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FAM - FACULDADE DE AMERICANA BIOMEDICINA RA: 20171925 NOME: Jhennyfer dos Santos Barbosa RELATÓRIO DE ESTÁGIO Microbiologia Relatório de estágio, apresentado a disciplina de microbiologia do curso de Biomedicina da Faculdade de Americana, sob orientação da tutora Ana Carolina Amaral Lopes Marron. Americana-SP 2020 SUMÁRIO 1. COLORAÇÃO DE GRAM ................................................................. 7 1.1 INTRODUÇÃO.................................................................................. 7 1.2 OBJETIVO ........................................................................................ 8 1.3 MATERIAIS ...................................................................................... 8 1.4 MÉTODOS ....................................................................................... 8 1.5 RESULTADOS ................................................................................. 9 1.6 INTERFERENTES ............................................................................ 9 1.7 REFERÊNCIAS .............................................................................. 10 2. UROCULTURA ................................................................................ 11 2.1 INTRODUÇÃO................................................................................ 11 2.2 OBJETIVO ...................................................................................... 12 2.3 MATERIAIS .................................................................................... 12 2.4 MÉTODOS ..................................................................................... 12 2.5 RESULTADOS ............................................................................... 13 2.6 INTERFERENTES .......................................................................... 13 2.7 REFERÊNCIAS .............................................................................. 13 3. PROVAS BIOQUÍMICAS ................................................................. 15 3.1 INTRODUÇÃO................................................................................ 15 3.1.1 Identificação de bacilos Gram-negativos ................................. 15 3.1.2 Identificação de bacilos Gram-positivos .................................. 17 3.2 OBJETIVO ...................................................................................... 18 3.3 MATERIAIS .................................................................................... 18 3.4 MÉTODOS ..................................................................................... 18 3.5 RESULTADOS ............................................................................... 18 3.6 INTERFERENTE ............................................................................ 22 3.7 REFERÊNCIAS .............................................................................. 22 4. ANTIBIOGRAMA ............................................................................. 25 4.1 INTRODUÇÃO................................................................................ 25 4.2 OBJETIVO ...................................................................................... 25 4.3 MATERIAIS E MÉTODOS .............................................................. 25 4.4 MÉTODOS ..................................................................................... 26 4.5 RESULTADOS ............................................................................... 26 4.6 INTERFERENTES .......................................................................... 27 4.7 REFERÊNCIAS .............................................................................. 28 5. COPROCULTURA ........................................................................... 29 5.1 INTRODUÇÃO................................................................................ 29 5.2 OBJETIVO ...................................................................................... 29 5.3 MATERIAIS .................................................................................... 29 5.4 MÉTODOS ..................................................................................... 30 5.5 RESULTADOS ............................................................................... 31 5.6 INTERFERENTES .......................................................................... 32 5.7 REFERÊNCIAS .............................................................................. 32 6. SECREÇÃO VAGINAL .................................................................... 34 6.1 Introdução....................................................................................... 34 6.2 OBJETIVO ...................................................................................... 34 6.3 MATERIAIS .................................................................................... 35 6.4 MÉTODOS ..................................................................................... 35 6.5 RESULTADOS ............................................................................... 35 6.6 INTERFERENTES .......................................................................... 37 6.7 REFERÊNCIAS .............................................................................. 38 7. ESPERMOCULTURA ...................................................................... 39 7.1 INTRODUÇÃO................................................................................ 39 7.2 OBJETIVO ...................................................................................... 39 7.3 MATERIAIS .................................................................................... 39 7.4 MÉTODOS ..................................................................................... 40 7.5 RESULTADOS ............................................................................... 40 7.6 INTERFERENTES .......................................................................... 41 7.7 REFERÊNCIAS .............................................................................. 41 8. CULTURA DE VIGILÂNCIA ............................................................. 42 8.1 INTRODUÇÃO................................................................................ 42 8.2 OBJETIVO ...................................................................................... 43 8.3 MATERIAIS .................................................................................... 43 8.4 MÉTODOS ..................................................................................... 43 8.5 RESULTADOS ............................................................................... 44 8.6 INTERFERENTES .......................................................................... 44 8.7 REFERÊNCIAS .............................................................................. 44 9. HEMOCULTURA.............................................................................. 46 9.1 INTRODUÇÃO................................................................................ 46 9.1.1 KIT NF II para não fermentadores de glicose........................... 47 9.2 OBJETIVO ...................................................................................... 47 9.3 Materiais ......................................................................................... 47 9.4 MÉTODOS ..................................................................................... 48 9.5 RESULTADOS ............................................................................... 48 9.6 INTERFERENTES .......................................................................... 50 9.7 REFERÊNCIAS .............................................................................. 50 10. SECREÇÕES GERAIS................................................................... 52 10.1INTRODUÇÃO.............................................................................. 52 10.2 OBJETIVO .................................................................................... 52 10.3 MATERIAIS .................................................................................. 52 10.4 MÉTODOS ................................................................................... 53 10.5 RESULTADOS ............................................................................. 53 10.6 INTERFERENTES ........................................................................ 54 10.7 REFERÊNCIAS ............................................................................ 55 11. SECREÇÃO DO TRATO RESPIRATÓRIO SUPERIOR E INFERIOR ........................................................................................................................ 56 11.1 INTRODUÇÃO.............................................................................. 56 11.1.1 Teste de PYR ............................................................................ 56 11.2 OBJETIVO .................................................................................... 57 11.3 MATERIAIS .................................................................................. 57 11.4 MÉTODOS ................................................................................... 57 11.5 RESULTADOS ............................................................................. 58 11.6 INTERFERENTES ........................................................................ 58 11.7 REFERÊNCIAS ............................................................................ 58 12. LIQUOR E LIQUIDOS BIOLOGICOS ............................................. 