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- Chamliam, T. R. 2010, Medicina
Física e Reabilitação, Guanabara
Koogan. Available from:
vbk://978-85-277-1960-5
- Hebert, S., Filho, T. B., Xavier,
R., al., e. (2017). Ortopedia e
Traumatologia, 5th Edition.
[[VitalSource Bookshelf
version]]. Retrieved from
vbk://9788582713778
- DESVIOS POSTURAIS NA
COLUNA LOMBAR E A
RELAÇÃO COM DOR,
MOBILIDADE ARTICULAR E
ATIVIDADE FÍSICA EM
ADOLESCENTES, Susane
Graup, UFSC, 2008
- Alterações posturais da coluna e
instabilidade lombar no
indivíduo obeso: uma revisão de
literatura, Gisela Rocha de
Siqueira, 2011, UFPE
- Entender a fisiopatologia das alterações
posturais e seus fatores (mais comuns),
tratamento, diagnóstico e aspectos
clínicos.
- Curvaturas da coluna vertebral
- A coluna do adulto é dividida em quatro
curvaturas: duas primárias, ou
posteriores, presentes desde o
nascimento e por possuírem uma
convexidade posterior; e duas
curvaturas compensatórias, ou
anteriores, assim chamadas porque se
desenvolvem conforme a criança
aprende a erguer a cabeça e, mais tarde,
a levantar-se, e porque possui uma
convexidade anterior.
- As curvaturas posteriores situam-se nas
regiões torácica e sacral. Cifose é um
termo usado para denotar uma curvatura
posterior. Postura cifótica refere-se à
curvatura posterior excessiva da região
torácica da coluna vertebral.
- As curvaturas anteriores situam-se nas
regiões cervical e lombar. Lordose é um
termo também usado para designar uma
curvatura anterior. Lordose anormal -
segmento pélvico encontra-se
anteriorizado.
- As curvaturas e a flexibilidade da coluna
são importantes para suportar os efeitos da
gravidade e de outras forças externas.
- A estrutura de ossos, articulações,
músculos e tecidos inertes dos membros
inferiores é projetada para suportar peso;
eles suportam e equilibram o tronco na
postura ereta.
- No padrão típico de indivíduos destros o
ombro direito é mais baixo que o
esquerdo, a pelve é desviada
discretamente para a direita e o quadril
direito parece ser levemente mais alto
que o esquerdo.
- Geralmente, existe um leve desvio da
coluna vertebral para a esquerda, e o pé
esquerdo apresenta maior pronação que o
direito. O glúteo médio direito
geralmente é mais fraco que o esquerdo.
Os padrões de dominância relacionados à
postura podem surgir precocemente. O
discreto desvio da coluna vertebral em
direção ao lado oposto do quadril pode
aparecer cedo, entre os 8 e 10 anos de
idade. Existe uma tendência ao
abaixamento compensatório do ombro
do lado do quadril mais alto. Na maior
parte dos casos, o ombro baixo é menos
importante que o quadril alto.
- A Figura B mostra o padrão oposto, típico
dos canhotos. No entanto, o ombro baixo
geralmente não é tão acentuado nesses
indivíduos.
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21 Cervicalelombar
-
- Escoliose
- A escoliose é definida como desvio lateral
da coluna. Pode se apresentar de duas
formas básicas: não estrutural e estrutural.
- A escoliose estrutural apresenta três
características principais:
- 1. Os tecidos moles se retraem na
concavidade da curva.
- 2. Surgem alterações na forma dos
corpos vertebrais, no tamanho das
lâminas, nos pedículos e nos processos
transversos das vértebras envolvidas na
deformidade.
- 3. Há deformidade em rotação fixa
das vértebras envolvidas, em que o corpo
vertebral roda para a convexidade da
curvatura.
