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Revista Brasileira de Ensino de F´ısica, v. 33, n. 1, 1304 (2011) www.sbfisica.org.br Poteˆncia de trac¸a˜o de um ve´ıculo automotor que se movimenta com velocidade constante (Tractive power of a motor vehicle moving at constant speed) Fernando Lang da Silveira1 Instituto de F´ısica, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brasil Recebido em 11/8/2009; Aceito em 23/1/2011; Publicado em 21/3/2011 Um modelo para a poteˆncia de trac¸a˜o de ve´ıculos automotores como func¸a˜o da velocidade do ve´ıculo, da resisteˆncia ao rolamento nas rodas e do arrasto aerodinaˆmico do ar e´ proposto. Um teste emp´ırico para o mo- delo, baseado em dados sobre a poteˆncia nominal ma´xima e a velocidade ma´xima de 155 ve´ıculos e´ apresentado, corroborando o modelo de que a poteˆncia ma´xima esta´ relacionada com o cubo da velocidade ma´xima. Palavras-chave: poteˆncia de trac¸a˜o, velocidade ma´xima de automo´veis, resisteˆncia ao rolamento, arrasto do ar. A model for a motor vehicles’ tractive power as a function of the speed, the rolling resistance on their wheels, and the air’s aerodynamic drag force, is proposed. Based on both nominal top power and top speed data of 155 vehicles, an empiric test for this model is presented, and corroborates the assumption that the top power is related to the cube of the top speed. Keywords: tractive power, vehicle top speed, rolling resistance, air’s drag force. 1. Introduc¸a˜o A poteˆncia de trac¸a˜o que o motor de um automo´vel de- senvolve ao se movimentar, com velocidade constante sobre uma pista horizontal, esta´ relacionada a`s re- sisteˆncias ao movimento do automo´vel. De maneira inapropriada tais resisteˆncias sa˜o usualmente denom- inadas de atrito. Esta denominac¸a˜o e´ inadequada, pre- judicando o entendimento da dinaˆmica de ve´ıculos au- tomotores, pois as resisteˆncias a serem vencidas sobre uma pista horizontal sa˜o aquelas devidas ao movimento em relac¸a˜o ao ar - o arrasto aerodinaˆmico - e a` re- sisteˆncia ao rolamento das rodas sobre a pista. A forc¸a externa ao automo´vel que o impulsiona para frente e´ usualmente uma forc¸a de atrito esta´tico (exceto quando as rodas patinam ou deslizam sobre a pista, quando enta˜o vale o atrito cine´tico) entre as rodas de trac¸a˜o e a pista de rolamento. Desta forma a forc¸a de atrito nas rodas de trac¸a˜o, ao inve´s de se opor ao movimento do automo´vel, desempenha o importante papel de forc¸a motora. A forc¸a de arrasto aerodinaˆmico se deve pre- ponderantemente a efeitos inerciais do ar sobre o au- tomo´vel; o atrito viscoso do ar com as superf´ıcies do automo´vel e´ desprez´ıvel frente aos efeitos inerciais do ar conforme abordaremos adiante. Ou seja, e´ equivo- cado denominar os efeitos do ar sobre o automo´vel de atrito ja´ que o atrito viscoso na˜o e´ relevante neste caso. Os objetivos desse artigo sa˜o os de discutir a mal compreendida resisteˆncia ao rolamento (alia´s, assunto omisso na maioria dos textos universita´rios de f´ısica geral), o arrasto aerodinaˆmico e criar um modelo que permita estabelecer as relac¸o˜es que estes efeitos teˆm com a poteˆncia de trac¸a˜o de um automo´vel que se movi- mente com velocidade constante. Adicionalmente, um teste emp´ırico para o modelo proposto, conduzido a partir de dados sobre a poteˆncia ma´xima e a velocidade ma´xima de 155 ve´ıculos e´ apresentado. 2. A resisteˆncia ao rolamento nas rodas livres ou na˜o tracionadas Para discutir o papel dinaˆmico da resisteˆncia ao rola- mento e da forc¸a de atrito esta´tico nas rodas, vamos considerar inicialmente uma bicicleta. Em uma bici- cleta todo o mecanismo nas duas rodas esta´ acess´ıvel a uma simples inspec¸a˜o visual, diferentemente de um automo´vel onde na˜o se tem, externamente, a visa˜o de tais mecanismos. Por isto optamos por considerar o que ocorre nas rodas de uma bicicleta e depois generalizar para quaisquer rodas de ve´ıculos automotores. Admi- tiremos que as rodas da bicicleta rolem sem deslizar sobre a pista, valendo enta˜o o atrito esta´tico entre elas e a pista. 