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Diagnóstico microbiológico das infecções sistêmicas (Hemoculturas) Prof. Alan Brito DIAGNÓSTICO MICROBIOLÓGICO DAS INFECÇÕES SISTÊMICAS (HEMOCULTURAS) PROF. DRA. FABÍOLA KEGELE Conceitos Hemocultura Coleta simultânea em um único local de punção de um par de frascos, geralmente um para aeróbio e outro para anaeróbio; Bacteremia Presença de microrganismos circulando na corrente sanguínea Geralmente devido a evolução de certas doenças; Septicemia Presença de microrganismo circulando e se multiplicando na corrente sanguínea Geralmente processo infeccioso sistêmico; Infasão de microrganismos no sangue Drenagem de microrganismos à partir de um foco primário ou acesso direto à corrente sanguínea. Microrganismos mais frequentemente encontrados em hemoculturas Gram positivos S. aureus, Staphylococcus coagulase negativo (ECN), Enterococcus spp., Streptococcus spp. e mais raramente outros como L. monocytogenes e Corynebacterium diphtheriae; Gram negativos Enterobactérias, em especial, E. coli, Salmonella, Enterobacter spp., Serratia marcescens, Klebsella pneumoniae; bacilos Gram negativos não fermentadores, como, P. aeroginosa, Acinetobacter baumanni, Burkholderia cepacia e Stenotrophomonas maltophila. Além de cocos Gram negativos como N. meningitidis; Últimos anos Aumento significativo de ECN Dificuldade na interpretação dos resultados. Microrganismos mais frequentemente encontrados em hemoculturas Década de 90 Enterococcus spp, fungos e micobactérias; Bacteremias por bactérias anaeróbias Rara; Entre o fungos destaca-se o aumento crescente do isolamento de Candida spp, lembrando que outros fungos podem também ser isolados como Cryptococcus neoformans (criptococose). Procedimento Espécime Clínico o Amostras são coletadas por punção venosa; o Número de amostras • Adultos 2 à 3 amostas; • Crianças 2 amostras Volume de Sangue o Adultos 8 a 10 ml por punção em cada frasco; o Crianças (1 a 6 anos) 1 a 5 mL por punção em frascos pediátricos; o Recém-nascidos 0,5 a 1 mL por punção em frascos pediátricos. Intervalo entre as coletas de amostras Geralmente 2 amostras de hemocultura são suficientes, porém se houver solicitação médica de uma terceira amostra, repetir o procedimento após outros 15 a 20 minutos ou em 24 horas, dependendo da urgência do estado clínico e/ou necessidade de introdução de antibioticoterapia imediata. INTERVALO ENTRE AS COLETAS DE AMOSTRAS Geralmente 2 amostras de hemocultura são suficientes, porém, se houver solicitação médica de uma terceira amostra, repet ir o procedimento após outros 15 a 20 minutos ou em 24 horas, dependendo da urgência do estado clínico e/ ou necessidade de int rodução ant ibiot icoterapia imediata. CONDIÇÃO CLÍNICA PROTOCOLO - Sepse, osteomielite, meningite, artrite, - 2 à 3 amostras, sem intervalo e pneumonia e pielonefrite intercalar os sítios de punção; - Febre de origem desconhecida e - 2 à 3 amostras com 15 a 20 minutos endocardite de intervalo entre as coletas - Paciente em uso de antibióticos - De preferência utilizar frascos com inibidores e coletar antes da próxima dose Frascos de coleta Metodologias manuais Meios enriquecidos para aeróbios e anaeróbios acrescidos de anti-coagulante SPS (polianetolsulfonato sódico) 0,025 a 0,05%. Ex: BHI; SPS Aça ̃o inibitória para aminoglicosídeos e polimixinas + Aça ̃o inibito ́ria para algumas fraço ̃es do complemento + Inibe parcialmente a fagocitose; SPS Aça ̃o inibitória para determinados microrganismos como N. meningitidis, N. gonorrhoeae, Gardnerella vaginalis, Peptostreptococcus sp e Moraxella catarrhalis; Recomendac ̧a ̃o Acre ́scimo de 1,2% de gelatina para inibir parcialmente os efeitos nocivos do SPS. Frascos de coleta Metodologias automatizadas Meios com aditivos para neuralizar e inativar agentes antimicrobianos FRASCOS DE COLETA Metodologias automatizadas Meios de cultura com aditivos para neutralizar e inativar agentes antimicrobianos; Exemplos Bactec (Becton-Dickinson) Resinas BacT-Alert (Bio-Meriex) Carvão ativado Amostras coletadas sem anti-sepsia adequada podem levar ao isolamento de microrganismos contaminantes, não relacionados ao processo infeccioso; O método de coleta utilizado é crítico para a obtenção de resultados confiáveis; Fazer coleta durante a ascenão da temperatura e, de preferência, antes da antibioticoterapia. Procedimentos Os frascos contendo as amostras devem ser enviados ao laboratório à temperatura ambiente (20 – 25oC) até 12 horas após a coleta; O resultado da hemocutura depende também da rapidez do transporte ao laboratório, principalmente quando a metodologia utiizada é a automatizada; Não é recomendado realizar coloração pelo método de Gram das amostras de sangue devido à baixa sensibilidade nesse tipo de material clínico. Transporte Metodologia manual Na ̃o é recomendada atualmente; Mi ́nimo de 7 dias de incubac ̧a ̃o dos frascos; Tanto os frascos de hemocultura como os sub-cultivos