Buscar

Prisões da Miséria- Loic Wacquant

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

COLEGIADO DE DIREITO 
“SISTEMA RECURSAL DO PROCESSO CIVIL 
E PROCESSO NOS TRIBUNAIS” 
ALUNO: George Luiz Siqueira 
 
TURMA: 5º A, CAL 
 
FICHAMENTO 
 
“Prisões da Miséria” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PARIPIRANGA/2015-1 
FICHAMENTO – º PERÍODO 2015-1 
COLEGIADO DE DIREITO – Faculdade AGES 
 
1. CREDENCIAIS DO AUTOR E REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA DA OBRA 
FICHADA 
Loïc Wacquant (Montpellier, França, 1960) é um professor de sociologia e pesquisador associado 
do Institute for Legal Research na Boalt Law School da Universidade da Califórnia, onde é filiado ao Global 
Metropolitan Studies Program, ao Program in Medical Anthropology, ao Center for the Study of Race and 
Gender, ao Designated Emphasis in Critical Theory e ao Center for Urban Ethnography. Wacquant também 
é pesquisador do Centre européen de sociologie et de science politique em Paris. Seus interesses perpassam 
estudos comparativos sobre marginalidade urbana, dominação étnico-racial, pugilismo, o Estado penal, 
teoria social e a política da razão. 
Loïc Wacquant já ministrou aulas em Los Angeles, Rio de Janeiro, Paris, Nova York e Viena. Seus artigos 
já foram publicados em revistas de sociologia, antropologia, criminologia, teoria social, estudos feministas, 
políticas sociais, filosofia, psicologia, educação física, literatura, arquitetura, estudos da cidade e de culturas, 
entre outros, tendo sido traduzidos para 24 línguas diferentes. 
É co-fundador da publicação interdisciplinar Ethnography, da qual foi co-editor de 2000 a 2008, e 
apresentou regulares contribuições para o Le Monde Diplomatique de 1996 a 2004. Entre seus projetos 
atuais estão estudos sobre antropologia dodesejo, uma pesquisa epistemológica sobre a construção do objeto 
da etnografia urbana e um estudo sociológico histórico-comparativo a respeito das formas e mecanismos 
da dominação racial que perpassa quatro séculos e três continentes, provisoriamente denominado “Peculiar 
Institutions”. 
 
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Lo%C3%AFc_Wacquant (acessado em 01.05.2015) 
 
Referência: 
 WACQUANT, Loïc. As Prisões da Miséria. Tradução de André Telles. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001. 
 
2. RESUMO DA OBRA 
 
O livro “As Prisões da Miséria” o autor mostra como o programa Tolerância Zero se transforma, a partir de 
uma bem montada rede entre instituições acadêmicas, estatais, entidades sociais e de mídia, em um baluarte 
da luta contra a violência, esmiúça o discurso neoconservador que sustenta esse tipo de política e demonstra 
como o Estado de Bem Estar Social deixa de existir nos EUA e na Europa, dando lugar a um Estado de 
Punição a partir da criminalização da miséria e das classes operárias. 
 
 
FICHAMENTO – º PERÍODO 2015-1 
COLEGIADO DE DIREITO – Faculdade AGES 
 
3. CITAÇÕES POR CAPÍTULO 
 
I – Como o “bom senso” penal chega aos europeus 
 
“Muitas pessoas se inclinam a pensar que os criminosos são pessoas oriundas dos ‘bairros ruins’ da cidade. 
Tem razão no sentido de que é nesses bairros que residem de maneira desproporcional as pessoas de baixa 
capacidade cognitiva.” (p. 32) 
 
“Essa teoria, jamais comprovada empiricamente, serve de álibi criminológico para reorganização do trabalho 
policial [...]. objetivo dessa reorganização: refrear o medo das classes média e superiores - as que votam – 
por meio da perseguição permanente dos pobres nos espaços públicos (ruas, parques, estações ferroviárias, 
ônibus e metrôs etc.)” (p. 34) 
 
“Do domínio policial e penal, a noção de tolerância zero se espalhou segundo um processo de metástase para 
designar pouco a pouco e indistintamente a aplicação estrita da disciplina parental nos seios da família: 
expulsão automática dos estudantes que tenham levado arma para a escola, suspensão dos esportistas 
profissionais culpados por violência fora dos estádios, controle minucioso no contrabando de drogas na 
prisão [...]” (p.42) 
 
“Segundo a National Urban League, em dois anos dessa brigada, que roda em carros comuns e à paisana, 
deteve e revistou na rua 45.000 pessoas sob mera suspeita baseada no vestuário, aparência, comportamento e 
– acima de qualquer outro indicio – a cor da pele.” (p. 43) 
 
2 – Do Estado-Providência ao Estado-Penitência: realidades americanas, possibilidades europeias. 
 
