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MONITORIA DE IMUNOLOGIA 2024/1 MONITORAS: BETHÂNIA TELES E PAULA SANTOS REVISÃO IMUNIDADE A MICROORGANISMOS 1.Mecanismo imune inato para prevenir a infecção viral das células A. Interferonas do tipo I (IFN-α, IFN-β) B. Linfócitos T citolíticos CD8+ C. Anticorpos D. Células natural killer (NK) 2. Mecanismo imune adaptativo para erradicar uma infecção viral estabelecida A. Interferonas do tipo I (IFN-α, IFN-β) B. Linfócitos T citolíticos CD8+ C. Anticorpos D. Células natural killer (NK) 3.Mecanismo imune inato para erradicar células infectadas por vírus A. Interferonas do tipo I (IFN-α, IFN-β) B. Linfócitos T citolíticos CD8+ C. Anticorpos D. Células natural killer (NK) 4. Mecanismo imune adaptativo para prevenir uma infecção viral A. Interferonas do tipo I (IFN-α, IFN-β) B. Linfócitos T citolíticos CD8+ C. Anticorpos D. Células natural killer (NK) 5. Alguns vírus evadem a imunidade mediada por linfócitos T citotóxicos (CTL) expressando moléculas que possuem qual das seguintes ações? A. Inibição do transportador de peptídios TAP B. Inibição da proteólise da cadeia invariante C. Estimulação da atividade do proteassomo D. Ativação de fatores reguladores imunes (IRFs) E. Inibição da produção de IL-5 6.A proteção contra infecções bacterianas extra-celulares, como estafilococos, e fungos ex-tracelulares, como Candida, é, em parte, mediada por qual tipo de células T? A. Linfócitos T citotóxicos (CTLs) B. Células Th1 C. Células Th2 D. Células Th17 E. Células T reguladoras (Tregs) GABARITO IMUNIDADE A MICROORGANISMOS 1- RESPOSTA: A. Uma das principais respostas da imunidade inata que pode prevenir a infecção viral é a produção de interferonas (IFNs) do tipo I, que são secretadas por vários tipos celulares em resposta ao RNA de dupla fita, interagindo com receptores endossomais do tipo Toll, ligação de ssRNA a receptores citoplasmáticos do tipo Rig e ligação de dsDNA a sensores citosólicos de DNA. As IFNs do tipo I induzem um estado antiviral nas células, o que as torna resistentes à replicação viral no hospedeiro. 2- RESPOSTA: B. Uma vez infectadas por vírus, as células produzem proteínas citoplasmáticas que são processadas e apresentadas pela via do MHC de classe I. Os linfócitos T citotóxicos CD8+ reconhecem complexos MHC de classe I-peptídios virais na superfície das células infectadas e matam essas células. O mecanismo de killing leva à apoptose, o que garante a degradação do DNA viral, bem como do DNA da célula hospedeira. 3- RESPOSTA: D. As células NK são células efetoras da imunidade inata que podem matar células infectadas por mecanismos semelhantes aos dos linfócitos T citotóxicos (CTLs). No entanto, eles são ativados por receptores diferentes dos CTLs e são inibidos por receptores que se ligam ao MHC de classe I em outras células. Os vírus têm a capacidade de evadir a detecção por CTLs, inibindo a expressão do MHC de classe I na superfície de suas células hospedeiras. Quando isso ocorre, as células NK podem fornecer um mecanismo de defesa de segurança porque são ativadas por células hospedeiras que não possuem expressão normal do MHC de classe I. 4- RESPOSTA: C. Os anticorpos podem neutralizar os vírus antes que eles infectem as células. A imunidade conferida por muitas vacinas antivirais é devido aos anticorpos. 