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- Chamliam, T. R. 2010, Medicina Física e Reabilitação, Guanabara Koogan. Available from: vbk://978-85-277-1960-5 - Hebert, S., Filho, T. B., Xavier, R., al., e. (2017). Ortopedia e Traumatologia, 5th Edition. [[VitalSource Bookshelf version]]. Retrieved from vbk://9788582713778 - DESVIOS POSTURAIS NA COLUNA LOMBAR E A RELAÇÃO COM DOR, MOBILIDADE ARTICULAR E ATIVIDADE FÍSICA EM ADOLESCENTES, Susane Graup, UFSC, 2008 - Alterações posturais da coluna e instabilidade lombar no indivíduo obeso: uma revisão de literatura, Gisela Rocha de Siqueira, 2011, UFPE - Entender a fisiopatologia das alterações posturais e seus fatores (mais comuns), tratamento, diagnóstico e aspectos clínicos. - Curvaturas da coluna vertebral - A coluna do adulto é dividida em quatro curvaturas: duas primárias, ou posteriores, presentes desde o nascimento e por possuírem uma convexidade posterior; e duas curvaturas compensatórias, ou anteriores, assim chamadas porque se desenvolvem conforme a criança aprende a erguer a cabeça e, mais tarde, a levantar-se, e porque possui uma convexidade anterior. - As curvaturas posteriores situam-se nas regiões torácica e sacral. Cifose é um termo usado para denotar uma curvatura posterior. Postura cifótica refere-se à curvatura posterior excessiva da região torácica da coluna vertebral. - As curvaturas anteriores situam-se nas regiões cervical e lombar. Lordose é um termo também usado para designar uma curvatura anterior. Lordose anormal - segmento pélvico encontra-se anteriorizado. - As curvaturas e a flexibilidade da coluna são importantes para suportar os efeitos da gravidade e de outras forças externas. - A estrutura de ossos, articulações, músculos e tecidos inertes dos membros inferiores é projetada para suportar peso; eles suportam e equilibram o tronco na postura ereta. - No padrão típico de indivíduos destros o ombro direito é mais baixo que o esquerdo, a pelve é desviada discretamente para a direita e o quadril direito parece ser levemente mais alto que o esquerdo. - Geralmente, existe um leve desvio da coluna vertebral para a esquerda, e o pé esquerdo apresenta maior pronação que o direito. O glúteo médio direito geralmente é mais fraco que o esquerdo. Os padrões de dominância relacionados à postura podem surgir precocemente. O discreto desvio da coluna vertebral em direção ao lado oposto do quadril pode aparecer cedo, entre os 8 e 10 anos de idade. Existe uma tendência ao abaixamento compensatório do ombro do lado do quadril mais alto. Na maior parte dos casos, o ombro baixo é menos importante que o quadril alto. - A Figura B mostra o padrão oposto, típico dos canhotos. No entanto, o ombro baixo geralmente não é tão acentuado nesses indivíduos. CLORD . T . cikolê .CoRD . } SCIFOre Forásica " âÜiâm Jaurol 21 Cervicalelombar - - Escoliose - A escoliose é definida como desvio lateral da coluna. Pode se apresentar de duas formas básicas: não estrutural e estrutural. - A escoliose estrutural apresenta três características principais: - 1. Os tecidos moles se retraem na concavidade da curva. - 2. Surgem alterações na forma dos corpos vertebrais, no tamanho das lâminas, nos pedículos e nos processos transversos das vértebras envolvidas na deformidade. - 3. Há deformidade em rotação fixa das vértebras envolvidas, em que o corpo vertebral roda para a convexidade da curvatura. - O encunhamento lateral da vértebra ocorre em consequência de maior pressão sobre a concavidade da curva; sendo assim, as vértebras mais centrais à curva se tornam as mais deformadas, enquanto as mais periféricas se tornam menos deformadas e sofrem menor rotação, ocorrendo o mesmo com os discos intervertebrais - Esse processo é progressivo enquanto houver crescimento vertebral, havendo, paralelamente, enrijecimento da coluna mais acentuado no ápice da curva, de forma que o desvio não se corrige nas manobras de inclinações laterais, seja na clínica ou na radiografia. Essa avaliação é de extrema importância na programação do tratamento dos pacientes. - É uma deformidade tridimensional, uma vez que pode estar associada à variação da amplitude da cifose ou da lordose. - Em determinados tipos de escoliose, encontra-se diminuição da cifose torácica, chegando, algumas vezes, à lordose. Da mesma forma, a lordose lombar pode estar diminuída ou aumentada, o