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Sistema Nervoso

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Anatomia - Sistema Nervoso – 30/05/2013
O sistema nervoso é o conjunto de estruturas responsáveis pela comunicação elétrica entre as diferentes partes do corpo animal. Para isso são utilizadas estruturas altamente especializadas (neurônios), que não somente iniciam e conduzem, mas principalmente têm a capacidade de interpretarem e responderem a impulsos elétricos.
Funções:
Recebe estímulos externos, sejam eles oriundos do meio ou de diferentes partes do corpo
Envio de informações e comandos aos demais órgãos e sistemas.
Associação de diferentes informações recebidas de modo a gerar uma resposta adequada a mensagem recebida.
Memorização de informações
Atua como glândula, fabricando secreções, os neuro hormônios.
Origem Filogenética:
Animais mais simples, ou ainda uma única célula podem responder a estímulos externos, mesmo não possuindo neurônios ou sistema nervoso, a essa capacidade denominamos irritabilidade. 
Fase Difusa: Os neurônios tem um pequeno grau de especialização e podem desempenhar varias funções, formando uma rede de neurônios interligados. Os impulsos são transmitidos em todas as direções não havendo um origem de comando. A resposta é lente, inespecífica e geral (todo corpo responde a um estimulo único). É encontrado em esponjas.
Fase Ganglionar: Típico de animais invertebrados. Os neurônios tendem a se especializar a se agrupar, formando gânglios e nervos. Os gânglios realizaram funções de comando (gânglios cerebróides). O caso dos anelídeos existe um gânglio cerebroide a cada segmento.
Fase Encefalização: Nestes animais os gânglios cerebróides transformam-se no encéfalo, que torna-se cada vez maior na escala evolutiva devido ao acúmulo de neurônios. Ocorre nos vertebrados superiores tipo peixes.
Fase de Telencefalização: Ocorre apenas no homem, onde o encéfalo se localiza na parte superior da caixa craniana.
Morfologia Geral do Sistema Nervoso:
Podemos dividir o sistema nervoso em sistema nervoso central (SNC) e sistema nervoso periférico (SNP), o primeiro é aquela porção delimitada pela caixa craniana e coluna vertebral, ou seja o Encéfalo e a Medula Espinhal. O encéfalo por sua vez pode ser dividido ainda em Cérebro, Cerebelo e Tronco Encefálico, este último corresponde ao conjunto formado pelo Mesencéfalo, Ponte e Bulbo. O Sistema Nervoso Periférico é a conexão do SNC com os demais órgãos do corpo animal e é representado pelos nervos e gânglios, as terminações nervosas que podem ser sensitivas ou motoras. Os nervos são denominados nervos cranianos quando deixam o SNC diretamente do encéfalo sendo 12 pares que inervam, na maioria das vezes, estruturas da cabeça. Estes nervos ser nervos mistos (apresentam fibras aferentes e eferentes),nervosos sensitivos(somente fibras aferentes) e nervos motores (somente fibras eferentes). Os nervos que deixam o SNC através da medula espinhal são denominados
nervos espinhais, são todos nervos mistos e seu número vai variar de acordo com o número de vértebras no esqueleto axial, pois cada vértebra corresponde a um segmento de medula que origina um par de nervos. 
Desta forma o cavalo por apresentar um número maior de vértebras torácicas vai apresentar também um número maior de nervos espinhais que os demais animais domésticos.
Na região correspondente ao membro torácico e ao membro pélvico, há um
número maior de estruturas a serem inervadas, assim a quantidade e tamanho dos nervos também aumentam, os pontos correspondentes da medula apresentam um considerável aumento de diâmetro, são as intumescência cervical e intumescência lombar, que darão
origem a conjuntos de nervos denominados respectivamente plexo braquial (intumescência cervical) e plexo sacral (intumescência lombar).
A cada vértebra, um par de nervos emerge lateralmente em correspondência a um segmento de medula, entretanto a medula é mais curta que o canal vertebral, assim os nervos mais caudais, apresentam um trajeto crescente no interior do canal medular até sua saída da coluna vertebral. Desta forma o segmento de medula responsável pelo par de nervos que emergem na coluna sacral ou coccígea, encontra-se ainda ao nível do canal vertebral da coluna lombar, fazendo com que haja um acúmulo de nervos no interior da extremidade caudal. A aparência macroscópica desta região apresenta o aspecto de uma cauda de cavalo e por isso é denominada cauda eqüina. A medula em si, termina sob a forma do cone medular e o nível em que isto ocorre, varia entre as diferentes espécies.
