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Câncer de Mama Profª: Elaine Abidoral Saúde da Muher - 2025 22 Câncer de Mama É o tipo de câncer mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil,( depois do de pele não melanoma) , com 74 mil casos novos previstos por ano até 2025. O câncer de mama também acomete homens, porém é raro, representando apenas 1% do total de casos da doença. Definição É originado por uma multiplicação exagerada e desordenada de células, que formam um tumor. O tumor é chamado de maligno quando suas células têm a capacidade de originar metástases, ou seja, invadir outras células sadias à sua volta. 3 Definição O câncer de mama apresenta-se como tumor de consistência dura de limites mal definidos, de tamanho que pode variar de 1cm até vários cm de diâmetro de acordo com o tempo de evolução. Pode estar com a mobilidade preservada, aderido a pele ao gradil costal ou em ambos. 4 Incidência • O câncer de mama tem maior incidência no sexo feminino. • Idade a partir dos 35 anos com prevalência maior após os 50 anos. • No Brasil, é o câncer de maior acometimento entre as mulheres,tendo o maior índice de morbimortalidade para esta população. 5 Tipos de Câncer de Mama De acordo com o Ministério da Saúde ( 2019), existe uma variedade muito grande de tipos histológicos e moleculares de carcinomas de mama in situ e invasor. O mais comum, é o ductal(in situ) que representa 70 a 80% , seguidos pelo carcinoma lobular com cerca de 5 a 15% e pelos outros tipos histológicos. 6 Anatomia da mama 7 PPA Fonte:http://www.radioinmama.com.br/posicionamentomama.html 8 Ação dos hormônios • Estrógeno e Progesterona – hormônios que promovem o crescimento (endométrio, ductos mamários) – Tecidos • Progesterona – Estimula o crescimento dos lóbulos mamários • Os ductos são formados por duas camadas de células : • Internamente – células luminais – luz dos ductos - • Externamente – células mioepiteliais , por fora, comprime para a saída do leite. 9 Ação dos hormônios 10 Fatores de risco hormonais e reprodutivos • Primeira Menstruação com menos de 12 anos • Menopausa Tardia( após 55 anos) • Nuliparidade • TRH por mais de 5 anos • Uso de contraceptivos orais ( estudos controversos ) • Primeira gravidez após os 30 anos 11 Fatores Genéticos/Hereditários • História familiar de câncer de ovário • Casos de câncer de mama na família(mulheres) principalmente antes dos 50 anos • História familiar de câncer de mama em homens, CA de pâncreas, Ca de próstata metástatico • Mulheres com diagnóstico histopatológico de lesão mamária proliferativa com atipia ou neoplasia lobular in situ. • Alteração genética , especialmente nos genes BRCA 1 e BRCA 2 12 Fatores de risco Ambientais e Comportamentais • Obesidade e Sobrepeso após menopausa • Avançar da idade • Consumo de bebidas alcoólicas • Inatividade Física - Sedentarismo • Exposição frequente a radiações ionizantes(radioterápia, mamografia, RX ) • Tabagismo( controverso) 13 Prevenção CA Mama • Controle dos fatores modificáveis e na promoção de fatores de proteção • Prática de atividades físicas, manter peso ideal, alimentação saudável, evitar ou reduzir bebidas alcoólicas • Diagnósticos precoce (sintomáticos) e Rastreamento( assintomáticos) 14 Quadro clínico: Sinais e Sintomas • Assintomática • Nódulo(endurecido, fixo e geralmente indolor) • Nódulos nas axilas ou cervical • Alteração de coloração, retraída ou parecida com casca de laranja • Alteração na textura • Secreção do mamilo ou mudança na forma 15 MAPL 1616 Sinais e Sintomas • Tumor mamário (80% são percebidos pela própria mulher) • Dor mamária (10% tem dor) • Derrame papilar (secreções sanguinolentas ou claras com aspecto de “água de rocha” são preocupantes) 17 Sinais e Sintomas • Ulceração • Eritema difuso • Aumento do tamanho da mama • Aspecto de “casca de laranja” MAPL 17 