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RESUMO Introdução ao Estudo do Direito

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Introdução ao Estudo do Direito
Capítulo I
A Disciplina Introdução ao Estudo do Direito
O que é a Introdução ao Estudo do Direito (IED)?
Conceito e Natureza
	“É uma matéria, ou um sistema de conhecimentos, que tem por escopo fornecer uma visão global ou panorâmica que trata do fenômeno jurídico, propiciando uma compreensão de conceitos jurídicos comuns a todas as disciplinas do currículo do curso de direito e introduzindo o estudante e o jurista na terminologia técnico- jurídica”.
										Maria Helena Diniz
	Extrai-se que IED, embora ciência enquanto sistema de conhecimento logicamente ordenado, não é uma ciência por faltar-lhe objeto próprio de estudo. Trata-se, destarte, de disciplina do curso de Direito. Deve ser entendida como disciplina autônoma, pois desempenha função exclusiva, que não se confunde com a de qualquer outra. A matéria abordada pela IED é comum a outras disciplinas e ciências, portanto, sua autonomia é de natureza meramente didática.
Característica
Propedêutica: Por tratar-se de disciplina preliminar (preparatória).
Enciclopédica: Por abarcar conhecimentos de ciências diversas, em relevo Filosofia do Direito, Ciência do Direito, Sociologia Jurídica, História do Direito, Sociologia, Filosofia, História, et alli.
Crítica: Não está presa ao dogmatismo puro, a IED provoca no estudante o raciocínio crítico e valorativo acerca do assunto (visão zetética)
Compilatória: se aproveita de conhecimentos de outras disciplinas e ciências , compilando-as em uma só ( a IED)
Objeto
Os conceitos gerais do Direito (usados em todos os ramos do Direito)
Os conceitos específicos do Direito (usados em ramos específicos do Direito)
Os lineamentos da técnica jurídica ( procedimentos para elaboração, interpretação das normas jurídicas)
Finalidade
Informar e preparar o estudante para poder sem maiores dificuldades, circular e se comunicar neste país para ele até então desconhecido, o Direito.
As Outras Disciplinas Jurídicas
	O que concerne (DIZ RESPEITO) “as outras disciplinas jurídicas” trata-se, em verdade, do Direito sob novos primas. A saber: Ciência do Direito, Filosofia do Direito e Sociologia do Direito, tidos como fundamentais (é imprescindível a utilização destas para uma análise do fenômeno jurídico) e História do Direito e Direito Comparado, tidos como auxiliares. 
Ciência do Direito (Dogmática Jurídica)
	Pode ser conceituado por Ciência do Direito, Dogmática Jurídica ou Jurisprudência.
	“A Ciência do Direito é sempre ciência de um Direito positivo, isto é, positivado no espaço e no tempo, como experiência efetiva, passada ou atual”.
				Miguel Reale
	Esta visão não contempla concepções axiológicas das leis ou contemplações de ótica social, apenas descreve e sistematiza o Direito.
	Problemas da Dogmática Jurídica: A visão que ela oferece não é suficiente para revelar o conhecimento geral do Direito, pois o Direito não decorre apenas das Leis e de sua análise pura e fria mas do seu significado , da importância de sua função social.
Filosofia do Direito( tem um viés secundário, pois para atuar, seria necessário a análise da Ciência do Direito)
	Enseja uma reflexão, uma carga axiológica e questionamento acerca do Direito. Segundo Miguel Reale, indaga sobre pressupostos lógicos da Dogmática Jurídica e seus métodos de pesquisa (Epistemologia Jurídica) e afronta questões no que tange valores e fins que norteiam o homem na experiência jurídica (Deontologia Jurídica). 
Objeto da filosófica do Direito: a lógica.
Para alguns estudiosos é a única disciplina capaz de avaliar criticamente o Direito, ela se coloca acima de todas as demais.
Sociologia do Direito
	“É a disciplina que examina o fenômeno jurídico do ponto de vista social, a fim de observar a adequação da ordem jurídica aos fatos sociais”.
			Paulo Nader
História do Direito
Estuda os fatos do passado com objetivo de desvendar os porquês do presente.
