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Conteudista Prof.ª Ruth Cássia Schreiner e Prof.ª M.ª Maria do Carmo Teles F. Stringhetta Revisão Textual Camila Yukari Kawamura Sistema Educacional Nacional 2 Sumário Sumário ................................................................................................................................... 2 Objetivos da Unidade ............................................................................................................3 Introdução .............................................................................................................................. 4 Breve Análise do Conceito de Sistema ............................................................................. 5 O Sistema Educacional Nacional ....................................................................................... 6 Conselho Nacional de Educação ...................................................................................... 11 Conselho Estadual de Educação .......................................................................................14 Conselho Municipal de Educação .....................................................................................15 Em Síntese .............................................................................................................................18 Atividades de Fixação .........................................................................................................19 Material Complementar..................................................................................................... 25 Referências ........................................................................................................................... 27 Gabarito ................................................................................................................................28 3 Atenção, estudante! Aqui, reforçamos o acesso ao conteúdo on-line para que você assista à videoaula. Será muito importante para o entendimento do conteúdo. Este arquivo PDF contém o mesmo conteúdo visto on-line. Sua disponibili- zação é para consulta off-line e possibilidade de impressão. No entanto, re- comendamos que acesse o conteúdo on-line para melhor aproveitamento. • Compreender a educação nacional e como ela se organiza; • Analisar o conceito de sistema; • Refletir a respeito do sistema educacional nacional; • Entender a importância do conselho nacional, estadual e municipal de Educação. Objetivos da Unidade 4 Introdução Olá, prezado(a) leitor(a)! O objetivo principal desta unidade de estudos consiste em compreender a educação nacio- nal e como ela se organiza. Para isso, o tema central será o Conselho Nacional de Educação, em que ele consiste, como é organizado, qual sua estrutura e elementos que o compõem. Será possível observar que para compreender o Sistema Nacional de Educação é ne- cessário analisar os conselhos que fazem parte da sua estrutura, que são: Nacional, Estadual e Municipal de Educação, bem como quais suas especificidades, de modo a se compreender como a educação se constitui e caminha no país. Dessa forma, o ponto de partida se dará com a análise do conceito de sistema, para que, na sequência, seja possível refletir a respeito do sistema educacional nacional e suas principais características, ou seja, como ele se estrutura e qual sua finalidade para com a educação. Além disso, será de grande valia para essa discussão entender a respeito da importância do Conselho Nacional de Educação, bem como os conse- lhos estaduais e municipais, de tal modo que fique claro a participação de cada um para a composição do sistema nacional de educação. A partir de tais considerações, o convite inicial é para refletir a respeito dos seguintes questionamentos: • O que é o Sistema Nacional de Educação? • Como ele se constitui? • Quais as perspectivas para a educação no país, com a organização de um sis- tema nacional que a organize? Espera-se que, ao findar os estudos e a leitura dessa Unidade, seja possível responder tais questionamentos com maior fundamentação e embasamento teórico sobre o assunto. Bons estudos! VOCÊ SABE RESPONDER? Qual é a importância dos conselhos nacional, estadual e municipal de Educação para a estrutura e organização do sistema educacional nacional? Como esses conselhos contribuem para a definição de políticas, diretrizes e regulamentações que impac- tam a educação no país? 5 Breve Análise do Conceito de Sistema Para a compreensão do Sistema Nacional de Educação, é relevante entender, ini- cialmente, o que é um sistema e em que ele consiste para, posteriormente, analisar a constituição de um sistema voltado para a área da educação em âmbito