que torna obrigatória a avaliação do paciente não só no aspecto clínico, mas também por radiografias no sentido lateral da coluna - - Estudo radiográfico das escolioses - Devem obedecer a uma padronização, de forma a permitir o controle da evolução das curvas, não só para documentar a piora, mas também a correção durante o tratamento, seja ele conservador ou cirúrgico. - A coluna deve ser radiografada com o paciente em ortostatismo, tanto nas incidências de frente (anteroposterior ou posteroanterior) quanto de perfil (lateral), em radiografias panorâmicas que incluam toda a coluna nos dois planos. - Radiografias com o paciente em decúbito dorsal, com inclinações laterais à direita e à esquerda, devem complementar o estudo, assim como incidência de frente, exercendo-se tração manual de forma que a rigidez das curvas seja avaliada E D { { ? - RETRAGAO DE TEC. MOLES ll -ALTERAÇ. NAS Fenont do CORPOCVERT , ALTORD / AMINES PEDICULOG, PROCESCOS DEFORMiDADEennetizerer mbachatamento JDÉNQ. HÁCRÊSE, VERTEBRĄL ñ ZENRIJEC DA colura mam - - Classificação das escolioses - 1. Escoliose idiopática. É a forma mais comum de escoliose. De etiologia desconhecida, pode ser subdividida em três grupos: - •Escoliose idiopática infantil. Acomete crianças de 0 a 3 anos - •Escoliose idiopática juvenil. Acomete crianças a partir de 3 anos até os 10. - •Escoliose idiopática do adolescente. Acomete pacientes a partir dos 10 anos. - 2. Escoliose congênita. É dividida de acordo com os defeitos congênitos encontrados nas vértebras. - Muitos pacientes portadores de escoliose idiopática evoluem para deformidades graves, e outros se mantêm com curvas de baixo valor angular, muitas vezes não tendo necessidade de tratamento cirúrgico. - Condições patológicas associadas e a idade do indivíduo, na maioria dos casos, determinam o tipo de tratamento. - A história pregressa, como condições de nascimento, anomalias congênitas associadas ou doenças, como as neuromusculares, a neurofibromatose e os nanismos, podem afetar o tratamento ou a evolução da deformidade. - Exame físico - Embora, com frequência, os pais cheguem informando que a criança ou o adolescente tem má postura, o exame físico deve ser completo, principalmente para detectar alterações, como manchas cutâneas tipo café com leite ou pequenos tumores subcutâneos, que podem sugerir neurofibromatose, ou mesmo deformidades dos membros superiores e alterações renais ou cardíacas, que estão, em geral, associadas a malformações congênitas da coluna. - O exame neurológico deve sempre ser completo em relação à pesquisa de alterações de sensibilidade ou motricidade, como alterações da marcha, que sinalizam a presença de doenças neuromusculares. - Muitas vezes, a deformidade é pequena e não aparenta desvio da coluna, mas sinais indiretos, como desnível dos ombros, progressão assimétrica das escápulas, assimetria das mamas, alteração da linha da cintura pélvica e obliquidade ou proeminência dos quadris, sugerem escoliose. - Uma vez constatada a escoliose, é importante a avaliação da rigidez da coluna. - O paciente realiza inclinações laterais do tronco e, a partir da palpação da coluna, avalia-se o grau de flexibilidade das curvas. - Como o componente de rotação da coluna está sempre presente nas escolioses, pode-se analisar o grau da rotação das vértebras em manobra de inclinação anterior do tronco, pedindo que o indivíduo tente encostar as mãos no solo (manobra de Adams). - Nesse procedimento, a presença da rotação se torna clara, evidenciando giba das costelas no lado convexo da curva. - Essa giba pode ser mensurada comparando-se a diferença em centímetros entre o lado convexo e o lado côncavoda curva. - Radiografias devem, então, ser tomadas nas posições posteroanterior e lateral, com dł d t ? 