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Unidade II - Sociedade Limitada

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UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA 
CURSO: CIÊNCIAS CONTÁBEIS
DISCIPLINA: DIREITO DAS SOCIEDADES EMPRESARIAIS
CARGA HORÁRIA: 45 h.
TURMA: N1
PROFESSOR: ELCIMAR GOMES GALVÃO
ALUNO (A): ___________________________________________
UNIDADE II - SOCIEDADE LIMITADA 
2.1 - HISTÓRICO 
Certo é que a legislação inglesa, por seu direito costumeiro, traçou os primeiros contornos deste tipo societário e que, por essa razão, divergem os doutrinadores quanto a sua origem. Mas observando-se o aspecto legislativo, é quase pacífico o entendimento segundo o qual ela surgiu na Alemanha, com a Lei de 20 de abril de 1892, que institui a ‘Sociedade de Responsabilidade Limitada’.
Para a concepção, valeu-se da necessidade de criação de um tipo societário que, sem as dificuldades de constituição das Sociedades Anônimas e sem as desvantagens da responsabilidade ilimitada dos sócios, características das Sociedades em Nome Coletivo, pudesse atender aos comerciantes de pequeno e médio porte.
A iniciativa do legislador germânico disseminou-se pelo mundo, sendo Portugal o primeiro a adotá-lo, por lei de 1901.
Para a introdução no Brasil, a primeira tentativa data de 1865, quando o Conselheiro Nabuco de Araújo trouxe a chamada “Sociedade Anônima Simplificada”, constituída livremente. 
Por inspiração da lei francesa de 1863, seu capital se dividia em ações, e estas em frações, cujo número de sócios nunca seria inferior a sete. Tal projeto foi rejeitado pela resolução de 24 de abril de 1867, mas retornou sua força nas mãos do Prof. Herculano Inglez de Souza, incumbido, em 1912, pelo governo, de elaborar a revisão do Código Comercial, sob a inspiração da lei portuguesa de 1901.
Observação ( Fran Martins contesta a afirmação supra por considerar que o tipo proposto por Nabuco de Araújo não passava de uma espécie de Sociedade Anônima.
Nada obstante, devido à inconveniência de se aguardar a aprovação do projeto do Código Comercial, de Inglez de Souza, o que iria tardar a instituição da sociedade por quotas, entre nós, o deputado gaúcho Joaquim Luiz Osório encaminhou à Câmara dos Deputados, em 1918, o projeto de lei nº 287, que pouco tempo depois se convolaria no Decreto nº 3.708, de 10 de janeiro de 1919, que era a nossa lei sobre Sociedade por Quotas de Responsabilidade Limitada, atualmente revogada pelo novo Código Civil, que disciplina inclusive a nova nomenclatura, referindo-se à “Sociedade Limitada”.
2.2 - CONCEITOS, LEGISLAÇÃO, ESPECIFICIDADES 
2.2.1 - Conceitos
O Código Civil, ao disciplinar a antiga Sociedade por Quotas de Responsabilidade Limitada, deu-lhe nova denominação: Sociedade Limitada. E, tal como ocorria sob a égide da legislação anterior (Decreto nº 3.708/1919 - LSQL), não a conceituou, deixando essa tarefa para os doutrinadores. Estes ao conceituar as diversas espécies societárias, via de regra ressaltam seus traços marcantes - no caso da Sociedade Limitada, a responsabilidade solidária de todos os sócios pela integralização do capital social.
Sendo assim, qualquer conceito de Sociedade Limitada deverá ser construído a partir dos elementos fornecidos por sua regência legal. É precisamente, o que se encontra nas conceituações dos principais comercialistas nacionais, a saber:
a) - Fran Martins a define como “aquela formada por duas ou mais pessoas, assumindo todas, de forma subsidiária, responsabilidade solidária pelo total do capital social”.
b) - Para Eunápio Borges, a sociedade limitada é aquela na qual “todos os sócios assumem, quer perante a sociedade, que perante terceiros, uma responsabilidade limitada”.
c) - Modesto Carvalhosa conceitua a sociedade limitada como aquela de cuja firma ou denominação consta a palavra “limitada” ou sua abreviatura, e na qual a responsabilidade dos sócios é limitada ao valor das quotas por ele subscritas no capital social, quando este estiver totalmente integralizado, sendo, porém, solidária e limitada ao total do capital social, quando esse capital não estiver totalmente integralizado.
d) - Por fim, Waldo Fazzio contempla a Sociedade Limitada, como “a pessoa jurídica constituída por sócios de responsabilidade limitada à integralização do capital social, individualizada por nome empresarial que contém o adjuntivo limitada”. 
2.2.2 - Legislação aplicável
Antes regida pelo Decreto nº 3.708/1919 - LSQL (conforme já dito no item 2.1 - Histórico), hoje pelo CC/2002 (arts. 1.052 a 1.087), à Sociedade Limitada é aplicada (nas omissões do capítulo destinada a ela) as disposições previstas para as Sociedades Simples (arts. 997 a 1.038), conforme art. 1.053 do CC/2002.