http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.ibchelp.org/peaudorange.jpg&imgrefurl=http://farmacia.com.pt/index.php?name=News&file=article&sid=3193&h=307&w=400&sz=9&hl=pt-BR&start=9&tbnid=S7T0pkoUeZ6NmM:&tbnh=95&tbnw=124&prev=/images?q= http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.ibchelp.org/peaudorange.jpg&imgrefurl=http://farmacia.com.pt/index.php?name=News&file=article&sid=3193&h=307&w=400&sz=9&hl=pt-BR&start=9&tbnid=S7T0pkoUeZ6NmM:&tbnh=95&tbnw=124&prev=/images?q= 18 Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-38635173 1919 Diagnóstico • Auto conhecimento das mamas • Exame clínico das mamas • Mamografia • Ultra-sonografia • Exame histopatológico • Exame citológico (PAAF), (punção aspirativa com agulha fina). • Ressonância Magnética CA de Mama Rastreamento Mulheres de 50 a 69 anos – Mamografia- uma vez a cada dois anos 20 21 A faixa etária e a periodicidade de realização do exame para o rastreamento de mulheres de risco habitual assintomáticas é controversa na literatura médica e vários órgãos governamentais e sociedades médicas possuem sua própria recomendação. Fonte:https://facina.com.br/rastreamentol BI- RADS Houve uma padronização dos laudos mamográficos, e foi adotado como consenso o modelo BI-RADS®, (Breast Imaging Reporting and Data System), publicado pelo Colégio Americano de Radiologia (ACR) e traduzido pelo Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR) para o Brasil. Orientando,o médico, quanto à conduta a ser tomada de acordo com achados mamográficos: negativos, benignos, provavelmente benignos, suspeitos e altamente suspeitos. 22 BI- RADS O objetivo é padronizar a nomenclatura dos laudos, que devem possuir conclusão diagnóstica e propor conduta, ressaltando que a mamografia deve sempre ser precedida pelo exame físico e comparada com exames anteriores. Esse sistema utiliza categorias de 0 a 6 na descrição dos achados dos exames radiológicos e prevê recomendação de conduta para cada categoria. 23 24 Modelo BI-RADS™ (Breast Imaging Reporting and Data System) Quadro 1 – Categorias BI-RADS® (quarta edição, 2003). 0- Inconclusivo Exame adicional (ultra-sonografia ou compressão localizada) 1- Benigno exame negativo, Nenhuma alteração. Controle anual a partir dos 40 anos 2 –Benigna alguma alteração na mamografia, mas que as características da lesão permitem afirmar que ela é benigna. Controle anual a partir dos 40 anos 3 - Provavelmente benigno. Repetir em seis meses (eventualmente biópsia) 4 -Alguma alteração, que pode ser um câncer, dividida em 3 sub-categorias de acordo com o risco de câncer: (A, B, C) .BI-RADS 4A – baixa suspeita de malignidade – 2 a 10% de risco de câncer. BI-RADS 4B – com moderada suspeita de malignidade – 11 a 50% de risco de câncer.BI-RADS 4C, com elevada suspeita de malignidade – 51 a 95% de risco de câncer. Suspeito. Biópsia 5 - Provavelmente maligno > 75% Biópsia 6 - Lesão já biopsiada e diagnosticada como maligna, mas não retirada ou tratada 100%. Estadiamento O estadiamento do câncer de mama segue as normas TNM da American Joint Cancer Control, segundo o tamanho do tumor (T), o comprometimento do linfonodo regional (N),e a presença ou não de metástase(M) a distância. 25 Estadiamento Quando as categorias T, N e M são agrupadas em combinações pré-estabelecidas, formam-se os estádios que, geralmente, variam de 0 a IV, com subclassificações A, B e C, em alguns estádios. 26 Estadiamento • Estádio 0: “Pré-câncer” ou carcinoma in situ. • Estádio I: Tumor inicial, menos de 2 cm, sem linfonodos comprometidos. • Estádio II: Tumor maior que 2 cm, com ou sem envolvimento de linfonodos. • Estádio III: Tumor de tamanho considerável (geralmente maior que 5 cm), envolvimento de linfonodos. • Estádio IV: Espalhamento do câncer para outros órgãos (pulmões, fígado, ossos, etc.). 27 Receptores Hormonais Positivos • Luminal A -receptor de estrogenio/progesterona (crescimento mais lento) • Luminal B - pode ou nãoter progesterona, pode ter Her2 positivo, crescimento mais rápido • Her 2 (fator de crescimento na membrana), • Triplo negativo, não há receptores ou fator crescimento, (mais agressivo). • Verificados através de imuno-histoquímica, é identificado pela coloração do núcleo da célula. • Oncotype – Exame mais específico , caro, que identifica os genes do tumor, capacidade de multiplicação, avaliação da necessidade de quimioterapia. 