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XIII Turma de Medicina - UNIR Equipe de Transcrição Modular 3º Período - Semiologia I –Semiologia do Aparelho Urinário Nós vamos abordar hoje o paciente que se queixa de problemas no aparelho urinário. As sintomatologias mais comuns desses pacientes são: (1) a dor lombar, que todo mundo conhece, um paciente de cólica nefrética ou litíase renal1, que é um dos quadros álgicos (dor lancinante – pontadas agudas) mais intensos conhecidos e que podem até causar desmaio no paciente. Eu sempre conto essa historinha, na qual um paciente chega com dor lombar, com cólica nefrética ou cólica renal ou litíase renal, e então o médico vai investigar o Sinal de Giordano, pois o paciente já está sentindo muita dor. Só para lembrar um pouquinho, né, que essa dor é do tipo cólica! Nós já falamos e cansamos de falar sobre dores, não é isso? Cólica quer dizer o que? Que é uma dor intermitente. Ele vai gritar, e gritar e vai parar no pronto socorro e quando chegar lá ele vai estar mais calmo e depois ele está conversando com você, ta falando o que ele sentiu, que foi um absurdo (a dor) e depois do nada ele começa a sentir a dor novamente na sua frente e você vai ter que realmente ajudar esse paciente. Então, essa é uma dor do tipo cólica, uma dor intermitente; (2) As perturbações da micção (e nós vamos abordar cada um desses itens), no qual o paciente vai chegar para você se queixando de distúrbios da micção; (3) As alterações de volume, para mais ou para menos, algumas se relacionam com uma patologia mais grave, como uma insuficiência renal; (4) A hematúria, que é muito comum. Nós temos um paciente lá na enfermaria que chegou agora, é um paciente idoso, que está com hematúria branda e nós vamos investigar, mas é quando você está diante de um paciente com hematúria, você pode pensar se é uma hematúria antes dos rins ou depois dos rins ou memso uma hematúria própria dos rins. Então, também é uma área que você tem que investigar bastante esses pacientes que fazem hematúria. Nós também temos as uretrorragias também e, logicamente; (5) a urina turva que, as vezes vocês vão ver que quando vocês estiverem fazendo visistas pela enfermaria, você pode notar alterações de urina e elas podem te dar informações sobre o indivíduo. Comment by petronio: Sintomatologias mais comuns do aparelho urinário são: A) cólica nefrítica ou litíase renal (dor em pontadas agudas, intermitente); B) Pertubações da micção; C) Alterações do volume (comum em patologias mais graves); D) Hematúria (muito comum. Avaliar se é hematúria antes dos rins, depois dos rins, própria dos rins). E) Urina turva. Dor lombar Comment by petronio: Dor lombar pode ser decorrente do dos rins, do músculo psoas, da coluna, doenças do retroperitônio. Muito difícil, por tanto, saber se é de origem renal (diagnostico facilitado pela urina turva). Algumas doenças do trato urinário que podem manifestar dor lombar: A) Obstruções do sistema pielocalicial (que podem ser por cálculos renais); B) Pielonefrites agudas ou crônicas (aí já uma infecção renal com formação de abscesso, que é bem grave); C) Abscessos renais e perirrenais; D) Tumores renais (principalmente o tumor de Wilms nas crianças); E) Lacerações dos cálculos; F) Infarto renal (observado em pacientes com anemia falciforme); G) Trombose de veia renal. Embora a dor lombar possa ser uma manifestação, realmente, de uma doença renal ou do aparelho renal, ela também pode ocorrer como sintoma de outras patologias, como doenças de colunas e do músculo psoas. Então, quando o paciente chega para você com dor lombar, você tem que saber disso, né? Que a maioria das doenças do retroperitônio se deve a uma alteração que pode ser músculo-esqueléticas ou uma dor lombar e que precisa de um diagnóstico, e muitas vezes ele é difícil, pois todos os órgãos que estão localizados no retroperitônio podem se manifestar como dor na região lombar e as dores músculo-esqueléticas também. Por isso que as vezes o diagnóstico diferencial é bem complicado. Quando (um paciente) vem com dor lombar E alterações urinárias, fica mais fácil (o diagnóstico), claro. Mas, quando (o paciente) vem apenas com dor lombar, pode ser um câncer, pode ser uma hérnia de disco, pode ser uma fratura e você tem que se lembrar também das doenças músculo-esqueléticas. Aqui nos temos algumas dessas doenças, mas