Art. 1.053. A sociedade limitada rege-se, nas omissões deste Capítulo, pelas normas da sociedade simples.
É possível a aplicação supletiva da Lei das Sociedades por Ações (Lei nº 6.404/76 e alterações posteriores), desde que haja expressa previsão no contrato social (parágrafo único do art. 1.053 do CC/2002)
Art. 1.053. (...)
Parágrafo único. O contrato social poderá prever a regência supletiva da sociedade limitada pelas normas da sociedade anônima.
Observação ( No silêncio do contrato social, a regência supletiva faz-se pelas normas da Sociedade Simples.
2.2.3 - Especificidades
A Sociedade Limitada surgiu como opção entre as sociedades tipicamente de pessoas e as sociedades de capital. Na verdade, reunindo condições de umas e de outras, mereceu, como, aliás, ainda ocorre, manifesta preferência dos que se propõem a contrair sociedade.
 “Entre as características que fazem da Sociedade Limitada o tipo jurídico modernamente preferido estão as seguintes”, conforme argumenta Don Braga:
a) - simplicidade para a sua formação, em oposição, portanto, à Sociedade por Ações;
b) - responsabilidade restrita ao total do capital social;
c) - dispensa do pesado ônus da publicação de balanços e atos outros, tal como acontece com as Sociedades Anônimas;
d) - Liberdade de opção entre o uso da firma social ou denominação, o que vale dizer, uma alternativa que a aproxima, a um só tempo, tanto da sociedade de pessoas com da sociedade por ações.
Provindo de duas espécies diferentes (sociedades de pessoas e sociedades de capital), por isso que híbrida possui a Sociedade Limitada a simplicidade das primeiras, com as vantagens das segundas. 
Em relação ao ato constitutivo, as Sociedades Limitadas constitui-se (como já abordado) por simples contrato, segundo os preceitos do art. 1.054 do atual Código Civil, tal qual as sociedades de pessoas. Nela assume especial relevo o relacionamento pessoal entre os sócios, traço inequivocamente marcante das sociedades de pessoas. Por outro lado, tal qual as sociedades de capital, atribui aos sócios responsabilidade, aplicando-se-lhes, supletivamente, dispositivos da Lei das Sociedades Anônimas:
Ademais disso, tanto pode adotar como nome empresarial, firma social, tal como as sociedades de pessoas, quanto denominação, própria das sociedades de capital.
Contudo, em que pesem esses traços comuns de um e outro tipo societário, com eles não se confunde, possuindo características exclusivas, distinguindo-se sobremaneira das demais espécies, circunstâncias que autorizariam defini-la como sociedade de natureza mista, isto é, nem de pessoas nem de capital, como, aliás, preconiza Ripert.
Conforme observa Egberto Teixeira: “Nós cremos no particularismo da sociedade por cotas”. “Criada, embora como mais uma das espécies de sociedades admitidas pelo Código Comercial de 1850, a sociedade por cotas tem, em si mesma, elementos distintivos que a extremam das demais e que justificam plenamente ser tratada como espécie à parte.”
Isso, todavia, não ocorre, preferindo os autores situá-la ora entre as sociedades de pessoas (Fran Martins, Cunha Peixoto e Waldemar Ferreira), ora ao lado das Sociedades Anônimas, entre as sociedades de capital. (Eunápio Borges)
2.3 - CONTRATO SOCIAL 
O contrato social das Sociedades Limitadas, elaborado por instrumentopúblico ou particular e devidamente registrado na Junta Comercial, deve trazer, de acordo com o art. 1.054 do Código Civil, as cláusulas essenciais, previstas no art. 997. São elas:
a) - identificação e qualificação dos sócios (nacionalidade, estado civil, profissão, residência, número do RG e do CPF) se pessoas físicas e, se pessoas jurídicas, firma ou denominação, nacionalidade e sede;
b) - nome empresarial, objeto, sede e prazo;
c) - capital social, quota de cada sócio e modo de integralizá-la;
d) - identificação e qualificação dos administradores, seus poderes e atribuições;
e) - participação de cada sócio nos lucros e nas perdas.
Além disso, não se pode esquecer que o contrato social deve claramente dispor sobre o tipo societário adotado (Sociedade Limitada) e, em razão dele, sobre a responsabilidade subsidiária dos sócios, predeterminada em lei.
Observação ( Independentemente de ter sido feito mediante escritura pública ou escrito particular, eventual alteração do contrato social poderá ser feito por meio diverso daquele usado para a sua constituição, mas, para ter valor, deverá ser averbado na Junta Comercial.
2.4 - NOME EMPRESARIAL
2.4.1 - Introdução
Inicialmente, antes de abordar propriamente o nome empresarial das Sociedades Limitadas, convém discorrer do que vem a ser em linhas gerais, esse elemento componente do denominado Estabelecimento Empresarial.