nacional. Nos deparamos, ao longo da vida, com vários sistemas, em setores e de maneiras diversas, muitas vezes, inclusive, desenvolvemos nossos próprios sistemas, como estudar, cozinhar, trabalhar e outros. O fato é que a sociedade está formada por uma diversidade de sistemas que organizam e regulam aspectos e setores variados, como a saúde, o trabalho, a economia, a informática e tantos outros. Além disso, po- dem haver sistemas que abarcam esferas diferentes como pessoais, institucionais, municipais, regionais, estaduais, federais e outros e, ainda, relacionarem-se entre si. Sendo assim, é possível considerar que os sistemas estão concatenados a elemen- tos em interação que os compõem. Segundo Saviani (2014, p. 3), a noção de sistema está caracterizada por alguns aspectos específicos, a saber: a. intencionalidade; b. unidade; c. variedade; d. coerência interna; e. coe- rência externa”. Dessa forma, o conceito de sistema pode ser considerado como “[...] a unidade de vários elementos intencionalmente reunidos de modo que forme um conjunto coerente e operante. Fonte: Saviani, 2014, p. 4. Tais considerações evidenciam que o sistema relaciona-se com a análise, organiza- ção e ação, para se atingir objetivos comuns aos elementos que o compõem, assim, Na verdade, um sistema insere-se sempre num conjunto mais amplo do que ele próprio; [...] Com efeito, se o sistema nasce da tomada de cons- ciência da problematicidade de uma situação dada, ele surge como forma de superação dos problemas que o engendraram. E se ele não contribuir para essa superação terá sido ineficaz [...]. Fonte: Savani, 2014, p. 4. Atuar para a resolução de problemas, melhorias contínuas em áreas específicas, ou mesmo a organização dessas áreas, é parte do que se entende por um sistema atuante, visto que, irá buscar ações para se atingir algo concreto com elas. 6 Nessa perspectiva de que os sistemas são múltiplos em suas formas e contextos, ou seja, áreas e finalidades, é possível considerar ainda e, segundo Saviani (2014, p. 4), que, “por fim, convém acrescentar que a palavra ‘sistema’ assume, também, no uso corrente, a conotação de modo de proceder, de forma de organização, maneira de arranjar os elementos de um conjunto, o que remete ao aspecto do método”. Ressalta-se assim, que a diversidade e a intencionalidade possibilitam a existência de sistemas diferentes e que os sistemas estão relacionados à organização, méto- dos e objetivos específicos para cada situação, por exemplo, um sistema de vendas de uma empresa pode ser diferente da outra, o sistema de uma casa com sua família pode ser diferente da outra, o sistema de ensinar de uma professora pode ser dife- rente, se comparado ao de outras e assim sucessivamente. Os sistemas são então importantes ferramentas organizativas que poderão nortear o trabalho ou as ações variadas para que se alcance efetivamente os objetivos e melho- rias esperados. O Sistema Educacional Nacional Ao pesquisar a respeito da educação no país não é difícil deparar-se com o termo sistema, inclusive de modo equivalente a outros termos, conforme apontamentos de Saviani (2014), como o emprego do termo estrutura, por exemplo. Por isso, a necessi- dade de se compreender bem o significado de sistema e seu uso na práticater a possibili- dade de assistir aulas, tirar dúvidas, ler e fazer as atividades pelo celular, acaba com a barreira geográfica e aproxima o conhecimento de muitas pessoas; Educação Especial A educação especial deve ser oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvi- mento e altas habilidades ou superdotação (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013). Síntese A LDB - Lei nº 9394/96 valorizou e reconheceu as modalidades de ensino, isso permitiu a aceitação da diversidade na educação. É importante esclarecer que na LDB nº 9.394/96 são apresentadas apenas três mo- dalidades de educação: educação de Jovens e Adultos, Educação Profissional e Tecnológica e Educação Especial. Porém, a LDB nº 9.394/96 reconhece outras mo- dalidades de educação. 