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METODOLOGIA CIENTÍFICA 
AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Cristiano Caveião
 
 
CONVERSA INICIAL 
Em diversas situações, deparamo-nos com alunos que desconhecem os 
componentes de um trabalho científico ou mesmo que acreditam que um artigo 
utiliza as mesmas regras de uma monografia. Assim, conhecer os elementos de 
um trabalho científico é muito importante, pois você pode se deparar com um 
convite para elaborar um trabalho, mas nem mesmo saber os itens que o 
compõem e como esses itens são estruturados – justificativa e objetivo, por 
exemplo. 
Quando escreve um texto, você se lembra de inserir a referência que 
utilizou? Muitas vezes nós temos a impressão de que não precisamos informar 
quem é o autor de referência, já que escrevemos o texto com base em nossas 
ideias e apenas utilizamos o autor para saber mais sobre o conteúdo. Contudo, 
engana-se quem pensa assim, pois todo conhecimento surgiu de alguma fonte, 
e por isso precisamos informá-la. Outro ponto importante para a elaboração de 
um trabalho científico está relacionado ao tipo de abordagem metodológica: 
quantitativa ou qualitativa, assunto que já vimos brevemente, mas agora vamos 
abordar com mais propriedade. 
Basicamente, o que veremos nesta aula são os elementos que compõem 
a introdução: tema, problema, justificativa e objetivo (figura 1). Mas, como na 
introdução fazemos uso das citações, então esse assunto também será 
abordado, bem como o tipo de abordagem (qualitativa ou quantitativa). 
Figura 1 – Esquematização dos assuntos contidos na Introdução de um trabalho 
científico e síntese dos temas abordados nesta aula 
 
Fonte: Praça, 2008, p. 79. 
 
 
3 
Com essa breve exposição, vamos dar início à nossa aula, em que serão 
abordados os seguintes conteúdos: 
Figura 2 – Conteúdos da aula 
 
TEMA 1 – TEMA, DELIMITAÇÃO DO TEMA, TÍTULO DA PESQUISA 
De forma suscinta, o tema é o assunto que se pretende estudar. Conforme 
expõe Praça (2008): “o tema refere-se a aspectos gerais sobre um determinado 
assunto a ser estudado, diferentemente de título do projeto de pesquisa, que 
deve ser mais específico e escolhido posteriormente” (Praça, 2015, p. 78). 
 Para a escolha do tema, o pesquisador deve considerar suas aptidões e 
tendências, tendo em vista que seu interesse no assunto facilitará a realização 
da pesquisa (em razão do interesse na temática), e assim o pesquisador terá a 
oportunidade de ampliar seu conhecimento em função da realização da pesquisa 
(FEA, [S.d.]). 
 Normalmente, em trabalhos científicos acadêmicos, a escolha do tema é 
realizada em conjunto com o orientador da pesquisa, mas não é regra. 
 O tema é bem abrangente, pois é o assunto de que irá tratar na pesquisa, 
assim pode ser saúde pública ou diabetes, por exemplo. Do tema você deve 
começar a definir mais especificamente o que se pretende estudar. Digamos que 
seja sobre saúde pública. Certo! Mas isso não é o suficiente, pois não temos 
como falar sobre saúde pública em todas as suas vertentes, como tempo de 
Tema, delimitação do tema, título da pesquisa
Justificativa, problema de pesquisa, hipótese, objetivos
Revisão de literatura, citações diretas e indiretas
Métodos de pesquisa: quantitativo
Métodos de pesquisa: qualitativo
 
