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Apostila de Economia

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Fundamentos de Economia	- Apostila 1 - 	Prof. Nilson Aguilar
1 - Introdução
Seja em nosso cotidiano, seja nos jornais, rádio e televisão, deparamo-nos com inúmeras questões econômicas, como:
aumentos de preços;
períodos de crise econômica ou de crescimento;
desemprego;
setores que crescem mais do que outros;
diferenças salariais;
crises no balanço de pagamentos;
vulnerabilidade externa;
valorização ou desvalorização da taxa de câmbio;
dívida externa;
ociosidade em alguns setores de atividade;
diferenças de renda entre as várias regiões do país;
comportamento das taxas de juros;
déficit governamental;
elevação de impostos e tarifas públicas.
Esses temas, já rotineiros em nosso dia-a-dia, são discutidos pelos cidadãos comuns, que, com altas doses de empirismo, têm opiniões formadas sobre as medidas que o Estado deve adotar. Um estudante de Economia, de Direito ou de outra área pode vir a ocupar cargo de responsabilidade em uma empresa ou na própria administração pública e necessitará de conhecimentos teóricos mais sólidos para poder analisar os problemas econômicos que nos rodeiam diariamente.
O objetivo do estudo da Ciência Econômica é analisar os problemas econômicos e formular soluções para resolvê-los, de forma a melhorar nossa qualidade de vida.
2 - Conceito de Economia
A palavra economia deriva do grego oikonomía (de óikos, casa; nómos, lei), que significa a administração de uma casa, ou do Estado, e pode ser assim definida:
Os economistas estudam a forma com que os indivíduos, os diferentes coletivos, as empresas de negócios e os governos alcançam seus objetivos no campo econômico. 
Economia é a ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem (escolhem) empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, de modo a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades humanas. Estuda os processos de produção, distribuição, comercialização e consumo de bens e serviços. Bem como as variações e combinações na alocação dos fatores de produção (terra, capital, trabalho, tecnologia), na distribuição de renda, na oferta e procura e nos preços das mercadorias. Estuda também como as pessoas e a sociedade decidem empregar recursos escassos, que poderiam ter utilizações alternativas, para produzir os mais variados tipos de bens.
Essa definição contém vários conceitos importantes, que são a base e o objeto do estudo da Ciência Econômica:
escolha;
escassez;
necessidades;
recursos;
produção;
distribuição.
Em qualquer sociedade, os recursos produtivos ou fatores de produção (mão-de-obra, terra, matérias-primas, dentre outros) são limitados. Por outro lado, as necessidades humanas são ilimitadas e sempre se renovam, por força do próprio crescimento populacional e do contínuo desejo de elevação do padrão de vida. Independentemente do grau de desenvolvimento do país, nenhum deles dispõe de todos os recursos necessários para satisfazer todas as necessidades da coletividade. Tem-se então um problema de escassez: recursos limitados contrapondo-se a necessidades humanas ilimitadas.
Em função da escassez de recursos, toda sociedade tem de escolher entre alternativas de produção e de distribuição dos resultados da atividade produtiva entre os vários grupos da sociedade. Essa é a questão central do estudo da Economia: como alocar recursos produtivos limitados para satisfazer todas as necessidades da população.
Evidentemente, se os recursos não fossem limitados, ou seja, se não existisse escassez, não seria necessário estudar questões como inflação, desemprego, crescimento, déficit público, vulnerabilidade externa e outras. Mas a realidade não é assim, e a sociedade tem de tomar decisões sobre a melhor utilização de seus recursos, de forma a atender ao máximo das necessidades humanas.
3 - Os problemas econômicos fundamentais
Questão central do estudo da economia: como alocar recursos produtivos limitados (escassos) para satisfazer a todas as necessidades da população? Esse questionamento levou a sociedade a repensar sobre os modelos de sistema econômico.
Da escassez dos recursos ou fatores de produção, associada às necessidades ilimitadas do homem, origina-se os chamados problemas econômicos fundamentais.
o quê e quanto produzir: dada a escassez de recursos de produção, a sociedade terá de escolher, dentro do leque de possibilidades de produção, quais produtos serão produzidos e as respectivas quantidades a serem fabricadas;
como produzir: a sociedade terá de escolher ainda quais recursos de produção serão utilizados para a produção de bens e serviços, dado o nível tecnológico existente. A concorrência entre os diferentes produtores acaba decidindo como serão produzidos os bens e serviços. Os produtores escolherão, entre os métodos mais eficientes, aquele que tiver o menor custo de produção possível;
para quem produzir: a sociedade terá também de decidir como seus membros participarão da distribuição dos resultados de sua produção. A distribuição da renda dependerá não só da oferta e da demanda nos mercados de serviços produtivos, ou seja, da determinação dos salários, das rendas da terra, dos juros e dos benefícios do capital, mas também da repartição inicial da propriedade e da maneira como ela se transmite por herança.
O modo como as sociedades resolvem os problemas econômicos fundamentais depende da forma da organização econômica do país, ou seja, do sistema econômico de cada nação.
Sua preocupação fundamental refere-se aos aspectos mensuráveis da atividade produtiva, recorrendo para isso aos conhecimentos matemáticos, estatísticos e econométricos. De forma geral esse estudo pode ter por objeto a unidade de produção (empresas – objeto de estudos pertencentes à macroeconomia), a unidade de consumo (famílias – objeto de estudos pertencentes à microeconomia) ou então a atividade econômica de toda a sociedade.
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4 - Divisão do estudo econômico
A análise econômica, para fins metodológicos e didáticos, é normalmente dividida em quatro áreas de estudo:
Microeconomia ou teoria de formação de preços: Examina a formação de preços em mercados específicos, ou seja, como consumidores e empresas interagem no mercado e como decidem os preços e a quantidade para satisfazer a ambos simultaneamente. Estuda o comportamento de cada “molécula econômica” do sistema, por meio de preços e quantidades relativas, ou seja, estuda o comportamento das unidades de consumo representadas pelos indivíduos e pelas famílias; as empresas, suas produções e custos; a produção e o preço de diversos bens, serviços e fatores produtivos. Para exemplificar, pode-se citar a análise do funcionamento de empresas.