1E-mail: lang@if.ufrgs.br. Copyright by the Sociedade Brasileira de F´ısica. Printed in Brazil. 1304-2 Silveira Consideremos a roda dianteira de uma bicicleta (a roda livre ou na˜o tracionada) que trafega com veloci- dade constante sobre uma pista horizontal. Se o pavi- mento e´ como o asfalto ou o concreto, as deformac¸o˜es ocorrem quase que exclusivamente na regia˜o da roda em contato com a pista (sendo desprez´ıveis as deformac¸o˜es da pro´pria pista de rolamento) e tais deformac¸o˜es no pneu, apesar de serem ela´sticas (pois a parte defor- mada do pneu retoma a forma original quando perde o contato com a pista), dissipam internamente ao pneu energia mecaˆnica, aumentando a sua energia interna; a evideˆncia dessa perda de energia mecaˆnica e, por con- sequeˆncia, o aumento da energia interna, e´ o aqueci- mento que o pneu sofre ao rodar. A resisteˆncia ao ro- lamento esta´ associada a` perda de energia mecaˆnica na roda devido a essas deformac¸o˜es com histerese mecaˆnica [1], isto e´, devido ao fato que em um ciclo de deformac¸a˜o de uma dada regia˜o da roda ha´ um trabalho na˜o nulo e resistivo realizado. Quando a bicicleta trafega sobre uma pista deforma´vel, como e´ o caso da areia ou do cascalho, a dissipac¸a˜o de energia mecaˆnica sera´ devida tambe´m (e preponderantemente) a`s deformac¸o˜es per- manentes da pista. As ac¸o˜es sobre a roda dianteira, de acordo com a Fig. 1, quando ela rola se trasladando com veloci- dade constante v, sa˜o aquelas exercidas pela pista de rolamento (a forc¸a normal a` pista - N - e a forc¸a de atrito esta´tico - A), pelo eixo que empurra a roda di- anteira para frente - F - e para baixo, bem como o peso da roda dianteira. Estas duas u´ltimas forc¸as na˜o esta˜o nomeadas na Fig. 1 apesar de estarem repre- sentadas em u´nico vetor; encontram-se nomeadas ape- nas as forc¸as que interessam ao desenvolvimento sub- sequente da teoria. Desprezam-se as forc¸as que o ar exerce na roda dianteira, admitindo-se que ela possa girar sem atrito no eixo central, com velocidade angu- lar w constante. Figura 1 - Forc¸as exercidas na roda dianteira e representac¸a˜o da distribuic¸a˜o da pressa˜o na regia˜o de contato da roda com a pista de rolamento. Quando a roda rola, devido a`s deformac¸o˜es ela´sticas amortecidas, a pressa˜o na regia˜o de contato com a pista na˜o e´ uniforme, crescendo dentro dessa regia˜o no sen- tido do movimento [1]. Na Fig. 1 esta´ representada a distribuic¸a˜o da pressa˜o na regia˜o de contato com a pista com aux´ılio de um diagrama que indica a forc¸a sobre uma pequena a´rea elementar ao longo dessa regia˜o. As- sim sendo a forc¸a normal resulta deslocada para frente em relac¸a˜o ao centro da regia˜o de contato por uma distaˆncia d, conforme indicado na Fig. 1. Caso as de- formac¸o˜es fossem ela´sticas sem amortecimento e na˜o houvesse qualquer outro efeito de histerese, a pressa˜o estaria distribu´ıda de maneira sime´trica em relac¸a˜o ao centro da regia˜o de contato com a pista, resultando que a forc¸a normal se localizaria exatamente abaixo do eixo da roda dianteira e, consequentemente, a distaˆncia d seria nula. Como a roda se desloca com velocidade v constante, girando em torno do seu eixo com velocidade angular w constante, tanto o somato´rio das forc¸as quanto dos torques (em relac¸a˜o ao eixo de rotac¸a˜o da roda) devem ser nulos. Da´ı resulta que F = A (1) A . R = N . d . (2) Da Eq. (2) obte´m-se que a forc¸a de atrito esta´tica necessa´ria para que acontec¸a o rolamento sem desliza- mento vale A = d R N. (3) A raza˜o d por R e´ denominada coeficiente de re- sisteˆncia ao rolamento - α - e portanto α = d R = A N . (4) A expressa˜o (4) tem como consequeˆncia que, se d = 0, na˜o ha´ resisteˆncia ao rolamento (α = 0). Em disciplinas de F´ısica Geral o rolamento de umcorpo r´ıgido sobre uma superf´ıcie r´ıgida e´ usualmente o u´nico modelo abordado teoricamente, implicando que na auseˆncia de deformac¸o˜es