 
4 
existência e personagens, por isso se faz necessário delimitar o tema. Dessa 
forma, vamos falar sobre saúde pública nos hospitais. 
O assunto está sendo direcionado para um tema específico, mas vamos 
continuar as perguntas: você pretende estudar todos os hospitais? Nacionais e 
internacionais? A saúde pública será apenas brasileira ou abordará os sistemas 
de saúde dos outros países? A pesquisa tem um recorte temporal? 
Apenas com as perguntas realizadas, é possível reduzir ainda mais o 
campo de pesquisa, embora ainda existam outras questões a serem levantadas 
com relação ao tema, tais como: O que especificamente irá avaliar nos hospitais 
que atuam com a saúde pública? Será a humanização? Será com relação à 
prestação de contas? 
Inicialmente, acreditamos que basta ter um tema para escrever o texto, 
mas a delimitação do tema é muito importante, pois você saberá o que irá 
buscar/pesquisar especificamente. Além disso, com o tema delimitado será 
possível levantar a problemática, próximo assunto que abordaremos. 
Veja que a delimitação do tema não é o seu título, mas sim aquilo que se 
pretende estudar/pesquisar. O título será constituído apenas após delimitação 
do tema, pois nele deve constar, de forma sucinta, o tema da pesquisa, a 
problemática, a localização e o tempo, os dois últimos apenas quando pertinente. 
Corroborando com esse pensamento, Lopes Neto et al. (2002) citam que os 
títulos devem ser elaborados de maneira clara, objetiva e ainda apresentar a 
essência do objeto de estudo. Os autores afirmam que a importância do título 
está até mesmo para que se possa fazer cumprir o papel da pesquisa científica 
(disseminação do conhecimento), pois um título bem elaborado fará com que os 
pesquisadores se interessem mais facilmente pela pesquisa. 
Os autores supracitados apontam, ainda, que mais de 50% dos artigos 
avaliados por eles não traziam um título adequado (considerados parcialmente 
adequados), ou seja, muitos autores não conseguem definir a importância do 
seu estudo no título, fazendo com que a disseminação daquela informação seja 
prejudicada. Portanto, para criar um título, atente-se para os seguintes itens: 
 
 
 
 
 
 
 
5 
Figura 3 – Elementos de atenção para criação de título 
 
Fonte: Caveião, 2020. 
Uma dica bem importante para deixar seu título alinhado com a pesquisa 
é utilizar o objetivo da pesquisa sem o verso. Sabendo definir o tema e o título, 
vamos descobrir outros elementos que compõem essa parte inicial do trabalho 
científico. 
TEMA 2 – JUSTIFICATIVA, PROBLEMA DE PESQUISA, HIPÓTESE, OBJETIVOS 
Ao longo da discussão deste tópico, você poderá perceber como todos os 
itens de um artigo se articulam/se conversam. Eles seguem uma linha de 
raciocínio na qual um estará ligado ao outro, não deixando espaço para 
discordância ou incoerência entre os itens trabalhados. No tópico anterior 
falamos brevemente sobre o problema de pesquisa, mas não conceituamos nem 
mesmo conversamos sobre esse item, que é muito importante na elaboração da 
pesquisa. Por isso, vamos iniciar nossa discussão falando a respeito disso. 
 Para Cunha, Dal Magro e Dias (2012), a problemática da pesquisa é a 
base do estudo científico, pois com ela definida, os passos seguintes serão para 
formular a sua resposta/solução. 
O problema de pesquisa ou problemática da pesquisa é a pergunta do 
que se busca responder com o estudo em questão (ou seja, o problema da 
pesquisa é sempre formulado em forma de pergunta). No entanto, vale destacar 
que não podemos formular qualquer pergunta e achar que temos uma 
problemática. Considera-se problema científico apenas quando a ciência não 
consegue responder a seu questionamento, ou seja, trata-se de algo inédito, que 
• Uso exagerado de figura de mensagem torna o título rebuscado 
e cientificamente empobrecido;
• O mau uso de hipérboles compromete a interpretação do que se 
quer transmitir;
• Uso de siglas e abreviaturas dificulta a compreensão, opte por 
títulos claros e objetivos. 
Título
 