Macroeconomia: Estuda/ analisa a determinação e o comportamento dos grandes agregados nacionais, como o produto interno bruto (PIB), investimento agregado, a poupança agregada, o nível geral de preços, entre outros. Seu enfoque é basicamente de curto prazo (ou conjuntural), e busca explicar como a economia opera sem a necessidade de compreender o comportamento de cada indivíduo ou empresa que dela participam. Preocupa-se com o comportamento da economia como um todo, por meio de preços e quantidades absolutos. Faz parte dela os movimentos globais nos preços, na produção ou no emprego. Têm como objeto de estudo as relações entre os grandes agregados estatísticos: a renda nacional, o nível de emprego e dos preços, o consumo, a poupança e o investimento totais. 
Economia internacional: Analisa as relações econômicas entre residentes e não-residentes do país, as quais envolvem transações com bens e serviços e transações financeiras.
Desenvolvimento econômico: Preocupa-se com a melhoria do padrão de vida da coletividade ao longo do tempo. O enfoque é também macroeconômico, mas centrado em questões estruturais e de longo prazo (como progresso tecnológico, estratégias de crescimento). 
5 - Multidisciplinaridade da Economia
Embora a Economiatenha seu núcleo de análise e seu objeto bem definidos, ela tem correlação com outras ciências. Afinal, todas estudam a mesma realidade, e evidentemente há muitos pontos de contato, onde são estabelecidas relações entre a Economia e outras áreas do conhecimento. Outra boa justificativa para esta relação com outras disciplinas envolve buscar mais instrumental de trabalho.
Economia, Física e Biologia
O início do estudo sistemático da Economia coincidiu com os grandes avanços da técnica e das ciências físicas e biológicas nos séculos XVIII e XIX. A construção do núcleo científico inicial da Economia começou a partir das chamadas concepções organicistas (biológicas) e mecanicistas (físicas). Segundo o grupo organicista, a Economia se comportaria como um órgão vivo. Daí utilizarem-se termos como órgãos, funções, circulação e fluxos na teoria econômica. Já para o grupo mecanicista, as leis da Economia se comportariam como determinadas leis da Física. Daí advém os termos estática, dinâmica, aceleração, velocidade, forças e outros. Com o passar do tempo, predominou uma concepção humanística, que coloca em plano superior os móveis psicológicos da atividade humana. Afinal, a Economia repousa sobre os atos humanos, e é por excelência uma ciência social.
Economia, Matemática e Estatística
Apesar de ser uma ciência social, a Economia é limitada pelo meio físico, dado que os recursos são escassos, e se ocupa de quantidades físicas e das relações entre essas quantidades, como a que se estabelece entre a produção de bens e serviços e os fatores de produção utilizados no processo produtivo. Daí surge a necessidade da utilização da Matemática e da Estatística como ferramentas para estabelecer relações entre variáveis econômicas. A Matemática toma possível escrever de forma resumida importantes conceitos e relações de Economia e permite análises econômicas na forma de modelos analíticos, com poucas variáveis estratégicas, que resumem os aspectos essenciais da questão em estudo. 
Tomemos como exemplo uma importante relação econômica: "O consumo nacional está diretamente relacionado com a renda nacional". A expressão diz que o consumo (C) é uma função (f) da renda nacional (RN). Ou seja, dada uma variação na renda nacional (RN), teremos uma variação diretamente proporcional (na mesma direção) do consumo agregado (C). Como as relações econômicas não são exatas, mas probabilísticas, recorre-se à Estatística. Em Economia tratamos de leis probabilísticas. Na relação vista anteriormente, conhecendo o valor da renda nacional num dado ano, não obtemos o valor exato do consumo, mas sim uma estimativa aproximada, já que o consumo não depende só da renda nacional, mas de outros fatores (como condições de crédito, juros, patrimônio). 
Se a Economia tivesse relações matemáticas, tudo seria previsível. Porém, não existem no mundo econômico regularidades como equivalência entre massa e energia (leis de Newton). Na Economia, o "átomo" aprende, pensa, reage, projeta, finge. Imagine como seria a Física e a Química se o átomo pudesse aprender: aquelas regularidades desapareceriam. Os átomos pensantes logo se agrupariam em classes para defender seus interesses: teríamos uma "Física dos átomos proletários", "Física dos átomos burgueses" e outros. Contudo, a Economia apresenta muitas regularidades, sendo que algumas relações são invioláveis. Por exemplo: 
o consumo nacional depende diretamente da renda nacional; 
a quantidade demandada de um bem tem uma relação inversamente proporcional com seu preço, tudo o mais constante; 
as exportações e as importações dependem da taxa de câmbio.
A área da Economia que está voltada para a quantificação dos modelos chama-se Econometria, que combina teoria econômica, Matemática e Estatística.
Lembremo-nos, porém, de que a Matemática e a Estatística são instrumentos, ou ferramentas de análise necessárias para testar as proposições teóricas com os dados da realidade. Permitem colocar à prova as hipóteses da teoria econômica, mas são meios, e não fins em si mesmas. A questão da técnica nos deve auxiliar, mas não predominar, quando tratamos de fatos econômicos, pois esses sempre envolvem decisões que afetam relações humanas.
Economia com o Direito:
Os sujeitos da economia (indivíduos, empresas e governo) são ajustados e limitados pelas leis; buscam maior interdependência entre as áreas; e é ligada a estrutura jurídica do sistema. E compete à lei situar o homem, a empresa e a sociedade diante do poder político e da natureza.
Economia e Política
Começou com a Grécia e Roma antiga, onde os estudiosos procuravam entender a economia, a ética e a ciência política com a finalidade de desenvolver estudos sobre a agricultura, comércio, indústria, tributos, escravatura, organização sócio-política, moeda, valor, juros, salários. Mais tarde, na Idade Média, buscou-se também estudar a organização do estado e do relacionamento entre dirigentes e dirigidos.
No ocidente atual, a relação entre a economia e a ciência política foi acentuada a partir da grande depressão causada pela crise da bolsa de valores de NY (1929), ocorrendo uma modificação da estrutura do sistema capitalista.
