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VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS 
• O que são? 
São as variações que uma língua 
pode sofrer de acordo com 
condições regionais, sociais, 
históricas ou culturais. A língua 
possui a capacidade de se adequar 
a variações de lugar, de tempo, de 
situação ou de contexto social. 
 
Esse é um assunto bastante cobrado 
em todas as edições do Enem, e possui 
uma competência inteira que se refere 
somente a ele (competência 8), por 
estar muito presente em nosso 
cotidiano. É sempre importante 
adequar-se aos contextos de uso da 
língua para manter um diálogo 
eficiente: a forma como você fala com 
seus amigos é diferente da forma que 
você se comunicam com seu chefe ou 
com algum professor, o vocabulário 
que você usa em uma entrevista de 
emprego é diferente do que você usa 
em um encontro, por exemplo. 
• Quais são? 
a) Variação Regional ou 
Diatópica: são as variações 
linguísticas que sofrem 
influência do local. É a 
diferença que ocorre, por 
exemplo, entre os diferentes 
Estados do Brasil ou entre o 
português falado pelos 
países que usam a língua 
portuguesa. Essa é a 
variação mais cobrada pelo 
Enem. Existem muitas 
questões que fazem 
referência ao patrimônio 
cultural linguístico do Brasil. 
IMPORTANTE: Lembre-se e 
que, no Enem, uma forma 
de comunicação nunca será 
melhor que a outra, elas 
serão apenas diferentes. 
Evite alternativas embutidas 
de algum preconceito e que 
se refiram a um sotaque ou 
a uma cultura como superior 
à outros. 
 
b) Variação Histórica, 
Temporal ou Diacrônica: 
são as mudanças ocorridas 
na língua no decorrer do 
tempo. O jeito que você fala 
hoje é diferente do jeito que 
seus avós falavam. Um 
exemplo é a palavra “você”, 
que antigamente era “vossa 
mercê” 
 
c) Variação Social ou 
Diastrática: são as variações 
de acordo com o grupo 
social do indivíduo. Nesse 
tipo de variação entram as 
gírias e os termos técnicos 
(jargões) das profissões ou 
de áreas específicas de 
conhecimento. Ex.: surfistas 
usam gírias entre si que 
podem ser de difícil 
entendimento para outras 
pessoas. Policiais, 
advogados ou médicos usam 
termos técnicos específicos 
quando conversam com 
outros profissionais da 
mesma área. 
 
d) Variação Situacional, 
Estilística ou Diafásica: são 
diferenças referentes ao 
contexto de fala, que exige 
adaptação do vocabulário. O 
jeito que você conversa com 
seus amigos é diferente da 
forma que você dialoga em 
uma entrevista de empego. 
Lembre-se da língua como a 
roupa que você veste: existe 
uma mais adequada para 
cada situação. Biquínis são 
adequados na praia, mas 
não em uma missa, por 
exemplo. 
 
 
QUESTÕES ENEM 
QUESTÃO 1 
PINHÃO sai ao mesmo tempo que 
BENONA entra. 
BENONA: Eurico, Eudoro Vicente está lá 
fora e quer falar com você. 
EURICÃO: Benona, minha irmã, eu sei 
que ele está lá fora, mas não quero 
falar com ele. 
BENONA: Mas Eurico, nós lhe devemos 
certas atenções. 
EURICÃO: Você, que foi noiva dele. Eu, 
não! 
BENONA: Isso são coisas passadas. 
EURICÃO: Passadas para você, mas o 
prejuízo foi meu. Esperava que Eudoro, 
com todo aquele dinheiro, se tornasse 
meu cunhado. Era uma boca a menos e 
um patrimônio a mais. E o peste me 
traiu. Agora, parece que ouviu dizer 
que eu tenho um tesouro. E vem louco 
atrás dele, sedento, atacado de 
verdadeira hidrofobia. Vive farejando 
ouro, como um cachorro da molest'a, 
como um urubu, atrás do sangue dos 
outros. Mas ele está enganado. Santo 
Antônio há de proteger minha pobreza 
e minha devoção. 
SUASSUNA, A. O santo e a porca. Rio de Janeiro: José 
Olympio, 2013 (fragmento). 
Nesse texto teatral, o emprego das 
expressões "o peste" e "cachorro da 
molest'a" contribui para 
A) marcar a classe social das 
personagens. 
B) caracterizar usos linguísticos de 
uma região. 
C) enfatizar a relação familiar 
entre as personagens. 
D) sinalizar a influência do gênero 
nas escolhas vocabulares. 
E) demonstrar o tom autoritário da 
fala de uma das personagens. 
QUESTÃO 2 
Mandinga — Era a denominação 
que, no período das grandes 
navegações, os portugueses davam 
à costa ocidental da África. A 
palavra se tornou sinônimo de 
feitiçaria porque os exploradores 
lusitanos consideravam bruxos os 
africanos que ali habitavam é que 
eles davam indicações sobre a 
existência de ouro na região. Em 
idioma nativo, manding designava 
terra de feiticeiros. A palavra 
acabou virando sinônimo de feitiço, 
sortilégio. 
COTRIM, M. O pulo do gato 3. São Paulo: Geração 
Editorial, 2009 (fragmento). 
No texto, evidencia-se que a 
construção do significado da palavra 
mandinga resulta de um(a) 
A) contexto sócio-histórico. 
B) diversidade étnica. 
C) descoberta geográfica. 
D) apropriação religiosa. 
E) contraste cultural. 
QUESTÃO 3 
TEXTO I 
 Entrevistadora — eu vou conversar 
aqui com a professora A. D. ... o 
português então não é uma língua 
difícil? 
 Professora - olha se você parte do 
princípio... que 1 a língua portuguesa 
não é só regras gramaticais... não se 
você se apaixona pela língua que você... 
já domina que você já fala ao chegar na 
escola se o teu professor cativa você a 
ler obras da literatura... obras da/ dos 
meios de comunicação... se você tem 
acesso a revistas... é... a livros 
didáticos... a... livros de literatura o 
mais formal o e/ o difícil é porque a 
escola transforma como eu já disse as 
aulas de língua portuguesa em análises 
gramaticais. 
TEXTO II 
 Entrevistadora — Vou conversar 
com a professora A. D. O português é 
uma língua difícil? 
 Professora - Não, se você parte do 
princípio que a língua portuguesa não é 
só regras gramaticais. Ao chegar à 
escola, o aluno já domina e fala a 
língua. Se o professor motivá-lo a ler 
obras literárias, e se tem acesso a 
revistas, a livros didáticos, você se 
apaixona pela língua. O que torna difícil 
é que a escola transforma as aulas de 
lingua portuguesa em análises 
gramaticais. 
MARCUSCHI, L. A. Da fala para a escrita: atividades de 
retextualização. São Paulo: Cortez, 2001 (adaptado). 
O Texto I é a transcrição de uma 
entrevista concedida por uma 
professora de português a um 
programa de rádio. O Texto II é a 
adaptação dessa entrevista para a 
modalidade escrita. Em comum, esses 
textos 
A) apresentam ocorrências de 
hesitações e reformulações. 
B) são modelos de emprego de regras 
gramaticais. 
C) são exemplos de uso não planejado 
da língua. 
D) apresentam marcas da linguagem 
literária. 
E) são amostras do português culto 
urbano. 
QUESTÃO 4 
De domingo 
— Outrossim... 
— O quê? 
— O que o quê? 
— O que você disse. 
— Outrossim? 
— É. 
— O que é que tem? 
— Nada. Só achei engraçado. 
— Não vejo a graça. 
— Você vai concordar que não é uma 
palavra de todos os dias. 
— Ah, não é. Aliás, eu só uso domingo. 
— Se bem que parece mais uma 
palavra de segunda-feira. 
— Não. Palavra de segunda-feira é 
"óbice". 
— "Ônus". 
— "Ônus" também. "Desiderato". 
"Resquício". 
— "Resquício" é de domingo. 
— Não, não. Segunda. No máximo 
terça. 
— Mas "outrossim", francamente... 
— Qual o problema? 
— Retira o "outrossim". 
— Não retiro. É uma ótima palavra. 
Aliás é uma palavra difícil de usar. Não 
é qualquer um que usa "outrossim". 
VERISSIMO, L. F. Comédias da vida privada. Porto Alegre: 
L&PM, 1996 (fragmento). 
No texto, há uma discussão sobre o uso 
de algumas palavras da língua 
portuguesa. Esse uso promove o(a) 
A) marcação temporal, 
evidenciada pela presença de 
palavras indicativas dos dias da 
semana. 
B) tom humorístico, ocasionado 
pela ocorrência de palavras 
empregadas em contextos 
formais. 
C) caracterização da identidade 
linguística dos interlocutores, 
percebida pela recorrência de 
palavras regionais. 
D) distanciamento entre os 
interlocutores, provocado pelo 
emprego de palavras com 
significados pouco conhecidos.E) inadequação vocabular, 
demonstrada pela seleção de 
palavras desconhecidas por 
parte de um dos interlocutores 
do diálogo. 
QUESTÃO 5 
Sitio Gerimum 
Este é o meu lugar [...] 
Meu Gerimum é com g 
Você pode ter estranhado 
Gerimum em abundância 
Aqui era plantado 
E com a letra g 
Meu lugar foi registrado. 
OLIVEIRA, H. D. Lingua Portuguesa, n. 88, fev. 2013 
(fragmento). 
Nos versos de um menino de 12 anos, o 
emprego da palavra "Gerimum" 
grafada com a letra "g" tem por 
objetivo 
A) valorizar usos informais 
caracterizadores da norma 
nacional. 
B) confirmar o uso da norma-
padrão em contexto da 
linguagem poética. 
C) enfatizar um processo 
recorrente na transformação da 
lingua portuguesa. 
D) registrar a diversidade étnica e 
linguística presente no território 
brasileiro. 
E) reafirmar discursivamente a 
forte relação do falante com seu 
lugar de origem. 
 