 
6 
você irá descobrir para contribuir com a sociedade (Cunha; Dal Magro; Dias, 
2012). 
O problema de pesquisa está intimamente relacionado ao objetivo, pois o 
objetivo geral será a resposta para o seu problema. Vamos exemplificar a relação 
entre tema, problemática e objetivo (Perceba que os três itens devem estar 
alinhados e ser de interesse social/real): o tema é doenças crônicas; a 
problemática: o número de doentes crônicos no Brasil chega a ser endêmico? 
Veja que a problemática o leva para um campo mais específico do tema e, junto 
dele, traz um problema relacionado a esse tema. O objetivo será a busca pela 
resposta dessa problemática(nesse caso, investigar o número de doentes 
crônicos no Brasil). 
Observe que o tema inicial era bem abrangente. Com a inserção da 
problemática e do objetivo, ele passou a ficar mais específico e é nessa 
especificidade que se tira/cria o título do trabalho. 
Definido o problema, tem-se o objetivo geral da pesquisa, porém uma 
problemática não tem uma busca única, há sempre outros problemas embutidos 
que acabam sendo investigados em busca da resposta do objetivo geral. Essa 
busca por outros porquês são os objetivos específicos. Normalmente, um estudo 
científico é constituído de um objetivo geral (pergunta maior) e três objetivos 
específicos (perguntas menores relacionadas à busca do objetivo geral). 
Fazendo uso das doenças crônicas, os objetivos específicos poderiam 
ser: analisar por região brasileira o número de doentes crônicos; avaliar quais 
doenças crônicas são prevalentes e o perfil geral dos doentes crônicos. Veja 
como todos os objetivos específicos nos levam à obtenção da resposta do 
objetivo geral. 
Outro fator importante no objetivo é que ele sempre deve se iniciar com 
um verbo no infinitivo (conhecer, comparar, identificar, reconhecer, diferenciar, 
organizar, analisar, mostrar etc). Comumente (não é regra), os objetivos gerais 
utilizam-se de verbos mais generalistas e abrangentes (colaborar, desenvolver, 
reconhecer etc.), e os objetivos específicos, verbos mais direcionados 
(comparar, distinguir, analisar, avaliar, identificar etc.). 
Em paralelo à definição da problemática e do objetivo, está o motivo que 
o levou a fazer tal escolha (a justificativa do estudo). Como vimos anteriormente, 
tanto o bjetivo quanto o problema devem ter relação com problemas da 
 
 
7 
sociedade que ainda não têm respostas, assim, a justificativa deve estar 
relacionada a essa lógica, e não a motivos pessoais (vide quadro a seguir). 
Quadro 1 – Considerações sobre a formulação da justificativa 
 
Fonte: Caveião, 2020. 
Para formulação da justificativa, vale se perguntar: por que escolhi esse 
tema? Qual é a função da minha pesquisa? Para quem se destina meu estudo? 
Com essas perguntas, torna-se mais fácil escrever sua justificativa. 
Sobre as hipóteses, nós já falamos em momento anterior, mas como ela 
está relacionada à introdução, vale relembrar: 
As hipóteses são as suposições realizadas para testar sua pesquisa. Ou 
seja, após a definição do objetivo, você irá formular formas para respondê-lo, ou 
seja, começar a se perguntar se “isso ou aquilo” seria a provável resposta para 
seu problema de pesquisa (esses “questionamentos” são as hipóteses do seu 
estudo). 
Sua função é responder às perguntas de investigação, por isso elas serão 
comprovadas ou não durante o estudo. A não comprovação da hipótese não 
significa que seu estudo esteja incorreto ou seja desqualificado, mas sim que a 
resposta que você pensou ser a mais provável não obteve resultado. 
Normalmente, a formulação da hipótese ocorre naturalmente, uma vez 
que, ao criar uma pergunta da problemática, o pesquisador já inicia internamente 
a formulação de possíveis respostas, com base no conhecimento de que dispõe. 
Vamos a um exemplo a seguir. Oliveira (2012, p. 5), em seu projeto de 
pesquisa intitulado “Comunicação Organizacional e Comunicação Pública: 
Não utilize motivos pessoais para a sua justificativa 
Sabemos que muitas vezes o discente está escrevendo um texto científico para 
obtenção de um título, mas sua justificativa não pode ser baseada nisso, e sim no 
impacto que o seu estudo terá na sociedade, ou seja, o que o levou a escrever 
sobre o tema que possa interessar à sociedade acadêmica. 
Outro fato muito comum entre iniciantes da pesquisa é a justificativa em razão de 
um problema familiar (quando o acadêmico busca informações sobre determinada 
doença por ter um familiar com a enfermidade, querendo saber mais sobre o 
assunto). É um motivo nobre, porém, cientificamente falando, não seria uma 
justificativa, pois não se trata do que o levou à pesquisa, mas sim à relevância do 
seu trabalho para a sociedade. 
 