A Economia e a política são áreas muito interligadas, tornando-se difícil estabelecer uma relação de causalidade (causa e efeito) entre elas. A política fixa as instituições sobre as quais se desenvolverão as atividades econômicas. Nesse sentido, a atividade econômica se subordina à estrutura e ao regime político do país (se é um regime democrático ou autoritário). Porém, por outro lado, a estrutura política se encontra muitas vezes subordinada ao poder econômico, Citemos apenas alguns exemplos:
política do "café com leite", antes de 1930, quando Minas Gerais e São Paulo dominavam o cenário político do país;
poder econômico dos latifundiários;
poder dos oligopólios e monopólios;
poder das corporações estatais,
Economia e História
Não é a principal fonte da analise econômica, mas auxilia bastante a acompanhar as mudanças e transformações culturais, a conhecer melhor o passado, entender o presente e antecipar o futuro.A pesquisa histórica é extremamente útil e necessária para a Economia, pois facilita a compreensão do presente e ajuda nas previsões. As guerras e revoluções, por exemplo, alteraram o comportamento e a evolução da Economia. Por outro lado, também os fatos econômicos afetam o desenrolar da História. Alguns importantes períodos históricos são associados a fatores econômicos, como os ciclos do ouro e da cana-de-açúcar no Brasil, e a Revolução Industrial, a quebra da Bolsa de Nova York (1929), a crise do petróleo, que alteraram profundamente a história mundial. Em última análise, as próprias guerras e revoluções são permeadas por motivações econômicas.
Economia e Geografia
A Geografia não é o simples registro de acidentes geográficos e climáticos. Ela nos permite avaliar fatores muito úteis à análise econômica, como as condições geoeconômicas dos mercados, a concentração espacial dos fatores produtivos, a localização de empresas e a composição setorial da atividade econômica. Atualmente, algumas áreas de estudo econômico estão relacionadas diretamente com a Geografia, como a economia regional, a economia urbana, as teorias de localização industrial e a demografia econômica.
Estuda divergências ou diferenças do comportamento econômico (instituições econômicas, formas de organização da atividade produtiva) de país para país e as vezes de região para região em um país.
Economia e Sociologia
Analisa a interação social, os comportamentos entre os grupos, sua mobilidade e estratificação (formação de classes sociais), condições de vida, níveis de organização, e cultura da sociedade.
Economia com a Religião, Moral, Justiça e Filosofia
No período anterior à Revolução Industrial do século XVIII, que corresponde à Idade Média, a atividade econômica era vista como parte integrante da Filosofia, Moral e Ética. A Economia era orientada por princípios morais e de justiça.Não existia ainda um estudo sistemático das leis econômicas, predominando princípios como a lei da usura, o conceito de preço justo (discutidos, dentre outros filósofos, por Santo Tomás de Aquino). Ainda hoje, as encíclicas papais refletem a aplicação da filosofia moral e cristã às relações econômicas entre homens e nações.
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6 - Crescente interesse pela economia e desenvolvimento econômico:
Eventos recentes que influenciaram os estudos da economia mundial:
Grande depressão de 30: estudiosos da economia buscaram encontrar caminhos para a estabilização ocorrida em virtude da quebra da bolsa de NY (1929);
1936: John Maynard Keynes postula a moderna teoria da análise econômica, onde propunha que as políticas econômicas adotadas não funcionavam adequadamente, e sugeria que o Estado deveria intervir como regulador da Economia.
1945: 55% da capacidade industrial voltada para armamentos (na época era considerado muito mais lucrativo e tinha grande demanda); também houve um grande despertar para o crescimento de povos subdesenvolvidos (foi motivado principalmente pela facilitação das economias internacionais e também pela busca do bem-estar);
1946: invenção do Eniac (Pensilvânia University) – equipamento pesando 30 tons, com a capacidade de fazer cálculos balísticos complexos.
Década de 50 e 60: busca pelo crescimento econômico por países subdesenvolvidos: 
Desenvolvimento econômico = condição de bem estar (apesar de muitas vezes o bem-estar não estar relacionado ao progresso) 
Globalização em fase acelerada no começo da década de 50.
As nações pobres sofriam com a explosão demográfica, desequilíbrio ecológico, exploração desequilibrada e consumo destrutivo.
1969: criação da primeira infra-estrutura global de comunicações e os respectivos protocolos (ARPANET – o precursor da Internet).
1985: instauração da Perestroika (que significa reconstrução, reestruturação) foi, em conjunto com a Glasnost, uma das políticas introduzidas na União Soviética por Mikhail Gorbachev, em 1985. Ganhou a conotação de “reestruturação econômica”. (Gorbachev sentiu que a economia da União Soviética estava decaindo, e percebeu que o sistema socialista, apesar de não ter de ser substituído, certamente necessitava de uma reforma - uma das idéias principais era a de reduzir a quantidade de dinheiro gasta na defesa nacional).
Fim de 1989: queda do Muro de Berlim e reunificação das Alemanhas Oriental e Ocidental.
1990: operadores privados começaram a criar as suas próprias infra-estruturas, e as restrições à comercialização da Internet foram totalmente abolidas, aparecendo a World Wide Web, o desenvolvimento dos browsers, a diminuição de custos de acesso, o aumento de conteúdos, entre outros fatores, fizeram com que a Internet tivesse um crescimento exponencial.
Fim de 1991: decretado o fim da URSS.
1992: estabelecido o Tratado da União Européia (normalmente conhecido como Tratado de Maastricht), ou mercado único europeu (que nada mais é do que uma união aduaneira), com uma moeda única (o euro, adotado por 13 dos 27 estados membros) e políticas agrícola, de pescas, comercial e de transportes comuns.
fim do século XX: surgimento da questão crucial sobre a aceleração do crescimento econômico das economias periféricas. Globalização acelerada principalmente depois do tremendo avanço tecnológico das telecomunicações, dos computadores em rede e da Internet.
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7 - Os três principais compartimentos da Economia:
Este ponto da matéria necessita do texto complementar 1 que está no site www.aulalivre.com.br, juntamente com o que foi passado no caderno.
8 - Funcionamento de uma economia de mercado (Fluxos Reais e Monetários):
Vamos supor um sistema econômico, onde a economia de mercado não sofra a interferência do governo e não tenha relações comerciais com o exterior (um tipo de Economia Fechada). Nessa economia fechada, as unidades de consumo (famílias), são proprietárias dos fatores de produção, e os fornecem às unidades produtoras (empresas), no Mercado de Fatores de Produção. As empresas combinam esses fatores de produção e produzem bens e serviços, fornecendo-os para as famílias no Mercado de Bens e Serviços.
