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LABORATÓRIO DE PRÁTICA PEDAGÓGICA IV: AULA – 6 NÍVEIS DO PLANEJAMETO ESCOLAR Prezado aluno, O planejamento escolar é uma ferramenta essencial para orientar as ações educativas e alcançar os objetivos propostos em uma instituição de ensino. Dentro desse contexto, a elaboração do planejamento escolar envolve diferentes níveis de análise e organização, cada um desempenhando um papel crucial no direcionamento das atividades pedagógicas. Os níveis do planejamento escolar abrangem desde uma visão mais ampla e abstrata, contemplando o Projeto Político-Pedagógico (PPP) da escola, até a definição de estratégias mais específicas e operacionais no âmbito da sala de aula. Neste contexto, exploraremos a importância e os aspectos fundamentais dos diferentes níveis do planejamento escolar para uma gestão educacional eficaz e alinhada aos propósitos educativos da instituição. Bons estudos! Bons estudos! 6. NÍVEIS DO PLANEJAMETO ESCOLAR O planejamento educacional abrange distintos níveis de organização. Num âmbito mais amplo, temos o Planejamento do Sistema de Educação, que engloba as estratégias educacionais em âmbito nacional, estadual e municipal, incorporando e refletindo as políticas educacionais. Já o planejamento global da escola envolve ações relacionadas ao seu funcionamento administrativo e pedagógico. Para isso, é crucial a participação conjunta da comunidade escolar. Atualmente, com a ênfase no trabalho pedagógico em formato de projeto, o planejamento escolar pode ser incorporado ao Projeto Político Pedagógico (PPP) ou ao Plano de Desenvolvimento Escolar (PDE). O planejamento curricular desempenha um papel fundamental na organização da dinâmica escolar, sendo um instrumento abrangente que sistematiza as ações escolares desde a disposição do espaço físico até as avaliações da aprendizagem. Por sua vez, o planejamento de ensino compreende a organização das atividades dos educadores ao longo do processo de ensino, envolvendo professores, coordenadores e alunos na elaboração de uma proposta de ensino projetada para o ano letivo e sujeita a avaliações contínuas. No âmbito mais específico, o planejamento de aula concentra-se na organização das ações relacionadas ao trabalho em sala de aula. Representa a preparação do professor para o desenvolvimento da aprendizagem dos alunos, estando articulado de maneira coerente com o planejamento curricular, o planejamento escolar e o planejamento de ensino. 6.1 Planejamento e ação pedagógica: dimensões técnicas e políticas do planejamento O planejamento educacional deve ser reflexo da prática pedagógica tanto da escola quanto do professor. No entanto, a história da educação brasileira evidencia que o planejamento tem sido muitas vezes uma prática desconectada da realidade social, caracterizada por uma abordagem mecânica, repetitiva e burocrática, contribuindo minimamente para efetivas melhorias na qualidade da educação escolar. Diante desse cenário, nesta aula, convidamos você a refletir sobre a importância do planejamento como uma prática crítica e transformadora para o pedagogo. Torna-se crucial compreender as duas dimensões que compõem o planejamento; a dimensão política e técnica. Dimensão política: toda ação humana é intrinsecamente política. O planejamento não deve ser encarado como uma atividade docente neutra, descompromissada e ingênua. Mesmo quando o educador aparentemente "não" planeja, essa omissão traduz uma escolha política. A ação de planejar está impregnada de intencionalidades, destacando a importância de que o planejamento seja uma ação pedagógica comprometida e consciente. Dimensão técnica: o saber técnico desempenha um papel crucial, pois viabiliza a execução do ensino e representa o conhecimento prático necessário para realizar a atividade profissional. No contexto do planejamento educacional, o saber técnico determina a competência para organizar as ações direcionadas à aprendizagem dos alunos. Portanto, cabe ao professor possuir a habilidade de saber fazer, elaborar e organizar a prática docente, sendo a dimensão técnica do conhecimento o aprendizado do aluno por meio da prática. 6. 