60 12.1 INTRODUÇÃO.............................................................................. 60 12.1.2 Teste de CAMP .................................................................... 61 12.2 OBJETIVO .................................................................................... 61 12.3 MATERIAIS .................................................................................. 61 12.4 MÉTODOS ............................................................................... 62 12.5 RESULTADOS ............................................................................. 62 12.6 INTERFERENTES ........................................................................ 63 12.7 REFERÊNCIAS ............................................................................ 63 13. BACILOSCOPIA ............................................................................ 65 13.1 INTRODUÇÃO.............................................................................. 65 13.1.1 Coloração de Ziehl-Neelsen .................................................... 65 13.2 OBJETIVO .................................................................................... 65 13.3 MATERIAIS .................................................................................. 66 13.4 MÉTODOS ................................................................................... 66 13.5 RESULTADOS ............................................................................. 67 13.6 INTERFERENTES ........................................................................ 67 13.7 REFERÊNCIAS ............................................................................ 67 7 1. COLORAÇÃO DE GRAM 1.1 INTRODUÇÃO Desenvolvido pelo médico dinamarquês Hans Christian Joachim Gram, é um método de coloração de bactérias que permite às distinguir com diferentes estruturas de parede celular, tamanho, e comportamento a partir das colorações que estas adquirem após tratamento com agentes químicos específicos (LABORCLIN, 2018). A coloração de Gram é o mais importante procedimento de coloração sendo que no laboratório de microbiologia clínica é um teste adicional rápido para o diagnóstico de agentes infecciosos (LEVY, 2004). Consiste no tratamento de uma amostra de uma cultura bacteriana crescida em meio sólido ou líquido, com um corante primário, Cristal Violeta, seguido de tratamento com um fixador, o lugol. Tanto bactérias Gram-positivas quanto Gram-negativas absorvem de maneira idêntica o corante primário e o fixador, adquirindo uma coloração violeta devido à formação de um complexo cristal violeta-iodo, insolúvel, em seus citoplasmas. Segue-se o tratamento com solvente álcool-acetona, as bactérias Gram-positivas retêm o complexo cristal violeta, pelo fato do solvente desidratar suas condensas paredes provocando concentração dos poros peptidoglicano, tornando-as impermeáveis ao complexo, sendo assim o corante primário é contido fazendo com que as células permaneçam coradas, enquanto as bactérias Gram-negativas ficam descoradas por ter sua porção lipídica dissolvida pelo solvente, tendo assim o complexo violeta removido (LABORCLIN, 2018). A amostra é tratada com um corante secundário, a fucsina, as bactérias Gram-negativas, pelo fato de apresentarem uma membrana externa contendo lipídeos e peptideoglicano delgado, coram-se em cor-de-rosa quando expostas a um corante vermelho, como fucsina (LEVINSON, 2016). Com esse tratamento de coloração é possível visualizar ao microscópio que as bactérias Gram-positivas coram-se em violeta escura, enquanto as bactérias Gram-negativas coram-se em cor-de-rosa (LEVINSON, 2016). 8 1.2 OBJETIVO Compreender a importância do método de Gram para microbiologia clínica, entender cada etapa do processo de coloração, bem como a função de cada substância utilizada e reconhecer bactérias Gram-positivas e Gram- negativas ao microscópio. 1.3 MATERIAIS 1. 2 Lâminas de vidro 2. 2 Amostras com crescimento bacteriano 3. Solução Salina 4. Alça de inoculação 5. Bico de bunsen 6. Cristal Violeta 7. Lugol 8. Álcool-acetona 9. Fucsina 10. Microscópio 1.4 MÉTODOS Preparou-se o esfregaço limpando-se uma lâmina de vidro com papel embebido de álcool, com uma alça de inoculação colocou-se uma gota de solução salina na lâmina, coletou-se com a ajuda da alça de inoculação uma pequena quantidade de crescimento bacteriano da superfície do ágar e suspendeu-se na gota de solução salina, espalhou-se suficientemente para obter-se um esfregaço fino, deixou-se a lâmina secar em temperatura ambiente. Cobriu-se o esfregaço bacteriano Cristal Violeta por 1 minuto, desprezou- se o Cristal Violeta e adicionou-se Lugol por 1 minuto, enxaguou-se com água corrente, descorou-se cm com álcool-acetona e enxaguou-se novamente com água corrente, contra corou-se com Fucsina por 30 segundos, lavou-se com água corrente, deixou-se secar e observou-se no microscópio. 9 1.5 RESULTADOS Com a utilização de cinco amostras diferentes foi possível observar bactérias Gram-Negativas coradas apenas pela Fucsina mantendo uma coloração mais próxima do rosado, e as bactérias Gram-Positivas apresentam a coloração Violeta bem definida. Sendo a amostra 1 Pseudomonas bacilos Gram- negativa, a amostra 2 Escherichia coli também bacilo Gram-negativa, amostra 3 Streptococcus pyogenes cocos Gram-positiva, amostra 4 Staphylococcus aureus também cocos Gram-positiva e a amostra 5 Klebsiella pneumoniae bacilo Gram-negativa. 1.6 INTERFERENTES Segundo o LABORCLIN (2018), os seguintes fatores podem levar a resultados errôneos, como: - Após abertos, os componentes tornam contaminações químicas ou microbianas que podem inviabilizar sua utilização; - Manter os frascos dos padrões sempre fechados de maneira de evitar alterações em concentrações; - Utilização de reagente vencido, contaminado ou em condições inadequadas; - Não utilizar água tamponada adequada para a realização da coloração; - Erro na conservação dos reagentes; - Deve-se evitar o uso de materiaisque possam contaminar os reagentes, tais como ponteiras plásticas de micropipetador reaproveitadas; - Deve-se evitar o uso de materiais que possam contaminar os reagentes, tais como tubos para a reação; - Interpretação equivocada de resultados; - Tempo excessivo ou insuficiente de coloração; 10 - Armazenamento ou transporte de amostra inadequado; - Não utilizar a proporção amostra reagente sugerida na técnica; - Todas as amostras devem ser manipuladas com extrema cautela, pois podem veicular diversas doenças infectocontagiosas (hepatite, SIDA, etc.). 1.7 REFERÊNCIAS LABORCLIN. Coloração de Gram. Coloração de Gram, Pinhais/PR, p. 1-4, 1 jul. 2018. Disponível em: https://www.laborclin.com.br/wp- content/uploads/2019/06/GRAM-3.pdf. Acesso em: 1 mar. 2020. LEVINSON, Warren. Microbiologia Médica e Imunologia. 13. ed. [S. l.]: AMGH Editora Ltda., 2016. LEVY, Carlos Emílio. Manual de Microbiologia Clínica para o Controle de Infecção em Serviços de Saúde. 1. ed. aum. [S. l.]: Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2004. 1-381 p. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_microbiologia_completo.pd f. Acesso em: 1 mar. 2020. 11 2. UROCULTURA 2.1 INTRODUÇÃO Urocultura é um método laboratorial de determinação qualitativa e quantitativa de microrganismos patogênicos no trato urinário (LAB MIC, 2018), que leva em conta que existem microrganismos que colonizam frequentemente a uretra distal de pacientes, e que raramente causam ITUs (LEVY, 2004), razão pela qual além da identificação de bactérias uropatogênicas, a avaliação do número de unidades formadoras de colônias (UFC) por ml é um critério importante na interpretação da urocultura (LAB MIC, 2018). As infecções do trato urinário (ITU) podem ser definidas como a invasão e multiplicação de microrganismos no trato urinário, perpetuando na uretra, podendo ascender até bexiga e rins (ARANTES et al., 2013). Mais prevalente no sexo feminino, devido à menos extensão anatômica da uretra feminina e à a maior proximidade entre a vagina e o ânus, tendo em vista que a principal rota de contaminação do trato urinário é por via ascendente, entretanto também acomete pacientes do sexo masculino associada à manipulação do trato urinário e à doença prostática (RORIZ-FILHO et al., 2010). Esse fenômeno leva à diferentes patologias como: cistite, pielonefrite, bacteriúria assintomática e síndrome uretral aguda (ARANTES et al., 2013), classificada quanto à localização em ITU baixa (cistite) e ITU alta (pielonefrite) e quanto à presença de fatores complicadores em ITU não complicada e ITU complicada (RORIZ-FILHO et al., 2010). ITU é definida pela presença de bactéria na urina tendo como limite mínimo definido a existência de 100.000 unidades formadoras de colônias bacterianas por mililitro de urina (ufc/ml) (RORIZ-FILHO et al., 2010). Os agentes etiológicos mais comuns nas ITUs são os bacilos gram-negativos, em destaque Escherichia coli, Proteus mirabilis, Klebsiella sp, Serratia sp e cocos gram positivo (ARANTES et al., 2013). Urocultura é um método laboratorial de determinação qualitativa e quantitativa de microrganismos patogênicos no trato urinário, com a utilização dos meios (LAB MIC, 2018) Ágar Mac Conkey (MC) que é meio seletivo para 12 Gram negativo (bacilos, enterobactérias e não fermentadores) que deve inibir o crescimento de microrganismos Gram positivo especialmente enterococos e estafilococos. Diferencial para a utilização de lactose, quando positiva apresenta uma coloração avermelhada, e o meio CLED que permite crescimento das enterobactérias, impedindo o espalhamento dos Proteus, a maioria dos Gram positivos e leveduras. Isola e quantifica microrganismos Gram positivos, Gram negativos e leveduras. Quando apresenta lactose positiva forma colônias médias ou grandes amareladas (LEVY, 2004). 