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O Fluxo Real da Economia é denominado a partir dessa movimentação de fatores de produção, bens e serviços. No Mercado de Bens e Serviços as famílias demandam bens e serviços, enquanto as empresas os oferecem, e no Mercado de Fatores de Produção as famílias oferecem os serviços ou fatores de produção (que são de sua propriedade) para as empresas (as quais demandam esses fatores de produção para depois transformá-los em produtos ou serviços). 
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No entanto, o Fluxo Monetário da Economia funciona paralelamente ao fluxo real da economia e só se torna possível com a presença de moeda, que é utilizada para remunerar os fatores de produção e para o pagamento dos bens e serviços. Nesses mercados operam as forças da oferta e da demanda, determinando o preço. Ou seja, no mercado de bens e serviços formam-se os preços dos bens e serviços enquanto no mercado de fatores de produção são determinados os preços dos fatores de produção.
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9 – Definição de Escassez
Escassez envolve não somente aquilo que existe em pouca quantidade disponível, mas sim, pessoas desejando muito mais do que pode ser satisfeito com os recursos disponíveis (não confundir com pobreza, pois até os ricos desejam mais). Resumindo, o bem para ser escasso precisa ser primeiramente desejável, e a escassez é a fonte de toda escolha.
Escassez de recursos produtivos/ ou fatores de produção (mo., terra, matérias-primas, etc.) bens limitados por conta da necessidade humana de elevação do bem-estar ou do padrão de vida humano e do excessivo crescimento populacional.
Escolha: as pessoas são obrigadas a fazerem escolhas, quando existe escassez, pois as pessoas devem escolher qual o uso que será realizado e qual não será realizado (custo de oportunidade).
10 – A Utilidade e suas formas de mensuração:
A evolução do estudo da teoria microeconômica teve início basicamente com a análise da demanda de bens e serviços, cujos fundamentos estão alicerçados no conceito subjetivo de utilidade. A utilidade representa o grau de satisfação que os consumidores atribuem aos bens e serviços que podem adquirir no mercado. Ou seja, a utilidade é a qualidade que os bens econômicos possuem de satisfazer as necessidades humanas. Como está baseada em aspectos psicológicos ou preferências, a utilidade difere de consumidor para consumidor (uns preferem uísque, outros, cerveja).
Teoria do valor-utilidade: A teoria do valor-utilidade contrapõe-se à chamada teoria do valor-trabalho, desenvolvida pelos economistas clássicos (Malthus, Adam Smith, Ricardo, Marx). A teoria do valor-utilidade pressupõe que o valor de um bem se forma por sua demanda, isto é, pela satisfação que o bem representa para o consumidor. Ela é, portanto, subjetiva e considera que o valor nasce da relação do homem com os objetos. Representa a chamada visão utilitarista, em que prepondera a soberania do consumidor, pilar do capitalismo.
Teoria do valor-trabalho: A teoria do valor-trabalho considera que o valor de um bem se forma do lado da oferta, por meio dos custos do trabalho incorporados ao bem. Os custos de produção eram representados basicamente pelo fator mão-de-obra, em que a terra era praticamente gratuita (abundante) e pouco significativa. Pela teoria do valor-trabalho, o valor do bem surge da relação social entre homens, dependendo do tempo produtivo (em horas) que eles incorporam na produção de mercadorias. Nesse sentido, a teoria do valor-trabalho é objetiva (depende de custos de produção).
A teoria do valor-utilidade veio complementar a teoria do valor-trabalho, pois não era mais possível predizer o comportamento dos preços dos bens apenas com base nos custos da mão-de-obra (ou mesmo custos em geral) sem considerar o lado da demanda (padrão de gostos, hábitos, renda, e outros). Além disso, a teoria do valor-utilidade permitiu distinguiro valor de uso do valor de troca de um bem. O valor de uso é a utilidade que ele representa para o consumidor. O valor de troca se forma pelo preço no mercado, pelo encontro da oferta e da demanda do bem.
10.1 - Utilidade total e utilidade marginal: Ao final do século passado, alguns economistas elaboraram o conceito de utilidade marginal e dele derivaram a curva da demanda e suas propriedades. Com isto, tem-se que a utilidade total tende a aumentar quanto maior a quantidade consumida do bem ou serviço. Entretanto, a utilidade marginal, que é a satisfação adicional (na margem) obtida pelo consumo de mais uma unidade do bem, é decrescente, porque o consumidor vai perdendo a capacidade de percepção da utilidade proporcionada por mais uma unidade do bem, chegando à saturação. 
O chamado paradoxo da água e do diamante ilustra a importância do conceito de utilidade marginal. Por que a água, mais necessária, é tão barata, e o diamante, supérfluo, tem preço tão elevado? Ocorre que a água tem grande utilidade total, mas baixa utilidade marginal (é abundante), enquanto o diamante, por ser escasso, tem grande utilidade marginal. 
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10.2 - Teoria Cardinal: Os economistas Gossen (1854), Jevons (1871) e Walras (1874) acreditavam que a utilidade era uma característica mensurável das mercadorias, ou seja, poderia ser medida. Acreditavam também que a utilidade era uma qualidade "aditiva", isto é, a satisfação do consumidor era a soma das utilidades obtidas no consumo dos bens e serviços de sua cesta de mercadorias. A Teoria Cardinal supunha que a utilidade podia ser medida cardinalmente. Exemplificando, uma xícara de café daria ao seu consumidor 3 unidades de utilidade, ou 3 "utis". Se, juntamente com a xícara de café, o consumidor comesse um pedaço de pão que lhe fornecesse 4 "utis", a satisfação total do consumidor seria 3 "utis" do café somadas às 4 "utis" do pão, isto é, 7 "utis". O fato de a utilidade total do consumidor do nosso exemplo ser de 7 "utis" ilustra a propriedade aditiva da utilidade. 
