Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Arts and Crafts • Também na segunda metade do século XIX desenvolveu-se um Movimento na Inglaterra denominado Arts and Crafts (Artes e Habilidades, Artes e Artesanato). • Este foi um movimento estético e social inglês que defendia o artesanato criativo como alternativa à mecanização e à produção em massa que havia sido implementada desde a Revolução Industrial. • O passo fundamental na transposição desse ideário ao plano prático foi dado por William Morris (1834 - 1896), o principal líder do movimento. não é importante que um artista, converta-se em operário; pelo contrário, o importante é que o operário se torne artista e, assim desenvolvendo um valor estético ao trabalho desqualificado pela indústria, faça da obra cotidiana uma obra de arte”. (W. Morris) O movimento buscou revalorizar o trabalho manual e recuperou a dimensão estética dos objetos produzidos industrialmente para uso cotidiano. • O Art-Nouveau foi uma corrente artística que se desenvolveu entre 1890 e a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) na Europa e nos Estados Unidos, espalhando-se para o resto do mundo. • Visa integrar-se na vida cotidiana, adaptando-se às mudanças sociais e ao ritmo acelerado do mundo moderno. A partir de 1890 o Movimento Arts and Crafts se ligou e acabou se fundindo como o Movimento Art-Nouveau. A “Arte Nova” na Europa Inglaterra - A Escola de Glasgow, 1896 Charlie Rennie Mackintosh, a mulher Margareth Macdonald, Herbert Mc Nair e Francis Macdonald, ficaram conhecidos como “ Os Quatro de Glasgow”, depois da Exposição de 1896 do Art and Crafts Society. Produziram diversos tipos de móveis e as irmãs MacDonald em especial espelhos, castiçais e relógios. As características da arquitetura eram: • Raízes Neogóticas • Abordagem artesanal dos edifícios • Defendia que os materiais modernos como o ferro e o vidro, jamais tomariam o lugar da pedra por causa da ausência de massa. Aplicou e incorporou sistemas de controle engenhosos e modernos em seus edifícios, como o sistema de calefação e ventilação utilizado no interior da Escola. Mackintosh. Hill House em Helensburgh, construída entre 1902-1903. As cadeiras de Mackintosh na sua madeira habitualmente escura, são um marco na história e perduram até hoje como belíssimos exemplos de design, simplificação e beleza. Art Nouveau – Bélgica – Victor Horta Com o desejo de dar à Bélgica um “estilo próprio”, Victor Horta foi um dos grandes impulsionadores do Art Noveau a partir da construção do Hotel Tassel em 1892, em Bruxelas. Victor Horta Victor Horta. 1893. Escada interior do Hotel Tassel Caixa do Correio no Hotel Tassel Victor Horta. A entrada para o Museu Victor Horta, em Bruxelas. Varanda no Museu Horta, 1897 Janela do Museu Horta, 1897 Ferragens por Victor Horta, 1897 Victor Horta • A Casa Solvay foi encomendada por Armand Solvay, filho do químico e industrial belga Ernest Solvay, uma família bem abastada. Graças a fortuna da família, Horta pode gastar bastante com materiais preciosos e detalhes mais caros e bem elaborados. Casa Solvay, Victor Horta, 1894-9 Balaústre da escada da Casa Solvay Victor Horta • A Casa do Povo ou Maison du Peuple, construída por Horta entre 1897-90, já demolida. Esta obra foi feita para abrigar a sede do Partido dos Socialistas dos trabalhadores Belgas. Maison du Peuple, Victor Horta, 1899 (demolida em 1965) O programa era composto por escritórios, sala de reuniões, lojas, café, teatro ... Interior da Maison du Peuple Esculturas e ferragens da Casa do Povo Henry Van de Velde Primeiramente pintor mas, a partir dos 30 anos sob a influência de Morris passou a se dedicar à arte aplicada. Deu continuidade aos princípios de Morris ao procurar a funcionalidade e a simplicidade. Defendia que acima do gosto decorativo estava a funcionalidade, aceitando a decoração que não a prejudicasse. Nas cadeiras de Van de Velde, predomina o aspecto funcional. Interior da casa Hohenhof, 1909, Alemanha França – Hector Guimard Guimard imprime uma marca às estações de Metrô de Paris entre 1899 e 1904. A Estação Gambetta de Guimard, também de 1900. Guimard não é tão conhecido por seus edifícios quanto pelas linhas do metrô de Paris, onde usou o ferro fundido e vidro em adornos criativos com formatos de plantas, criando uma identidade visual para as entradas das estações. Guimard, estação da Bastilha no metrô de Paris, paradigma do Art Nouveau (demolida) Hector Guimard Hector Guimard Hotel Mezzara, rue La Fontaine, Paris, 1910 Maison Coilliot, Lille, 1900 Hector Guimard Trata-se de um edifício de apartamentos. Embora arquitetonicamente menos meritório que outras casas da Art Nouveau, apresenta maior liberdade no emprego de detalhes decorativos, especialmente no trabalho de ferro dos portões. Castel Beranger, Rue Fontaine em Passy, 1894-1898. Áustria – Secessão Vienense • Os três maiores expoentes austríacos do art nouveau, integrantes da Secessão vienense, são os pintores Gustav Klimt (1862-1918), o arquiteto Joseph Olbrich (1867-1908) e Josef Hoffmann (1870-1956). Palácio ou Pavilhão da Secessão. Joseph Olbrich. 1897-1898. Viena Josef Hoffman. Palácio Stoclet. 1905- 1911. Neste edifício já estão presentes muitos dos elementos que mais tarde popularizariam o Movimento Moderno. No interior deste Palácio, além de móveis projetados pelo arquiteto, há pinturas de Gustav Klimt, também como já mencionado, artista ligado à Secessão. Judith I, pintura sobre o relato bíblico em que Judith corta a cabeça de Holofernes e Retrato de Adele Bloch-Bauer I. As Três Idades da Mulher. 