logística reversa no 
ramo da demolição. 
 
 
 
 
 
15 
3. JUSTIFICATIVA 
Conforme visto anteriormente, há uma estimativa de 76 x 106 ton/ano de 
resíduos disponíveis para serem manipulados. A Resolução n° 307 de 2002 do 
CONAMA resolve que esses resíduos devem ser, prioritariamente, reduzidos, 
reutilizados, reciclados e, finalmente, tratados para sua disposição final 
ambientalmente adequada. Como dito anteriormente, a demolição se enquadra como 
maior gerador dos RCD. Aplicações em concretos em larga escala só serão 
conseguidas através de demolição seletiva bem controlada (MESTERS; 
KURKOWSKI, 1997). 
A importância da reciclagem do RCD é de suma importância pois reduz a 
pressão sobre o meio ambiente, previne o acréscimo de área a disposição dos 
resíduos e previne a exploração de matérias-primas não renováveis (TORGAL, 
2013). 
Portanto, a escolha e o plano para a demolição de uma edificação estão 
diretamente ligados as disposições apresentadas na resolução do CONAMA n° 307 
de 2002 e a forma como a indústria da construção se relaciona com o meio ambiente. 
 
 
16 
4. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
O entulho, inicialmente chamado, é visto agora pela sigla RCD (resíduo de 
construção e demolição). Trata-se de uma fonte de materiais amplamente utilizados 
na construção civil. O Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA é o órgão 
consultivo e deliberativo do Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA. Sua 
competência é de propor ao Governo as linhas de direção relativas à proteção 
ambiental e sustentabilidade no uso dos recursos ambientais. A resolução do 
CONAMA n° 307 de 5 de julho de 2002 implementa diretrizes para a efetiva redução 
dos impactos ambientais gerados pelos resíduos oriundos da construção civil. 
O artigo 3º classifica: 
I - Classe A - são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais 
como: 
a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras 
obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem; 
b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes 
cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e 
concreto; 
c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em 
concreto (blocos, tubos, meio-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras; 
II - Classe B - são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: 
plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras e gesso; 
III - Classe C - são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas 
tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem 
ou recuperação; 
IV - Classe D: são resíduos perigosos oriundos do processo de construção, 
tais como tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais 
à saúde oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, 
instalações industriais e outros, bem como telhas e demais objetos e materiais que 
contenham amianto ou outros produtos nocivos à saúde. 
 
17 
Aspectos básicos considerados pela resolução em questão identificam que os 
realizadores das atividades de construção, reforma e demolição devem ser 
responsáveis pelos resíduos gerados. Há, também, a indicação de que o objetivo 
prioritário dos responsáveis é a não geração dos resíduos e, secundariamente, a 
reutilização, reciclagem, tratamento e disposição final adequados. Para o município 
cabe as ações responsáveis para que a resolução do Conama seja cumprida (MMA, 
2002). 
O grande gerador terá de apresentar o Plano de Gerenciamento de Resíduos 
da Construção Civil, com o objetivo de estabelecer os procedimentos para o manejo 
e tratamento necessário para os resíduos, que nada mais é do que a trajetória do 
RCD. Deverá conter no plano, segundo o artigo 9° da resolução 307 do CONAMA: 
I - caracterização: nesta etapa o gerador deverá identificar e quantificar os 
resíduos; 
II - triagem: deverá ser realizada, preferencialmente, na obra e respeitando a 
classificação do artigo 3° (classes A, B, C e D); 
III - acondicionamento: é a armazenagem correta até que seja transportado; 
IV - transporte: de acordo com as características e com as normas técnicas 
específicas; 
V - destinação: conforme as quatro classes estabelecidas. 
Na demolição primária o objetivo é colocar a estrutura no chão. Há uma 
segunda demolição do material para que ele possa ser separado, classificado, 
reduzido, transportado e reciclado. 
 