2.2 OBJETIVO Estabelecer uma rotina seriada de semeadura para a urocultura através do isolamento e quantificação de bactérias por semeadura em Ágar MacConkey e Cled respectivamente utilizando a quantidade ideal de urina e posterior identificação pela coloração de Gram. 2.3 MATERIAIS 1. Placa de Cled 2. Placa MacConkey 3. Alça de Platina 4. Amostra de urina 5. Bico de bunsen 2.4 MÉTODOS Homogeneizou-se a amostra manualmente, com o bico de bunsen ligado abriu-se o frasco, imergiu-se a alça de platina obtendo-se a amostra de urina, dispensou-se a urina sobre uma linha média da superfície da de ágar no sentido vertical, utilizou-se a técnica de semeadura quantitativa, com a mesma alça espalhou-se a urina formando-se estrias perpendiculares a primeira, obtendo-se uma distribuição homogênea e sequencial do início ao fim da estria vertical, incubou-se aerobicamente por 18 a 24 h, à temperatura de 35 ±1oC, observou- se o resultado. Após realizou-se a técnica de coloração de Gram na urina 13 estudada, levou-se a o microscópio a lâmina para visualização das bactérias coradas. 2.5 RESULTADOS Em ambas as placas foi possível notar crescimento bacteriano, constatando unidades formadoras de colônias. O Ágar Mac conkey apresentou lactose positiva devido a coloração avermelhada das colônias, o Ágar Cled apresentou colônias grandes amareladas apresentando assim lactose positiva. Com a coloração de Gram foi possível visualizar na lâmina bacilos Gram negativos. 2.6 INTERFERENTES Segundo o LAB MIC (2018), os seguintes fatores podem levar a resultados errôneos, como: - Transporte/armazenamento inadequado das amostras biológicas; - Controle de Qualidade vencido/atrasado; - Identificação errada do meio semeado; - Incubação/Semeadura inadequada dos meios de cultura; - Meio de cultura inadequado (armazenamento inadequado). 2.7 REFERÊNCIAS ARANTES, Vinicius Pereira et al. PERFIL DE SENSIBILIDADE DE MICRORGANISMOS ISOLADOS EM UROCULTURA DE PACIENTES COM BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA FRENTE A ANTIMICROBIANOS COMUMENTE EMPREGADOS NA PRÁTICA MÉDICA, Umuarama, v. 17, n. 3, p. 137-140, 1 dez. 2013. Disponível em: https://www.revistas.unipar.br/index.php/saude/article/view/5061/2943. Acesso em: 8 mar. 2020. 14 LAB MIC. PROCESSAR E INTERPRETAR UROCULTURA. [S. l.]: [s. n.], janeiro 2018. 1-11 p. LEVY, Carlos Emílio. Manual de Microbiologia Clínica para o Controle de Infecção em Serviços de Saúde. 1. ed. aum. [S. l.]: Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2004. 1-381 p. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_microbiologia_completo.pd f. Acesso em: 1 mar. 2020. RORIZ-FILHO, Jarbas S. et al. Infecção do trato urinário. Infecção do trato urinário, Ribeirão Preto, v. 43, p. 118-125, 2010. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/166/167. Acesso em: 8 mar. 2020 15 3. PROVAS BIOQUÍMICAS 3.1 INTRODUÇÃO Os testes bioquímicos são aparatos utilizados na microbiologia para auxiliar na identificação de bactérias (LEAL et al., 2017). Todo microrganismo produz alterações nos meios em que se desenvolve, decorrentes das atividades metabólicas para (RIBEIRO; SOARES, 2002) obtenção de energia e diferentes enzimas específicas usadas para degradar substratos utilizados pelos micro- organismos como fonte de energia (LEAL et al., 2017). Cada microrganismo possui um sistema enzimático específico (perfil bioquímico), resultando daí propriedades bioquímicas diversas utilizáveis na prática na sua caracterização (RIBEIRO; SOARES, 2002). As provas bioquímicas consistem em transformações físicas e químicas no meio de cultura, pela ação de um determinado microrganismo (LEAL et al., 2017). As provas bioquímicas fundamentam-se em eventos com utilização de fonte de carbono como glicogênioou por utilização de fonte de nitrogênio. Como provas bioquímicas utilizadas para o estudo do metabolismo dos carboidratos temos (RIBEIRO; SOARES, 2002): Teste da lactose determina a capacidade de um microrganismo de hidrolisar a lactose incorporada em um meio base com produção de ácido (RIBEIRO; SOARES, 2002). No meio Mac conkey a presença de ácido torna o meio Rosa e ausência amarelas (LEVY, 2004). 3.1.1 Identificação de bacilos Gram-negativos Segundo PROBAC DO BRASIL (2019) o Enterokit B é empregado para a identificação exata da grande maioria das enterobactérias isoladas de espécimes clínicos, o kit é composto pelos seguintes meios: EPM constituído dos testes de fermentação e produção de gás em glicose, produção de H2S, hidrólise da uréia e desaminação do triptofano, MILi que incluem os testes de motilidade, indol e descarboxilação de lisina e o Citrato de Simmons que disponibiliza o teste de utilização do citrato como única fonte de carbono. Esses 16 testes somados ao da fermentação da lactose na placa de isolamento é que permitem essa identificação de bacilos Gram-negativos. Segundo o Laborclin (2019) o meio de Rugai com Lisina possui uma série bioquímica contendo nove provas as quais são agrupados em um único tubo, tendo por objetivo triar bioquimicamente as colônias suspeitas para sua possível identificação. As provas bioquímicas presentes no tubo são: reação de indol (IND), desaminação do aminoácido L-triptofano (LTD), fermentação da sacarose (SAC), produção de sulfeto de hidrogênio (H2S), produção de gás (GAS), hidrólise da uréia (URE), fermentação da glicose (GLI), descarboxilação da lisina (LIS) e motilidade (MOT). Destina-se a identificação presuntiva de enterobactérias oxidase negativa, tornando-o assim um meio de cultura diferencial (LABORCLIN, 2019). Teste da glicose indica a capacidade de um microrganismo fermentar a glicose a um meio base, podendo produzir ácido com gás. Tem como positivo quando o meio apresenta cor amarelada devido a presença de ácidos e com ou não a produção de gases, e negativo o meio apresenta uma cor rosa devido à ausência da fermentação (RIBEIRO; SOARES, 2002). Teste do Citrato afirma se um microrganismo é capaz de utilizar o citrato como única fonte de carbono para seu crescimento com consequente alcalinização (RIBEIRO; SOARES, 2002). Quando o meio se torna alcalino sendo assim positivo sua cor fica azul, enquanto negativo apresenta cor verde sem alterações no meio (LEVY, 2004). Como provas bioquímicas utilizadas para o estudo do metabolismo de aminoácidos temos (RIBEIRO; SOARES, 2002): Teste de lisina descarboxilase indica a habilidade enzimática de um determinado microrganismo em descarboxilar o aminoácido lisina, com a consequente alcalinização do meio de cultivo, pela formação da enzima correspondente. No teste positivo o meio exibe coloração púrpura, meio alcalino e turvo, já o negativo uma coloração amarelada com meio ácido (RIBEIRO; SOARES, 2002). Teste de desaminação do L-Triptofano O triptofano é um aminoácido que, quando degradado por certas bactérias, leva à formação de produtos metabólicos intermediários que são representados pelo ácido indol pirúvico (RIBEIRO; SOARES, 2002). Em reação positiva o meio se apresenta verde 17 escuro ou acastanhado, enquanto negativo apresenta coloração inalterada (LABORCLIN, 2019). Teste de produção de indol estabelece a habilidade de um determinado microrganismo em produzir o indol a partir da molécula de triptofano (RIBEIRO; SOARES, 2002). É necessário pingar 1 a 2 gotas do reativo Kovacs, quando positivo acontece a viragem da cor do reativo para rosa, já a reação negativa o reativo apresenta coloração inalterada (LABORCLIN, 2019). Teste de produção de ácido sulfídrico estabelece a liberação de ácido sulfídrico (H2S) por ação enzimática nos aminoácidos sulfurados (cisteína), produzindo uma reação visível (RIBEIRO; SOARES, 2002) de pigmento negro quando positivo e negativo quando a ausência dele (LABORCLIN, 2019). Teste de produção de urease caracteriza a habilidade de um determinado microrganismo em degradar, enzimaticamente, a uréia pela urease, com a formação de duas moléculas de amônia (RIBEIRO; SOARES, 2002). Quando positiva o meio apresenta coloração azul esverdeada e a reação negativa apresenta meio inalterado (LABORCLIN, 2019). Como testes temos também: Motilidade a leitura da mobilidade é feita macroscopicamente colocando- se o tubo contra a luz e observando-se a formação de uma turvação ao redor da linha de inoculação, para identificar se as cepas são móveis ou não (HOLANDA; ARIMATEIA; MOTTA NETO, 2017). Quando ocorre a turvação do meio a reação é positiva, quando não ocorre a turvação indica que só ocorreu crescimento do microrganismo na picada centra (LABORCLIN, 2019). 3.1.2 Identificação de bacilos Gram-positivos Os bacilos Gram positivos, nos últimos anos, têm sido relatados com crescente frequência como patógenos nosocomiais e estes podem ser identificados através de provas bioquímicas (MARASCHIN, 2007). Prova da catalase algumas bactérias produzem a enzima catalase, capaz de decompor o peróxido de hidrogênio em oxigênio e água. Esse teste é bem simples, mas de grande valia no esquema de identificação de cocos (HOLANDA; ARIMATEIA; MOTTA NETO, 2017). 18 Prova da coagulase esse teste é também chamado de teste da coagulase livre, uma vez que detecta a enzima secretada extracelularmente, ao contrário da prova realizada em lâmina, chamada de coagulase ligada (HOLANDA; ARIMATEIA; MOTTA NETO, 2017) 3.2 OBJETIVO Compreender a importância das provas bioquímicas para microbiologia clínica, entender cada teste, bem como a função de cada para identificação de enterobactérias. 