5- RESPOSTA: A. O killing de células infectadas com vírus pelos CTLs requer a apresentação de complexos peptídio viral-complexo principal de histocompatibilidade (MHC) de classe I na superfície da célula. A via de apresentação de antígenos pelo MHC de classe I, que gera os complexos MHC de classe I-peptídio, depende do transportador TAP. O TAP bombeia peptídios citosólicos, gerados pelo proteassomo, para o retículo endoplasmático (RE), em que se ligam a moléculas do MHC de classe I recém-traduzidas. Muitos vírus carregam genes que codificam inibidores de diferentes partes da via do MHC de classe I, incluindo o transportador TAP, o proteassomo e outros. A proteólise da cadeia invariante é necessária para a via de apresentação de antígenos pelo MHC de classe II. A ativação de IRFs aumentaria a imunidade mediada por CTLs pela regulação positiva da expressão do MHC de classe I. A IL-5 não influencia a atividade dos CTLs. 6- RESPOSTA: D. Os microrganismos extracelulares podem ser facilmente mortos após a ingestão por neutrófilos. As respostas Th17 aumentam as respostas neutrofílicas à infecção pela secreção de IL-17, que aumenta a produção de neutrófilos na medula óssea e induz a produção do fator de necrose tumoral (TNF) que, por sua vez, aumenta a expressão de quimiocinas e de moléculas de adesão, aumentando o recrutamento de neutrófilos para os locais de infecção. REVISÃO AUTOIMUNIDADE E DOENÇAS AUTOIMUNES 1.A falha da autotolerância é a causa de qual dos seguintes tipos de doenças? A. Rejeição ao aloenxerto B. Autoimunidade C. Atopia D. Anergia E. Acne 2. Qual das alternativas a seguir é uma doença autoimune não específica do órgão (sistêmica): a) Myasthenia gravis. b) Lúpus eritematoso sistêmico (LES). c) Tireoidite de Hashimoto. d) Anemia perniciosa. e) Diabetes mellitus insulino-dependente. 3. A seleção de autoantígenos de células B respondentes é indicada por: a) Uma configuração de linha germinativa do anticorpo. b) Anticorpo de alta afinidade. c) Expressão de um ideótipo público. d) Uma resposta de anticorpo monoclonal. 4. Qual das seguintes respostas está incorreta? A autoimunidade pode surgir quando: a) Antígenos exógenos apresentam reação cruzada com o autoantígeno. b) Antígenos exógenos apresentam reação cruzada com idiotipos próprios. c) As células B são estimuladas com ativadores policlonais. d) As células T regulatórias são estimuladas. e) Ocorre o desequilíbrio das citocinas. 5. Uma diferença entre distúrbios autoimunes órgão- específicos e não órgão-específicos é que: a) Apenas em doenças autoimunes órgão- específicas há uma maior incidência em mulheres. b) Associações com HLA são vistas apenas na autoimunidade não órgão-específica. c) Os autoanticorpos circulantes reagem com os componentes normais do corpo apenas em doenças autoimunes órgão-específicas. d) É apenas em doenças autoimunes órgão- específicas que os testes de autoanticorpos têm valor diagnóstico. e) Apenas em doenças autoimunes não órgão-específicas que os anticorpos antinucleares são uma característica frequente. GABARITO AUTOIMUNIDADE 1-: B→ A autoimunidade é uma reação imune contra antígenos próprios (autólogos). Para que essa reação ocorra, os mecanismos normais de tolerância devem falhar. A rejeição ao aloenxerto é uma reação imune contra antígenos alogênicos, não autólogos. Atopia é o nome para doenças alérgicas que são causadas por respostas imunes mediadas por IgE e mastócitos a antígenos estranhos. Acne é uma infecção dos folículos pilosos da pele e foi incluída como opção por começar com a letra “a”; não é uma doença autoimune. 2- B→ Lúpus eritematoso sistêmico (LES): Doença autoimune sistêmica. Afeta múltiplos órgãos e sistemas, incluindo pele, articulações, rins, cérebro, e outros. 3- B→ Quando uma célula B reconhece um autoantígeno, ela pode passar por processos de seleção negativa, onde células que reconhecem autoantígenos com alta afinidade são eliminadas ou inativadas para prevenir autoimunidade. No entanto, se essas células B não são adequadamente eliminadas, elas podem continuar a se desenvolver e produzir anticorpos de alta afinidade contra autoantígenos. 4- D→ As células T regulatórias são estimuladas: Esta é a resposta incorreta. As células T regulatórias (Tregs) são essenciais para manter a tolerância imunológica e prevenir autoimunidade. Sua função é suprimir respostas imunes excessivas ou inadequadas. A estimulação das células T regulatórias normalmente previne ou reduz a autoimunidade, não a promove. 