O objeto dessa disciplina são os institutos jurídicos que nasceram do decorrer da história.
Essa pesquisa histórica na órbita jurídica recorre sempre as fontes do Direito( Leis, Direito costumeiro e além de tudo que passa orientar na compreensão do fenômeno jurídico, mesmo que não esteja dentro dele juridicamente.)
Direito Comparado
Tem o escopo o estudo comparativo de ordenamentos jurídicos de diferentes Estados, com o propósito de revelar novas conquistas alcançadas em determinado ramo do Direito e que podem orientar os operadores do Direito.
Busca sempre o aproveitamento, por um Estado de experiência jurídica de outro, exigindo, para isso, uma perfeita e lógica adequação dos institutos e teorias trazidas com a realidade da sociedade.
Teoria Geral do Direito
	Cabe a Teoria Geral do Direito:
	 “Estabelecer os elementos formais, essenciais e comuns a qualquer norma jurídica, independente de seu conteúdo, bem como formular os conceitos jurídicos fundamentais, indispensáveis ao raciocínio jurídico”.
									Paulo Dourado de Gusmão
Capítulo II
Noções Básicas do Direito
A Importância do Direito
	Por tratar-se o homem de um ser político, segundo Aristóteles, lhe é de todo impossível sobreviver fora da pólis . São Tomás de Aquino enumerou três hipóteses de exceção:
Mala Fortuna: Infortúnio. (por uma má sorte, alguém fica isolado em lugar afastado da sociedade em que estão as pessoas acostumadas a viver, ex: naufrágio)
Corruptio Naturae: Alienação mental. (Aqui há uma corrupção da natureza, ou seja, um desvio de conduta da ‘’normalidade’’ do que a sociedade considera ‘’normal’’. Os autistas são um exemplo, vivem no meio social fisicamente, entretanto, mentalmente vivem em um mundo próprio.) 
Excellentia Naturae: Elevação espiritual. ( Aqui a vida fora da sociedade se dá por vontade própria , com o intuito de ficar, o optante, espiritualmente acima de seus semelhantes. Ex: Monges e budistas)
	Faz-se mister( é imprescindível) considerar a purgação (encarceramento) como um elemento de exceção, muito embora esta não seja proposta por São Tomás de Aquino.
	Purgação: Aqui há uma prática delituosa cometida por um indivíduo, que ofende a sociedade a tal ponto que ela própria expurga-o, afastando-o, temporariamente, do convívio social.
	É importante ressaltar que nada disso é comum, viver em sociedade é comum. É na sociedade que o homem encontra o ambiente propício ao seu pleno desenvolvimento.
	A racionalidade humana, comprovou a indispensável necessidade de, para viver em sociedade de uma forma possível e harmônica, criar regras que disciplinassem as sãs inter-relações.
	A interação social, outra nuance de suma importância à pólis, dá-se por três formas: a cooperação, a competição e o conflito. O Direito regula as três formas de interação social.
		Na cooperação as pessoas estão movidas por um mesmo objetivo e por isso conjugam seu esforço. Na competição há uma disputa, uma concorrência, em que as partes procuram obter o que almejam, uma visando a exclusão da outra, mas sempre dentro do que é considerado as regras do jogo. O conflito se faz a partir do impasse, quando os interesses em jogo não se resolvem de forma amigável e as partes recorrem a uma disputa moral ou física, ou simplesmente buscam a intervenção de um terceiro mediador, que normalmente é o poder Judiciário.O Direito atua em todas as formas de interação supramencionadas, no conflito ela atua em dois momentos: um preventivo, o de evitar o conflito, estabelecendo regras que informam o que se pode e o que não se pode fazer, o outro repressivo dando solução no caso de existência de um conflito concreto , aplicando as sanções cabíveis.
	Ubi homminis, ib societas, ubi societas, ib jus. (Onde está o homem, está a sociedade, onde está a sociedade está o Direito). ( a recíproca é verdadeira.)
Para Reale, o Direito é um fenômeno social, por isso só existe dentro da sociedade, não pode ser concebido fora dela. Portanto, uma das características da realidade jurídica é sua socialidade, a sua qualidade de ser social.
