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Estudo Dirigido - (09) HALL. ---OK---A identidade cultural na pós-modernidade

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ESTUDO DIRIGIDO
Texto 9 - HALL. A identidade cultural na pós-modernidade
Tema 1 – Identidades individuais
1) Descreva as seguintes concepções de sujeito - identidade
a) Moderna e iluminista. O sujeito é racional, centrado, unificado, consciente e dotado de capacidade ação. Nessa concepção, apesar de mudanças, o sujeito é um indivíduo portador de uma essência imutável, tem uma história e um lugar no mundo, não podendo haver a ideia de um “eu” sem mundo. 
b) Sociológica. De acordo com esta concepção, a identidade não existe sem instituições sociais e códigos culturais. A identidade social se define de acordo com os papéis que são dados pelas instituições modernas, como a família, o Estado, a escola, o mundo do trabalho. Com a crise dessas instituições, os papéis delas decorrentes também se perdem ou são questionados.
c) Pós-moderna. Desprezada a ideia de essência na chamada pós-modernidade, aparece a ideia de múltiplas identidades, provisórias, instáveis, posicionadas, fluidas, o que coloca grandes problemas para a Psicologia, que se construiu sobre bases mais definidas do que é sujeito.
2) Explique brevemente as cinco inovações teóricas e sociais que produziram um descentramento do sujeito moderno no século XX:
a) Marxismo. Como a história é, segundo o marxismo, um processo dialético movido pela luta de classes, o indivíduo não é soberano e não tem poder de influenciar, por si só, o curso dos eventos.
B) Psicanálise. Com seu conceito de inconsciente, a Psicanálise considera que grande parte da vida do indivíduo transcorre sem que ele saiba, e, com isso, elimina a ideia de individuo racional e livre.
C) Linguística estrutural. Em contraponto à visão iluminista, segundo a qual as palavras pertencem ao individuo, que por meio delas expressa as suas ideias, a linguística estrutural tem a língua como um sistema social com uma carga histórica que condiciona o “dizer” individual. Exemplo: o xingamento, que possui significados que vão além da intensão do autor.
d) A obra de Michel Foucault. O pensamento de Foucault produz um descentramento do sujeito, porque o indivíduo e sua subjetividade são vistos não como preexistentes, universais ou possuindo uma essência, mas como efeito do poder.
Ao analisar a nova ordem econômica e sócio-política que emerge na Europa com as revoluções burguesas e com o capitalismo industrial e ao criar o conceito de “poder disciplinar”, Foucault assevera que o controle social nesse momento histórico passou a atuar sobre vastas populações, porém de forma individualizada por meio do sistema burocrático de documentação, da representação política e da responsabilidade penal e civil e dos rendimentos do trabalho individuais, e também pelo uso da Medicina, Psiquiatria, da Psicologia, entre outras formas, para configurar novas subjetividades chamadas de “corpos dóceis”. O poder agora não domina ou reprime, mas produz o indivíduo. 
e) Os “novos” movimentos sociais. Os movimentos sociais considerados novos em relação à modernidade são os movimentos feministas, os promotores da igualdade racial, os relacionados às causas dos GLBT, dos indígenas e dos deficientes, ao meio ambiente, entre outros, cujos integrantes não possuíam voz na política liberal clássica, porque esta considerava o indivíduo apenas como portador de um voto, nem de acordo com o pensamento marxista, que se voltava apenas para a luta de classes, de modo que as particularidades ou a diversidade cultural dos indivíduos não tinham qualquer importância no jogo político. Com a contestação de grupos de indivíduos postulando por direitos políticos, surgiram esses movimentos que se hoje estão presentes em sindicatos, em partidos políticos e nas políticas do Estado federal, os quais promovem ações afirmativas a eles direcionadas.
A força desses movimentos desconstruiu a ideia de que o indivíduo é neutro. Pelo contrário, demonstrou que é fato político relevante, numa sociedade sexista e racial, por exemplo, ser homem ou mulher, branco ou negro. Além disso, quando representantes desses movimentos passaram a produzir conhecimento científico, desvelaram tanto a parcialidade do próprio conhecimento, quanto a ideologia subjacente a determinados conceitos, como, por exemplo, de “homem”, cujo sentido aludia a “ser humano do sexo masculino, branco, heterossexual”, representante da experiência humana universal.
Tema 2 – Identidades nacionais
3) Explique a concepção de nação como “comunidade imaginada”.
A ideia de nação que reúne história, cultura, língua, símbolos e datas oficiais e nacionais não é um fato, mas sim algo que emerge de um projeto político e que depois é gerenciado pelo Estado. Assim, a ideia de nação é construída, configurando-se como uma comunidade imaginada, que é um senso de pertencimento coletivo que orienta os nacionais em certa direção futura.
4) Analise as críticas do autor à concepção acima.
A crítica de Hall ao conceito de comunidade imaginária é que a construção da nação é fruto de uma história de poder, dominação, exploração ou mesmo de violência de uns grupos sobre outros, e que a seleção dos elementos (história, cultura, língua, símbolos, grupos, etc.) que configurarão a nação privilegia uns em detrimento de outros.
Tema 3 – Globalização
5) Defina globalização e explicite suas principais características.
Os três elementos essenciais para compreender a globalização são os processos transnacionalização, o desenvolvimento das comunicações e a compressão do espaço-tempo, que enfraquecem o poder e a soberania no Estado nacional. A globalização conectou determinados pontos como uma rede, porém o mundo não se tornou uma “aldeia global”.
6) Explique a oposição entre o local e o global na construção das identidades.
Ao mesmo tempo que as localidades incorporam símbolos, criações, padrões e produtos globalmente conhecidos, recepcionando-os particularmente, elas não desaparecem, mas se rearticulam com referências globais. Em contrapartida, por força dos mercados, das grandes migrações e das mídias, esses mesmos elementos gerados em algum lugar se tornam globais. 
7) Apresente a crítica do autor à ideia da homogeneização global das identidades.
Que a globalização, como um fenômeno em si mesmo instável da ocidentalização do mundo, é uma rede que interliga muitos pontos, porém deixa tantos outros fora de seu alcance, de seus limites, criando ao mesmo tempo novas xenofobias, desigualdades.
8) Explique o conflito entre tendências ao hibridismo cultural e ao fundamentalismo no contexto da globalização.
Segundo Hall, na globalização, há uma tensão entre hibridismo cultural e fundamentalismo. Em termos de cultura, há uma fusão da cultura de massa global com realidades locais, mas também o fenômeno de culturas locais que criam novas identidades em virtude da globalização. Em contrapartida, as comunidades ditas fundamentalistas, com seu argumento de pureza jamais existente, procuram traçar fronteiras para se proteger das influências externas.

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