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FOFOS - THE ULTIMATE FIGHT (2)

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1 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL 
ESCOLA DE ENGENHARIA 
DEPARTAMENTO DE MATERIAIS 
 
 
 
 
TRABALHO II 
RELATÓRIO E ANÁLISE DE 
 FERROS FUNDIDOS 
 
 
MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO MECÂNICA I-b – ENG02002 
PROFº MARCELO DUARTE MABILDE SILVEIRA 
 
 
GRUPO I 
FREDERICO EGGERS 193612 
ORION DO NASCIMENTO COSTA 194676 
VINICIUS KOLANKIEWICZ 201228 
 
 Porto Alegre, 19 de Dezembro de 2012 
 
2 
 
FREDERICO EGGERS, ORION DO NASCIMENTO COSTA, VINICIUS KOLANKIEWICZ 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO E ANÁLISE DE FERROS FUNDIDOS 
 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado em 2012/2 como 
requisito parcial para obtenção de aprovação 
na disciplina de Materias de Construção 
Mecânica I do curso de Engenharia 
de Mecânica da Escola de Engenharia da 
Universidade Federal do Rio Grande do Sul 
PROFº MARCELO DUARTE MABILDE SILVEIRA 
 
 
 
 
 
Porto Alegre, 19 de Dezembro de 2012 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradecemos a oportunidade de familiarização de conteúdos de interesse na engenharia 
mecânica, bem como o apropriamento de práticas importantes para o desenvolvimento do 
raciocínio metódico e prático exigido no engenheiro contemporâneo. 
Nosso reconhecimento é voltado a nossos pais, professores Adao Felipe Oliveira Skonieski , 
Marcelo Duarte Mabilde Silveira ao técnico Wilbur Trajano Guerin Coelho e aos monitores 
Henrique Zanini Luz e Douglas Laufer Schmidt, que contribuíram no decorrer do semestre. 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
RESUMO 
O trabalho apresentado tem por objetivo registrar as análises micrográficas dos constituintes 
estruturais de determinados tipos de ferros fundidos encontrados comercialmente, a partir de 
comparações bibliográficas e do conhecimento adquirido na disciplina. Foram analisados 5 
diferentes tipos de ferros fundidos, os seguintes: coquilhado, maleável, cinzento, nodular e 
mesclado, com as devidas ampliações. 
Palavras-chave: Ferros fundidos, análise micrográfica, constituintes estruturais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
ABSTRACT 
The presented work aims to record the micrographic analysis of structural constituents of 
certain types of cast irons found commercially, from comparisons bibliographic and 
knowledge gained in the discipline. We analyzed five different types of cast irons, the 
following: chilled, soft, gray, ductile and mixed with the appropriate extensions. 
Key-words: Cast iron, micrographic analysis, structural constituents. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 1 Diagrama de equilíbrio Fe-C. ..................................................................... 10 
Figura 2 Tipos de grafita do ferro cinzento. ............................................................. 13 
Figura 3 Amostra FF35 sem grafita e com possíveis inclusões, o que é um indício de 
ferro branco. Ampliação de 100X......................................................................................... 17 
Figura 4 Amostra FF35 de ferro branco com pontos pretos de dendritas, ledeburita 
interdendrítica e cementita aculear a 100X. Ataque nital 2%. ............................................... 18 
Figura 5 Lamelas indicando perlita fina adjuntas a uma dendrita de perlita, amento de 
1000X. ................................................................................................................................. 19 
Figura 6 Grafita em veios do tipo A, em ordem caótica, e E, pequenos aglomerados 
orientados. Aumento de 100X. ............................................................................................. 20 
Figura 7 Ampliação 1000X, grafita em veios, matriz perlítica e ligeiras aparições de 
ferrita em pequenas áreas claras. Ataque nital 2%. ............................................................... 21 
Figura 8 Veios de grafita inseridos na matriz similar ao do ferro branco. Aumento de 
100X. ................................................................................................................................... 22 
Figura 9 Enfoque a 1000X do fofo mesclado com grafita na forma de veios escuros 
em matriz de fofo branco, ou seja, de ledeburita próximo a uma fenda. ................................ 23 
Figura 10 Inclusões em pontos espaçados e grafita rendilhada. ................................ 24 
Figura 11 Faixa de ferrita na periferia (esbranquiçada), e grafita esboroada envolta 
por ferrita. ............................................................................................................................ 25 
Figura 12 Ampliação de 1000X, com a grafita esboroada entre a ferrita em uma 
matriz de perlita. .................................................................................................................. 25 
Figura 13 Estrutura grafitica nodular com ampliação de 100X. ................................ 26 
Figura 14 Fofo nodular com presença de ferrita, ampliação de 100X. ...................... 27 
Figura 15 : Fofo nodular contedo grafita em nódulos em uma matriz de perlita com 
presença de ferrita, ampliação de 1000X. ............................................................................. 27 
 