Segundo Nader, ‘’a sociedade sem o Direito seria anárquica,teria o seu fim. O Direio é a grande coluna que sustenta a sociedade, criado pelo homem para corrigir sua imperfeição.
Conceito, Objeto e Finalidade do Direito
Conceito
	“O sistema de normas coercitivas que rege o agir social do homem, objetivando a Justiça e o Bem Comum”.
										Armando Carvalho	
Objeto
	O objeto de estudo do Direito são as normas jurídicas.
Finalidade
	A finalidade específica do Direito é a Justiça e a finalidade acessória é o Bem Comum.
Multiplicidade e Unidade do Direito
	O Direito é único (Unidade), não obstante ( apesar disso) existem dicotomias e ramos do Direito (Multiplicidade), entrelaçados entre si.
Natureza e Cultura (o Dado e o Construído)
	Para Miguel Reale, existem duas realidades: a realidade natural e a realidade humana, cultural ou histórica. O dado é tudo aquilo que o homem encontra pronto na natureza, o construído é o termo que é empregado para indicar aquilo que se acrescenta à natureza, visando a atingir determinado fim. ( Leis morais, jurídicas, sociais, religiosas)
Fatores Naturais ( ficam dentro do ‘’ mundo natural’’, são determinados pelo reino da natureza, que exercem grande influência sobre a vida do homem)
Fatores Geográficos:
Clima	Taxa de fecundidade
Recursos Naturais	Monopólio estatal de prospecção de recursos minerais
O Território		Soberania nacional
Fatores Demográficos
Países de grande população incentivam a emigração já os países de pequena população incentivam a entrada de gente em seu território.
Fatores Antropológicos
Constituição física e mental, tendências de cada raça que influenciam o fenômeno social.
Fatores Culturais ou Históricos ( Ficam dentro do mundo do construído)
Fator Econômico ( a economia é religada fortemente pelo Direito)
Invenções (modificam a ordem social, o que vai intervir diretamente nas regras estabelecidas) ex : troca de trabalhador por máquina( mudança na legislação trabalhista)
Moral ( a moral empresta valores ao Direito)
Religião (afeta indiretamente o fenômeno jurídico. A lei civil admite, por exemplo, afeitos jurídicos ao casamento religioso aqui no BRA) 
Ideologia – (Diversos movimentos como o nacionalismo , o capitalismo impõem suas ideias para a formulação de regras de determinada sociedade.)
Educação (é através da educação que um país muda sua realidade social)
Política ( é ponto chave para a organização de qualquer Estado)
Nota-se que é com o apoio da natureza que a cultura surge e se desenvolve, ou seja, esta necessita daquela para existir
Acepções da Palavra Direito
	“A ordenação bilateral atributiva das relações sociais, na medida do bem comum”.
									Miguel Reale
	Existem outras acepções para o vocábulo Direito, tais quais:
Sentido Etimológico: Advém do latim directus (que não tem inclinação) e do verbo dirigere (ordenar).
Sentido de Ciência (ver Epistemologia Jurídica) – (‘’Eu sou professor de Direito’’)
Sentido Axiológico (ver Axiologia Jurídica) –(‘’Eu estudo direito, quer dizer que ele estuda de maneira correta’’.)
Sentido de Norma (ver Dogmática Jurídica) - 
Sentido de Ordenamento Jurídico (ver Teoria do Sistema Jurídico)
Sentido de Faculdade (ver Teoria dos Direitos Subjetivos) – (‘’Tenho o direito à indenização’’, ele possui o direito subjetivo, a faculdade de agir ou não.)
Sentido de Fato Social (ver Sociologia Jurídica) – (‘’O direito trazido no Código Penal brasileiro está ultrapassado’’) – direito nessa expressão está no sentido de fato social
Teoria Tridimensional do Direito
	Segundo Miguel Reale toda experiência jurídica pressupõe três elementos, a seguir:
O fato: Elemento fático, de caráter sociológico.
O valor: Fundamento axiológico.
A norma: Elemento jurídico
	Extrai-se que o fenômeno jurídico tem uma realidade “fático-axiológico-normativo”.