 
8 
Interações, convergências e conflitos”, apontou como problemática de seu 
estudo o seguinte: “a comunicação organizacional, no contexto atual, demanda 
integração com a comunicação pública, de forma a estabelecer uma política de 
comunicação global, que entrelace o os interesses das organizações com os 
interesses da sociedade?”. 
E as hipóteses para a problemática foram: 
• Quando a Comunicação Organizacional integra a Comunicação 
Pública como conceito fundamental tende a gerar conflitos entre os 
interesses do mercado e do Estado. 
• Numa sociedade democrática, quando a Comunicação 
Organizacional inclui a Comunicação Pública como conceito 
fundamental da esfera pública, tende ao reconhecimento dos 
stakeholders, profissionais da comunicação e da sociedade. 
• Políticas de comunicação organizacional podem contribuir com a 
comunicação pública, na medida em que o que se desenvolve na 
esfera privada tem reflexo na esfera pública. 
• As empresas que adotam políticas de comunicação organizacional 
integrada, que não se restringem aos resultados mercadológicos, são 
as que geram impacto positivo na esfera pública, pois têm visão mais 
estratégica e abrangente de seu compromisso com as questões de 
interesse público. (Oliveira, 2012, p. 5) 
Com isso, concluímos os principais itens que compõem a introdução, 
conforme podemos notar na imagem a seguir. Em seguida, passaremos a 
discutir sobre a fundamentação teórica e seus elementos. 
Figura 3 – Síntese dos elementos que constituem uma pesquisa 
 
 
Fonte: Caveião, 2020. 
Tema
Problema
Título
Objetivo
Metodo-
logiaObjetivos 
específicos 
Justificativa 
Hipóteses 
 
 
9 
TEMA 3 – REVISÃO DE LITERATURA, CITAÇÕES DIRETAS E INDIRETAS 
O referencial teórico é a base do seu texto científico, e pode-se dizer que 
é o suporte para o que está sendo apresentado em seu texto. A qualidade do 
estudo tem estrita relação com o referencial teórico, pois é nesse momento que 
ocorre a familiarização da teoria já consagrada e publicada com a problemática 
do estudo, em que há uma correlação do que já foi estudado anteriormente com 
a sua inovação de estudo (Echer, 2001; Gonçalves, 2019) 
Echer (2001) aponta que a revisão de literatura apresenta outra 
importância nos estudos científicos, que é criar a problemática, tendo em vista 
que o autor poderá saber o que já foi pesquisado e estudado e o que ainda 
necessita de investigação. 
Para fazer uma boa revisão de literatura, atente-se para os seguintes 
itens: 
• Evite a utilização de advérbios; 
• Evite generalizar as situações; 
• Não faça julgamentos ou emissão de opinião; 
• Utilize linguagem impessoal. 
O uso dessa base (a revisão de literatura), seja para criar a problemática 
ou mesmo para fundamentar a sua pesquisa, como dissemos, será baseada em 
publicações de autores, por isso é imprescindível a utilização das citações, que 
podem ser diretas ou indiretas. 
Muitas vezes, nos deparamos com alunos que não compreendem o 
motivo de inserir o nome de um autor para acompanhar o trecho que ele (aluno) 
escreveu, já que as ideias foram produzidas por ele (aluno). No entanto, para 
que o aluno pudesse produzir aquele parágrafo, foi preciso buscar informações 
sobre o assunto na literatura, por isso ele deve mencionar qual ou quais autores 
o inspiraram a escrever aquele texto. 
Nesse exemplo citado, o aluno utilizou a citação indireta, que é quando se 
faz a leitura de um/ou mais artigo(s) e escreve o texto de acordo com as suas 
ideias (utilizando as suas palavras). Isso se chama parafrasear1. 
 
1 Parafrasear: interpretar um texto com palavras próprias, mantendo seu sentido original; traduzir 
por outras palavras. Atribuir um novo tipo de interpretação e explicação a um texto (livro, poema 
ou narrativa), dando uma nova abordagem ao seu sentido (Dicio, [S.d.]). 
 