Tecido Nervoso:
O neurônio não é a única célula do tecido nervoso, mas é a célula mais importante do ponto de vista funcional, possui um corpo denominado pericário onde observa-se o núcleo e demais organelas, apresenta ainda prolongamentos que trazem impulsos elétricos ao corpo denominados dendritos e prolongamentos que geralmente levam os impulsos do corpo denominados axônios. 
Corpo neuronal ou pericário: É o centro metabólico onde tomam lugar os processos essenciais à vida celular, enquanto os prolongamentos neuronais são de extrema importância funcional, mas se separados sofrem rapidamente degeneração e morrem. 
Dendritos: São normalmente múltiplos e ramificados. Funcionam como uma considerável expansão da superfície receptora neuronal, visto que permitem desta forma, a conexão com prolongamentos de várias outras células. Esta rede dendrítica é também denominada árvore dendrítica. 
Axônio: É geralmente único e sem ramificações até próximo a sua terminação onde geralmente emitem várias ramificações que irão estabelecer contado com vários outros tipos celulares. Os impulsos nervosos carreados pela membrana neuronal, nada mais são que despolarizações (inversão de carga elétrica do meio externo com o interno) de forma controlada, que é transmitida ao longo de toda a membrana, até a porção terminal do neurônio. Esta porção terminal do neurônio, contém vesículas de substâncias neurotransmissoras e quando da chegada do estímulo, tais substâncias são liberadas sendo responsáveis pela transmissão do estímulo ao próximo neurônio ou ao órgão efetuador. A velocidade da propagação de uma despolarização contínua pela membrana nervosa é muito lenta, o que inviabilizaria o próprio aparecimento dos vertebrados não fosse o artifício da bainha de mielina. Este material é formado a partir de camadas de membrana de células especializadas, que envolvem o axônio funcionando como um isolante elétrico. Este isolamento por motivos óbvios não é contínuo, deixando exposta a membrana axonal de espaços em espaços (nódulos de Ranvier), logo, a despolarização acontece somente nestas regiões saltando de uma para a outra aumentando assim, em muitas vezes, a velocidade de transmissão (Transmissão Saltatória).
De acordo com o número de prolongamentos os neurônios podem ser
classificados em: Unipolares (Pseudo-unipolares), Bipolares e Multipolares.
Neurônio Unipolar: Apresentam um único prolongamento que se divide em
dois, permitindo que o impulso vá de uma extremidade à outra sem necessariamente passar pelo corpo do neurônio. São encontrados nos nervos transmitindo impulsos em direção ao sistema nervoso central. Denominados neurônios aferentes ou sensitivos, eles captam estímulos do meio interno ou externo e apresentam seus corpos em gânglios localizados fora, mas próximos ao sistema nervoso central, denominados Gânglios Sensitivos.
Neurônio Multipolar: Apresentam vários pequenos dendritos e um axônio de
tamanho variado que pode se ramificar, são os neurônios mais comuns. Podem estar intercalando um impulso sensitivo da medula ao encéfalo ou entre diferentes porções da medula sendo denominado neste caso, neurônio internuncial ou de associação. Encontramos ainda neurônios multipolares recebendo uma informação ou diretamente do neurônio aferente ou do neurônio internuncial e a encaminhando a um órgão efetor, músculo ou glândula, nesta situação é denominado neurônio eferente ou motor. Seu
corpo encontra-se dentro do sistema nervoso central, no caso daqueles que inervam os músculos estriados esqueléticos, já os neurônio motores dos músculoslisos, cardíaco e glândulas possuem seu corpo fora do sistema nervoso central, em estruturas denominadas Gânglios Viscerais.
Neurônio Bipolar: É um tipo especial que possui um dendrito e um axônio em pontos opostos do corpo. Também conduzem impulsos sensitivos para o sistema nervoso central, porém somente de informações sensoriais da olfação, visão, audição e equilíbrio.
