Buscar

Resumo de AIDS

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Estados de deficiência imunológica 
Primário e secundário: HIV e AIDS
Estrutura do Vírus
O HIV é um membro do gênero Lentivírus, (que são caracteristicamente responsáveis por doenças de longa duração e período de incubação prolongado) e parte da família Retroviridae (por possuir a enzima transcriptase)
Uma partícula completa do Vírus HIV possui forma esférica e um envelope externo do qual se elevam espículas, que consistem em proteína gp120 ancorada à proteína gp41, um capsídeo interno em relação ao envelope, o material genético (RNA) e as enzimas essenciais para sua reprodução que são: a transcriptase reversa, a integrase e a protease.
Conceito de HIV – I e HIV – II
Existem dois tipos de vírus HIV: O HIV-1, o mais virulento e de alcance global, e o HIV-2, que além de ser uma forma mais tênue atinge principalmente a África do Sul. 
No Brasil, a maior parte dos casos registrados apresenta o tipo 1 do vírus, com alta taxa de replicação e, portanto, maior taxa de transmissão e progressão para o estágio de imunodeficiência. Porém, é também o tipo mais sensível ao tratamento com antirretrovirais.
Por produzir menos partículas virais, o HIV-2 apresenta-se com menor carga viral no indivíduo infectado, o que reduz a probabilidade de transmissão e possibilita um melhor prognóstico, pois retarda o desenvolvimento da AIDS.
Existe ainda a probabilidade de contração das duas formas do vírus, simultaneamente ou não.
Transmissão
O HIV está presente no sangue, sêmen, secreção vaginal e leite materno, por isso tem diversas formas de contagio:
Sexo sem preservativo - vaginal, anal ou oral;
Transmissão vertical - de mãe soropositiva para o filho durante a gestação, durante o parto ou amamentação;
Compartilhamento de seringas ou agulhas contaminadas;
Transfusão de sangue contaminado.
O vírus HIV é bastante lábil no meio externo, podendo ser inativado tanto por agentes físicos, como químicos, isto é, a transmissão só pode ocorrer pelo contato direto com o material biológico infectado, pois o vírus não sobrevive em meio externo.
Mecanismo de ação do vírus
1 – O vírus se liga a membrana da célula (T CD4+) de forma facilitada pelas proteínas do complexo gp120 + gp41 expressas em seu envelope;
2 – Ocorre a fusão do envelope do vírus com a membrana da célula hospedeira e este injeta seu material genético e enzimas no citoplasma celular;
3 – A enzima transcriptase reversa sintetiza DNA a partir do RNA viral;
4 – A enzima ligase funde o DNA sintetizado ao DNA da célula hospedeira;
5 – O vírus passa a se proliferar de forma intensa no núcleo, utilizando-se dos recursos da célula hospedeira;
6 – A enzima protease promove a ativação do pró-vírus, que é enviado para o citoplasma da célula, onde pode se ligar as enzimas que vao formar a estrutura externa do novo vírion;
7 - O vírion recém-formado é liberado para o meio extracelular, onde pode permanecer por tempo indeterminado ou infectar novas células.
Sistema Imunológico
É composto por órgãos linfoides primários ou geradores: medula (onde ocorre a produção das células de defesa) e o timo (onde os linfócitos T são maturados e selecionados). E por órgãos linfoides secundários ou periféricos: as tonsilas e o baço, onde ocorrem as respostas imunes.
As principais células imunológicas são as células apresentadoras de antígenos (APC’s), que são responsáveis por reconhecer e capturar os antígenos e transportá-los até os órgãos linfoides periféricos e apresenta-los para os linfócitos; os linfócitos B precursores de plasmócitos geradores de anticorpos; os linfócitos T (CD8) responsáveis por secretar grânulos citotóxicos inativadores de antígenos e os linfócitos T (CD4), que são responsáveis por secretar citocinas quimioatrativas e dar início a proliferação das demais células do sistema imune.
O vírus HIV age no sistema imune ao danificar as membranas das células T CD4+, pois ao realizar sua replicação, além de utilizar-se dos recursos celulares, conforme ocorre a saída das partículas virais, as membranas da célula se tornam mais permeáveis, ocorrendo a saída e entrada de grandes quantidades de água e cálcio que tem como consequência a morte celular. Sem as células TCD4, não ocorre a deflagração das respostas imunes e o organismo se torna susceptível a todos os tipos de infecções, inclusive as que, em condições normais, seriam inofensivas.
Janela imunológica
O conceito de janela imunológica refere-se ao tempo entre a infecção pelo vírus e o início dos efeitos que a disfunção imunológica causam no organismo, que perde cerca de 80 – 100 células T CD4+/mL/ano, que tem início conforme a contagem:
Abaixo de 200 células/mL: Muito vulnerável, tratar imediatamente;
Entre 200 e 350 células/mL: Vulnerável, deve ser iniciado o tratamento para evitar riscos;
Entre 350 e 500 células/mL: Pouco vulnerável, pode começar a critério médico;
Acima de 500 células/mL: Saudável, iniciar o tratamento somente se houver doença oportunista.
Testes para detecção da infecção pelo vírus HIV
TESTE DE ROTINA (RÁPIDO): Teste positivo para detecção de anticorpos com reação corada, a marca mais utilizada pelo mercado é a ELISA. É feito adicionando-se sobre os antígenos virais em uma placa, o soro do paciente;
CARGA VIRAL (PARA QUEM JÁ DESENVOLVEU AIDS): Detecção de antígenos virais, realizada a partir de uma cultura viral, onde é feita a amplificação do genoma viral; 
Infecção Aguda
Com duração aproximada de 6 meses, os primeiros sintomas podem ocorrer nas primeiras 2 semanas e se prolongar até a 8 semana, e incluem febre, adenoplastia, faringite (podem assemelhar-se a um quadro viral simples como gripe, até uma mononucleose complicada)linfocitopenia, seguida por linfocitose e presença de linfócitos atípicos, leve aumento de enzimas hepáticas, baixa contagem de CD4 em relação aos CD8.