18 
 
Figura 1: Detritos da demolição (ATLAS COPCO CONSTRUCTION TOOLS 
GMBH, 2006). 
Todos os componentes de construção e equipamento são desmantelados de 
acordo com a composição dos seus materiais. “O principal objetivo desta abordagem 
seletiva é maximizar a reciclagem dos materiais demolidos, os quais podem ser 
separados, genericamente, numa das seguintes frações: concreto, alvenaria, 
madeira, aço, metais não ferrosos, plásticos, isolantes e materiais contaminados” 
(ATLAS COPCO CONSTRUCTION TOOLS GMBH, 2006). A composição dos 
materiais da demolição depende do tipo de edifício a demolir, da sua idade e do tipo 
de utilização que lhe foi dado (COSTA, 2009). 
Os projetos de demolição carecem de extremo cuidado no seu planejamento 
e execução. É de notar que o empreiteiro da demolição é responsável pelo 
cumprimento dos regulamentos de segurança dentro do perímetro da área de 
trabalho e na sua vizinhança. As execuções da demolição não devem começar até 
que todos os requisitos de segurança estejam cumpridos. A estabilidade da estrutura 
a demolir deve ser certificada inicialmente com a assistência de um supervisor da 
demolição (FÁBIO BRUNO CONSTRUÇÕES LTDA, 2011). Deve assegurar-se que 
todos os componentes do edifício conseguem suportar as cargas do equipamento 
que sobre eles irá circular. Todas as linhas de alimentação (eletricidade, gás, etc.) da 
estrutura devem ser desligadas antes do início da demolição (FÁBIO BRUNO 
CONSTRUÇÕES LTDA, 2011). 
No final do século XIX eram construídas, por toda a Europa, estruturas como 
mercados, pavilhões para exposições, fábricas ou grandes estações ferroviárias que 
 
19 
mais tarde eram desmontadas e reconstruídas em outros locais (LOURENÇO, 2007). 
A evolução tecnológica colocou esse conceito em esquecimento, porém a 
possibilidade de uma construção sustentável e eficiência energética ajudam a 
ressurgir o modelo da logística reversa. 
Logística direta basicamente envolve o levantamento de instalações 
necessárias,transporte, estoque, movimento de material, integração das atividades 
e sistema de informações para realizar um fluxo de materiais e serviços de forma 
eficaz (NUNES; MAHLER; VALLE, 2009). A Logística Reversa é a gestão eficiente e 
de baixo custo deste fluxo para o processamento, reciclagem, reutilização ou 
disposição, recuperação total ou parcial do valor, diminuindo os impactos e os custos 
ambientais (LEITE, 2003). Outra definição, ainda, é daquilo que se refere o papel da 
área no retorno de produtos, redução na fonte, reciclagem, substituição de materiais, 
reuso de materiais, disposição de resíduos, reforma, reparação e remanufatura. 
(STOCK, 1998). 
 
Figura 2: Esquema dos processos logísticos direto e reverso (LACERDA, 
2002). 
A Logística Reversa trilha o caminho inverso da logística dos canais de 
distribuição, pois ao invés de levar um produto da fábrica para consumidor, faz todo 
o processo inverso, traz de volta um bem ou produto (seja por defeitos ou até mesmo 
o final de sua vida útil), do consumidor para a fábrica ou lugar de eliminação 
(ROGERS E TIBBE-LEMBKE, 1998). 
Trata-se da recuperação e reciclagem das embalagens e resíduos, bem como 
o processo de retorno de excesso de estoque, estoques obsoletos e produtos 
sazonais. Ainda antecipa o fim da vida útil do produto, a fim de dar saída em 
 
20 
mercados com alta rotatividade (LEITE, 2003). 
As atividades da Logística Reversa podem ser subdivididas em três cadeias 
independentes, sendo elas: (i) Resíduos Industriais; (ii) Bens de Pós-Vendas e (iii) 
Bens de Pós-Consumo (LEITE, 2003). Na Figura 3 Leite (2003) resume, tanto quanto 
possível para o entendimento e sem a pretensão de exaurir todas as possibilidades, 
o campo de atuação da Logística Reversa através das principais etapas dos fluxos 
reversos nas duas áreas de atuação citadas, observando-se a sua interdependência. 
 