 
No sistema nervoso central as regiões mielinizadas, correspondem aos axônios e são denominadas Substância Branca, denunciando a coloração desta. A região livre de mielina apresenta apenas corpos neuronais sendo então denominada Substância Cinzenta. No encéfalo a substância cinzenta apresenta-se recobrindo a substância branca, formando aí uma região irregular, cortical, denominada Córtex Cerebral, e em pequenas áreas no interior, os “núcleos” que podem estar na base do cérebro ou no interior do tronco encefálico. A substância cinzenta por ser o local de acúmulo de corpos de neurônios, apresenta uma grande interação neuronal sendo o local de análise dos estímulos. A Córtex Cerebral é o local de conscientização, entretanto os núcleos localizados mais profundamente analisam e respondem inconscientemente, uma interação entre estes dois locais de análise pode ser observado em alguns tipos de estímulo como por exemplo na dor visceral. Na medula e tronco encefálico ocorre um inversão na posição dos tipos de tecido, assim a substância branca recobre a substância cinzenta, esta arranja-se de forma a parecer um “H” ao corte transversal, o "H" medula. Esta distribuição diferenciada entre as partes de sistema nervoso central, corresponde em parte a uma outra divisão do sistema nervoso em: Segmentar e Supra-segmentar.
 
- Sistema Nervoso Segmentar corresponde à maneira ordenada, na medula e tronco encefálico, da emissão de pares de nervos correspondentes a um determinado segmento.
- Sistema Nervoso Supra-segmentar corresponde ao cérebro e ao cerebelo que não emitem nervos, mas comandam todo o sistema nervoso segmentar. 
Funcionalmente o sistema nervoso é dividido em Sistema Nervoso Somático ou da Vida de Relação, que faz a integração do animal com o meio externo; e o Sistema Nervoso Visceral ou Vegetativo, que relaciona-se com a inervação das vísceras. Este último possui porções aferente e eferente, sendo que a porção eferente constitui o Sistema Nervoso Autônomo.
Sistema Nervoso Somático: 
Possui uma porção aferente que conduz os estímulos captados do meio externo ao sistema nervoso central, onde são analisados, e através da porção eferente, encaminhadas respostas adequadas aos músculos responsáveis pela movimentação, com conseqüente integração do animal com o seu habitat. A captação dos estímulos do meio se dá através de terminações nervosas sensitivas que transformam os diferentes tipos de estímulos, físicos, químicos, etc, em impulsos elétricos. Cada tipo de estímulo é captado por uma terminação nervosa especializada que transforma este dado estímulo em impulso elétrico. Tanto a aferência como eferência somática são conscientes, pois os seus centros de analise conectam-se à córtex cerebral, que é o centro de conscientização do animal, ou seja, é na córtex cerebral que são analisados conscientemente estímulos provenientes de diferentes vias nervosas.
Sistema Nervoso Visceral:
Este sistema permite o controle visceral, importante na manutenção da
homeostasia (constância do meio interno). Assim como o Somático o sistema nervoso visceral possui porção aferente, que leva impulsos captados nas vísceras através de visceroceptores, ao sistema nervoso central. Esta aferência é de fundamental importância na manutenção dos parâmetros vitais do organismo, por exemplo, uma queda da pressão arterial pode ser fatal se não percebida rapidamente. O neurônio aferente visceral inicia seu trajeto, rumo ao sistema nervoso central, na víscera e logo une-se ao nervo correspondente, da mesma forma que o neurônio aferente somático, logo o corpo deste neurônio também constitui o gânglio sensitivo dos nervos. Os centros de análise nervosa visceral constituem-se de aglomerados de substância cinzenta, ou núcleos, principalmente na base do encéfalo, porém também no tronco encefálico e na própria medula espinhal. A porção eferente retorna impulsos do sistema nervoso central para as vísceras. A porção eferente do sistema nervoso visceral é também denominado Sistema Nervoso Autônomo e conecta-se aos músculos lisos das vísceras, músculo cardíaco e glândulas. Diferente do sistema nervoso somático, o visceral apresenta sua porção aferente totalmente inconsciente e pouco detalhada, por exemplo, nunca podemos nos conscientizar do teor de CO2 no sangue ou do valor da pressão arterial, porém, embora mal localizado, é consciente a dor visceral. Já a porção eferente visceral é sempre inconsciente e involuntária. 
A divisão entre sistema nervoso somático e visceral é obviamente uma separação didática, tanto que uma aferência somática, como a visualização de uma situação de perigo, pode desencadear também uma eferência visceral, como o aumento do batimento cardíaco.