aqui eu coloquei apenas as NOSSAS doenças, que são: As obstruções do sistema pielocalicial (que podem ser por cálculos renais), as pielonefrites agudas ou crônicas (aí já uma infecção renal com formação de abscesso, que é bem grave), os abscessos renais e perirrenais, tumores renais (principalmente o tumor de Wilms nas crianças), as lacerações dos cálculos, o infarto renal (observado em pacientes com anemia falciforme) e trombose de veia renal. Então, essas são condições que podem gerar dor. Cólica nefrética Comment by petronio: Cólica Nefrética => obstrução em qualquer parte do ureter. Dor lancinante. Avaliar se o cálculo e de acido úrico ou de cálcio. É importante saber isso para orientar a dieta do paciente para evitar formação de novos cálculos. A cólica nefrética é bem comum em pronto – socorros. Se vocês derem plantão algum dia, seja no Pronto-socorro João Paulo ou num Pronto – socorro da vida, num hospital particular ou na sua residência, você vai ter um paciente com cólica renal. Eles vão chegar com muita dor, geralmente uma dor lancinante, que de tão intensa, pode fazê-lo desmaiar. E você tem como objetivo principal tirar a dor dele. Depois você pode investigar e fazer o que você quiser, mas primeiro você vai ter que tirar essa dor. Essa dor está entre as 5 mais insuportáveis que existem. Na verdade, todas as mulheres que já tiveram um bebê por parto natural relatam que a pior dor é a dor do parto, mas esta é apenas a 5º pior dor. A pior dor do mundo é a dor do câncer ósseo, onde você tem que até induzir o paciente ao coma, pois não há opióides no mundo capaz de remover essa dor. Depois vêm as dores isquêmicas, com a dor do infarto do miocárdio. A seguir a dor da pancreatite. Quem já viu paciente com pancreatite ou quem já teve sabe que é uma dor absurda. Seguindo a dor das pedras nos rins e a quinta dor é a dor do parto. Todas as dores que comprometem nervos são dores lancinantes. Você pode ter cólica renal uma vez na sua vida ou você pode ser uma pedreira e produzir constantemente pedras nos rins. Por isso é importante analisar o cálculo, se ele é de ácido úrico ou de cálcio. Então esses uratos são importantes, pois com isso você pode orientar a dieta do paciente para diminuir a formação de cristais e, posteriormente, dos cálculos renais. Para tanto, o paciente tem que levar o cálculo para que ele possa ser analisado e não descartá-lo. Então, a cólica nefrética acaba sendo o resultado de uma obstrução intrínseca do ureter em qualquer de suas porções, desde a junção uretero-piélica até o meato ureteral. Para finalizar, as características dessa dor: Comment by petronio: Características da dor: região lombar, unilateral, mas pode ser bilateral, irradiando para flancos, fossa iliaca. Em homens pode irradiar para saco escrotal, nas mulheres pode ir para os grandes lábios ou raiz da coxa. PERGUNTAR SEMPRE DE IRRADIAÇÃO. Intensidade variável, caráter em cólica, pode ser acompanhada de distúrbios de micção 1. Localizada na região lombar, geralmente unilateral, mas também pode ser bilateral. Essa é uma característica de quem faz uma urgência tem que saber. Então o seu paciente, por exemplo, o médico que atendeu um senhor que teve uma dor súbita e ele – o médico – pergunta “A dor vai para algum lugar?”, geralmente nos homens a dor pode irradiar para o saco escrotal e nas mulheres vai para os grandes lábios ou para a raiz da coxa. Então ela começa na região lombar, irradia-se pelo flanco, fossa ilíaca, vai para a bolsa escrotal no homem ou grandes lábios nas mulheres, ou vai para a raiz da coxa. Ela é típica! Então, quando chegar alguém com dor lombar, para fazer um diagnóstico diferencial, você pergunta se a dor irradia para algum lugar. As vezes o pacientepode ficar meio tímido para te dizer, mas ele só vai te responder se você perguntar se a dor irradia para a bolsa escrotal (nos homens) ou para os grandes lábios (nas mulheres); 2. A intensidade é variável, mas muitas vezes ela é intensa, e pode fazer o paciente desmaiar; 3. O caráter é em cólica, sem relação com movimentos da coluna, podendo ser acompanhada pelos distúrbios da micção (cálculo renal obstruindo a passagem de urina, causando oligúria; cálculo renal rasgando o tecido e causando hematúria) e vômitos. Isso é constante no Pronto-Socorro. É uma dor típica, onde, ao conversar com o seu paciente ou ao analisar o seu paciente, que chega no pronto-socorro, com pequenas informações, no qual você vê que ele já está sofrendo, você vai administrar um anti-espasmótico e analgésico imediato para que ele seja capaz de conversar com você, do contrário, ele vai ficar lá gritando de dor e você vai poder dar o diagnóstico apenas com a parte clínica. 