Figura 3: Foco de atuação da Logística Reversa (Fonte: LEITE, 2003) 
Essas cadeias aumentam a competitividade e dão retorno financeiro. O 
objetivo estratégico é de agregar valor a um produto que é devolvido por razões 
comerciais (LEITE, 2003), no caso de demolição essa razão é o fim de vida útil ou a 
necessidade de substituição. Aquilo que seria tratado como lixo consegue retornar 
ao ciclo produtivo com maior valor. 
A sustentabilidade caminha na mesma velocidade que a Logística Reversa às 
empresas, considerando os valores atribuídos pela crescente conscientização 
ecológica dos consumidores e da sociedade em geral (FERREIRA, 2012). 
 
21 
Sustentabilidade é um conceito novo envolvendo diferentes interpretações e 
contextos específicos, normalmente é incorporado às políticas governamentais e a 
gestão pública regional (PEDROSO; ZWICKER, 2007). Segundo a carta as Nações 
Unidas (1992), sustentabilidade é uma ideia, que propõe a saciedade das 
necessidades econômica, sociais, culturais e ambientais da saciedade humana, 
configurando suas atividades de tal forma que haja a preservação da biodiversidade 
e ecossistemas naturais. A sustentabilidade abrange vários níveis de organização, 
desde a vizinhança local até o planeta inteiro (FERREIRA, 2012). 
 
 
22 
5. METODOLOGIA 
Este estudo será realizado por pesquisa bibliográfica e na internet por 
informações sobre demolição, legislação ambiental e exemplos. Além disso, 
procurou-se entrar em contato com profissionais com relação e experiência nessa 
atividade. 
 
 
 
23 
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
A demolição depende de vários fatores como tipo da estrutura, sua condição, 
materiais de construção presentes, altura do edifício, área da planta, área ambiente 
disponível, mão de obra, condições meteorológicas e legislações. Mais de um 
processo pode ser aplicado na demolição (BRITO, 1999). Para KASAI et al. (1998) e 
ABDULAH et al. (2003), durante a escolha do método de demolição, a segurança 
deve entrar como principal preocupação dos empreiteiros. 
KASAI et al. (1998) elaborou, após sua pesquisa, um conjunto de oito critérios 
para a escolha do processo de demolição. Esses critérios são: 
 Estrutura do edifício. Conhecimento dos materiais e tecnologias 
aplicados na construção do edifício; 
 Escala da construção. Grandes proporções representam um método 
complexo, enquanto já um edifício de pequeno é demolido 
manualmente; 
 A localização da construção. A escolha do equipamento é afetada, 
também, pelo acesso até o edifício; 
 Tolerâncias a ruídos, poeiras e vibrações na região; 
 O âmbito do serviço. Algumas técnicas não são adequadas para uma 
demolição parcial; 
 A ocupação do edifício. Situações de contaminação não podem ser 
tratadas da mesma forma que uma estrutura ordinária; 
 A segurança. O ambiente e todos os trabalhadores devem estar 
seguros; 
 O tempo da atividade. A princípio esse tempo deveria estar ligado a 
recuperação do máximo de materiais, no entanto o cliente acelera o 
processo afim de obter retorno rápido sobre seu investimento; 
Mais tarde esses critérios voltaram a ser analisados por MCGRATH et al. 
(2000), que, verificando que o conteúdo abrangido era pouco amplo resolveu 
 