valha trivialmente d = 0. Este modelo de corpo r´ıgido na˜o da´ conta de que um ob- jeto que role possa parar, somente grac¸as ao atrito com o pavimento, pois ao se admitir uma forc¸a de atrito na˜o nula para retardar o movimento de rolamento, o torque da forc¸a de atrito aumentaria, paradoxalmente (!), a velocidade angular w. A expressa˜o (4) implica que a diminuic¸a˜o do coefi- ciente de resisteˆncia ao rolamento pode ser conseguida por aumentar o raio R da roda (ve´ıculos utilita´rios e “fora de estrada” usualmente tem rodas maiores do que ve´ıculos convencionais, resistindo menos ao rolamento, principalmente em terrenos irregulares) ou/e diminuir a distaˆncia d. Uma forma de diminuir d e´ por diminuir Poteˆncia de trac¸a˜o de um ve´ıculo automotor que se movimenta com velocidade constante 1304-3 a regia˜o de contato do pneu com a pista e, para tal ser concretizado, deve-se aumentar a pressa˜o do pneu. Da´ı se entende a raza˜o pela qual os pneus das bicicle- tas de corrida operarem com alta pressa˜o manome´trica (seis ou mais atmosferas). Por outro lado, pneus de automo´vel que rodem abaixo da pressa˜o recomendada, sofrem maior resisteˆncia ao rolamento pois tem a regia˜o de contato com a pista expandida, consequentemente determinando um acre´scimo em d. Enta˜o a energia mecaˆnica dissipada em maior quantidade produz um aquecimento do pneu acima do normal e acarreta um maior consumo de combust´ıvel. O coeficiente de resisteˆncia ao rolamento para pneus de automo´vel, rodando sobre pista com pavimento duro como o asfalto ou o concreto, usualmente e´ da ordem de 0,01, enquanto que o coeficiente de atrito esta´tico (borracha e asfalto ou concreto secos) situa-se entre 0,85 e 1,0 [2]. Lembremos que o coeficiente de atrito esta´tico, quando multiplicado pelo valor da forc¸a nor- mal, informa sobre o valor ma´ximo da forc¸a de atrito, na˜o expressando qual e´ efetivamente a forc¸a de atrito em uma particular situac¸a˜o do pneu. Ja´ o coeficiente de resisteˆncia ao rolamento, quando multiplicado pela in- tensidade da forc¸a normal, resulta no valor da forc¸a de atrito esta´tico que acontece no rolamento sem desliza- mento da roda na˜o tracionada. Portanto, a resisteˆncia ao rolamento equivale a uma forc¸a com intensidade cerca de 1% da intensidade da forc¸a normal a` pista, enquanto a forc¸a de atrito ma´xima poss´ıvel poderia ser cerca de cem vezes maior. Assim justifica-se teorica- mente o fato bem conhecido de que as rodas permitem o deslocamento de um ve´ıculo com pequena resisteˆncia ao rolamento,2 possibilitando que o esforc¸o de uma ou duas pessoas movimente um automo´vel sobre pavimento ho- rizontal duro. 3. Rodas de trac¸a˜o: resisteˆncia ao ro- lamento, forc¸a de atrito com o pavi- mento, torque e poteˆncia de trac¸a˜o Passamos agora a analisar a roda de trac¸a˜o da bicicleta. A Fig. 2 representa as ac¸o˜es na roda de trac¸a˜o (apenas as forc¸as que interessam ao ulterior desenvolvimento teo´rico esta˜o nomeadas com letras maiu´sculas). A cor- rente exerce sobre a engrenagem solida´ria a` roda uma forc¸a tensora - T - que e´ responsa´vel pelo torque de trac¸a˜o τTrac¸a˜o. O quadro traseiro (na˜o representado na figura), onde o eixo central da roda esta´ fixo, empurra a roda para baixo e para tra´s; adicionalmente a roda de trac¸a˜o e´ pressionada contra a pista de rolamento pelo seu peso. A pista exerce a forc¸a normal - N t - e a forc¸a de atrito esta´tico - At. Nota-se que tanto a forc¸a nor- mal, quanto a forc¸a de atrito, produzem torques, em relac¸a˜o ao eixo central da roda traseira, em oposic¸a˜o ao torque de trac¸a˜o; entretanto a forc¸a de atrito na roda de trac¸a˜o e´ a u´nica forc¸a externa a` bicicleta que age no mesmo sentido da sua velocidade de translac¸a˜o v, portanto desempenhando o importante papel de forc¸a motora da bicicleta. A roda se desloca com velocidade v constante, girando com velocidade angular w constante em torno do seu eixo e, desta forma, decorre da equac¸a˜o de equil´ıbrio dos torques na roda