 
 
 
7 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................9 
1.1 PROPOSTA DE PESQUISA ......................................................................................................... 9 
1.2 OBJETIVOS ............................................................................................................................ 9 
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................................................................................... 10 
2.1 DEFINIÇÕES ..........................................................................................................................10 
2.2 DIAGRAMA DE FASES ............................................................................................................10 
2.3 MICROCONSTITUINTES ..........................................................................................................11 
2.3.1 CEMENTITA ..................................................................................................................11 
2.3.2 PERLITA .......................................................................................................................11 
2.3.3 FERRITA.......................................................................................................................11 
2.3.4 STEADITA .....................................................................................................................12 
2.3.5 GRAFITA ......................................................................................................................12 
2.3.6 LEDEBURITA.................................................................................................................12 
2.4 CLASSIFICAÇÃO DOS FERROS FUNDIDOS .................................................................................12 
2.4.1 FERRO FUNDIDO BRANCO OU COQUILHADO ...................................................................13 
2.4.2 FERRO FUNDIDO CINZENTO ..........................................................................................13 
2.4.3 FERRO FUNDIDO MESCLADO .........................................................................................14 
2.4.4 FERRO FUNDIDO MALEÁVEL..........................................................................................14 
GRAFITIZAÇÃO: ................................................................................................................................. 14 
DESCARBONETAÇÃO:.......................................................................................................................... 14 
2.4.5 FERRO FUNDIDO NODULAR ...........................................................................................143 MATERIAL E PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ........................................................ 16 
3.1 ETAPA I ................................................................................................................................16 
3.2 ETAPA II...............................................................................................................................16 
3.3 ETAPA III .............................................................................................................................16 
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................................... 17 
4.1 FERRO FUNDIDO BRANCO (FF35) ..........................................................................................17 
4.1.1 ANÁLISE A 100X ...........................................................................................................17 
4.1.2 ANÁLISE MICROGRÁFICA ...............................................................................................18 
4.2 FERRO FUNDIDO CINZENTO (FF32) .......................................................................................19 
4.2.1 ANÁLISE A 100X ...........................................................................................................19 
4.2.2 ANÁLISE MICROGRÁFICA ...............................................................................................20 
4.3 FERRO FUNDIDO MESCLADO (FF77) ......................................................................................21 
8 
 
4.3.1 ANÁLISE A 100X ...........................................................................................................21 
4.3.2 ANÁLISE MICROGRÁFICA ...............................................................................................22 
4.4 FERRO FUNDIDO MALEÁVEL (FF145) ....................................................................................23 
4.4.1 ANÁLISE A 100X ...........................................................................................................23 
4.4.2 ANÁLISE MICROGRÁFICA ...............................................................................................24 
4.5 FERRO FUNDIDO NODULAR (FF142) ......................................................................................26 
4.5.1 ANÁLISE A 100X ...........................................................................................................26 
4.5.2 ANÁLISE MICROGRÁFICA ...............................................................................................26 
5 CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 28 
6 BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................... 29 
 
 
 