4. As principais causas, que nós vimos inicialmente, são os cálculos renais, que são os mais comuns. Mas também temos coágulos (qualquer coisa que vá passar pode obstruir esses ureteres) nos pacientes com coágulopatias, trombofilias ou pós-cirurgias. Fragmentos de papilas (papilites necrotizantes) e de tumores também podem ser causas da cólica nefrética, principalmente em pacientes mais idosos. Perturbações da micção Comment by petronio: Pode ser disúria, hematúria, polaciúria, desconforto urinário. A) disúria: micção desconfortável, não necessariamente dolorosa, mas pode vir acompanhada de dor (sendo chamada de estrangúria). A dor pode ser no início, final ou durante todo ato da micção. Causas: estenose da uretra, uretrite sexualmente transmissível, traumatismo, infecção, aumento volumétrico da próstata, doença do colo vesical, tumor de bexiga, cistites (inflamações da bexiga; podem ser hemorrágicas formando coágulos), transtornos psíquicos. Com relação às perturbações da micção você tem a disúria, a hematúria, a polaciúria, mas principalmente o desconforto urinário. A disúria é a micção difícil ou desconfortável, NÃO NECESSÁRIAMENTE DOLOROSA, mas que pode vir acompanhada de dor (que recebe o nome de ESTRANGÚRIA). Ela pode ser no início, no final ou durante todo o ato da micção, como eu posso ter alguma estenose da uretra, de uma uretrite sexualmente transmissível que deixou uma estenosezinha, onde você vai ter uma dificuldade em empurrar o primeiro jato. Você pode ter no final, aí pode ser um problema na bexiga. Ou pode ser durante todo o ato. As causas mais comuns são: 1. As doenças da uretra posterior, como traumatismo; 2. Infecção; 3. Aumento volumétrico da próstata; 4. Doença do colo vesical; 5. Tumor de bexiga; 6. Cistites, que são as inflamações de bexiga. As cistites hemorrágicas acontecem muito em pacientes em quimioterapia, então elas vão formar coágulos e por fim; 7. Os transtornos psíquicos, onde o paciente se queixa, mas não há uma conotação de doença, aí você pode achar que seja o caso de um transtorno psíquico. Muitas mulheres se queixam, principalmente após a menopausa, e isso é uma tortura, pois o ginecologista faz estrogênio, tenta de tudo, mas as mulheres continuam se queixando o tempo todo. Então, as vezes, também pode ser alguns transtorno psíquico. Pelo fato da vagina ressecar após a menopausa, acaba que a uretra fica mais juntinha e mais seca também. Então você acaba fazendo estrogênio, onde a vagina responde bem e por que que a uretra não responde bem? Logicamente pode ser um transtorno psíquico, mas cabe a você afastar as outras possíveis causas; Na polaciúria, o paciente diz para você que ele está indo muitas vezes ao banheiro, principalmente à noite. A polaciúria é: várias idas ao banheiro com micção de pequenos volumes, aumento do número de micções em 24 horas. Normalmente, a capacidade vesical do adulto é de 300 - 400ml e o número de micções é de 3 a 6 vezes. Comment by petronio: Causa mais comum de polaciúria é a diminuição volumétrica da bexiga causada por mioma uterino, dando irritação de uretra posterior, cistite em colo vesical, cistite por uso vaginal constante A causa mais comum de polaciúria é a diminuição volumétrica da bexiga, causada por um mioma uterino, por exemplo, pois ele pode crescer e comprimir a bexiga. Então, aquela bexiga que era para ficar cheia não consegue mais comportar o volume que costumava suportar e com o tempo ela vai encolhendo, até que a mulher começa a perceber isso e vai fazer um exame de imagem, descobrindo uma irritação da uretra posterior, uma cistite também no colo vesical, mas, geralmente, isso é acompanhado de desvio também, claro, há uma inflamação. Cistite de lua de mel é uma constante, mas hoje a gente não pode mais chamar de “cistite de lua de mel”, pois as meninas não esperam mais casar o casamento para iniciar a sua vida sexual e tá certíssimo, se apaixone e transe. Não deu certo, passe para outra. Nada de ficar esperando o cara que teve N relações sexuais, aí a tonta fica para ele. Muito bem, então, você