traseira que τTrac¸a˜o = At . R + Nt . d. (5) Mas como pela expressa˜o (4) d = α . R, substituindo-se na Eq. (5) obte´m-se τTrac¸a˜o = At . R + Nt . α . R (6) τTrac¸a˜o = (At + α . Nt) . R. (7) Como a poteˆncia de trac¸a˜o - PTrac¸a˜o - e´ o produto da intensidade do torque de trac¸a˜o τTrac¸a˜o pela velocidade angular w e, substituindo-se o torque de trac¸a˜o dado na Eq. (7), obte´m-se PTrac¸a˜o = τTrac¸a˜o . w = (At + α . Nt) . R .w. (8) Como R.w resulta no valor da velocidade v de translac¸a˜o da roda, enta˜o PTrac¸a˜o = τTrac¸a˜o . w = (At + α . Nt) . v (9) Figura 2 - Forc¸as exercidas na roda de trac¸a˜o da bicicleta. As expresso˜es (8) ou (9), deduzidas para a roda de trac¸a˜o de uma bicicleta, sa˜o va´lidas para qualquer roda de trac¸a˜o de ve´ıculos automotores que se utilizem da forc¸a de atrito esta´tico com a pista de rolamento 2Rodas de ac¸o sobre trilhos de ac¸o possuem coeficiente de resisteˆncia ao rolamento entre 0,0002 e 0,001 (http://en.wikipedia.org/ wiki/Rolling resistance; acessado em 27/7/2010), permitindo a mobilidade de grandes cargas pela aplicac¸a˜o de forc¸as com intensi- dades iguais ou inferiores a uma parte em mil do peso de tais cargas! Pneus de automo´vel com baixa resisteˆncia ao rolamento possuem coeficiente de resisteˆncia ao rolamento na faixa de 0,004 a 0,008 (http://en.wikipedia.org/wiki/Low-rolling resistance tires; aces- sado em 8/8/2010) e pneus especiais para bicicletas de corrida, que operam com pressa˜o manome´trica de 8 atm, podem ter coeficientes entre 0,002 e 0,005. 1304-4 Silveira para impulsiona´-la com velocidade constante. As ex- presso˜es (8) ou (9) explicitam que a poteˆncia de trac¸a˜o depende de duas componentes: uma relacionada a` forc¸a de atrito nas rodas de trac¸a˜o e a outra relacionada a` re- sisteˆncia ao rolamento. Desta forma evidencia-se que a resisteˆncia ao rolamento na˜o pode ser confundida com o atrito entre a roda de trac¸a˜o e a pista de rolamento. O valor da forc¸a de atrito esta´tico, para uma dada ve- locidade angular da roda, cresce conforme aumenta a poteˆncia de trac¸a˜o, sendo o seu valor ma´ximo limitado pelo produto do coeficiente de atrito esta´tico - µ - pela intensidade da forc¸a normal. Ou seja PTrac¸a˜o ≤ (µ .Nt + α . Nt) . v = (µ + α) . Nt . v. (10) 4. Forc¸a de arrasto do ar Quando um corpo se movimenta atrave´s do ar, esse lhe opo˜e uma forc¸a de resisteˆncia ou de arrasto. A forc¸a de arrasto depende do atrito viscoso do ar com as su- perf´ıcies sobre as quais escoa e de efeitos inerciais de- vido a` ‘colisa˜o’ do ar com o corpo em movimento. A forc¸a de atrito viscoso e´ proporcional a` velocidade do ar em relac¸a˜o ao corpo; entretanto ela e´ para corpos razoavelmente grandes (com dimenso˜es superiores a al- guns cent´ımetros), movimentando-se com velocidades iguais ou superiores a metros por segundo, desprez´ıvel frente a` forc¸a de arrasto inercial [3]. A forc¸a de arrasto inercial cresce com o quadrado da velocidade do ar em relac¸a˜o ao corpo. A intensidade da forc¸a de arrasto inercial - F a - depende da densidade do ar - ρ - (aproximadamente 1,22 kg/m3 ao n´ıvel do mar), da a´rea frontal do corpo - S - (a´rea do corpo na direc¸a˜o perpendicular ao movi- mento do ar em relac¸a˜o ao corpo), do coeficiente de arrasto - C - (paraˆmetro adimensional que depende da forma do corpo) e da velocidade do ar - v - em relac¸a˜o ao corpo de acordo com a seguinte expressa˜o [2] Fa = 1 2 . ρ. . C . S . v2 (11) Os automo´veis possuem coeficiente de arrasto - C - entre 0,25 e 0,45, e a´rea frontal - S- entre 1,5 e 3 m2. O automo´vel atual com o menor coeficiente de arrasto e´ o Aptera, sendo C =0,11 (http://en.wikipedia.org/ wiki/Aptera 2 series;acessado em 1/8/2010). 