 
QUESTÃO 6 
Nuances 
Euforia: alegria barulhenta. 
Felicidade: alegria silenciosa. 
Gravar: quando o ator é de 
televisão. Filmar: quando ele quer 
deixar claro que não é de televisão. 
Grávida: em qualquer ocasião. 
Gestante: em filas e assentos 
preferenciais. 
Guardar: na gaveta. Salvar: no 
computador. Salvaguardar: no 
Exército. 
Menta: no sorvete, na bala ou no 
xarope. Hortelã: na horta ou no 
suco de abacaxi. 
Peça: quando você vai assistir. 
Espetáculo: quando você está em 
cartaz com ele. 
DUVIVIER, G. Folha de S. Paulo, 24 mar. 2014 (adaptado). 
O texto trata da diferença de sentido 
entre vocábulos muito próximos. Essa 
diferença é apresentada considerando-
se a(s) 
 
A) alternâncias na sonoridade. 
 
B) adequação às situações de uso. 
 
C) marcação flexional das palavras. 
 
D) grafia na norma-padrão da 
língua. 
E) categorias gramaticais das 
palavras. 
QUESTÃO 7 
 Naquela manhã de céu limpo e ar 
leve, devido à chuva torrencial da noite 
anterior, saí a caminhar com o sol ainda 
escondido para tomar tenência dos 
primeiros movimentos da vida na roça. 
Num demorou nem um tiquinho e o 
cheiro intenso do café passado por 
Dona Linda me invadiu as narinas e fez 
a fome se acordar daquela rema 
letárgica derivada da longa noite de 
sono. Levei as mãos até a água que 
corria pela bica feita de bambu e o 
contato gelado foi de arrepiar. Mas fui 
em frente e levei as mãos em concha 
até o rosto. Com o impacto, recuei e 
me faltou o fôlego por alguns instantes, 
mas o despertar foi imediato. Já aceso, 
entrei na cozinha na buscação de 
derrubar a fome e me acercar do 
aconchego do calor do fogão à lenha. 
Foi quando dei reparo da figura esguia 
e discreta de uma senhora 
acompanhada de um garoto 
aparentando uns cinco anos de idade já 
aboletada na ponta da mesa em 
proseio intimo com a dona da casa. 
Depois de um vigoroso "Bom dia!", de 
um vaporoso aperto de mãos nas 
apresentações de praxe, fiquei sabendo 
que Dona Flor de Maio levava o filho 
Adão para tratamento das feridas que 
pipocavam por seu corpo, provocando 
pequenas pústulas de bordas 
avermelhadas. 
GUIÃO, M. Disponível em: www.revistaecologico.com.br. 
Acesso em: 10 mar. 2014 (adaptado). 
A variedade linguística da narrativa é 
adequada à descrição dos fatos. Por 
isso, a escolha de determinadas 
palavras e expressões usadas no texto 
está a serviço da 
A) localização dos eventos de fala 
no tempo ficcional. 
B) composição da verossimilhança 
do ambiente retratado. 
C) restrição do papel do narrador à 
observação das cenas relatadas. 
D) construção mística das 
personagens femininas pelo 
autor do texto. 
E) caracterização das preferências 
linguísticas da personagem 
masculina. 
QUESTÃO 8 
 Zé Araújo começou a cantar num 
tom triste, dizendo aos curiosos que 
começaram a chegar que uma mulher 
tinha se ajoelhado aos pés da santa 
cruz e jurado em nome de Jesus um 
grande amor, mas jurou e não cumpriu, 
fingiu e me enganou, pra mim você 
mentiu, pra Deus você pecou, o 
coração tem razões que a própria razão 
desconhece, faz promessas e juras, 
depois esquece. 
 O caboclo estava triste e inspirado. 
Depois dessa canção que arrepiou os 
cabelos da Neusa, emendou com uma 
valsa mais arretada ainda, cheia de 
palavras difíceis, mas bonita que só a 
gota serena. Era a história de uma 
boneca encantadora vista numa vitrine 
de cristal sobre o soberbo pedestal. Zé 
Araújo fechava os olhos e soltava a voz: 
 Seus cabelos tinham a cor/ Do sol a 
irradiar/ Fulvos raios de amor./ Seus 
olhos eram circúnvagos/ Do 
romantismo azul dos lagos/ Mãos 
liriais, uns braços divinais,/ Um corpo 
alvo sem par/ E os pés muito 
pequenos./ Enfim eu vi nesta boneca/ 
Uma perfeita Vênus. 
CASTRO, N. L. As pelejas de Ojuara: o homem que desafiou 
o diabo. São Paulo: Arx, 2006 (adaptado). 
O comentário do narrador do romance 
"[...] emendou com uma valsa mais 
arretada ainda, cheia de palavras 
difíceis, mas bonita que só a gota 
serena" relaciona-se ao fato de que 
essa valsa é representativa de uma 
variedade linguística 
A) detentora de grande prestigio 
social. 
B) específica da modalidade oral 
da lingua. 
C) previsível para o contexto social 
da narrativa. 
D) constituida de construções 
sintáticas complexas. 
E) valorizadora do conteúdo em 
detrimento da forma. 
QUESTÃO 9 
— Famigerado? [...] 
—Famigerado é "inóxio", é 
"célebre", "notório", "notável"... 
—Vosmecê mal não veja em minha 
grossaria no não entender. Mais me 
diga: é desaforado? É caçoável? É 
de arrenegar? Farsância? Nome de 
ofensa? 
—Vilta nenhuma, nenhum doesto. 
São expressões neutras, de outros 
usos... 
—Pois... e o que é que é, em fala de 
pobre, linguagem de em dia de 
semana? 
—Famigerado? Bem. É: 
"importante", que merece louvor, 
respeito... 
ROSA, G. Famigerado. In: Primeiras estórias. Rio de 
Janeiro: Nova Fronteira, 2001. 
 