5- E → Anticorpos antinucleares são uma característica frequente e útil nodiagnóstico de doenças autoimunes não órgão-específicas, como o lúpus eritematoso sistêmico. REVISÃO IMUNOLOGIA DOS TRANSPLANTES 1. As respostas imunes alogênicas levam à rejeição do enxerto. Qual das seguintes opções melhor define uma resposta imune alogênica no transplante de ser humano para ser humano? A. Uma resposta imune inata montada por um indivíduo contra células ou tecidos transplantados derivados de um indivíduo não relacionado B. Uma resposta imune adaptativa montada por um indivíduo contra células ou tecidos transplantados derivados apenas de um indivíduo não relacionado C. Uma resposta imune adaptativa montada por um indivíduo contra células ou tecidos transplantados derivados de um indivíduo geneticamente não idêntico D. Uma resposta imune inata ou adaptativa montada por um indivíduo contra células ou tecidos transplantados derivados de um indivíduo geneticamente não idêntico E. Uma resposta imune adaptativa montada por um indivíduo contra células ou tecidos transplantados derivados de um indivíduo geneticamente idêntico 2. Que tipo de moléculas são o alvo mais frequente das respostas imunes alogênicas contra órgãos transplantados e por quê? A. Moléculas de adesão endotelial, pois estão presentes nos vasos sanguíneos dos órgãos enxertados, onde os linfócitos do doador podem interagir com eles B. Antígenos leucocitários humanos (HLA), pois são as proteínas mais polimórficas nos órgãos C. Lipídios, pois atravessam facilmente as membranas dos linfócitos D. Proteínas citosólicas polimórficas, pois são prontamente processadas em peptídios que podem se ligar a moléculas do MHC de classe I E. Antígenos de grupos sanguíneos, pois são expressos em todas as hemácias e células endoteliais 3. Um rim é transplantado para um paciente com insuficiência renal devido a diabetes e, dentro de 15 minutos após o estabelecimento do suprimento sanguíneo do receptor para o enxerto, o enxerto fica pálido e para de funcionar. A análise microscópica do enxerto com falha mostra a morte das células devido à falta de fluxo sanguíneo (“necrose isquêmica”). Qual é a causa mais provável dessa falha do enxerto? A. Rejeição aguda devido à estimulação das células B e T do receptor, específicas para aloantígenos do enxerto B. Rejeição crônica, com estreitamento dos vasos sanguíneos do enxerto por células musculares lisas vasculares e tecido fibroso C. Uma conexão cirúrgica com extravasamento entre os vasos sanguíneos do enxerto e do receptor D. Rejeição hiperaguda, com trombose (coagulação) dos vasos sanguíneos do enxerto devido a anticorpos previamente formados no receptor, específicos para moléculas de HLA do receptor E. Danos ao enxerto devido ao diabetes do paciente 4. Qual das seguintes opções é uma descrição correta do reconhecimento direto de moléculas alogênicas do complexo principal de histocompatibilidade (MHC) por células T de receptores do enxerto? A. As células T do receptor reconhecem moléculas de MHC solúveis do doador liberadas a partir das células do enxerto B. As células T do receptor reconhecem peptídios derivados das moléculas de MHC alogênicas que estão ligadas às próprias moléculas de MHC do receptor nas células apresentadoras de antígeno do receptor C. As células T do receptor reconhecem moléculas de MHC alogênicas intactas em células do enxerto, sem a necessidade de processar essas proteínas de MHC em peptídios e apresentá-las em moléculas do MHC próprias D. Células T do doador no enxerto reconhecem peptídios do receptor ligados a moléculas de MHC do receptor E. As células T do receptor atuam como células apresentadoras de antígenos para as células T do doador 5- Anticorpos específicos para esse grupo sanguíneo encontrados em uma pessoa com sangue tipo A A. A B. B C. O D. RhD E. AB 6- Grupo sanguíneo