Basicamente, duas críticas podem ser feitas à teoria cardinal da utilidade. A primeira refere-se à mensuração da utilidade. Por ser uma qualidade avaliada subjetivamente, pois depende da escala de utilidade estabelecida pelo consumidor para cada bem, o que impossibilita a generalização dessa forma de mensuração. A segunda crítica diz respeito à propriedade aditiva da utilidade. Sabemos que existem alguns bens que, quando consumidos ao mesmo tempo, têm uma utilidade maior do que quando consumidos isoladamente. Nesse caso, não é possível somar as utilidades de cada bem para se obter a utilidade total. Assim, uma pessoa que come um prato de arroz com feijão, por exemplo, está obtendo uma utilidade bem maior do que se consumisse o arroz e o feijão separadamente.
Resumindo, a utilidade é medida em “utis”, não é influenciada pelo consumo de outros bens e a utilidade é a somatória da utilidade medida de cada bem separadamente (p.ex., macarrão com molho é analisado separadamente). A utilidade total da cesta de mercadorias (que é o conjunto de diversos bens e serviços que o consumidor adquire com sua renda) seria igual à soma das utilidades de cada bem em separado.
10.3 - Teoria Ordinal: Os economistas Edgeworth (1881), Antonelli (1886), Fischer (1892) e Pareto (1906) contornaram os principais problemas da teoria cardinal e deram à teoria do comportamento do consumidor a forma que conhecemos hoje. Essa formulação é conhecida como Teoria Ordinal do comportamento do consumidor. Inicialmente, esses economistas reconheceram que a utilidade não é uma qualidade aditiva e passaram a estudá-la como sendo decorrente do consumo de todos os bens simultaneamente. Dessa forma, a quantidade consumida de um bem interfere na utilidade de outro bem. Por exemplo: geralmente, as pessoas tomam café com açúcar, numa dada proporção, mas se for colocado muito açúcar no café, ele ficará tão ruim que não será consumido, perdendo, conseqüentemente, sua utilidade.
Por outro lado, convencidos de que a utilidade dos bens, apesar de incontestável, é uma qualidade de avaliação subjetiva, os quatro economistas abandonaram a idéia de medi-la cardinalmente, através de "utis". Antes, reconhecendo que o consumidor prefere alguns bens e serviços a outros, introduziram uma ordem de preferência para qualificar a utilidade. Assim, pode-se dizer que um bem tem mais utilidade do que outros, mas não se estabelece a quantidade de utilidade correspondente de cada um. Para a teoria ordinal, portanto, se uma pessoa prefere chá a café, o chá, para essa pessoa, tem mais utilidade do que o café. Mais uma vez, é importante ressaltar que a teoria ordinal apenas ordena os bens, não lhes atribuindo nenhuma quantidade de utilidade.
Os conceitos de Teoria Ordinal e Cardinal estudados dão-nos uma idéia do esforço feito pelos economistas para tentar encontrar os fundamentos da teoria do consumidor, isto é, os motivos que levam uma pessoa a comprar determinados bens e em certas quantidades. Cronologicamente, surgiu primeiro a Teoria Cardinal, que foi logo refutada e abandonada, vindo, em seguida, a Teoria Ordinal, que se mantém até hoje como fundamento da teoria do consumidor.
11 – Tipos de Bens:
Um bem representa qualquer coisa que tenha utilidade, podendo satisfazer uma necessidade ou suprir uma carência. Os BENS apresentam utilidade para a satisfação das necessidades, podendo ser escassos ou abundantes.
Tipos de bens:
Bens Econômicos: São os bens escassos, e em decorrência disso, possuem preço.
Bens complementares: precisam de uma combinação com outro bem para satisfazer uma necessidade. (café com açúcar, automóvel com gasolina, etc)
Bens de Giffen: ocorrem quando há uma relação direta entre o preço e a quantidade procurada, isto é, para aumentos de preço, há aumentos de quantidade procurada (p.ex.: artigos de luxo).
Bens inferiores: um bem é inferior quando existe uma relação inversa entre a quantidade procurada do bem e a renda do consumidor (ou a renda média de grupos de consumidores, em estudos de mercado).
Bens Duráveis: categoria de bens que tem utilidade durante um período de tempo. Abrange os bens de consumo duráveis e os de capital.
•	Bens de capital e/ou produção: servem para a produção de outros bens, especialmente os bens de consumo, tais como máquinas, equipamentos, material de transporte e instalações de uma indústria. 
•	Bens de consumo duráveis: são bens que prestam serviço durante um período de tempo relativamente longo (Ex.: máquina de lavar roupa ou automóvel).
•	Bens de consumo não-duráveis: são bens que são usados somente uma vez (ex.: alimentos)
Bens Intermediários: São bens manufaturados ou matérias-primas processadas que são empregados para a produção de outros bens finais (ex.: lingote de aço que será usado para fazer uma peça de um automóvel).
Bens Livres: São bens abundantes na natureza, e não possuem preço, satisfazem as necessidades e suprem as carências sem custo algum (ex.: o ar e luz do sol).
Bens ordinários: são aqueles bens cuja curva de demanda obedece a lei de demanda (quanto menor o preço, maior a quantidade procurada e vice-versa).
Bens públicos: são os bens ou serviços passíveis de serem usados por todos, não importando quem paga por seu consumo ou utilização (justiça, saúde, educação, segurança publica, rodovias, etc.).
Bens Salário: Conjunto de bens que em cada país constitui a cesta de consumo básico do trabalhador, segundo seu padrão de vida. São formados pelos artigos de primeira necessidade para o trabalhador e p/ a família, como os alimentos, o vestuário, a habitação, o transporte e os serviços de educação e saúde (o salário mínimo deve ser suficiente para proporcionar essa quantidade mínima de bens). São os bens de consumo dos trabalhadores, ou de consumo popular.
Bens Substitutos: são aqueles bens cuja quantidades demandadas respectivas alteram-se em sentido contrario, dada uma variação do preço de um deles. P.ex., o aumento do preço do café reduz suaquantidade demandada e aumenta a quantidade demandada do chá.