Nesse texto, a associação de 
vocábulos da língua portuguesa a 
determinados dias da semana 
remete ao 
A) local de origem dos 
interlocutores. 
B) estado emocional dos 
interlocutores. 
C) grau de coloquialidade da 
comunicação. 
D) nível de intimidade entre os 
interlocutores. 
E) conhecimento compartilhado 
na comunicação. 
QUESTÃO 10 
Ó Pátria amada, 
Idolatrada, 
Salve! Salve! 
Brasil, de amor eterno seja símbolo 
O lábaro que ostentas estrelado, 
E diga o verde-louro dessa flâmula 
— "Paz no futuro e glória no 
passado." 
Mas, se ergues da justiça a clava 
forte, 
Verás que um filho teu não foge à 
luta, 
Nem teme, quem te adora, a 
própria morte. 
Terra adorada, 
Entre outras mil, 
És tu, Brasil, Ó Pátria amada! 
Dos filhos deste solo és mãe gentil, 
Pátria amada, Brasil! 
Hino Nacional do Brasil. Letra: Joaquim Osório Duque 
Estrada. Música: Francisco Manuel da Silva 
(fragmento). 
O uso da norma-padrão na letra do 
Hino Nacional do Brasil é justificado por 
tratar-se de um(a) 
A) reverência de um povo a seu 
país. 
B) gênero solene de característica 
protocolar. 
C) canção concebida sem 
interferência da oralidade. 
D) escrita de uma fase mais antiga 
da língua portuguesa. 
E) artefato cultural respeitado por 
todo o povo brasileiro. 
QUESTÃO 11 
Toca a sirene na fábrica, 
e o apito como um chicote 
bate na manhã nascente 
e bate na tua cama 
no sono da madrugada. 
Ternuras da áspera lona 
pelo corpo adolescente. 
É o trabalho que te chama. 
Às pressas tomas o banho, 
tomas teu café com pão, 
tomas teu lugar no bote 
no cais do Capibaribe. 
Deixas chorando na esteira 
teu filho de mãe solteira. 
Levas ao lado a marmita, 
contendo a mesma ração 
do meio de todo o dia, 
a carne-seca e o feijão. 
De tudo quanto ele pede 
dás só bom-dia ao patrão, 
e recomeças a luta 
na engrenagem da fiação. 
MOTA, M. Canto ao meio. Rio de Janeiro: Civilização 
Brasileira, 1964. 
Nesse texto, a mobilização do uso 
padrão das formas verbais e 
pronominais 
A) ajuda a localizaro enredo num 
ambiente estático. 
B) auxilia na caracterização física 
do personagem principal. 
C) acrescenta informações 
modificadoras às ações dos 
personagens. 
D) alterna os tempos da narrativa, 
fazendo progredir as ideias do 
texto. 
E) está a serviço do projeto 
poético, auxiliando na distinção 
dos referentes. 
QUESTÃO 12 
Irerê, meu passarinho do sertão do 
Cariri, 
Irerê, meu companheiro, 
Cadê viola? Cadê meu bem? Cadê 
Maria? 
Ai triste sorte a do violeiro cantadô! 
 Ah! Sem a viola em que cantava o 
seu amô, 
Ah! Seu assobio é tua flauta de 
irerê: 
Que tua flauta do sertão quando 
assobia, 
Ah! A gente sofre sem querê! 
Ah! Teu canto chega lá no fundo do 
sertão, 
Ah! Como uma brisa amolecendo o 
coração, 
Ah! Ah! 
Irerê, solta teu canto! 
Canta mais! Canta mais! Prá 
alembrá o Cariri! 
VILLA-LOBOS, H. Bachianas Brasileiras n. 5 para 
soprano e oito violoncelos (1938-1945). Disponível 
em: http://euterpe.blog.br. Acesso em: 23 abr. 2019. 
Nesses versos, há uma exaltação ao 
sertão do Cariri em uma 
ambientação linguisticamente 
apoiada no(a) 
A) uso recorrente de pronomes. 
B) variedade popular da língua 
portuguesa. 
C) referência ao conjunto da fauna 
nordestina. 
D) exploração de instrumentos 
musicais eruditos. 
E) predomínio de regionalismos 
lexicais nordestinos. 
QUESTÃO 13 
Disponível em: www.globofilmes.globo.com. Acesso 
em: 13 dez. 2017 (adaptado). 
A frase, título do filme, reproduz 
uma variedade linguística 
recorrente na fala de muitos 
brasileiros. Essa estrutura 
caracteriza-se pelo(a) 
A) uso de uma marcação temporal. 
B) imprecisão do referente de 
pessoa. 
C) organização interrogativa da 
frase. 
D) utilização de um verbo de ação. 
E) apagamento de uma 
preposição. 
QUESTÃO 14 
 É possível afirmar que muitas 
expressões idiomáticas transmitidas 
pela cultura regional possuem 
autores anônimos, no entanto, 
algumas delas surgiram em 
consequência de contextos 
históricos bem curiosos. "Aquele é 
um cabra da peste" é um bom 
exemplo dessas construções. 
 Para compreender essa 
expressão tão repetida no Nordeste 
brasileiro, faz-se necessário voltar o 
olhar para o século 16. "Cabra" 
remete à forma com que os 
navegadores portugueses 
chamavam os índios. Já "peste" 
estaria ligada à questão da 
superação e resistência, ou mesmo 
uma associação com o diabo. Assim, 
com o passar dos anos, passou-se a 
utilizar tal expressão para 
denominar qualquer indivíduo que 
se mostre corajoso, ou mesmo 
insolente, já que a expressão pode 
ter caráter positivo ou negativo. 
Aliás, quem já não ficou de "nhe-
nhe-nhém" por aí? O termo, que 
normalmente tem significado de 
conversa interminável, monótona 
ou resmungo, tem origem no tupi-
guarani e "nhém" significa "falar". 
Disponível em: http://leiturasdahistoria.uol.com.br. Acesso 
em: 13 dez. 2017. A leitura do texto permite ao leitor entrar 
em contato com 
A leitura do texto permite ao leitor 
entrar em contato com 
A) registros do inventário do 
português brasileiro. 
B) justificativas da variedade 
linguística do país. 
C) influências da fala do 
nordestino no uso da língua. 
D) explorações do falar de um 
grupo social específico. 
E) representações da mudança 
linguística do português. 
QUESTÃO 15 
O instrumento do "crime" que se 
arrola 
Nesse processo de contravenção 
Não é faca, revólver ou pistola, 
Simplesmente, doutor, é um violão. 
 
Será crime, afinal, será pecado, 
Será delito de tão vis horrores, 
Perambular na rua um desgraçado 
Derramando nas praças suas dores? 
 
Mande, pois, libertá-lo da agonia 
(a consciência assim nos insinua) 
 Não sufoque o cantar que vem da 
rua, 
Que vem da noite para saudar o dia. 
 
É o apelo que aqui lhe dirigimos, 
Na certeza do seu acolhimento 
Juntada desta aos autos nós 
pedimos 
E pedimos, enfim, deferimento. 
Disponivel em: www.migalhas.com.br. Acesso em: 23 set 
2020 (adaptado). 
Essa petição de habeas corpus, ao 
transgredir o rigor da linguagem 
juridica, 
A) permite que a narrativa seja 
objetiva e repleta de sentidos 
denotativos. 
B) mostra que o cordel explora 
termos próprios da esfera do 
direito. 
C) demonstra que o jogo de 
linguagem proposto atenua a 
gravidade do delito. 
D) exemplifica como o texto em 
forma de cordel compromete a 
solicitação pretendida. 
E) esclarece que os termos "crime" 
e "processo de contravenção" 
são sinônimos. 
QUESTÃO 16 
Por que a indústria do 
empreendedorismo de palco irá 
destruir você 
 Se, antigamente, os livros, enormes 
e com suas setecentas páginas, 
cuspiam fórmulas, equações e cálculos 
que te ensinavam a lidar com o fluxo de 
caixa da sua empresa, hoje eles dizem: 
"Você irá chegar lá! Acredite, você irá 
vencer!". 
 Mindset, empoderamento, 
millennials, networking, coworking, 
deal, business, deadline, salesman com 
perfil hunter... tudo isso faz parte do 
seu vocabulário. O pacote de livros é 
sempre idêntico e as experiências são 
passadas da mesma forma: você está a 
um único centímetro da vitória. Não 
pare! 
 Se desistir agora, será para sempre. 
Tome, leia a estratégia do oceano azul. 
Faça mais uma mentoria, participe de 
mais uma sessão de coaching. O 
problema é que o seu mindset não está 
ajustado. Você precisa ser mais 
proativo. Vamos fazer mais um 
powermind? Eu consigo um precinho 
bacana para você... 
CARVALHO, I. C. Disponivel em: https://medium.com. 
Acesso em: 17 ago. 2017 (adaptado). 
De acordo com o texto, é possível 
identificar o "empreendedor de palco" 
por 
A) livros por ele indicados. 
B) suas habilidades em língua 
inglesa. 
C) experiências por ele 
compartilhadas. 
D) padrões de linguagem por ele 
utilizados. 
E) preços acessíveis de seus 
treinamentos. 
QUESTÃO 17 
 Policarpo Quaresma, cidadão 
brasileiro, funcionário público, 
certo de que a língua portuguesa é 
emprestada ao Brasil; certo 
também de que, por esse fato, o 
falar e o escrever em geral, 
sobretudo no campo das letras, se 
veem na humilhante contingência 
de sofrer continuamente censuras 
ásperas dos proprietários da língua; 
sabendo, além, que, dentro do 
nosso país, os autores e os 
escritores, com especialidade os 
gramáticos, não se entendem no 
tocante à correção gramatical, 
vendo-se, diariamente, surgir 
azedas polêmicas entre os mais 
profundos estudiosos do nosso 
idioma - usando do direito que lhe 
confere a Constituição, vem pedir 
que o Congresso Nacional decrete o 
tupi-guarani como língua oficial e 
nacional do povo brasileiro. 
BARRETO, L. Triste fim de Policarpo Quaresma. Disponível 
em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 26 jun. 2012. 
Nessa petição da pitoresca personagem 
do romance de Lima Barreto, o uso da 
norma-padrão justifica-se pela 
A) situação social de enunciação 
representada. 
B) divergência teórica entre 
gramáticos e literatos. 
C) pouca representatividade das 
línguas indígenas. 
D) atitude irônica diante da língua 
dos colonizadores. 
E) tentativa de solicitação do 
documento demandado. 
QUESTÃO 18 
A draga 
A gente não sabia se aquela draga tinha 
nascido ali, no Porto, como um pé de 
árvore ou uma duna. 
— E que fosse uma casa de peixes? 
Meia dúzia de loucos e bêbados 
moravam dentro dela, enraizados em 
suas ferragens. 
Dos viventes da draga era um o meu 
amigo Mário-pega -sapo. 
[...] 
Quando Mário morreu, um literato 
oficial, em necrológio caprichado, 
chamou-o de Mário-Captura-Sapo! Ai 
que dor! 
Ao literato cujo fazia-lhe nojo a forma 
coloquial. 
Queria captura em vez de pega para 
não macular (sic) a lingua nacional lá 
dele... 
[...] 
Da velha draga 
Abrigo de vagabundos e de bêbados, 
restaram as expressões: estar na draga, 
viver na draga por estar sem dinheiro, 
viver na miséria 
Que ora ofereço ao filólogo Aurélio 
Buarque de Hollanda 
Para que as registre em seus léxicosPois que o povo já as registrou. 
BARROS, M. Gramática expositiva do chão poesia quase 
toda. Rio de Janeiro Civilização Brasileira, 1990 (fragmento). 
Ao criticar o preciosismo linguístico do 
literato e ao sugerir a dicionarização de 
expressões locais, o poeta expressa 
uma concepção de lingua que 
A) contrapõe características da 
escrita e da fala. 
B) ironiza a comunicação fora da 
norma-padrão. 
C) substitui regionalismos por 
registros formais. 
D) valoriza o uso de variedades 
populares. 
E) defende novas regras 
gramaticais. 
QUESTÃO 19 
A volta do marido pródigo 
—Bom dia, seu Marrinha! Como passou 
de ontem? 
—Bem. Já sabe, não é? Só ganha meio 
dia. [...] 
Lá além, Generoso cotuca Tercino: 
— [...] Vai em festa, dorme que-horas, 
e, quando chega, ainda é todo 
enfeitado e salamistrão!... 
— Que é que hei de fazer, seu 
Marrinha... Amanheci com uma 
nevralgia... Fiquei com cisma de 
apanhar friagem... 
— Hum.... 
—Mas o senhor vai ver como eu toco o 
meu serviço e ainda faço este povo 
trabalhar... 
[...] 
Pintão suou para desprender um 
pedrouço, e teve de pular para trás, 
para que a laje lhe não esmagasse um 
pé. Pragueja: 
— Quem não tem brio engorda! 
—É... Esse sujeito só é isso, e mais 
isso... – opina Sidu. 
—Também, tudo p'ra ele sai bom, e no 
fim dá certo... diz Correia, suspirando e 
retomando o enxadão. — "P'ra uns, as 
vacas morrem... p'ra outros até boi 
pega a parir...". 
Seu Marra já concordou: 
— Está bem, seu Laio, por hoje, como 
foi por doença, eu aponto o dia todo. 
Que é a última vez!... E agora, deixa de 
conversa fiada e vai pegando a 
ferramenta! 
 
