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Princípios biomecânicos dos preparos dentários

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Faculdade de Ciências Aplicadas Dr. Leão Sampaio
Relatório de Prótese Fixa
Princípios biomecânicos dos preparos dentários
Há três princípios fundamentais para um preparo adequado de um dente com finalidade protética: mecânicos, biológicos e estéticos.
Os princípios mecânicos envolvem retenção, rigidez estrutural e resistência. A retenção é tida como a qualidade que uma prótese apresenta de atuar contra as forças de deslocamento ao longo de sua via de inserção. Uma forma eficaz de retenção nas próteses fixas é a retenção friccional. Esta depende basicamente do contato existente entre as superfícies internas da restauração e as superfícies externas do dente preparado, assim dito, quanto mais paralelas forem as paredes axiais do dente preparado, maior será a retenção friccional, uma vez que as superfícies estarão em mais contato. No entanto, o paralelismo excessivo pode dificultar a cimentação da restauração, causando desajuste. Dessa forma, o ideal é que sejam feitas inclinações nas paredes dos preparos, que permitam o escoamento do cimento e uma adaptação adequada da restauração.
Outro ponto importante, é que quanto maior for a coroa clínica, maior será a superfície de contato, e assim a retenção final. No caso em que haja coroas curtas é importante que se faça inclinação próxima ao paralelismo assim como retenções adicionais, como compensação.
A rugosidade superficial também influencia na retenção da prótese. Para tanto deve-se haver um bom acabamento, obtendo-se micro retenções das quais permitirão uma retenção adequada do cimento, sem causar prejuízos na adaptação. Por essa razão, o preparo deve ser bem acabado, mas não é recomendado que este seja polido.
Em relação à rigidez estrutural deve-se executar o preparo de forma que a restauração apresente espessura suficiente para resistir as forças mastigatórias sem comprometer a estética e os tecidos periodontais.
A estabilidade ou resistência previne o deslocamento da prótese quando submetida a forças oblíquas, sendo assim, previne a rotação da prótese. Dentre os fatores diretamente relacionados com a forma de resistência da prótese estão a magnitude e direção da força aplicada, em que forças mais intensas ou direcionadas lateralmente causam mais facilmente o deslocamento da prótese; Relação de altura e largura do preparo, em que quanto maior a altura das paredes, maior será a área de resistência e menor será a probabilidade da prótese sofrer deslocamento quando submetida a forças laterais. É importante que a altura do preparo seja maior que sua largura, ou no mínimo igual a ela. Nos casos em que isso é impossível, como coroas curtas, a confecção de canaletas axiais e diminuição da inclinação das paredes axiais oferecem novas formas de resistência ao deslocamento; Integridade do dente preparado, quanto mais integra a porção coronal, mas resistência terá o preparo.
Os princípios biológicos envolvem preservação do órgão pulpar, preservação do periodonto e preservação do tecido dental.
Uma constante preocupação profissional durante os preparos para prótese fixa deve ser a preservação da vitalidade pulpar. Diversos fatores durante esse procedimento podem ser considerados potencialmente deletérios ao órgão pulpar, como por exemplo o calor gerado durante a técnica de preparo, a qualidade das pontas diamantadas, a refrigeração adequada da caneta de alta rotação, a quantidade de tecido dental remanescente assim como a permeabilidade dentinária e o grau de infiltração marginal. Técnicas adequadas devem ser empregadas para se evitar o dano a polpa, como desgastes seletivos, utilizadas de acordo com as necessidades estéticas e funcionais da prótese a ser preparada. Quando possível, deve se dar escolha a preservação do tecido pulpar.
Há um inter-relação entre a saúde periodontal e a prótese confeccionada, onde existe a necessidade de uma harmonia entre a prótese e os tecidos periodontais. A preservação do periodonto abrange fatores como o limite do término-cervical, o tipo de material empregado, a adaptação e o contorno correto assim como a capacidade de higienização do próprio paciente.
Quanto ao limite cervical, o ideal seria que não houvesse contato entre as margens protéticas e os tecidos gengivais, ou seja, que esse término fosse supragengival. Isso facilita a paciente a higiene e o controle da placa, assim como impede a invasão do espaço biológico (essencial para a preservação da saúde periodontal, idealmente deve haver 3mm de estrutura dental sadia coronalmente a crista alveolar nos preparos para que haja essa preservação) e uma manutenção da própria prótese. Porém, em certas situações, principalmente envolvendo dentes anteriores e estética esse término pode ser colocado subgengivalmente. Nestes casos há uma dificuldade maior de higienização, podendo levar a inflamação gengival, placa bacteriana e formação de bolsas, assim como recessões.
O ideal é que haja uma manutenção da saúde periodontal antes da reabilitação protética (realização de tratamento periodontal básico e/ou cirúrgico quando necessário), e também após essa reabilitação, para se evitar injúrias a esses tecidos, comprometendo o sucesso do tratamento. 
Dentre os fatores que envolvem os princípios estéticos estão as margens do preparo, a espessura da porcelana e a anatomia oclusal. Como dito anteriormente as margens do preparo são mais esteticamente aceitáveis quando encontram-se a nível subgengival. Quanto a espessura da coroa, há uma variação de acordo com o material utilizado, como ligas metálicas, cerâmicas e metalocerâmicas, aonde deve-se levar em consideração estética e função, como por exemplo, a quantidade de material em zonas de maior ou menor esforço, evitando assim, por exemplo, deslocamento da restauração ou fratura. Em relação à anatomia oclusal, o preparo deve respeitar a anatomia do dente a ser restaurado, com as corretas inclinações das cúspides. Um fator importante não mencionado é o respeito da forma e simetria facial, uma vez que a coroa do dente deve ser harmônico com as estruturas faciais, para se ter um resultado esteticamente agradável.
Lorem Krsna de Morais Sousa

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