2 I Pode evoluir JAMAISARocoretude sarasto o paciente em pé, e em decúbito dorsal, com as respectivas inclinações. - Escoliose idiopática infantil - Acomete as crianças antes dos 3 anos, e o diagnóstico definitivo é realizado por radiografias, para que seja possível diferenciar a condição das escolioses congênitas ou de outras etiologias. - Quanto à evolução, pode se apresentar sob duas formas: - Forma resolutiva. Em pacientes com essa condição, a escoliose é descoberta em idade precoce, com valores angulares abaixo de 20° de Cobb, e tende a desaparecer de modo espontâneo, sem tratamento. - 90% dos casos diagnosticados antes de 1 ano de vida. - Forma evolutiva. É a forma mais grave, pois acomete as crianças antes do primeiro estirão de crescimento e tende a se transformar em curvas de grandes valores e de difícil controle. - Quando não tratadas, é raro que essas curvas tenham menos que 100° no final do crescimento. - É predominante no sexo masculino, e as curvas torácicas esquerdas são encontradas em mais de 80% dos casos, ao contrário da escoliose idiopática do adolescente. - Escoliose idiopática do adolescente - É a forma mais comum de escoliose no Brasil. - Pode não ser muito progressiva e permanecer inferior aos 20°, mas a maioria progride, em média, 1° por mês até o final do crescimento. - Após a maturidade esquelética, há uma tendência à estabilização, embora curvas torácicas e duplas possam evoluir na idade adulta, em média 1° por ano, em especial nas curvas de valor angular acima de 50°. - Tratamento - O tratamento das escolioses depende de diversos fatores, como etiologia, idade do paciente, gravidade das curvas e rigidez apresentada. O tratamento divide-se em ortopédico ou não operatório, também chamado de conservador, e cirúrgico. - O tratamento conservador é realizado nos pacientes com escoliose idiopática, em curvas não graves, em geral menores que 50° de Cobb, que ainda estejam em fase de crescimento e com curvas flexíveis. - Para tal, são empregados coletes ortopédicos ou gessos corretivos até que o paciente atinja o final do crescimento ósseo. - Esse tipo de tratamento não corrige as deformidades, apenas impede a progressão até atingir a idade adulta, fase na qual a maioria das escolioses idiopáticas tende à estabilização. - Quando a curva maior se localiza na região torácica, o colete mais usado é o de Milwaukee, atuando por meio de almofadas laterais sobre as costelas correspondentes às vértebras apicais. - Empregam-se também almofadas no lado contrário à curva, para realizar contrapressão e manter o colete alinhado sobre o tronco. - A distância entre o anel cervical e o mento do indivíduo não deve ultrapassar 4 a 5 cm, para que aja de forma dinâmica, obrigando o paciente a realizar autoestiramento do tronco. - Quando a curva maior for lombar ou toracolombar, é possível o uso de colete mais curto, denominado OTLS (órtese toracolombossacral), que proporciona maior conforto ao paciente e reduz os zz 0 cobb s - flexibil. . Fase crese. @ nãO tão progressiVA - 200Cobzb n efeitos psicológicos que costumam oferecer resistência ao tratamento. - Quando as curvas são graves e rígidas, os pacientes estão na fase final de crescimento ou a etiologia é diferente da idiopática, o tratamento cirúrgico está indicado. - O objetivo das intervenções cirúrgicas é produzir fusão entre as vértebras que participam da deformidade na melhor posição de correção possível. Tal fusão é obtida por artrodese (fusão) da coluna, englobando todas as vértebras que participam da deformidade e estendendo-se até as vértebras que se situam em posição neutra em relação à rotação que produz equilíbrio do tronco. - Na maioria dos casos, a correção dos desvios é realizada por materiais metálicos, como ganchos, parafusos, hastes, travas ou amarrilhos sublaminares acoplados às hastes. Para tal correção, é imperativo que as curvas não sejam muito rígidas nem apresentem graus de curvatura muito altos. - Para algumas curvas graves e rígidas, é necessária a correção prévia, por tração óssea ou liberação das vértebras na sua porção anterior, obrigando o cirurgião a realizar toracotomias ou lombotomias para a retirada dos discos intervertebrais, permitindo, dessa forma, maior mobilidade entre as vértebras e provocando o encurtamento do lado convexo da deformidade. - Essa via anterior pode ser realizada no mesmo ato operatório ou em dois tempos, deixando-se a correção por via posterior para um momento posterior. Esses procedimentos dependem da condição clínica do paciente e do tempo cirúrgico da primeira operação ou da perda sanguínea ocorrida. Para algumas situações, é possível realizar a artrodese anterior e associar materiais de osteossíntese também por via anterior, dispensando o segundo momento por via posterior. - - - - - - Escoliose Congênita - As deformidades congênitas da coluna são, por definição, causadas por desenvolvimento congênito anômalo. - Contudo, a curva