pode ter cistite de lua de mel, que é justamente isso, né, por causa do uso vaginal, intensidade, pode causar uma inflamação. Elas costumam ir ao médico após atos sexuais violentos ou intensos, elas podem chegar para você e você vai ter que perguntar o quê que aconteceu. Ela pode dizer ou não, né? Depende de como você vai conquistar a confiança dela e ela dizer que foi uma noite de orgia. Alterações de volume também são importantes. E você tem que ficar de olho no seu paciente, tanto em casa quanto na sua enfermaria, no volume urinário. Então você sabe que o volume urinário em 24 horas varia de 500 a 1.500ml, mas isso varia muito na literatura, podendo variar de 400 até 2.000ml, com uma média de 1.000ml. O fluxo urinário normal é de 20-70ml por hora ou 01-03 a 1 ml por minuto. Então, quando um paciente chega queixando-se de estar urinando pouco e estar se sentindo inchado, antes de qualquer conduta, você deve pedir para ele anotar a quantidade em 24 horas, e as vezes ela se surpreende, pois ele está urinando bem. Então, antes de tomar alguma conduta ou solicitar alguns exames, peça para o seu paciente anotar a quantidade de volume de urina que ele elimina em 24 horas e pedir para que ele traga anotado a quantidade no retorno. As alterações de volume são: Comment by petronio: Antes de qualquer conduta para alteração de volume, deve-se pedir ao paciente par anotar o volume urinário em 24 horas. 1. Poliúria (vocês conhecem a principal doença que leva o paciente ao médico dizendo que está fazendo muito xixi? Diabetes. Exatamente. Ela é a doença dos “três P’s” – Poliúria, Polidipsia ~ ele perde muita água e precisa repor essa água para diluir o açúcar no sangue~ e Perda de peso – que são os sinais mais clássicos). Então, poliúria é o aumento do volume urinário para mais de 1.800ml ou de 2.000ml em 24 horas. O paciente começa a urinar 3, 4, 5 mil litros, começa a desidratar e a perder muito peso. Além da Diabetes, temos outras doenças próprias dos rins que fazem o indivíduo perder proteína, a síndrome nefrótica, o paciente perde albumina e tem quadros de poliúria; Comment by petronio: Poliúria: decorrente, principalmente, da diabetes. Paciente urina 3,4,5 litros por dias, cursando com perda de peso e polidipsia. Além da dibetes, a síndrome nefrótica causa perda de albumina e cursa com poliúria. Oligúria: paciente vai urinar menos de 400-500ml por dia. Desidratação, obstrução (por cálculo ou aumento de próstata) ou doença renal, choque podem causar isso. Anúria: muito grave, necessita de diálise. Causas: estados edemaciosos, choque, obstrução (por cálculo ou aumento de próstata) 2. Oligúria, que é a diminuição do volume urinário, ou seja, menos de 400 – 500ml em 24 horas, que pode ser causada por uma desidratação, uma doença renal ou mesmo uma obstrução; 3. Anúria, que geralmente é muito grave, necessitando de diálise. Você não pode deixar chegar nessa situação e geralmente tem que chamar o nefrologista, pois nessa situação o rin, normalmente, parou de funcionar. Você podepassar a sonda no seu paciente e não saí mais nada. Nas causas nós temos a doença renal os estados edemaciosos; a desidratação nas oligúrias; o choque na oligúria e anúria, quando ele (o paciente) perde a pressão (hipotensão ou choque) e os rins param; E as obstruções, que podem ser por cálculos ou por próstatas aumentadas. Hematúria; aqui vocês vêem, ao passar por uma enfermaria, um paciente com uma urina que é só sangue. Ou você pode ver uma urina mais amarelada, alaranjada ou cor de coca-cola e você vai ficar em dúvida se aquele pigmento é bilirrubina ou outro pigmento. Por isso a gente sempre diz que para confirmar o diagnóstico de hematúria, a não ser que você veja sangue, você pede um EAS para fazer o diagnostico diferencial para aquela urina escura. Então o diagnóstico clínico de hematúria deve ser sempre confirmado pelo exame de sedimento urinário. O inicio da hematúria, então, nas doenças de uretra, geralmente, é no inicio da micção. Quando a hematúria ocorre no final da micção, normalmente, as doenças são de bexiga. Comment by petronio: O diagnóstico clínico de hematúria sempre pode ser confirmado pelo exame de sedimento urinário. Em doenças de uretra a hematúria ocorre no final da micção. Em doenças de bexiga a hematúria ocorre no início da micção. Hematúria pode ser microscópica (sangue não tão visível, apenas