Bens superiores: ocorrem quando se observa uma relação direta entre a quantidade procurada do bem e a renda do consumidor (ou a renda média de grupos de consumidores, em estudos de mercado)
Fatores de produção (FP): Também chamados de recursos de produção da economia, são compostos pelos recursos humanos (trabalho e capacidade empresarial), terra, capital e tecnologia. Cada FP tem uma remuneração específica:
Exemplos de FP e suas remunerações:
	Fator de Produção:
	Remuneração:
	Trabalho
	Salário
	Capital
	Juros
	Terra
	Aluguel
	Tecnologia
	Royalty (ies)
	Capacidade empresarial
	Lucro
12 – Introdução à Microeconomia:
Também chamada de “Teoria dos Preços”, é responsável pela análise da formação de preços no mercado, ou melhor, como a empresa e o consumidor interagem e decidem qual o preço e a quantidade de determinado bem ou serviço em mercados específicos.
Sua preocupação é a formação de preços de B&S (p.ex. soja, automóveis) e de FP (salários, aluguéis, lucros)
Divisão do Estudo Microeconômico:
a) Análise da Demanda:
Teoria do consumidor (demanda individual).
Teoria da demanda do mercado.
b) Análise da Oferta (de bens e serviços):
Oferta da firma individual
Teoria da Produção
Teoria dos Custos de Produção
Oferta de Mercado
c) Análise das Estruturas de Mercado:
Oferta e Demanda (O&D) – determinam preço e quantidade de equilíbrio de um bem ou serviço (só que o mercado é competitivo).
Na análise da estrutura de mercado avaliam-se os efeitos da O&D, tanto no mercado de bens e serviços (B&S), como no mercado de Fatores de Produção (FP).
d) Estruturas do mercado de B&S:
Concorrência perfeita (estrutura em que ocorre a incapacidade de influenciar preços do mercado, pois existe livre movimentação dos ofertantes e é indiferente para o comprador comprar de um ou de outro ofertante);
Concorrência imperfeita ou monopolista (situação em que duas ou mais empresas possuírem controle sobre os preços, sem ficar sujeito a concorrência de substitutos perfeitos um do outro, e os ofertantes podem influenciar a demanda e os preços);
Monopólio (situação em que uma empresa domina a oferta de determinado bem ou serviço, que não tem substituto);
Oligopólio (concentração da propriedade em poucas empresas de grande porte, e estas detêm o controle da maior parcela ofertada no mercado).
e) Estruturas do mercado de FP:
Concorrência perfeita
Concorrência imperfeita
Monopsônio (estrutura de mercado em que existe apenas uma empresa compradora de determinada matéria-prima ou produto primário)
Oligopsônio (poucas empresas de grande porte, são as compradoras de determinada matéria-prima ou produto primário)
Obs.: Aqui, a procura de FP se chama demanda derivada, porque a demanda de insumos (mo, K) está condicionada (ou deriva) pela procura do produto final da empresa no mercado de B&S.
f) Teoria do Equilíbrio Geral:
Leva em conta as inter-relações entre todos os mercados (usa de muita abstração, envolvendo cálculos complexos e diversos modelos matemáticos).
13 – A hipótese Coeteris Paribus:
A microeconomia se vale deste recurso para analisar um mercado específico, valendo-se da hipótese que tudo o mais permanece constante, selecionando apenas as variáveis que podem influenciar o objeto de estudo. P.ex.: para analisar o efeito do preço sobre a procura, supomos que a renda permanece constante (CP), ou a relação da procura e renda dos consumidores, onde o preço permanece constante (CP).
14 – Demanda, oferta e equilíbrio de mercado:
A teoria microeconômica evoluiu com o inicio da análise da demanda (procura) de bens e serviços, a qual é fundamentada no conceito subjetivo de utilidade (a qual representa o grau de satisfação atribuído pelos consumidores de bens e serviços).
Na junção da Teoria do Valor-Utilidade (TVU) com a Teoria do Valor-trabalho (TVT), é que o comportamento do consumidor define a demanda de mercado. O comportamento dos preços dos bens precisa da TVU pois somente os custos de produção (TVT) não bastam para explicar o comportamento, necessitando também dos gostos, hábitos, renda e etc.
14.1 - Demanda de Mercado:
A demanda ou procura pode ser definida como a quantidade de certo B&S que os consumidores desejam adquirir em um determinado período de tempo. A procura depende de variáveis que influenciam a escolha do consumidor (o preço do bem ou serviço, o preço de outros bens, a renda e o gosto do consumidor). Usamos o CP para analisar cada uma dessas variáveis.
14.2 - lei geral da demanda:
Possui relação inversamente proporcional entre a quantidade procurada e o preço do bem (CP), e é representada por uma escala de procura ou curva da demanda, ou seja, a quantidade procurada de um produto varia inversamente proporcional com relação ao seu preço(CP- renda constante). 
Escala de procura
	Preço
	Quantidade demandada
	1,00
	11.000
	3,00
	9.000
	6,00
	6.000
	8,00
	4.000
	10,00
	2.000
Curva de Procura
Função demanda: Qd=F[P] 
( na equação, mostra-se que a quantidade é função do preço (ou seja, a qtde. depende do preço).
A inclinação da curva é negativamente inclinada, por conta do efeito substituição (quando o preço do bem aumenta, o consumidor procura outro bem que satisfaça a sua necessidade) e do efeito renda (quando aumenta o preço, a qtde demandada diminui por conta da perda de poder aquisitivo).
Na figura ao lado, a demanda está indicada pela reta indicada pela letra D; a quantidade procurada relacionada ao preço Po é Qo. Caso o preço do bem aumentasse para P1, haveria uma diminuição na quantidade demandada, não na demanda. Ou seja, as alterações da quantidade demandada ocorrem ao longo da própria curva de demanda (reta D).
As outras variáveis que afetam a procura de um bem ou serviço são: bens inferiores (se o consumidor ficar mais rico, irá diminuir a demanda por carne de segunda, substituindo-a por carne de primeira), bem de consumo saciado (a demanda não é afetada pela renda, como por exemplo, o arroz e feijão, farinha e sal), preço de outros bens (bens substitutos ou concorrentes – p.ex. aumenta o preço da carne, aumenta a procura por peixe ou frango), e os bens complementares (p.ex.:qtde de automóveis e o preço da gasolina ou do seguro).
Obs.: demanda é diferente de qtde. demandada: demanda é a curva ou toda a escala, e qtde. demandada é um ponto especifico dessa curva.