que aparece dentro dos primeiros meses de vida não é obrigatoriamente congênita, pode se tratar de escoliose idiopática infantil. - Os defeitos de segmentação podem ser laterais, causando escoliose (a barra não segmentada é unilateral); posterolaterais, produzindo lordoescoliose; somente posteriores, ocasionando lordose; ou puramente anteriores, gerando cifose (barra não segmentada anterior). - Quando os defeitos de segmentação são circunferenciais, não causam deformidade, somente perda de movimento no segmento e de crescimento axial. - - - Os defeitos de formação derivam da insuficiência de material embrionário para o desenvolvimento normal da vértebra. - A falha do desenvolvimento de um lado da vértebra resulta na denominada hemivértebra. KDmmarn agow lloteral- escoliose - - posterolot-lordoescoleose antrion - afose posterios cordose - É importante entender que a hemivértebra não é um pedaço a mais de osso incrustado entre duas vértebras normais, mas, sim, a metade normal de uma vértebra, estando o lado oposto ausente ou hipoplásico. Se todo o corpo estiver ausente ou hipoplásico e os elementos posteriores forem normais, resulta em cifose. - As hemivértebras podem ser encontradas em muitas formas e combinações. Pode existir hemivértebra na coluna sem causar deformidade, o que ocorre devido à malformação de vértebras adjacentes. Isto é denominado hemivértebra encarcerada, situação, em geral, benigna. - A hemivértebra pode ser não segmentada em uma ou ambas as vértebras adjacentes. - Quando separada por disco, é chamada de hemivértebra semissegmentada. - Se não está separada das duas vértebras adjacentes, é chamada de hemivértebra não segmentada. - Quando separada por completo de ambas as vértebras, é chamada de hemivértebra livre ou totalmente segmentada. Pode haver mais de uma hemivértebra na coluna; contudo, se ambas ocorrerem no mesmo lado, o prognóstico será ruim. - - Cifoses - Cifoses congênitas - As deformidades cifóticas são menos comuns que as escolióticas, porém, suas consequências podem ser mais graves. - Diferentemente da escoliose, na cifose congênita, os defeitos de segmentação são menos progressivos que os de formação. A cifose congênita é a causa mais comum de paraplegia das deformidades não infecciosas da coluna. - A paraplegia é mais encontrada com defeitos de formação, em especial com ápice entre T4 e T10 (suprimento sanguíneo da medula). - A cifose causada por defeitos de segmentação tende a ser menos progressiva, produz menos deformidade e não causa paraplegia. - Deformidades de caráter agressivo e com mau prognóstico não são tratadas de modo conservador com órteses, exigindo apenas abordagem cirúrgica, a qual depende do tipo de anomalia, da idade do paciente e da gravidade da deformidade. - Tratamento conservador - Apenas um tratamento não cirúrgico tem valor positivo na cifose congênita: o uso de órtese. No entanto, é aplicável a um número limitado depacientes – raramente sendo a única forma de tratamento durante toda a evolução do indivíduo – e, mesmo quando bem-sucedida, apenas retarda o tratamento cirúrgico. - Quanto mais flexível e mais longa (10 segmentos) for a curva, mais positivo será o tratamento com a órtese. - Curvas rígidas e de raio curto não são beneficiadas pelo uso de órtese. - Não há forma única de tratamento cirúrgico para cifose congênita. Cada paciente deve ser analisado de forma individual, considerando-se idade, tipo e área da deformidade, evolução, padrão HipoplánicaAusente de curva e presença ou ausência de outras anomalias congênitas. - Dorso Curvo - O dorso curvo é uma deformidade da coluna, cuja principal característica é o aumento da cifose torácica. - Também conhecido como doença de Scheuermann, foi descrito como cifose rígida da coluna torácica ou toracolombar acometendo adolescentes. - De etiologia desconhecida, acomete ambos os sexos de forma equitativa e, conforme diversos autores, apresenta característica familiar. Embora o modo de hereditariedade não tenha sido demonstrado, alguns autores sugerem que seja autossômico dominante com alto grau de penetrância e expressividade variável. - Acredita-se que o dorso curvo seja uma deformidade multifatorial, na qual o crescimento normal da coluna é controlado por forças de tensão na porção posterior. - Tais forças seriam fornecidas pelo complexo musculoligamentar posterior e por