de um doador de hemácias que pode ser transfundido para receptores de qualquer tipo sanguíneo ABO sem uma reação transfusional anti-ABO A. A B. B C. O D. RhD E. AB 7- Grupo sanguíneo de uma pessoa cujas hemácias só podem ser transfundidas para uma pessoa com o mesmo grupo sanguíneo A. A B. B C. O D. RhD E. AB GABARITO IMUNOLOGIA DOS TRANSPLANTES 1- RESPOSTA: C. As respostas imunes alogênicas ocorrem contra moléculas que são diferentes entre o doador do enxerto e o receptor do enxerto. Dentro das espécies, as diferenças moleculares são, em grande parte, devido a diferenças genéticas (i. e., polimorfismos de genes que codificam as mesmas moléculas). Diferentemente dos gêmeos idênticos, todos os humanos, incluindo outros membros da família, têm muitas variantes diferentes (i. e., alelos) de genes que codificam as mesmas proteínas. Essas diferenças são detectadas pelo sistema imune adaptativo em receptores de enxerto e estimulam respostas imunes alogênicas. O sistema imunológico inato não reconhece diferenças alogênicas. 2- RESPOSTA: B. Os genes que codificam moléculas de HLA, que incluem proteínas do complexo principal de histocompatibilidade (MHC) de classe I e classe II, são os genes mais polimórficos do genoma, com milhares de alelos diferentes na população. Portanto, respostas alogênicas contra proteínas HLA são mais prováveis de ocorrer do que contra qualquer outro tipo de moléculas, incluindo moléculas de adesão endotelial ou proteínas citosólicas. Como as moléculas de HLA estão presentes nas membranas das células endoteliais do enxerto, elas também são facilmente vistas pelos anticorpos e células T do receptor. As diferenças nos antígenos dos grupos sanguíneos entre doador e receptor são rastreadas, e o transplante entre indivíduos com incompatibilidade de grupos sanguíneos raramente é realizado. 3- RESPOSTA: D. O rápido desenvolvimento de necrose isquêmica no enxerto é diagnóstico de rejeição hiperaguda, sempre causada por anticorpos contra antígenos endoteliais do enxerto já circulantes no receptor antes do transplante. Os anticorpos preexistentes podem ser anticorpos naturais contra antígenos de grupos sanguíneos, se o doador e o receptor forem de tipos sanguíneos incompatíveis, ou anticorpos anti-HLA, se o receptor teve gestações anteriores ou recebeu transfusões ou transplantes no passado. A rejeição aguda requer que as células T e B do receptor sejam ativadas ao longo de vários dias. A rejeição crônica leva meses para se desenvolver. Danos aos rins devido ao diabetes levam anos para se desenvolver. 4-RESPOSTA: C. Muitas células T em qualquer indivíduo podem reconhecer e ser ativadas por moléculas de MHC alogênicas intactas, sejam ou não os peptídios ligados ao MHC alogênico polimórficos e diferentes dos peptídios próprios. Isso pode ser considerado uma reação cruzada de células T que normalmente reconheceriam peptídios microbianos ligados ao MHC próprio. A alta frequência de células T que podem reconhecer diretamente o MHC alogênico é uma das razões pelas quais as respostas de células T alogênicas são tão frequentes e fortes em receptores de enxerto. O reconhecimento alogênico indireto do MHC, descrito na resposta B, também ocorre em receptores de enxerto. 5- RESPOSTA: B. As pessoas produzem anticorpos naturais para grupos sanguíneos que não expressam. As pessoas do tipo A fazem anti-B, as pessoas do tipo B fazem anti-A, as pessoas do tipo O fazem tanto anti-A quanto anti-B, e as pessoas do tipo AB não fazem nem anti-A nem anti-B. 6- RESPOSTA: C. Os doadores do grupo O não têm antígeno A ou B em suas hemácias e, portanto, anticorpos anti-A ou anti-B pré-formados em qualquer receptor não se ligarão ou causarão lise das células do doador. 