15 Vamos conhecer um pouco mais sobre cada uma das modalidades da educação: Vale ressaltar que a LDB/96 reconhece a Educação a Distância, porém, as diretrizes e legislações da EaD são regulamentadas por meio de decretos. O Decreto nº 9.057, de 25 de maio de 2017, regulamenta o art. 80 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Conforme Moran (2002), a “educação a distância é o processo de ensino e aprendi- zagem, mediado por tecnologias, onde professores e alunos estão separados espa- cial e/ou temporalmente”. Podemos notar que a LDB - Lei nº 9394/1996, normatiza o sistema educacional bra- sileiro e garante acesso à educação para todos. Essa Lei trouxe mudanças significa- tivas para a educação no Brasil. A partir das mudanças na oferta da educação, possibilitadas pela LDB/1996, foi am- pliada a presença de um novo público, que estava excluído e impossibilitado de cur- sar a educação formal. A oferta de ensino a esse novo público também provocou discussões sobre as mudanças necessárias nas práticas pedagógicas e nos currí- culos. Diante desse cenário, a “palavra de ordem” passou a ser a capacitação dos profissionais e mudanças nos currículos. Faremos uma reflexão sobre essa mudança pedagógica nas próximas unidades. Importante A modalidade da educação é uma classificação criada a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei nº 9.394/96, para algumas formas de educação. Cada modalidade de ensino possui uma legislação própria e atende a um público específico, conforme a necessidade. Site Uma dica para ficar por dentro das mudanças que ocorrem nesta Lei é acessar o site oficial. http://bit.ly/3O7nAcS http://bit.ly/3O7nAcS 16 A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) é um marco legal fundamen- tal para o sistema educacional brasileiro. Sua proposta visa estabelecer as bases e diretrizes da educação em consonância com as demandas sociais e pedagógicas. Contextualizando historicamente, a LDB é resultado de uma série de debates e mo- vimentos educacionais ao longo do tempo. Desde sua promulgação em 1996, subs- tituindo a LDB anterior de 1971, a lei passou por diversas alterações para se adequar às mudanças na sociedade, na economia e na própria concepção de educação. Os impactos dessa lei na Educação Básica são amplos e significativos. Ela delineia os princípios, os objetivos e as diretrizes que norteiam a educação no país, incluindo aspectos como a universalização do ensino, a valorização dos profissionais da edu- cação, a diversidade e a flexibilização curricular, entre outros pontos. Além disso, a LDB estabelece a estrutura dos sistemas de ensino, define os níveis educacionais (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio) e regulamenta a for- mação de professores. Ela também promove a autonomia pedagógica e administra- tiva das escolas, visando à melhoria da qualidade do ensino. Portanto, a compreensão da LDB vai além de seu texto legal, é a compreensão de um instrumento que influencia diretamente a formação dos cidadãos e a configu- ração do sistema educacional brasileiro, evidenciando a importância de sua análise constante e de eventuais atualizações para acompanhar as transformações sociais e educacionais do país. Em Síntese 17 Atividades de Fixação 1 – A Educação Básica é um dos níveis da educação brasileira, com base na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/1996, que objetiva o desenvol- vimento do educando, assegurando-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e lhe fornecendo meios para progredir no trabalho e em estudos subsequentes, devendo ser organizada de acordo com algumas regras em comum, determinadas na referida lei. Conforme a LDB nº 9.394/96, a “Educação Básica” é formada por: Assinale a alternativa correta. a) Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. b) Educação Infantil e Ensino Fundamental. c) Ensino Fundamental e Educação Especial. d) Educação Indígena e Educação no Campo. e) Ensino Fundamental e Médio. 2 – Flexibilidade e preços acessíveis são algumas das características que têm atra- ído o público aos cursos de Educação a Distância – EaD, oferecendo cursos das diversas áreas do conhecimento e nas diversas habilitações, bacharelados, licen- ciaturas e tecnólogos. Contudo, para os profissionais da educação, é preciso saber utilizar a tecnologia e ter capacidade técnica pedagógica para transformar infor- mações em conhecimento e proporcionar uma experiência positiva ao educando. Sobre a EaD, é correto compreender que: I. As inovações tecnológicas, por si só, são suficientes para garantirem a aprendiza- gem de qualidade na EAD. II. Potencializada pela tecnologia, em que alunos e professores estão separados, geográfica e/ou temporalmente. III. A EaD teve avanço significativo no Brasil a partir da LDB nº 9.394/96, quando foi reconhecida como modalidade de ensino. IV. A EaD, diferente do Ensino Presencial, não requer compromisso dos profissionais envolvidos nesta modalidade e não há leis que regulamentam essa modalidade. É correto o que se afirma em: 18 a) I, apenas. b) II e III, apenas. c) III e IV, apenas. d) I, III e IV, apenas. e) Todas as afirmativas estão corretas. 