14.3 - Deslocamento na curva de demanda:
Caso houvesse um aumento na renda do consumidor e os preços permanecessem constantes (CP), haveria um aumento na qtde procurada (de D0 para D1) – ou seja, houve um aumento na demanda e não na qtde demandada (pois o movimento da qtde demandada ocorrem ao longo da curva).
Suponhamos que agora a curva da procura inicial (veja a figura ao lado) fosse a reta indicada pela letra D0. Sendo o bem superior, caso houvesse um aumento na renda dos consumidores (coeteris paribus), a curva da procura D0 iria se deslocar para a direita, o que estaria indicando que, aos mesmos preços, por exemplo, P0, o consumidor estaria disposto a adquirir maiores quantidades do bem, passando de Q0 para Q2. A nova curva de demanda é representada pela reta D1,
15 – Oferta de Mercado:
Pode-se conceituar oferta como as várias quantidades que os produtores desejam oferecer ao mercado em determinado período de tempo. Da mesma maneira que a demanda, a oferta depende de vários fatores; dentre eles, de seu próprio preço, do preço (custo) dos fatores de produção e das metas ou objetivos dos empresários ofertantes.
Diferentemente da função demanda, a função oferta mostra uma correlação direta entre quantidade ofertada e nível de preços, coeteris paribus. É a chamada lei geral da oferta.
A relação direta entre a quantidade ofertada de um bem e o preço desse bem deve-se ao fato de que, coeteris paribus, um aumento do preço de mercado estimula as empresas aelevar a produção; novas empresas serão atraídas, aumentando a quantidade ofertada do produto.
Além do preço do bem, a oferta de um bem ou serviço é afetada pelos custos dos fatores de produção (matérias-primas, salários, preço da terra), por alterações tecnológicas e pelo aumento do número de empresas no mercado.
Escala de oferta
	Preço
	Quantidade ofertada
	1,00
	1.000
	3,00
	3.000
	6,00
	6.000
	8,00
	8.000
	10,00
	10.000
Curva de oferta
Função ou equação da oferta: Qo=F[P]
( Pela lei geral da oferta, a curva é diretamente proporcional entre quantidade e preços (CP), ou positivamente inclinada, pois o aumento dos preços estimula a elevação da produção e a qtde ofertada (e essa oferta é afetada pelos custos dos FP, por alterações tecnológicas, e pelo aumento de empresas no mercado.
15.1 - Deslocamento na curva de oferta:
Parece claro que a relação entre a oferta e o custo dos fatores de produção seja inversamente proporcional. Por exemplo, um aumento dos salários ou do custo das matérias-primas deve provocar (coeteris paribus), uma retração da oferta do produto.
A relação entre a oferta e nível de conhecimento tecnológico é diretamente proporcional, dado que melhorias tecnológicas promovem melhorias da produtividade no uso dos fatores de produção, e, portanto aumento da oferta. Da mesma forma, há uma relação direta entre a oferta de um bem ou serviço e o número de empresas ofertantes do produto no setor.
Como no caso da demanda, também devemos distinguir entre a oferta e a quantidade ofertada de um bem. A oferta refere-se à escala (ou toda a curva), enquanto a quantidade ofertada diz respeito a um ponto específico da curva de oferta. Assim, um aumento no preço do bem provoca um aumento da quantidade ofertada, coeteris paribus (movimento ao longo da curva - diagrama A), enquanto uma alteração nas outras variáveis (como nos custos de produção ou no nível tecnológico) desloca a oferta (isto é, a curva de oferta).
Por exemplo, um aumento no custo das matérias-primas provoca uma queda na oferta: mantido o mesmo preço P0 (isto é, coeteris paribus), as empresas são obrigadas a diminuir a produção (diagrama B).
Por outro lado, uma diminuição no preço dos insumos, ou uma melhoria tecnológica na utilização dos mesmos, ou ainda um aumento no número de empresas no mercado, conduz a um aumento da oferta, dados os mesmos preços praticados, deslocando-se, desse modo, a curva de oferta para a direita (diagrama C).
�
16 – Equilíbrio de Mercado:
A interação das curvas de demanda e de oferta determina o preço e a quantidade de equilíbrio de um bem ou serviço em um dado mercado. Ou seja, quando ocorre o cruzamento entre as curvas de oferta e demanda, o preço de equilíbrio de mercado é estabelecido.
Observe a tabela abaixo e compare com o gráfico da próxima página: 
	Preço
	Qo 
	Qd 
	situação
	1,00
	11000
	1000
	excesso de procura/ escassez de oferta
	3,00
	9000
	3000
	excesso de procura / escassez de oferta
	6,00
	6000
	6000
	Equilíbrio entre oferta e procura
	8,00
	4000
	8000
	excesso de oferta / escassez de procura
	10,00
	2000
	10000
	excesso de oferta / escassez de procura
Legendas:	Qo – Quantidade ofertada
Qd – Quantidade demandada
R$ 6,00 é o preço de quantidade de equilíbrio, ou seja, o preço e a quantidade que atendem as aspirações de consumidores e dos produtores simultaneamente. Existe uma tendência natural do mercado para se chegar a uma situação de equilíbrio, e se não há obstáculos para a livre movimentação dos preços (como p.ex., na época do Sarney com o congelamento dos preços) e se o sistema é de concorrência pura ou perfeita.
Na intersecção das curvas de oferta e demanda (ponto E), teremos o preço e a quantidade de equilíbrio, isto é, o preço e a quantidade que atendem às aspirações dos consumidores e dos produtores simultaneamente.
Se a quantidade ofertada se encontrar abaixo daquela do ponto de equilíbrio E (o ponto A, por exemplo), teremos uma situação de escassez do produto. Haverá uma competição entre os consumidores, pois as quantidades procuradas serão maiores que as ofertadas. Formar-se-ão filas, o que forçará a elevação dos preços, até atingir-se o equilíbrio, quando as filas cessarão.
Analogamente, se a quantidade ofertada se encontrar acima do ponto de equilíbrio E (o ponto B, por exemplo), haverá um excesso ou excedente de produção, um acúmulo de estoques não programado do produto, o que provocará uma competição entre os produtores, conduzindo a uma redução dos preços, até que se atinja o ponto de equilíbrio.