urina escura) ou macroscópcia (sangue visível). Pedir EAS para confirmação. As hematúrias podem ser macroscópicas, com o paciente chegando em você e diz que está urinando sangue. Ou elas podem ser microscópicas, onde ele (o paciente) diz apenas que a urina está escura. Então você pede um EAS e você vai perceber que se trata de uma hematúria. Se sair uma urina escura, ou uma urina vermelha, não tem jeito. Não há dúvida. Mas você pode ter uma urina mais concentrada e não ser o caso de uma hematúria. Causas de hematúria: 1. Distúrbios de coagulação, mesmo que não tenham relação com os órgãos do aparelho urinário; 2. Causas renais (tumores, pielonefrites, glomerulonefrites, traumas, rins policísticos, infarto renal e papilite necrotisante); 3. Causas vesicais (tumores, pedras, traumas, inflamações na bexiga); 4. Causas uretrais (traumatismos, passagem de sonda, cálculos renais, inflamações e infecções – uretrites -, DSTs, distúrbios da coagulação) No caso da urina turva, o paciente fala para você que ela não é transparente como normalmente era. Então ela está turva. Você tem que investigar, pois a urina turva pode ter essas alterações, como uma piúria (presença de pus na urina) intensa ou exsudados vaginais. Mas o que eu quero que vocês prestem atenção é que vocês podem se deparar com estas cores de urina: Aqui o paciente com hemoglobinúria paroxística noturna (http://www.scielo.br/pdf/ramb/v56n2/a22v56n2.pdf). Ele fala para você que quando ele faz xixi, ele sai clarinho (1), mas quando ele se expõe ao sol ou a luz, ele escurece. Aqui uma urina turva, bastante espumosa, podendo conter proteína, por exemplo. O paciente diz que quando vai fazer xixi a urina fica muito espumosa. Neste caso podemos ter um paciente diabético ou que está perdendo proteínas. E aqui vocês estão vendo um paciente sondado com uma urina roxa: Provavelmente se trata de uma infecção urinária por pseudômona. O paciente chegou para você e disse que a sua urina está azul! Minha urina está verde! As urinas hematúricas semelhantes, escuras ou negras. Então, essas cores são importantes. As cores azul, verde e roxa indicam infecções, geralmente bacteriana. Mas eu posso ter urina verde causada pela ingestão de algum comprimido com contraste e ele está sendo saindo pela urina, assim como pode ocorrer nos casos de urina azul. É por isso que os médicos, quando colocam um balão intragástrico, eles colocam azul de metileno. Pois, se o balão estourar, o paciente irá começar a urinar o corante azul. Mas ele pode ser também pelo Viagra, o comprimido azul da felicidade, pode causar urina azul. A cor verde também pode ser causada pela ingestão de vegetais. Exame físico Comment by petronio: Inspeção => procurar patologias que podem cursar com patologia do sistema urinário. A) Tumor de Wilms: causa abaulmaneto da região lombar devido ao aumetno dos rins. B) Doenças policísticas: podem aumentar tamanho dos rins e podem acompanhar de cistos pulmonares e cerebrais. C) Neoplasias e hidronefrose (dilatação da pélvis e dos cálices dos rins, devido a obstrução do trato urinário). D) Abscesso perinefrético: abaulamento próximo a coluna vertebral e dá dores lombares. E) Verificar posições antálgicas da colca renal: paciente vai inclinar para o lado que está doendo. Palpação => A) Método bimanual (semlhante a palpação de baço): paciente em decúbito dorsal, mão esquerda do examinador no gradil costal (empurrando o rim para superfície) e a mão direita vai palpando do hipocôndrio para os flanco. B) Punho percussão: dar-se uma pancada acima dos rins, outra no meio dos rins e outra abaixo dos rins. Faz-se em região lombar. Se o paciente sentir dor na percussão: sinal de Giordano positivo (pielonefrites, abscessos, mas pode não ser doença renal), podendo ser pancreatite. Se o paciente não sentir dor: sinal de Giordano negativo. Você pode encontrar alguns detalhes no exame físico que podem ajudar a identificar uma patologia do sistema urinário. O abaulamento da região lombar ou o aumento de volume abdominal dos rins (geralmente em crianças com o tumor de Wilms), certos casos de doenças policísticas (os rins vão se transformando em cistos e podem aumentar de tamanho), neoplasias e hidronefrose (dilatação da pélvis e dos cálices do rim, como consequência da obstrução do trato urinário) também podem dar abaulamento, sendo que as vezes você pode confundir o