3 – A Lei de Diretrizes e Bases é um instrumento regulatório do Sistema de Ensino nacional, público ou privado, feita com base nos princípios da Constituição Federal. A organização e o funcionamento da educação são definidos a partir dela, estando já na sua terceira Lei de Diretrizes e Bases, a Lei nº 9.394/1996. De acordo com a referida lei, é correto afirmar sobre a organização da educação nacional que: I. A Educação Infantil é a primeira etapa da Educação Básica. II. O Ensino Fundamental é uma modalidade escolar. III. Deve ser garantida a educação gratuita às crianças de até 5 (cinco) anos de idade. IV. Na Educação Nacional, a obrigatoriedade escolar é de 4 a 17 anos. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II e III, apenas. c) III e IV,, apenas. d) I, III e IV, apenas. e) Todas as afirmativas estão corretas. 4 – A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) tem como fim organizar a educação brasileira, contudo a sociedade está em contínuo processo de mudan- ça, assim, os processos educacionais buscam acompanhar essas transformações. Antes da atual LDB (9394/1996), foram apresentados dois outros projetos. A res- peito das duas LDBs apresentadas anteriormente, pode-se afirmar: I - Primeira LDB (Lei nº 4024/1961): organizava a educação em Ensino Pré-Primário; Ensino Primário e Ensino Médio, dividido em ginasial e colegial. II - Segunda LDB (Lei nº 5692/1971): organizada em Ensino Pré-Primário; Primeiro grau com 8 anos de duração, e Segundo grau com 3 ou 4 anos de duração. III - Segunda LDB (Lei nº 5692/1971): as escolas de segundo grau destinavam os jovens ao preenchimento de postos de trabalho na indústria, no comércio, nos serviços e na agricultura, chamado de Ensino Profissionalizante. IV - Primeira LDB (Lei nº 4024/1961): o papel do ensino médio era prover uma edu- cação preparatória ao estágio superior. 19 É correto o quese afirma em: a) I, apenas. b) II e III, apenas. c) III e IV, apenas. d) I, III e IV, apenas. e) Todas as afirmativas estão corretas. 5 – No exercício do ensino, alguns princípios devem ser observados e garantidos, estes princípios estão presentes na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacio- nal, nº 9394/1996. Analise os princípios relacionados a seguir e assinale com F as afirmativas falsas e com V as afirmativas verdadeiras. ( ) Igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola. ( ) Unicidade de ideias e de concepções pedagógicas. ( ) Respeito à liberdade e apreço à tolerância. ( ) Valorização do profissional da educação escolar. ( ) Garantia de padrão de qualidade. Assinale a alternativa correta. a) V, V, F, F e V. b) V, V, F, V e V. c) V, F, V, F e F. d) V, F, F, F e F. e) V, F, V, V e V. 6 – Modalidades são os formatos como a educação acontece, estão descritas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB nº 9.394/1996, e representam ganhos para a educação pois permite a diversidade do ensino, para os seus diversos públicos. A respeito da educação de jovens e adultos, assinale a alternativa correta. a) É uma modalidade de ensino que visa promover apenas a educação profissional, é destinada a alunos que procuram uma formação por meio de aprendizagem formal ou não, essa formação pode ser reconhecida e certificada. b) Destinada aos que, na idade devida, não ingressaram ou não concluíram os estu- dos nas fases Fundamental e Médio. c) Nessa modalidade é oferecida a Educação Básica, adequando e organizando a ro- tina e o calendário escolar, considerando as fases do ciclo agrícola e as condições climáticas. 20 d) Tem como objetivo habilitar profissionais nos diversos campos da ciência, tornan- do-os capazes para a entrada em setores profissionais e os incentivando para o desenvolvimento da pesquisa. e) Destinada aos que, na idade devida, não ingressaram ou não concluíram os estu- dos nas fases Fundamental e Médio, com idade mínima de 18 anos para ambas as fases. 7 – As definições da LDB nº 9.394/1996 organizam e direcionam a promoção da educação, sendo ela de dever da família e do Estado, podendo ser ofertada dentro das modalidades reconhecidas pela referida lei, buscando o desenvolvimento do educando, capacitação para exercício da cidadania e do trabalho. A respeito das modalidades de ensino, analise as afirmativas a seguir: I - São reconhecidas como modalidades de ensino, apenas, a Educação Educação Profissional e Tecnológica e a Educação Especial. II - São reconhecidas como modalidades de ensino a Educação de Jovens e Adul- tos, Educação Profissional e Tecnológica e Educação Especial. III - Educação do Campo, Educação indígena, de Negros e Quilombola e Educação a distância – EaD são modalidades de ensino. IV - São modalidades de ensino: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II e III, apenas. c) III e IV, apenas. d) I, III e IV apenas. e) II, III e IV apenas. 