24 
adicionar mais três, os quais se apresentam: 
 Destino final dos materiais de construção resultantes da demolição. Por 
exemplo, os métodos de implosão reduzem a estrutura rapidamente, e 
dificultam a separação de materiais, logo não seriam adequados para 
um projeto um alto coeficiente de reutilização de materiais é o objetivo; 
 Experiência da empresa e dos empreiteiros. Uma empresa acostumada 
a uma técnica vai usá-la sempre, aperfeiçoando-a ao em vez de 
procurar outra; 
 Custo financeiro. Quando um método de demolição gera um custo 
econômico maior sem apresentar uma vantagem, o dono da obra 
buscará outra técnica; 
Assim, os métodos para demolir são escolhidos em função dos custos e da 
disponibilidade dos equipamentos (COSTA, 2009) e da segurança (KASAI et al, 
1998; ABDULAH, 2003). Esses métodos podem ser divididos nas seguintes 
categorias: mecânicos, térmicos, abrasivos, explosivos, elétricos e químicos. 
Processo mecânico constitui o uso de equipamentos mecânicos para quebrar 
e derrubar a estrutura (COSTA, 2009). Há uma grande gama de máquinas 
disponíveis no mercado para a execução de diversos tipos de serviço (ABDULLAH, 
2002), para ferramentas há por exemplo, tesouras, garras, multi-garras, rompedores, 
bola rompedora e marteletes, para equipamentos portadores tem escavadeiras, 
retroescavadeiras, mini escavadeiras, pá carregadeiras, plataformas elevatórias, etc. 
Também há o uso de britadores móveis ou fixos para redução dos restos da 
demolição. As ferramentas podem ser manuais, hidráulicas, pneumáticas e elétricas. 
O processo térmico é muito antigo e iniciou-se com o corte do aço utilizando 
os maçaricos de oxiacetileno, evoluindo para corte com maçaricos de pó e perfuração 
com oxigênio (MANNING, 1991). Dificilmente uma demolição vai se basear apenas 
no processo térmico, sendo ele muito utilizado em serviços pontuais dentro do 
canteiro. O custo dos métodos varia de acordo com a tecnologia aplicada, um corte 
com maçarico de oxiacetileno é simples, rápido e barato já a perfuração com oxigênio 
exige equipamento com alta tecnologia e mão de obra altamente especializada 
sendo, então, muito custoso. 
 
25 
Processos abrasivos consiste na utilização de materiais muito duros como 
diamante e o carborundum, sendo aplicada em situações que envolvam corte de 
mármore e granito (FUYEO, 2003). Jatos de água sob alta pressão tem vasta 
aplicação, não geram ruídos, vibrações e poeira. Normalmente, assim como no 
processo térmico, são usados parcialmente na demolição, pois o uso completo trariaum custo inviável (HILMERSSON, 1999). 
Utilização de explosivos em pontos estratégicos da estrutura e posterior 
detonação levam rapidamente a estrutura ao colapso. Podem ser usados dinamites, 
TNT, RDX e PETN. Exigem operadores autorizados para o manuseio dos explosivos, 
rigoroso controle ambiental e conhecimento estrutural detalhado. Há dois tipos de 
ruínas: implosão e colapso progressivo (LARANJEIRAS, 2010). Na implosão a 
estrutura entra em ruína e o seu peso próprio a puxa em direção ao seu centro. O 
colapso progressivo se assemelha a queda das peças de um jogo de dominó, isto é, 
a derrubada da primeira peça vai gerar uma queda sequencial das demais. 
Empregada apenas em construções de grande comprimento (LARANJEIRAS, 2010). 
No processo elétrico temos o aquecimento dos materiais que voltam a sua 
forma original (LINβ; MUELLER, 2003). Esse aquecimento é feito por eletrificação. 
Apesar de ser muito pouco aplicado, em determinadas situações ele tem suas 
vantagens. Há um método em que o aquecimento de um material ferromagnético o 
expande e causa sua quebra. 
Processo químico consiste no uso de reações químicas que causam expansão 
gerando tensões suficientes para culminar na quebra do concreto (HUYNH; LAEFER, 
2009). Trata-se de um método muito lento e sem um padrão da quebra o que diminui 
o controle sobre a demolição. 
Estruturas construídas em tijolos requerem métodos de demolição diferentes 
dos empregues em estruturas de concreto armado. Por exemplo, uma garra de 
demolição e separação constitui a ferramenta ideal para edifícios construídos em 
tijolo até 1970, enquanto uma Tesoura Hidráulica ou um Pulverizador são mais 
aconselháveis para a demolição de um edifício em concreto armado dos anos 80 em 
diante. Um demolidor hidráulico ou uma Tesoura montados numa mini escavadeira 
posicionam-se como uma boa alternativa para trabalhos de desmontagem, enquanto 
as ferramentas manuais pneumáticas ou hidráulicas constituem ainda um precioso 
 