2.4.2 - Definição e base legal
O Nome Empresarial é o nome do empresário, seja pessoa física (Empresário Individual), seja pessoa jurídica (Sociedade Empresária ou Empresa Individual de Responsabilidade Limitada - EIRELI), usado por ele para apresentar-se perante terceiros nas suas relações. Trata-se, portanto, do elemento de identificação do empresário e, consequentemente, da própria empresa.
Sobre o assunto, dispõe a Instrução Normativa nº 116, de 22/11/2011, do Departamento Nacional de Registro do Comércio - DNRC:
Art. 1º Nome empresarial é aquele sob o qual o empresário, a empresa individual de responsabilidade limitada e a sociedade empresária exercem suas atividades e se obrigam nos atos a elas pertinentes. 
Parágrafo único. O nome empresarial compreende a firma e a denominação. 
Art. 2º Firma é o nome utilizado pelo empresário individual, pela sociedade em que houver sócio de responsabilidade ilimitada e, de forma facultativa, pela sociedade limitada e pela empresa individual de responsabilidade limitada. 
Art. 3º Denominação é o nome utilizado pela sociedade anônima e cooperativa e, em caráter opcional, pela sociedade limitada, em comandita por ações e pela empresa individual de responsabilidade limitada. 
Art. 4º O nome empresarial atenderá aos princípios da veracidade e da novidade e identificará, quando assim exigir a lei, o tipo jurídico da empresa individual de responsabilidade limitada ou da sociedade. 
Conforme disposto no parágrafo único do art. 1º da IN nº 116 do DNRC (anteriormente transcrito), bem como o Código Civil em seu art. 1.155, o nome empresarial pode ser de duas espécies: firma ou denominação. 
Art. 1.155. Considera-se nome empresarial a firma ou a denominação adotada, de conformidade com este Capítulo, para o exercício de empresa.
Parágrafo único. Equipara-se ao nome empresarial, para os efeitos da proteção da lei, a denominação das sociedades simples, associações e fundações.
Observação ( O nome empresarial do tipo firma é chamada por alguns de razão social, no entanto, para o atual Código Civil, não se usa mais a referida expressão.
Para cada um dos cinco tipos societários existentes em nosso ordenamento jurídico (Sociedade em Nome Coletivo, Sociedade em Comandita Simples, Sociedade Limitada, Sociedade em Comandita por Ações e Sociedade Anônima) e também para os Empresários Individuais e para as Empresas Individuais de Responsabilidade Limitada (EIRELI), existe regras específicas para a adoção do nome empresarial, ditadas tanto por lei (CC/2002, Capítulo II - Do Nome Empresarial), como também pela referida Instrução Normativa.
2.5 - ADMINISTRAÇÃO DA SOCIEDADE
2.5.1 - Introdução
Toda e qualquer sociedade necessita de um ou alguns administradores, os quais respondem juridicamente pela empresa e sejam responsáveis pela condução de sua atividade produtiva. Em regra, as atividades dos administradores regem-se pelas normas do mandato (CC/2002, art. 1011, § 2º). 
Os administradores são responsáveis pela manifestação de vontade da pessoa jurídica. Eles atuam em nome dela. Buscam, portanto, sempre o melhor resultado para a empresa, que não se confunde com suas próprias vontades (deles, administradores), nem com a vontade dos sócios.
Os administradores, portanto, conduzem as atividades empresariais, representando a sociedade nos negócios e judicialmente.
Observações:
a) - A atribuição do administrador(es) é, no plano interno, administrar a empresa, e, externamente, manifestar a vontade da pessoa jurídica;
b) - Após a edição do Código Civil de 2002, não se usa mais a expressão sócio-gerente e sim administrador.
2.5.2 - Quem pode exercer a administração
Possuindo a Sociedade Limitada (como será visto mais adiante), uma só categoria de sócios (com responsabilidade limitada), em razão disso, qualquer deles está em condições de gerir a sociedade.
Observações:
a) - Todavia, em que pese possuírem todos os sócios condições de exercer a administração, costuma o contrato social definir o nome daquele a quem cabe a gestão dos negócios;
b) - A administração pode ser exercida por um, alguns ou todos os sócios;
c) - Somente pessoas físicas podem fazem parte da administração.
2.5.3 - Formas de nomeação e quorum de deliberação
O sócio (ou sócios) administrador (ou administradores) pode ser nomeado no próprio contrato social ou em ato apartado (CC/2002, art. 1.060), dependendo neste último caso, ou seja, a designação de um administrador não sócio em ato apartado, da aprovação da unanimidade dos sócios, se o capital social não estiver integralizado, e de 2/3, se estiver (CC/2002, art. 1.061), sendo investido no cargo, mediante termo de posse no livro de atas da administração (art. 1.062). 
Art. 1.060. A sociedade limitada é administrada por uma ou mais pessoas designadas no contrato social ou em ato separado.
Art. 1.061.  A designação de administradores não sócios dependerá de aprovação da unanimidade dos sócios, enquanto o capital não estiver integralizado, e de 2/3 (dois terços), no mínimo, após a integralização. (Redação dada pela Lei nº 12.375, de 2010)
Art. 1.062. O administrador designado em ato separado investir-se-á no cargo mediante termo de posse no livro de atas da administração.
