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2º ANO O ILUMINISMO ALUNO:_________________ "O iluminismo foi um movimento intelectual que defendeu a valorização da razão em detrimento da fé como forma de entender o mundo e os fenômenos da natureza. Defendeu o desenvolvimento científico e acreditava que este levaria ao progresso da humanidade e à formação de uma sociedade sem injustiças e sem tirania. O iluminismo surgiu no século XVIII, fazendo este ser conhecido como o “século das luzes”. Os iluministas eram contrários ao absolutismo e à concentração do poder real, defendiam as liberdades individuais, eram críticos do mercantilismo e propunham o liberalismo enquanto alternativa econômica. Leia também: Revolução Francesa — um acontecimento influenciado pelas ideias iluministas Resumo sobre o iluminismo O iluminismo foi um movimento intelectual que surgiu na Europa no século XVIII. Os iluministas eram defensores da razão como forma de entender o mundo. Contribuíram para o desenvolvimento científico e combatiam a influência da Igreja. Eram críticos do absolutismo e da concentração do poder real. Os ideais iluministas contribuíram para eventos como a Revolução Americana e a Revolução Francesa. O que foi o iluminismo? O iluminismo foi um movimento intelectual que surgiu na Europa no século XVIII. Tinha como ponto central a defesa da razão e ciência para guiar a humanidade e explicar os fenômenos da natureza. Por conta disso, os iluministas foram grandes defensores da ciência e contribuíram para o desenvolvimento científico nesse período. Por meio do iluminismo, combateu-se uma visão de mundo teocêntrica estabelecida por influência do cristianismo, e ganhou espaço na sociedade o racionalismo científico. Os iluministas tinham a crença de que o racionalismo permitiria à humanidade encontrar o caminho do progresso e construir uma sociedade sem injustiças sociais e sem conflitos. A influência do iluminismo sobre o século XVIII na Europa foi tão grande que ele recebeu o nome de “século das luzes”. Esse nome se explica porque o termo iluminismo remonta à ideia de iluminação. Os iluministas defendiam iluminar as mentes de seu século, retirando-as da escuridão da ignorância. A influência do iluminismo se estendeu por diversas áreas da sociedade, pois, além da ciência, seus representantes propunham mudanças para áreas como a política, a religião, a cultura, a economia, o funcionamento da sociedade etc. O iluminismo foi catalisador de inúmeras transformações na sociedade europeia a partir do século XVIII e foi resultado de uma renovação intelectual que estava em curso na Europa desde séculos anteriores. Ideias iluministas → Iluminismo e absolutismo Os iluministas eram profundamente críticos do absolutismo, considerando que essa forma de governo, na verdade, era uma tirania. Lembrando que o absolutismo foi uma forma de governo marcada pela concentração do poder no monarca. Além disso, os regimes absolutistas possuíam sociedades estamentais, nas quais havia um grupo que gozava de inúmeros privilégios. O iluminismo criticava o absolutismo, defendendo a necessidade de estabelecer limites ao poder real por meio de reformas políticas que dessem maiores poderes a um órgão legislativo (como um Parlamento) e/ou pela elaboração de uma Constituição que estabelecesse limites legais para o poder real. Além disso, os iluministas defendiam a necessidade de se combater (até certo ponto) os privilégios que existiam nas sociedades absolutistas. Defendiam a importância de estabelecer liberdades individuais, como a liberdade de expressão e a liberdade religiosa. Defendiam também a ideia de igualdade jurídica, em que todos os homens seriam iguais perante a lei. O interesse dos iluministas esteve diretamente relacionado com os interesses da burguesia enquanto classe social. Essa classe desejava combater os privilégios da nobreza e as limitações que o absolutismo estabelecia para essa classe economica e, principalmente, politicamente. Por isso, os ideais iluministas foram a base ideológica da queda do absolutismo na Europa. → A economia sob o viés iluminista Além de se opor ao absolutismo, os iluministas se opunham às práticas econômicas dos reinos absolutistas. Conhecidas como mercantilismo, as práticas da economia absolutista são entendidas