3.3 MATERIAIS 1. Agulha Bacteriológica 2. Bico de Bunsen 3. Amostra Bacteriana 1 4. Tubo de ensaio com meio de cultura Rugai com Lisina 3.4 MÉTODOS Ligou-se o bico de bunsen e flambou-se a agulha bacteriológica, em seguida, flambou-se a amostra bacteriana e inseriu-se a agulha bacteriológica coletando-se um pouco da amostra, flambou-se novamente a amostra e guardou-se, inoculou-se a agulha bacteriológica no tubo de ensaio com meio de cultura Rugai com Lisina até o final do tubo, em seguida estriou-se a superfície da rampa do respectivo meio, incubou-se. Para realização da prova de indol pingou-se na tampa do tubo duas gotas do reativo Kovacs, visualizou-se os resultados e utilizou-se a tabela de algarismo para a identificação da enterobactéria. 3.5 RESULTADOS De a cordo com a leitura realizada na tabela de referência da MBiolog (2014) foi possível comprovar Indol positivo devido a coloração rosa, sacarose 19 negativa pois não ocorreu mudança na cor do ápice, glicose positiva visto que a cor da base ficou amarelada, lisina positiva por conta da cor púrpura na base inferior, motilidade negativa em razão da não turvação. Com isso o pop da PROBAC DO BRASIL (2019) contém um esquema numérico para a determinação das enterobactérias, onde as 8 reações bioquímicas do Enterokit B em conjunto a fermentação da lactose na placa de isolamento onde foram constituídas em 3 conjuntos de provas. A soma de cada um destes conjuntos produz um algarismo, de modo que o resultado produz um número de 3 dígitos, que identifica uma espécie bacteriana. Os 3 conjuntos de provas e seus valores são: Tabela 1 - Conjuntos de provas bioquímicas e valores 1ºALGARISMO 2ºALGARISMO 3ºALGARISMO Lactose 4 Urease 4 Indol 4 Gás 2 LTD 2 Lisina 2 H2S 1 MOT 1 Citrato 1 Adaptado de PROBAC DO BRASIL (2019) Então para reação da cepa investigada é positiva (+), é colocado o número correspondente. Resultados negativos equivalem ao valor 0. Tabela 2 - Identificação da bactéria através do algarismo 1ºALGARISMO 2ºALGARISMO 3ºALGARISMO Lactose 0 Urease 0 Indol 4 Gás 0 LTD0 Lisina 2 H2S 0 MOT 0 Citrato 0 Obtendo assim o número 006, corresponde à bactéria Escherichia coli na lista de número espécie bacteriana segundo PROBAC DO BRASIL (2019). Número espécie bacteriana segundo PROBAC DO BRASIL (2019): 000 Shigella sonnei - Yersinia pestis - Shigella spp 004 Shigella spp - Yersinia enterocolitica - Escherichia coli 20 006 Escherichia coli 011 Citrobacter freundii 012 Hafnia alvei 013 Serratia marcescens - Hafnia alvei 014 Escherichia coli 015 Citrobacter diversus 016 Escherichia coli 035 Providencia stuartii - Providencia alcalifaciens 040 Yersinia pseudotuberculosis - Yersinia enterocolitica 044 Yersinia enterocolitica 051 Citrobacter freundii 053 Serratia marcescens 055 Citrobacter diversus 070 Proteus penneri 074 Morganella morganii 075 Providencia stuartii - Providencia rettgerii 111 Citrobacter freundii 112 Salmonella Typhi 113 Salmonella spp 151 Citrobacter freundii 170 Proteus mirabilis - Proteus penneri 171 Proteus mirabilis 174 Proteus vulgaris 175 Proteus vulgaris 202 Hafnia alvei 204 Escherichia coli 206 Escherichia coli 210 Salmonella Paratyphi A - Serratia liquefaciens 211 Citrobacter freundii - Serratia liquefaciens 212 Hafnia alvei - Salmonella Choleraesuis - Serratia liquefaciens 213 Serratia marcescens - Salmonella Choleraesuis - Serratia liquefaciens 214 Escherichia coli 215 Citrobacter diversus 216 Escherichia coli 235 Providencia alcalifaciens 251 Citrobacter freundii 21 253 Serratia marcescens 255 Citrobacter diversus 270 Proteus penneri 274 Morganella morganii 310 Salmonella Paratyphi A 311 Citrobacter freundii 312 Salmonella Choleraesuis 313 Salmonella Choleraesuis - Salmonella spp 316 Edwardsiella tarda 351 Citrobacter freundii 370 Proteus mirabillis - Proteus penneri 371 Proteus mirabillis 374 Proteus vulgaris 375 Proteus vulgaris 404 Escherichia coli 406 Escherichia coli 410 Serratia liquefaciens 411 Citrobacter freundii - Enterobacter cloacae - Serratia sp. 412 Serratia liquefaciens 413 Serratia sp 414 Escherichia coli 415 Citrobacter diversus 416 Escherichia coli 417 Serratia odorifera 443 Klebsiella pneumoniae 447 Klebsiella oxytoca 451 Citrobacter freundii - Enterobacter cloacae 455 Citrobacter diversus 511 Citrobacter freundii 551 Citrobacter freundii 604 Escherichia coli 606 Escherichia coli 607 Klebsiella oxytoca 610 Serratia liquefaciens 22 611 Citrobacter freundii - Enterobacter cloacae - Serratia sp 612 Serratia liquefaciens 613 Enterobacter aerogenes - Serratia sp 614 Escherichia coli 615 Citrobacter diversus 616 Escherichia coli 643 Klebsiella pneumoniae 647 Klebsiella oxytoca 651 Citrobacter freundii - Enterobacter cloacae 655 Citrobacter diversus 711 Citrobacter freundii 751 Citrobacter freundii Tendo a possível a confirmação de Escherichia coli enterobactéria Gram negativa, fermentativa, anaeróbia facultativa, que é uma bactéria comensal (COURA; LAGE; HEINEMANN, 2014). 3.6 INTERFERENTE Segundo o LABORCLIN (2019), os seguintes fatores podem levar a resultados errôneos, como, armazenamento inadequado da amostra e dos produtos utilizados, equipamentos e acessórios em péssimas condições, utilização do meio para bacilos Gram negativos não fermentadores de glicose, excesso de inóculo, dupla perfuração da cera, perfuração de grande calibre, inóculo com quantidade reduzida de micro-organismos e quando o retorno da agulha no caminho percorrido, não seja o mesmo. 3.7 REFERÊNCIAS COURA, Fernanda M.; LAGE, Andrey P.; HEINEMANN, Marcos B. Patotipos de Escherichia coli causadores de diarreia em bezerros: uma atualização, Rio de janeiro, v. 34, n. 9, p. 811-818, set. 2014. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100- 736X2014000900001&script=sci_arttext&tlng=pt. Acesso em: 16 mar. 2020. 23 HOLANDA, Cecília Maria de Carvalho Xavier Holanda; ARIMATEIA, Dayse Santos; MOTTA NETO, Renato. Manual de Bacteriologia e de Enteroparasitos. Natal: [s. n.], 2017. 134 p. Disponível em: https://repositorio.ufrn.br/jspui/bitstream/123456789/24343/5/Manual%20de%20 bacteriologia%20e%20de%20enteroparasitos.pdf. Acesso em: 16 mar. 2020. LABORCLIN. MEIO DE RUGAI COM LISINA. 11. rev. Pinhais/PR: [s. n.], maio 2019. 6 p. Disponível em: https://www.laborclin.com.br/wp- content/uploads/2019/05/meio_de_rugai_com_lisina_510102_2.pdf. Acesso em: 16 mar. 2020 LEAL, Mateus Costa et al. PROVAS BIOQUÍMICAS: ELABORAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO, Ceará, ano 2016, v. 1, n. 1, 31 maio 2017. Disponível em: http://periodicos.ufc.br/eu/article/view/17102. Acesso em: 16 mar. 2020. LEVY, Carlos Emílio. Manual de Microbiologia Clínica para o Controle de Infecção em Serviços de Saúde. 1. ed. aum. [S. l.]: Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2004. 1-381 p. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_microbiologia_completo.pd f. Acesso em: 1 mar. 2020. MARASCHIN, Mariane de Mello. IDENTIFICAÇÃO DE BACILOS GRAM POSITIVOS AERÓBICOS ISOLADOS DE ESPÉCIMES CLÍNICOS EM UM HOSPITAL ESCOLA. 2007. 86 p. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) - Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciências da Saúde Programa de Pós-Graduação em Ciência Farmacêuticas, [S. l.], 2007. Disponível em: https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/5950/mariane.pdf?sequence=1&is Allowed=y. Acesso em: 16 maio 2020. MBIOLOG (Contagem, Minas Gerais). Pessoa & Silva – Rugai Mod. 2. ed. rev. Contagem, Minas Gerais: [s. n.], 2014. Disponível em: http://www.mbiolog.com.br/site/?page_id=252. Acesso em: 16 mar. 2020. 24 PROBAC DO BRASIL. ENTEROKIT B. Santa Cecília: [s. n.], 2019. 3 p. Disponível em: http://www.probac.com.br/Anexos/Bulas/Identifica%C3%A7%C3%A3o/Enterokit %20B%20rev.03.pdf. Acesso em: 16 maio 2020. RIBEIRO, Mariangela Cagnoni; SOARES, Maria Magali S. R. Microbiologia Prática Roteiro e Manual: Bactérias e fungos. 1. ed. São Paulo, Rio de Janeiro, Ribeirão Preto, Belo Horizonte: Atheneu, 2002. 112 p. 25 4. ANTIBIOGRAMA 4.1 INTRODUÇÃO O antibiograma é uma prova de sensibilidade aos antimicrobianos utilizada para alguns grupos de bactérias, principalmente para as que adquirem resistência facilmente (RIBEIRO; SOARES, 2002). O meio ÁGAR MUELLER HINTON é utilizado para a realização do teste de avaliação da resistência aos antimicrobianos pelos métodos de difusão em disco e E-test para enterobactérias, não fermentadores, Staphylococcus, Enterococcus sp (LEVY, 2004). Possui diversas vantagens como: simplicidade, habilidade de testar grande números de organismos e flexibilidade de escolha do antimicrobiano a ser testado. Entretanto, seus resultados são normalmente medidos manualmente (COSTA, 2017). O antibiograma é indicado para qualquer microrganismo estreitamente relacionado ao processo infeccioso, cuja sensibilidade a drogas normalmente empregadas na terapia não seja previsível (RIBEIRO; SOARES, 2002). Bactérias podem reagir de forma diferente a um determinado antibiótico, logo, o antibiograma propõe combater de forma mais adequada uma determinada infecção, devido a reação do antibiótico a um ser vivo que também pode ser diferente (COSTA, 2017). 4.2 OBJETIVO Verificar a sensibilidade ou resistência das bactérias a determinados antibióticos. 4.3 MATERIAIS E MÉTODOS 1. Cultura de Escherichia coli 2. Placa de ágar Mueller Hinton 3. Discos de antibióticos (CPM, AMP, CAZ, AMC, CIP e GEN) 4. Swab 5. Pinça esterilizada 6. Régua 26 7. Bico de Bunsen 4.4 MÉTODOS Com o bico de Bunsen ligado, umedeceu-se o swab na cultura e semeou- se sobre toda a placa uniformemente, colocou-se os discos de antibióticoscom o auxílio da pinça em pontos equidistantes, incubou-se por 24 a 48 h a 37ºC, verificou-se a presença ou ausência dos halos de inibição ao redor dos discos, mediu-se o diâmetro em mm com o auxílio de uma régua e anotou-se os resultados. 