- O encunhamento lateral da vértebra
ocorre em consequência de maior pressão
sobre a concavidade da curva; sendo
assim, as vértebras mais centrais à curva
se tornam as mais deformadas, enquanto
as mais periféricas se tornam menos
deformadas e sofrem menor rotação,
ocorrendo o mesmo com os discos
intervertebrais
- Esse processo é progressivo enquanto
houver crescimento vertebral, havendo,
paralelamente, enrijecimento da coluna
mais acentuado no ápice da curva, de
forma que o desvio não se corrige nas
manobras de inclinações laterais, seja na
clínica ou na radiografia. Essa avaliação é
de extrema importância na programação
do tratamento dos pacientes.
- É uma deformidade tridimensional, uma
vez que pode estar associada à variação
da amplitude da cifose ou da lordose.
- Em determinados tipos de escoliose,
encontra-se diminuição da cifose torácica,
chegando, algumas vezes, à lordose. Da
mesma forma, a lordose lombar pode
estar diminuída ou aumentada, o que
torna obrigatória a avaliação do paciente
não só no aspecto clínico, mas também por
radiografias no sentido lateral da coluna
-
- Estudo radiográfico das escolioses
- Devem obedecer a uma padronização, de
forma a permitir o controle da evolução
das curvas, não só para documentar a
piora, mas também a correção durante o
tratamento, seja ele conservador ou
cirúrgico.
- A coluna deve ser radiografada com o
paciente em ortostatismo, tanto nas
incidências de frente (anteroposterior ou
posteroanterior) quanto de perfil (lateral),
em radiografias panorâmicas que incluam
toda a coluna nos dois planos.
- Radiografias com o paciente em decúbito
dorsal, com inclinações laterais à direita e
à esquerda, devem complementar o estudo,
assim como incidência de frente,
exercendo-se tração manual de forma que
a rigidez das curvas seja avaliada
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-
- Classificação das escolioses
- 1. Escoliose idiopática. É a forma mais
comum de escoliose. De etiologia
desconhecida, pode ser subdividida em
três grupos:
- •Escoliose idiopática infantil. Acomete
crianças de 0 a 3 anos
- •Escoliose idiopática juvenil. Acomete
crianças a partir de 3 anos até os 10.
- •Escoliose idiopática do adolescente.
Acomete pacientes a partir dos 10 anos.
- 2. Escoliose congênita. É dividida de
acordo com os defeitos congênitos
encontrados nas vértebras.
- Muitos pacientes portadores de escoliose
idiopática evoluem para deformidades
graves, e outros se mantêm com curvas de
baixo valor angular, muitas vezes não
tendo necessidade de tratamento cirúrgico.
- Condições patológicas associadas e a
idade do indivíduo, na maioria dos casos,
determinam o tipo de tratamento.
- A história pregressa, como condições de
nascimento, anomalias congênitas
associadas ou doenças, como as
neuromusculares, a neurofibromatose e
os nanismos, podem afetar o tratamento
ou a evolução da deformidade.
- Exame físico
- Embora, com frequência, os pais cheguem
informando que a criança ou o adolescente
tem má postura, o exame físico deve ser
completo, principalmente para detectar
alterações, como manchas cutâneas tipo
café com leite ou pequenos tumores
subcutâneos, que podem sugerir
neurofibromatose, ou mesmo
deformidades dos membros superiores e
alterações renais ou cardíacas, que estão,
em geral, associadas a malformações
congênitas da coluna.
- O exame neurológico deve sempre ser
completo em relação à pesquisa de
alterações de sensibilidade ou
motricidade, como alterações da
marcha, que sinalizam a presença de
doenças neuromusculares.
- Muitas vezes, a deformidade é pequena e
não aparenta desvio da coluna, mas
sinais indiretos, como desnível dos
ombros, progressão assimétrica das
escápulas, assimetria das mamas,
alteração da linha da cintura pélvica e
obliquidade ou proeminência dos quadris,
sugerem escoliose.
- Uma vez constatada a escoliose, é
importante a avaliação da rigidez da
coluna.
- O paciente realiza inclinações laterais do
tronco e, a partir da palpação da coluna,
avalia-se o grau de flexibilidade das
curvas.