1908 A arquitetura de Otto Wagner "O único ponto de partida possível para a criação é a vida moderna. Todas as formas devem estar em harmonia com as novas exigências do nosso tempo. Nada que não seja prático poderá ser belo”. Otto Wagner, 1894. • Otto Wagner foi um dos arquitetos mais importantes do início do século XX e um dos fundadores na construção de cidades modernas. • A sua obra, que se preocupava com o desenvolvimento social e técnico da arte da edificação, criou um estilo útil, baseado na razão, no material e estilo de construção. CasaMajólika,Viena.1898. Otto Wagner foi autor de inúmeros edifícios de habitação para Viena, dos quais o mais conhecido é a Casa Majólika, cujo desenho da fachada e respectiva decoração em mosaicos cerâmicos revelam a influência do estilo Arte Nova. Edifício para a Central Postal de Viena, construída em duas fases, entre 1904 e 1912. Revelando grande simplicidade e linearidade, acentuados pelo emprego de estruturas em ferro com preenchimento em vidro, este edifício destaca-se pelo grande átrio público central que apresenta cobertura em vidro e pavimento em tijolo de vidro que ilumina o piso inferior. Adolf Loos (1870-1933) O arquiteto Adolf Loos contribuiu com a Secessão Vienense, da qual também participou inicialmente e com quem rompeu mais tarde, já que promoveu uma extensiva crítica ao ornamento que seus colegas austríacos ainda resistiam utilizar. Escreveu Ornamento e Delito (ou Ornamento e Crime) em 1908, que traçariaas bases para a Arquitetura Moderna. O edifício está situado no centro antigo de Viena e foi criticado por suas contradições: o nível comercial revestido com mármore, com colunas clássicas e uma entrada grande, em contraste à severidade dos níveis superiores, à falta do ornamento e às janelas lisas. Uma das obras de Adolf Loos quando ainda este estava vinculado aos secessionistas é a Goldman e Salatsch Store, construída entre 1910 e 1912. Uma obra de Loos bastante significativa é a Casa Steiner, de 1910, que já anunciava o discurso presente na obra teórica de Loos. Adolf Loos foi considerado o arquiteto precursor do Raumplan, o desenvolvimento da planta em diferentes níveis, movimentando os planos diferenciados do projeto de forma geométrica. "A grande revolução em arquitetura é a solução de uma planificação no espaço", afirmava o arquiteto. Casa Muller, construída em Praga em 1930. As obras teóricas de Adolf Loos estabeleceram as bases para a Arquitetura Moderna. Quem irá promover uma leitura crítica a partir dos escritos de Adolf Loos é o arquiteto Le Corbusier. Este arquiteto franco-suíço vai extrair muitas das suas reflexões teóricas e práticas da obra de Adolf Loos, que pode ser considerado um dos percussores da Arquitetura Moderna, ao lado do próprio Le Corbusier e dos alemães Mies van der Rohe e Walter Gropius. Espanha – Antoni Gaudi • Antoni Gaudi foi um gênio da Nova Arte Catalã. Teve como seu maior patrocinador, a partir de 1882 o industrial e armador Eusebi Güell. • Uma de suas obras que o tornou conhecido foi a Casa Vicens, de 1878 com características mouriscas. Casa Vicens, Barcelona, 1878-79 A Sagrada Família • Em 1883 foi nomeado para substituir Francesc de Paul del Villar y Lozano na continuação do Templo Expiatório da Sagrada Família, em Barcelona. Um edifício com base neogótica, portais Art Nouveau, termina com pináculos em estilo cubista. Fachada da abside. Coroação de Maria. Adoração dos Reis Panorama da abóbada do templo. O Palácio Güell • Construído entre1885 e 1890, foi desenhado por Gaudi para servir de residência à família de Güell. O Palácio Güell era residência da família, mas também era um espaço de concertos musicais e por isso a acústica foi um elemento fundamental na edificação do palácio. A cúpula do grande salão, que representando o firmamento seja de dia, seja de noite, é um dos engenhos de Gaudí para conseguir transformar este espaço em um local adequado às audições musicais. Todo o hall de entrada é revestido de pedra de pedreiras da família. As vinte chaminés do terraço tem formas e cores distintas, criando um espaço de fantasia. Em um espaço bastante pequeno para um Palácio, Gaudí conseguiu criar espaços diáfanos e luminosos, enganando assim os sentidos. Gaudi criou um engenhoso sistema de persianas que permitia regular a entrada de luz em todo o Palácio. O Parc Güell Construído entre 1904 e 1913, é o primeiro trabalho de Gaudi a evocar diretamente, por meio do perfil ondulante de sua arena, a imagem importante de sua vida: a famosa montanha dos arredores de Barcelona, Monteserrat A Casa Milá ou La Pedrera • Construído entre 1905-07 As chaminés De acordo com Argan (2002): Gaudí chegou a realizar uma arquitetura plenamente visual, cuja verdadeira estrutura é a arquitetura da imagem; como o material da imagem é a cor, o material de sua construção há de ser a cor, apenas a cor; o restante, cimento, tijolos ou ferro, é apenas o material para suporte. Essa totalidade de explicitação visual, essa busca do conteúdo intrínseco das formas, e não de formas que se adaptem a um conteúdo dado, essa construtividade da imagem, em suma constituem as razões da importância histórica de Gaudí (…) “ Doménech, Palácio da Música Catalã, Barcelona, 1905-1908. Uma obra totalmente modernista, tanto por sua transparência espacial como pela decoração curvilínea, onde as artes maiores e as artes aplicadas se integram na totalidade.
Compartilhar