7- RESPOSTA: E. O sangue AB só pode ser transfundido em pessoas sem anticorpos anti-A ou anti-B, que são apenas pessoas do tipo AB IMUNOLOGIA DOS TUMORES 1. Qual das seguintes afirmações sobre as respostas imunes adaptativas ao câncer é verdadeira? A. As respostas das células T ocorrem apenas quando os cânceres abrigam vírus oncogênicos B. Asrespostas de anticorpos ocorrem apenas quando o câncer está abrigando um vírus oncogênico C. As respostas das células T e das células B geralmente ocorrem em pacientes com formas comuns de câncer, mas essas respostas imunes geralmente são ineficazes para interromper a progressão do câncer D. Em pacientes com formas comuns de câncer, geralmente ocorrem respostas de células T, que normalmente são eficazes em interromper a progressão do câncer E. Não há evidência de células T ou respostas de anticorpos ocorrendo em tumores humanos sem imunoterapia 2. Qual das seguintes descrições de respostas de células T a antígenos tumorais está correta? A. A maioria das respostas antitumorais de células T é específica para peptídios mutantes ligados a moléculas do MHC de classe II B. A maioria das respostas de células T a tu-mores é específica para proteínas de superfície de células tumorais não mutadas, mas superexpressas C. Pacientes com câncer cujos tumores têm cargas de mutação relativamente altas são menos propensos a montar respostas antitumorais eficazes de células T D. A maioria das respostas antitumorais de células T em pacientes com câncer é específica para mutações, que contribuem para o fenótipo maligno do câncer, incluindo mutações em oncogenes celulares e genes supressores de tumor E. A maioria das respostas antitumorais de células T em pacientes de câncer é específica para proteínas celulares mutadas aleatoriamente, que não contribuem para o fenótipo maligno do câncer 3. Uma patologista analisa um cólon ressecado com carcinoma e determina que o tumor penetrou profundamente na parede do cólon. Além disso, há um número maior de células T CD8+ dentro e ao redor do câncer em comparação com a maioria dos cânceres de cólon analisados dessa maneira. Qual é o significado do achado de células T? A. Pior prognóstico B. Melhor prognóstico C. Não há correlação com o prognóstico D. Maior probabilidade de responder à terapia com anti-PD-1 E. Paciente com probabilidade de desenvolver autoimunidade 4. Qual das alternativas a seguir é uma descrição correta dos fármacos bloqueadores de pontos de controle usados na imunoterapia tumoral?] A. Proteínas de fusão de Ig solúveis que contêm os domínios extracelulares de moléculas inibidoras de células T B. Anticorpos monoclonais bloqueadores específicos para IL-2, o fator de crescimento de células T C. Pequenas moléculas inibidoras de JAK quinases envolvidas na ativação de citocinas de células T D. Anticorpos monoclonais bloqueadores específicos para moléculas de células T que normalmente inibem a ativação das células T E. Anticorpos monoclonais bloqueadores específicos para moléculas de células T que normalmente aumentam a ativação das células T 5. Qual das seguintes opções NÃO é uma característica dos receptores antigênicos quiméricos (CARs; do inglês, chimeric antigen receptors) usados na terapia de células CAR-T para cânceres? A. Reconhecimento de antígenos restrito ao MHC B. Domínios de sinalização do receptor coes-timulador C. Motivos ITAM D. Domínios variáveis de Ig para ligação ao antígeno E. Expresso por vetores virais GABARITO - IMUNOLOGIA DOS TUMORES 1- RESPOSTA: C. Respostas imunes adaptativas específicas para antígenos produzidos por células tumorais podem ser detectadas em muitos pacientes com câncer, mas essas respostas po-dem, muitas vezes, não ser eficazes em interromper a progressão do tumor sem intervenção terapêutica que aumente essas respostas. 