como um estágio de formação do capitalismo, ainda que tivessem sido marcadas fortemente pela interferência do Estado na economia. O Estado intervia frequentemente na economia para garantir o objetivo das economias absolutistas: o acúmulo de riquezas a fim de fortalecer o poder real. Esse controle estatal na economia não era bem-visto pelos iluministas, que defendiam que deveria haver maior liberdade econômica. Uma vertente que se popularizou por meio dos iluministas foi o liberalismo econômico, que defende que o Estado não deve intervir na economia porque o mercado deve se autorregular pela via do livre comércio e da livre iniciativa. Com isso, o nível dos preços das mercadorias, o valor dos salários não devem ser responsabilidade do Estado, mas, sim, do próprio mercado. → Iluminismo e as ciências Como vimos, os iluministas eram fortes defensores do racionalismo científico, afirmando que a ciência e a razão deveriam ser os guias da humanidade, e não a fé. Com base nisso, acreditavam que seria possível encontrar o caminho do progresso e construir uma sociedade sem tirania e sem injustiça social. Por isso, os iluministas eram críticos profundos do poder da Igreja. Suas críticas iam no sentido de criticar o poder que a instituição possuía política e socialmente, pois ela tinha enorme influência, era muito rica e controlava a vida e a mente das pessoas. Eram defensores da liberdade de expressão também para poder divulgar livremente suas convicções sem que fossem vítimas da opressão e perseguição da Igreja, por exemplo. Além disso, eram críticos da falta de liberdade religiosa na Europa e dos conflitos causados por isso. A defesa da razão feita pelos iluministas contribuiu para o avanço científico e para a popularização do conhecimento. Tendo em vista defender a razão e o conhecimento difundido pelo movimento, os iluministas decidiram criar as enciclopédias, grandes volumes de livros que continham o resumo de todo o conhecimento daquele período. A enciclopédia se tornou um fenômeno na Europa, sendo impressa e consumida por inúmeros leitores. Continha conhecimentos científicos, filosóficos, econômicos e condensava bem as propostas iluministas. Acabou sendo proibida pelas autoridades absolutistas e passou a ser impressa e publicada de maneira clandestina. Leia também: Renascimento — o primeiro grande movimento artístico, científico e filosófico da modernidade Principais pensadores iluministas Voltaire foi um dos grandes representantes do iluminismo. O iluminismo foi influente principalmente na França, e, por isso, uma parte expressiva dos principais nomes desse movimento intelectual é de lá. Entretanto, nem todos os grandes iluministas foram franceses. Entre os principais iluministas, destacaram-se: Denis Diderot; Jean le Rond d’Alembert; Immanuel Kant; Adam Smith; David Hume; Voltaire; Montesquieu; Jean-Jacques Rousseau; René Descartes. Consequências do iluminismo Os ideais iluministas influenciaram movimentos de luta pela liberdade em diferentes partes da Europa, e também no continente americano. Na América, o iluminismo deu força para a defesa da liberdade contra o domínio e a exploração coloniais. A Revolução Americana é um grande exemplo de movimento inspirado pelos ideais iluministas. Na Europa, a luta pela igualdade entre os homens e pela conquista de importantes liberdades, como a de expressão e a religiosa, contribuiu diretamente para a Revolução Francesa, movimento que iniciou a contestação do absolutismo na Europa. A concentração de poder dos monarcas e os privilégios da nobreza e do clero foram combatidos nesse acontecimento histórico. Questões sobre o Iluminismo 2º ANO - HISTÓRIA ALUNO:__________________________________________1. Mackenzie – Sobre o iluminismo, é correto afirmar que: a) defendia a doutrina de que a soberania do Estado absolutista garantiria os direitos individuais e eliminaria os resquícios feudais ainda existentes. b) propunha a criação de monopólios estatais e a manutenção da balança de comércio favorável, para assegurar o direito de propriedade. c) criticava o mercantilismo, a limitação ao direito à propriedade privada, o absolutismo e a desigualdade de direitos e deveres entre os indivíduos. d) acreditava na prática do entesouramento como meio adequado para eliminar as desigualdades sociais e garantir as liberdades individuais. e) consistia na defesa da igualdade de direitos e liberdades individuais, proporcionada pela influência da Igreja Católica sobre a sociedade, através da educação. 