Como se observa, quando há competição tanto de consumidores como de ofertantes, há uma tendência natural no mercado para se chegar a uma situação de equilíbrio estacionário - sem filas e sem estoques não desejados pelas empresas.
Desse modo, se não há obstáculos para a livre movimentação dos preços, ou seja, se o sistema é de concorrência pura ou perfeita, será observada essa tendência natural de o preço e a quantidade atingirem determinado nível desejado tanto pelos consumidores como pelos ofertantes. Para que isso ocorra, é necessário que não haja interferência nem do governo nem de forças oligopólicas, que normalmente impedem quedas de preços dos bens e serviços.
16.1 - Deslocamento das curvas de demanda e oferta
Como vimos, existem vários fatores que podem provocar deslocamento das curvas de oferta e demanda, com evidentes mudanças do ponto de equilíbrio. Suponhamos, por exemplo, que o mercado do bem X (um bem normal, não inferior) esteja em equilíbrio. O preço de equilíbrio inicial é Po e a quantidade, Qo (ponto A).
Se, por hipótese, os consumidores obtêm um aumento de renda real (aumento de poder aquisitivo), coeteris paribus, a demanda do bem X, aos mesmos preços anteriores, será maior. Isso significa um deslocamento da curva de demanda para a direita, para DI. Assim, ao preço Po teremos um excesso de demanda, que provocará um aumento de preços até que o excesso de demanda acabe. O novo equilíbrio se dará ao preço PI e quantidade QI (ponto B).
Da mesma forma, um deslocamento da curva de oferta afetará a quantidade de mercado e o preço de equilíbrio. Suponha, para exemplificar, que haja uma diminuição dos preços das matérias-primas usadas na produção do bem X. Conseqüentemente, a curva de oferta do bem X se deslocará para a direita, e, por raciocínio análogo ao anterior, o preço de equilíbrio se tornará menor e a quantidade maior. 
17 - Custo de Oportunidade (CO):
Expressa a capacidade máxima de produção da sociedade, onde se decide que o uso de um bem escasso será de uma forma, desistindo de usá-lo de outra forma, definindo então qual será o melhor uso alternativo. O CO é definido como o valor do melhor uso alternativo desconsiderado (se as pessoas não tivessem feito a escolha que fizeram, teriam escolhido a próxima melhor alternativa). O conceito de CO implica também fazer trocas compensatórias. P.ex.: em 1945, 55% da capacidade industrial mundial era voltada para armamentos – foi escolhido produzir armas ao invés de alimentos. O C.O. também não poderia existir sem a escassez, porque não existiriam alternativas que devessem ser desconsideradas.
Outro conceito complementar ao CO é o Trade-off, que define uma situação de escolha conflitante - ou seja: quando uma ação para a solução de um problema acarreta inevitavelmente outros. P.ex.: um político com uma verba destinada para construir uma fábrica ou uma central de tratamento de água em uma cidade, escolhe a primeira opção, pois é mais vantajosa econômica e lucrativamente.
Em economia sempre nos deparamos com situações conflitantes, visto que as necessidades humanas são imensas, enquanto os recursos disponíveis são escassos (ex.: passar horas na faculdade enquanto poderia estar fazendo outra coisa). Resumindo – o custo de uma coisa adquirida é igual ao valor daquilo que você desistiu para obtê-la.
Exemplos de algumas Trade-offs que a sociedade atualmenteenfrenta:
	EFICIÊNCIA
	x
	EQUIDADE
	crescimento econômico
	x
	distribuição na renda
	implantação de uma industria
	x
	preservação ambiental
18 - Curva de Possibilidades De Produção (CPP):
Também chamada de curva de transformação e de curva de possibilidades de produção (CPP), expressa a capacidade máxima de produção da sociedade, dada a escassez dos recursos. Essas curvas mostram as trocas compensatórias (ou os CO), que as pessoas enfrentam em virtude da escassez. Ex.: um trabalhador somente tem 4hs para produzir cadeiras ou bancos, nesse caso, a fonte de escassez é o tempo (quanto mais tempo gasta para fazer cadeiras, menos tempo tem p/ fazer bancos).
	PT
	Tempo
	cadeiras
	Tempo
	bancos
	A
	0hs
	0
	4hs
	20
	B
	1hs
	4
	3hs
	18
	C
	2hs
	7
	2hs
	14
	D
	3hs
	9
	1hs
	8
	E
	4hs
	10
	0hs
	0
No ponto C, se o trabalhador escolheu 2hs para cada produto, produzirá 7 cadeiras e 14 bancos.
Qualquer ponto em cima da curva significa que a economia irá operar a plena capacidade (ou ponto de eficiência, ou pleno emprego), usando todos os fatores de produção (FP) disponíveis.
No ponto Y, a economia está operando com capacidade ociosa ou desemprego (FP subutilizados ou ponto de ineficiência).
O ponto Z ultrapassa a capacidade de produção possível, pois a economia dispõe de recursos insuficientes para obter essa quantidade de bens (pontos inatingíveis).
O formato côncavo da CPP mostra que acréscimos iguais na produção envolvem decréscimos proporcionais ou maiores. 
A figura ao lado mostra um crescimento econômico, com um deslocamento da CPP. Isto indica que o país está crescendo, onde ocorre um aumento real dos FP (insumos), em virtude de progresso tecnológico/ inovações, aumento da eficiência produtiva, investimentos de capital, melhoria na qualificação da mão-de-obra, etc.
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A figura ao lado mostra pontos na CPP que representam ineficiência ou ociosidade (ponto A), pontos de eficiência ou pleno emprego dos Fatores de Produção (ponto B) e pontos inatingíveis, onde pode ter ocorrido uma falha no planejamento dos recursos disponíveis e por isso, nunca poderão ser produzidos.
Famílias
Empresas
Mercado de bens e serviços
Mercado de fatores de produção
Oferta
Demanda
Demanda
Oferta
Fluxo Real da Economia
Famílias
Empresas
Pagamento dos bens e serviços
Remuneração dos fatores de produção
Fluxo Monetário da Economia
U
Q
S
Legendas:
U – Utilidade
Q – Quantidade
S – Satisfação
U
Q
S
Utilidade Total
Utilidade Marginal
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