5. Poteˆncia de trac¸a˜o em func¸a˜o da re- sisteˆncia ao rolamento e do arrasto do ar A expressa˜o (9) fornece a relac¸a˜o entre a poteˆncia de trac¸a˜o com as intensidades da forc¸a de atrito e da forc¸a normal a` pista de rolamento nas rodas de trac¸a˜o, quando o ve´ıculo automotor trafega com velocidade constante. As forc¸as de atrito esta´tico nas rodas de trac¸a˜o, em uma pista horizontal, sa˜o as u´nicas forc¸as ex- ternas ao automo´vel que possuem a mesma orientac¸a˜o da velocidade do ve´ıculo em relac¸a˜o a` pista, portanto, impulsionando-o “para frente”. Resistindo ao avanc¸o do automo´vel encontramos as forc¸as de atrito nas rodas livres (na˜o-tracionadas) e a forc¸a de arrasto do ar. Se denominarmos de At a intensidade da resultante das forc¸as de atrito nas rodas de trac¸a˜o, A a intensidade da resultante das forc¸as de atrito nas rodas livres, Fa a forc¸a de arrasto do ar, e considerando que o ve´ıculo se desloque com velocidade v constante, enta˜o a seguinte condic¸a˜o decorre da primeira lei de Newton At = A + Fa. (12) Como pela Eq. (3) A = α . N (onde N e´ a in- tensidade da resultante das forc¸as normais nas rodas na˜o tracionadas) e dado que a velocidade do automo´vel em relac¸a˜o a` pista e´ a mesma que em relac¸a˜o ao ar (admite-se que na˜o haja vento e portanto o ar esteja parado em relac¸a˜o a` pista), substituindo as Eqs. (3) e (11) na Eq. (12) obte´m-se At = α .N + 1 2 . ρ . C . S . v2. (13) A substituic¸a˜o da Eq. (13) na Eq. (9) fornece para a poteˆncia de trac¸a˜o PTrac¸a˜o = ( α .N + 1 2 . ρ . C . S . v2 + α . Nt ) . v. (14) PTrac¸a˜o = 1 2 . ρ . C . S . v3 + α . (Nt + N) . v. (15) Como a soma das intensidades das forc¸as normais a` pista em todas as rodas do automo´vel e´ aproximada- mente igual ao valor do peso do carro (aproximada- mente pois a forc¸a que o ar faz sobre o automo´vel pode ter uma componente na direc¸a˜o perpendicular a` pista e na˜o apenas na direc¸a˜o paralela a` pista), encontra-se PTrac¸a˜o ∼= 12 . ρ . C . S . v 3 + α .M. g . v, (16) onde M e´ a massa do automo´vel e g e´ a intensidade do campo gravitacional. A expressa˜o (16) indica que a poteˆncia de trac¸a˜o de um automo´vel que se desloque na horizontal com veloci- dade constante possui duas componentes: a primeira, associada ao arrasto do ar, crescendo com o cubo da velocidade e a segunda, associada a` resisteˆncia ao rola- mento, crescendo linearmente com a velocidade. Vamos estudar agora a condic¸a˜o para a velocidade v na qual as duas componentes contribuem com o mesmo valor para a poteˆncia de trac¸a˜o, ou seja, denominare- mos de vi o valor da velocidade que satisfaz a igualdade entre as duas componentes na expressa˜o (16). Portanto Poteˆncia de trac¸a˜o de um ve´ıculo automotor que se movimenta com velocidade constante 1304-5 1 2 . ρ . C . S . v3i = α .M. g . vi . (17) Isolando-se vi na expressa˜o (17) se obte´m para vi diferente de zero vi = √ 2 . α. M . g ρ . C . S . (18) Considerando-se agora um “automo´vel t´ıpico” com massa de 1200 kg, a´rea frontal de 2 m2 e coeficiente de arrasto de 0,35, encontra-se vi = √ 2 . 0, 01. 1200 . 9, 8 1, 22 . 0, 35 . 2 = 16, 6 m s ∼= 60 km h . (19) O resultado (19) e´ importante, demonstrando que em velocidades compat´ıveis com o traˆnsito em vias de baixa velocidade (como as vias urbanas), a poteˆncia de trac¸a˜o e´ predominantemente destinada a vencer a re- sisteˆncia ao rolamento. Ja´ nos regimes de velocidades maiores do que vi, a poteˆncia de trac¸a˜o cada vez mais se destina a vencer o arrasto do ar, conforme aumenta a velocidade. Por exemplo, se v = 2 . vi a expressa˜o (16) implica que 80% da poteˆncia de trac¸a˜o deve-se ao arrasto do ar. Na pro´xima sec¸a˜o discutiremos uma situac¸a˜o extrema, a dos testes de velocidade ma´xima para automo´veis. 6. Poteˆncia de trac¸a˜o e velocidade ma´- xima de automo´veis Um teste de desempenho de um automo´vel costuma informar, entre outros resultados, a poteˆncia nomi- nal ma´xima do motor do ve´ıculo (fornecida pelo fa- bricante), bem como a velocidade ma´xima atingida no teste. Para a grande maioria dos automo´veis atuais e´ poss´ıvel se obter informac¸o˜es sobre as suas dimenso˜es e suas massas; para alguns automo´veis ha´ dados sobre o coeficiente de arrasto (estas informac¸o˜es esta˜o espalha- das em diversos locais da