devem ser mantidos a 35-37oC e em microaerofilia; Meios de cultura para sub-cultivo A ́gar chocolate e agar sangue. Procedimento PROCEDIMENTO Metodologia manual Frasco de hemocultura Incubar 35-370C / CO2 Positivo Após 24h Tio + ACh Negativo Positivo Após 48h Negativo Positivo Incubar 35-370C / CO2 7º dia Negativo Positivo Fungos ? Emitir resultado parcial Identificação e TSA Resultado negativo e desprezar o frasco Incubar 300C + 10 dias Tio + ACh Tio + ACh Procedimento Metodologia automatizada Existem diversos aparelhos no mercado para a realização de hemoculturas; Vantagens rapidez e diminuição do trabalho técnico; Protocolo, em geral, de 5 dias de incubac ̧a ̃o; o Bactec e BacT-Alert Baseado na detecc ̧a ̃o de CO2 produzido durante o metabolismo microbiano; o ESP System Baseado na detecça ̃o de consumo e produça ̃o de gases. Procedimento Procedimento PROCEDIMENTO Metodologias automat izadas Frascos posit ivos GRAM Posit ivo Negat ivo Emit ir resultado parcial Recolocar o frasco no aparelho Tio + ACh e incubar 35-370C / CO2 Tio/ ACh (-) Gram (-) Tio/ ACh (-) Gram (+) Tio/ ACh (+)Gram (+) Reincubar as placas Semear em anaerobiose Ident ificação + TSA Ident ificação + TSA Prováveis microrganismos contaminantes PROVÁVEIS MICRORGANISMOS CONTAMINANTES Staphylococcus coagulase negativo, Propionibacterium sp, Corynebacterium sp, Bacillus sp, Micrococcus sp ou Streptococcus do grupo viridans Uma amostra (+), sem outras coletadas dentro de 48h Conversar com o médico Contaminante Reportar como provável contaminante Uma amostra (+), com outras (+) para o mesmo agente dentro de 48h Identificação + TSA Uma amostra (+), com outras (-) dentro de 48h Reportar como provável contaminante. Não realizar TSA, a não que solicitado pelo clínico Identificação de prováveis patógenos Staphylococcus aureus Ver aula de vias aéreas inferiores; Streptococcus pneumoniae Ver aula de vias ae ́reas inferiores; Streptococcus agalactiae Ver aula de vias aéreas superiores e sistema nervoso central; Neisseria meningitidis Ver aula de sistema nervoso central; Haemophilus influenzae Ver aula de sistema nervoso central; BGNNF Ver aula de cultura de vias aéreas inferiores; Identificação de bacilos gram-negativos Bacilos gram-negativos Fermentador da glicose Não-fermentador Oxidase (-) Oxidase (+)Enterobactérias Aeromonas Plesiomonas Vibrio Campylocacter Oxidase (-) Oxidase (+) Exemplos: Acinetobacter spp. Burkolderia cepacia Stenotrophomonas maltophilia Exemplos: Pseudomonas spp. Burkolderia spp. Alcaligenes spp. Enterobactérias Testes de triagem: TSI (“Triple Sugar Iron”); SIM Citrato; Urease; Descarboxilação e desaminação de aminoácidos (arginina, ornitina e lisina). Identificação de prováveis patógenos Enterococcus sp Prova da catalase Negativo; Hidrólise da esculina Positivo; PYR Presença da enzima L-pirrolidonil-arilamidase; LAP Presenc ̧a de L-leucina-arilamidase Procedimento idem a ̀ prova do PYR; Resiste ̂ncia ao NaCl 6,5% Difere Enterococcus de Streptococcus do grupo D, onde Enterococcus sa ̃o resistentes. Identificação de prováveis patógenos Enterococcus sp Produça ̃o de pigmento Observada na superfície do meio de agar sangue; Descarboxilac ̧a ̃o da arginina Realizado em anaerobiose e meio a ́cido; Fermentac ̧a ̃o de açúcares Sacarose, L-arabinose, manitol, D- rafinose, D-sorbitol, D-sorbose e Metil- -D-Glicopiranosi ́deo (MGP); Motilidade. Identificação de prováveis patógenos Sem-hemólise NaCL a 6,5% + Bile esculina + ou Pyr + NaCL a 6,5% - Bile esculina + ou Pyr - Enterococcus spp. Pigmento amarelo Fermentação da xilose Fermentação da arabinoseE. gallinarum E. feecium E. faecalis Móvel 30oC Imóvel 30oC E. casseliflavus E. mundi Estreptococo grupo D NaCL a 6,5% - Bile esculina - Outros estreptococos(+) (+) (+) (-) (-) (-) Identificação de prováveis patógenos IDENTIFICAÇÃO DOS PROVÁVEIS PATÓGENOS Enterococcus sp + Descarboxilação de arginina + - Fermentação de açúcares - Identificação de prováveis patógenos Staphylococcus coagulase negativa Prova da catalase Positivo; Prova da coagulase Negativo; Resistência a novobiocina; Produção da enzima fosfatase alcalina; Produção da enzima urease; Descarboxilação da ornitina; Fermentação de açúcares Manose, manitol e trealose. IDENTIFICAÇÃO DOS PROVÁVEIS PATÓGENOS Staphylococcus coagulase negat iva - Prova da catalase Posit ivo; - Prova da coagulase Negat ivo; - Resistência à novobiocina; - Produção da enzima fosfatase alcalina; - Produção da enzima urease; - Descarboxilação da ornit ina; - Fermentação de açúcares Manose, manitol e t realose Fermentação IDENTIFICAÇÃO DOS PROVÁVEIS PATÓGENOS Staphylococcus coagulase negat iva - Prova da catalase Posit ivo; - Prova da coagulase Negat ivo; - Resistência à novobiocina; - Produção da enzima fosfatase alcalina; - Produção da enzima urease; - Descarboxilação da ornit ina; - Fermentação de açúcares Manose, manitol e t realose Fermentação
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