28 Tratamento Cirurgias para a remoção do tumor: Quadrantectomia para tumores de até 4 cm. Axilectomia (retirada do linfonodo-sentinela (1º da rede linfática que drena o tumor). Mastectomia radical. 29 Esvaziamento axilar • Os linfonodos são como centros de filtragem: eles ajudam a capturar e destruir patógenos (como vírus e bactérias) e células anormais (como as cancerígenas). Quando um linfonodo está comprometido, significa que ele foi afetado por uma infecção ou metástase. Nessa situação, é necessário verificar a extensão do problema para decidir se outros linfonodos precisam ser retirados. 30 Esvaziamento Axilar • Quando invade vasos linfáticos – Filtro – entra no Linfonodo até crescer e avançar o primeiro acometido – Linfonodo Sentinela • Biopsia – identifica acometimento • Se invade corrente sanguínea – Ossos, cérebro,fígado, pulmão( metástase) 31 Linfonodo Sentinela • Corante injetado próximo a aréola e este colore o linfonodo atingido • Líquido radioativo – ( administrado na medicina nuclear) faz o mesmo trajeto dos linfonodos – Gama Prob – emite sinal • Retira-se somente o comprometido – complementa com radioterapia – evita-se o esvaziamento axilar total - 32 Complicações esvaziamento axilar • Linfedema – edema no braço • Exposição a infecção • Diminuição sensibilidade( risco de lesão nervos) • Risco de fibrose de veias e vasos, diminuem a elasticidade, sensação de choque 33 Tratamento Linfedema • Observar aumento circunferência do membro • Atentar a queixas, • Fisioterapia precoce • Malhas de compressão • Controle de peso • Não retirar cutículas • Evitar punções e aferições de pressão 34 35 36 Tratamento • Radioterapia: Para tratamento conservador, radical (pós ou pré- operatório) e paliativo (alívio de sintomas). • Quimioterapia: Para reduzir o tumor, aplicada em ciclos de 6 a 7 sessões com intervalos de 21 dias.Hormonioterapia: Uso de antagonistas do estrogênio, como o tamoxifeno, para tratar câncer de mama ER positivo. • Reconstrução Mamária: Procedimento para restaurar a forma da mama após a mastectomia, com técnicas de implantes ou uso de tecidos autólogos. 37 Efeitos colaterais da Quimioterapia Leucopenia e plaquetopenia(depressão medular). Hematúria (nefrotoxidade). Diminuição dos reflexos e parestesia(depressão do SN). Náusea, vômito, diarréia e anorexia. Alopécia (lesão do bulbo-piloso) e exantema .Alteração da visão. Cefaléia. 38 Sobrevida Se o tumor está limitado à mama, sem comprometer linfonodos ou outras estruturas, a sobrevida (chance da paciente estar viva após terem passado) em 5 anos é de 97%. Se houver comprometimento de linfonodos regionais, esta taxa é de 78%. Em doença avançada com a doença presente de locais distantes do tumor primário, a sobrevida em cinco anos chega a 23%. 39 Exame Clinico das Mamas - ECM • É o exame realizado por um profissional de saúde treinado e autorizado para avaliar as mamas. Pode ser um médico ou uma enfermeira. • Várias técnicas de exame físico são descritas na literatura médica, mas todas incluem os componentes: inspeção das mamas, palpação das mamas e linfonodos. Fio Cruz – 2019 Exame Clinico das Mamas - ECM • A mulher deve estar sentada confortavelmente, voltada para o profissional que estará fazendo o exame. • A mulher deve estar despida da cintura para cima, mas usando um avental que lhe proporcione privacidade até que o exame comece. Fio Cruz – 2019 Exame Clinico das Mamas - ECM Inspeção Estática A inspeção é feita pelo examinador enquanto a mulher mantém os braços posicionados ao longo do corpo. Inspeção Dinâmica 1. A inspeção é feita enquanto a mulher eleva os braços acima da cabeça, o que promove a visualização das partes inferiores das mamas. Inspeção 2 é feita enquanto a mulher está com as mãos na cintura, fazendo pressão. Isto contrai o músculo peitoral e pode salientar alterações sutis na mama Fio Cruz – 2019 43 http://ultramed.com.br/noticiasc.php?cod=150 Fonte: http://ultramed.com.br/noticiasc.php?cod=150 44