O diagnóstico é estabelecido com testes sorológicos negativos ou indeterminados e um teste de contagem de HIV no plasma qualitativo positivo.
A infecção aguda confere uma vantagem em relação ao tratamento, pois é nessa fase que os antirretrovirais têm maior efeito, podendo impedir a perda excessiva de células CD4 e a manutenção da resposta anti-HIV.
Infecção Assintomática
É o período mais longo da infecção, marcado pelo estabelecimento de uma constante replicação viral, que vai determinar o grau de virulência do HIV, sendo que a carga viral pode variar de acordo com o estilo de vida e até fatores genéticos do soropositivo. Quanto maior a replicação de partículas virais, maior é a perda de linfócitos T CD4, o que vai prejudicar a resposta imune como um todo e aumentar o risco de infecções oportunistas 
Infecção Sintomática
Pode ser dividido em 3 fases: sintomático inicial, com o início dos primeiros sintomas relacionados a imunodeficiência, como candidíase oral, leucoplasia e dermatites em geral; AIDS propriamente dita, quando o doente começa a apresentar diarreia, febre, astenia, sudorese noturna e perda de peso excessiva e doença avançada, quando o organismo se torna extremamente debilitado, sem possibilidade de reversão da imunodepressão.
Doenças oportunistas
Uma vez agravada a imunodepressão, o portador da infecção pelo HIV apresenta infecções oportunistas (IO). 
São inúmeras as doenças oportunistas (tuberculose, pneumonia, meningite, toxoplasmose) associadas à AIDS, podendo ser causadas por vírus, bactérias, protozoários, fungos e certas neoplasias.
 Os tumores mais frequentemente associados são: Sarcoma de Kaposi, linfomas não Hodgkin, neoplasias intraepiteliais anal e cervical, sendo que o câncer de colo de útero compõe o elenco de doenças indicativas de AIDS, no sexo feminino.
Prevenção
A camisinha, além de ser distribuída gratuitamente em toda a rede pública de saúde, é o método mais eficaz para se prevenir contra o HIV. Esta deve ser manuseada e armazenada de forma correta para não sofrer nenhum tipo de alteração e consequente perda de eficácia;
Outra forma de se prevenir contra o HIV é não compartilhar seringas, agulhas e outros objetos cortantes;
Fazer acompanhamento médico pré-natal, pois se testadas positivas, as gestantes podem iniciar o tratamento com antirretrovirais gratuitamente e prevenir a transmissão para o feto durante o parto, além de garantir que o recém-nato receba a dose adequada de medicação preventiva, aleitamento (pois a mãe soropositiva não pode amamentar) e acompanhamento médico; 
Utilizar a chamada de PEP sexual, um antirretroviral, como medida de prevenção até 72 horas após situação de risco;
Tratamento
O acompanhamento médico após infecção pelo HIV é essencial, tanto para quem não apresenta sintomas e não toma remédios (fase assintomática), quanto para quem já exibe algum sinal da doença e segue tratamento com os medicamentos antirretrovirais, fase que os médicos classificam como doença da AIDS.
Durante a primeira consulta, o paciente deve informar a história clínica inicial, tempo de diagnóstico, se já apresentou alguma doença grave e quais são as condições e os hábitos de vida. É bem provável que, na primeira consulta, o médico peça exames, como: hemograma completo (sangue), urina, fezes, glicose (açúcar), colesterol e triglicérides (gorduras), raios-X de tórax, hepatite B e C, tuberculose e os testes de contagem dos linfócitos T CD4+ (indica o estado do sistema de defesa) e o de carga viral (quantidade de vírus circulante no sangue).
Classes de medicamentos Antirretrovirais
Inibidores Nucleosídeos da Transcriptase Reversa: atuam na enzima transcriptase reversa, incorporando-se à cadeia de DNA que o vírus cria. Tornam essa cadeia defeituosa, impedindo que o vírus se reproduza. São eles: Abacavir, Didanosina, Estavudina, Lamivudina, Tenofovir, Zidovudina e a combinação Lamivudina/Zidovudina.
Inibidores Não Nucleosídeos da Transcriptase Reversa: bloqueiam diretamente a ação da enzima e a multiplicação do vírus. São eles: Efavirenz, Nevirapina e Etravirina.
Inibidores de Protease: atuam na enzima protease, bloqueando sua ação e impedindo a produção de novas cópias de células infectadas com HIV. São eles: Atazanavir, Darunavir, Fosamprenavir, Indinavir, Lopinavir/r, Nelfinavir, Ritonavir, Saquinavir e Tipranavir.
Inibidores de fusão: impedem a entrada do vírus na célula e, por isso, ele não pode se reproduzir. É a Enfuvirtida.
Inibidores da Integrase: bloqueiam a atividade da enzima integrase, responsável pela inserção do DNA do HIV ao DNA humano (código genético da célula). Assim, inibe a replicação do vírus e sua capacidade de infectar novas células. É o Raltegravir.
Quando o paciente não segue todas as recomendações médicas, o HIV, vírus causador da doença, pode ficar resistente aos medicamentos antirretrovirais. E isso reduz as alternativas de tratamento.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando