aula2 EDUCAÇÃO FISICA

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20/02/2025, 16:52 ORGANIZAÇÃO CURRICULAR NA EDUCAÇÃO FÍSICA ANOS FINAIS (6° AO 9°ANOS), ENSINO MÉDIO E EJA > Aula 1 Os anos finais do Ensino Fundamental > Aula 2 Organização curricular da Educação Física nos anos finais (6° ao 9° ano) > Aula 3 - Organização curricular no Ensino Médio > Aula 4 - Organização curricular e a EJA > Aula 5 - Revisão da unidade > Referências Aula 1 os ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL Nesta Aula, exploraremos aspectos essenciais para o planejamento e a prática pedagógica voltados para os anos finais do ensino fundamental (6° ao 9° INTRODUÇÃO Olá, estudante! Nesta Aula, exploraremos aspectos essenciais para o planejamento e a prática pedagógica voltados para os anos finais do ensino fundamental (6° ao 9° ano). A princípio vamos caracterizar o público-alvo, compreendendo as particularidades desse estágio crucial no desenvolvimento dos estudantes. Em seguida, mergulharemos nas competências e habilidades que a Educação Física busca desenvolver nesse período, promovendo um aprendizado significativo e integral. Por fim, exploraremos as unidades temáticas da Educação Física, conhecidas como "saberes," que oferecem um direcionamento valioso para a construção de um currículo rico e alinhado às necessidades dos estudantes nos anos finais. Vamos embarcar nessa jornada de descoberta e aprendizado!20/02/2025, 16:52 CARACTERIZANDO E DEFININDO o ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS A Educação Física desempenha um papel fundamental no desenvolvimento dos estudantes, especialmente nos anos finais do ensino fundamental (6° ao 9° ano). Nesse período, os alunos estão na transição da infância para a adolescência (11 a 14 anos em média), o que implica em mudanças físicas, emocionais e sociais significativas. Por isso, a Educação Física se apresenta como uma disciplina importante na promoção do desenvolvimento integral dos alunos. Os anos finais do Ensino Fundamental representam uma fase crítica no processo de formação dos jovens. De acordo com Piaget (1972), essa faixa etária é caracterizada pela operação formal, na qual os alunos desenvolvem a capacidade de raciocínio abstrato e pensamento lógico. Além disso, Aniszewski (1963) destaca que nesse período os adolescentes enfrentam o desafio de formar sua identidade e buscar autonomia. Segundo Darido e Rangel (2005), essa disciplina deve ser planejada levando em consideração as características individuais dos alunos, promovendo não apenas o desenvolvimento físico, mas também emocional e social. Através da prática esportiva e da atividade física, os estudantes podem desenvolver habilidades como a cooperação, o trabalho em equipe e a autoconfiança, contribuindo para a formação integral do indivíduo. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) desdobrou a Educação Infantil em seis eixos estruturantes, que também correspondem aos direitos das crianças: conviver, brincar, participar, explorar, expressar e conhecer- se. Adicionalmente, o documento estabelece cinco campos de experiência para a organização dos conteúdos nessa etapa educacional: "o eu, o outro e o nós"; "corpo, gestos e movimentos"; "traços, sons, cores e formas"; "escuta, fala, pensamento e imaginação"; e "espaços, tempos, quantidades, relações e transformações" (BRASIL, 2016). A BNCC orienta que esses conceitos sejam incorporados como parte da proposta curricular, levando em consideração o contexto familiar, cultural e social em que a criança está inserida. Além de promover aspectos lúdicos nas atividades de brincadeira, essas vivências desempenham um papel crucial no desenvolvimento da linguagem corporal da criança, contribuindo assim para o seu desenvolvimento integral, que envolve capacidades cognitivas, afetivas e sociais. A BNCC define competências como conjuntos de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores a serem desenvolvidos pelos alunos. No contexto da Educação Física, essas competências envolvem a capacidade de se movimentar, compreender e analisar práticas corporais e esportivas, e adotar comportamentos saudáveis (BRASIL, 2016). As habilidades, por sua vez, estão relacionadas às práticas corporais e esportivas. A BNCC destaca habilidades como a compreensão das regras e estratégias de jogos, o desenvolvimento de técnicas esportivas, a expressão corporal e a participação ativa em atividades físicas (BRASIL, 2016).20/02/2025, 16:52 Dentro destes temas, os alunos desenvolvem saberes que vão além do domínio técnico. Eles aprendem sobre a história e a cultura das práticas corporais, a importância da ética e do respeito nas atividades esportivas, a relação entre movimento e saúde, e a expressão artística por meio da dança e da ginástica. O currículo de Educação Física, alinhado à BNCC, visa promover o desenvolvimento integral dos alunos. Através das competências, habilidades e saberes desenvolvidos nas unidades temáticas, os estudantes adquirem conhecimentos e experiências que transcendem o contexto da sala de aula, contribuindo para sua formação como cidadãos ativos e saudáveis. documento também destaca como sendo oito elementos dos saberes para o processo de ensino aprendizado: experimentação, uso e apropriação, reflexão sobre a ação, construção de valores, análise, compreensão e protagonismo comunitário. No geral, esses elementos são explorados com o objetivo de promover a valorização e facilitar a experiência das atividades corporais. Além disso, eles incentivam a reflexão crítica sobre essas atividades e sobre os valores potenciais e as condutas éticas que podem ser desenvolvidos por meio delas. Por fim, enfatizam a importância do conhecimento proveniente das práticas corporais, da ação e da gama de valores que podem ser incorporados a essas experiências.20/02/2025, 16:52 o CURRÍCULO DE ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: SABERES E CONTEÚDOS No ensino de Educação Física para os anos finais, é essencial adotar abordagens pedagógicas que sejam adequadas ao público-alvo. As abordagens construtivistas, como propostas por Vygotsky (1978), enfatizam a interação social e o aprendizado colaborativo, o que pode ser aplicado ao ensino de esportes coletivos e atividades em grupo na Educação Física. Além disso, a abordagem do "esporte para todos", defendida por Betti (2008), destaca a importância de oferecer uma variedade de atividades esportivas e físicas para atender às diferentes preferências e habilidades dos alunos, promovendo a inclusão e o desenvolvimento motor de todos. É importante lembrar que na Educação Física são abordadas seis unidades temáticas distintas: brincadeiras e jogos, esportes, ginásticas, danças, lutas e práticas corporais de aventura. Cada uma dessas unidades compreende diversas habilidades a serem desenvolvidas pelos alunos. Por exemplo, a temática "Brincadeiras e Jogos", uma das habilidades propostas é a de "Experimentar, fruir e recriar diferentes brincadeiras e jogos da cultura popular presentes no contexto comunitário e regional, reconhecendo e respeitando as diferenças individuais de desempenho dos colegas" (BRASIL, 2018, p. 226). Essa habilidade está relacionada ao uso do lúdico como um processo pedagógico e à prática de brincadeiras que fazem parte da nossa cultura, tais como pular corda, amarelinha, pic bandeira, entre outras. Apresentando uma maior flexibilidade na estruturação dos currículos e com a finalidade de respeitar as peculiaridades das diferentes regiões, as habilidades de Educação Física para o Ensino Fundamental Anos Finais - estão organizadas (de acordo com a BNCC) de forma a compreender dois blocos distintos (6° e 7° anos 8° e 9° anos). Dentro desses blocos, são contemplados 18 objetos de conhecimento, incluindo, por exemplo, Ginásticas de condicionamento físico, esportes de rede, danças urbanas e jogos eletrônicos. Essa abordagem visa garantir uma adaptação mais eficaz ao contexto local e uma abertura para uma variedade de experiências educacionais. Em relação aos saberes, nessa etapa da educação os estudantes têm a oportunidade de explorar diferentes modalidades esportivas, como futebol, vôlei, basquete e atletismo. A questão não é aprender somente as regras e técnicas, mas também os aspectos históricos e culturais associados a eles. Além disso, os alunos desenvolvem habilidades de trabalho em equipe, estratégia, respeito às regras e ética esportiva. Essa abordagem ampla permite que os estudantes adquiram não apenas competências físicas, mas também conhecimento cultural e social relacionado aos esportes, enriquecendo assim sua formação nos anos finais do ensino fundamental.20/02/2025, 16:52 o CURRÍCULO DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA PRÁTICA NO ENSINO FUNDAMENTAL Nos anos finais do Ensino Fundamental, os adolescentes estão em um estágio de transição, caracterizado por mudanças hormonais, crescimento físico e busca de identidade. Dessa maneira, faz-se necessário direcionar os saberes da Educação Física de maneira a proporcionar oportunidades de desenvolvimento físico, emocional e Darido e Rangel (2005) destacam que o ensino deve ser flexível, incluindo atividades que estimulem a cooperação, o trabalho em equipe e a autoconfiança, bem como a promoção de hábitos saudáveis. Um diferencial que pode auxiliar no desenvolvimento das crianças e adolescentes (público-alvo dos anos finais do Ensino Fundamental) são os jogos cooperativos que proporcionam uma abordagem inovadora e envolvente para o aprendizado. Ao contrário dos jogos competitivos, que muitas vezes enfatizam a individualidade e a rivalidade entre os alunos, os jogos cooperativos promovem a colaboração, a comunicação e o trabalho em equipe. Essas habilidades são essenciais não apenas no ambiente acadêmico, mas também na preparação para a vida adulta, onde a capacidade de colaborar efetivamente com os outros é uma competência valiosa. De acordo com Spohr et al. (2014), diversos estudos mostram que intervenções de base escolar apresentam evidências consistentes de efetividade na promoção da atividade física entre crianças e adolescentes relacionada a saúde, incluindo tópicos como nutrição, prevenção de lesões e promoção de hábitos saudáveis de vida. Isso é relevante para os adolescentes, que estão em uma fase crucial de formação de hábitos, e este conteúdo vai ao encontro dos saberes e dos eixos temáticos da Educação Além disso, o currículo da Educação Física escolar pode auxiliar na socialização, através de jogos e atividades em grupo para estimular a socialização e o trabalho em equipe, auxiliando no desenvolvimento das habilidades sociais dos adolescentes. Não pode ser deixado de lado o aspecto do desenvolvimento motor, pois os alunos devem adquirir habilidades motoras básicas, como correr, saltar, arremessar, entre outras, bem como desenvolver habilidades específicas de esportes e atividades Estes conhecimentos devem ter sido trabalhados inicialmente na educação infantil e nos primeiros anos do Ensino Fundamental, mas desenvolvidos com mais rigor e detalhes nos anos finais e posteriormente no Ensino Médio. As unidades temáticas na Educação Física nos anos finais devem ser cuidadosamente selecionadas para abordar as competências e habilidades necessárias. Alguns exemplos de unidades temáticas relevantes incluem: Esportes e Jogos: esta unidade temática pode englobar a aprendizagem de esportes tradicionais, como futebol, vôlei, basquete, bem como a introdução a esportes menos comuns, como o badminton ou tênis de mesa. O foco deve estar no desenvolvimento de habilidades técnicas e táticas.20/02/2025, 16:52 Atividades Rítmicas e Expressivas: nesta, é possível envolver danças, ginástica rítmica e outras atividades que promovam a expressão corporal e o ritmo Além do desenvolvimento motor, essa unidade contribui para a criatividade e autoexpressão dos alunos. Assim, as competências, habilidades e unidades temáticas estabelecidas pelo documento têm o potencial de enriquecer a experiência educacional dos alunos, promovendo um aprendizado significativo e uma formação integral. VIDEO RESUMO Olá, estudante! Neste vídeo resumo falaremos das características do público-alvo dos anos finais do Ensino Fundamental, bem como as competências, habilidades a serem contempladas e as unidades temáticas da Educação Física para essa etapa da educação. Vamos lá? 6d Saiba mais Dica de Leitura - Educação Física Escolar e Saúde Neste livro de autoria de Alexandre Schubert, vamos conhecer um pouco da disciplina de Educação Física como área de conhecimento na Educação Infantil e no Ensino Fundamental. Também, será abordado o perfil do aluno na Educação Infantil e Fundamental, entender o papel da aprendizagem nestes níveis de ensino e refletir sobre propostas já estruturadas dos conteúdos específicos da Educação Na unidade 2 e seção 2 Ampliando enfoque - Educação Física e Saúde são abordadas as maneiras com as quais podem ser trabalhadas as temáticas de saúde como um dos saberes específicos da disciplina de Educação Dica de Leitura Ensino da educação física para a educação básica Nesta obra de autoria de Fernando Luiz Bustamante Bueno Oliveira, podemos compreender como o ser humano e o corpo mudaram ao longo da história até os dias de hoje, as influências sociais, políticas, econômicas, ambientais e outras possíveis. O livro é direcionado aos futuros professores de Educação Física, almejando com que eles possam se tornar agentes ativos nas mudanças destas pessoas, seja no ensino infantil, ensino fundamental ou ensino médio.20/02/2025, 16:52 Aula 2 ORGANIZAÇÃO CURRICULAR DA EDUCAÇÃO FÍSICA NOS ANOS FINAIS (6° AO 9° ANO) Nesta Aula, abordaremos temas fundamentais para o desenvolvimento do ensino e aprendizado nos anos finais do ensino fundamental. INTRODUÇÃO Olá, estudante! Nesta Aula, abordaremos temas fundamentais para o desenvolvimento do ensino e aprendizado nos anos finais do ensino fundamental. Falaremos sobre os critérios e a organização de conteúdos, a construção de objetivos educacionais e como isso pode influenciar diretamente a experiência de aprendizado dos alunos e a eficácia do ensino. Em seguida, vamos aprofundar nossa compreensão sobre a construção de objetivos para os anos finais do ensino fundamental em Educação Física. Veremos a importância de o docente participar do processo de construção do currículo que pode ser crucial para guiar nosso trabalho como educadores e para o progresso dos estudantes. Por fim, exploraremos a construção curricular, considerando como planejar, orientar e sistematizar as práticas esportivas e de atividade física. Vamos refletir sobre como nossa abordagem pedagógica pode contribuir não apenas para a aquisição de habilidades motoras, mas também para o desenvolvimento integral dos alunos, promovendo a saúde e a qualidade de vida. Vamos lá? DESAFIOS NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: OBJETIVOS E REALIDADE LOCAL A Educação Básica compreende três etapas: Educação Infantil, Ensino Fundamental E Ensino Médio. Tratando- se do Ensino Fundamental, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) ressalta que é uma fase na qual a criança começa a ter contato com outras experiências, assimilando novos conhecimentos ou ampliando aqueles que foram discutidos na Educação Infantil, existindo, dessa forma, uma integração e continuidade das aprendizagens antes concedidas (BRASIL, 2017). Um estudo realizado por Araújo; Rocha e Boslle (2017) identificou nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) as propostas oficiais de um marco teórico que oriente instituições de ensino e professores na elaboração de planos de ensinos.20/02/2025, 16:52 Naturalmente, considerando sua adequação à realidade local, os conteúdos da educação física abrangem uma variedade de expressões da cultura corporal de movimento humano, cada uma enriquecida com seus próprios valores e significados. Desse modo, é impraticável abranger todas as manifestações culturais, mas é fundamental que a educação física cumpra seu papel ao incorporar saberes e manifestações culturais que enriqueçam o ambiente escolar. Nesse contexto, os conteúdos de ensino da educação física passam por um processo de seleção que antecede sua exploração e desenvolvimento em sala de aula. Esse processo, em princípio, deve ser orientado por critérios estabelecidos pelos professores, com base nas diretrizes da rede de ensino e da escola, nos objetivos pedagógicos, nas necessidades de formação dos estudantes, nas características locais e nas abordagens teórico-ideológicas que sustentam a prática docente. De acordo com Araújo; Jucá e Pinheiro (2021), os esportes são o conteúdo que aparecem mais vezes no currículo da Educação física Escolar, em seguida os jogos, brincadeiras, danças e lutas. Na prática, muitos professores de educação física tendem a restringir o conteúdo relacionado aos esportes, principalmente aos esportes coletivos, sem adotar uma abordagem educativa mais abrangente e sistematizada. Para Araújo, Jucá e Pinheiro (2021), existe uma lacuna significativa na forma como o ensino dos esportes é conduzido, com a falta de uma proposta educativa estruturada que contemple a diversidade de modalidades esportivas. A pesquisa indicou que outras modalidades esportivas frequentemente não são contempladas, o que limita a experiência dos alunos em relação aos esportes individuais, de combate, entre outros Um aspecto relevante na construção de objetivos é a consideração das características e necessidades dos alunos nessa faixa etária. Betti (2009) aponta que os objetivos devem ser elaborados levando em consideração o desenvolvimento motor, cognitivo e social dos adolescentes. Isso significa que os objetivos devem ser progressivos e adaptados ao estágio de desenvolvimento dos alunos. Os conteúdos podem ser considerados temas relacionados a uma disciplina específica, nos quais são repassados para os alunos de acordo com seu nível de conhecimento, com a finalidade de buscando entender um determinado assunto. Relacionado a isso, Darido (2005) salienta que os conteúdos são instrumentos pelos quais os alunos devem compreender e analisar a realidade e a partir disso construir significados, baseando-se em novos aprendizados adquiridos na escola e no convívio social. Portanto, entende-se que os conteúdos foram se constituindo ao longo dos tempos, tornando-se um elemento importante no processo de formação da sociedade por proporcionar aos estudantes o conhecimento sobre diversas temáticas. A construção curricular para os anos finais do Ensino Fundamental em Educação Física é uma tarefa complexa que requer cuidadosa consideração das necessidades e objetivos educacionais dos alunos. Conforme apontado por Taffarel (2012), a Educação Física desempenha um papel fundamental no desenvolvimento integral das crianças e adolescentes, promovendo não apenas a atividade física, mas cognitives,20/02/2025, 16:52 Assim, a elaboração do currículo para esse nível de ensino deve ser orientada por princípios pedagógicos sólidos e diretrizes educacionais claras. CONSTRUÇÃO CURRICULAR EM EDUCAÇÃO FÍSICA: INTEGRANDO DESENVOLVIMENTO INTEGRAL E LOCALIDADE De acordo com Betti e Zuliani (2002), a Educação Física é entendida como um componente curricular cujo propósito é introduzir e integrar os alunos na cultura corporal de movimento. Nessa perspectiva, a disciplina se vale de diversos conteúdos, como jogos, esportes, atividades rítmicas, dança, ginásticas e práticas de aptidão física. O objetivo central é capacitar os participantes a interagirem com esses conteúdos, não apenas praticando-os, mas também produzindo, reproduzindo e transformando-os. Essa abordagem visa, em última instância, a promoção da saúde e à melhoria da qualidade de vida dos estudantes. Araújo, Jucá e Pinheiro (2021), analisaram artigos sobre o ensino da Educação Física escolar e constataram que não há pesquisas sobre jogo motor (ou brincadeiras), práticas corporais junto à natureza e atividades aquáticas, o que não significa que essas práticas não sejam desenvolvidas na escola, tampouco que não tenham relevância no meio acadêmico, mas demonstra uma dificuldade tanto em relação material (falta de espaços adequados) como falta de apoio e interesse dos docentes. A definição de critérios e a construção de objetivos para os anos finais do ensino fundamental em Educação Física são aspectos cruciais para uma prática pedagógica eficaz. planejamento de aulas na Educação Física deve ser orientado por objetivos claros e bem definidos, que servirão de guia para o processo de ensino-aprendizagem. Os objetivos devem ser formulados de maneira específica e mensurável, permitindo avaliar o progresso dos alunos ao longo do tempo (TAFFAREL, 2002). Como sugere Betti (2009), é fundamental que os objetivos sejam adaptados ao estágio de maturação física, cognitiva e social dos adolescentes nos anos finais do ensino fundamental. Isso implica levar em consideração as particularidades desse grupo para elaborar objetivos que sejam relevantes e desafiadores. A construção de objetivos também deve ser influenciada pelo contexto educacional e cultural. Conforme Darido (2005), os objetivos da Educação Física devem ser sensíveis às características das escolas, das comunidades e das políticas educacionais locais. Portanto, a definição de objetivos deve considerar não apenas as necessidades individuais dos alunos, mas também o ambiente em que a educação ocorre. A elaboração curricular deve levar em consideração as características e necessidades específicas dos alunos nessa faixa etária, em que os adolescentes passam por mudanças físicas, psicológicas e sociais significativas, o que requer abordagens pedagógicas adaptadas. O currículo deve oferecer oportunidades para o desenvolvimento de habilidades motoras, competências cognitivas, tomada de decisões e valores relacionados à prática de atividade física.20/02/2025, 16:52 educador tem papel fundamental no processo de organização curricular, pois é um dos principais responsáveis pela elaboração dos currículos que se materializam nas escolas e nas salas de aula. A partir disso, decorre a necessidade de uma participação crítica e criativa na elaboração de currículos mais atraentes, democráticos e fecundos Por fim, é importante enfatizar que a construção curricular não deve ser estática, mas sim flexível e sujeita a revisões periódicas. A avaliação contínua dos resultados e a adaptação do currículo são essenciais para garantir sua eficácia e relevância para os alunos. Isso implica ouvir feedback dos educadores, pais e, principalmente, dos próprios alunos, incorporando suas experiências e necessidades na formulação do currículo. SELEÇÃO DE CONTEÚDOS NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR Darido e Rangel (2014) destacam que os conteúdos foram elaborados no decorrer da história da Educação Física, sofrendo constantes modificações relacionados a sua organização, alterações essas necessárias para que os alunos entendam a realidade que se manifesta de forma global. Lembrando que de acordo com a BNCC são seis as unidades temáticas abordadas na Educação Física: brincadeiras e jogos, esportes, ginásticas, danças, lutas e práticas corporais de aventura. Dentro dessas unidades estão distribuídas diversas habilidades como "experimentar, fruir e recriar diferentes brincadeiras e jogos da cultura popular presentes no contexto comunitário e regional, reconhecendo e respeitando as diferenças individuais de desempenho dos colegas" (BRASIL, 2018, p. 226). Essa habilidade lúdica faz parte da unidade temática "Brincadeiras e Jogos" e está relacionada a utilizar o lúdico como processo pedagógico e prática de brincadeiras que fazem parte da nossa cultura, como pular corda, "amarelinha", "pic bandeira", entre outras. Outra habilidade apontada para ser desenvolvida nos anos iniciais em Educação Física é a de "Diferenciar os conceitos de jogo e esporte, identificando as características que os constituem na contemporaneidade e suas manifestações (profissional e comunitária/lazer)" (BRASIL, 2018, p. 226). Essa temática se relaciona com a unidade "Esportes" e que pode ser trabalhado apontado para os alunos as principais diferenças entre jogos, brincadeiras e esporte, analisando diferenças e semelhanças em relação as regras e formas de serem praticados. conhecimento escolar é um dos elementos centrais do currículo e sua aprendizagem é condição fundamental para que os conhecimentos culturalmente produzidos possam ser adquiridos, criticados e reconstruídos pelos alunos. Para que isso aconteça é necessário que o ensino seja ativo e efetivo, com professores comprometidos que conheçam, escolham, organizem e trabalhem os conhecimentos a serem aprendidos pelos alunos. Além disso, os conteúdos selecionados devem ser relevantes e significativos, no sentido de facilitar aos alunos a compreensão da realidade, possibilitar uma ação segura e consciente no contexto no qual se inserem e promover a ampliação do universo cultural.20/02/2025, 16:52 De acordo com Impolcetto (2017), um dos caminhos para o desenvolvimento de inovações na escola e no currículo é reconhecer os professores como sujeitos da inovação, ouvir o que eles têm a dizer, suas experiências, seus problemas, as práticas que consideram significativas e que gostariam que continuassem, entre outras coisas. Há muita riqueza e variedades de teorias pedagógicas dos professores que não são registradas, explicitadas ou sistematizada. Além disso, a interdisciplinaridade é um aspecto relevante na construção curricular para os anos finais do ensino fundamental. A Educação Física pode ser integrada a outras disciplinas, como biologia, história e matemática, enriquecendo a experiência educacional dos alunos e mostrando a relevância das atividades físicas em diferentes contextos. Essa abordagem é apoiada por autores como Betti e Mello (2009), que destacam a importância de uma abordagem interdisciplinar para tornar o ensino mais significativo. VÍDEO RESUMO Imprimir Neste vídeo resumo, falaremos sobre as características e conteúdos dos currículos dos anos finais do Ensino Fundamental, bem como as maneiras de se construir, aprofundar e diversificar os conteúdos a serem desenvolvidos nessa disciplina. Vamos lá? 6d Saiba mais Uma ótima fonte de recursos e informações sobre Educação Física Escolar é o site da Revista Brasileira de Educação Física e Esporte (Rev. Bras. Educ. Fís. Esporte), que é vinculado à Sociedade Brasileira de Educação Física (SBEF) e à Universidade de São Paulo (USP). Nesse site, você encontrará artigos científicos, resenhas, entrevistas e outras publicações relacionadas à Educação Física na escola, bem como pesquisas e estudos acadêmicos sobre o assunto. É uma excelente fonte para professores, estudantes e pesquisadores interessados em aprofundar seus conhecimentos sobre a Educação Física no contexto escolar. A obra de autoria de Eloise Werle de Almeida e Anísio Calciolari Júnior intitulada: Ensino de educação física escolar e psicomotricidade, tem a finalidade de proporcionar aos leitores a oportunidade de conhecer o ensino da Educação Física na escola; o processo histórico que essa área passou até que chegasse nas concepções atuais e como o professor (ou futuro docente) pode estruturar uma aula de Educação Física, abordando os conteúdos que fazem parte das ementas dessa disciplina. A Unidade 2 Seção 3 do livro, os autores abordam o Planejamento da aula tanto para a Educação Infantil, como para o Ensino Fundamental. Além disso, os alunos aprenderão sobre a psicomotricidade (apresentada na Unidade 3 desta obra), importante corrente de intervenção, que busca o desenvolvimento global do aluno.20/02/2025, 16:52 Por fim, poderão ser compreendidas como as práticas de movimento estruturadas podem auxiliar no desenvolvimento cognitivo e afetivo das crianças e adolescentes. Aula 3 ORGANIZAÇÃO CURRICULAR NO ENSINO MÉDIO Nesta Aula, exploraremos aspectos cruciais desse componente curricular que desempenha um papel fundamental na formação dos estudantes. INTRODUÇÃO Nesta Aula, exploraremos aspectos cruciais desse componente curricular que desempenha um papel fundamental na formação dos estudantes. Falaremos sobre a caracterização do público-alvo do Ensino Médio na Educação Física. Em seguida, exploraremos as competências, habilidades e saberes fundamentais que essa disciplina busca desenvolver nos alunos nessa fase tão crucial de transição para a vida adulta. Por fim, investigaremos as possibilidades de organização curricular no Ensino Médio, buscando compreender como a Educação Física pode se adaptar às necessidades diversificadas dos estudantes, promovendo um aprendizado integral. Vamos começar? ADOLESCENTES EM TRANSIÇÃO: EDUCAÇÃO FÍSICA E DESENVOLVIMENTO INTEGRAL A Educação Física desempenha um papel fundamental no currículo escolar, contribuindo para o desenvolvimento integral dos estudantes. No contexto do Ensino Médio, essa disciplina assume uma relevância especial, pois está ligada não apenas à promoção da saúde, mas também ao desenvolvimento de habilidades sociais e emocionais. O público-alvo no Ensino Médio compreende adolescentes, em média de 14 a 18 anos, em uma fase de transição crucial da infância para a vida adulta, caracterizada por mudanças físicas, cognitivas e emocionais significativas. O ensino da Educação Física no Ensino Médio deve considerar as peculiaridades dos alunos nessa etapa, promovendo a aprendizagem por meio de atividades que estimulem o pensamento crítico e a expressão. Isso implica em uma abordagem pedagógica que vá além do ensino tradicional de esportes e valorize a diversidade de atividades físicas que podem atender às diferentes preferências e habilidades dos estudantes.20/02/2025, 16:52 Além disso, as aulas de Educação Física devem promover oportunidades de convivência e relacionamento em grupo, uma vez que o trabalho frequentemente limita essas possibilidades. É um espaço onde os alunos podem interagir socialmente e desenvolver habilidades interpessoais em um ambiente mais descontraído. As atividades devem adotar uma abordagem globalizada que integra aspectos cognitivos, afetivos e vivenciais, reconhecendo que o aprendizado não é apenas sobre movimento, mas também sobre o entendimento do próprio corpo, das emoções, das relações sociais e da interação com os outros. As competências, habilidades e saberes no contexto da Educação Física no Ensino Médio desempenham um papel crucial no desenvolvimento dos estudantes. Nessa etapa da educação, os alunos são desafiados a adquirir competências motoras, compreender conceitos relacionados à saúde e ao bem-estar, e aprimorar habilidades socioemocionais. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) traça diretrizes dos conteúdos a serem desenvolvidos nas disciplinas da educação básica. Uma das habilidades contidas neste documento para a Educação Física é a de "Analisar criticamente preconceitos, estereótipos e relações de poder presentes nas práticas corporais" (BRASIL, 2018, p. 495). Esse conteúdo permite que o professor aborde, por exemplo, as questões de gênero e de preconceitos relacionados aos esportes de combate e como atualmente essas modalidades são utilizadas também como opções de lazer que levam a melhora da saúde e qualidade de vida dos praticantes. Em relação a estrutura curricular, é fundamental que os professores de Educação Física no Ensino Médio estejam atualizados e preparados para promover o desenvolvimento integral dos estudantes. Os docentes devem estar cientes das abordagens pedagógicas mais eficazes para ensinar competências motoras, conceitos de saúde e valores éticos por meio da prática esportiva. Portanto, o ensino da Educação Física no Ensino Médio demanda não apenas conhecimento sobre atividades esportivas, mas também uma compreensão profunda das necessidades e potencialidades dos adolescentes. Na criação do currículo, podem ser exploradas as tecnologias educacionais e ferramentas digitais para enriquecer o ensino. Conforme apontado por Bianchi; Pires e Vanzin (2009), a incorporação de recursos tecnológicos pode ampliar o acesso à informação, possibilitar a análise de dados corporais e promover a interatividade, tornando o aprendizado mais dinâmico e contextualizado. Essa integração de tecnologia pode se alinhar com as expectativas dos alunos que nasceram cercados pelo mundo digital e proporcionar uma abordagem mais contemporânea ao ensino da Educação Física no Ensino Médio. INOVAÇÕES NA EDUCAÇÃO FÍSICA DO ENSINO MÉDIO: ALÉM DOS ESPORTES No Ensino Médio, os estudantes estão passando por uma fase de mudanças físicas e psicológicas que exercem um profundo impacto em seu estado de espírito, autoestima e percepção de si mesmos.20/02/2025, 16:52 Nesse período, o corpo se torna o centro das atenções, pois é por meio dele que eles se apresentam ao mundo e interagem com seus pares, sendo o corpo a principal ferramenta para conquistar a aceitação entre seus colegas. De acordo com Gallardo et al. (2003), a busca pela identidade, que é o principal desejo na adolescência, resulta na formação de um conceito de si mesmo. Esse conceito envolve um conjunto de ideias, representações, julgamentos descritivos e valorativos a respeito do próprio sujeito. Esse autorreconhecimento se baseia em diversos aspectos, incluindo o próprio corpo, comportamento, situação e relações sociais. Isso permite ao indivíduo distinguir entre a sua dimensão corporal, psicológica e social, construindo assim uma compreensão mais completa de si mesmo. Muitas vezes o aluno do Ensino Médio já está no mercado de trabalho e isso impacta inclusive na prática esportiva dentro do ambiente escolar. De acordo com Darido et al. (1999), nas aulas de Educação Física para os alunos que também são trabalhadores, é vital oferecer uma oportunidade para a prática de atividades pessoais como uma espécie de contraponto ao ambiente de trabalho. Nesse contexto, a Educação Física assume o papel de proporcionar ao adolescente a chance de relaxar, estimulando a consciência de seu corpo e capacitando-o a controlar esse corpo, contrapondo-se ao automatismo frequentemente exigido pelo trabalho. Essas aulas devem também proporcionar atividades prazerosas, contrastando com a rigidez e a natureza muitas vezes repressiva do ambiente laboral. Ainda sobre as competências e habilidades designadas a Educação Física no Ensino Médio lembramos que de acordo com a BNCC, a disciplina faz parte da área de linguagens e essa possui 10 competências nas quais estão inseridas habilidades que devem ser desenvolvidas nos alunos. A competência de número 5 é a específica de Educação Física e diz o seguinte: "Compreender os processos de produção e negociação de sentidos nas práticas corporais, reconhecendo-as e vivenciando-as como formas de expressão de valores e identidades, em uma perspectiva democrática e de respeito à diversidade" (BRASIL, 2018, pag. 495). Isso significa que ao encerrar o Ensino Médio, o jovem deverá demonstrar compreensão aprofundada e sistemática acerca da presença das práticas corporais em sua vida e na sociedade, incluindo os fatores sociais, culturais, ideológicos, econômicos e políticos envolvidos nas práticas e nos discursos que circulam sobre elas. Além disso, espera-se que o aluno tenha a vivência das práticas corporais como formas privilegiadas de construção da própria identidade, autoconhecimento e propagação de valores democráticos. Por isso, faz-se necessário que os estudantes possam refletir sobre suas preferências, seus valores, preconceitos e estereótipos quanto às diferentes práticas corporais. COMPETÊNCIAS E HABILIDADES NA EDUCAÇÃO FÍSICA DO ENSINO MÉDIO A adolescência e início da vida adulta (fase na qual o aluno está no ensino médio) é marcada por grandes modificações. De acordo com Gallardo et al. (2003), apesar de a imagem corporal estar constituída muito antes da as mudanças pela que gesge o20/02/2025, 16:52 tamanho do corpo e a força física, até as capacidades sexuais, exigem uma reconstrução da imagem do próprio corpo. Então, para o adolescente a preocupação com o físico assume o primeiro plano. Sendo assim, os conteúdos e conhecimentos devem ser direcionados levando em conta essas características e desta forma conseguir um ensino contextualizado e relevante para o aluno. No Ensino Médio, a Educação Física tem o propósito de contribuir para a formação integral dos estudantes, proporcionando o desenvolvimento de competências socioemocionais, a promoção da saúde e o acesso à cultura corporal. De acordo com a BNCC os esportes, as danças, a ginásticas, as lutas, as práticas corporais de aventura e os jogos fazem parte do conteúdo a ser desenvolvido nessa etapa da educação. A habilidade apresentada na BNCC "Vivenciar práticas corporais e significá-las em seu projeto de vida, como forma de autoconhecimento, autocuidado com o corpo e com a saúde, socialização e entretenimento" (BRASIL, 2018, p. 495), pode ser bem aproveitada ao se trabalhar sobre Ginástica Laboral com os alunos (que faz parte da unidade temática "Ginásticas"). É importante mostrar não só o contexto histórico no qual essa prática foi criada, mas também falar sobre o corpo em situações de relações de trabalho, a importância de se alongar, a ginástica laboral preparatória, compensatória e de relaxamento. Esse exemplo está em consonância com o novo Ensino Médio, uma vez que o Itinerário Formativo "Corpo em Movimento", traz em sua Unidade Curricular o componente "cultura digital e atividade física", que aborda o corpo no trabalho e no lazer, convidando os estudantes a analisarem mudanças relativas às práticas corporais e às pressões cotidianas sobre o corpo advindas do desenvolvimento tecnológico e industrial. Sobre a organização curricular, a Educação Física no Ensino Médio deve transcender a simples prática esportiva e incorporar uma visão mais ampla que englobe aspectos da cultura corporal, da saúde e do desenvolvimento pessoal. Uma possibilidade de organização do currículo consiste em adotar uma abordagem multidisciplinar, integrando a Educação Física com outras disciplinas, promovendo uma visão mais variada do conhecimento. Isso pode proporcionar uma compreensão mais profunda da relação entre atividade física e saúde, bem como a influência da cultura corporal na sociedade Também, é importante mencionar que os alunos devem escolher itinerários formativos no Ensino Médio e alguns deles devem ministrados por professores de Educação Física e isso permite aos estudantes escolher entre uma variedade de atividades físicas, esportivas e de promoção da saúde. Com ressalvas e muitas críticas a serem feitas, essa abordagem dá aos alunos a oportunidade de personalizar sua educação, tornando-a mais relevante para seus interesses e necessidades individuais. Os itinerários formativos podem incluir aulas teóricas e práticas que abordam temas como condicionamento físico, nutrição e bem-estar, proporcionando uma visão holística da Educação Física.20/02/2025, 16:52 Por fim, o currículo da Educação Física deve ser adaptado às necessidades dos estudantes, levando em consideração suas aptidões, interesses e trajetórias acadêmicas. Essa flexibilidade promove uma participação mais motivada e engajada nas aulas de Educação Física, atendendo às demandas de um público diversificado. VIDEO RESUMO Neste vídeo resumo, falaremos sobre as características e conteúdo dos currículos do Ensino Médio, bem como as maneiras de se construir, aprofundar e diversificar os conteúdos a serem desenvolvidos nessa disciplina. Vamos lá? 6d Saiba mais Dica de leitura Artigo "Educação física escolar e tecnologias digitais de informação e comunicação na base nacional curricular comum" Neste artigo de autoria de José Ribamar Júnior e Márcio Romeu Oliveira, são apresentadas reflexões a respeito da presença das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) na Base Nacional Curricular Comum, sob a ótica do que é designado a disciplina de Educação Física. Os autores pesquisaram os documentos das Diretrizes Nacionais da educação e da Base Nacional e analisaram textos a partir dos termos Tecnologia, Comunicação e Mídia, dessa forma conseguiram observar um descompasso com as práticas culturais de crianças e jovens na cultura digital e o conteúdo produzido para o campo da Educação Física. A leitura do artigo é interessante para verificar a necessidade de compreendermos a presença dessas Tecnologias nos saberes e fazeres cotidianos da Educação Física escolar. Referência Bibliográfica: J. R. F.; OLIVEIRA, M. R. Educação física escolar e tecnologias digitais de informação e comunicação na base nacional curricular comum... Como é que Motrivivência, [S. V. 28, n. 48, p. 150-167, 2016. Dica de Leitura Artigo - "O "novo" Ensino Médio: implicações ao processo de legitimação da Educação Física" Este artigo, incide sobre uma questão central: "de que maneira é viável estabelecer ou forjar os alicerces que justificam a inserção da Educação Física no currículo do Ensino Médio nos dias de hoje?" Para abordar essa indagação, os autores José Angêlo Gariglio, Admir Soares Júnir e Cláudio Márcio Oliveira, exploram uma análise aprofundada dos elementos essenciais do "Novo" Ensino Médio, com um enfoque particular nas concepções de conhecimento, currículo, juventude, e na quebra da conexão entre as esferas da formação humana (Ciência, Cultura, Trabalho e Tecnologia) preconizada nas normas anteriores.20/02/2025, 16:52 Além disso, os autores debatem sobre a legitimidade da presença da Educação Física na escola, tomando como base documentos como as Orientações Curriculares Nacionais do Ensino Médio, elaboradas em 2006. Por fim, delinearemos estratégias para lidar com o cenário atual e examinaremos a possibilidade de construção de novos fundamentos que justifiquem a presença duradoura da Educação Física no contexto do Ensino Médio. Referência Bibliográfica: GARIGLIO, J. JUNIOR, A. S. A.; OLIVEIRA, C. M. O "Novo" Ensino Médio: implicações ao processo de legitimação da Educação Física. Motrivivência, V. 29, n. 52, p. 53-70, 2017. Aula 4 ORGANIZAÇÃO CURRICULAR E A EJA Nesta aula, da disciplina de Currículo da Educação Física Escolar, embarcaremos em uma jornada para explorar e compreender o ensino da Educação Física na modalidade de Educação de Jovens e Adultos. INTRODUÇÃO Olá, estudante! Nesta aula, da disciplina de Currículo da Educação Física Escolar, embarcaremos em uma jornada para explorar e compreender o ensino da Educação Física na modalidade de Educação de Jovens e Adultos. Abordaremos a caracterização da Educação Física na EJA, discutindo como ela se adapta às necessidades e particularidades desse público diversificado. Além disso, falaremos sobre as competências, habilidades e saberes necessários para promover uma experiência educacional significativa na EJA por meio da Educação Física. Por fim, investigaremos as diversas possibilidades de organização curricular na EJA, visando criar ambientes de aprendizado que atendam às necessidades específicas dos Vamos começar? A EDUCAÇÃO FÍSICA NA EJA: ASPECTOS LEGAIS E DESAFIOS DE IMPLEMENTAÇÃO Para compreender a Educação de Jovens e Adultos (EJA), é essencial recordar que conforme estipulado na Constituição Federal (CF) de 1988, a educação é um direito social do cidadão e um dever compartilhado entre o Estado e a família (BRASIL, 1988). Além disso, a CF estabelece a obrigatoriedade do Estado em proporcionar educação gratuita para indivíduos com idades entre quatro e dezessete anos, abrangendo aqueles que não tiveram a oportunidade de acessá-la na faixa etária adequada (BRASIL, 2009). Essas disposições legais são fundamentais para contextualizar a20/02/2025, 16:52 importância da EJA no cenário educacional. Para contextualizar o cenário recente da Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Brasil, é fundamental considerar um marco significativo na Constituição de 1988, que estabeleceu o direito à educação em todas as idades. A EJA está inclusa como um direito garantido para toda a população e que posteriormente seria regulamentado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996). Em 2000, as Diretrizes Curriculares para a Educação de Jovens e Adultos entraram em vigor, estabelecendo diretrizes para essa modalidade de ensino (BRASIL, 2000). Do ponto de vista jurídico, a Educação Física está respaldada por uma Proposta Curricular específica que orienta sua implementação (BRASIL, 1996). No entanto, é importante observar que o mesmo artigo que garante a obrigatoriedade desse componente curricular na educação básica, coloca-o como facultativo ao aluno que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas, que esteja prestando serviço militar inicial ou que, em situação similar, esteja obrigado à prática da educação física; ou que tenha prole, conforme indicado no Artigo 3° da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (BRASIL, 1996). Em relação as competências e habilidades desenvolvidas na disciplina de Educação Física direcionada a EJA, a abordagem dos conteúdos escolares segue as diferentes naturezas dos conteúdos: procedimentais, conceituais e atitudinais. A dimensão procedimental não se restringe ao universo das habilidades motoras, capacidades físicas e fundamentos dos esportes, devendo incluir também organização, sistematização de informações e aperfeiçoamento, entre outros. Além dos conteúdos conceituais que abrangem regras, táticas e dados históricos factuais de diversas modalidades esportivas, a disciplina de Educação Física na escola incorpora reflexões sobre conceitos essenciais, como ética, estética, desempenho, satisfação e eficiência. Nesse contexto, a abordagem da disciplina amplia sua dimensão para incluir aspectos biológicos, por exemplo através da exploração das interações entre nutrição, gasto energético e as diversas práticas corporais, permitindo aos alunos compreenderem como a alimentação adequada está relacionada ao desempenho físico e ao bem-estar. Também, pela análise das relações entre a prática de exercícios físicos, o risco de lesões e o uso de substâncias anabolizantes, promovendo a conscientização sobre os cuidados com a integridade física e os riscos associados a práticas inadequadas. Essas questões relacionadas a Educação Física compõem a Cultura Corporal de Movimento, um conjunto de conhecimentos que podem ser explorados no âmbito da Educação Física escolar e que foram desenvolvidos pela humanidade ao longo do tempo, aprimorando as múltiplas formas de utilizar o corpo para atender a uma diversidade de necessidades e finalidades.20/02/2025, 16:52 Estas finalidades abrangem áreas como aplicações militares, industriais, promoção da saúde, entretenimento e expressão artística, demonstrando a riqueza e a versatilidade da cultura corporal ao longo da história. A organização curricular na Educação de Jovens e Adultos desempenha um papel fundamental na criação de um ambiente educacional que atenda às necessidades específicas desse público diversificado. Diversas abordagens podem ser adotadas na EJA para promover a aprendizagem eficaz e a inclusão educacional. Conforme destacado por Sérgio (2008), a flexibilidade curricular é uma das características mais marcantes da EJA, permitindo diferentes modalidades de organização curricular, como as que serão exploradas a seguir. AMPLIANDO AS DIMENSÕES DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA EJA: ALÉM DOS CONTEÚDOS PROCEDIMENTAIS A Educação de Jovens e Adultos (EJA) desempenha um papel crucial na promoção da inclusão educacional e social de indivíduos que, por diferentes razões, não tiveram a oportunidade de concluir sua educação formal na idade apropriada. Nesse contexto, o ensino da Educação Física na EJA apresenta desafios específicos, uma vez que os alunos dessa modalidade de ensino muitas vezes possuem idades variadas, experiências de vida diversas e níveis de condicionamento físico distintos. O ensino de Educação Física na EJA apresenta características que se assemelham a situações encontradas no ensino médio ou mesmo nos anos finais do Ensino Fundamental convencional. No entanto, ao mesmo tempo, observa-se a presença de jovens e adultos que estão inseridos no mercado de trabalho, resultando em uma notável diversidade de faixa etária nas turmas dessa modalidade de ensino. Além desse cenário, é importante destacar o aumento da migração de adolescentes para a EJA, o que tem levado à constatação de certa ineficácia do Ensino Médio atual. Isso reflete a necessidade de aprimorar as estratégias de ensino e adaptação curricular na EJA, a fim de melhor atender às demandas e desafios dos alunos, bem como de criar um ambiente mais acolhedor e eficaz para o processo de aprendizagem em todas as faixas etárias presentes nas turmas (FRANCHI; GÜNTHER, 2018). Sobre as competências e habilidades da Educação Física na EJA, pode-se exemplificar as habilidades conceituais como o estudo do desenvolvimento das capacidades físicas, incluindo força, resistência e flexibilidade, e sua influência na aquisição e manutenção da saúde. Isso capacita os alunos a compreenderem como o condicionamento físico está intrinsecamente ligado à qualidade de vida. As habilidades desenvolvidas na Educação Física na EJA abrangem desde o domínio de técnicas esportivas até a capacidade de planejar e realizar atividades físicas de forma autônoma e segura. Essas habilidades são essenciais para que os alunos possam aproveitar ao máximo os benefícios da prática de exercícios e esportes, ao mesmo tempo em que evitam lesões.20/02/2025, 16:52 Além disso, as habilidades sociais, como o trabalho em equipe e a resolução de conflitos, também são cultivadas, promovendo a integração e a cooperação entre os alunos. Os saberes da Educação Física na EJA envolvem o conhecimento sobre a história das práticas corporais, as diferentes modalidades esportivas e a importância da atividade física para a saúde, proporcionando uma base sólida para que os alunos compreendam e valorizem a cultura corporal de movimento em suas vidas. Em relação à organização curricular, podemos citar a abordagem da EJA integrada, que busca articular diferentes áreas do conhecimento em projetos interdisciplinares. Por exemplo, um projeto que explore a história da matemática pode integrar Matemática, História e Língua Portuguesa. Esse enfoque promove a contextualização dos conteúdos, tornando a aprendizagem mais significativa e atraente para os alunos. Além disso, de acordo com Caldeira (2017), a EJA também pode adotar a "EJA semipresencial", que combina aulas presenciais com atividades on-line, permitindo, assim, que os alunos tenham flexibilidade em seus horários de estudo e utilizem recursos tecnológicos para acessar materiais de aprendizagem, como videoaulas e plataformas educacionais. DESAFIOS E OPORTUNIDADES NA EDUCAÇÃO FÍSICA DE JOVENS E ADULTOS O público-alvo da Educação de Jovens e Adultos é composto por uma diversidade de faixas etárias, incluindo jovens e adultos que não concluíram o ensino fundamental e médio na idade apropriada, buscando alcançar os seus objetivos educacionais. Esses alunos possuem experiências de vida variadas, enfrentam desafios de aprendizagem específicos e são motivados a aprender, tornando a EJA um ambiente educacional intergeracional e inclusivo. Devido à sua natureza opcional, conforme previsto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 2003 (LDBEN), a Educação Física muitas vezes é percebida como uma atividade isolada, com pouca ou nenhuma conexão com um conjunto de conhecimentos típico de um componente curricular. De várias maneiras, surgem representações relacionadas a jogos, ginásticas ou outras práticas corporais, frequentemente associadas a momentos de descontração, recreação ou, em alguns casos, à manutenção da condição física. De acordo com Pereira e Mazzotti (2008) essas correlações podem estar relacionadas a uma organização baseada na faixa etária, na qual práticas específicas são mais apropriadas para certos grupos, proporcionando resultados mais eficazes. Sobre as habilidades e competências da Educação Física direcionada a EJA, pode-se destacar a perspectiva mais sociocultural, na qual é essencial esclarecer aos alunos diversos aspectos interligados, como as relações entre esporte, sociedade e interesses econômicos, destacando como o esporte pode ser influenciado por fatores econômicos e como, por sua vez, impacta a economia. Também, a interligação entre a organização social, esporte e violência, explorando como a estrutura da sociedade e as dinâmicas esportivas podem estar relacionadas à manifestação de violência; a dualidade das intenções no esporte, considerando tanto seu papel como atividade de lazer quanto sua profissionalização, com ênfase nas consequências de cada abordagem.20/02/2025, 16:52 Destaca-se, também, a contextualização histórica e as particularidades das diferentes modalidades esportivas, realçando como a história e o contexto influenciam a prática esportiva e as adaptações necessárias para a prática do esporte voltado para o lazer, enfatizando como a flexibilidade e a acessibilidade são fundamentais para envolver um público diversificado. Além disso, os conteúdos de natureza atitudinal são claramente delineados como elementos centrais do processo de ensino e aprendizagem, sendo propostos como vivências concretas pelos alunos. Isso proporciona a construção de uma postura de responsabilidade tanto consigo mesmos quanto com os outros, promovendo a ética, o respeito e a cidadania como valores fundamentais no âmbito da Educação Física escolar. Dessa forma, a disciplina busca transcender sua histórica ênfase nos conteúdos procedimentais, integrando também as dimensões atitudinal e conceitual, para oferecer uma educação física mais completa, reflexiva e contextualizada aos estudantes. Em relação a organização curricular, podemos citar a "EJA baseada em competências", como uma abordagem relevante, na qual o foco é no desenvolvimento de habilidades práticas e competências profissionais que os alunos possam aplicar diretamente em suas vidas ou carreiras, como um programa de EJA voltado para a formação de técnicos em informática pode concentrar-se em competências específicas desse campo. De acordo com Alves et al. (2022), por causa da variabilidade nas faixas etárias, é crucial adotar uma abordagem sensível na análise e seleção de atividades que incentivem a participação efetiva, reduzindo a evasão nas aulas de Educação Física nesse contexto. A troca de experiências entre participantes de idades distintas (jovens e idosos), revela-se valiosa e significativa. Existem propostas de atividades práticas interessantes e de fácil aplicação, como gincanas e atividades do tipo "quebra gelo". Algumas atividades requerem adaptações em relação ao espaço, tempo de aula, material e regras para garantir eficácia e inclusão de todos durante a atividade. Quando o professor assume esse compromisso, ele contribui para a formação de alunos críticos e reflexivos, capazes de atuar coletivamente, independentemente de suas diferenças, promovendo um ambiente onde a Educação Física desempenhe um papel fundamental na assimilação de novos comportamentos e culturas. VIDEO RESUMO Neste vídeo resumo falaremos sobre as características e conteúdo dos currículos da Educação de Jovens e Adultos, as particularidades do ensino direcionado ao público que não completou o ensino regular, e as maneiras de se construir, aprofundar e diversificar os conteúdos a serem desenvolvidos nessa disciplina. Vamos lá? 6d Saiba mais20/02/2025, 16:52 Dica Leitura Artigo sobre a prática pedagógica de estágio na EJA No Artigo "O ensino da Educação Física na Educação de Jovens e Adultos", das autoras Joice Mari Ferreira da Cruz e Paula Andreatta Maduro, abordam a prática pedagógica do estágio em Educação Física através da observação de algumas turmas de EJA com o objetivo de aumentar nos alunos o interesse pela prática regular de atividade física. A fim de atingir os objetivos satisfatoriamente, foram realizados discussões e debates acerca das habilidades motoras básicas, aulas práticas e vivências corporais variadas, noções de nutrição e as atividades mais adequadas ao estilo de vida de cada um, isso tudo em aulas expositivas e dinâmicas. A leitura do artigo é recomendada por mostrar que a Educação Física na EJA é necessária pois os alunos jovens e adultos estão em uma situação mais fragilizada que os mais jovens e, através dessa disciplina, podem perceber o as possibilidades corporais que possuem. CRUZ, J. M. F. ; MADURO, P. A. ensino da Educação Física na Educação de Jovens e Adultos. In: EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires Año 18 - N° 180 Mayo de Dica de Leitura - Livro "Educação de jovens e adultos" Este livro de autoria de Maria Betanea Platzer, apresenta discussões de suma importância ao idealizar a formação do educador na atualidade. Considerando a possiblidade de atuação na Educação de Jovens e Adultos, é necessário que o futuro professor conheça, de forma sólida, assuntos que envolvem o processo de formação educacional desse público Dessa forma, a obra aborda o universo da EJA, destacando a relevância do acesso a conhecimentos sistematizados sobre a Educação de Jovens e Adultos no Brasil. Aula 5 REVISÃO DA UNIDADE CURRÍCULO EM EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR Nessa Unidade, tivemos a oportunidade de conhecer as definições da estrutura curricular da disciplina de Educação Física nos anos finais do Ensino Fundamental (do 6° ao 9° ano), Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos (EJA), destacando as competências, habilidades, tópicos abordados, considerações sobre o cenário contemporâneo e oportunidades de desenvolvimento curricular.20/02/2025, 16:52 Em um primeiro momento, falamos sobre a Educação Física nos anos finais do Ensino Fundamental (6°. Ao 9° ano), período em que os alunos se encontram na faixa dos 11 aos 14 anos (em média). Nessa etapa, a Educação Física deve ser planejada levando em consideração as características individuais dos alunos, promovendo não apenas o desenvolvimento físico, mas também emocional e social. Através da prática esportiva e da atividade física, os estudantes podem desenvolver habilidades como a cooperação, o trabalho em equipe e a autoconfiança, contribuindo para a formação integral do indivíduo. Falamos sobre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que define os conteúdos para a educação básica do país, estabelecendo cinco campos de experiência para a organização dos currículos do ensino fundamental além dos conteúdos como jogos, brincadeiras, danças, ginásticas e lutas. Em seguida, vimos os critérios e a organização de conteúdos nos anos finais do Ensino Fundamental, a construção de objetivos educacionais e como isso pode influenciar diretamente a experiência de aprendizado dos alunos. A BNCC ressalta que essa é uma fase na qual a criança começa a contato com outras experiências, assimilando novos conhecimentos ou ampliando aqueles que foram discutidos na educação infantil, dessa forma existindo uma integração e continuidade das aprendizagens antes concedidas. A definição de objetivos em Educação Física deve refletir o contexto educacional e cultural, levando em consideração as escolas, comunidades e políticas locais. Além disso, o currículo deve ser adaptado às mudanças físicas, psicológicas e sociais dos adolescentes, oferecendo oportunidades para desenvolver habilidades motoras, competências cognitivas, tomada de decisões e valores relacionados à atividade física. Na sequência, abordamos as características, conteúdos, saberes e currículo da Educação Física no Ensino Médio, período no qual os alunos possuem na média entre 14 e 18 anos e muitos deles já estão se inserindo no mercado de trabalho. Essa transição para a vida adulta vem acompanhada por mudanças físicas, cognitivas e emocionais significativas. Nessa etapa da educação, os alunos são desafiados a adquirir competências motoras, compreender conceitos relacionados à saúde e ao bem-estar, e aprimorar habilidades socioemocionais. De acordo com a BNCC, a Educação Física está inserida na área de linguagens e o documento pontua 10 competências que devem ser desenvolvidas nos alunos, entre elas a de "compreender os processos de produção e negociação de sentidos nas práticas corporais, reconhecendo-as e vivenciando-as como formas de expressão de valores e identidades, em uma perspectiva democrática e de respeito à diversidade" (BRASIL, 2018, p. 495). Por fim, falamos