- Como o componente de rotação da
coluna está sempre presente nas
escolioses, pode-se analisar o grau da
rotação das vértebras em manobra de
inclinação anterior do tronco, pedindo
que o indivíduo tente encostar as mãos
no solo (manobra de Adams).
- Nesse procedimento, a presença da rotação
se torna clara, evidenciando giba das
costelas no lado convexo da curva.
- Essa giba pode ser mensurada
comparando-se a diferença em
centímetros entre o lado convexo e o
lado côncavoda curva.
- Radiografias devem, então, ser tomadas
nas posições posteroanterior e lateral, com
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2
I
Pode evoluir
JAMAISARocoretude
sarasto
o paciente em pé, e em decúbito dorsal,
com as respectivas inclinações.
- Escoliose idiopática infantil
- Acomete as crianças antes dos 3 anos, e o
diagnóstico definitivo é realizado por
radiografias, para que seja possível
diferenciar a condição das escolioses
congênitas ou de outras etiologias.
- Quanto à evolução, pode se apresentar sob
duas formas:
- Forma resolutiva. Em pacientes com essa
condição, a escoliose é descoberta em
idade precoce, com valores angulares
abaixo de 20° de Cobb, e tende a
desaparecer de modo espontâneo, sem
tratamento.
- 90% dos casos diagnosticados antes de 1
ano de vida.
- Forma evolutiva. É a forma mais grave,
pois acomete as crianças antes do
primeiro estirão de crescimento e tende a
se transformar em curvas de grandes
valores e de difícil controle.
- Quando não tratadas, é raro que essas
curvas tenham menos que 100° no final do
crescimento.
- É predominante no sexo masculino, e as
curvas torácicas esquerdas são encontradas
em mais de 80% dos casos, ao contrário da
escoliose idiopática do adolescente.
- Escoliose idiopática do adolescente
- É a forma mais comum de escoliose no
Brasil.
- Pode não ser muito progressiva e
permanecer inferior aos 20°, mas a
maioria progride, em média, 1° por mês
até o final do crescimento.
- Após a maturidade esquelética, há uma
tendência à estabilização, embora curvas
torácicas e duplas possam evoluir na
idade adulta, em média 1° por ano, em
especial nas curvas de valor angular acima
de 50°.
- Tratamento
- O tratamento das escolioses depende de
diversos fatores, como etiologia, idade do
paciente, gravidade das curvas e rigidez
apresentada. O tratamento divide-se em
ortopédico ou não operatório, também
chamado de conservador, e cirúrgico.
- O tratamento conservador é realizado nos
pacientes com escoliose idiopática, em
curvas não graves, em geral menores
que 50° de Cobb, que ainda estejam em
fase de crescimento e com curvas
flexíveis.
- Para tal, são empregados coletes
ortopédicos ou gessos corretivos até que
o paciente atinja o final do crescimento
ósseo.
- Esse tipo de tratamento não corrige as
deformidades, apenas impede a
progressão até atingir a idade adulta,
fase na qual a maioria das escolioses
idiopáticas tende à estabilização.
- Quando a curva maior se localiza na
região torácica, o colete mais usado é o
de Milwaukee, atuando por meio de
almofadas laterais sobre as costelas
correspondentes às vértebras apicais.
- Empregam-se também almofadas no lado
contrário à curva, para realizar
contrapressão e manter o colete
alinhado sobre o tronco.
- A distância entre o anel cervical e o mento
do indivíduo não deve ultrapassar 4 a 5
cm, para que aja de forma dinâmica,
obrigando o paciente a realizar
autoestiramento do tronco.
- Quando a curva maior for lombar ou
toracolombar, é possível o uso de colete
mais curto, denominado OTLS (órtese
toracolombossacral), que proporciona
maior conforto ao paciente e reduz os
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efeitos psicológicos que costumam
oferecer resistência ao tratamento.