2 Etapas do planejamento Por ser uma atividade de natureza prática, o planejamento se desdobra em etapas sequenciais que devem ser estritamente respeitadas durante o processo de elaboração: Diagnóstico sincero da realidade concreta dos alunos: Realização de um estudo aprofundado da escola e sua interação com o contexto social em que está inserida. Este passo visa obter um entendimento preciso da situação atual dos alunos. Consideração da experiência social e cultural de alunos e professores: Reconhecimento de que alunos e professores trazem consigo uma bagagem de experiências sociais e culturais que não pode ser desconsiderada no processo de planejamento. Organização do trabalho pedagógico: Nesta fase, os elementos da Didática são sistematizados por meio de escolhas intencionais. Isso inclui a definição de objetivos a serem alcançados, a escolha dos conteúdos a serem aprendidos pelos alunos e a seleção de atividades e técnicas de ensino. Este momento representa a estruturação da metodologia de ensino. Sistematização do processo de avaliação da aprendizagem: A avaliação é entendida como um meio, não um fim em si mesma, mas um meio que permeia todo o processo da metodologia de ensino. Ela deve diagnosticar, durante a aplicação da metodologia, como os alunos estão aprendendo e o que aprenderam. Isso permite ajustar, se necessário, os procedimentos didáticos, favorecendo a reelaboração do ensino com o objetivo de alcançar uma aprendizagem efetiva. 6.3 Requisitos para o planejamento de ensino Conhecimento profundo dos fundamentos disciplinares: Dominar em profundidade os conceitos centrais, leis gerais e procedimentos investigativos da disciplina, incluindo sua evolução histórica na atividade científica. Transição habilidosa dos conceitos gerais para a realidade concreta: Habilidade para avançar das leis gerais para a realidade concreta, compreendendo a complexidade do conhecimento e sendo capaz de orientar a aprendizagem nesse percurso. Seleção estratégica de exemplos e atividades práticas: Escolher exemplos concretos e atividades práticas de forma a demonstrar os conceitos, leis gerais e conteúdos de maneira acessível a todos os alunos, promovendo um entendimento mais amplo. Abordagem inicial pela realidade concreta: Iniciar o ensino do assunto a partir da realidade concreta, utilizando objetos, fenômenos, visitas e filmes, de modo que os alunos possam estabelecer relações entre conceitos e ideias-chave, transitando das leis particulares para as leis gerais e, por fim, para os conceitos científicos mais complexos. Criação e orientação de problemas desafiadores: Ter a capacidade de criar problemas e orientá-los, proporcionando situações de aprendizagem mais complexas com um maior grau de incerteza. Isso estimula a iniciativa e a criatividade dos alunos, promovendo um ambiente propício ao desenvolvimento intelectual. Esses requisitos refletem a necessidade do professor não apenas de possuir conhecimento substancial em sua disciplina, mas também de ser capaz de traduzir esse conhecimento de maneira eficaz, adaptando-se às necessidades e compreensão dos alunos, e promovendo um ambiente de aprendizagem desafiador e estimulante. 6. 4 Elementos que compõem o planejamento O objetivo da educação e do ensino é fornecer uma direção clara e intencional para as ações humanas, especialmente aquelas relacionadas ao processo educacional. A ação docente, portanto, deve ser realizada com base nos objetivos educacionais, que desempenham um papel fundamental na tomada de decisõesdurante o planejamento. Esses objetivos são declarações precisas e objetivas que expressam o que se espera que os alunos aprendam. Eles orientam o processo educacional, desde a seleção e organização dos conteúdos até a escolha dos métodos de ensino, além de definirem os critérios para avaliação. Em resumo, os objetivos educacionais são a bússola que guia o planejamento educacional, garantindo que cada ação do professor esteja alinhada ao propósito maior de promover a aprendizagem dos alunos. Os objetivos educacionais desempenham um papel crucial ao retratar os valores e ideais educacionais, refletindo a aprendizagem dos conteúdos específicos e atendendo às expectativas e necessidades de um grupo social. A articulação entre os valores gerais da educação e a aprendizagem dos conteúdos programáticos, juntamente com as atividades planejadas pelo professor, é alcançada por meio da elaboração de objetivos gerais e específicos. O objetivo geral expressa propósitos mais amplos relacionados à função da educação, da escola e do ensino. Ele leva em consideração as exigências sociais, o desenvolvimento da personalidade e até mesmo o desenvolvimento profissional dos alunos. Este objetivo oferece uma visão abrangente e global do que se espera alcançar através do processo educacional. Ao articular esses objetivos gerais com os específicos, que são mais detalhados e direcionados para áreas específicas de conhecimento ou habilidades, cria-se uma estrutura que orienta o planejamento educacional. Os objetivos específicos são formulados de maneira mais concreta e mensurável, delineando as metas precisas a serem atingidas em relação aos conteúdos e atividades de aprendizagem. Portanto, a elaboração cuidadosa de objetivos gerais e específicos proporciona uma base sólida para a prática educacional, garantindo que o ensino esteja alinhado com os valores e propósitos mais amplos da educação, ao mesmo tempo em que atende às necessidades específicas dos alunos. Certamente, os objetivos gerais que orientam a prática dos professores, conforme pontuados, são fundamentais para estabelecer