A exclusão de qualquer um deles significa a inexistência do Direito.
Portanto, Miguel Real definiu o Direito como ‘’ realidade histórico-cultural tridimensional, ordenada de forma bilateral atributiva’’ 
A teoria da Bilateralidade Atributiva estabelece que o Direito só existe quando há uma relação entre duas ou mais pessoas (Bilateralidade), estabelecida de forma proporcional, gerando direitos e obrigações e resultando, assim, na possibilidade de pretender (atributividade), sustentada também, pela objetividade e coercibilidade da norma.
Capítulo III
Correntes do Pensamento Jurídico
Introdução
	São teorias epistemológico-jurídicas pautadas na Ciência do Direito.
Jusnaturalismo
	 É a corrente tradicional do pensamento que estabelece o Direito natural como o verdadeiro Direito,aquele que nasce com o homem ou mesmo antes dele.Tem como características:
Universalidade
Perpetualidade
Imutabilidade
Indispensabilidade
Inolvidabilidade
Unidade
Obrigatoriedade
Necessidade
Validez
	A lei natural é imutável em seus princípios e imanente à natureza humana, e independe da vontade do legislador. Não obstante, a maioria dos princípios do Direito Natural estão recepcionadas nas legislações dos regimes democráticos por exigência da natureza do homem e da sociedade.
Para os defensores dessa teoria, o direito natural foi sempre superior ao direito positivo, como sendo absoluto e universal por corresponder à natureza humana. 
Com o passar dos tempos , na modernidade, a concepção do direito natural pautada na divindade foi, paulatinamente, substituída por outra que pautava seus fundamentos na razão humana. O direito natural passou de objetivo para subjetivo.
Única corrente que propicia ao homem a condição de questionar a Justiça ou não das regras estatais em vigor.
	O Positivismo
	O positivismo jurídico é espécie jurídica do gênero positivismo sendo, por este modo, a projeção do positivismo filosófico na seara do Direito.
O Positivismo Filosófico
	O positivismo filosófico foi à tradução da experimentação do campo das ciências para o âmbito das ciências sociais, seus aspectos e fases, tais quais observação, formulação de hipótese, experimentação e conclusão.
O Positivismo Jurídico
	É a corrente doutrinário- filosófica que defende a existência de uma única forma de manifestação do Direito, o Positivo, é, aquele que é edificado ou admitido pelo Estado. O Positivismo se caracteriza por ser antijusnaturalista, antimetafísico, empirista (afasta a análise de valor) e admite apenas o Direito Positivo.
Características do Positivismo jurídico:
O jurista deve estudar o direito sem juízo de valor;
Identificação do direito com a norma jurídica (escrita ou não);
As fontes do direito são a lei e o costume (secundum legem)
É uma corrente ultrapassada, entrou em declínio pois amesquinhou o significado da existência humana , desconhecendo valores . Todas as atenções são para as lei, para as normas do Estado, o que é uma postura favorável para regimes totalitários , essa corrente não tem a menor preocupação com o homem, pois a lei pode servir tanto para o bem quanto para o mal.
4.A Escola da Exegese ou Exegetismo
	É uma corrente empirista onde o ordenamento jurídico válido é o positivado. Esta corrente não faz oposição ao jusnaturalismo, ou seja, os princípios jusnaturalistas serviriam como base da estruturação do direito formalmente instituído. Os códigos seriam, desta forma, a concretização formal dos ideias jusnaturalistas. Essa escola identifica a totalidade do direito positivo(vigente) com a lei escrita, com a norma positivada. Nesse caso, há uma clara exclusão das normas não escritas como integrantes do Direito. ( a única fonte do Direito aqui é a lei)
A corrente teve seu apogeu, com a promulgação do Código Napoleônico, que se tornou um marco importante para o surgimento da crença de que o Direito é o posto, ou seja, que o Direito se resumia à legislação. 
O exegeta tinha apenas que entender os textos e nada mais. Esse trabalho se restringia à descoberta da intenção do legislador. Essa forma de análise, assim, reduziu a função do intérprete e do aplicador do Direito, principalmente a do julgador, a uma função mecânica, de lógica dedutiva.