- Quando as curvas são graves e rígidas, os
pacientes estão na fase final de
crescimento ou a etiologia é diferente da
idiopática, o tratamento cirúrgico está
indicado.
- O objetivo das intervenções cirúrgicas é
produzir fusão entre as vértebras que
participam da deformidade na melhor
posição de correção possível. Tal fusão é
obtida por artrodese (fusão) da coluna,
englobando todas as vértebras que
participam da deformidade e
estendendo-se até as vértebras que se
situam em posição neutra em relação à
rotação que produz equilíbrio do tronco.
- Na maioria dos casos, a correção dos
desvios é realizada por materiais
metálicos, como ganchos, parafusos,
hastes, travas ou amarrilhos
sublaminares acoplados às hastes. Para
tal correção, é imperativo que as curvas
não sejam muito rígidas nem
apresentem graus de curvatura muito
altos.
- Para algumas curvas graves e rígidas, é
necessária a correção prévia, por tração
óssea ou liberação das vértebras na sua
porção anterior, obrigando o cirurgião a
realizar toracotomias ou lombotomias
para a retirada dos discos
intervertebrais, permitindo, dessa forma,
maior mobilidade entre as vértebras e
provocando o encurtamento do lado
convexo da deformidade.
- Essa via anterior pode ser realizada no
mesmo ato operatório ou em dois
tempos, deixando-se a correção por via
posterior para um momento posterior.
Esses procedimentos dependem da
condição clínica do paciente e do tempo
cirúrgico da primeira operação ou da perda
sanguínea ocorrida. Para algumas
situações, é possível realizar a artrodese
anterior e associar materiais de
osteossíntese também por via anterior,
dispensando o segundo momento por via
posterior.
-
-
-
-
-
- Escoliose Congênita
- As deformidades congênitas da coluna são,
por definição, causadas por
desenvolvimento congênito anômalo.
- Contudo, a curva que aparece dentro dos
primeiros meses de vida não é
obrigatoriamente congênita, pode se
tratar de escoliose idiopática infantil.
- Os defeitos de segmentação podem ser
laterais, causando escoliose (a barra não
segmentada é unilateral); posterolaterais,
produzindo lordoescoliose; somente
posteriores, ocasionando lordose; ou
puramente anteriores, gerando cifose
(barra não segmentada anterior).
- Quando os defeitos de segmentação são
circunferenciais, não causam deformidade,
somente perda de movimento no segmento
e de crescimento axial.
-
-
- Os defeitos de formação derivam da
insuficiência de material embrionário
para o desenvolvimento normal da
vértebra.
- A falha do desenvolvimento de um lado da
vértebra resulta na denominada
hemivértebra.
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escoliose
- -
posterolot-lordoescoleose
antrion - afose
posterios cordose
- É importante entender que a hemivértebra
não é um pedaço a mais de osso incrustado
entre duas vértebras normais, mas, sim, a
metade normal de uma vértebra, estando o
lado oposto ausente ou hipoplásico. Se
todo o corpo estiver ausente ou
hipoplásico e os elementos posteriores
forem normais, resulta em cifose.
- As hemivértebras podem ser encontradas
em muitas formas e combinações. Pode
existir hemivértebra na coluna sem
causar deformidade, o que ocorre
devido à malformação de vértebras
adjacentes. Isto é denominado
hemivértebra encarcerada, situação, em
geral, benigna.
- A hemivértebra pode ser não segmentada
em uma ou ambas as vértebras adjacentes.
- Quando separada por disco, é chamada
de hemivértebra semissegmentada.
- Se não está separada das duas vértebras
adjacentes, é chamada de hemivértebra
não segmentada.
- Quando separada por completo de
ambas as vértebras, é chamada de
hemivértebra livre ou totalmente
segmentada. Pode haver mais de uma
hemivértebra na coluna; contudo, se ambas
ocorrerem no mesmo lado, o prognóstico
será ruim.