Sistema Nervoso Autônomo:
O sistema nervoso autônomo (SNA) representa a porção eferente do sistema nervoso visceral. O SNA é responsável por respostas viscerais elaboradas e extremamente importantes na sobrevivência do animal. Estas respostas proporcionam a manutenção adequada da pressão sangüínea, movimentação intestinal, funcionamento renal, funcionamento cardíaco, etc. Algumas destas respostas habilitam o organismo frente a alterações do meio ambiente. Isto não seria possível não fosse a cumplicidade entre o sistema nervoso visceral e o sistema nervoso somático. O SNA pode apresentar dois tipos de respostas bem distintas: a Simpática e a Parassimpática. 
- Resposta simpática ou sistema nervoso simpático: É uma resposta de luta ou fuga, por exemplo: imagine um gato sendo atacado por um cão, o estímulo é obviamente somático e a reposta somática deste animal é a tentativa de fuga ou luta, porém uma resposta visceral é imediatemente acionada pelo SNA. Esta resposta é composta por várias alterações tais como: diminuição da irrigação na superfície do corpo, o que impedirá um sangramento excessivo; aumento da circulação no encéfalo e fígado, o que proporcionará uma melhor avaliação da situação e aumento da glicose circulante; dilatação da pupila, para um aumento do campo visual; contração dos músculos eretores do pelo, tornando-o visualmente mais agressivo; aumento do batimento cardíaco e movimentos respiratórios, aumentando conseqüentemente a eficiência circulatória e de oxigenação corporal; diminuição dos movimentos peristálticos, evitando lesões durante o combate ou fuga; etc. O mediador químico destas respostas é a noradrenalina confundida muitas vezes com a adrenalina, que é extremamente semelhante. Esta é liberada no sangue pela glândula supra-renal, também por estimulação simpática, aumentando e generalizando assim a resposta simpática. 
- Resposta parassimpática ou Sistema Nervoso Parassimpático: É na maioria das vísceras oposta ao Simpático, ou seja é uma resposta de calma que equilibrará o efeito simpático. Assim, após o susto da agressão o coração e os movimentos respiratórios diminuirão, restaurar-se-á o diâmetro dos vasos sangüíneos na pele, encéfalo e fígado, etc. O neurotransmissor da resposta parassimpática é a Acetilcolina e seu efeito é menos generalizado. 
A eferência visceral ou seja o SNA apresenta, diferente da eferência somática,
dois neurônios da medula até o órgão efetuador. Logo, gânglios viscerais são formados
fora da medula para conter o corpo do segundo neurônio, assim podemos identificar um neurônio pré-ganglionar e um neurônio pós-ganglionar na eferência visceral. Os neurônios pré-ganglionares simpáticos deixam a medula somente na porção toracolombar enquanto aqueles do parassimpático emergem exclusivamente do tronco encefálico e da região sacral. Os gânglios viscerais simpáticos alinham-se a cada lado da coluna vertebral formando uma cadeia ganglionara cada antímero, já os gânglios viscerais parassimpáticos, devido ao grande comprimento de seu neurônio préganglionar, localizam-se próximo ou mesmo no interior das vísceras.
Divisões do Sistema Nervoso Central:
O sistema nervoso central pode ser dividido morfologicamente em Encéfalo e Medula espinhal. O Encéfalo ainda se subdivide-se em: Cérebro, Cerebelo e Tronco encefálico. O cérebro é a maior e a mais cranial porção do sistema nervoso central, é composto de duas grandes porções, os hemisférios cerebrais ou Telencéfalo os quais são unidos ventralmente por uma região denominada Diencéfalo. Em conjunto os hemisférios cerebrais são denominados Telencéfalo, existindo entre estes um sulco profundo, a fissura longitudinal. A superfície do telencéfalo apresenta-se “enrugada”, ou seja, com vários giros e sulcos, o que aumenta enormemente a área. Estes sulcos e giros não são constantes, apresentando padrões variáveis entre espécies e mesmo entre indivíduo. A camada mais superficial do telencéfalo é a chamada Córtex Cerebral. A córtex cerebral foi mapeada funcionalmente, identificando os seguintes lobos cerebrais: Frontal, Parietal, Occipital, Temporal e Olfatório. 
- Lobo Frontal: Responsável pelas atividades intelectuais e de aprendizagem, mantém o animal mentalmente alerta e suscetível ao meio ambiente, além de coordenar as habilidades motoras finas e precisas. 