diretrizes claras na educação: Compreensão do mundo e dos conteúdos de ensino: A educação escolar deve capacitar os alunos a compreenderem o mundo ao seu redor e os diversos conteúdos de ensino. Isso implica fornecer uma base sólida de conhecimento e habilidades que permitam uma compreensão ampla e crítica. Instrumentalização cultural para a cidadania consciente: A escola desempenha um papel crucial em instrumentalizar culturalmente professores e alunos para o exercício consciente da cidadania. Isso envolve promover a compreensão dos direitos e responsabilidades dos cidadãos, incentivando a participação ativa na sociedade. Acesso e qualidade do ensino para todos: A escola deve garantir o acesso universal e a qualidade do ensino para todos os alunos. Além disso, busca-se o desenvolvimento integral das capacidades físicas, mentais e emocionais tanto dos professores quanto dos alunos, proporcionando um ambiente educacional inclusivo e enriquecedor. Formação da capacidade crítica e criativa: A educação escolar tem como objetivo formar a capacidade crítica e criativa dos alunos em relação aos conteúdos das matérias de ensino. Os professores desempenham um papel crucial no desenvolvimento do raciocínio investigativo e reflexivo, promovendo uma abordagem ativa e autônoma na busca do conhecimento. Formação para a qualidade de vida humana: O percurso de escolarização visa atender à formação da qualidade de vida humana. Isso implica o desenvolvimento de atitudes éticas em relação ao trabalho, estudos, natureza, entre outros aspectos. Professores e alunos são desafiados a cultivar uma postura ética em diversas dimensões da vida. Esses objetivos gerais refletem uma abordagem holística da educação, destacando não apenas a aquisição de conhecimentos, mas também o desenvolvimento de habilidades críticas, valores éticos e uma consciência cidadã, contribuindo para uma formação completa e significativa. O objetivo específico desempenha um papel crucial ao expressar as expectativas do professor em relação ao que deseja alcançar dos alunos durante o processo de ensino. Antes de iniciar o planejamento, é essencial que o professor analise e preveja os resultados desejados em termos de aprendizagem dos alunos. Essa aprendizagem abrange diversos aspectos, como conhecimentos, habilidades, hábitos, atitudes e convicções, envolvendo os domínios cognitivo, afetivo, social e motor. A relação entre os objetivos específicos e gerais é fundamental. Ambos devem estar interligados e refletir a realidade concreta da escola, do ensino e dos alunos. Eles representam as metas relacionadas à aprendizagem de conteúdos específicos, bem como ao desenvolvimento de atitudes e comportamentos desejados. Considerando a abrangência da aprendizagem, é importante que os objetivos sejam formulados de maneira clara e mensurável. Ao fazer isso, o professor pode avaliar de forma mais eficaz se os resultados desejados foram alcançados. Além disso, a articulação entre objetivos específicos e gerais contribui para um planejamento coerente e alinhado aos propósitos educacionais mais amplos. Dessa forma, a definição cuidadosa dos objetivos específicos é essencial para orientar as ações do professor, direcionando o processo de ensino de maneira a atender às necessidades dos alunos e proporcionar uma aprendizagem significativa e abrangente. LABORATÓRIO DE PRÁTICA PEDAGÓGICA IV PRÁTICA II 1. Justificativa: Os objetivos relacionados aos níveis do planejamento escolar são elementos essenciais para orientar e direcionar as ações educacionais em diferentes instâncias da escola. O planejamento escolar, estruturado em diversos níveis, visa promover uma abordagem abrangente e integrada para atender às necessidades educacionais de forma eficaz. Neste contexto, os objetivos desempenham um papel central, fornecendo metas específicas que norteiam o desenvolvimento de atividades, estratégias e avaliações em cada fase do planejamento. 2.Materiais: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_sit e.pdf 3. Atividade: De acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), especifique as competências específicas baseado no seu curso de licenciatura, você pode escolher Educação Infantil, Ensino Fundamental I (Pedagogia) e Ensino Fundamental II ou ensino médio para demais licenciaturas. 4. Ao Realizar a atividade em outra página word e salvar em formato pdf, para encaminhar no seu portal AVA. Podem ser encaminhados fotos de jogos caso o faça. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANINGER, L. A gestão da sala de aula. In: ABC Educatio. São Paulo, Criarp, abr, 2005. BARBOSA, G. Manual do professor para utilização de objetos de aprendizagem. Juiz de Fora (MG), MG, 2014. LIBÂNEO, J. C. Organização e Gestão na Escola: teoria e prática. Goiânia: Alternativa, 2001. MORAN, J. M. A educação que desejamos novos desafios e como chegar lá. Campinas: Papirus, 2007.