-
- Cifoses
- Cifoses congênitas
- As deformidades cifóticas são menos
comuns que as escolióticas, porém, suas
consequências podem ser mais graves.
- Diferentemente da escoliose, na cifose
congênita, os defeitos de segmentação
são menos progressivos que os de
formação. A cifose congênita é a causa
mais comum de paraplegia das
deformidades não infecciosas da coluna.
- A paraplegia é mais encontrada com
defeitos de formação, em especial com
ápice entre T4 e T10 (suprimento
sanguíneo da medula).
- A cifose causada por defeitos de
segmentação tende a ser menos
progressiva, produz menos deformidade
e não causa paraplegia.
- Deformidades de caráter agressivo e com
mau prognóstico não são tratadas de
modo conservador com órteses, exigindo
apenas abordagem cirúrgica, a qual
depende do tipo de anomalia, da idade do
paciente e da gravidade da deformidade.
- Tratamento conservador
- Apenas um tratamento não cirúrgico tem
valor positivo na cifose congênita: o uso
de órtese. No entanto, é aplicável a um
número limitado depacientes –
raramente sendo a única forma de
tratamento durante toda a evolução do
indivíduo – e, mesmo quando
bem-sucedida, apenas retarda o
tratamento cirúrgico.
- Quanto mais flexível e mais longa (10
segmentos) for a curva, mais positivo
será o tratamento com a órtese.
- Curvas rígidas e de raio curto não são
beneficiadas pelo uso de órtese.
- Não há forma única de tratamento
cirúrgico para cifose congênita. Cada
paciente deve ser analisado de forma
individual, considerando-se idade, tipo e
área da deformidade, evolução, padrão
HipoplánicaAusente
de curva e presença ou ausência de
outras anomalias congênitas.
- Dorso Curvo
- O dorso curvo é uma deformidade da
coluna, cuja principal característica é o
aumento da cifose torácica.
- Também conhecido como doença de
Scheuermann, foi descrito como cifose
rígida da coluna torácica ou
toracolombar acometendo adolescentes.
- De etiologia desconhecida, acomete ambos
os sexos de forma equitativa e, conforme
diversos autores, apresenta característica
familiar. Embora o modo de
hereditariedade não tenha sido
demonstrado, alguns autores sugerem que
seja autossômico dominante com alto
grau de penetrância e expressividade
variável.
- Acredita-se que o dorso curvo seja uma
deformidade multifatorial, na qual o
crescimento normal da coluna é controlado
por forças de tensão na porção posterior.
- Tais forças seriam fornecidas pelo
complexo musculoligamentar posterior e
por resistência às forças de compressão na
porção anterior, promovida pelos corpos e
discos intervertebrais.
- Qualquer fator que provoque a ruptura
desse equilíbrio, como insuficiência dos
músculos posteriores ou
enfraquecimento da resistência anterior,
gera um aumento da cifose que, nos
indivíduos em crescimento, vai se tornar
progressivo.
- Quadro clínico
- Com frequência, o dorso curvo surge na
infância ou próximo à puberdade;
inicialmente, é visto como má postura,
fato que, em geral, retarda o
diagnóstico.
- Inicia-se com aumento da cifose torácica
ou toracolombar, algumas vezes
acompanhada de dor leve, que se agrava
com a posição ortostática ou após
esforços físicos. A dor se localiza no ápice
da cifose ou na região lombar.
- Além de cifose aumentada, os pacientes
apresentam hiperlordose lombar e
cervical, acarretando projeção anterior
da cabeça.
- Na manobra de flexão anterior do tronco,
o aumento da cifose se torna mais
evidente.
- Os músculos da cintura escapular são
hipotróficos, e há encurtamento dos
isquiotibiais, dos flexores dos quadris e,
em alguns casos, dos peitorais.
-
-
- O dorso curvo tem associação frequente
com deformidades da parede anterior do
tórax com saliência das cartilagens
costoesternais e depressão transversal
inframamária.
-
- Há dois tipos de doença de
Scheuermann.