ROSA, J. G. Sagarana Rio de Janeiro, José Olympio, 1967. 
Esse texto tem importância singular 
como patrimônio linguistico para a 
preservação da cultura nacional devido 
A) à menção a enfermidades que 
indicam falta de cuidado 
pessoal. 
B) à referência a profissões já 
extintas que caracterizam a vida 
no campo. 
C) Caos nomes de personagens 
que acentuam aspectos de sua 
personalidade. 
D) ao emprego de ditados 
populares que resgatam 
memórias e saberes coletivos. 
E) às descrições de costumes 
regionais que desmistificam 
crenças e superstições. 
QUESTÃO 20 
MANDIOCA - mais um presente da 
Amazônia 
Aipim, castelinha, macaxeira, maniva, 
maniveira. As designações da Manihot 
utilissima podem variar de região, no 
Brasil, mas uma delas deve ser levada em 
conta em todo o território nacional: pão-
de-pobre- e por motivos óbvios. 
Rica em fécula, a mandioca — uma planta 
rústica e nativa da Amazônia disseminada 
no mundo inteiro, especialmente pelos 
colonizadores portugueses — é a base de 
sustento de muitos brasileiros e o único 
alimento disponível para mais de 600 
milhões de pessoas em vários pontos do 
planeta, e em particular em algumas 
regiões da África. 
O melhor do Globo Rural. Fev. 2005 (fragmento). 
De acordo com o texto, há no Brasil uma 
variedade de nomes para a Manihot 
utilissima, nome científico da mandioca. 
Esse fenômeno revela que 
 
A) existem variedades regionais para 
nomear uma mesma espécie de planta. 
 
B) mandioca é nome específico para 
espécie existente na região amazônica. 
 
C) "pão-de-pobre" é designação 
específica para a planta da região 
amazônica. 
 
D) os nomes designam espécies 
diferentes da planta, conforme a região. 
 
E) a planta é nomeada conforme as 
particularidades que apresenta. 
 
 
DEMAIS QUESTÕES 
QUESTÃO 1 
 A idade das palavras 
A vida contemporânea tem desgastado 
vocábulos e expressões com mais 
rapidez, reavivando o interesse de 
pesquisadores e escritores pelo passado 
da linguagem. 
 Assim como os seres vivos, as 
palavras também envelhecem. O 
fascínio com a idade das palavras 
parece crescer a uma velocidade 
diretamente proporcional aos avanços 
da vida contemporânea. 
 Foi assim, por exemplo, que o 
jornalista Alberto Villas começou a 
coletar termos, gírias e expressões 
caídas em desuso. A ideia de publicar 
Pequeno Dicionário Brasileiro da Língua 
Morta - Palavras que Sumiram do Mapa 
(Editora Globo, 2012) lhe ocorreu ao 
perceber que seus filhos não 
entendiam algumas palavras que ele 
dizia em casa. Sem pretensões 
científicas, como um fashionista vai a 
brechós ou um colecionador "zanza" 
por antiquários, Villas consultou 
revistas das décadas de 1950 a 1970, 
bem como pessoas mais velhas do que 
ele, atrás de matéria-prima lexical. 
 
 — Acho curioso palavras que 
sumiram junto com o progresso da 
tecnologia. "Datilografar", por exemplo. 
A máquina de escrever desapareceu e a 
datilografia foi junto. "Colchetes", 
"ilhós", "opaca", "popeline" estão 
sumindo porque as costureiras que 
costumavam ir em casa fazer roupa 
também estão desaparecendo. O meu 
critério foi colocar no dicionário 
palavras que ouvimos nos últimos 60 
anos explica. 
Disponível em: . Acesso em: 28 jul. 2012. 
A matéria da Revista de Língua 
Portuguesa acima discute os efeitos da 
passagem do tempo na constituição da 
linguagem verbal. Entre as 
características próprias desse tipo de 
texto, identificam-se as marcas 
linguísticas típicas do uso 
A) adolescente, pois o autor do 
dicionário procurou estabelecer 
um diálogo mais franco com 
seus filhos. 
B) senil, pela preocupação do 
autor em dialogar com um 
público de épocas anteriores à 
sua. 
C) formal, pois destina-se a um 
público formado por estudiosos 
da língua e apreciadores da 
escrita proficiente. 
D) coloquial, por meio do registro 
de arcaísmos e neologismos 
típicos da década de 1960. 
E) oral, por meio do uso de 
expressões típicas do universo 
da linguagem gestual e de 
sinais. 
 
 
QUESTÃO 2 
Leia o fragmento de texto de Rachel de 
Queiroz e responda à questão. 
 Quando vou a São Paulo, ando na rua 
ou vou ao mercado, apuro o ouvido; não 
espero só o sotaque geral dos 
nordestinos, onipresentes, mas para 
conferir a pronúncia de cada um; os 
paulistas pensam que todo nordestino 
fala igual; contudo as variações são mais 
numerosas que as notas de uma escala 
musical. Pernambuco, Paraíba, Rio 
Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no 
falar de seus nativos muito mais 
variantes do que se imagina. E a gente se 
goza uns dos outros, imita o vizinho, e 
todo mundo ri, porque parece impossível 
que um praiano de beira-mar não chegue 
sequer perto de um sertanejo de 
Quixeramobim. O pessoal do Cariri, 
então, até se orgulha do falar deles. Têm 
uns tês doces, quase um the; já nós, 
ásperos sertanejos, fazemos um duro au 
ou eu de todos os terminais em al ou el – 
carnavau, Raqueu... Já os paraibanos 
trocam o l pelo r. José Américo só me 
chamava, afetuosamente, de Raquer. 
O Estado de S.Paulo. Acesso em: 9 maio 
1998. 
 Rachel de Queiroz comenta, em seu 
texto, um tipo de variação linguística que 
se percebe no falar de pessoas de 
diferentes regiões. As características 
regionais exploradas no texto 
manifestam-se 
 
A) Na fonologia. 
 
B) No uso do léxico. 
 
C) No grau de formalidade. 
 
D) Na organização sintática. 
 
F) Na estruturação morfológica. 
 