26 
auxiliar nas operações de desmontagem e demolição (YANG; FANG, 2012). 
Os rompedores hidráulicos podem produzir vibrações no solo capazes de 
perturbar a população, apesar de a maior parte delas ser inofensiva (YANG; FANG, 
2012). Este problema deve ser tido em conta na preparação de projetos de 
demolição. Se apropriado, um perito deve ser chamado para vistoriar da condição 
atual das estruturas. Garras de demolição, tesouras e pulverizadores não geram 
vibrações capazes de gerar perturbações (YANG; FANG, 2012). 
Os trabalhos de demolição podem produzir substanciais níveis de ruído. Para 
respeitar a legislação e regulamentos sobre ruído, há que diferenciar entre os 
trabalhadores envolvidos na demolição, por um lado, e população, por outro. 
Equipamentos com bom rendimento reduzem o problema pois realizam o serviço 
proposto em menos tempo. “Na prática, tal fato significa que a duração da 
perturbação das áreas residenciais pode ser minimizada, apesar da utilização de 
equipamento de elevado rendimento” (ATLAS COPCO CONSTRUCTION TOOLS 
GMBH, 2006). 
A maioria dos trabalhos de demolição produz poeira, como por exemplo na 
redução de materiais de base mineral. A melhor solução é combater a formação de 
poeiras durante o trabalho de demolição utilizando, por exemplo jatos de água 
pulverizada (SANTOS, 2011). 
Há usualmente mudanças bruscas relacionadas a tensão em elementos 
estruturais. Uma sequência de desconstrução é necessária (COELHO; BRITO, 
2013). Primeiramente a retirada dos elementos suportados e depois os suportantes. 
Uma coluna, enquanto está abaixo de uma laje, é um elemento suportante mas, 
quando a laje é retirada, este passa a ser um elemento suportado. 
 
27 
 
Figura 4: Sequência de desconstrução de elementos possivelmente 
carregados (Fonte: COELHO; BRITO, 2013). 
As construções, após alcançarem sua vida útil ou deixarem de atender as suas 
necessidades pela qual foram edificadas ou, ainda, por não se adaptarem a requisitos 
e atualizações, são removidas para o melhor aproveitamento do espaço. Em suma 
maioria recorre-se a demolição tradicional ou indiferenciada, donde resulta um 
amontoado de materiais cujo reaproveitamento se torna praticamente impossível 
(LOPES, 2013). Deste modo, todos os resíduos resultantes da demolição são 
depositados em aterros (COUTO et al., 2006). 
 
28 
 
Figura 5: Demolição tradicional ou indiferenciada (Fonte: COUTO et al., 
2006). 
Segundo BRANZ (2010 apud LOPES, 2013), o fim da vida útil do edifício a 
fase de maior produção de resíduos que são destinados para aterros durante sua 
demolição. 
A renovação prolonga a vida do edifício e ajuda a minimizar o desperdício, 
paralelo a isso a demolição seletiva ou desconstrução é uma alternativa, permitindo 
a reutilização e reciclagem de uma significativa quantidade de resíduos o que não se 
aplica quando utilizado a demolição tradicional (LEVEL, 2013 apud LOPES, 2013). 
Adicionalmente, promove a sustentabilidade e um novo mercado, o dos materiais 
usados, na indústria da construção (COUTO et al., 2006). 
Há uma série de fatores que atualmente dificultam a efetividade da prática de 
demolição seletiva. Apenas o fato da tentativa de emplacar um processo de 
demolição diferente do modelo tradicional gera um desconforto o que culmina em 
resistência à mudança. No caso da desconstrução os argumentos mais 
frequentemente usados para desencorajar a sua utilização são o aumento no tempo 
e nos custos. Embora estes argumentos sejam legítimos é sempre possível encontrar 
formas de os mitigar (LEROUX; SELDMAN, 1999). Para Jacoby (2001) os fatores 
que dificultam a migração do modelo tradicional para o da desconstrução prendem-
se especialmente a falta de apoio por parte do governo em não promover essa 
técnica como alternativa. 
 