Segundo Rizzato, a realidadecomeçou a apontar certos limites ainda não pensados pelo exegeta. De início, o exegeta se prendia a uma interpretação literal do texto da lei, tentando extrair a vontade do legislador. Mas esse processo tornou-se insuficiente, pois nem tudo podia ser resolvido com um resultado exclusivamente literal. Devido a isso o exegeta passou não apenas a conhecer a lei gramaticalmente, mas também a desvendar o seu espírito (espírito da lei).
Contudo, observa-se que todos esses métodos dos exegetas (literal, histórico) visavam, como único fim, a desvendar a vontade do legislador, que tinha que ser resguardada e respeitada.
	A Escola Histórica (Historicismo Jurídico)
	Nasce na Alemanha com Savigny, no século XIX, onde postula-se que o verdadeiro Direito repousa na prática social. Por este modo, a fonte do ordenamento jurídico deve residir nos usos e costumes do povo. Ele faz analogias à língua que, embora sustentada pelos gramáticos, tem sua gênese no povo.
	Volksgeist Espírito do povo
Sociologismo Jurídico
É a corrente do pensamento jurídico que, em função do fato social, explica o direito, aplicando os métodos sociológicos e os resultados da Sociologia ao Direito.Não concretiza o direito como norma ou lei, mas como fato social.Desvincula o direito do Estado, denindo-o como fenômeno social, provocado por fatores sociais.Defende que o direito se manifesta, primeiro como costume ( se aproximando do historicismo jurídico), e posteriormente em norma escrita. Não faz o direito depender do legislador, motivo por que, não cultuando a lei, combate a Escola de Exegese e o Positivismo.
 IV - Dicotomias e Divisões do Direito
Dicotomias e Divisões
São divisões teóricas do Direito, quando se aborda numa mesma questão de formas distintas.
Direito Comum - É aquele aplicado na totalidade do território de um determinado Estado.
Direito Particular- é aquele aplicado em parte do território de um determinado Estado.
Direito Geral – É aquele que regula todas as relações jurídicas ou um conjunto amplo delas.
Direito Especial – É aquele que regula somente um campo restrito de relações jurídicas.
Direito Objetivo – É o complexo da norma jurídica que rege o comportamento humano, prescrevendo uma sanção no caso de sua violação. Direito de NORMA.
Direito Subjetivo – É a prerrogativa colocada pelo Direito Objetivo à disposição do sujeito do direito, prerrogativa esta entendida como a possibilidade de uso ou o efetivo exercício de direito. Direito de FACULDADE.
Não existe o Subjetivo sem o Objetivo.
Subjetivo Pleno – É aquele que existe independentemente da ocorrência de um fato.
Direito Publico – É aquele que apresenta normas que regem as relações de subordinação, nas quais o Estado é um dos sujeitos, utilizando-se do seu poder de império.
Direito Privado – É aquele que apresenta normas que regem uma relação de coordenação, ou que os sujeitos sejam particulares ou, caso o Estado faça parte, não se utilize do seu poder de império.
Direito Difuso – São os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por uma CIRCUNSTÂNCIA DE FATO.
Direito Coletivo - – São os transindividuais, de natureza divisível, de que sejam titulares pessoas determinadas e ligadas entre si ou com a parte contrária por uma RELAÇÃO JURÍDICA.
Capítulo V
Teoria da Norma Jurídica
As Normas de Conduta Social
	As normas de conduta social são aquelas que regulam o comportamento do homem na sociedade. Podem ser técnicas ou éticas. 
		
			Técnicas
Normas de Conduta Social
				Morais
			Éticas	Sociais (Trato Social)
				Religiosa
				Jurídica
	Normas Técnicas
	Normas Sociais
	São as que advêm das ciências exatas ou da natureza.
	São as que advêm das ciências humanas sociais.
	Quando desobedecida deixa de existir.
	Quando desobedecida, continua existindo, mas aplicam uma punição a quem desobedeceu.
	Prezam mais os meios que os fins.
	Prezam mais os fins que os meios.
	São ilimitadas em gênero e em número.
	São ilimitadas em número e limitadas em gênero.