4.5 RESULTADOS Tabela 3 - Resultados Antibiograma Escherichia coli Antimicrobiano Diâmetro do halo (mm) Ciprofloxacina (CIP) 36 Cefepime (CPM) 31 Ceftazidima (CAZ) 28 Gentamicina (GEN) 25 Amoxilina + Ácido Clavulânico (AMC) 21 Ampicilina (AMP) 13 Valores de Referências: 27 Figura 1 - Tabela de antibiograma de Enterobacteriaceae 4.6 INTERFERENTES Segundo RIBEIRO; SOARES (2002), os seguintes fatores podem levar a resultados errôneos, como: - A não utilização de um meio padronizado; - Enzimas bacterianas podem alterar o tamanho do halo; - A não utilização de inóculos de mesmo tamanho em todos os testes; - Concentração inadequada de antibiótico no disco; - Difusibilidade do antibiótico; - Estabilidade e ação dos antibióticos e quimioterápicos; - Período inadequado de incubação das placas. 28 4.7 REFERÊNCIAS COSTA, Luan Felipe Rodrigues. Sistema de automatização do antibiograma por disco-difusão em aplicação clínica e ambiental, Brasília, ano 2016, p. 82, 9 jan. 2017. Disponível em: https://repositorio.unb.br/handle/10482/22126. Acesso em: 16 mar. 2020. LEVY, Carlos Emílio. Manual de Microbiologia Clínica para o Controle de Infecção em Serviços de Saúde. 1. ed. aum. [S. l.]: Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2004. 1-381 p. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_microbiologia_completo.pd f. Acesso em: 1 mar. 2020. RIBEIRO, Mariangela Cagnoni; SOARES, Maria Magali S. R. Microbiologia Prática Roteiro e Manual: Bactérias e fungos. 1. ed. São Paulo, Rio de Janeiro, Ribeirão Preto, Belo Horizonte: Atheneu, 2002. 112 p. 29 5. COPROCULTURA 5.1 INTRODUÇÃO Ainda nos dias atuais mortes por doenças diarreicas perduram, ocorrendo por diversos fatores como idade, deficiência nutricional, falta de saneamento básico, higiene precária de alimentos e do próprio corpo, acometendo diversas populações, principalmente países em desenvolvimento (SILVA, 2008). A coprocultura é um exame utilizado para o diagnóstico de diarréias infecciosas, realizando a identificação dos principais agentes bacterianos causadores de infecções gastrointestinais (TORRES FILHO, 2013), que são transmitidos pela via fecal-oral, podendo ser espécies de bactérias, vírus e protozoários, todos possuindo grande número de sorogrupos e biotipos (SILVA, 2008). Geralmente são pesquisados os agentes bacterianos mais frequentemente causadores de gastrointerites sendo eles Salmonella spp., Shigella spp. e alguns sorotipos de Escherichia coli, podem ser pesquisados outros agentes também, porém com menor índice de infecção como o Campytobacter spp., Yersinia spp. e Vibrio spp (LABORLAB, 2017). De preferência são utilizados meios seletivos e diferenciais, como por exemplo ágar Mac Conkey que é importante para os isolamentos das espécies de E. coli enteropatogênicas, o ágar XLD (Ágar de desoxicolato-lisina-xilose ) utilizado tanto para o isolamento de Salmonella spp. quanto de Shigella spp (LABORLAB, 2017) e o ágar ss (ágar salmonella-shigella) que possue componentes que inibem microrganismos Gram positivos (ANVISA, 2004). 5.2 OBJETIVO Isolamento e quantificação de bactérias por semeadura em Ágar MacConkey e SS respectivamente e posterior identificação pela coloração de Gram e uso do enterokit B. 5.3 MATERIAIS 1. Placa de semeadura (Macconkey) 2. Placa de semeadura (Meio SS) 30 5. Alça de platina 6. Amostra de fezes 7. Bico de Bunsen 8. Lâmina microscopia 9. Solução Salina 10. Agulha de platina 11. Enterokit B 12. Estufa 13. Placa de ágar Mueller-Hinton 5.4 MÉTODOS Ligou-se o bico de bunsen e flambou-se a alça bacteriológica, em seguidacoletou-se uma pequena porção da amostra e aplicou-se na placa através da técnica por esgotamento, flambou-se novamente a alça bacteriológica e realizou-se o mesmo procedimento com outra amostra em outra placa, identificou-se as placas como coprocultura. Levou-se a estufa a 35ºC em um prazo de 18 a 24 horas e aguardou-se o crescimento. Após o período de incubação realizou-se a bacterioscopia da amostra. Esterilizou-se uma alça de platina, coletou-se uma pequena porção de solução salina depositou-se na lâmina microscopia, flambou-se novamente a alça, coletou-se uma alíquota da amostra e dilui-se sobre a solução salina. Aguardou- se a secagem da lâmina e realizou-se a coloração de Gram. Realizou-se a identificação através do enterokit B, onde a inoculação é sempre realizada na ordem citrato, epm e mili. Com o auxílio de alça de platina selecionou-se uma colônia isolada e repicou-se conforme a ordem dos kits esterilizando-se alça a cada repicada. Incubou-se o kit a 35° no período de 18 a 24 horas. Avaliou-se o enterokit B, começou-se pelo meio epm onde foi avaliado a ureia, produção de h2s, ltd e a presença ou não de bolhas de gás, em seguida avaliou-e o meio mili onde é visto a motilidade, a lisina e o indol com o auxílio do 31 reativo de Kovacs, por último avaliou-se o citrato, anotou-se os resultados obtidos e utilizou-se a tabela de algarismo para a identificação da enterobactéria. Após a identificação efetuou-se a análise do antibiograma deixando na estufa de 16 a 18h e anotou-se os resultados. Por último realizou-se a sorologia para a bactéria identificada. 5.5 RESULTADOS No teste bacteroscopico foi possível a visualização de bacilos gram- negativos. No ágar MacConkey foi possível identificar o crescimento de colônias incolores podendo ser classificadas como lactose negativa e no ágar SS também foi possível visualizar o crescimento de colônias incolores com enegrecimento em alguns pontos. Notou-se os seguintes resultados do Enterokit B: Tabela 4 - Identificação da bactéria através do algarismo 1ºALGARISMO 2ºALGARISMO 3ºALGARISMO Lactose 0 Urease 0 Indol 0 Gás 2 LTD 0 Lisina 2 H2S 1 MOT 1 Citrato 0 A partir dos resultados obtidos, e localizados na bula do Enterokit B, a soma 312 refere-se a bactéria Salmonella Choleraesuis. Em relação ao antibiograma a Salmonella Choleraesuis se apresenta sensível aos seguintes antimicrobianos: Tabela 5 - Resultados Antibiograma Salmonella Choleraesuis Antimicrobiano Diâmetro do Halo (mm) Ampicilina 26 Ceftriaxona 33 Tabela de referência: 32 Figura 2 - Tabela de antibiograma de Salmonella spp e Shigella spp 5.6 INTERFERENTES Segundo Lima (2013) e Hu-UFSC (2018) são considerados como interferentes para a coprocultura as seguintes situações: - Utilizar papel higiênico para coletar as fezes (ele pode ser impregnado com sais de bário, que são inibidores de patógenos fecais); - Contaminação da amostra fecal com urina ou água do vaso sanitário; - Fezes não refrigeradas (4ºC) e não transportadas ao laboratório dentro de 24 horas para melhor recuperação dos patógenos; -Coleta de fezes sem meio de transporte não processada no prazo máximo de 1 hora; - Fezes sólidas e/ ou formadas; - Amostra coletada com administração de antibióticos. 5.7 REFERÊNCIAS ANVISA. Descrição dos Meios de Cultura Empregados nos Exames Microbiológicos. [S. l.: s. n.], 2004. 66 p. v. 4. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/microbiologia/mod_4_2004.pdf. Acesso em: 5 nov. 2020. 33 HU-UFSC (SC). Manual de coleta para exames microbiológicos. Florianópolis, SC: [s. n.], 2018. 35 p. Disponível em: http://www.hu.ufsc.br/setores/laboratorio/wp- content/uploads/sites/6/2018/07/Manual-de-coleta-para-exames- microbiol%C3%B3gicos-2018-1.pdf. Acesso em: 5 nov. 2020. LABORLAB. COPROCULTURA. Pinhais,PR: [s. n.], 2017. Disponível em: https://www.laborclin.com.br/wp-content/uploads/2019/06/Coprocultura-rev- 01.pdf. Acesso em: 5 nov. 2020. LIMA, Elza Gadelha. Manual de coleta, acondicionamento e transporte de amostras para exames laboratoriais. 2. ed. Fortaleza: [s. n.], 2013. 142 p. Disponível em: https://www.saude.ce.gov.br/wp- content/uploads/sites/9/2018/06/manual_de_coleta_2013.pdf. Acesso em: 5 nov. 2020. SILVA, Carlos Henrique Pessôa de Menezes e. Coprocultura. Protocolos de Microbiologia Clínica, [S. l.], n. 86, p. 58-70, 2008. Disponível em: https://www.newslab.com.br/wp- content/uploads/yumpu_files/Especial%20microbiologia%20Pt.%201.pdf. Acesso em: 5 nov. 2020. TORRES FILHO, Helio Magarinos. Gastroenterites infecciosas. Diagnóstico laboratorial, Rio de Janeiro, v. 101, n. 2, p. 25-29, mar/abr 2013. Disponível em: http://files.bvs.br/upload/S/0047-2077/2013/v101n2/a3986.pdf. Acesso em: 5 nov. 2020. 34 6. SECREÇÃO VAGINAL 6.1 Introdução No trato genital feminino pode ocorrer diversas doenças, que apresentam origem bacteriana, fúngica, parasitária ou viral. A maioria dessas infecções se apresentam assintomática ou causam sintomas discretos. A variedade de possíveis agentes é numerosa, em razão disso os exames laboratoriais e a interpretação dos resultados devem ser realizados com critério, pois em muitos casos microrganismos normalmente colonizadores do trato genital podem ser os causadores da doença (LABORLAB, 2020). A microbiota vaginal é formada por diversos microrganismos, diante disso no diagnóstico laboratorial são realizados testes para a identificação do agente patogênico, tomando como base a etiologia, clínica e prognóstico a fim de um tratamento mais eficaz (SANCHES, 2018). A coloração de Gram é uma ferramenta fundamental para o diagnóstico microbiológico, de fácil confecção e interpretação (SANCHES, 2018). Onde é realizada bacterioscópica pelo Gram, avaliando a ausência ou diminuição de leucócitos e de Bacilos de Doderlein que promovem um equilíbrio do microambiente local, sendo este mantido por complexas interações entre a microbiota normal, os produtos metabólicos microbianos, o estado hormonal e a resposta imune do hospedeiro (SANCHES, 2018; LEVY, 2004) , se há presença de “clue-cells” que são células escamosas do epitélio vaginal cobertas com bactérias de modo que os bordos da célula perdem a definição, se contém grande quantidade de bacilos Gram-variáveis (lábeis) (LEVY, 2004). A verificação do tipo de flora que compõe o trato vaginal, a presença de processo inflamatório e os agentes patológicos, por meio de cultura isolamento em meio seletivo e confecção de lâminas coradas pela técnica de Gram, podem instituir um prognóstico eficaz (SANCHES, 2018; LEVY, 2004). 