“O assombroso crescimento do número de presos na Califórnia, como no resto do país, explica-se, em três 
quartos, pelo encarceramento os pequenos delinquentes e, particularmente, dos toxicômanos.” (p. 91) 
 
“Com raras exceções, o legislador multiplicou por toda parte as incriminações e agravou as penas de prisão 
referente aos crimes violentos, infrações aos costumes e comércio de drogas.” (p. 127) 
 
4. PARECER POR CAPÍTULO 
 
 
O primeiro capítulo relata sobre a guerra que os conservadores Americanos travam com as 
minorias norte americanas, pelo fato de entenderem que nos bairros pobres é que a repressão deve ser 
permanente, para dar uma basta na criminalidade, visto que os pobres tem uma pequena capacidade 
cognitiva, logo tendem a delinquir com mais frequência. Através do senso comum, ou seja, sem nenhuma 
pesquisa empírica feita, os Norte Americanos implantam os sistema “tolerância zero” para a criminalidade, 
atuando de forma intensiva nos pequenos delitos, os quais são pontes para os grandes crimes. Desse modo, o 
Manhattan Institute vulgariza a criminalidade, disseminando a insegurança em todos os cidadãos, 
conclamando que os governantes combatam os pequenos delitos, iniciando o que eles chamaram de Estado-
Provdencias. Os governantes atendem aos anseios da população de classe média e superiores, afinal são eles 
que votam, convocando muitos policias e delegados para atuarem contra os pobres, perseguindo-os 
permanentemente nos espaços públicos. Além disso a repressão começaria contra os pequenos traficantes, 
alunos que levam armas para escola, pichadores, ou seja, atuando contra os delitos menores, para os grandes 
não venham a acontecer. Contudo, segundo a National Urban League em dois anos dessa dessas autoridades, 
que roda em carros comuns e à paisana, deteve e revistou na rua 45.000 pessoas sob mera suspeita baseada 
no vestuário, aparência, comportamento e acima de qualquer outro indicio a cor da pele. 
Na segunda parte é aborda os criminosos que mais lotam os presídios na California, em que 3/4 
dos presos são pequenos delinquente e os ditos toxicômanos, pelo fato de perseguirem incisivamente os 
FICHAMENTO – º PERÍODO 2015-1 
COLEGIADO DE DIREITO – Faculdade AGES 
 
usuários de drogas, como se eles fossem os culpados de todos os outros crime. Os legisladores tem uma 
grande culpa pela lotação das celas, pois agravam mais as penas sobre os costumes de comércio e uso de 
drogas. Sendo que o judiciário dificilmente coloca em liberdade indivíduos que são presos com drogas. A 
redução de gastos com problemas sociais deixa os desfavorecidos fora da esfera da dignidade. Com isto, a 
cada ano se eleva o número de pessoas que vivem abaixo do limiar da pobreza, desta forma milhares de 
trabalhadores não conseguem sobreviver dignamente. 
 
5. PARECER CRÍTICO 
O autor aborda resultados de uma política de exclusão adaptada pelo Estado a fim de impedir os 
miseráveis do convívio social, o que não muda nos dias de hoje, deixando à margem milhares de indivíduos 
apenas por uma dita “incompetência” de se inserirem e amoldar-se no mercado de trabalho, ou por aceitarem 
como última opção empregos precários que mal lhes garantem as condições necessárias para a sobrevivência 
com dignidade e a preparação dos seus descendentes para enfrentar o futuro. Esse isolamento é alcançado 
pela máxima repressão da políticada lei e da ordem atingida com argumentos falaciosos divulgados ao sabor 
da política neoliberal que da prioridade à saúde do mercado económico em detrimento do bem-estar dos 
cidadãos necessitados. Hoje em dia, após décadas passadas ainda reina politica da exclusão contra as 
minorias em nosso país, pois a maior prova disso é são as cadeias/presidio, os quais em sua grande maioria 
vivem abarrotados de pretos, pobres, favelas, prostitutas, ou seja, nada diferente da política adotada pelos 
Estados Unidos ao adotar a politica criminal de tolerância zero. No Brasil, dificilmente a polícia chega nos 
bairros nobres exterminando “traficantes”, como vemos nas favelas, onde acontece as verdadeiras 
carnificinas que se justificam pela política de estigmatização/exclusão, afinal muitos ainda vomitam a frase 
que “Bandido bom é bandido morto”. Todavia nos querem fazer acreditar que só nas favelas/morros existem 
delinquentes. Visto que muitos presos na favela com drogas são traficantes (estigma), já na Barra da 
Tijuca/RJ o título muda totalmente, para jovens classe média presos com 300 quilos de maconha. Isso nos 
ensandece, pelo fato de sermos o que querem que sejamos, sem ao menos nos conhecer de fato, ou seja, 
favelado na maioria das vezes, para os normais, são todos bandidos. Ainda vele ressaltar que a regra do jogo 
mudou devido a subjetividade de muitos magistrados, afinal o que é exceção (prisão), virou regra no sistema 
criminal. Até quando?! 
Sabemos que os verdadeiros criminosos não estão nos bairros pobres. É preciso (re)pensar esse 
tipo de (in)segurança pública adotada em nosso país, afinal, não é para sermos mortos e/ou maltratados que 
pagamos os salário deles (policiais). Afinal há um jargão bem antigo que ilustra perfeitamente o tratamento 
para conosco, qual seja, para os pobres a lei é dura, porém é a lei, contudo para os ricos, a lei é dura, porém 
estica. O livro Prisões da Miséria, nos faz refletir se esse sistema penal que adotamos, diga-se de passagem, 
inócuo, o qual estigmatiza os indivíduos da alcunha criminoso, isolando-os em bairros pobres, sendo esses 
criminosos sua clientela de todos os tempos, tem algum cabimento com o advento da Constituição pós 1988. 
Visto que é repleta de princípios (dignidade da pessoa humana, presunção de inocência, imparcialidade, 
isonomia, entre outros) que muitos tiveram que derramar seu sangue para conquista-los, sendo assim 
precisamos combater esses abusos cometidos com as minorias do nosso país, para um dia termos de fato 
uma sociedade LIVRE, JUSTA E FRATERNA.

Continue navegando