- O mais comum é o aumento da cifose
torácica com ápice em T7 ou T8, a curva
se iniciando em T1 a T3 e limite distal em
T12 ou L1.
- É raro a cifose ser mais distal com ápice
em T12 ou L1, condição conhecida como
cifose toracolombar, em geral mais
flexível, mas mais difícil de responder ao
tratamento ortopédico, já que, muitas
vezes, é acompanhada de escoliose.
- É comum pacientes com sinais clínicos
de dorso curvo, todavia, sem sinais
radiográficos característicos, nem
mesmo o encunhamento das vértebras
apicais.
- Esses indivíduos são enquadrados no
chamado dorso curvo postural; aqueles
com quadro radiográfico típico são
definidos como dorso curvo, deformidade
ou doença de Scheuermann.
- Tratamento
- O tratamento se baseia em alguns critérios,
como a gravidade da curva, a idade do
paciente e a existência de deformidade
vertebral.
- Tratamento conservador
- Fisioterapia
- Está indicada nos casos de dorso curvo
postural ou nas deformidades discretas,
habitualmente com valores de cifose
menores que 50° de Cobb.
- Deve basear-se na ginástica corretiva
para promover o alongamento dos
grupos musculares encurtados, como
isquiotibiais, flexores do quadril,
peitorais e paravertebrais lombares,
assim como o fortalecimento de
abdominais, glúteos, paravertebrais
torácicos e escapulovertebrais, além de
conscientização da postura.
- Coletes
- O mais empregado é o colete de
Milwaukee, indicado nos casos de
deformidades não graves, flexíveis, em
geral com valores de cifose menores que
70° e, fundamentalmente, quando os
pacientes apresentam potencial de
crescimento.
- O emprego do colete de Milwaukee deve
obedecer a algumas regras. A primeira
delas diz respeito à confecção do colete,
que exige técnico capacitado e emprego
de materiais adequados. A segunda recai
no uso do colete, que deve ser integral,
por 22 a 23 horas diárias, até que as
deformidades ósseas estejam corrigidas.
- É retirado aos poucos, chegando-se ao uso
apenas noturno e até que o crescimento
vertebral se complete.
- Colete gessado
- É empregado nos casos mais graves, em
geral cifoses acima de 70° e deformidades
rígidas. É conhecido como gesso
antigravitacional, em que a correção é
realizada em mesa ortopédica, e a
aplicação do gesso é feita na posição de
correção.
- É normal que algumas trocas do gesso
sejam necessárias, agregando-se correção
em cada etapa. Uma vez corrigida a
deformidade, o paciente passa a usar o
colete de forma convencional.
- O tratamento ortopédico costuma produzir
excelentes resultados, desde que seja
empregado de maneira adequada.
- Tratamento cirúrgico
- Está indicado em pacientes com
deformidades graves e rígidas no final
do crescimento ou em adultos.
- É raro a correção cirúrgica do dorso
curvo ser empregada, uma vez que o
paciente somente aceita a intervenção
cirúrgica quando há deformidade muito
grave.
- Os casos de cifose acima de 80° de Cobb
com deformidade estética importante
são os que costumam apresentar melhores
resultados com a abordagem cirúrgica.
- A correção deve ser realizada por duplo
acesso à coluna. Primeiro, por via
anterior, deve-se retirar os discos
intervertebrais em todo o ápice da
cifose, proporcionando maior
flexibilidade da curva, e então realizar
artrodese, em sustentação anterior, para
impedir a perda de correção.
- A correção é executada por via posterior
com artrodese, utilizando instrumentação
e material de osteossíntese de terceira
geração, que emprega associação de
ganchos, parafusos pediculares e hastes.
- Hiperlordose Lombar
- Hiperlordose lombar postural
- A hiperlordose lombar postural é o tipo
mais frequente de hiperlordose lombar.
- Pode ter duas formas: constitucional e
atitude hiperlordótica.