2-RESPOSTA: D. As células cancerosas são geneticamente instáveis e, ao longo do tempo, acumulam um grande número de mutações aleatórias, a maioria das quais não é mutação “oncogênica” relevante para o comportamento maligno do câncer. A maioria das respostas de células T contra tumores parece ser específica para peptídios derivados dessas proteínas mutantes, ligadas a moléculas do MHC de classe I ou de classe II. De fato, quanto maior o número de mutações, maior a probabilidade de haver respostas antitumorais efetivas de células T, embora sejam mais claramente vistas no contexto de pacientes que recebem imunoterapia de bloqueio de ponto de controle (checkpoint). 3- RESPOSTA: B. A presença de um número relativamente alto de CTLs CD8+ e de células Th1 CD4+ dentro e ao redor de cânceres de cólon ressecados está correlacionada com um melhor prognóstico após a cirurgia, e acredita-se que isso reflita respostas antitumorais de células T mais eficazes contra células tumorais residuais no paciente. Surpreendentemente, a presença de alto número de células T não se correlaciona com a resposta à terapia de bloqueio de ponto de controle, e a maioria dos pacientes com câncer de cólon não responde à terapia anti-PD-1. 4- RESPOSTA: D. Os bloqueadores de ponto de controle se ligam e bloqueiam a função de moléculas inibidoras das células T, como PD-1 e CTLA-4. O resultado é a inibição dos inibidores, ocasionando maior ativação das células T antitumorais. Os fármacos listados em todas as outras opções inibiriam os ativadores das células T e, assim, inibiriam as respostas antitumorais das células T. 5- RESPOSTA: A. Ao contrário dos receptores antigênicos endógenos de células T, os CARs contêm domínios variáveis de cadeia pesada e leve de Ig clonados a partir de genes de anticorpos, e não são restritos ao MHC. IMUNODEFICIÊNCIAS PRIMÁRIAS E ADQUIRIDAS 1.Todos os itens a seguir podem resultar em imunodeficiência adquirida, EXCETO: A. Desnutrição B. Tratamento com corticosteróides C. Câncer disseminado D. Defeito hereditário na maturação de células B E. Infecção pelo vírus da imunodeficiência huma-na (HIV) 2. Qual das seguintes opções NÃO está tipicamente associada à maioria das imunodeficiências de células T? A. Câncer B. Infecção viral C. Autoimunidade D. Infecção por microrganismos intracelulares E. Infecção por bactérias piogênicas 3. Mutações no gene que codifica qual das se-guintes proteínas estão mais provavelmente associadas com aumento da suscetibilidade a infecções intracelulares oportunistas, como por micobactérias atípicas, mas não a microrganismos extracelulares, como Candida e estafilococos? A. IL-4 B. IL-17 C. Proteína da integrina CD11a D. Receptor de interferona-g E. Cadeia pesada de Ig 4. Defeito na maturação das células B no estágio de célula pré-B causado por mutações no gene que codifica a tirosina quinase da célula B (BTK), resultando em níveis indetectáveis de Ig sérica A. Agamaglobulinemia ligada ao X B. Síndrome de hiper-IgM ligada ao X C. Síndrome linfoproliferativa ligada ao X D. Deficiência do MHC 5. A progressão da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) para a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) se deve mais diretamente a qual dos seguintes eventos? A. Perda de células T CD4+ para números insuficientes para prevenir infecções B. Redução dos níveis séricos de IgG para níveis insuficientes para prevenir infecções C. Aumento da quantidade de vírus no sangue D. Perda de peso E. Redução em CTLs CD8+ específicos para o HIV 6. Qual dos seguintes eventos NÃO é uma explicação válida para o motivo pelo qual os pacientes não conseguem erradicar as infecções pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV)? A. O HIV não estimula uma resposta de CTLs CD8+ B. A taxa de mutação do HIV é alta, levando à evasão do reconhecimento imunológico C. Um reservatório de células infectadas de maneira latente, invisíveis ao sistema imunológico, é estabelecido rapidamente após a infecção D. As células T CD4+ são destruídas, prejudicando a resposta imune ao vírus 7. Quais moléculas de superfície das células T estão diretamente envolvidas na infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV)? A. CD4 e CD25 B. CCR5 e CD25 C. CD3 e CD4 D. CD8 e CCR5 E. CD4 e CCR5 GABARITO IMUNODEFICIÊNCIAS 1- RESPOSTA: D. Um defeito hereditário na maturação das células B é, por definição, uma imunodeficiência primária,não uma imunodeficiência adquirida. Em particular, anormalidades no desenvolvimento e função dos linfócitos B resultam em produção deficiente de anticorpos e aumento da suscetibilidade à infecção por microrganismos extracelulares. Em contraste, desnutrição, tratamento com corticosteroides, câncer disseminado e infecção pelo HIV resultariam em imunodeficiências adquiridas ou secundárias. A administração de corticosteroides para criar intencionalmente um estado imunossupressor, como no tratamento de doenças inflamatórias ou na prevenção da rejeição de aloenxertos teciduais, é chamada imunossupressão iatrogênica. 2- RESPOSTA: E. As imunodeficiências de células B, mas não de células T, estão associadas ao aumento da incidência de infecção por bactérias piogênicas. Em contraste, o aumento da incidência de câncer é mais frequentemente observado em imunodeficiências de células T porque as células T são críticas para a vigilância contra vírus oncogênicos e os tumores que eles causam. Defeitos na imunidade mediada por células ocasionam infecção por vírus e outros microrganismos intracelulares. Curiosamente, certas imunodeficiências estão associadas ao aumento da incidência de autoimunidade; o mecanismo para esse fenômeno pode refletir uma deficiência de células T reguladoras que normalmente servem para manter a autotolerância. 3- RESPOSTA: D. Deficiências hereditárias em moléculas necessárias para a imunidade celular Th1/interferona-γ levam à defesa seletivamente prejudicada contra microrganismos que vivem dentro de fagócitos, como espécies micobacterianas. Esses distúrbios são chamados suscetibilidade mendeliana à doença micobacteriana e são causados por mutações em genes que codificam cadeias de IL-12, receptor de IL-12, receptor de interferona, STAT1 e outros. Deficiências em IL-4 não foram descritas. Espera-se que deficiências em IL-17, no desenvolvimento de células B, como ocorreriam com mutações da cadeia pesada de Ig, e defeitos em integrinas aumentariam a suscetibilidade a infecções microbianas extracelulares, como Candida e estafilococos. 4- RESPOSTA: A. A BTK é necessária para a sinalização do receptor de células pré-B e maturação de células pré-B para células B imaturas. Em mulheres portadoras do gene BTK mutado em um cromossomo X, todas as células B que amadurecem inativaram o cromossomo X que carrega o alelo mutante; assim, esses indivíduos não apresentam um fenótipo clínico. Esta doença, chamada agamaglobulinemia ligada ao X, é efetivamente controlada por injeções de pools de gamaglobulina. 5- RESPOSTA: A. A AIDS é mais frequentemente diagnosticada com base no achado de uma contagem de células T CD4+ abaixo de 200 células/mm3 e certas infecções oportunistas. A incidência de infecções e outras manifestações da AIDS, incluindo câncer, perda de peso e encefalopatia, aumenta significativamente quando a contagem de células T CD4+ no sangue cai, o que reflete uma perda ainda maior de células T nos órgãos linfoides. 6- RESPOSTA: A. Os pacientes infectados com HIV geralmente montam uma forte resposta inicial de células T CD8+ contra os antígenos virais e uma resposta de anticorpos a vários antígenos do HIV. No entanto, pelas razões apresentadas nas outras escolhas, essas respostas não são suficientes para erradicar as infecções. 7- RESPOSTA: E. O HIV infecta as células T CD4+ por um mecanismo que envolve a ligação da proteína gp120 do envelope do HIV ao CD4, seguida por alterações conformacionais na gp120, promovendo a ligação do CCR5. A importância do CCR5 é indicada pelo fato de que raros indivíduos que não possuem CCR5 são resistentes à infecção pelo HIV.