-Lobo Parietal: Processa as informações sensitivas de dor, propriocepção (identificação da posição das diferentes partes do corpo), e toque.
-Lobo Occipital: Processa as informações visuais.
-Lobo Temporal: Processa informações auditivas e ajuda a localizar o som.
-Lobo Olfatório: Processa informações olfatórias.
Abaixo da córtex o telencéfalo apresenta uma base de substância branca
(axônios revestidos com mielina), com exceção de pequenas ilhas de substância cinzenta denominadas Núcleos da base. Estes grupos de corpos neuronais contribuem para o tono muscular, iniciação e controle da atividade motora, para isto apresentam comunicações com a córtex cerebral, no homem uma lesão em determinados núcleos da base pode levar à Síndrome de Parkinson. Os núcleos da base não se restringem ao Telencéfalo, mas também são observados no Diencéfalo e Mesencéfalo. 
O Diencéfalo forma a parte mais rostral da base do encéfalo, é uma região de união entre os hemisférios cerebrais com várias funções, dentre elas a modulação e controle do Sistema Nervoso Autônomo, ou seja, os neurônios motores superiores do simpático e parassimpático aí se originam. O diencéfalo pode ser dividido em Hipotálamo, Epitálamo, Tálamo, Subtálamo e Metatálamo. 
- Hipotálamo: É visível à superfície externa do encéfalo intacto, é também a subdivisão mais conhecida do diencéfalo devido a suas funções endócrinas em conjunto com a Glândula Hipófise, porém esta porção é também a principal implicada no controle do SNA, regulando as funções de Apetite, sede, temperatura, balanço eletrolítico, sono, respostas comportamentais, etc. 
-Epitálamo: É a parte mais dorsal do diencéfalo e nela se destaca o Corpo Pineal que parece estar envolvida na regulação sazonal da atividade ovariana em resposta às mudanças na duração do dia.
-Tálamo e Subtálamo: Participam dos sistemas controladores da dor e da
propriocepção, participando ainda em conjunto com o córtex e o mesencéfalo do chamado Sistema Reticular Ativador, que é responsável por manter o animal em alerta e acordado. Lesão deste sistema pode levar ao coma.
-Metatálamo: É representado pelo corpo geniculado lateral e é parte da
regulação do córtex visual (occipital).
Ao diencéfalo chegam os nervos sensitivos Olfatório e Óptico cujas fibras são distribuídas adequadamente aos seus destinos após fazerem conecções com vária regiões do diencéfalo.
O tronco encefálico é o canal de ligação entre o encéfalo e a medula, tornando-se assim uma ponte entre o cérebro e as estruturas periféricas. O tronco encefálico pode ser dividido em Mesencéfalo, Ponte e Bulbo .
O mesencéfalo é a secretária do encéfalo, pois nele transitam os diferentes tratos nervosos motores e sensitivos, (tratos são conjuntos de axônios comuns a um determinado tipo de estímulo). Aproveitando a localização estratégica, o mesencéfalo é o ponto coordenador do Sistema Reticular Ativador, que, como já mencionado, mantém o animal acordado e alerta isto ocorre pelo fato de que o mesencéfalo estando ligado com o córtex cerebral e a determinada região do diencéfalo, mantém o animal conscientizado com os mais diferentes estímulos que nele chegam como: o tato, o estímulo visual, o estímulo auditivo e etc, por isso é, para a maioria das pessoas, difícil dormir em ambiente iluminado ou barulhento.
A ponte é uma pequena estrutura localizada imediatamente caudal ao
mesencéfalo, porém é de fundamental importância por conter no seu interior o centro controlador da respiração e ser local de passagem de vários tratos sensitivos e motores.
O bulbo conecta-se diretamente com a medula espinhal e abriga parte do centro da respiração, o centro regulador da pressão sangüínea e batimento cardíaco, além dos centros da maioria dos nervos cranianos sendo também seu local de origem.