 
9 
 
1 INTRODUÇÃO 
A partir das cinco amostras fornecidas pelo laboratório de materiais, FF32, FF35, FF77, 
FF142 e FF145, foi possível visualizar as microestruturas mostradas nas aulas teóricas de 
Materiais de Construção Mecânica 1. Essas amostras estavam devidamente envolvidas por 
uma resina, o que viabilizou os procedimentos de lixamento e polimento indispensáveis antes 
da utilização do microscópio. 
Nos capítulos seguintes, inicia-se a fundamentação teórica, com toda a base conceitual 
necessária para caracterizar as peças de ferro fundido deste trabalho. Em segundo lugar, são 
apresentados procedimentos experimentais desenvolvidos no laboratório para coleta de dados 
de forma correta para uma legítima avaliação das peças em resultados e discussções, que é a 
terceira etapa. Por final, tem-se a conclusão do trabalho com as considerações e associações 
finais sobre a análise micrográfica dos ferros fundidos. 
 
1.1 Proposta de pesquisa 
Para a correta compreensão sobre as peças e identificação do tipo de ferro fundido 
presente, foi necessário ampliar sua visualização inicial de 100X. Com essa aproximação foi 
possível examinar se havia a presença de grafita e sua morfologia. Havendo grafita, 
necessitou-se de reconhecimento de seu tipo previsto na bibliografia, pois a amostra poderia 
ser de FOFO cinzento, nodular, maleável ou mesclado, enquanto que, não havendo grafita, 
poderia se tratar de um FOFO branco. 
Ampliações superiores, auxiliadas por ataque químico seletivo superficial, foram 
requeridas para investigação mais precisa das peças na comparação com o que era previsto 
pela teoria. 
 
1.2 Objetivos 
 Preparar a peça com lixamento, polimento, limpeza superficial e secagem para 
visualizar ao microscópio; 
 Classificar os ferros fundidos com ampliação de 100X; 
 Atacar com nital a superfície das peças para definir microestruturas presentes; 
 Discutir resultados. 
10 
 
 
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
2.1 Definições 
Os ferros fundidos são materiais cuja estrutura contém basicamente Ferro e Carbono 
com teores de 2,11 a 6,67% de carbono. Comercialmente são pouco encontrados com teores 
acima de 4%, devido a dureza excessiva que inviabiliza o trabalho com o material. Além 
destes constituintes, podem ser encontradas outras impurezas como Si, Mn e Cs, devido aos 
processos de obtenção a partir do ferro gusa ou de sucatas. Para visualização mais 
simplificada utiliza-se o diagrama ferro-carbono. 
 
2.2 Diagrama de Fases 
 
Figura 1 Diagrama de equilíbrio Fe-C. 
 
11 
 
 
O diagrama de fases é o auxílio visual em que constam as definições das ligas dos 
ferros fundidos a partir do teor de carbono. Para o teor de 4,3% de carbono a liga é chamada 
de eutética; para o intervalo de 2 e 4,3%, de hipoeutética; para teores acima de 4,3%, de 
hipereutética. 
 
2.3 Microconstituintes 
Dependendo do processo de fabricação, os ferros fundidos apresentam diferentes 
constituintes, como os apresentados a seguir: 
 
2.3.1 Cementita 
Microestrutura que consiste em carbonetos de ferro (Fe3C), possuindo 6,67% de 
carbono. Possui elevada dureza e resistência, e menor ductilidade. Sua estrutura é cristalina 
ortorrômbica e, quando atacada por solução de 2% de Nital, apresenta coloração escura. 
Aparece em conjunto com a ferrita na microestrutura chamada perlita, crescendo a partir do 
contorno de grão austenítico. 
 
2.3.2 Perlita 
Formada por uma mistura eutetóide de duas fases, ferrita e cementita, produzida a 723 
ºC quando a composição é de 0,8 %. Sua estrutura está constituída por lâminas alternadas de 
ferrita e cementita, sendo a espessura das lâminas de ferrita superior ao das de cementita, estas 
últimas ficam em relevo depois do ataque com ácido nítrico. A perlita é mais dura e resistente 
que a ferrita, porém mais branda e maleável que a cementita. Apresenta-se em forma laminar, 
reticular e globular. As lamelas claras são compostas por ferrita e as escuras são compostas 
por cementita. 
 