29 
Como no atual estágio de conhecimento, a utilização de agregados de RCD 
reciclados como base de pavimentação é a única alternativa tecnologicamente 
consolidada, é necessário que sejam desenvolvidos outros mercados para garantir a 
reciclagem em grande escala de RCD (ANGULO et al., 2002). No Brasil quase a 
totalidade dos agregados gerados na reciclagem é destinado para agregados de 
pavimentação que, por sua vez, é um mercado controlado quase que exclusivamente 
pelo poder público (ANGULO et al., 2002). 
Para além disso, as restrições de tempo e os baixos custos praticados para 
depósito em aterro surgiam igualmente referidas como importantes justificações para 
as dificuldades sentidas pela desconstrução (COUTO; LOPES, 2014). Acarreta ao 
fato da desconstrução ser imediatamente descartada, pois muitas vezes quando o 
empreiteiro contrata o responsável pelo trabalho de demolição, exige que seja 
executado em poucos dias. Ou seja, por vezes esta escassez de tempo não permite 
que a desconstrução seja sequer equacionada, uma vez que este processo requer 
muito mais tempo que a demolição tradicional (KIBERT; CHINI, 2000). 
Há o desinteresse pelos materiais usados que estão diretamente ligados ideia 
da logística reversa. No Brasil o mercado de maior participação nas vendas de 
agregados naturais é o mercado de produção de concretos e de argamassas 
(ANGULO et al., 2002). Comumente pesquisadores internacionais se referem à 
reciclagem da fração concreto em agregados em bases de pavimentos como um uso 
de reciclagem na qual o produto tem um desempenho inferior à sua primeira 
utilização (downcycling) (MESTERS; KURKOWSKI, 1997). ANGULO; JOHN (2002) 
constataram que nenhum dos lotes de agregados de RCD reciclados produzidos na 
central de reciclagem de Santo André permitiria o uso em concreto com função 
estrutural e que menos de 50% seriam aceitáveis para o emprego em concretos semfunção estrutural, não analisando possíveis problemas com a variabilidade nos 
agregados. Aplicações em concretos em larga escala só serão conseguidas através 
de demolição seletiva bem controlada e através de técnicas de processamento 
mineral que permita processar resíduos mais heterogêneos (MESTERS; 
KURKOWSKI, 1997). 
O consumo de agregados no Brasil é da ordem de 380 x 106 ton/ano 
(ANGULO; JOHN, 2002). A reciclagem da fração mineral dos agregados de RCD 
reciclados atenderia apenas 16,2% desse mercado e poderia ser utilizado 
 