QUESTÃO 3 
Triste fim de Policarpo Quaresma 
 Lima Barreto 
 
 Como lhe parecia ilógico com ele 
mesmo estar ali metido naquele 
estreito calabouço. Pois ele, o 
Quaresma plácido, o Quaresma de tão 
profundos pensamentos patrióticos, 
merecia aquele triste fim? De que 
maneira sorrateira o Destino o 
arrastara até ali, sem que ele pudesse 
pressentir o seu extravagante 
propósito, tão aparentemente sem 
relação com o resto da sua vida? (...) 
 Devia ser por isso que estava ali 
naquela masmorra, engaiolado, 
trancafiado, isolado dos seus 
semelhantes como uma fera, como um 
criminoso, sepultado na treva, sofrendo 
umidade, misturado com os seus 
detritos, quase sem comer... Comoacabarei? Como acabarei? E a pergunta 
lhe vinha, no meio da revoada de 
pensamentos que aquela angústia 
provocava pensar. Não havia base para 
qualquer hipótese. Era de conduta tão 
irregular e incerta o Governo que tudo 
ele podia esperar: a liberdade ou a 
morte, mais esta que aquela. (...) 
 Desde dezoito anos que o tal 
patriotismo lhe absorvia e por ele fizera 
a tolice de estudar inutilidades. Que lhe 
importavam os rios? Eram grandes? 
Pois que fossem... Em que lhe 
contribuiria para a felicidade saber o 
nome dos heróis do Brasil? Em nada... 
O importante é que ele tivesse sido 
feliz. Foi? Não. Lembrou-se das suas 
cousas de tupi, do folclore, das suas 
tentativas agrícolas... Restava disso 
tudo em sua alma uma satisfação? 
Nenhuma! Nenhuma! (...) 
 A Pátria que quisera ter era um mito; 
era um 30 fantasma criado por ele no 
silêncio do seu gabinete. Nem a física, 
nem a moral, nem a intelectual, nem a 
politica, que julgava existir, havia. A 
que existia, de fato, era a do Tenente 
Antonino, a do Doutor Campos, a do 
homem do Itamarati. 
Excerto. BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma. 
In:http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/policarpoE.p
df p. 383-387 
Em "Lembrou-se das suas cousas de 
tupi" (linha 26), o emprego da forma 
"cousas" indica, em relação 
personagem, ao 
A) sua época. 
B) sua origem estrangeira. 
C) seu poliglotismo. 
D) sua nacionalidade indígena. 
 
QUESTÃO 4 
 
O nível de linguagem empregado em 
uma situação de interlocução pode ser 
escolha do falante para se adequar ao 
público ouvinte ou resultado de 
ignorância sobre os mecanismos 
normativos da língua. O efeito de 
humor da tirinha se realiza quando o 
personagem, candidato a um cargo 
representativo, 
 
A) desconhece o conteúdo linguístico 
da intervenção de sua assistente 
 
B) faz promessas demagógicas em seu 
discurso. 
 
C) usa somente os artigos para registrar 
o plural das palavras. 
 
D) revela que usará o cargo para 
praticar nepotismo. 
 
QUESTÃO 5 
Assaltante Gaúcho 
- Ô, guri, ficas atento...Bah, isso é um 
assalto...Levantas os braços e te 
aquietas, tchê! Não tentes nada e 
cuidado que esse facão corta uma 
barbaridade, tchê. Passa as pila pra cá! 
E te manda a la cria, senão os quarenta e 
quatro fala. 
Assaltante Paulista 
- Orra, meu...Isso é um assalto, 
meu...Alevanta os braço, meu...Passa a 
grana logo, meu...Mais rápido, meu, que 
eu ainda preciso pegar a bilheteria 
aberta pra comprar ingresso do jogo, 
meu...Pô se manda, meu. 
Assaltante Cearense 
- Ei, bichim...isso é um assalto...Arriba 
os braços e num se bula nem faça 
moganga...Arrebola o dinheiro no mato 
e não faça pantin se não enfio a peixeira 
no seu bucho e boto teu fato pra fora! 
Assaltantes Brasileiros. (trecho) Disponível. 
https://www.piadas.com.br/piadas/ladroes/assaltantes-
brasileiros 
Você deve ter percebido algumas 
peculiaridades quanto ao vocabulário 
nas três falas anteriores. Essas variações 
têm relação com elementos que são 
exteriores à linguagem e ainda que não 
sejam registros abonados pelas 
gramáticas se constituem como 
modalidade da língua. O que 
poderíamos afirmar sobre elas e que nos 
indicaria que estamos diante de 
modalidades autênticas de Língua 
Portuguesa? 
 
A) Cada exemplo apresenta um 
vocabulário diferente, mostrando que a 
gramática está ultrapassada. 
 
B) Os exemplos identificam falas de 
localidades distintas do Brasil, 
mostrando que os aspectos culturais de 
cada região influenciarão o vocabulário, 
criando um padrão regional facilmente 
identificável por outras pessoas em 
localidades distintas. 
 
C) Mesmo que o vocabulário seja 
diferente em cada uma das situações 
apresentadas, o fato de o plural das falas 
está de acordo com a gramática 
normativa, garante que sejam 
modalidades da Língua. 
 
D) Ainda que apresentem certa 
coerência, não podemos dizer que essas 
falas são registros autênticos de Língua 
porque são identificáveis somente em 
uma região específica. 
 
E) Essas peculiaridades atestam que os 
registros apresentados não podem ser 
considerados como modalidade da 
Língua por não encontrarmos 
significação nos dicionários, por essa 
razão, somente entenderíamos esses 
termos em seu contexto de uso. 
 
QUESTÃO 6 
 Vício na fala 
Para dizerem milho dizem mio 
Para melhor dizem mió 
Para pior pió 
Para telha dizem teia 
Para telhado dizem teiado 
E vão fazendo telhados. 
“Vício na fala”, de Oswald de Andrade. 
O poema focaliza, na fala das pessoas 
que constroem os telhados, evidências 
da variação 
 
A) geográfica. 
 
B) histórica. 
 
C) profissional. 
 
D) sociocultural. 
 
QUESTÃO 7 
Leia o texto e responda à questão. 
 Ninguém aí do poder em Brasília manja 
de marxismo e semiologia. Fala-se na 
necessidade de eliminar a herança 
feagaceana (que, aliás, não é maldita, é 
sinistra), mas não da ruptura linguística 
com essa herança, ou seja, o PT reproduz 
a mesma linguagem feia e inestética do 
PSDB. 
 “Custo Brasil” é de matar! 
 A “flexibilização laboral” designa 
desemprego. Carteira de trabalho é luxo. 
Se a polícia der uma blitz e pedir carteira 
de trabalho, 40 por cento da população vai 
em cana. 
 A linguagem revela a ideologia e 
governa os homens. Prova é que nunca 
até hoje existiu político mudo. Ao 
contrário, político é falastrão, fala qualquer 
coisa, fala pelos cotovelos. Não é senão 
por isso que o enigmático ministro José 
Dirceu prestigia no Paraná o comediante 
Ratinho, cujo gogó midiático agrada aos 
ouvidos da plebe boçalizada que não 
frequentou os Cieps. 
VASCONCELLOS, Gilberto F. O 
Richelieu do Ratinho e a herança 
linguística tucana. Caros amigos. São 
Paulo: Casa Amarela, n. 61, jul. 2003. 
Considerando a variedade linguística do 
texto, tem-se que 
 
A) O uso do verbo manjar, em “manja de 
marxismo e semiologia”, denota 
apropriação de termo exclusivo de grupo 
social estigmatizado. 
 
B) A expressão “herança feagaceana” é 
um empréstimo linguístico que significa o 
conjunto da política social empreendida 
pelo ex-presidente FHC. 
 
C) A expressão “em cana”, em “40 por 
cento da população vai em cana”, é uma 
variedade regional, empregada com 
sentido pejorativo. 
 
D) A expressão “gogó midiático” é um 
exemplo de que o autor, no seu raciocínio, 
combina registro coloquial com registro 
formal. 
 
E) A palavra blitz é um neologismo, 
consolidado no português, que integra o 
léxico ativo de segmentos sociais 
marginalizados. 
 
QUESTÃO 8 
TEXTO I 
 Todas as variedades linguísticas são 
estruturadas e correspondem a sistemas 
e subsistemas adequados às 
necessidades de seus usuários. Mas o 
fato de estar a lingua fortemente ligada à 
estrutura social e aos sistemas de 
valores da sociedade conduz a uma 
avaliação distinta das características das 
suas diversas modalidades diatópicas 
[regionais], diastráticas [sociais] e 
diafásicas [estilísticas]. A língua padrão, 
por exemplo, embora seja uma entre as 
muitas variedades de um idioma, é 
sempre a mais prestigiosa, porque atua 
como modelo, como norma, como ideal 
linguístico de uma comunidade. Do valor 
normativo decorre a sua função 
coercitiva sobre as outras variedades, 
com o que se torna uma ponderável força 
contrária à variação. 
CUNHA, C; CINTRA, L. Nova gramática do português 
contemporâneo. 6 ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2013. 
p. 4 (Adaptação). 
 