- A forma constitucional está associada a
um morfotipo familiar; verifica-se um
aumento da incidência pélvica e do ângulo
sagrado.
- Na atitude hiperlordótica, a
hiperlordose lombar é flexível, redutível
e melhora com a reeducação postural;
pode ter várias causas: obesidade,
gravidez, deambulação com saltos altos,
decúbito ventral prolongado, sedestação
em cadeiras sem apoio, hipotonia
abdominal e síndrome de hipermobilidade
articular.
- As medidas gerais de tratamento
consistem em evitar o ortostatismo
prolongado e a atividade física que
envolva hiperextensão lombar, controlar
o peso e, em caso de lombalgia, utilizar
agentes físicos e/ou medicação
sintomática.
- O tratamento de cinesiterapia (fortalecer e
alongar os músculos) consiste na
reeducação postural para o correto
alinhamento pélvico, exercícios de
báscula pélvica, flexão da coluna
lombar, alongamento e relaxamento dos
paravertebrais lombares e flexores do
quadril, fortalecimento dos abdominais
e extensores do quadril e alongamento
dos isquiotibiais e quadricípete.
- Os exercícios de flexão de Williams
promovem a flexão do tronco e o
fortalecimento dos abdominais e
extensores do quadril.
- Os exercícios do método de Mézières
promovem o alongamento dos
paravertebrais lombares.
-
- Hiperlordose lombar congênita
- A hiperlordose lombar congênita resulta
de anomalias do desenvolvimento
vertebral embrionário.
- Está presente no nascimento, mas pode
só ser identificada com o crescimento,
passagem ao ortostatismo ou ser um
achado radiológico acidental.
- Caracteriza-se por curvasde grande
magnitude, rígidas e progressivas.
- Na maioria dos casos, ocorre por um
defeito da segmentação e do crescimento
dos elementos vertebrais posteriores
num ou vários níveis, de que resulta a
perda da sua flexibilidade, tornando-se
rígido.
- Os elementos anteriores das vértebras
continuam o processo de crescimento,
constituindo a força deformante.
- Os exames de imagem possibilitam os
diagnósticos etiológico e morfológico, a
medição do ângulo da curvatura, a
avaliação da progressão e instabilidade
da deformação, a apreciação do impacto
sobre o eixo nervoso e a pesquisa de
lesões associadas.
- O tratamento da hiperlordose lombar
congénita é cirúrgico. Pode seguir-se o
uso temporário de uma ortótese de tronco,
para manter a diminuição do ângulo
obtida.
- Alterações não estruturais
- Escoliose não estrutural
- É o desvio lateral da coluna não
relacionado a alterações estruturais das
vértebras ou dos discos intervertebrais.
- É uma condição não progressiva, que
não costuma ser grave, sem rotação fixa
das vértebras e que, nas inclinações
laterais, encontra-se de forma simétrica
nos aspectos clínico e radiográfico.
- Esse tipo de escoliose está associado a
várias condições patológicas, como
postura anormal, encurtamento de um
dos membros inferiores, espasmos
musculares associados a irritações de
raízes nervosas, processos inflamatórios
ou tumores da coluna.
- A característica da escoliose não estrutural
é que ela desaparece após o tratamento da
doença de base.
- A escoliose não estrutural, quando
presente por longo período em crianças
em fase de crescimento, pode adquirir
características estruturais por
deformação das vértebras e tornar-se
progressiva.
•Escoliose postural
•Escoliose histérica
•Curvas compensatórias
•Irritação de raiz nervosa
•Hérnia de disco
•Tumores
•Escoliose inflamatória
•Anisomelia
•Tumores
•Osteoma osteoide
•Hemangioma
- Causas comuns: escoliose não estrutural
- Diferença no comprimento das pernas
(estrutural ou funcional), defesa muscular
ou espasmo decorrente de estímulos
dolorosos na coluna ou pescoço e posturas
habituais ou assimétricas são causas
comuns da escoliose não estrutural.
-
DEre-
-
⑧
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