30 
adicionalmente a produção de agregados, sem inviabilizar esse setor (ULSEN, 2006). 
Apenas 17,32% dos municípios brasileiros têm aterros sanitários e 9,66% 
possuem aterros de resíduos especiais (IBGE, 2000) estima-se que grande parte dos 
RCD`s é descartado incorretamente (HALMEMAN; SOUZA; CASARIN, 2009). Para 
ULSEN (2006), com a proibição, pela resolução 307 do CONAMA, para a deposição 
de RCD em aterros sanitários, a reciclagem torna-se imperativa no sentido de 
aumentar a sustentabilidade do setor de construção à medida que reduz a utilização 
de aterros, o consumo de recursos naturais e, indiretamente, os impactos ambientais. 
Nesta resolução cabe aos municípios o Plano Municipal de Gestão de Resíduos da 
Construção Civil, que contém procedimentos, instruções e disposição dos locais para 
recebimento, triagem e armazenamento do volume de RCD em conformidade com o 
porte da área urbana municipal. 
A cadeia produtiva da construção civil se inicia com a empresas que extraem 
a matéria prima, que podem ser ou não processadas por companhias que fabricam 
materiais de construção. Após a sua aplicação encaminha-se para sua disposição 
final. Paralelo temos a distribuição reversa, através do reuso e da reciclagem. Há 
inúmeros motivos de ordem econômica, ecológica, legal e tecnológica para que as 
empresas adotem e pratiquem a Logística Reversa de pós-consumo (LEITE, 2003). 
LEITE (2003), explica que, tendo em vista a utilização de matérias primas 
secundárias ou recicladas reintegradas ao ciclo produtivo, geralmente estas 
apresentam preços menores em relação às matérias-primas virgens. 
Consequentemente aparece uma redução no consumo energético, acarretando 
economia de energia elétrica ou energia térmica, atentando ao fator sustentabilidade, 
ou seja, menor custo produtivo com menor utilização de recursos naturais. Isso serve 
de benefício a empresa de forma econômica, preservação do meio ambiente, e 
garantia de melhor qualidade de vida à sociedade. 
Conforme visto anteriormente, a desconstrução, também referido como 
demolição seletiva, é o processo de desmantelamento dos componentes da estrutura 
na ordem reversa a qual ela foi construída. É um processo onde o último a entrar é o 
primeiro a sair. Simultaneamente a desmontagem da estrutura há a separação, 
transporte e destinação do material de construção no fim de seu ciclo. Sem a 
separação de materiais durante a tarefa de demolição, o estágio de limpeza e 
 
31 
transporte levaria a metade do tempo em relação ao contexto da demolição seletiva 
(COELHO; DE BRITO, 2013). Para garantir a máxima recuperação de materiais, 
tanto para reuso quanto reciclagem, é importante a organização e determinação de 
uma rota dos materiais no site da obra (COELHO; DE BRITO, 2013). 
Para as obras de ampliação do sambódromo no Rio de Janeiro em 2011, foi 
implodida a antiga fábrica da Brahma. Aos custos de R$30 milhões, foram utilizados 
500 quilos de explosivos e duração de 23 segundos até a estrutura vir completamente 
a ruína (PMRJ, 2011). 
 
 
Figura 6: Fábrica Brahma – Sambódromo. (Fonte: SCHMIDT, 2012). 
 
Figura 7: Fábrica da Brahma – Aspecto após a implosão (Fonte: SCHMIDT, 
2012). 
 
32 
 
Figura 8: Fábrica da Brahma – Aspecto após a implosão (Fonte: SCHMIDT, 
2012). 
Nota-se pelas imagens que mesmo com a rápida demolição efetuada através 
do método da implosão, ainda resta trabalho, pois, conforme regulamenta a 
resolução 307 do CONAMA (2002), todo o resíduo resultante da demolição primária 
deve sofrer uma segunda demolição para que possa ser separado, classificado, 
reduzido, transportado e por último reciclado. 
Essa necessidade aponta diretamente para a demolição seletiva. BRITO; 
FREIRE (2001), sugerem vantagens que, essencialmente, estão ligadas a 
maximização da reciclagem que este processo permite: 
 Maximização da reciclagem dos RCD’s e, consequentemente, a 
condição ambiental; 
 Melhora da qualidade dos RCD’s, agregando valor nas atividades ou 
fabricação dos produtos após a reciclagem; 
 Reduz a quantidade dos RCD’s depositados em aterros; 
 Aumento dos postos de recebimento e processamento dos RCD’s, 
incentivando a criação de uma nova linha de negócios; 
 As vantagens referentes à demolição seletiva aplicam-se essencialmente em 
aspetos ambientais, com apenas um item referente uma nova linha de negócios na 
indústria da construção (BRITO; FREIRE, 2001). Existem autores que compreendem 
que a demolição seletiva apresenta vantagens também a nível econômico e social 
 