web). Uma pesquisa extensa nos possibilitou encontrar dados sobre velocidade ma´xima e poteˆncia nominal ma´xima para mais de uma centena de automo´veis. Classificamos os automo´veis em treˆs grupos: Grupo 1 - Automo´veis atuais (78 elementos); Grupo 2 - Au- tomo´veis das de´cadas de 1960 e 1970 (45 elementos); Grupo 3 - Caminhonetas esportivas atuais (32 elemen- tos). O trabalho de pesquisa foi a´rduo principalmente para o Grupo 2 pois tais testes remontam a uma e´poca anterior a web, na˜o sendo fa´cil de localiza´-los. Muitos automo´veis e caminhonetas atuais, com motores com poteˆncia de centenas de cavalos-vapor, possuem veloci- dade limitada eletronicamente por motivos de segu- ranc¸a; estes ve´ıculos na˜o foram inclu´ıdos na ana´lise. O objetivo de se buscar tais dados diz respeito a um teste emp´ırico para a expressa˜o (16) e uma comparac¸a˜o entre os treˆs grupos de ve´ıculos. Na verdade a poteˆncia nominal ma´xima do motor, informada pelo fabricante do automo´vel, e´ um indicador da poteˆncia de trac¸a˜o. Usualmente a poteˆncia nominal ma´xima e´ medida no eixo de sa´ıda do motor e, portanto, e´ maior do que a poteˆncia ma´xima de trac¸a˜o (esta e´ de- senvolvida nas rodas de trac¸a˜o conforme a terceira sec¸a˜o desse artigo). As perdas de poteˆncia nos mecanismos de transmissa˜o do motor para as rodas situam-se entre 5% e 10% da poteˆncia medida no eixo do motor [1]. Adi- cionalmente pode acontecer que a velocidade ma´xima atingida por um automo´vel ocorra em um regime de operac¸a˜o do motor (frequeˆncia de rotac¸a˜o do motor) que na˜o coincida com o ponto de produc¸a˜o da ma´xima poteˆncia. Vejamos a expressa˜o (16) sendo aplicada para um dos carros esportivos mais velozes do mundo – o Bugatti Veyron, que em um teste em 2006 atingiu a impressio- nante marca de 408 km/h (113,3 m/s). A poteˆncia ma´xima medida para o seu motor e´ cerca de 746,7 kW (aproximadamente 1010 cv); a massa e´ 1950 kg, a a´rea frontal e´ 2,07 m2 e o coeficiente de arrasto vale 0,36. Substituindo-se os dados na Eq. (16) se encontra PTrac¸a˜o = 1 2 . 1, 22 . 0, 36 . 2, 07 . 113, 33 + 0, 01 . 1950. 9, 8 . 113, 3. (20) PTrac¸a˜o = 661, 1. 103 + 21, 7 . 103 = 682, 8 . 103W ∼= 920 cv. (21) Nota-se que o resultado para a poteˆncia de trac¸a˜o e´ compat´ıvel com a poteˆncia ma´xima do motor (infor- mada pelo fabricante), diferindo desta em menos de 10%. Destaca-se na expressa˜o (21) que a parcela de- vida ao arrasto do ar e´ cerca de 30 vezes maior do que a devida a` resisteˆncia ao rolamento. No outro extremo de velocidade ma´xima, conside- remos o antigo VW-1200 (o “Fusca”) que atingia ve- locidade ma´xima de cerca de 115 km/h (32 m/s). A poteˆncia ma´xima de seu motor era cerca de 26,6 kW (aproximadamente 36 cv), a massa valia 870 kg, a a´rea frontal era de aproximadamente 2 m2 e o coeficiente de arrasto 0,48. Substituindo-se os dados na Eq. (16) se encontra PTrac¸a˜o = 1 2 . 1, 22 . 0, 48 . 2 . 323 + 0, 01 . 870. 9, 8 . 32. (22) PTrac¸a˜o = 19, 2. 103 + 2, 7 . 103 = 21, 9 . 103W ∼= 30 cv. (23) Mais uma vez a expressa˜o (16) fornece uma poteˆncia de trac¸a˜o compat´ıvel com a poteˆncia ma´xima do motor 1304-6 Silveira e se nota que a parcela da poteˆncia devida ao arrasto do ar e´ sete vezes maior do que a devida a` resisteˆncia ao rolamento. Desta forma, desprezando-se na Eq. (16) o termo linear na velocidade, tomando-se a poteˆncia de trac¸a˜o como a poteˆncia nominal ma´xima - P - e sendoV a ve- locidade ma´xima, decorre a seguinte “lei de poteˆncia” P = K . V n onde n = 3. (24) O objetivo de coletarmos os dados para os treˆs grupos de ve´ıculos anteriormente referidos, num total de 155 pares ordenados de valores para a velocidade ma´xima e a poteˆncia ma´xima, e´ testar empiricamente a expressa˜o (22), obtendo por regressa˜o o valor para o expoente n. A corroborac¸a˜o do modelo proposto acon- tecera´ caso o valor de n resulte em aproximadamente 3. Iniciamos ajustando em cada um dos treˆs grupos separadamente uma “lei de poteˆncia” utilizando o pa- cote