 
10 
Sobre a citaçãoindireta, podemos afirmar ainda que se trata de reescrever 
com base no autor original, mantendo a ideia original, mas com o texto 
modificado pelo atual autor (Jung, 2004). 
Vamos a um exemplo a seguir. 
Citação direta e original retirada do artigo escrito por Lovatto et al. em 
2007: “[A] revisão tem como objetivo extrair informações de trabalhos publicados 
com ou sem (mais comum) análises estatísticas”. 
Citação indireta, realizada por nós: A revisão objetiva retira a essência dos 
trabalhos já publicados por outros autores, estudos esses que contêm (ou não) 
análises estatísticas (Lovatto et al. 2007). 
 Percebe a diferença? É a mesma ideia, porém, escrita de forma diferente. 
Note que o autor original da ideia não deixou de ser mencionado, afinal, mesmo 
que as palavras escritas não tenham sido produzidas por ele, a ideia lhe 
pertencia, por isso foi necessário citá-lo. 
Nas citações diretas, o autor normalmente é mencionado no seguinte 
formato: (SOBRENOME, ANO DE PUBLICAÇÃO). Dessa forma mesmo, dentro 
dos parênteses e em caixa alta. 
Quando você informa no texto quem é o autor, a regra é inserir o 
sobrenome do autor e apenas o ano de publicação da obra em questão entre 
parênteses, da seguinte maneira: 
Lovatto et al. (2007) afirma que a revisão objetiva retira a essência dos 
trabalhos já publicados por outros autores, estudos esses que contêm (ou não) 
análises estatísticas. 
A regra para inserção do autor na citação dependerá da revista, que fará 
a indicação de qual modelo de referência deve ser utilizado: Formato numérico 
ou autor-data. No Brasil, é mais comum utilizarmos as normas da ABNT, que 
têm como padrão o modelo autor-data, mas nada impede que uma revista 
nacional queira utilizar o formato numérico. Isso, contudo, será assunto para 
outra aula, pois nesse momento vamos nos ater às citações! 
A citação direta refere-se à escrita literal do autor consultado, ou seja, é 
reproduzir aquilo que você leu. Quando inserimos a referência, não é plágio. 
Obviamente, não podemos utilizar um artigo inteiro como citação direta e apenas 
inserir nosso nome, afinal isso não terá nada de inédito, além do mais, existem 
regras que nos impedem de realizar essa ação. 
 
 
11 
A citação direta pode ser curta ou longa. A primeira refere-se à transcrição 
do texto original que tenha menos de três linhas. O trecho transcrito deve ficar 
entre aspas para apontar que se refere à cópia do autor, já a segunda é um texto 
com quatro linhas ou mais e, para essa, devemos realizar um recuo de 4 cm da 
margem esquerda, fonte arial 10 e espaçamento entre linhas simples (Jung, 
2004). 
Vamos aos exemplos: 
Citação direta curta: “promover saúde requer articulação entre os 
diversos setores sociais, além da saúde, que garantam condições aos usuários 
de se empoderarem” (Santos et al., 2014, p. 919). 
Citação direta longa: 
Um modelo voltado para a promoção da saúde pressupõe que o 
processo de saúde/doença é resultante de determinantes sociais, 
econômicos, culturais, étnico/ raciais, psicológicos e comportamentais, 
que podem contribuir para o aparecimento das doenças e constituem 
fatores de risco para a população, configurando seus índices de 
qualidade de vida. Dessa forma, promover saúde requer articulação 
entre os diversos setores sociais, além da saúde, que garantam 
condições aos usuários de se empoderarem para o controle social na 
gestão de conhecimentos, técnicas, poder, recursos físicos, financeiros 
e humanos, voltando-os para a ação nos seus determinantes de 
saúde/doença. (Santos et al., 2014, p. 919) 
Observe que na citação direta há a obrigatoriedade de inserir a página em 
que se encontra o trecho extraído. 
Há outro tipo de citação, a citação da citação, que ocorre quando você lê 
em um artigo uma citação, gosta, não procura o autor original, mas utiliza essa 
mesma citação em seu trabalho. Nesse caso, “no texto deve ser indicado o 
sobrenome do(s) autor(es) do trabalho original, não consultado, seguido da 
preposição ‘apud’ e do sobrenome do(s) autor(es) da obra consultada” (Jung, 
2004, grifo nosso). Exemplo: Jorge (2000) apud Jung (2004). 
Acabamos de usar outro item muito importante das citações: “grifo do 
autor” ou “grifo nosso”. Essa expressão é utilizada quando fazemos um destaque 
na citação e devemos indicar quem destacou o trecho. Se fomos nós, usamos 
“grifo nosso”; se já estava destacado da citação do autor, “grifo do autor”. 
Conseguimos abordar os principais tópicos sobre as citações. Em aulas 
futuras, voltaremos a falar delas, mas as relacionaremos com as referências. 
 
