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1 UFF – UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE Disciplina: Sociologia organizacional Nome: Polo: Paracambi Matrícula: 22213110013 AD1 – Unidade I - Atividade 1 Conforme Estival (2015), a Sociologia é caracterizada por uma análise metódica das interações sociais e dos padrões de associação, enfatizando os aspectos gerais comuns a todas as categorias de eventos sociais, os quais ocorrem nas interações de grupos entre indivíduos. Ela investiga o ser humano e o ambiente social em suas interações mútuas. Portanto, a Sociologia é a investigação e compreensão imparcial da realidade social (LAKATOS, 1982). Com o advento da Revolução Industrial, as entidades organizacionais tornaram-se centrais na sociedade, tornando-se presente em todas as áreas, como: igrejas, associações/cooperativas, clubes esportivos, escolas, organizações não governamentais, entre outras. Esse período trouxe uma transformação significativa na produção e na estrutura das sociedades. As primeiras investigações sobre organizações concentraram-se na otimização do trabalho, com pouca consideração pela influência dos fatores externos na administração das organizações. Destacaram-se nesse período os estudos de Taylor e Fayol, precursores da Teoria Clássica da Administração (DIAS, 2008). A demanda crescente por produtos manufaturados exigia uma abordagem que maximizasse a eficiência e a produtividade das indústrias. Nesse cenário, o principal objetivo era organizar o trabalho de maneira a otimizar o uso de recursos, sem considerar o bem-estar dos trabalhadores. As empresas precisavam desenvolver métodos sistemáticos para gerenciar grandes grupos de funcionários, e a padronização de tarefas tornou-se crucial para garantir a consistência e o desempenho satisfatório da organização (ESTIVAL, 2015). Segundo Estival (2015), as Teorias Clássicas da Administração, ao evidenciar predominantemente a eficiência e a produtividade, relegaram os aspectos humanos a um segundo plano, conforme foi observado. Dessa forma, esse enfoque limitado pode ser visualizado pelo contexto histórico, pelas necessidades econômicas da época, bem como pelas 2 contribuições dos principais autores contemporâneos da administração, como Frederick Taylor, Henry Fayol e Elton Mayo (ESTIVAL, 2015). Taylor, o pioneiro da Administração Científica, aplicou métodos científicos à gestão do trabalho. Por meio da observação e do estudo sistemático nos métodos de trabalho na organização, seria possível identificar a maneira mais eficiente de realizar cada tarefa. Desse modo, extrairia o melhor desempenho, uma vez que, para ele, os trabalhadores se comportavam como componentes de uma máquina maior, em que cada movimento deveria ser otimizado para maximizar a produção. O enfoque mecanicista centrava-se na padronização e na divisão do trabalho, com pouca consideração pelas necessidades emocionais ou sociais dos trabalhadores (ESTIVAL, 2015). Por outro lado, Fayol desenvolveu princípios gerais de administração que poderiam ser aplicados a qualquer tipo de organização. Ele destacou funções administrativas como planejamento, organização, comando, coordenação e controle, enfatizando a criação de uma estrutura administrativa eficiente. Embora Fayol reconhecesse a importância das relações humanas, sua teoria era mais voltada para a estrutura e os processos organizacionais do que para as necessidades individuais dos trabalhadores. Nesse panorama, a disciplina e a unidade de comando eram aspectos fundamentais, refletindo uma abordagem mais rígida e menos focada nos aspectos humanos (ESTIVAL, 2015). Ao passo que Mayo, através dos estudos de Hawthorne, propôs uma perspectiva mais humanista à administração. Seus estudos revelaram a importância dos fatores sociais e psicológicos no ambiente de trabalho. Mayo descobriu que as condições de trabalho, como a iluminação, não eram tão importantes quanto as relações humanas e a atenção que os trabalhadores recebiam. Ele destacou que o bem-estar dos trabalhadores e suas interações sociais têm um impacto significativo na produtividade. As descobertas de Mayo desafiaram a visão mecanicista das Teorias Clássicas da Administração e mostraram que a consideração dos aspectos humanos pode levar a uma maior eficiência organizacional (ESTIVAL, 2015). Portanto, como foi observado, as Teorias Clássicas da Administração surgiram em uma época em que a maximização da eficiência e da produção era essencial para o desenvolvimento econômico. Taylor e Fayol forneceram as ferramentas necessárias para gerenciar grandes 3 operações industriais de forma eficiente, entretanto suas abordagens não consideraram os aspectos humanos do trabalho. Somente com as contribuições embasadas nos experimentos de Mayo foi possível vislumbrar a importância dos fatores humanos no ambiente laboral, estabelecendo uma relação entre o bem-estar e a motivação dos trabalhadores no bom desempenho das atividades. Por isso, a integração dos aspectos humanos e sociais no estudo da Administração continua a ser um campo vital e em constante desenvolvimento, refletindo a necessidade de equilibrar eficiência organizacional com o cuidado com as pessoas. Referências bibliográficas DIAS, Reinaldo. Sociologia das organizações. São Paulo: Atlas, 2008. ESTIVAL, K.G.S.. Sociologia organizacional. Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração / UFSC; [Brasília]: CAPES: UAB, 2015. 104 p.: il. LAKATOS, Eva Maria. Sociologia geral. 4. ed. ver. e ampl. São Paulo: Atlas, 1982.