resistência às forças de compressão na porção anterior, promovida pelos corpos e discos intervertebrais. - Qualquer fator que provoque a ruptura desse equilíbrio, como insuficiência dos músculos posteriores ou enfraquecimento da resistência anterior, gera um aumento da cifose que, nos indivíduos em crescimento, vai se tornar progressivo. - Quadro clínico - Com frequência, o dorso curvo surge na infância ou próximo à puberdade; inicialmente, é visto como má postura, fato que, em geral, retarda o diagnóstico. - Inicia-se com aumento da cifose torácica ou toracolombar, algumas vezes acompanhada de dor leve, que se agrava com a posição ortostática ou após esforços físicos. A dor se localiza no ápice da cifose ou na região lombar. - Além de cifose aumentada, os pacientes apresentam hiperlordose lombar e cervical, acarretando projeção anterior da cabeça. - Na manobra de flexão anterior do tronco, o aumento da cifose se torna mais evidente. - Os músculos da cintura escapular são hipotróficos, e há encurtamento dos isquiotibiais, dos flexores dos quadris e, em alguns casos, dos peitorais. - - - O dorso curvo tem associação frequente com deformidades da parede anterior do tórax com saliência das cartilagens costoesternais e depressão transversal inframamária. - - Há dois tipos de doença de Scheuermann. - O mais comum é o aumento da cifose torácica com ápice em T7 ou T8, a curva se iniciando em T1 a T3 e limite distal em T12 ou L1. - É raro a cifose ser mais distal com ápice em T12 ou L1, condição conhecida como cifose toracolombar, em geral mais flexível, mas mais difícil de responder ao tratamento ortopédico, já que, muitas vezes, é acompanhada de escoliose. - É comum pacientes com sinais clínicos de dorso curvo, todavia, sem sinais radiográficos característicos, nem mesmo o encunhamento das vértebras apicais. - Esses indivíduos são enquadrados no chamado dorso curvo postural; aqueles com quadro radiográfico típico são definidos como dorso curvo, deformidade ou doença de Scheuermann. - Tratamento - O tratamento se baseia em alguns critérios, como a gravidade da curva, a idade do paciente e a existência de deformidade vertebral. - Tratamento conservador - Fisioterapia - Está indicada nos casos de dorso curvo postural ou nas deformidades discretas, habitualmente com valores de cifose menores que 50° de Cobb. - Deve basear-se na ginástica corretiva para promover o alongamento dos grupos musculares encurtados, como isquiotibiais, flexores do quadril, peitorais e paravertebrais lombares, assim como o fortalecimento de abdominais, glúteos, paravertebrais torácicos e escapulovertebrais, além de conscientização da postura. - Coletes - O mais empregado é o colete de Milwaukee, indicado nos casos de deformidades não graves, flexíveis, em geral com valores de cifose menores que 70° e, fundamentalmente, quando os pacientes apresentam potencial de crescimento. - O emprego do colete de Milwaukee deve obedecer a algumas regras. A primeira delas diz respeito à confecção do colete, que exige técnico capacitado e emprego de materiais adequados. A segunda recai no uso do colete, que deve ser integral, por 22 a 23 horas diárias, até que as deformidades ósseas estejam corrigidas. - É retirado aos poucos, chegando-se ao uso apenas noturno e até que o crescimento vertebral se complete. - Colete gessado - É empregado nos casos mais graves, em geral cifoses acima de 70° e deformidades rígidas. É conhecido como gesso antigravitacional, em que a correção é realizada em mesa ortopédica, e a aplicação do gesso é feita na posição de correção. - É normal que algumas trocas do gesso sejam necessárias, agregando-se correção em cada etapa. Uma vez corrigida a deformidade, o paciente passa a usar o colete de forma convencional. - O tratamento ortopédico costuma produzir excelentes resultados, desde que seja empregado de maneira adequada. - Tratamento cirúrgico - Está indicado em pacientes com deformidades graves e rígidas no final do crescimento ou em adultos. - É raro a correção cirúrgica do dorso curvo ser empregada, uma vez que o paciente somente aceita a intervenção cirúrgica quando há deformidade muito grave. - Os casos de cifose acima de 80° de Cobb com deformidade estética importante são os que costumam apresentar melhores resultados com a abordagem cirúrgica. - A correção deve ser realizada por duplo acesso