estat´ıstico SPSS. No Grupo 1 (automo´veis atuais) o expoente da “lei de poteˆncia” resultou em 2,8; no Grupo 2 (automo´veis dos anos 60 e 70) o expoente da “lei de poteˆncia” resultou em 2,9 e no Grupo 3 (caminhonetas esportivas atuais) o expoente da “lei de poteˆncia” resultou em 3,1. Portanto os expoentes se situam, de acordo com a expectativa teo´rica, pro´ximos a 3. Decidimos enta˜o proceder a um ajuste, impondo que o expoente em cada um dos treˆs grupos fosse o mesmo, mas possibilitando que o paraˆmetro multiplicativo K na expressa˜o (24) assumisse valores diferentes para os treˆs grupos. Desta forma, ao impor que o expoente e´ o mesmo, os treˆs valores para os paraˆmetros multi- plicativos sa˜o comensura´veis entre si, isto e´, podem ser comparados entre si. A Fig. 3 apresenta um gra´fico de dispersa˜o para a poteˆncia ma´xima em func¸a˜o da velocidade ma´xima nos treˆs grupos de ve´ıculos, bem como as equac¸o˜es de ajus- tamento obtidas. Para representar como retas as curvas de ajuste, as escalas dos dois eixos na˜o sa˜o lineares nas duas varia´veis (velocidade ma´xima e poteˆncia). Como se observa na Fig. 3, o expoente da “lei de poteˆncia” resultou em 2,86, portanto muito pro´ximo da expectativa teo´rica (n = 3). A qualidade do ajuste, medido pelo coeficiente de determinac¸a˜o resultou em 0,95. Desta forma a expressa˜o (24) tem o poder de explicar de maneira muito boa a poteˆncia ma´xima em func¸a˜o da velocidade ma´xima nos treˆs grupos de au- tomo´veis. A comparac¸a˜o das constantes multiplicati- vas evidencia uma evoluc¸a˜o dos automo´veis atuais em relac¸a˜o aos dos anos 60 e 70, pois hoje a mesma ve- locidade pode ser atingida com uma poteˆncia inferior, perfazendo aproximadamente 70% (3,59/5,16 = 0,70) da poteˆncia dos ve´ıculos antigos. Ja´ as caminhonetas esportivas atuais necessitam desenvolver uma poteˆncia que perfaz aproximadamente 170% (6,02/3,59 = 1,68) da poteˆncia dos automo´veis atuais para trafegarem na mesma velocidade. A aerodinaˆmica dessas caminhone- tas, tanto por ter coeficiente de arrasto quanto a´rea frontal maior do que dos automo´veis atuais, determina a necessidade de investir uma poteˆncia de trac¸a˜o supe- rior a` dos automo´veis para trafegar na mesma veloci- dade. Estes ve´ıculos, do ponto de vista do consumo energe´tico, expressam uma contradic¸a˜o com as apre- goadas necessidades de economia de combust´ıveis pois maior poteˆncia demanda um consumo maior de com- bust´ıvel no mesmo percurso. Figura 3 - Diagrama de dispersa˜o da poteˆncia contra a veloci- dade ma´xima nos treˆs grupos de automo´veis e equac¸o˜es de ajus- tamento. 7. Poteˆncia de trac¸a˜o em rampas Se um ve´ıculo automotor se movimenta em um aclive, a expressa˜o (12) deve ser modificada para contemplar o fato de que a componente do peso do ve´ıculo paralela a` pista resiste ao seu avanc¸o. Sendo θ o aˆngulo de in- clinac¸a˜o da pista com a horizontal, a expressa˜o (12) deve ser modificada para At = A + Fa + M . g . senθ, (25) At = α .N + 1 2 . ρ . C . S . v2 + M . g . senθ. (26) Substituindo-se a Eq. (26) na Eq. (9) obte´m-se finalmente para a poteˆncia de trac¸a˜o PTrac¸a˜o ∼= 12 . ρ . C . S . v 3 + α .M. g. cosθ . v + M. g. senθ . v, (27) onde o terceiro termo a direita da expressa˜o (27) relaciona-se a` poteˆncia necessa´ria para vencer a re- sisteˆncia do campo gravitacional (este terceiro termo e´ nulo em pistas horizontais). Poteˆncia de trac¸a˜o de um ve´ıculo automotor que se movimenta com velocidade constante 1304-7 Conforme Silveira [4], a inclinac¸a˜o ma´xima re- comendada pelo DNIT para rodovias de Classe 0 (estradas brasileiras do tipo BR, onde acontecem os mais altos fluxos de ve´ıculos) e´ de cerca de 3◦. Con- sideremos um automo´vel de porte me´dio com quatro passageiros (massa total de aproximadamente 1600 kg), com coeficiente de arrasto de 0,35, a´rea frontal de 2 m2, movimentando-se com velocidade constante de 90 km/h (25 m/s) em um aclive com 3◦ de inclinac¸a˜o. Enta˜o a poteˆncia de trac¸a˜o calculada pela expressa˜o (27) resulta em PTrac¸a˜o ∼= 12 . 