2.3.3 Ferrita 
A ferrita consiste em uma solução sólida intersticial, ou seja, é uma solução na qual os 
átomos de carbono estão dissolvidos nos interstícios do ferro-α, cúbico de corpo centrado, 
12 
 
com carbono variando de 0,008 % (a 0 ºC) até um máximo de 0,022 % (a 727 ºC), subsistindo 
até 912 ºC. 
Essa fase apresenta como características a estrutura, na forma de grãos poligonais 
irregulares, pela baixa dureza (devido à baixa quantidade de carbono, não sendo possível 
sofrer endurecimento por tratamento térmico), baixa resistência mecânica e boa ductilidade. 
Após sofrer o ataque com o reativo, aparece em cor esbranquiçada com finos contornos pretos 
na leitura do microscópio. 
 
2.3.4 Steadita 
Steadita é um componente eutético composto por partículas esféricas de Fe3P 
espalhadas em pequenos aglomerados de ferrita saturada de fósforo. Ela é encontrada em 
áreas interdendríticas, formando segregações quando o teor de fósforo é elevado. 
2.3.5 Grafita 
A grafita é o componente principal encontrado nos ferros fundidos maleável, cinzento, 
nodular, vermicular e mescladocom distribuição específica para cada tipo. Ela é constituída 
por carbono livre. 
2.3.6 Ledeburita 
É uma mistura eutética em um ferro fundido que contém 95,7% de ferro e 4,3% de 
carbono constituido de austenita e cementita em equilibrio metaestável. Um resfriamento 
continuado provoca a decomposição da austenita (abaixo de 723°C) em ferrita e cementita 
(perlita) sobre um fundo de cementita, como resultado da reação eutetóide. Morfologicamente 
a ledeburita se apresenta na forma de bastonetes ou tubos de perlita numa matriz de cementita. 
 
2.4 Classificação dos ferros fundidos 
 Após a apresentadas as estruturas envolvidas neste trabalho, é possível distinguir os 
exemplares dos ferros fundidos analisados como branco(ou coquilhado), cinzento, mesclado, 
maleável e nodular. A obtenção destes diferentes tipos é devida basicamente ao tempo de 
resfriamento e de encharcamento de cada um. 
 
13 
 
2.4.1 Ferro Fundido Branco ou Coquilhado 
É um material cujo carbono se forma, junto ao ferro, como carboneto de ferro, dando 
origem à sua superfície de fratura clara altamente dura e resistente ao desgaste. 
Consequentemente, ao ferro branco atribui-se baixa usinabilidade. Essas características estão 
ligadas as estruturas obtidas no resfriamento do ferro, as quais são dendritas de perlita 
anexadas a áreas de ledeburita. 
 O elemento Silício é adicionado no seu processo de fabricação, e determina fatores 
importantes como espessura do molde metálico na fundição, temperatura de vazamento e 
profundidade da camada coquilhada do material. 
No ambiente fabril, o ferro coquilhado pode ser empregado em rolos de laminação, 
bolas de moagem e cabeças de britadores. 
 
2.4.2 Ferro Fundido Cinzento 
Os ferros cinzentos são definidos pela presença de grafita inserida em matrizes de 
ferrita, perlita ou de cementita. Essa grafita, ainda que profícua na absorção de vibrações, é 
uma grande concentradora de tensões e demanda um acréscimo de elementos ligantes para 
melhorar a resistência à corrosão, à ruptura e à temperatura principalmente. Conforme a 
ASTM e a AFS (American Foundry Society), a grafita é disposta em 5 tipos apresentados na 
Figura 2. 
 
Figura 2 Tipos de grafita do ferro cinzento. 
 