Com base na leitura dos textos I e II, 
assinale a alternativa CORRETA sobre a 
variante linguística presente na fala dos 
personagens do texto II. 
 
A) Ela é de origem diafásica, ou de estilo, 
já que ambos pertencem ao mesmo 
grupo social. 
 
B) Ela é de origem diatópica, ou regional, 
já que essa variante caracteriza regiões 
específicas. 
 
C) Ela é de origem diastrática, ou social, 
haja vista que a classe social dos 
personagens possui essa marca como 
característica. 
 
D) Ela é de origem diafásica, ou de estilo,pois graças a interesses diferentes – 
filme e futebol – os personagens 
pertencem a grupos sociais distintos. 
 
QUESTÃO 9 
Coitada da Norma, tão culta… 
– E a Norma, hein? 
– O que é que tem? 
– Você não soube? Anda mal falada. 
– A Norma? Depois de velha? Mas ela é 
tão culta! 
– Pois é. E com aquela pose toda, a 
mania de ditar regrinhas de bom 
comportamento, de corrigir todo mundo… 
– Mas o que foi que aconteceu? 
– Ora, o que aconteceu é que caiu a 
máscara da madame, né? Descobriram 
finalmente como ela é autoritária, elitista 
e preconceituosa. E pior, arbitrária, 
totalmente desconectada da realidade. 
– Puxa, eu sempre achei a Norma tão 
correta… 
– Correta demais, aí é que está. Era para 
desconfiar, acho que demorou. Parece 
que até aqueles amigos que ela se 
orgulhava de ter no ministério andam 
virando a cara para ela. – Ah, coitada. Eu 
sinto pena. 
– Pois eu acho ótimo. Nunca fiquei à 
vontade na presença da dona, sabia? 
Muitas vezes aconteceu de eu ter alguma 
coisa importante para falar e ficar com 
medo. Preferia nem abrir a boca. 
– Isso é verdade, a Norma sempre foi 
difícil. 
– Tá vendo? Nem você, que é meio 
puxa?saco, está disposto a defender a 
megera! 
– Estou sim, defendo sim. E você? Fica 
aí esculachando, mas até que está se 
expressando direitinho, do jeito que ela 
gosta. 
– Eu? 
– Você. 
– Ah, você não viu nada, meu amigo. A 
gente vamos barbarizar! 
Disponível em: 
https://veja.abril.com.br/blog/sobre?palav
ras/cronica/coitada?da?norma?tao?culta
?2/. Acesso em 03/09/2015 
O diálogo mantido pelos personagens 
permite uma reflexão acerca das 
variedades linguísticas. Considerando o 
contexto em que foi empregada, a 
passagem “A gente vamos barbarizar!” 
indica que 
 
A) o personagem que a proferiu caíra em 
contradição. 
 
B) a linguagem coloquial facilitaria a 
comunicação. 
 
C) os iletrados sentem-se constrangidos 
em manifestar opiniões. 
 
D) a variedade culta estaria perdendo 
seu prestígio. 
 
E) a diversidade linguística é um 
fenômeno que tende a desaparecer 
 
QUESTÃO 10 
O triângulo da vida 
Minha bisavó não falava errado, falava 
no antigo, ficou agarrada às raízes e 
desusos da linguagem e eu assimilei 
seu modo de falar. 
Ela jamais pronunciou “metro”, sempre 
“côvado” ou “vara”. 
nunca disse “travessa” e sim “terrina”, 
rasa ou funda que fosse, 
nunca dizia “bem vestido”, falava - 
“janota” e “fama” era “galarim”. 
Sobraram na fala goiana algumas 
expressões africanas, como Inhô, Inhá, 
Inhora, Sus Cristo. Muito longe a 
currutela dos negros 
Que seus descendentes vão corrigindo 
através de gerações. 
 Cora Coralina 
A partir da análise da linguagem 
utilizada no poema, infere-se que o 
eu lírico revela-se como uma 
aprendiz e falante de uma 
variedade linguística específica. 
Essa falante, em seu grupo social, 
pode ser identificada como uma 
pessoa 
A) que habita a periferia de um 
grande centro urbano brasileiro. 
B) que obedece aos cânones da 
gramática normativa. 
C) que apresenta baixo nível de 
letramento. 
D) que se prende às regras da 
norma culta lusitana. 
E) que adota uma linguagem de 
uma comunidade localizada nos 
rincões do Brasil. 
QUESTÃO 11 
 As primeiras ngalas 
 Sabes o que é não sentir o 
coração e sentir o coração, tud’uma 
batida só, sangue leve no peito e 
lágrimas limpas a escorrer? Faz 
conta foste na pesca, rede e tudo, e 
em vez do peixe grande meteste a 
rede na água e te veio uma nuvem? 
Se é impossível? Eu sei lá, avilo, eu 
sei lá... 
 Desde candengue que ando 
então a ver as nuvens a dançar nas 
peles do mar, e me pergunto: assim 
calminho, liso tipo carapinha com 
desfrise, o mar não tem as nuvens 
dele também? De onde eu venho é 
muito longe, por isso, juro mesmo, 
nasci de novo. Vou te confessar: 
espanto é só aquilo que ainda 
nunca tínhamos vivido com a nossa 
pele! 
ONDJAKI. Quantas madrugadas tem a noite. São 
Paulo: Leya, 2010. 
Diversos países adotam a língua 
portuguesa como idioma oficial. No 
entanto, a língua não é homogênea 
e sofre variações, dialogando com 
as culturas linguísticas de cada 
local. Um exemplo dessa variação 
pode ser percebido no texto 
anterior, do angolano Ondjaki, no 
trecho 
A) “sangue leve no peito e lágrimas 
limpas a escorrer”. 
B) “Sabes o que é não sentir o 
coração e sentir o coração”. 
C) “espanto é só aquilo que ainda 
nunca tínhamos vivido com a 
nossa pele”. 
D) “e em vez do peixe grande 
meteste a rede na água e te 
veio uma nuvem?”. 
E) “Desde candengue que ando 
então a ver as nuvens a dançar 
nas peles do mar”. 
QUESTÃO 12 112 
Catioro Reflexivo tem 15 mil likes 
por dia no Facebook 
 Quem sempre faz voz de bebê 
para conversar com bichinho de 
estimação? Quem nunca 
desenvolveu uma linguagem 
própria para falar escondido com o 
pet em casa? Se você garante que é 
do tipo que não bate papo com 
animais, cuidado, a página do 
Facebook Catioro Reflexivo pode te 
deixar viciado em uma linguínea 
lindínea! 
 A fanpage fofínea já reúne mais 
de 1,3 milhão de amantes de 
cachorros, gatos, periquitos e 
papagaios. E, de acordo com os 
seguidores, é impossível parar de 
falar o idioma dos catioros. 
BOAS, Kitty Villas. ‘Catioro Reflexivo’ tem 15 mil likes 
por dia no Facebook! Entrevistamos o criador. UOL. 
Disponível em: . Acesso 
em: 25 jul. 2016. (adaptado) 
Existem diversos tipos de variações 
linguísticas. Com relação à 
linguagem criada pela fanpage 
Catioro Reflexivo, pode-se dizer que 
se trata de uma variação 
A) diamésica, por ocorrer apenas 
virtualmente, na forma escrita. 
B) diafásica, por ser relacionada ao 
estilo, no caso, um estilo 
infantilizado. 
C) diatópica, por ser usada 
somente por moradores de 
grandes centros urbanos. 
D) diastrática, por ser comum em 
certo grupo social que tem 
condição de ter animais. 
E) diacrônica, por representar uma 
evolução linguística no modo de 
falar com animais. 
QUESTÃO 13 
O texto na era digital 
Para além do internetês, a internet está 
mudando a maneira como lemos e 
escrevemos 
 Houve um tempo em que o hábito 
de manter cadernos de anotações era 
algo bastante corriqueiro. Os chamados 
de “livros de lugares-comuns” (ou 
commonplace books) eram utilizados 
pelos leitores para o registro de trechos 
e passagens interessantes com que se 
deparavam em suas leituras. Mas além 
de transcrições, esses cadernos 
também reuniam apontamentos sobre 
a vida cotidiana, conforme relata o 
historiador Robert Darnton em A 
questão dos livros (Cia. das Letras, 
2009, p. 164). Essas informações eram 
agrupadas e reorganizadas à medida 
que novos excertos iam sendo 
acrescidos. O hábito espalhou-se por 
toda a Inglaterra no início da Era 
Moderna, e muitos escritores famosos 
– entre eles John Milton e Francis 
Bacon – cultivaram essa maneira 
especial de absorver a palavra 
impressa, fundada na não linearidade e 
na fragmentação da informação. 
 Tradição viva 
 Hoje, com mais de 37 milhões de 
usuários de internet só no Brasil, essa 
tradição de escrita parece mais viva do 
que nunca, impulsionada por novas 
tecnologias e amplificada pela 
comunicação em rede. Não é exagero 
afirmar que e-mails, blogs e redes de 
relacionamento já deixaram sua marca 
na produção textual contemporânea. 
Para o escritor Michel Laub, autor dos 
romances O gato diz adeus eLonge da 
água (ambos pela Cia. das Letras), a 
internet tornou os textos mais naturais 
e coloquiais, embora não seja a única 
responsável por essas mudanças. 
MURANO, Edgar. O texto na era digital. Língua Portuguesa, 
dez. 2011. Disponível em: . 
Acesso em: 12 abr. 2016. 
O texto tece comentários sobre a 
maneira como a internet alterou os 
hábitos de leitura e escrita das pessoas. 
Entre as características próprias do 
texto anterior, identificam-se as marcas 
linguísticastípicas do uso 
A) informal, por meio do uso 
exagerado de clichês. 
B) oral, por meio do uso de 
expressões comuns ao universo 
da fala. 
C) natural, por meio do emprego 
de termos técnicos e científicos 
em sua composição. 
D) coloquial, pois a revista destina-
se a um público leitor formado 
por usuários de “internetês”. 
E) formal, pois o público-alvo da 
revista é composto por pessoas 
que usam a língua de maneira 
proficiente. 
QUESTÃO 14 
As palavras empregadas pelo 
papagaio nessa tirinha revelam uma 
variedade linguística 
A) estigmatizada, que, por diferir 
da norma-padrão, é 
caracterizada 
preconceituosamente pela 
mulher. 
B) arcaica, que caiu em desuso no 
tempo vigente, por isso é 
considerada errada pela mulher. 
C) padrão, semelhante à de seu 
antigo dono, que se adéqua à 
formalidade situacional. 
D) informal, mas que respeita 
preceitos da gramática 
normativa da língua portuguesa. 
E) regional, alinhada à cultura e à 
idade de falantes de 
determinadas localidades. 
QUESTÃO 15 
 Na tirinha, o efeito de humor é 
construído em decorrência da 
representação de uma variação 
linguística 
A) diafásica, visto que o uso de 
termos acontece na forma oral 
da fala, reproduzida na tirinha. 
B) diacrônica, decorrente do 
emprego de neologismos, ou 
seja, de palavras recentes no 
idioma. 
C) diastrática, relacionada à 
escolha sintática influenciada 
pelo grupo social das 
personagens. 
D) padrão, pela ausência de 
desvios sintáticos ou 
ortográficos na fala das 
personagens. 
E) diatópica, pois variantes 
regionais são utilizadas para 
definir uma mesma coisa. 
 