 
 
 
12 
TEMA 4 – MÉTODOS DE PESQUISA: QUANTITATIVO 
Vamos apenas relembrar o que já conversamos sobre a importância da 
metodologia e dos métodos aplicados nas pesquisas, e é por meio deles que 
podemos reproduzir o experimento e confirmar os resultados obtidos. Com base 
nisso, anteriormente, nós falamos sobre os tipos de pesquisa considerando sua 
natureza (básica e aplicada) e seu objetivo (exploratórias, descritivas e 
explicativas). Na aula de hoje, falaremos sobre a abordagem utilizada, que pode 
ser qualitativa ou quantitativa. 
A pesquisa quantitativa refere-se a tudo o que pode ser mensurado ou 
classificado. É o tipo de pesquisa que trabalha com dados e estatística. 
Conforme expõem Dalfovo, Lana e Silveira (2008, p. 7): “a pesquisa quantitativa 
pelo uso da quantificação, tanto na coleta quanto no tratamento das informações, 
utilizando-se técnicas estatísticas, objetivando resultados que evitem possíveis 
distorções de análise e interpretação, possibilitando uma maior margem de 
segurança”. 
Sua finalidade é garantir a precisão dos resultados, em que a 
possibilidade de resultados diferentes seja mínima. Por isso, os tipos de 
pesquisas que mais se apropriam da abordagem quantitativa são as 
experimentais com objetivo descritivo (aquele que tem a finalidade de relacionar 
variáveis). Além disso, Dalfovo, Lana e Silveira (2008, p. 8) destacam que a 
pesquisa quantitativa pode ser utilizada nos seguintes tipos de estudo: 
[...] de correlação de variáveis ou descritivos (os quais por meio de 
técnicas estatísticas procuram explicar seu grau de relação e o modo 
como estão operando), os estudos comparativos causais (onde o 
pesquisador parte dos efeitos observados para descobrir seus 
antecedentes), e os estudos experimentais (que proporcionam meios 
para testar hipóteses). 
Para trabalhar com estudos quantitativos, é preciso definir os dados 
elementares (variáveis específicas), pois esses serão a base para realizar 
estudos estatísticos e avaliar as demais variáveis. 
Há uma variável da pesquisa quantitativa que é quando ela faz a descrição 
dos objetos de estudos. Assim, ela se torna quanti-quali ou quantativa-descritiva. 
Esse tipo de abordagem é comumente aplicado a questionários e entrevistas, 
pois obtém dados mensuráveis, mas também há a abordagem de opinião ou 
observação do entrevistado. 
 