 Tipo A -veios orientados ao acaso (irregular) 
 Tipo B –veios radiais (rosetas) 
 Tipo C –veios retos, normalmente de grandes dimensões (desigual e irregular) 
 Tipo D –veios pequenos e curtos agrupados preenchendo o espaço interdendrítico 
(orientados ao acaso). 
 Tipo E –veios orientados segundo o espaço interdendrítico (orientados). 
14 
 
Em comparação ao Ferro branco, o cinzento possui boa usinabilidade devido a menor 
dureza da grafita e uma famosa aplicação se dá na confecção de blocos de motor. 
2.4.3 Ferro Fundido Mesclado 
O Ferro mesclado tem a temperatura de resfriamento ajustada e a adição de elementos 
controlada durante a fabricação, resultando em uma superfície com tubos de perlita inseritos 
em matriz de cementita, ou seja, de ledeburita, e veios de grafita em áreas não periféricas. 
Com essa configuração é possível concatenar alta dureza superficial e baixa fragilidade no 
mesmo material. 
2.4.4 Ferro Fundido Maleável 
 É obtido a partir do ferro fundido branco, através do processo de maleabilização que 
pode ser por descarbonetação ou grafitização. A maleabilização acrescenta significativa 
resistência ao choque e a tração, podendo também aumentar a ductilidade e a tenacidade. Se o 
ferro fundio maleável for reaquecido a uma temperatura maior que 800°C por pelo menos 20 
horas, a cementita se decompõe formando grafita rendilhada circundada por uma matriz de 
ferrita ou perlita. Podemos ter de FoFo Maleável de Núcleo Preto ou FoFo Maleável Núcleo 
Branco. 
Grafitização: Nesse processo toda a cementita se decompõe em ferrita e grafita. Onde a 
grafita se apresenta em forma de nódulos rendilhados ou esboroados que dão a característica 
maleável do material. A peça é posta em um recipiente que proporciona um ambiente inerte e 
aquecido por um longo período de tempo. O aspecto de fratura do material é escuro, portanto, 
sendo chamado de FoFo Maleável de Núcleo Preto ou FoFo Maleável Americano. 
Descarbonetação: O carbono é eliminado do ferro fundido branco por oxidação junto à 
periferia da peça para onde se migra por difusão. Para realizar este procedimento o material é 
acondicionado em recipiente contendo material oxidante e após é realizado um aquecimento 
que pode atingir mais de 900°C. O aspecto de fratura do material é escuro, portanto, sendo 
chamado de FoFo Maleável de Núcleo Branco ou FoFo Maleável Europeu. 
2.4.5 Ferro Fundido Nodular 
 Adicionando-se magnésio ou cério ao fofo cinzento, antes da fundição, faz com que a 
grafita se forme em nódulos esféricos e não em veios. Essa grafita esferoidal é produzida 
através da solidificação com controles rigorosos da composição química e dos processos de 
fabricação. 
15 
 
 São necessários diversos processos para a obtenção desse tipo de ferro fundido, como: 
dessulfuração e desoxidação através da adição de soda cáustica e magnésio; nodularização e 
inoculação para promover nucleação heterogênea da grafita. 
 À medida que a liga se resfria, os nódulos crescem pela adição do carbono rejeitado 
pela austenita. Dependendo da velocidade de resfriamento, a matriz que circunda as partículas 
ou nódulos pode consistir de perlita ou de ferrita. 
16 
 
 
3 MATERIAL E PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 
 
O Laboratório de Caracterização de Materiais (LACAR) forneceu as cinco amostras 
com diferentes tipos de ferros fundidos previamente lixados e embutidos. Foram dadas as 
intruções do professor Marcelo Duarte Mabilde Silveira e começaram-se as etapas de 
identificação. 
3.1 Etapa I 
Foram recebidas cinco amostras, fez-se o polimento e então começou uma varredura 
pelo corpo de prova, no microscópico a 100X e sem ataque, afim de identificar os tipos de 
estruturas grafíticas presentes nos ferros fundidos. 
3.2 Etapa II 
Foi pego cada amostra e realizado o ataque químico, para aferir as estruturas presentes 
em cada uma das amostras, em microscópio. A ampliação visual era dependente do tipo e 
tamanho de estrutura presente, variando para cada tipo de amostra até a identificação 
completa do que estava presente. 
3.3 Etapa III 
Classificar cada corpo de prova a partir da presença ou ausência de grafita: a ausência 
indica a possibilidade do fofo ser do tipo branco; de acordo com o tipo de grafita: cinza, 
maleável, nodular e pelo tipo de matriz: hipoeutético, eutético e hipereutético. 
 