2. Fatec – As grandes revoluções burguesas do século XVIII refletem, em parte, algumas ideias dos filósofos iluministas, dentre as quais podemos destacar a que a) apontou a necessidade de limitar a liberdade individual para impedir que o excesso degenerasse em anarquismo. b) acentuou que o Estado não possui poder ilimitado, o qual nada mais é do que a somatória do poder dos membros da sociedade. c) visou defender a tese de que apenas a federalização política é compatível com a democracia orgânica. d) mostrou que, sem centralização e dependência dos poderes ao Executivo, não há paz social. e) procurou salientar que a sociedade industrial somente se desenvolverá a partir de minucioso planejamento econômico. 3. PUC-MG – O Iluminismo representa a visão de mundo da intelectualidade do século XVIII, NÃO podendo ser apontado como parte do seu ideário: a) combate às injustiças sociais e aos privilégios aristocráticos. b) fortalecimento do Estado e o cerceamento das liberdades. c) o anticolonialismo e o repúdio declarado à escravidão. d) o triunfo da razão sobre a ignorância e a superstição. e) o anticlericalismo e a oposição à intolerância religiosa. 4. UEL– “A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão teria grande repercussão no mundo inteiro. ‘Este documento é um manifesto contra a sociedade hierárquica de privilégios nobres, mas não um manifesto a favor de uma sociedade democrática e igualitária. Os homens nascem e vivem livres e iguais perante a lei, dizia seu primeiro artigo; mas também prevê a existência de distinções sociais, ainda que somente no terreno da utilidade comum’…” Assinale a alternativa que identifica um dos artigos da Declaração que prevê a distinção a que o texto se refere. a) “A propriedade privada é um direito natural, sagrado, inalienável e inviolável.” b) “Os cidadãos de conformidade com suas posses devem contribuir com as despesas da administração pública.” c) “A garantia dos direitos do homem e do cidadão necessita de força pública que deve ser instituída em benefício de todos…” d) “A lei só tem direito de proibir as ações que sejam prejudiciais à sociedade.” e) “Ninguém pode ser molestado por suas opiniões, mesmo religiosas, desde que sua manifestação não perturbe a ordem pública…” 5. UEBA – No período do Iluminismo, no século XVIII, o filósofo Montesquieu defendia: a) divisão da riqueza nacional. b) divisão dos poderes executivo, legislativo e judiciário. c) divisão da política em nacional e internacional. d) formação de um Poder Moderador no Congresso Nacional. e) implantação da ditadura moderna. 6. FGV-SP –“O homem nasce livre, e por toda a parte encontra-se a ferros. O que se crê senhor dos demais, não deixa de ser mais escravo do que eles (…) A ordem social é um direito sagrado que serve de base a todos os outros. Tal direito, no entanto, não se origina da natureza: funda-se, portanto, em convenções.” J.J. Rousseau, Do contrato social. in: Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978, p. 22. A respeito da citação de Rousseau, é correto afirmar: a) Aproxima-se do pensamento absolutista, que atribuía aos reis o direito divino de manter a ordem social. b) Filia-se ao pensamento cristão, por atribuir a todos os homens uma condição de submissão semelhante à escravatura. c) Filia-se ao pensamento abolicionista, por denunciar a escravidão praticada na América, ao longo do século XIX. d) Aproxima-se do pensamento anarquista, que estabelece que o Estado deve ser abolido e a sociedade, governada por autogestão. e) Aproxima-se do pensamento iluminista, ao conceber a ordem social como um direito sagrado que deve garantir a liberdade e a autonomia dos homens. 