6.2 OBJETIVO Realização de cultura em meio seletivo, bacteroscopia e provas bioquímicas para identificação do patógeno. 35 6.3 MATERIAIS 1. Placa de ágar chocolate 2. Placa de ágar sangue 3. Placa de ágar MacConkey 4. Bico de Bunsen 5. Álcool 70% 6. Alça de platina 7. Placa de ágar Mueller-Hinton 6.4 MÉTODOS O swab com a amostra já coletada foi colocado em um meio enriquecido para que pudesse ser passado paras as placas. Iniciou-se o processo de semeadura, seguindo a ordem do meio menos seletivo para o mais seletivo (ágar chocolate, ágar sangue e ágar MacConkey). Flambou-se a alça, coletou-se a amostra de secreção e realizou-se a semeadura por esgotamento nas placas conforme a ordem descrita. Identificou-se as placas, realizou-se tensão de CO2 nas placas de sangue e chocolate, sobre o calor de uma vela, esperou-se a chama da vela apagar, após levou-se as placas, incluindo o ágar MacConkey para a estufa a 35° por 18 a 24 horas. Realizou-se a bacteroscopia. Utilizou-se uma colônia isolada do ágar MacConkey para a realização da inoculação no enterokit B, repicou-se na ordem citrato, EPM e milie e levou-se a estufa por 18 a 24 horas para a sua visualização. Por último foi feito o antibiograma levando para a estufa por 16 a 18 horas a 35º C. Realizou a leitura e anotou todos os resultados. 6.5 RESULTADOS Na placa de agar chocolate foi possível observar colônias isoladas, na placa de MacConkey apresentou lactose positiva podendo ser identificado o crescimento de bacterias Gram negativa lactose e na bacterioscopia foi identificado a presença de bacilos gram-negativos. 36 Os resultados dos 3 conjuntos de provas do Enterokit B, obteve-se os seguintes resultados para reação da cepa investigada é positiva (+), é colocado o número correspondente. Resultados negativos equivalem ao valor 0. Tabela 6 - Identificação da bactéria através do algarismo 1ºALGARISMO 2ºALGARISMO 3ºALGARISMO Lactose 4 Urease 0 Indol 4 Gás 2 LTD 0 Lisina 0 H2S 0 MOT 1 Citrato 0 A partir dos resultados obtidos, e localizados na bula do Enterokit B, a soma 614 refere-se a bactéria Escherichia coli. Em relação ao antibiograma a Escherichia coli se apresenta sensível aos seguintes antimicrobianos: Tabela 7 - Resultados Antibiograma Escherichia coli Antimicrobiano Diâmetro do Halo (mm) Imipenem (IPM) 32 Amicacina (AMI) 26 Amoxacilina /Ac.Clav. (AMC) 24 Ampicilina 20 Cefepime (CPM) 32 Ceftriaxona (CRO) 32 Gentamicina 26 Ceftazidima (CAZ) 27 Meropenem (MER) 32 Tabela de referência: 37 Figura 3- Tabela de antibiograma de Escherichia coli 6.6 INTERFERENTES Segundo a Prefeitura municipal de campinas (2012) as seguintes realizações podem levar a um resultado incorreto: - Fazer uso de cremes ou pomadas vaginais ou ainda qualquer tipo de medicação local; - Estar fazendo uso de antibióticos ou quimioterápicos; - Realizar relações sexuais nas últimas 48 horas que antecedem o exame; - Estar menstruada ou realizar exame ginecológico com toque ou ultrassom transvaginal nas 48 horas que antecedem o exame. - Realizar higiene intima antes da coleta; - Deixar o Swab dentro do tubo de salina após homogeneizar o material de coleta; 38 - Usar cotonete comercial; - Armazenar a amostra em gelo. 6.7 REFERÊNCIAS LABORLAB (PR). CULTURA DE SECREÇÕES GENITAL. Pinhais, PR, p. 1-2, 1 nov. [200-?]. Disponível em: https://www.laborclin.com.br/wp- content/uploads/2019/06/cultura-de-secre%C3%A7%C3%A3o-vaginal.pdf. Acesso em: 10 nov. 2020. LEVY, Carlos Emílio. Manual de Microbiologia Clínica para o Controle de Infecção em Serviços de Saúde. 1. ed. aum. [S. l.]: Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2004. 1-381 p. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_microbiologia_completo.pd f. Acesso em: 1 mar. 2020. PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPINAS (Campinas). ASSISTÊNCIA LABORATORIAL NO MUNICÍPIO DE CAMPINAS: COLETA DE EXAMES LABORATORIAIS. Campinas, SP: [s. n.], 2012. 95 p. Disponível em: http://www.saude.campinas.sp.gov.br/saude/unidades/laboratorio/Manual_de_ Coleta_de_Exames.pdf. Acesso em: 5 nov. 2020. SANCHES, José Marcos. BACTERIOSCOPIA VAGINAL POR COLORAÇÃO DE GRAM: DO ENSINO MÉDICO À PRÁTICA CLÍNICO-LABORATORIAL NA ROTINA EM GINECOLOGIA. [S. l.], v. 10, n. 2, p. 78-86, mai/ago 2018. Disponível em: http://journal.unoeste.br/index.php/cv/article/view/1628/2568. Acesso em: 10 nov. 2020. 39 7. ESPERMOCULTURA 7.1 INTRODUÇÃO A Espermocultura é um exame laboratorial que tem como objetivo avaliar a qualidade do sêmen e detectar a presença de agentes patogênicos, capazes de causar processos inflamatórios (IMUNOGENIX 2019). Com essa pesquisa, é possível constatar a presença de agentes patogênicos capazes de gerar processos inflamatórios, como é o caso de prostatite ou prostovesiculite (LAB JULIO VARGAS, 2020). Além da cultura bacteriana, também é possível avaliar a presença de leucócitos e eritrócitos, onde o aumento de leucócitosacima de 5 milhões no sêmen indica um processo inflamatório (LAB JULIO VARGAS, 2020). São realizadas semeaduras em diferentes meios de cultura, os quais são capazes de identificar os tipos de bactérias ou fungos. Na espermocultura quanso há uma infecção, são geralmente pesquisados diversos microrganismos como N. gonorrhoeae, G. vaginalis, E. coli, Enterobacter spp., Klebsiella spp., Proteus spp., Serratia spp. e Enterococcus spp., que estão mais comumente associados a doenças nessa região (LAB JULIO VARGAS, 2020). Em resultados positivos, realiza-se o antibiograma que testará o antibiótico ideal para o tratamento (LAB SAÚDE REPRODUTIVA, 2015). 7.2 OBJETIVO Realização de cultura em meio seletivo e bacteroscopia para identificação do patógeno, bem como realização do antibiograma para verificar a sensibilidade ou resistência do patógeno a determinados antibióticos. 7.3 MATERIAIS 1. Placa de Ágar chocolate 2. Placa de ágar sangue 3. Amostra uretral 4. Alça de platina 40 5. Placa de ágar Mueller-Hinton 7.4 MÉTODOS Realizou-se a semeadura por meio da técnica de esgotamento em ambas as placas, esterilizando a alça para cada semeadura. Identificou-se as placas como semeadura, em seguida incubou-se o ágar sangue na estufa e realizou-se tensão de CO2 com o ágar chocolate e levou-se para a estufa. Realizou-se a bacterioscopia, com a alça de platina retirou-se uma quantidade da amostra e espalhou-se na lâmina microscopia. Esperou-se a secagem da lâmina e efetuou- se a coloração de Gram. Anotou-se os resultados. Retirou-se as placas incubadas e observou-se crescimento nas placas, no meio ágar sangue realizou-se a prova da catalase. Sobre uma lâmina microscopia, colocou-se uma gota de água oxigenada e em seguida com a alça flambada, retirou-se uma quantidade da cultura de bactérias e depositou-se sobre a lâmina. Avaliou-se os resultados. Seguindo os resultados observados, continuou-se para identificação de enterococcus, utilizando o teste em NaCl 6,5% e o teste de bile esculina. Com a alça de platina coletou-se uma colônia da placa ágar sangue e inoculou-se na bile esculina por profundidade e estrias na superfície. No teste em NaCl 6,5% inoculou-se o caldo com a colônia homogeneizando bem. Incubou-se os testes entre 18 a 24 horas. Realizou-se o antibiograma e incubou-se de 16 a 18 horas. Registrou-se os resultados. 7.5 RESULTADOS Na bacterioscopia foi possível observar cocos Gram positivos, no ágar sangue não houve hemólise sendo gama hemolítica, o teste de catalase obteve resultado negativo, enquanto a bile esculina e a NaCl 6,5% apresentaram resultados positivos. Assim o patógeno foi identificado como enteroccocus. Em relação ao antibiograma o enteroccocus se apresenta sensível aos seguintes antimicrobianos: 41 Tabela 8 - Resultados Antibiograma Enteroccocus Antimicrobiano Diâmetro do Halo (mm) Ampicilina 26 Doxiciclina 30 Vancomicina 23 Figura 4 - Tabela de antibiograma de Enterococcus 7.6 INTERFERENTES Segundo o Laboratório Behring (2020) a administração de antimicrobianos em algumas situações, pode interferir no resultado. Assim como a higienização e a coleta feitas de maneira errônea, utilização de lubrificantes e se a amostra for entregue depois de 2 horas após a coleta segundo o LABORATÓRIO JULIO VARGAS (2020). 7.7 REFERÊNCIAS IMUNOGENIX. O QUE É E PARA QUE SERVE O EXAME DE ESPERMOCULTURA? In: O QUE É E PARA QUE SERVE O EXAME DE ESPERMOCULTURA? [S. l.], 17 dez. 2019. Disponível em: https://www.imunogenix.com.br/post/o-que-%C3%A9-e-para-que-serve-o- exame-de-espermocultura. Acesso em: 23 nov. 2020. 