17 
 
 
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 
 
Esta seção é dedicada principalmente a identificação das estruturas presentes nos 
ferros fundidos. As amostras foram devidamente lixadas e polidas para a leitura dos 
resultados. 
4.1 Ferro Fundido Branco (FF35) 
4.1.1 Análise a 100X 
Nesta ampliação é possível distinguir áreas escuras que não são de grafita, logo pode 
se tratar de um ferro branco, o que pode ser comprovado à ampliações maiores. A superfície 
do material foi varrida ao microscópio e manteve-se a premissa do ferro branco ao eliminar-se 
a do mesclado pela ausência de grafita. 
 
Figura 3 Amostra FF35 sem grafita e com possíveis inclusões, o que é um indício de ferro 
branco. Ampliação de 100X. 
 
 
18 
 
4.1.2 Análise Micrográfica 
A aproximação a 100X da mesma amostra atacada apresentou possíveis dendritas de 
perlita resultantes da transformação da austenita nessa estrutura representada pelas manchas 
ordenadas escuras. Há também presença de cementita nas áreas brancas aculeares, 
característicos do ferro hipereutético ao contrário da anterior, que se trata de um hipoeutético. 
Esta ambiguidade é explicada pela solidificação da austenita formada no ponto eutético, 
resultando então em cementita em áreas de ledeburita sem os glóbulos de austenita. 
 
Figura 4 Amostra FF35 de ferro branco com pontos pretos de dendritas, ledeburitainterdendrítica e cementita aculear a 100X. Ataque nital 2%. 
 
Foi necessária uma ampliação de 1000X para visualização de estruturas 
interdendríticas. O resultado é representado na Figura 5, a seguir, com dentritas de perlita. 
 
 
 
 
 
19 
 
 
Figura 5 Lamelas indicando perlita fina adjuntas a uma dendrita de perlita, amento de 1000X. 
 
4.2 Ferro Fundido Cinzento (FF32) 
4.2.1 Análise a 100X 
A amostra FF32, ao microscópio sem reagente químico, indicou veios escuros 
classificados como grafita. Conforme a norma da AFS, são encontrados dois tipos dessa 
grafita no material, sendo A, veios irregulares em ordem caótica, e E, veios orientados no 
espaço interdendrítico. A disposição em veios é característica do ferro fundido cinzento. 
20 
 
 
Figura 6 Grafita em veios do tipo A, em ordem caótica, e E, pequenos aglomerados 
orientados. Aumento de 100X. 
 
 
4.2.2 Análise Micrográfica 
Atacou-se a amostra e ampliou-se a 1000X. Assim, tornaram-se nítidas estruturas de 
ferrita em pequenas quantidades, de grafita nos veios escuros e de perlita nas áreas lamelares 
e acinzentadas de matriz. 
21 
 
 
Figura 7 Ampliação 1000X, grafita em veios, matriz perlítica e ligeiras aparições de ferrita em 
pequenas áreas claras. Ataque nital 2%. 
 
Com essas estruturas identificadas, concluiu-se que a amostra FF32 é um ferro 
cinzento de matriz hipoeutetoide. 
4.3 Ferro Fundido Mesclado (FF77) 
4.3.1 Análise a 100X 
Inicialmente, o ferro FF77 foi ampliado a 100X e não foi encontrada grafita, porém, 
numa varredura de toda a superfície, foram encontrados veios de grafita próximos a trincas 
na amostra. Assim, surigiu o indício de ferro fundido mesclado. 
22 
 
 
Figura 8 Veios de grafita inseridos na matriz similar ao do ferro branco. Aumento de 100X. 
 
4.3.2 Análise Micrográfica 
A ampliação a 1000X indicou matriz de ledeburita com ataque químico e os veios de 
grafita desordenados, de acordo com a Figura 9. 
23 
 
 
Figura 9 Enfoque a 1000X do fofo mesclado com grafita na forma de veios escuros em matriz 
de fofo branco, ou seja, de ledeburita próximo a uma fenda. 
 