Regras Técnicas
	São ilimitadas em gênero e número, inerentes as ciências exatas e/ou da natureza, quando do seu descumprimento deixam de existir e prezam mais os meios que os fins.
Regras Éticas
	São ilimitadas em número e limitadas em gênero, inerentes as ciências humanas, quando do descumprimento aplica-se sanção e prezam mais os fins que os meios.
Moral vs. Direito
	Moral
	Direito
	Unilateral (só uma parte envolvida, não impõem deveres a alguém) 
	Bilateral ( sempre duas ou mais partes envolvidas) – atribui a alguém um dever)
	Autônoma (força de dentro para fora, só obrigam quando o indivíduo reconhece voluntariamente como válidas )
	Heterônomo( força de fora para dentro, goste ou não goste cabe a todos obedecê-la)
	Incoercível - a punição da moral é o remorso) não dispõe da força para valer seu mandamento 
	Coercível - a sanção da norma jurídica é a coação ( o uso da força para quem desobedecer o seu preceito) dispõe da força para valer o seu mandamento
Normas de Trato Social
	São padrões de conduta social com o intuito de harmonizar o convívio entre os seus pares. Uma vez desobedecidas, geram como sanção, por exemplo, o desprezo popular, o ridículo, a reprovação. São unilaterais, porque ninguém me obriga a cumpri-las, não gerando entre as partes direitos e obrigações ou bilaterais, levando-se em consideração apenas a existência de duas ou mais pessoas envolvidas. São heterônomas, como as jurídicas, pois a força vem de fora para dentro, ou seja, representam a vontade externa, não conta a vontade da pessoa que vai cumpri-la. E são incoercíveis, pois não é possível usar a força para obrigar alguém a ser um perfeito cavalheiro, por exemplo.
Normas Religiosas
	São padrões de conduta edificados no âmbito de uma agregação religiosa. São regras que nascem da fé, a sanção só será aplicada para quem acredita em determinada religião, ou seja só é válida para as pessoas que tem fé.
As Normas Jurídicas
	É a substância própria do Direito. As normas estão para o Direito, assim como as células estão para o corpo.
Conceito e Estrutura da Norma Jurídica
São padrões de conduta impostos coercitivamente pelo Estado. São padrões criados ou reconhecidos pelo Estado.
A estrutura lógica da norma jurídica compõe-se de:
Afirmação de direito - o que está no artigo, o que a norma manda.
Hipótese – é o fato de alguém desobedecer o que está escrito no artigo 
A sanção – castigado que deve ser aplicado a quem desobedecer a norma. ( o que está no artigo)
Características da Norma Jurídica
Bilateralidade 		Dois polos (ativo e passivo)
Imperatividade
Coercibilidade
Heteronomia
Abstratividade 		Abarcar a máxima possibilidade de casos fáticos
Generalidade
	Macete: Características da Norma Jurídica BICHA Gay
Sanção, Coerção e Coação
	Coerção
Sanção 
	Coação
Sanção é a medida punitiva para a hipótese de violação da norma.
Coerção é o “efeito psicológico” da sanção, tem efeito preventivo. Trata-se da possibilidade do uso da força.
Coação é o último estágio da sanção, que tem função repreensiva. É o efetivo uso da força.
Classificação das Normas Jurídicas
			Nacionais
Quanto ao sistema que pertencem	Estrangeiras
De Direito uniforme (Tratado internacional)
		Legislativas (Poder Legislativo, Executivo ou Judiciário)
Quanto à fonte		Consuetudinárias (Costumes)
		Jurisprudenciais (Jurisprudência)
Quanto aos diversos âmbitos de validez
			Gerais
Âmbito espacial de validez
					Locais
	Nem toda lei federal é geral. Atentar para o exemplo da aplicação do horário de verão.
			
					De vigência por prazo indeterminado
Âmbito temporal de validez
					De vigência por prazo determinado
	
				De Direito Público
Âmbito material de validez
					De Direito Privado
					Genéricas (Difuso)
Âmbito pessoal de validez
					Individualizadas (Pessoas ou Classe)
	Macete: Diversos âmbitos de validez É TPM!Constitucionais (Constituição Federal)
				Complementares (Lei Complementar e organização do Estado)
Quanto a Hierarquia		Ordinárias (Leis)
				Regulamentares (Decretos)
				Individualizadas (Atos jurídicos: testamento, sentenças...)