 
 
 
 
 
QUESTÃO 16 
Na tirinha, duas variações da língua 
portuguesa se manifestam. Isso 
pode ser percebido no(a) 
A) diferença entre as formas como 
Chico Bento e a professora se 
expressam. 
B) falta de instrução de Chico 
Bento para um diálogo eficaz 
com a professora. 
C) despreocupação da professora 
em falar de forma adequada à 
situação. 
D) formalidade da professora, que 
acaba constrangendo Chico 
Bento. 
E) tom autoritário usado pela 
professora na conversa. 
QUESTÃO 17 
Tiro ao Álvaro 
De tanto levá frechada do teu olhar 
Meu peito até parece sabe o quê? 
Táubua de tiro ao Álvaro 
Não tem mais onde furar 
[…] 
Teu olhar mata mais do que bala de 
carabina 
Que veneno estriquinina 
Que peixeira de baiano 
Teu olhar mata mais que 
atropelamento de automóver 
Mata mais que bala de revórver 
[…] 
“Tiro ao Álvaro”, de Adoniran Barbosa e Osvaldo 
Moles. 
Em qualquer nível de variação 
linguística, é necessário reconhecer que 
não há mero desrespeito às regras 
formais, mas o uso conveniente da 
língua em uma determinada situação. 
No texto apresentado, as marcas que 
indicam esse uso podem ser verificadas 
no(a) 
A) troca de alguns fonemas, como 
ocorre entre os sons /l/ e /r/. 
B) substituição de verbos por 
substantivos, como acontece 
em “levá”. 
C) repetição de palavras e sons 
decorrentes da falta de 
expressividade, como em 
"carabina". 
D) supressão de sons vocálicos e 
consonantais de palavras, como 
em “Álvaro”. 
E) preferência por terminar 
palavras em sons consonantais, 
como em “revórver”. 
QUESTÃO 18 
Alfaiataria Aguia de ouro 
 Quanto ao nome da Alfaiataria Aguia 
de Ouro cresci ouvindo meu pai contar 
que alguém de passagem por uma 
cidade do interior (nada contra as 
cidades do interior) e precisando de um 
alfaiate pediu informações e lhe foi 
recomendado um logo ali, muito bom. 
Ao ver a placa da alfaiataria disse ao 
proprietário lamentar muito, que 
embora lhe tivessem dito se tratar de 
um alfaiate de mão cheia, não confiava 
em alguém que escrevia errado o nome 
do próprio negócio. 
 — O acento, o senhor não colocou o 
acento de águia, Alfaiataria Águia de 
Ouro. 
 O alfaiate olha o visitante com 
estranheza e explica: 
 — Não, senhor; Aguia [agúia] de 
Ouro. 
Disponível em: https://www.scribd.com. Acesso em: 10 
out. 2019. 
O humor do texto é motivado pela 
variação linguística que se reflete no 
processo de escrita do alfaiate. No 
desfecho da anedota, o uso da norma-
padrão na placa da alfaiataria poderia 
ter sido feito para 
A) ser fidedigna aos jargões do 
universo da costura. 
B) insinuar os atributos 
intelectuais do profissional. 
C) comprovar a qualidade nos 
serviços prestados. 
D) acatar as exigências dos 
receptores eruditos. 
E) evitar mal-entendidos entre os 
interlocutores. 
QUESTÃO 19 
Na tirinha, o efeito de humor é 
construído em decorrência da 
representação da variação 
linguística 
 