7. (UFF 2010) O escritor e filósofo francês Voltaire, que viveu no século XVIII, é considerado um dos grandes pensadores do Iluminismo ou Século das Luzes. Ele afirma o seguinte sobre a importância de manter acesa a chama da razão: “Vejo que hoje, neste século que é a aurora da razão, ainda renascem algumas cabeças da hidra do fanatismo. Parece que seu veneno é menos mortífero e que suas goelas são menos devoradoras. Mas o monstro ainda subsiste e todo aquele que buscar a verdade arriscar-se-á a ser perseguido. Deve-se permanecer ocioso nas trevas? Ou deve-se acender um archote onde a inveja e a calúnia reacenderão suas tochas? No que me tange, acredito que a verdade não deve mais se esconder diante dos monstros e que não devemos abster-nos do alimento com medo de sermos envenenados”. Identifique a opção que melhor expressa esse pensamento de Voltaire. a) Aquele que se pauta pela razão e pela verdade não é um sábio, pois corre um risco desnecessário. b) A razão é impotente diante do fanatismo, pois esse sempre se impõe sobre os seres humanos. c) Aquele que se orienta pela razão e pela verdade deve munir-se da coragem para enfrentar o obscurantismo e o fanatismo. d) O fanatismo e o obscurantismo são coisas do passado e por isso a razão não precisa mais estar alerta. e) A razão envenena o espírito humano com o fanatismo. 8. (UFPR 2010) A respeito do iluminismo, movimento filosófico que se difundiu pela Europa ao longo do século XVIII, considere as seguintes afirmativas: 1. Muitos filósofos franceses, entre eles Montesquieu, Voltaire e Diderot, foram leitores, admiradores e divulgadores da filosofia política produzida pelos ingleses, como John Locke com sua crítica ao absolutismo. 2. Quanto à organização do Estado, os filósofos iluministas não eram contra a monarquia, mas contra as ideias de que o poder monárquico fora constituído pelo direito divino e de que ele não poderia ser submetido a nenhum freio. 3. A descoberta da perspectiva e a valorização de temas religiosos marcaram as expressões artísticas durante o iluminismo. 4. Em Portugal, o pensamento iluminista recebeu grande impulso das descobertas marítimas. Assinale a alternativa correta. a) Somente a afirmativa 1 é verdadeira. b) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras. c) Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras. d) Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras. e) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras. 9. (Enem 2013) “Os produtos e seu consumo constituem a meta declarada do empreendimento tecnológico. Essa meta foi proposta pela primeira vez no início da Modernidade, como expectativa de que o homem poderia dominar a natureza. No entanto, essa expectativa, convertida em programa anunciado por pensadores como Descartes e Bacon e impulsionado pelo Iluminismo, não surgiu “de um prazer de poder”, “de um mero imperialismo humano”, mas da aspiração de libertar o homem e de enriquecer sua vida, física e culturalmente.” CUPANI, A. A tecnologia como problema filosófico: três enfoques. Scientiae Studia, São Paulo, v. 2, n. 4, 2004 (adaptado). Autores da filosofia moderna, notadamente Descartes e Bacon, e o projeto iluminista concebem a ciência como uma forma de saber que almeja libertar o homem das intempéries da natureza. Nesse contexto, a investigação científica consiste em: a) expor a essência da verdade e resolver definitivamente as disputas teóricas ainda existentes. b) oferecer a última palavra acerca das coisas que existem e ocupar o lugar que outrora foi da filosofia. c) ser a expressão da razão e servir de modelo para outras áreas do saber que almejam o progresso.d) explicitar as leis gerais que permitem interpretar a natureza e eliminar os discursos éticos e religiosos. e) explicar a dinâmica presente entre os fenômenos naturais e impor limites aos debates acadêmicos. 10. (Enem 2017) “Fala-se muito nos dias de hoje em direitos do homem. Pois bem: foi no século XVIII — em 1789, precisamente — que uma Assembleia Constituinte produziu e proclamou em Paris a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Essa Declaração se impôs como necessária para um grupo de revolucionários, por ter sido preparada por uma mudança no plano das ideias e das mentalidades: o Iluminismo.” FORTES, L. R. S. O Iluminismo e os reis filósofos. São Paulo: Brasiliense, 1981 (adaptado). Correlacionando temporalidades históricas, o texto apresenta uma concepção de pensamento que tem como uma de suas bases a: a) modernização da educação escolar. b) atualização da disciplina moral cristã. c) divulgação de costumes aristocráticos. d) socialização do conhecimento científico. e) universalização do princípio da igualdade civil.