Assim, concluiu-se a amostra FF77 como ferro mesclado, pela matriz de ferro branco 
com aparições de grafita. 
 
4.4 Ferro Fundido Maleável (FF145) 
4.4.1 Análise a 100X 
A ampliação a 100X indicou grafitas rendilhadas e algumas inclusões no ferro 145. 
Através desse tipo degrafita é possivel dizer com certeza que o ferro fundido é do tipo 
maleável, como pode ser visto na Figura 10. 
 
24 
 
 
Figura 10 Inclusões em pontos espaçados e grafita rendilhada. 
 
 
 
4.4.2 Análise Micrográfica 
Após o ataque, em uma ampliação de 100X, observamos o processo de maleabilização 
por descarbonetação parcial, devido a faixa de ferrita na periferia da peça. Por esse motivo 
sabemos se tratar de um ferro fundido maleável de núcleo branco, ou também chamado de 
europeu. Também é possível ver grafita rendilhada está envolta por ferrita. 
25 
 
 
Figura 11 Faixa de ferrita na periferia (esbranquiçada), e grafita esboroada envolta por ferrita. 
 
 
 
Figura 12 Ampliação de 1000X, com a grafita esboroada entre a ferrita em uma matriz de 
perlita. 
 
 
26 
 
4.5 Ferro Fundido Nodular (FF142) 
4.5.1 Análise a 100X 
Micrografia de ferro fundido nodular sem ataque seletivo apresentando nódulos 
esférios distribuidos aleatóriamente pela matriz. 
 
Figura 13 Estrutura grafitica nodular com ampliação de 100X. 
 
 
4.5.2 Análise Micrográfica 
Podemos observar nódulos de grafita e ferrita na Figura 14. 
 
27 
 
 
Figura 14 Fofo nodular com presença de ferrita, ampliação de 100X. 
 
 
Figura 15 : Fofo nodular contedo grafita em nódulos em uma matriz de perlita com presença 
de ferrita, ampliação de 1000X. 
 
 
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5 CONCLUSÃO 
 
A identificação de um ferro fundido se dá principalmente pelo tipo de grafita que nele 
se manifesta e, não havendo grafita, é necessária uma visualização mais aproximada para 
averiguar se é coerente sua classificação como ferro branco. Muitos podem ser aferidos com 
uma análise em microscópio com ampliação de 100X e sem ataque com exceção do ferro 
fundido branco que tem uma estrutura similar a ligas de aço, alumínio, titânio, sendo 
necessário ataca-lo quimicamente para observação das estruturas presentes, no caso do fofo 
branco, principalmente a ledeburita. 
Através das análises metalográficas, deduções e comparações identificamos cinco 
tipos de ferros fundidos distintos sendo eles: branco, cinzento, mesclado, maleável e nodular. 
A amostra FF32 é um ferro fundido cinzento com veios do tipo A e E em uma matriz 
perlítica. 
A amostra FF35 é um ferro fundido branco, pois continha ledeburita, estrutura típica 
desse tipo ferro fundido. 
A amostra FF77 é um ferro fundido mesclado, contendo ledeburita e ligeiras 
aparições de veios de grafitas. 
A amostra FF145 é um ferro fundido maleável por descarbonetação, onde é possível 
ver que nas bordas há uma camada de ferrita, mostrando de fato que o ciclo de maleabilização 
é por descarbonetação. Mas a característica principal é a presença de nódulos esboroados de 
grafita em seu interior. 
A amostra FF142 é um ferro fundido nodular, apresenta grafita com morfologia 
arredondada com matriz perlítica. 
 
 
 
 
 
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6 BIBLIOGRAFIA 
CHIAVERINI, Vicente. Aços e ferros fundidos. São Paulo: Associação Brasileira 
dos Metais, 1982. 
 
COLPAERT, Hubertus. Metalografia dos produtos siderúrgicos comuns. São 
Paulo: Edgard Blücher Ltda, 1997. 
 
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