42 LAB SAÚDE REPRODUTIVA. Espermocultura com Antibiograma. In: LAB SAÚDE REPRODUTIVA. Espermocultura com Antibiograma. [S. l.], 1 jan. 2015. Disponível em: https://www.labsaudereprodutiva.com.br/testes- seminais/espermocultura-com-antibiograma/. Acesso em: 23 nov. 2020. LABORATÓRIO BEHRING. Espermocultura. In: LABORATÓRIO BEHRING. Espermocultura. São Paulo, 2020. Disponível em: https://www.laboratoriobehring.com.br/exames/E. Acesso em: 10 nov. 2020. LABORATÓRIO JULIO VARGAS. O que é espermocultura e para que serve?. In: LAB JULIO VARGAS. O que é espermocultura e para que serve?. [S. l.], 1 nov. 2020. Disponível em: https://labjuliovargas.com.br/o-que-e-espermocultura-e- para-que- serve/#:~:text=A%20espermocultura%20%C3%A9%20um%20exame,caso%20 de%20prostatite%20ou%20prostovesiculite. Acesso em: 23 nov. 2020. 8. CULTURA DE VIGILÂNCIA 8.1 INTRODUÇÃO A cultura de vigilância é um protocolo de coleta de amostras de pacientes internados ou que necessitam de internação em unidades de terapia intensiva (UTI) para identificar após o período de permanência na área hospitalar a colonização de patógenos (GAEDICKE, 2018). A cultura de vigilância pode ser obtida de materiais clínicos como sangue, lavado bronco alveolar, urina e secreção de sítios estéreis, essas culturas geralmente identificam a colonização ou infecção dos pacientes por patógenos nesses sítios (GAEDICKE, 2018). Para obtenção das culturas os métodos variam dependendo do microrganismo multirresistente de interesse (MARTINS et al., 2014). Os sítios de coleta são estabelecidos pelo médico solicitante, de acordo com o que suspeita e procura. Os mais investigados frequentemente são: narinas, axilas, região anal e região inguinal (GAEDICKE, 2018). Recomenda-se a realização de culturas de 43 vigilância de áreas de ruptura da pele e feridas drenantes (MARTINS et al., 2014). Contudo, a realização dos testes microbiológicos requer muito tempo e o procedimento apresenta um alto custo, o que têm dificultado a implementação dessa rotina na maioria dos hospitais (CATANEO et al., 2011). 8.2 OBJETIVO Detecção de microrganismos resistentes por cultura de vigilância em indivíduos infectados. 8.3 MATERIAIS 1. Placa de ágar sangue 2. Placa de ágar MacConkey 3. Placa de ágar chocolate 4. Bico de Bunsen 5. Alça de platina 6. Amostra retal 7. Estufa 8. Placa de ágar Mueller-Hinton 8.4 MÉTODOS Assim que chegou à amostra no laboratório ela foi colocada em meio de crescimento BHI, e replicou-se para as placas de ágar sangue, chocolate e MacConkey. Realizou-se a semeadura nos três meios de cultura por técnica de esgotamento. Efetuou-se a bacterioscopia da amostra retal, coletou-se uma quantidade pequena da amostra enriquecida e semeou-se sobre a lâmina. Em seguida identificou-se as placas e a lâmina como cultura de vigilância (CV). Esperou-se a lâmina secar e realizou-se o Gram para sua identificação. Avaliou- se os resultados. Colocou-se em tensão de Co2 o ágar sangue e o ágar chocolate, e incubou-se as três placas por 16 a 18 horas. Ao retirar as placas da estufa avaliou-se os crescimentos das colônias e após os dados obtidos realizou-se a 44 leitura no enterokit B e incubou-se novamente. Anotou-se os resultados obtidos. Relizou-se a leitura do antibiograma e apontou-se os resultados. 8.5 RESULTADOS A bacterioscopia com coloração de Gram apresentou bacilos Gram negativos, os três ágares apresentaram crescimento, no macconkey foi possível observar a formação de fermentadores de lactose e bacilos Gram negativos. Os resultados dos 3 conjuntos de provas do Enterokit B, obteve-se os seguintes resultados para reação da cepa investigada é positiva (+), é colocado o número correspondente. Resultados negativos equivalem ao valor 0. Tabela 9 - Identificação da bactéria através do algarismo 1ºALGARISMO 2ºALGARISMO 3ºALGARISMO Lactose 4 Urease 0 Indol 4 Gás 2 LTD 0 Lisina 2 H2S 0 MOT 0 Citrato 1 Obtendo assim o número 607, corresponde à bactéria Klesbiella oxytoca na lista de número espécie bacteriana segundo PROBAC DO BRASIL (2019). Em relação ao antibiograma a Klesbiella oxytoca se apresenta sensível aos seguintes antimicrobianos: Tabela10 - Resultados Antibiograma Klesbiella oxytoca Antimicrobiano Diâmetro do Halo (mm) Ceftriaxona 8.6 INTERFERENTES Possui como interferente a reutilização de um swab previamente contaminado (LIMA, 2016). 8.7 REFERÊNCIAS 45 CATANEO, Caroline et al. Avaliação da sensibilidade e da especificidade dos critérios para isolamento de pacientes admitidos em um hospital especializado em oncologia. Ccc, São Paulo, v. 19, n. 5, p. 1-8, 1 set. 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rlae/v19n5/pt_03.pdf. Acesso em: 10 nov. 2020. GAEDICKE, FERNANDA LIDVINA. O CONTROLE DE BACTERIAS MULTIRESISTENTES ATRAVÉS DO PROTOCOLO DE CULTURA DE VIGILÂNCIA. Campo Grande, p. 1-19, 2018. Disponível em: http://www.ciencianews.com.br/arquivos/ACET/IMAGENS/Artigos_cientificos/1 %20-%20O%20CONTROLE%20DE%20BACTERIAS.pdf. Acesso em: 10 nov. 2020. LIMA, Franciane Dantas de. CULTURA DE VIGILÂNCIA: PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO. [S. l.: s. n.], 2016. v. 2. Disponível em: http://www2.ebserh.gov.br/documents/1132789/1132848/POP+3.17_CULTURA +DE+VIGIL%C3%82NCIA.pdf/a9c8d96d-ec3b-4e4e-91d8-11b2f4a1728e. Acesso em: 23 nov. 2020. MARTINS, Andreza F. et al. CONTROLE E MONITORAMENTO DE MICRORGANISMOS MULTIRRESISTENTES. [S. l.: s. n.], 2014. 78 p. Disponível em: http://lproweb.procempa.com.br/pmpa/prefpoa/cgvs/usu_doc/controle_e_monito ramento_de_microrganismos_multirresistentes.pdf. Acesso em: 10 nov. 2020. PROBAC DO BRASIL. ENTEROKIT B. Santa Cecília: [s. n.], 2019. 3 p. Disponível em: http://www.probac.com.br/Anexos/Bulas/Identifica%C3%A7%C3%A3o/Enterokit %20B%20rev.03.pdf. Acesso em: 16 maio 2020. 46 9. HEMOCULTURA 9.1 INTRODUÇÃO A bacteremia é um processo de manifestações de micro-organismos na corrente sanguínea decorrido de doenças infecciosas. Os leucócitos removem rapidamente a maioria das bactérias que penetram na corrente sanguínea, contudo, algumas vezes, a quantidade de bactérias se apresenta elevada, impossibilitando essa rápida remoção, levando uma septicemia, que pode evoluir para um quadro letal denominado choque séptico (RUSCHEL; RODRIGUES; FORMOLO, 2016). A bacteremia é detectada pela realização de exames laboratoriais chamados hemoculturas, um importante recurso diagnóstico para determinação dos patógenos circulantes (RUSCHEL; RODRIGUES; FORMOLO, 2016), sendo capaz de detectar também infecções causadas por fungos e vírus (LAB TESTS, 2009). Isto torna a hemocultura um exame de significativo valor na detecção de infecção, possibilitando a identificação do agente etiológico e seu posterior tratamento específico (RUSCHEL; RODRIGUES; FORMOLO, 2016). As amostras são coletadas em grandes quantidades e em diferentes momentos e de veias distintas, para que o organismo seja detectado com maior facilidade em pequena e para garantir que os organismos detectados não sejam meros contaminantes (LAB TESTS, 2009). As amostras são colhidas em frascos específicos para micro-organismos aeróbicos, por isso frasco possui nutrientes para estimular seu crescimento usando o oxigênio, e também frascos para os micro-organismos anaeróbios que se desenvolvem em ambiente com pouco oxigênio. As hemoculturas são incubadas durante vários dias (LAB TESTS, 2009). De acordo com o resultado de hemoculturas positivas são escolhidos os antimicrobianos prescritos para determinado paciente. É considerada uma importante ferramenta diagnóstica de infecções hospitalares (FERRAZ JUNIOR; BONILHA, 2008). 47 9.1.1 KIT NF II para não fermentadores de glicose Na hemocultura é possível a utilização para bactérias não fermentadoras o KIT NF II PROBAC que é constituído pelos testes de oxidase, capacidade de crescimento em ágar MacConkey, utilização de glicose, maltose e lactose em meio base OF, descarboxilação de lisina e arginina (base Moeller) e liquefação da gelatina. Onde seus resultados permitem identificar a maioria dos bacilos Gram negativos não fermentadores da glicose isolados na rotina laboratorial (PROBAC DO BRASIL, 2019). Quando a oxidase se apresenta positiva a fita do esfregaço apresenta coloração rosa forte, enquanto quando o resultado é negativo não apresenta alteração na cor. No ágar Macconkey deve ser observado se há ou não crescimento de colônias. Quando ocorre a oxidação do açúcar o tubo de glicose OF com óleo apresenta cor inalterada, o de glicose OF sem óleo se apresenta amarelado na superfície, o OF maltase e OF lactose apresentam coloração amarelada de qualquer intensidade. A não utilização de glicose o tubo de glicose OF com óleo e OF sem óleo se apresentam inalterados e os tubos OF maltase e OF lactose se apresentam inalterados ou a superfície azulada. Quando a bactéria é fermentadora de glicose ela não pode ser identificada pelo kit NF II, deve ser realizada sua identificação no ENTEROKIT B. Quando ocorre a utilização de aminoácidos os testes lisina e arginina apresentam coloração purpura mais acentuada que a do controle, quando não ocorre utilização de aminoácidos eles apresentam coloração amarelada mais acentuada que o controle. A gelatinase positiva ocorre alteração do azul metálico para a o azul transparente, equanto que na gelatinase negativa não há alteração na cor (PROBAC DO BRASIL, 2019). 9.2 OBJETIVO Detectar a presença de micro-organismos como bactérias na amostra, para a identificação do micro-organismo com a utilização do KIT NF II, bem como a sua sensibilidade a antimicrobianos. 