abaulamento como sendo o baço, mas quando você for apalpar, você vai ver que a massa vai ficar fixa na sua posição. O abscesso perinefrético, por exemplo, é comum você encontrar um abaulamento próximo à coluna vertebral. Então você também tem que despir o paciente e dar uma olhadinha por trás para verificar se há sinais flogísticos próximo da coluna. As posições antálgicas da cólica renal, geralmente você coloca a mão apertando ou comprimindo o local da dor, o paciente chega com uma certa inclinação para o lado que está doendo. Tumores de bexiga ou bexigas hiperdistendidas, que é chamado de bexigoma. Você passa na enfermaria e vê um paciente que não parou de urinar e quando você vai examinar, você vê um abaulamento na região do hipogástrico. O abscesso perinefrético geralmente se localiza próximo da coluna e com queixas lombares. Geralmente a doença policística renal acompanha de cistos localizados pulmonares e cerebrais que começam a complicar e esta é uma doença com padrão de heranças familiares, então se você diagnosticar uma pessoa é recomendável fazer um rastreamento na família. Esse paciente vai perder os rins, o tecido vai virar um cisto, ele vai ter que fazer hemodiálise e fazer um transplante. Palpação do aparelho urinário : A palpação é parecida com a palpação de um baço, ou seja, método bimanual, mão no gradil costal, essa mão indo em direção ao gradil. No caso dos rins a mão vai para baixo. Então, quando eu estou examinando o paciente e vou fazer a minha palpação abdominal, eu já faço as duas coisas: Uma mão no gradil costal, onde eu vou avaliar o meu baço, para baixo do gradil, e vou avaliar o meu rim, pra baixo. No método bimanual o paciente está em decúbito dorsal, relaxando a musculatura abdominal, você pode colocar um travesseiro em baixo, para relaxar ainda mais a musculatura e pedir para o paciente descruzar as pernas. A mão do examinador na parte superior da região lombar, então a mão esquerda vai para o gradil costal, exercendo pressão pra cima, tentando trazer os rins para cima, para a sua palpação, e a outra mão, a que vai palpar, percorre do hipocôndrio para o flanco. Então, é semelhante à palpação do baço. Nós temos a punho-percussão, no caso da punho-percussão lombar é chamado de sinal de Giordano . Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=QKxlaWuM2no Se o pacientese queixar de dor durante a percussão, dizemos que é sinal de Giordano positivo. Geralmente você dá três pancadinhas, uma acima, uma no meio e outra abaixo dos rins. Este é um sinal muito importante para pielonefrites e também nos casos de abscessos. Falha da propedêutica: Nem sempre nos caso de Sinal de Giordano positivo será indicador de doença renal. Para o diagnostico preciso, você precisa dispor de outros métodos, como uma boa historia colhida na anamnese. Vale lembrar que se deve fazer um diagnóstico diferencial com a pancreatite, por exemplo. Ausculta; Você pode auscultar a artéria renal, principalmente se você tiver um paciente com hipertensão arterial sistêmica jovem! Pois não é comum do jovem ter hipertensão. Sendo assim, um jovem com hipertensão torna uma anamnese mais importante e um exame físico mais apurado. Então você quer saber se este jovem está hipertenso aos 19 anos por causa de uma estenose renal. Neste caso, você pode colocar o seu aparelho para auscultar as artérias renais de um lado e de outro e procurar sopro. E este é o principal achado, o sopro sistólico por estenose ou aneurisma da artéria renal, ou da própria aorta se irradiando para as artérias renais. Comment by petronio: Ausculta => auscultar sopros em artérias renais. Principal achado: sopro sistólico de artérias renais, devido a aneurisma ou estenose dessa artéria ou sopro da aorta se irradiando para as artérias renais. Exames complementares O exame mais simples é o exame de urina, onde você pode notar hematúria ou infecções (o EAS ou urina rotina); Solicitar cultura de urina com antibiograma mais cultura para tuberculose (nos pacientes imunossuprimidos, idosos, paciente que está fazendo febre de origem obscura) antes de sair receitando antibióticos; Proteinúria de 24 horas; Clearence de creatina, dosagem de cálcio e ácido úrico em 24 horas, radiografia simples de abdômen, cistografias, US com Doppler da artéria renal e cintilografias renais. image5.jpeg image6.jpeg image1.jpeg image2.png image3.png image4.jpeg