sobre a caracterização da Educação Física na EJA, discutindo como ela se adapta às necessidades e particularidades desse público diversificado. A Educação Física na EJA é de caráter facultativo de acordo com o artigo 3° da LDBEN (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional). Apesar de contar com um público cada vez mais jovem, os alunos de EJA geralmente são mais velhos, e por isso o currículo deve levar os alunos a refletirem sobre os aspectos socioculturais das práticas esportivas e prática20/02/2025, 16:52 as adaptações necessárias para a prática do esporte voltado para o lazer, enfatizando como a flexibilidade e a acessibilidade são fundamentais para envolver um público diversificado. REVISÃO DA UNIDADE Neste vídeo resumo, abordaremos os principais pontos desenvolvidos ao longo da Unidade, como as características e organização do currículo e os principais conteúdos da Educação Física Escolar nos anos finais do Ensino Fundamental, Ensino Médio e na Educação de Jovens e Adultos. Vamos lá? ESTUDO DE CASO Imagine que você é professor de Educação Física em uma escola particular, situada em uma região central da cidade. A escola dispõe de bons recursos materiais, suficientes e adequados para qualquer tipo de aula da sua disciplina. De acordo com o currículo, você deverá desenvolver aulas de danças e de lutas para 1° ano do Ensino Médio. A escola costuma fazer movimentos a favor da diversidade e contra os estereótipos de gênero, mesmo assim, alguns alunos, em sua maioria do sexo masculino, ainda acreditam que danças são apenas para as mulheres e não compreendem a importância do ensino de danças na escola. Da mesma forma, algumas alunas apresentam preconceito em relação a prática de lutas. Leve em consideração que um dos documentos orientadores da educação brasileira, a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) destaca a importância de uma educação inclusiva, que valorize a diversidade e respeite as diferenças. Isso inclui a promoção de uma cultura de respeito à diversidade de gênero, combatendo estereótipos e preconceitos relacionados a questões de gênero e sexualidade. Além disso, a BNCC prevê que os alunos desenvolvam habilidades socioemocionais, como a empatia e a capacidade de se colocar no lugar do outro. Isso é fundamental para combater a discriminação e o preconceito, incluindo aqueles relacionados a questões de A BNCC também destaca a importância de abordar a questão de gênero de forma transversal, ou seja, integrando-a a diferentes áreas do conhecimento. Isso engloba a revisão de materiais didáticos e a promoção de atividades que combatam estereótipos de gênero e preconceitos. Por fim, esse documento aponta que a escola deve formar cidadãos críticos e reflexivos, capazes de reconhecer e combater a discriminação em todas as suas formas. Compreende o desenvolvimento de habilidades de argumentação e o estímulo ao diálogo e à reflexão sobre questões sobre os diversos tipos de preconceitos existentes. Então, nessa situação, qual atitude você, como professor dessas turmas, deverá tomar? De que maneira poderá abordar o conteúdo de danças e das lutas de forma a incluir todos os alunos e combater o preconceito em relação ao assunto?20/02/2025, 16:52 ! Reflita Ao analisar o estudo de caso, tenha em mente que devemos compreender a importância da inclusão e do combate ao preconceito em relação aos gêneros. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) enfatiza a necessidade de valorizar a diversidade, bem como a importância da Educação Física na formação de valores e na promoção da saúde e do bem-estar físico e emocional dos estudantes. Também, tanto as lutas como as diversas danças estão inclusas como temas e conteúdos da Educação Física. Segundo a BNCC, é papel da Educação Física "propiciar a vivência de diferentes modalidades esportivas e práticas corporais de natureza diversa, sem preconceitos ou discriminações, incluindo aquelas relacionadas a questões de gênero e diversidade sexual" (BNCC, 2017, p. 368). Além disso, a BNCC destaca a importância de se trabalhar com os alunos a compreensão de que "a identidade de gênero, a orientação sexual, as habilidades motoras, a saúde e a cultura são dimensões constitutivas da pessoa e devem ser valorizadas e respeitadas" (BNCC, 2017, p. 368). Dessa forma, o professor de Educação Física deve buscar estratégias pedagógicas que permitam a vivência e a compreensão dos conteúdos atingindo da melhor forma possível os alunos. RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO Primeiramente, devemos ressaltar que como educadores, temos a responsabilidade de combater qualquer forma de preconceito. No contexto do desafio apresentado, uma estratégia eficaz para atingir esse objetivo é fomentar o diálogo e a reflexão crítica com os alunos sobre o valor da dança e das lutas como manifestações corporais que permitem a expressão de emoções e sentimentos, sem considerar o gênero. Nesse sentido, o professor pode empregar recursos didáticos que ampliem a diversidade das formas de dança exploradas em sala de aula, incluindo tanto danças tradicionais quanto contemporâneas. Além disso, é importante promover o trabalho em grupo e encorajar a construção coletiva do conhecimento. A abertura ao diálogo e à escuta atenta dos alunos desempenha um papel fundamental, permitindo que o professor compreenda suas experiências e necessidades, contribuindo para o desenvolvimento de práticas pedagógicas que fomentem a inclusão e o respeito à diversidade. Por exemplo, antes de iniciar a prática, é benéfico apresentar vídeos que abordem diversos estilos de dança, desde o hip hop até danças típicas, sertanejo e samba, destacando a universalidade da dança. Em relação ao ensino de lutas e artes marciais, o professor deve demonstrar a sua importância cultural, histórica e as possibilidades da prática direcionada a melhoria da saúde e a defesa pessoal.20/02/2025, 16:52 Para diminuir o preconceito das alunas, mostrar a história e a carreira de lutadoras famosas e que se destacam em competições olímpicas e os preconceitos que enfrentaram para chegar a sua profissionalização. As aulas de lutas na Educação Física Escolar não precisam necessariamente ter o contato e o combate de fato, mas sim enfatizar os jogos de oposição e o ensino de técnicas da modalidade que o professor tiver mais afinidade (boxe, capoeira, muay thai etc.). De acordo com as diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o professor também é orientado a promover debates em sala de aula sobre o papel da cultura corporal na sociedade. Deve enfatizar que não há restrições de gênero tanto nas lutas como nas danças, e que todas as formas de dança podem ser apreciadas e praticadas por qualquer indivíduo, independentemente de seu gênero. É essencial enfatizar que o professor deve valorizar as diversas habilidades e potencialidades de cada aluno, evitando reforçar estereótipos de gênero ou qualquer forma de discriminação (conforme orientações da BNCC). Em resumo, o papel do professor de Educação Física transcende a mera transmissão de conteúdo e habilidades específicas. É essencial para a formação integral dos alunos, contribuindo para a construção de valores éticos, sociais e políticos. Nesse sentido, o professor deve se comprometer com a promoção da inclusão e do respeito à diversidade, empregando estratégias pedagógicas que permitam a vivência e a compreensão das danças de forma inclusiva, sem perpetuar estereótipos de gênero. RESUMO VISUAL Organograma Fatores de exposição e acessórios em radiologia Currículo em Educação Escolar ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL AO ENSINO MÉDIO EJA ANO) Faixa etária: 11 a 14 anos Faixa etária: 14 a 18 anos Desenvolvimento físico, Mudanças físicas, cognitivas e Público diversificado e idade emocional e social emocionais maior que 20 anos Competências a serem Competências da BNCC na área Facultativo desenvolvidas de linguagens Reflexão sobre aspectos BNCC: Campos de Enfoque em valores, identidades socioculturais, saúde e história experiência e conteúdos e diversidade das práticas esportivas recomendados Alunos em fase de transição para Adaptações para atender a Objetivos educacionais vida adulta, entrando no mercado diferentes necessidades adaptados ao contexto de trabalho Adaptar as aulas de acordo Esportes, jogos, brincadeiras, Esportes, jogos, brincadeiras, com as necessidades e danças, lutas, ginásticas e danças, lutas, ginásticas e Práticas particularidades do público Práticas de Corporais de de Corporais de Aventura20/02/2025, 16:52 Fonte: elaborada pelo autor. 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