A) padrão, pois não se verificam 
desvios de sintaxe ou de 
ortografia na fala da 
personagem. 
B) diafásica, pois o uso do termo 
"tipo" foi ligado a um contexto 
de comunicação específico. 
C) diastrática, pois representa as 
escolhas vocabulares de um 
determinado grupo. 
D) diacrônica, pois a personagem 
recorre ao emprego de 
neologismos. 
E) diatópica, pois recorre ao uso 
de termos de origem regional. 
QUESTÃO 20 
 No Brasil dizemos que "a menina 
está brincando", enquanto em Portugal 
se diz que "a m'nina está a brincar". Há 
diferenças na fonologia (que se 
relaciona com a pronúncia), em 
"menina" e "m'nina", e na 
morfossintaxe (que diz respeito à 
maneira de estruturar as frases), em 
"está brincando" e "está a brincar". 
Aqui usamos cotidianamente termos 
como povo, greve, banco, enquanto, 
em algumas regiões de Portugal, os 
falantes usam, para designar essas 
mesmas coisas, as palavras plebe, 
paredão e armazém de finanças - essas 
são diferenças quanto ao vocabulário. 
MARINHO, Janice Helena Chaves; VAL, Maria da Graça 
Costa.Variação linguistica e ensino. Belo Horizonte: Ceale, 
2006. 
A variação linguística exemplificada no 
texto se classifica como 
A) histórica ou diacrônica. 
B) de estilo. 
C) Diatópica ou regional. 
D) Diastrática ou social. 
E) de modalidade. 
GABARITO ENEM 
1. B 
Os termos são expressões típicas de 
uma região específica. Uma forma 
de perceber isso era observar que 
se trata de uma obra do escritor 
Ariano Suassuna, escritor que 
costuma retratar situações do 
Nordeste brasileiro. Trata-se de 
uma variação regional. 
2. A 
No texto, ele relaciona a construção 
do significado da palavra 
“mandinga” ao contexto sócio-
histórico das grandes navegações. 
Sendo uma variação linguística 
histórica. 
3. E 
O texto I é uma replicação da fala 
da professora (oralidade). Essa 
questão podia gerar dúvidas pelo 
fato de muitas pessoas 
relacionarem expressões usadas na 
oralidade com uma linguagem 
informal ou não culta, o que não é 
verdade. Apesar de representar a 
fala da professora, o trecho não 
deixa de ser culto e de tratar de 
temas intelectuais num contexto de 
entrevista. 
4. B 
O humor vem da discussão, entre 
os dois personagens, em um 
contexto informal, sobre existirem 
dias específicos para usar certas 
palavras formais. Trata-se de uma 
variação situacional. 
5. E 
Quando o menino enfatiza que o 
seu Sítio Gerimum é com G e não 
com J, ele torna o seu diferente dos 
outros e único, criando um laço 
forte com seu lugar de origem. 
6. B 
O texto trata das ocasiões em que 
cada termo é mais adequado, se do 
assim uma variação linguística 
situacional. 
7. B 
A escolha das palavras do texto 
adequou-se à intenção do autor de 
caracterizar o ambiente retrato, 
através do uso, principalmente, de 
adjetivos e de advérbios. 
8. A 
Normalmente, a linguagem culta 
está relacionada a prestígio social, 
nota-se isso pela opinião da 
personagem no trecho “cheia de 
palavras difíceis, mas bonita que só 
a gota serena”. Lembre-se de que 
possuir mais prestígio social é 
diferente de ser melhor ou mais 
importante que outro tipo de 
linguagem: por muitos motivos 
históricos e culturais, a sociedade 
tende a valorizar mais a culta, mas 
isso não diminui aimportância das 
outras. 
9. C 
Questão parecida com a 4, falar 
sobre a existência de dias da 
semana em que certos vocábulos 
fazem-se mais adequados é falar 
sobre variação linguística 
situacional, aquela que se adequar 
ao contexto de fala: coloquial ou 
formal, etc. 
10. B 
O hino de um país é um texto 
formal e que exige o uso da norma-
padrão. 
11. E 
Os verbos e os pronomes alternam-
se entre 2° e 3° pessoa, o que faz 
com que haja uma mudança de 
referentes, que se alterna sirene, 
patrão e o interlocutor 
12. B 
O autor faz uso de expressões como 
“cantadô”, “amô”, “querê”, “prá” e 
“alembrá” que fazem parte da 
variedade popular da língua 
portuguesa. 
13. E 
O texto reproduz uma variedade 
linguística coloquial, muito comum 
na oralidade, ao suprimir o uso da 
preposição “a” na pergunta “A que 
horas ela chega?”. 
14. A 
A expressão “inventário do 
português brasileiro” equivale a 
“patrimônio do português 
brasileiro” e é exatamente sobre o 
que é tratado no texto: expressões 
linguísticas usadas pelos brasileiros. 
15. C 
Apesar de se tratar de um texto que 
usa termos técnicos do campo 
judicial, como “deferimento”, o 
jogo de linguagem que é feito, a 
partir de um texto poético e em 
versos, quebra com o rigor comum 
dos textos jurídicos, dessa forma, 
existe uma atenuação da gravidade 
do crime cometido. 
16. D 
O texto retrata uma linguagem 
específica dos “empreendedores de 
palco” através de termos técnicos 
como “mindset” e “networking” e 
ressalta que é possível identificar 
esses indivíduos pela linguagem 
usada por eles. 
17. A 
A norma padrão faz-se necessária 
em certos contextos sociais como 
no caso do texto da questão, que se 
refere A um pedido do personagem 
ao Congresso Nacional. É um 
exemplo de variação situacional. 
18. D 
É possível perceber, no texto, a 
intenção do autor em valorizar o uso 
das variedades populares da língua. 
Como exemplo de um trecho em que 
isso fica claro, temos: “Que ora ofereço 
ao filólogo Aurélio Buarque de Hollanda 
Para que as registre em seus léxicos 
Pois o povo já as registrou.” 
 
19. D 
O emprego de ditados populares 
tem importância para o patrimônio 
linguístico e cultural do país, pois 
resgatam expressões que estão 
relacionadas com o saber coletivo. 
Exemplo desses ditados no texto 
são “Quem não tem brio engorda!” 
e “P’ra uns, as vacas morrem... p’ra 
outros até boi pega a parir...”. 
 
20. A 
Trata-se de um exemplo de 
variedade regional da língua. 
GABARITO DEMAIS 
QUESTÕES 
1. C 
É necessário identificar, em textos de 
diferentes gêneros, as marcas 
linguísticas que singularizam as 
variedades linguísticas sociais, regionais 
e de registro. O texto foi retirado de 
uma revista de língua portuguesa e 
demonstra uma preocupação com a 
manutenção de uma obediência ao 
padrão formal da língua. 
2. A 
A pronúncia das palavras, citada no 
texto, é objeto de estudo da área da 
linguística chamada de fonologia 
(estudo dos fonemas). 
3. A 
O termo “cousas” é considerado, 
atualmente, um arcaísmo, não sendo 
mais tão utilizado como antigamente. 
Sendo uma variação histórica. 
4. A 
A assistente solicitou que o político 
fizesse uso do plural na construção de 
suas frases, para respeitar a 
concordância. Entretanto, por 
desconhecer o conteúdo linguístico do 
que a moça falou, ele entendeu que a 
palavra “plural” fazia referência a um 
grupo social, ao qual o político, 
supostamente, deveria gerar empregos. 
5. B 
Trata-se de uma variação regional. 
6. D 
O comando da questão enfatiza que o 
autor refere-se a um grupo social 
específico: o dos indivíduos que 
constroem telhados. Sendo assim, 
trata-se de uma variação sociocultural. 
7. D 
O autor combina o registro formal 
(respeita a norma padrão da língua) 
com termos coloquiais, como em “gogó 
midiático” e em “ninguém aí do Poder 
em Brasília manja...” 
8. B 
A tirinha representa um diálogo entre 
caipiras (observe a legenda da tirinha), 
que são indivíduos que habitam o 
interior. Assim, trata-se de uma 
variação regional. 
9. D 
A opinião da personagem que fala “a 
gente vamos barbarizar” é de que a 
língua culta é arcaica e cheia de 
defeitos. Dessa forma, ao ser 
contestada e questionada, ela estaria 
perdendo seu prestígio. 
10. E 
O grau de escolaridade do emissor da 
mensagem, o grupo social a que 
pertence, assim como sua idade podem 
ser identificados por meio da 
linguagem. O eu poético criado por 
Cora mantém um diálogo com termos 
regionais típicos do Brasil interiorano. 
11. E 
“Candengue” é um termo angolano e 
significa menino. A alternativa é correta 
pois apresenta uma expressão típica do 
léxico português africano, tratando-se, 
assim, de uma variação regional. 
OBS.: Lembre-se que variação regional 
não diz só a respeito de regiões de um 
mesmo país. Ela pode tratar de 
variações entre países diferentes, que 
fazem uso do português. 
12. B 
A linguagem desenvolvida pela fanpage 
tem relação com o estilo infantilizado, 
como mostra o seguinte trecho do 
texto: “Quem sempre faz voz de bebê 
para conversar com bichinho de 
estimação?”. Vale ressaltar que o 
falante dessa “nova língua” também é 
capaz de se expressar de maneira 
formal, informal, rude e assim por 
diante, o que caracteriza a variação 
diafásica. 
13. E 
Observando a fonte, nota-se que a 
revista de onde foram retirados os 
textos é destinada a pessoas que têm 
domínio das estruturas da língua. Por 
isso, exige-se de seus articulistas o uso 
da língua formal. 
 
14. A 
A linguagem do papagaio é vista de 
forma negativa por não atender às 
regras da norma-padrão. A mulher 
possui um comportamento 
preconceituoso ao afirmar que o 
papagaio fala errado, pois a linguagem 
do papagaio e do seu antigo dono é 
válida e gera entendimento, apesar de 
não seguir a norma-padrão. 
15. E 
Os termos fazem referência a como um 
mesmo alimento é conhecido em 
diversas regiões do país. Por exemplo, 
macaxeira é mais comum no Nordeste 
e aipim é mais comum no Sul. Verifica-
se a existência de uma variação 
diatópica ou regional. 
16. A 
As falas de Chico Bento contém traços 
da coloquialidade e estão ligadas à 
variação utilizada por ele em seu meio 
social (meio rural). Já as falas da 
professora são menos coloquiais e 
respeitam a norma-padrão, devido à 
postura profissional que a sala de aula 
exige. Assim, percebe-se a existência de 
duas variações linguísticas. 
17. A 
Observa-se, como marca da forma de 
falar do eu lírico, a troca do som das 
consoantes L e R, como em “frechada” 
(flechada), “automóver” (automóvel) e 
“revórver” (revólver). Essa troca atribui 
significados à canção, por tratar-se de 
recursos expressivos que caracterizam 
um modo de falar específico. 
18. E 
O uso da norma-padrão poderia ter 
evitado mal entendidos entre os 
interlocutores, principalmente na 
modalidade escrita da língua. O texto 
mostrou como a norma-padrão é 
importante para evitar falhas na 
comunicação entre pessoas que 
utilizam tipos diferentes de variantes 
linguísticas. 
19. C 
A expressão “tipo” é usada para 
representar a fala de um grupo social 
específico: o dos jovens, que fazem uso 
frequente do coloquialismo e de gírias. 
20. C 
O texto trata da diferença entre os 
vocábulos usados no Brasil e em 
Portugal (diferentes lugares). Dessa 
forma, a variação linguística usada 
constitui-se como regional, geográfica 
ou diatópica.

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