9.3 Materiais 1. Ágar sangue cultivado 48 2. Alça calibrada 3. Ágar MacConkey 4. Rugai com Lisina 5. KIT NF II 6. Ágar Muller Hinton 9.4 MÉTODOS Foi realizado a bacteroscopia pela coloração de Gram e observou-se os resultados. Inoculou-se o teste de rugai com lisina e devido ao seu resultado utilizou-se o KIT NF II. No tubo de oxidase com auxílio de uma alça de platina foi realizado um esfregaço da colônia na fita de oxidase. Inoculou-se densamente todos os meios do KIT NF II, o meio MacConkey semeou-se a superfície em estrias, os tubos de glicose OF com óleo, OF sem óleo,OF maltase e OF lactose foram inoculados por picada central, introduzindo-se a agulha até o fundo. Os tubos de controle, lisina e arginina inoculou-se com a alça, depositando-se o inóculo na parede do tubo abaixo do óleo mineral. Na gelatina (tubo Gel) pingou- se 10 gotas de salina estéril. Incubou-se os meios a 37° por 48h e anotou-se os resultados. Com base nos resultados realizou-se o antibiograma, avaliou-se os resultados. 9.5 RESULTADOS A coloração de Gram apresentou bacilos Gram negativos, rugai com lisina apresentou uma bactéria não fermentadora de glicose. No KIT NF II a oxidase apresentou resultado positivo, o ágar MacConkey apresentou crescimento de colônias, gelatina negativa, glicose com óleo, glicose sem óleo e maltose apresentaram resultados positivos, a lactose e a lisina negativos e a arginina positiva. Após a interpretação dos resultados obtidos do KIT NF II, utilizou-se o sistema numérico da PROBAC DO BRASIL (2019) para identificação da bactéria. Segundo a PROBAC DO BRASIL (2019) os 3 conjuntos de provas do KIT NF II e seus valores são: 49 Tabela 11 - Identificação da bactéria através do algarismo A B C MacConkey 2 Glicose 4 Lisina 4 Oxidase 1 Maltose 2 Arginina 2 Lactose 1 Gelatina 1 Então para reação da cepa investigada é positiva (+), é colocado o número correspondente. Resultados negativos equivalem ao valor 0. Tabela 12 - Identificação da bactéria através do algarismo A B C MacConkey 2 Glicose 4 Lisina 0 Oxidase 1 Maltose 2 Arginina 2 Lactose 0 Gelatina 0 Obtendo assim o número 362, corresponde à bactéria Pseudomonas aeruginosana lista de número espécie bacteriana segundo PROBAC DO BRASIL (2019). Em relação ao antibiograma a Pseudomonas aeruginosana se apresenta sensível aos seguintes antimicrobianos: Tabela 13- Resultados Antibiograma Pseudomonas aeruginosana Antimicrobiano Diâmetro do Halo (mm) Ceftazidima 26 Cefepime 27 Aztreonam 26 CTX 19 Amoxacilina 0 Valores de referência: 50 Figura 5 - Tabela de antibiograma de Pseudomonas ssp 9.6 INTERFERENTES Realizar a coleta em pico febril, colher amostra depois da administração de antimicrobianos, utilização de amostras refrigeradas ou transportadas em refrigeração e amostras de sangue semeadas em frascos de hemocultura vencidos, são alguns dos interferentes citados pela Lima et al. (2020). 9.7 REFERÊNCIAS FERRAZ JUNIOR, Carlos A. G.; BONILHA, Hamilton. Rotina de Hemoculturas: PROTOCOLO DE ATENDIMENTO. [S. l.: s. n.], 2008. Disponível em: https://www.saudedireta.com.br/docsupload/1340447084ccih.pdf. Acesso em: 11 nov. 2020. LAB TESTS. Hemocultura. In: LAB TESTS. Hemocultura. [S. l.], 9 nov. 2009. Disponível em: https://labtestsonline.org.br/tests/hemocultura. Acesso em: 11 nov. 2020 LIMA, Elza Gadelha et al. MANUAL DE COLETA, ACONDICIONAMENTO E TRANSPORTE DE AMOSTRAS. 5. ed. Fortaleza: SESA, 2020. 51 PROBAC DO BRASIL (SP). KIT NF II. Santa Cecília, SP: [s. n.], 2019. Disponível em: http://www.probac.com.br/Anexos/Bulas/Identifica%C3%A7%C3%A3o/Kit%20N F%20II%20-%20Rev%2003.pdf. Acesso em: 11 nov. 2020. RUSCHEL, Denise Bisol; RODRIGUES, Adriana Dalpicolli; FORMOLO, Fernanda. Perfil de resultados de hemoculturas positivas e fatores associados. Ccc, Caxias do Sul, RS, p. 1, 22 set. 2016. DOI 10.21877/2448- 3877.201600503. Disponível em: http://www.rbac.org.br/artigos/perfil-de- resultados-de-hemoculturas-positivas-e-fatores-associados/. Acesso em: 11 nov. 2020. 52 10. SECREÇÕES GERAIS 10.1 INTRODUÇÃO Basicamente a pele é composta por três camadas de tecidos: a epiderme, a derme, e a hipoderme. É uma barreira anatômica integra eficaz contra as infecções. A flora residente da pele é de baixa virulência, estável e raramente condiciona doença, no entanto quando apresenta infecções é capaz de expressa significativos sinais e sintomas, que são de auxílio fundamental na identificação de doenças (BARBOSA, 2016). As infecções de pele são afecções muito comuns, podendo variar desde quadros superficiais com cura sem sequelas a quadros graves com envolvimento progressivo e fatal (BARBOSA, 2016). O calor e a umidade facilitam a instalação de micro-organismos que levam a infecções cutâneas com relação à etiopatogenia, além disso, sabe-se que sua frequência está relacionada a fatores ambientais; a fatores individuais, dentre os quais incluem-se aqueles relacionados à baixa resistência imunológica, à falta de higiene, à predisposição genética e, também, a fatores relacionados ao grau de virulência e patogenicidade do micro-organismo (PIRES et al., 2015). Os microorganismos que colonizam a pele são os principais causadores de infecções de forma transitória e ocasional sendo eles Staphylococcus aureus, Streptococcus pyogenes, bactérias entéricas Gram negativas e Cândida albicans (BARBOSA, 2016) 10.2 OBJETIVO Avaliar e identificar a presença de micro-organismo na secreção, bem como a sua sensibilidade a antimicrobianos. 10.3 MATERIAIS 1. Ágar MacConkey 2. ENTEROKIT B 3. Ágar Muller Hinton 4. Amostra abscesso 53 10.4 MÉTODOS Foi realizado semeadura no ágar MacConkey e observou-se houve ou não a formação de colônias e sua respectiva cor. Efetuou-se bacterescopia por coloração de Gram e avaliou-se os resultados. Com os resultados obtidos foram feitos os testes do ENTEROKIT B, anotou-se os resultados obtidos e realizou-se o antibiograma e registrou-se as conclusões. 10.5 RESULTADOS O ágar MacConkey apresentou crescimento de colônias rosas, sendo assim colônias fermentadoras de glicose, na bacteroscopia foi possível observar a presença de bacilos Gram negativos. Os resultados dos 3 conjuntos de provas do Enterokit B, obteve-se os seguintes resultados para reação da cepa investigada é positiva (+), é colocado o número correspondente. Resultados negativos equivalem ao valor 0. Tabela 14 - Identificação da bactéria através do algarismo 1ºALGARISMO 2ºALGARISMO 3ºALGARISMO Lactose 4 Urease 0 Indol 0 Gás 2 LTD 0 Lisina 0 H2S 0 MOT 1 Citrato 1 Obtendo assim o número 611, corresponde à bactéria Enterobacter cloacae na lista de número espécie bacteriana segundo PROBAC DO BRASIL (2019). Em relação ao antibiograma a Enterobacter cloacae se apresenta sensível aos seguintes antimicrobianos: Tabela 15 - Resultados Antibiograma Enterobacter cloacae Antimicrobiano Diâmetro do Halo (mm) Nal 25 CTX 27 Aztreonam 30 54 Figura 5 - Tabela de antibiograma de Enterobacter cloacae 10.6 INTERFERENTES Coletar pus emergente, descontaminar a superfície das lesões ou abscessos abertos, antes da coleta do material, coletar lesões secas ou crostas e realizar a coleta de ferida de queimadura sem extensa limpeza e desbridamento da lesão, são alguns interferentes citados pela EBSERH (2016). Sulfa/trimetoprim 23 Eritomicina 0 Clindamicina 0 Nitrofurantoína 21 55 10.7 REFERÊNCIAS BARBOSA, RAFAEL RODRIGUES. ACÕES ESTRATÉGICAS PARA O CONTROLE DAS INFECÇÕES DE PELE EM CRIANÇAS NA ESTRATÉGIA SAUDE DA FAMÍLIA RECANTO DAS ÁGUAS. Montes Claros, MG, p. 1 - 24, 2016. Disponível em: https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/rafael-rodrigues- barbosa.pdf. Acesso em: 23 nov. 2020. EBSERH. PROCEDIMENTO DE COLETA DE MATERIAL PARA CULTURA. [S. l.: s. n.], 2016. Disponível em: http://www2.ebserh.gov.br/documents/220250/1649711/PROCEDIMENTO+DE +COLETA+DE+MATERIAL+PARA+CULTURA.pdf/96a17a54-fbdb-4820-9c8d- 7db3d33fb595. Acesso em: 23 nov. 2020. PIRES, Carla Avelar et al. Infecções bacterianas primárias da pele: perfil dos casos atendidos em um serviço de dermatologia na Região Amazônica, Brasil. [S. l.], v. 6, n. 2, p. 45 - 50, 16 jan. 2015. Disponível em: http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2176- 62232015000200006. Acesso em: 23 nov. 2020. PROBAC DO BRASIL. ENTEROKIT B. Santa Cecília: [s. n.], 2019. 3 p. Disponível em: http://www.probac.com.br/Anexos/Bulas/Identifica%C3%A7%C3%A3o/Enterokit %20B%20rev.03.pdf. Acesso em: 16 maio 2020. 56 11. SECREÇÃO DO TRATO RESPIRATÓRIO SUPERIOR E INFERIOR 11.1 INTRODUÇÃO Doenças respiratórias caracterizam-se como infecções que causam obstrução da passagem de ar tanto a nível do trato respiratório superior como inferior, nas quais há a obstrução da passagem do ar, tanto a nível nasal quanto a nível bronquiolar e pulmonar. E estão entre as infecções de maior índice de morbimortalidade do mundo (SILVA FILHO et al., 2017). Podem variar entre infecções agudas, como pneumonias e resfriados comuns, a infecções mais graves, como a tuberculose (SILVA FILHO et al., 2017). Infecções do trato respiratório superior compreendem doenças das vias aéreas superiores, tais como faringite, laringite, epiglotite e sinusite (ARANHA et al., 2009). Embora as infecções das vias respiratórias superiores sejam muito frequentes, elas apresentam baixo risco de vida, já as infecções das vias respiratórias inferiores são responsáveis por doenças mais graves, tais como: gripe, pneumonia, tuberculose e bronquiolite, que são os principais contribuintes para a mortalidade por infecções respiratórias agudas (SILVA FILHO et al., 2017). A microbiota normal presente são Neisseria spp., Streptococcus do grupo viridans, Corynebacterium spp.; Staphylococcus coagulase negativo. E os agentes etiológicos mais frequentemente isolados nestas infecções são Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenza, Staphylococcus aureus, Mycoplasma pneumoniae, Legionella spp., enterobactérias, e outros (LABORCLIN, 2020). As infecções respiratórias são doenças de alto contágio
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