 
13 
Já que adentramos no tipo de abordagem qualitativa, vamos conversar 
sobre ela. 
TEMA 5 – MÉTODOS DE PESQUISA: QUALITATIVO 
A pesquisa qualitativa é o inverso da quantitativa, pois se trata de uma 
abordagem com a finalidade de “descrever a complexidade de determinado 
problema, sendo necessário compreender e classificar os processos dinâmicos 
vividos nos grupos, [...], possibilitando o entendimento das mais variadas 
particularidades dos indivíduos” (Dalfovo; Lana; Silveira, 2008, p. 8). 
A pesquisa qualitativa tem um perfil metodológico de estudos que 
envolvem questões mais complexas, com questionamentos que contam com 
posições intelectuais e ideológicas, buscando compreender os fenômenos de 
maneira mais aprofundada (Minayo; Sanches, 1993). 
Dessa forma, evidencia-se que a abordagem qualitativa está mais voltada 
para estudos sociais, que envolvem opiniões e sujeitos sociais. Conforme 
expõem Minayo e Sanches (1993, p. 244): 
A abordagem qualitativa realizauma aproximação fundamental e de 
intimidade entre sujeito e objeto, uma vez que ambos são da mesma 
natureza: ela se volve com empatia aos motivos, às intenções, aos 
projetos dos atores, a partir dos quais as ações, as estruturas e as 
relações tornam-se significativas. 
Em razão da abordagem utilizada nesse método, as principais pesquisas 
qualitativas envolvem pesquisa observacional (análise do ambiente, sem a 
intenção de alterá-lo) ou pesquisa ação (observação com intenção de alteração), 
que estão contidas no tipo de pesquisa exploratória (Wainer, 2007). 
Com a explanação do método qualitativo, percebem-se as diferenças com 
a abordagem quantitativa (figura 4). 
Figura 4 – Diferenças entre o qualitativo e quantitativo 
 
Fonte: Cristiano Caveião, 2020. 
Quantitativa 
(dados mensuráveis; 
estatística)
Qualitativa
(opinão; observação)
 
 
14 
NA PRÁTICA 
A fundamentação teórica dará credibilidade a seu trabalho e embasará as 
discussões de sua pesquisa. De acordo com o tema que escolheu em momento 
anterior, faça uma busca nas principais bases de dados da área da saúde, 
selecione os autores para a fundamentação teórica do seu trabalho e defina o 
método de sua pesquisa. 
FINALIZANDO 
Hoje passamos a abordar os itens presentes na introdução de um trabalho 
científico, vimos a definição e a delimitação do tema, passamos para a definição 
do problema e, consequentemente, pensamos em título, objetivo, justificativa e 
hipóteses. 
 Tendo esses itens definidos, seguimos com a discussão sobre a 
importância do referencial teórico e descobrimos que ele é a base de seu estudo, 
pois você pode direcioná-lo e descobrir as respostas para a sua problemática, 
afinal verá o que os outros autores já publicaram sobre o assunto e construirá 
sua própria base. Mas para fazer o referencial teórico, vimos que será preciso 
utilizar as citações, que podem ser diretas (longas ou curtas) ou indiretas 
(quando se reproduz com outras palavras aquilo que o autor de referência 
afirmou). Aprendemos até mesmo que é possível utilizar uma referência quando 
não temos acesso à obra original, fazendo uso da citação da citação. 
Concluímos nossa aula conhecendo os tipos de metodologia, 
considerando a abordagem metodológica: qualitativa (quando se utiliza de 
opiniões e observações, dados não mensuráveis) ou quantitativa (que se refere 
a dados mensuráveis). 
Para os próximos encontros, continuaremos a falar sobre os elementos 
do trabalho científico, abordando itens ainda não relatados que apresentam 
relação com o que já falamos, mas de forma mais aprofundada, como população 
e amostra, coleta de dados, cronograma e elaboração de referências. 
 
 
 
15 
REFERÊNCIAS 
CUNHA, P. R.; DAL MAGRO, C. B.; DIAS, D. R. Análise do problema de 
pesquisa dos artigos científicos publicados no 11º congresso USP de 
controladoria e contabilidade. Revista de Contabilidade e Organizações, v. 6, 
n. 15, 2012. p. 123-141. Disponível em: 
. Acesso em: 26 dez. 
2020. 
DALFOVO, M. S.; LANA, R. A.; SILVEIRA, A. Métodos quantitativos e 
qualitativos: um resgate teórico. Revista Interdisciplinar Científica Aplicada, 
v. 2, n. 4, 2008. p. 01-13. Disponível em: 
. Acesso em: 26 dez. 2020. 
ECHER, I. C. A revisão de literatura na construção do trabalho científico. Rev. 
Gaúcha Enferm., v. 22, n. 2, jul. 2001. p. 5-20. Disponível em: 
. Acesso em: 26 dez. 2020. 
FEA – Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade 
de São Paulo. Roteiro para projeto de pesquisa. [[S.d.]]. Disponível em: 
. 
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