1, 22 . 0, 35 . 2 .253 + 0, 01 . 1600. 9.8. cos (3◦) . 25 + 1600. 9.8. sen (3◦) . 25, PTrac¸a˜o ∼= 6, 67 . 103 + 3, 91 . 103 + 20, 52 . 103 = 31, 10 . 103W, (28) PTrac¸a˜o ∼= 42 cv. (29) E´ importante notar que mais de 60% da poteˆncia de trac¸a˜o necessa´ria para se movimentar nesse aclive e´ dispendida para vencer a resisteˆncia devida ao campo gravitacional. Entretanto para um automo´vel me´dio, com poteˆncia nominal ma´xima superior a 100 cv, tal na˜o se constitui em um problema e ele podera´ trafegar nesses aclives a 90 km/h ou mais. Imaginemos agora um caminha˜o com massa de 40.000 kg (caminho˜es desse porte ou ate´ maiores trafegam comumente em rodovias de Classe 0 ), a´rea frontal de 6 m2, coeficiente de arrasto de 0,7, trafegando a 90 km/h (25 m/s) no mesmo aclive. A poteˆncia de trac¸a˜o resulta em PTrac¸a˜o ∼= 12 . 1, 22 . 0, 7 . 6 . 253 + 0, 01 . 40000 . 9, 8. cos (3◦) . 25 + 40000 . 9, 8. sen (3◦) . 25, PTrac¸a˜o ∼= 40, 03 . 103 + 97, 87 . 103 + 512, 89 . 103 = 650, 79 . 103W, (30) PTrac¸a˜o ∼= 879 cv. (31) O valor calculado na Eq. (31) excede em muito a poteˆncia nominal ma´xima dos motores de caminha˜o, impedindo-os de trafegar em aclives com esta inclinac¸a˜o na velocidade pressuposta; a velocidade compat´ıvel com a poteˆncia dos motores desses caminho˜es situa-se, em tais aclives, em aproximadamente 40 km/h. Adicional- mente quando um caminha˜o desce pela mesma rampa, a poteˆncia desenvolvida pelo campo gravitacional deixa de ser resistente para ser motora e os sistemas de freio do ve´ıculo (freio por atrito e freio motor) tera´ que ser capaz de absorver e dissipar tal poteˆncia sob pena de a velocidade crescer excessivamente. Assim se entende porque em rodovias de Classe 0 na˜o deve haver ram- pas com inclinac¸o˜es superiores a 3◦; adicionalmente em rampas com estas inclinac¸o˜es, faz-se necessa´ria uma ter- ceira pista para que os caminho˜es possam trafegar em velocidades menores do que a dos automo´veis, sem en- tretanto congestionar o traˆnsito. Na expressa˜o (30) os termos de poteˆncia relativos a` superac¸a˜o da resisteˆncia do ar e da resisteˆncia ao rolamento quando somados resultam em cerca de 190 cv, e dado que a poteˆncia nominal ma´xima do caminha˜o e´ de duas ou mais cen- tenas de cavalos-vapor, conclui-se que facilmente este ve´ıculo pode manter a velocidade de 90 km/h ou mais em pistas horizontais. 8. Conclusa˜o Neste artigo tratamos das resisteˆncias ao movimento de um ve´ıculo automotor, demonstrando teoricamente e comprovando empiricamente que a poteˆncia de trac¸a˜o para manter o automo´vel com velocidade constante em uma pista horizontal com velocidade igual ou supe- rior a 100 km/h destina-se quase que exclusivamente a vencer o arrasto do ar. Nesta situac¸a˜o a poteˆncia de trac¸a˜o esta´ relacionada a` velocidade por uma “lei de poteˆncia” com expoente aproximadamente igual a 3 conforme obtido por regressa˜o para treˆs grupos de automo´veis, perfazendo 155 pares ordenados de veloci- dade e poteˆncia ma´xima em usuais testes de desem- penho de ve´ıculos automotores. O desenvolvimento do tema envolve uma matema´tica elementar mas uma f´ısica rica conceitual- mente, propiciando a abordagem de interessantestemas, geralmente omissos em textos de f´ısica geral, como a resisteˆncia ao rolamento e como o arrasto iner- cial produzido pelo ar sobre um corpo em movimento atrave´s do fluido. O interesse que os conhecidos testes de desempenho de automo´veis despertam nos alunos pode ser aproveitado para iniciar e aprofundar os con- ceitos e a teoria sobre a dinaˆmica de ve´ıculos automo- tores. Refereˆncias [1] M.D. Artmonov, V.A. Ilarionov and N.M. Morin, Mo- tor Vehicles (MIR, Moscou, 1976). [2] R. Bosch, Manual de Tecnologia Automotiva (Edgard Blucher, Sa˜o Paulo, 2005). [3] C.E. Aguiar e G.A Rubini, Revista Brasileira de Ensino de F´ısica 26, 297 (2004). [4] F.L. Silveira, F´ısica na Escola 8(2), 16 (2007).
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