§ 1o Se o termo não for assinado nos trinta dias seguintes à designação, esta se tornará sem efeito.
§ 2o Nos dez dias seguintes ao da investidura, deve o administrador requerer seja averbada sua nomeação no registro competente, mencionando o seu nome, nacionalidade, estado civil, residência, com exibição de documento de identidade, o ato e a data da nomeação e o prazo de gestão.
A designação do administrador em ato separado pressupõe a deliberação dos sócios que representem mais da metade do capital social (CC/2002, art. 1.076, II).
Art. 1.076. Ressalvado o disposto no art. 1.061 e no § 1o do art. 1.063, as deliberações dos sócios serão tomadas:
I - (...)
II - pelos votos correspondentes a mais de metade do capital social, nos casos previstos nos incisos II, III, IV e VIII do art. 1.071;
III - (...)
Art. 1.071. Dependem da deliberação dos sócios, além de outras matérias indicadas na lei ou no contrato:
I - (...);
II - a designação dos administradores, quando feita em ato separado;
III - a destituição dos administradores;
IV - o modo de sua remuneração, quando não estabelecido no contrato;
V - (...);
VI - (...);
VII - (...);
VIII - o pedido de concordata.
2.5.4 - Proibição quanto extensão da condição de administrador 
Se a administraçãofor atribuída no contrato a todos os sócios, não se estende de pleno direito aos que posteriormente adquiram essa qualidade, seja por cessão, seja por sucessão de quotas (CC/2002, art. 1.060, parágrafo único).
. Por outro lado, se o contrato social nada disser, caberá a administração, separadamente, a cada uma dos sócios (CC/2002, art. 1.013).
Art. 1.060. (...)
Parágrafo único. A administração atribuída no contrato a todos os sócios não se estende de pleno direito aos que posteriormente adquiram essa qualidade.
Art. 1.013. A administração da sociedade, nada dispondo o contrato social, compete separadamente a cada um dos sócios.
Observação ( A administração tratada no art. acima transcrito, dá-se o nome de disjuntiva.
2.6 - RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS
2.6.1 - Introdução
A sociedade limitada possui apenas uma categoria de sócio - o de responsabilidade limitada. Este, em conformidade com o art. 1.052 do CC/2002, em princípio assume para com a sociedade a obrigação fundamental de contribuir com o valor de sua quota-parte, para a formação do capital social.
Contudo, todos sócios têm responsabilidade solidária pelo total do capital social, como enfatiza também o mesmo art. 1.052 do CC/2002, que diz:
Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social. 
Em outras palavras, nossa legislação fixou a responsabilidade dos sócios, ao valor do capital social, ou seja, os sócios, cada um de per si, são responsáveis solidariamente pelas quotas subscritas pelos outros sócios, quando por eles não integralizadas, assumindo esse tipo de responsabilidade mesmo aqueles que já cumpriram totalmente com sua obrigação de integralização.
Observação ( O (s) sócio (s) que pagar (em) pelo capital subscrito e não integralizado por outro (s) sócio (s), terá (ao) direito de regresso contra este (s), ou seja, o direito de cobrar pelo que pagou e que pelo contrato social, seria obrigação daquele (s);
2.6.2 - Exemplo de limitação da responsabilidade dos sócios
Suponhamos o exemplo no quadro abaixo, de uma Sociedade Limitada composta por 4 (quatro) sócios (A, B, C e D):
	
SÓCIO
	QUANT. DE QUOTAS SUBSCRITAS
	QUANT. DE QUOTAS INTEGRALIZADAS
	SALDO DE QUOTAS 
A INTEGRALIZAR
	A
	30
	30
	0
	B
	40
	20
	20
	C
	20
	0
	20
	D
	10
	10
	0
	TOTAL
	100
	60
	40
Se o patrimônio da empresa for insuficiente para responder pelas dívidas sociais, não estando completamente integralizado o capital social, os credores da sociedade poderão executar o patrimônio social dos sócios, até o limite do valor por eles subscrito e ainda não integralizado. Assim, os credores poderão executar qualquer dos sócios (A, B, C ou D) pelo montante ainda não integralizado, que é de 40 quotas. Assim sendo, a limitação da responsabilidade dos sócios está justamente nessa quantia faltante. 
No exemplo ora analisado, os sócios A e D já integralizaram as quotas por eles subscritas. Todavia, como respondem solidariamente com os demais sócios pela quantia ainda não integralizada, poderão ser executados pelos credores da sociedade pelas 40 (quarenta) quotas restantes. Na hipótese do sócio A ou D pagar as 40 (quarenta) quotas aos credores, como eles não possuíam mais quotas a integralizar, tendo pago o montante de responsabilidade dos outros sócios (B e C), terão direito de regresso contra estes para obter o que pagaram, podendo, assim, exigirem dos sócios B e C o equivalente a 20 (vinte) quotas de cada um. 
Importante destacar que a responsabilidade dos sócios da Sociedade Limitada está sujeita a um limite, a saber: o montante do capital social subscrito e ainda não integralizado. Dentro dessa idéia, se a dívida da sociedade for superior a esse montante, esgotado o patrimônio social, os credores arcarão com o prejuízo, já que não podem executar o patrimônio pessoal dos sócios além daquele limite.
Por outro lado, se o capital social está todo integralizado, os sócios não têm mais nenhuma responsabilidade pelas obrigações sociais. Deverá ser exaurido o patrimônio da sociedade, uma vez que a responsabilidade desta é sempre ilimitada, e eventual saldo devedor será suportado pelos credores. Os patrimônios dos sócios não poderão mais ser atingidos. Daí o porquê de ser limitada a responsabilidade, situação que se estende a todos os sócios.
Como conseqüência, essa limitação da responsabilidade acaba onerando os credores que correm o risco de sofrer certo prejuízo. Assim sendo, para resguardarem seus direitos, estes acabam embutindo esse risco nos preços de seus produtos ou serviços, como, por exemplo, os bancos, que exigem altos juros, fiança ou aval para a concessão de créditos às empresas. Essa é a forma de defesa dos credores, enquanto a limitação da responsabilidade é instrumento de garantia para aqueles que se aventuram em atividades econômicas, dispostos a desenvolver uma atividade empresarial que gerará empregos, tributos, consumo e movimentação à economia.
2.6.3 - Exceções à responsabilidade limitada dos sócios
A regra da responsabilidade limitada, grande atrativo deste tipo societário, não é absoluta. Não são poucas as hipóteses em que os sócios da limitada responderão ilimitadamente pelas obrigações sociais. Já a subsidiariedade (benefício de ordem que determina seja atingido primeiro o patrimônio da sociedade) permanece.
A primeira hipótese de responsabilidade ILIMITADA dos sócios está expressa no art. 1.080 do Código Civil, para aqueles que aprovaram deliberações em reuniões ou assembléias infringentes do contrato social ou da lei. Por essa razão, aqueles que dissentirem dessas decisões deverão fazer constar na ata suas discordâncias, para que fiquem excluídos dessa responsabilidade.
Também haverá responsabilização de forma ILIMITADA, nas hipóteses de desconsideração da personalidade jurídica, o que poderá ocorrer em casos de: a) - fraude, abuso de direito ou de poder, infração das regras do próprio contrato social, confusão patrimonial dos bens do sócio com os da empresa etc.; b) - falência por má administração.
Nos termos do art. 13 da Lei nº 8.620/93, que dispõe acerca do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), “o titular da firma individual e os sócios das empresas por cotas de responsabilidade limitada respondem solidariamente, com seus bens pessoais, pelos débitos junto à Seguridade Social”. Assim, cabe ao sócio, administrador ou não, a fiscalização sobre a sociedade, verificando se ela está em dia com as obrigações previdenciárias, pois, se não estiver, seu patrimônio pessoal será atingido ILIMITADAMENTE pelos débitos.
Há ainda a responsabilização pessoal e ILIMITADA dos sócios quanto a certas dívidas trabalhistas da empresa. Entretanto, há autores que sustentam que os créditos trabalhistas não possuem a mesma força dos fiscais ou previdenciários no que tange à limitação da responsabilidade dos sócios.
Importante destacar também que no plano dos créditos oriundos de relações de trabalho, a desconsideração da personalidade jurídica tem sido reiteradamente utilizada, mas de forma equivocada. Partindo da premissa de que os créditos trabalhistas têm natureza alimentar e são privilegiados, existem incontáveis julgamentos nos quais se desconsidera a personalidade jurídica da sociedade empregadora, independentemente da comprovação de dolo, fraude, desvio de finalidade ou confusão patrimonial, mas apenas como decorrência da insuficiência do patrimônio societário para fazer frente à condenação trabalhista. 
Além disso, equivoca-se também o Judiciário Trabalhista quando, a partir da desconsideração da personalidade da sociedade, autoriza a extensão dos efeitos da obrigação sobre o patrimônio de qualquer dos sócios, independentemente de ter sido administrador ou ter responsabilidade direta sobre o dano verificado no patrimônio do empregado, sendo justificado o posicionamento, apenaspela afirmação de que os créditos trabalhistas não podem ficar a descoberto.
2.7 - DIREITOS E DEVERES DOS SÓCIOS
2.7.1 - Introdução
Entre os direitos e deveres a que se submetem os sócios nas distintas formas societárias, aplicam-se às Sociedades Limitadas, bem como às sociedades de uma forma geral, os especificados a seguir:
2.7.2 - Direitos
● Direito de participar das deliberações
Como regra geral aos sócios compete decidir sobre os negócios da sociedade, porém, é importante destacar, que nem todas as deliberações são objeto de consulta ao corpo social, cabendo aos administradores (sócios ou não) a condução da maior parte dos negócios, independente de reunião ou assembléia com os demais sócios.
Nas decisões mais importantes, os sócios podem ser consultados informalmente, sem a necessidade de registro da deliberação. Em regra, a decisão respeitará o deliberado pela maioria, prevalecendo o princípio da probidade na gestão administrativa, segundo o qual “responde por perdas e danos perante a sociedade o administrador que realizar operações, sabendo ou devendo saber que estava em desacordo com a maioria” (CC/2002, art. 1.013, § 2º).
Art. 1.013. (...).
§ 1o (...).
§ 2o Responde por perdas e danos perante a sociedade o administrador que realizar operações, sabendo ou devendo saber que estava agindo em desacordo com a maioria.
Observação ( A maioria dos votos corresponde à maioria das quotas (mais da metade), e não ao número de sócios (CC/2002, art. 1.010). Assim, o voto de cada sócio corresponde à proporção da quota que detém. Dessa forma, pode ser que um sócio que detenha mais da metade do capital social represente a maioria societária.
Art. 1.010. Quando, por lei ou pelo contrato social, competir aos sócios decidir sobre os negócios da sociedade, as deliberações serão tomadas por maioria de votos, contados segundo o valor das quotas de cada um.
Há casos, contudo, em que a lei, o contrato social ou os estatutos prevêem a deliberação dos sócios que, neste caso, deverão ser convocados para decidir, em reunião ou em assembléia de sócios.
● Direito de fiscalização
O sócio tem o direito de fiscalizar o andamento dos negócios sociais, especificando a lei duas formas de exercício desse direito: a) - prestação de contas aos sócios pelos administradores (CC/2002, art. 1.020), na forma prevista contratualmente ou no término do exercício social; b) - exame, a qualquer tempo ou nas épocas contratualmente estipuladas, dos livros, documentos e do estado do caixa da sociedade (CC/2002, art. 1.021); 
Art. 1.020. Os administradores são obrigados a prestar aos sócios contas justificadas de sua administração, e apresentar-lhes o inventário anualmente, bem como o balanço patrimonial e o de resultado econômico.
Art. 1.021. Salvo estipulação que determine época própria, o sócio pode, a qualquer tempo, examinar os livros e documentos, e o estado da caixa e da carteira da sociedade.
● Direito de participar do acervo, em caso de liquidação
A dissolução da sociedade, por consenso dos sócios ou decisão judicial, acarreta sua liquidação, procedimento que envolve a realização do ativo e o pagamento dos credores. Satisfeitos os créditos de terceiros, o sócio terá direito de participar do rateio do acervo, na proporção de sua quota, se outra solução não houver no contrato social.
● Direito de retirada
Ordinariamente, o sócio pode retirar-se, a qualquer tempo, da sociedade se o contrato foi celebrado por prazo indeterminado, sem necessidade de motivação.
Nas sociedades reguladas pelo Código Civil, o sócio que pretende retirar-se deverá notificar os demais sócios com antecedência mínima de 60 (sessenta) dias (CC/2002, art. 1.029). 
Art. 1.029. Além dos casos previstos na lei ou no contrato, qualquer sócio pode retirar-se da sociedade; se de prazo indeterminado, mediante notificação aos demais sócios, com antecedência mínima de sessenta dias; se de prazo determinado, provando judicialmente justa causa.
Dentro dos trinta dias subseqüentes à notificação, os demais sócios poderão optar por dissolver a sociedade (CC/2002, art. 1.029, parágrafo único).
Art. 1.029. (...)
Parágrafo único. Nos trinta dias subseqüentes à notificação, podem os demais sócios optar pela dissolução da sociedade.
Se, entretanto, o contrato prevê duração determinada, a retirada deve ter o consentimento unânime dos sócios ou ser motivada por justa causa alegada pelo dissidente, a ser apreciada pelo Poder Judiciário em ação de resolução de sociedade.
● Direito de preferência
Em se tratando de sociedade de pessoas, em que pode ser vetado o ingresso de terceiro estranho ao quadro social, e nem mesmo em alguns tipos de sociedades de capital, como as sociedades anônimas fechadas, os sócios têm preferência na subscrição de novas quotas ou ações, ou na aquisição de quotas de outros sócios, em detrimento de terceiros estranhos. O objetivo desse direito é a manutenção da participação societária.
2.7.3 - Deveres:
● Dever de contribuir
Em primeiro lugar, os sócios obrigam-se a ingressar com os aportes estabelecidos na forma e prazo previstos no contrato ou estatuto social, sob pena de serem considerados remissos e, consequentemente, se sujeitarem à caracterização da mora, que, uma vez verificada, pode conduzir a três soluções distintas: a) - cobrança do valor devido à integralização subscrita, acrescida da indenização devida pelo dano emergente, isto é, o que realmente se perdeu, a diminuição do patrimônio social; b) - exclusão do sócio remisso; c) - redução de sua participação na sociedade ao montante já realizado. Nos dois últimos casos se dará, necessariamente, a redução do capital social, salvo se os demais sócios suprirem o valor faltante. 
Observação ( A constituição em mora do sócio remisso faz-se por notificação, judicial ou extrajudicial, e configura-se uma vez decorridos trinta dias de seu recebimento.
● Dever de probidade nas deliberações e gestão social
O dever de probidade na condução dos negócios sociais é, principalmente, endereçado ao administrador, de que a lei exigiu “o cuidado e diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na administração de seus próprios negócios” (CC/2002, art. 1.011).
Art. 1.011. O administrador da sociedade deverá ter, no exercício de suas funções, o cuidado e a diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na administração de seus próprios negócios.
Exemplificando a conduta esperada, o legislador estabeleceu alguns princípios de probidade na condução dos negócios sociais: a) - abstenção de distribuir ou de receber lucros fictícios (CC/2002, art. 1.009); b) - abstenção de participar de deliberação quando tiver, em alguma operação, interesse contrário ao da sociedade (CC/2002, art. 1.010, § 3º), c) - realizar operações administrativas em consenso com a maioria (CC/2002, art. 1.013, § 2º).
Art. 1.010. Quando, por lei ou pelo contrato social, competir aos sócios decidir sobre os negócios da sociedade, as deliberações serão tomadas por maioria de votos, contados segundo o valor das quotas de cada um.
§ 1o (...).
§ 2o (...).
§ 3o Responde por perdas e danos o sócio que, tendo em alguma operação interesse contrário ao da sociedade, participar da deliberação que a aprove graças a seu voto.
Art. 1.013. A administração da sociedade, nada dispondo o contrato social, compete separadamente a cada um dos sócios.
§ 1o (...).
§ 2o Responde por perdas e danos perante a sociedade o administrador que realizar operações, sabendo ou devendo saber que estava agindo em desacordo com a maioria.
Observação ( Direito-dever de co-participação nos lucros e perdas
Em regra, em qualquer modalidade societária, o sócio fica sujeito à participação nos lucros e nas perdas, na proporção de sua quota. Por exemplo: se sua contribuição representa 40% do capital social, esta será a proporção nos lucros e nas perdas havidas no exercício. É possível que o contrato estipule outros valores,distintos da participação societária, mas em hipótese alguma pode prever a não-participação de algum sócio nos lucros e/ou nas perdas (CC/2002, art. 1.008).
Em outras palavras, como já discutido, não se admite uma sociedade cujo ato constitutivo contenha cláusula leonina, que atribua os lucros a apenas algum (ns), em detrimento de outro (s) sócio (s).
2.8 - SÓCIO MENOR
2.8.1 - Introdução
Com a derrogação do Código Comercial, sua norma proibitiva da participação do menor foi revogada. Assim, previa o respectivo diploma legal: 
Art. 308. Quando a sociedade dissolvida por morte de um dos sócios tiver de continuar com os herdeiros do falecido (Art. 335, 4), se entre os herdeiros algum ou alguns forem menores, estes não poderão ter parte nela, ainda que sejam autorizados judicialmente; salvo sendo legitimamente emancipados. 
Observação ( Conceito de Derrogação:
É a revogação parcial de uma lei, ou seja, parte dela continua em vigor, enquanto outra parte é extinta em decorrência da publicação de uma nova lei que expressamente declare revogado determinados dispositivos ou quando tratar da mesma matéria, porém de forma diversa.
2.8.2 - Condições legais para o exercício da atividade de empresário
Em conformidade com o art. 972 do CC/2002, que unifica o Direito Societário, podem exercer a atividade de empresário os que estiver em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos.
Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos.
2.8.3 - Aquisição da maioridade plena
Por outro lado a maioridade plena é adquirida aos 18 anos, conforme dispõe o art. 5º do CC/2002:
Art. 5º. A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;
II - pelo casamento;
III - pelo exercício de emprego público efetivo;
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.
2.8.4 - Participação do menor na sociedade
Diante do exposto anteriormente no item 2.8.1 - Introdução, com a derrogação do Código Comercial, “dessa forma, no silêncio do Código Civil consolidou-se a interpretação jurisprudencial pela permissibilidade de ingresso do menor na sociedade, por ato inter vivos ou causa mortis, desde que devidamente representado ou assistido; encontre-se o capital integralizado; e não exerça a gestão da sociedade.” (Prof. Giulliano Rodrigo Gonçalves e Silva)
Em síntese, a respeito da participação do menor na sociedade, é possível esta desde que: a) - O capital da sociedade esteja totalmente integralizado, tanto em sua constituição como nas alterações contratuais; b) Não sejam atribuídos ao menor quaisquer poderes de administração; c) - O menor seja representado pelos pais ou responsável (menor de 16 anos) ou assistido (maior de 16 e menor de 18 anos).
2.9 - SOCIEDADE ENTRE CÔNJUGES
Tomada pelo ângulo patrimonial, qualquer pessoa poderia ter quotas ou ações em seu patrimônio; mesmo um incapaz. O legislador, porém, decidiu colocar um óbice neste plano: embora permita aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, veda a sociedade entre cônjuges quando tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória, conforme previsão no art. 977 do CC/2002 transcrito abaixo:
Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória.
A proibição estampada no dispositivo atinge somente as sociedades constituídas APÓS a vigência do CC/2002, eis que a sua formação representa um ato jurídico perfeito, que está fora da nova disposição por força do art. 5º, XXXVI, da Constituição Federal. Consumado o ato sob a égide de uma lei que vigorava, torna-se o mesmo perfeito, e fica protegido constitucionalmente. Ademais, de acordo com o art. 2.035 do Código Civil, a validade dos negócios jurídicos se rege pela lei da época da sua conclusão, importando em afirmar que a validade de uma sociedade deve ser analisada sob a ótica da lei em vigor na época de sua constituição. Em suma, aos cônjuges que tenham casado sob o regime de comunhão universal de bens ou de separação obrigatória ANTES do advento do Código Civil de 2002, NÃO SE APLICA A VEDAÇÃO DO ART. 977 do CC/2002.
Pelo fato de estarem constituídas com uma formação autorizada no regime de lei anterior, está evidente a proteção pelo direito adquirido, não cabendo impor a modificação do quadro social. 
Por fim, a lei não pode afrontar uma garantia constitucional, que consiste na proteção ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e à coisa julgada.
OBSERVAÇÕES:
a) - Regime de Bens “É o conjunto de regras que disciplina as relações econômicas dos cônjuges, quer entre si, quer no tocante a terceiros, durante o casamento”. (Carlos Roberto Gonçalves)
b) - Comunhão Universal de Bens ( “É aquele regime de bens, em que se comunicam todos os bens, atuais e futuros, dos cônjuges, ainda que adquiridos em nome de um só deles, bem como as dívidas posteriores ao casamento, salvo os expressamente excluídos pela lei ou pela vontade dos nubentes, expressa em convenção antenupcial”. (Carlos Roberto Gonçalves)
c) - Separação Obrigatória de Bens ( O jurista Washington de Barros Monteiro conceitua o regime de separação de bens como aquele no qual “cada cônjuge conserva exclusivamente para si os bens que possuía quando casou, sendo também incomunicáveis os bens que cada um deles veio a adquirir na constância do casamento”.
d) - Direito Adquirido ( é aquele direito que a lei considera definitivamente integrado ao patrimônio de seu titular. Assim, quando alguém, na vigência de uma lei determinada, adquire um direito relacionado a esta, referido direito se incorpora ao patrimônio do titular, de tal modo que o advento de uma nova lei, revogadora da anterior relacionada ao direito, não ofende o status conquistado.
e) - Ato Jurídico Perfeito ( É aquele ato, que sob o regime de determinada lei, tornou-se apto para dar nascimento aos seus efeitos desde que seja feita a devida verificação de todos os requisitos que lhe são indispensáveis.
f) - Coisa Julgada ( Diz respeito ao instituto jurídico concebido, para conferir imutabilidade às decisões judiciais.
Segue abaixo, reprodução do Parecer Jurídico nº 125/2003 (emitido pelo DNRC - Departamento Nacional do Registro do Comércio), a respeito do assunto em questão.
MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR�SECRETARIA DO DESENVOLVIMENTO DA PRODUÇÃO�DEPARTAMENTO NACIONAL DE REGISTRO DO COMÉRCIO.
PARECER JURÍDICO DNRC/COJUR Nº 125/03
INTERESSADO: JUCILEI CIRIACO DA SILVA - ESCRITÓRIO CONTEC
ASSUNTO: Sociedade empresária entre cônjuges constituída antes da vigência do Código Civil, de 2002.
Senhor Diretor, 
 Jucilei Ciriaco da Silva, em razão da proibição constante do artigo 977 do novo Código Civil, consulta a este Departamento sobre qual o procedimento a ser adotado em relação àquelas sociedades entre cônjuges, casados sob os regimes da comunhão universal de bens e da separação obrigatória, constituídas anteriormente ao Código Civil de 2002, ou seja, “se haverá necessidade de alteração de sócio ou regime de casamento”.
A norma do artigo 977 do CC proíbe a sociedade entre cônjuges tão somente quando o regime for o da comunhão universal de bens (art. 1.667) ou da separação obrigatóriade bens (art. 1.641). Essa restrição abrange tanto a constituição de sociedade unicamente entre marido e mulher, como destes junto a terceiros, permanecendo os cônjuges como sócios entre si.
De outro lado, em respeito ao ato jurídico perfeito, essa proibição não atinge as sociedades entre cônjuges já constituídas quando da entrada em vigor do Código, alcançando, tão somente, as que viessem a ser constituídas posteriormente. Desse modo, não há necessidade de se promover alteração do quadro societário ou mesmo da modificação do regime de casamento dos sócios-cônjuges, em tal hipótese.
 Brasília, 04 de agosto de 2003.
REJANNE DARC B. DE MORAES CASTRO�Coordenadora Jurídica do DNRC
De acordo com os termos do Parecer DNRC/COJUR/Nº 125/03. Encaminhe-se o presente Parecer a Sra. Jucilei Ciriaco da Silva. 
 Brasília, 08 de agosto de 2003.
GETÚLIO VALVERDE DE LACERDA�Diretor
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