O sistema límbico é um conjunto de estruturas que funcionam integradas e são responsabilizadas por alguns tipos de comportamentos, os comportamentos inatos de sobrevivência como: reações maternas, de auto preservação e sexuais. As regiões implicadas vão desde regiões do Telencéfalo até o mesencéfalo, tendo como área central o hipotálamo. O sistema límbico é importante nos processos motivacionais da memória e da aprendizagem além do participarem da regulação do SNA com respostas autonômicas integradas com os estados mentais dominantes no momento. Devido a isto distúrbios emocionais podem estar relacionados a alterações nas funções viscerais tais como a hipertensão arterial, úlceras pépticas, etc. Alguns distúrbios nas áreas límbicas podem alterar as funções endócrinas.·.
O cerebelo é o pequeno Cérebro, localiza-se imediatamente caudal ao Cérebro e apresenta dois Hemisférios Cerebelares separados pelo Vermis cerebelar. É sustentado por três pares de pedúnculos cerebelares pelos quais transitam os estímulos, estes estímulos vem das diferentes partes do corpo para que o cerebelo possa fazer a coordenação da atividade motora da cabeça, pescoço, tórax e membros. O cerebelo controla ainda o tônus muscular e mantém o equilíbrio.
A Medula Espinhal é a continuação caudal do Bulbo, é responsável pelo transito ascendente e descendente dos estímulos entre o corpo e o sistema nervoso central. Possui um núcleo central de massa cinzenta, o “H” medular, constituído de corpos de neurônios. O “H” apresenta as colunas dorsais e ventrais além da porção intermédia. Na coluna ventral observamos corpos de neurônios motores inferiores, na coluna dorsal corpos de neurônios internunciais das vias sensitivas e na porção intermédia predominam corpos de neurônios internunciais de outras vias como por exemplo reflexos medulares. Nesta região, ao longo da medula toraco-lombar, também se localizam os corpos dos neurônios pré-ganglionares simpáticos. Os corpos dos neurônios sensitivos alojam-se em gânglios fora do sistema nervoso central. A porção externa da medula espinhal é composta de substância branca, ou seja, axônios mielinizados responsáveis pela passagem dos impulsos.
Meninges:
O encéfalo e a medula estão protegidos por uma camada externa óssea de suma importância na proteção mecânica dos mesmos. Existem ainda camadas de tecido conjuntivo que reforçam a proteção mecânica mantendo uma camada de líquido envolvendo o sistema nervoso central. A camada mais externa de tecido conjuntivo é também a mais espessa e resistente, é denominada Dura-máter e forma um tubo ao redor de toda a medula respeitando apenas os espaços para a passagem dos nervos espinhais e cranianos onde as meninges formam bainhas para a passagem destes.
O espaço entre a Dura-máter e as vértebras é preenchido por quantidade variada de tecido adiposo e é denominado espaço Epidural.Ao nível do encéfalo a Dura-máter funde-se ao periósteo dos ossos do crânio fazendo que desapareça o espaço Epidural neste ponto. A dura-máter ainda no crânio, acompanha os espaços formados entre os hemisférios cerebrais e entre o cérebro e o cerebelo formando respectivamente a Foice do Cérebro e a Tenda do Cerebelo. No interior destas estruturas existe um seio venoso que ajuda na drenagem sangüínea do encéfalo. Uma segunda meninge denominada Aracnóide aparece internamente à dura-máter, é bem mais delgada que a primeira e apresenta este nome devido a pequenas trabéculas emitidas internamente, o que lembra uma teia de aranha. Pequenos ligamentos, denominados Ligamentos Denticulados, atravessam a aracnóide e fixam a dura-máter à superfície da medula. Entre a duramater e a aracinóide existe um pequeno espaço, denominado espaço Subdural, é um espaço mais potencial com apenas uma pequena quantidade de líquido.
Internamente à aracnóide, já intimamente ligado à superfície do sistema nervoso central, observamos a Piamater, a terceira e última meninge. Entre esta e a aracnóide existe um espaço mais amplo e conseqüentemente com uma quantidade maior de líquido denominado espaço Subaracnóide. Este líquido, que envolve o sistema nervoso central, é denominado Líquido Cefalorraquidiano, Cerebroespinhal ou simplesmente Liquor. É produzido no interior dos ventrículos do encéfalo pela camada de células que os reveste internamente, o epêndima, em determinadas áreas o epêndima apresenta uma grande quantidade de vasos sangüíneos enovelados, os chamados Plexos Coróides onde a produção é maior. O líquor é produzido em uma velocidade de 30 ml por hora no cão e atinge o espaço subaracnóideo através de orifícios no teto do quarto ventrículo, entre a medula e o cerebelo.

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