33 
(LOPES, 2013). 
 A demolição seletiva aumenta consideravelmente a quantidade de RCD’s 
enviados para a reciclagem ou reinseridos para reuso no mercado. Através da análise 
de casos, chegou-se a variação de 50 a 90% de taxa de recuperação de RCD’s 
(LEROUX; SELDMAN, 1999). A indústria da construção é responsável pelo consumo 
de mais de um terço das matérias-primas do mundo (LEROUX; SELDMAN, 1999). 
 A construção civil consome mais de um terço das matérias primas do mundo, 
além de utilizar grande quantidade de energia e provocar poluição (LEROUX; 
SELDMAN, 1999). A redução da extração dos recursos naturais aliada a reciclagem 
e reutilização contribui para o reaproveitamento e conservação de energia incorporada 
nos materiais (LEROUX; SELDMAN, 1999). 
 Em uma implosão ou numa demolição tradicional materiais perigosos como 
amianto e chumbo ficam incorporados aos escombros, misturando materiais tóxicos a 
não tóxicos que são encaminhados aos aterros (LEROUX; SELDMAN, 1999). 
Naturalmente, a desconstrução força a remoção e manuseio correto destes materiais 
perigosos, minimizando os riscos de contaminação dos resíduos restantes. 
 KIBERT; CHINI (2003), apresentaram um estudo de caso no aterro de Moines, 
no estado de Iowa, nos Estados Unidos. Forçado a diminuir sua capacidade, 
aproveitou um incentivo concedido pelo estado e dedicou-se, parcialmente, a 
reciclagem, alcançado um índice no ano de 1999 de 43% de um total de 87,038 
toneladas recebidas. O resultado fez com que no ano seguinte fosse disponibilizado 
cinco dos vinte e três hectares para a atividade. 
 
 
 
34 
7. CONCLUSÃO 
A resolução 307 do CONAMA (2002) estabelece que a melhor forma de reduzir 
os impactos ambientais gerados pelos RCD é através da reutilização e reciclagem, o 
que significa a implementação de uma logística reversa no ciclo produtivo da indústria 
da construção. 
A construção reversiva seletiva executa quase que simultaneamente as 
demolições primárias e secundárias, separação, classificação, redução e transporte 
do material, que são requisitos da legislação federal e ponto de partida para a 
logística reversa. 
A implosão de uma estrutura não executa o serviço da demolição como um 
todo. Apesar da vantagem de custo e demanda de tempo menor, a quantidade de 
materiais aptos a serem reinseridos no mercado através da reciclagem e reuso é 
menor do que no contexto da desconstrução. 
Para obter um produto reciclado de boa qualidade é imprescindível uma 
técnica de demolição bem controlada de forma que os resíduos sejam o mais 
heterogêneo possível, tal fato é conseguido de formamais prática através da 
demolição seletiva. Assim, é possível reduzir o consumo de recursos naturais, 
conservar e reaproveitar energia, promoção da reciclagem e reutilização, gerir 
materiais perigosos e, por fim, reduzir a quantidade de resíduos encaminhados para 
aterros. 
Apenas a regulamentação do serviço de demolição por lei federal não é 
suficiente para tornar a atividade sustentável. A legislação tem papel importantíssimo 
no sucesso da demolição seletiva, junto disso o governo deve agir com políticas de 
incentivo para a valorização do RCD afim de torna-lo e efetivá-lo como um ramo da 
indústria da construção civil. É necessária abertura de novos mercados para os RCD, 
dessa forma a comercialização do RCD se torna vantajosa e a ideia da logística 
reversa passa a ser viável economicamente. No Brasil, basicamente o uso do RCD 
vai para pavimentação, mercado que é controlado pelo poder público. 
Exemplos vindos da Europa mostram que o apoio do governo é o principal 
fator para o incentivo da reciclagem e reutilização. Em quase todos os casos é 
preciso esmiuçar os custos e o tempo da atividade de demolição seletiva para 
 
35 
enxergar as vantagens e realizar uma comparação mais justa com o método 
tradicional, que apresenta valores menores e mais rapidez a uma primeira vista sem 
uma análise mais precisa. 
 
 
 
 
36 
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
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