à coluna. Primeiro, por via anterior, deve-se retirar os discos intervertebrais em todo o ápice da cifose, proporcionando maior flexibilidade da curva, e então realizar artrodese, em sustentação anterior, para impedir a perda de correção. - A correção é executada por via posterior com artrodese, utilizando instrumentação e material de osteossíntese de terceira geração, que emprega associação de ganchos, parafusos pediculares e hastes. - Hiperlordose Lombar - Hiperlordose lombar postural - A hiperlordose lombar postural é o tipo mais frequente de hiperlordose lombar. - Pode ter duas formas: constitucional e atitude hiperlordótica. - A forma constitucional está associada a um morfotipo familiar; verifica-se um aumento da incidência pélvica e do ângulo sagrado. - Na atitude hiperlordótica, a hiperlordose lombar é flexível, redutível e melhora com a reeducação postural; pode ter várias causas: obesidade, gravidez, deambulação com saltos altos, decúbito ventral prolongado, sedestação em cadeiras sem apoio, hipotonia abdominal e síndrome de hipermobilidade articular. - As medidas gerais de tratamento consistem em evitar o ortostatismo prolongado e a atividade física que envolva hiperextensão lombar, controlar o peso e, em caso de lombalgia, utilizar agentes físicos e/ou medicação sintomática. - O tratamento de cinesiterapia (fortalecer e alongar os músculos) consiste na reeducação postural para o correto alinhamento pélvico, exercícios de báscula pélvica, flexão da coluna lombar, alongamento e relaxamento dos paravertebrais lombares e flexores do quadril, fortalecimento dos abdominais e extensores do quadril e alongamento dos isquiotibiais e quadricípete. - Os exercícios de flexão de Williams promovem a flexão do tronco e o fortalecimento dos abdominais e extensores do quadril. - Os exercícios do método de Mézières promovem o alongamento dos paravertebrais lombares. - - Hiperlordose lombar congênita - A hiperlordose lombar congênita resulta de anomalias do desenvolvimento vertebral embrionário. - Está presente no nascimento, mas pode só ser identificada com o crescimento, passagem ao ortostatismo ou ser um achado radiológico acidental. - Caracteriza-se por curvasde grande magnitude, rígidas e progressivas. - Na maioria dos casos, ocorre por um defeito da segmentação e do crescimento dos elementos vertebrais posteriores num ou vários níveis, de que resulta a perda da sua flexibilidade, tornando-se rígido. - Os elementos anteriores das vértebras continuam o processo de crescimento, constituindo a força deformante. - Os exames de imagem possibilitam os diagnósticos etiológico e morfológico, a medição do ângulo da curvatura, a avaliação da progressão e instabilidade da deformação, a apreciação do impacto sobre o eixo nervoso e a pesquisa de lesões associadas. - O tratamento da hiperlordose lombar congénita é cirúrgico. Pode seguir-se o uso temporário de uma ortótese de tronco, para manter a diminuição do ângulo obtida. - Alterações não estruturais - Escoliose não estrutural - É o desvio lateral da coluna não relacionado a alterações estruturais das vértebras ou dos discos intervertebrais. - É uma condição não progressiva, que não costuma ser grave, sem rotação fixa das vértebras e que, nas inclinações laterais, encontra-se de forma simétrica nos aspectos clínico e radiográfico. - Esse tipo de escoliose está associado a várias condições patológicas, como postura anormal, encurtamento de um dos membros inferiores, espasmos musculares associados a irritações de raízes nervosas, processos inflamatórios ou tumores da coluna. - A característica da escoliose não estrutural é que ela desaparece após o tratamento da doença de base. - A escoliose não estrutural, quando presente por longo período em crianças em fase de crescimento, pode adquirir características estruturais por deformação das vértebras e tornar-se progressiva. •Escoliose postural •Escoliose histérica •Curvas compensatórias •Irritação de raiz nervosa •Hérnia de disco •Tumores •Escoliose inflamatória •Anisomelia •Tumores •Osteoma osteoide •Hemangioma - Causas comuns: escoliose não estrutural - Diferença no comprimento das pernas (estrutural ou funcional), defesa muscular ou espasmo decorrente de estímulos dolorosos na coluna ou pescoço e posturas habituais ou assimétricas são causas comuns da escoliose não estrutural. - DEre- - ⑧ ⑳