			Perfeita
Quanto à sanção	Mais que Perfeita
			Menos que perfeita
			Imperfeita
					Positivas
Quanto à qualidade do imperativo
					Negativas
					Primárias (Necessita complementação)
Quanto às relações de complementações
					Secundárias (Complementam as primárias)
				Taxativas (Obrigam as partes a algo)
Quanto à vontade das partes
				Dispositivas (Facultam as partes a algo)
Validade Vigência e Eficácia
Validade – É uma qualidade da norma que designa seu pertencimento ao ordenamento jurídico por ter sido obedecida os elementos formais e materiais da sua produção.
Vigência – É uma qualidade da norma que dispõe sobre o tempo da sua validade, do momento que entra em vigor até sua revogação.
Eficácia – É uma qualidade da norma que se refere a possibilidade concreta de produção de seus efeitos na sociedade.
Revisão Crítica da Classificação Normativa (Bobbio)
			Quanto aos destinatários (Normas gerais)
	Universais
Normas			Quanto ao conteúdo (Normas abstratas)
			Quanto aos destinatários (Normas individuais)
	Singulares	
			Quanto ao conteúdo (Normas concretas)
Capítulo VII
Teoria das Fontes do Direito
Teoria das Fontes do Direito
Conceito – De onde provém, nasce, brota.
Civil Law
- De tradição romanística, caracteriza-se pela maior utilização das leis escritas, nascidas no processo legislativo, deixando as demais fontes do direito (costume e jurisprudência) como fontes secundárias. 
Common Law
- De tradição dos povos anglo-saxões, aludindo a uma ideia de direito costumeiro e não escrito, dando uma maior importância para os costumes e jurisprudência e deixando em segundo plano as leis escritas resultantes dos processos legislativos.
A principal diferença entre o Civil e Common Law é a disposição hierárquica.
Classif. Das Fontes
Fontes Materiais – São fatores sociais (históricos, religiosos, naturais, demográficos, higiênicos etc.), mas também os valores de cada época (justo, injusto, certo, errado etc.). São, portanto, elementos que emergem da própria realidade social e dos valores que inspiram o ordenamento jurídico.
Fontes Formais – São aquelas que dão forma às materiais
Fontes Estatais – São aquelas que advêm do Poder Público.
Acepções da palavra Lei:
Amplíssimo - Sinônimo de norma jurídica 
Amplo – É tudo aquilo criado pelo Poder Público
Estrito ou Técnico – Indica apenas a norma jurídica elaborada
Fontes Legislativas – É toda norma escrita, formalizada e que nasce do Poder Público.
Fontes Jurisprudenciais – É o conjunto de decisões uniformes e constantes dos tribunais, resultantes de aplicação de normas a casos semelhantes, constituindo uma norma geral aplicável a todas as hipóteses similares ou idênticas. Advém do Judiciário.
Fontes Formais Não-Estatais – São aquelas que não advêm do Poder Público (advém dos advogados, estudiosos...).
Costume Jurídico – É a norma não escrita, que surge da prática longa, diuturna e reiterada da sociedade.
Secundum Legem – É aquele praticado de acordo com o que a lei estabelece. Costume previsto na lei, aceitando sua eficácia como obrigatória.
Contra Legem – É aquele praticado contrariamente ao que a lei estabelece.
Praeter Legem – É aquele que se reveste de caráter supletivo, suprindo a lei nos casos omissos, preenchendo lacunas. 
Doutrina – É tudo aquilo que nasce da atividade cientifico-jurídica, ou seja, dos ensinamentos dos professores, dos pareceres dos jurisconsultos, das opiniões dos tratadistas. 
Princípios Gerais do Direito – São as normas genéricas que servem de base para o Direito, sendo, portanto, suas normas mais importantes.
Equidade – É a fonte que nasce da consciência do magistrado, de seus pré-conceitos, valorando os fatos, de forma EQUILIBRADA, ou seja, sem arbitrariedade.

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