8 – A democratização do ensino não se trata de repassar uma responsabilidade, mas sim de promover uma gestão participativa e um dos meios de se garantir bons resultados para educandos e educadores. A respeito da gestão democrática, analise as afirmativas: I - A garantia do padrão de qualidade não depende, unicamente, do governo, mas também da participação da sociedade. II - A gestão democrática é um princípio da LDB nº 9.394/1996. III - Ocorre somente na Infantil e Ensino Fundamental. IV - A gestão democrática é facultativa. 21 É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II, apenas. c) I e II, apenas. d) I, II e III, apenas. e) II, III e IV, apenas. 9 – O acesso à educação e permanência são obrigações do Estado e da família. Cabe ao Estado promover a educação pública de acordo com os princípios e as regulações presentes na LDB, mas é também responsabilidade da família asse- gurar que a criança/adolescente tenha acesso a ela na idade adequada, já que a educação não visa apenas à preparação para o trabalho, mas também prepara o educando para o exercício da cidadania. A respeito do direito público subjetivo de acesso à educação, analise as afirmativas a seguir: I - É direito público subjetivo o acesso à Educação Básica a qualquer cidadão. II - A oferta da educação gratuita às crianças até 05 anos de idade é dever do Esta- do, mas é obrigatória apenas a partir dos 4 anos de idade, não sendo considera- do um direito público subjetivo aos menores de 4 anos. III - É direito público subjetivo o acesso ao Ensino Superior a qualquer cidadão. IV - O acesso à educação básica, quando não cumprido, não poderá ser reivindicado por cidadão comum, mas, apenas, por associação comunitária, organização sin- dical, entidade de classe ou outra legalmente constituída. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) I e II, apenas. c) III e IV, apenas. d) I, III e IV, apenas. e) II, III e IV, apenas. 10 – No Título I da LDB nº 9394/96 trata-se da Educação, das abrangências dos es- paços onde a educação se desenvolve, disciplinando a educação escolar e deter- minando sua vinculação ao mundo do trabalho e à prática social. Sobre os espaços onde a educação se desenvolve, analise as afirmativas a seguir: 22 I - A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida fami- liar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. II - A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem apenas nas instituições de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio, assim como nas instituições de Ensino Superior. III - A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem apenas nas instituições de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio, escolas profis- sionais técnicas e nas instituições de Ensino Superior. IV - A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem apenas nas instituições de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio, escolas profis- sionais técnicas, nas escolas do campo, escolas indígenas, de negros e quilom- bola e nas instituições de Ensino Superior. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) I e II, apenas. c) III e IV, apenas. d) I, III e IV, apenas. e) II, III e IV, apenas. Atenção, estudante! Veja o gabarito desta atividade de fixação no fim deste conteúdo. 23 Guia Prático da Política Educacional no Brasil Na obra Guia Prático da Política Educacional no Brasil, Santos apresenta con- ceitos básicos da política educacional e ainda faz uma análise que possibilita o embasamento teórico sobre a legislação educacional. Uma leitura indicada para quem quer iniciar os estudos sobre a política educacional. SANTOS, P. S. M. B. Guia prático da política educacional no Brasil. São Paulo: Cengage Learning, 2014. A Nova LDB: Ranços e Avanços O livro A Nova LDB: Ranços e Avanços proporciona uma leitura crítica sobre a LDB - Lei n° 9.394 promulgada em 1996. Demo aborda uma reflexão entre a simples aceitação ou rejeição da Lei, uma leitura interessante e importante para educadores. DEMO, P. A Nova LDB: ranços e avanços. São Paulo: Papirus, 2013. Livros Material Complementar Nova escola A mudança de governo sempre impacta nas mudanças de políticas públicas para a educação. Em 2019, houve mudança do Ministro da Educação. Acompanhe o Discurso do Ministro da Educação Ricardo Vélez Rodríguez e as mudanças que podemos esperar. https://bit.ly/2RVfvsc Qualidade da educação Qualidade da educação é uma reflexão que merece sua atenção! Você pode ler mais sobre a última pesquisa do INEP e os resultados apresentados em 2023 sobre a educação brasileira no link: https://youtu.be/TYTewFFiUSQ?t=6 Leituras https://bit.ly/2RVfvsc https://youtu.be/TYTewFFiUSQ?t=6 24 BEHRENS, M. A. Formação Continuada dos Professores e a Prática Pedagógica. Curitiba: Champagnat, 1996.BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2023]. Disponível em: . Acesso em: 13/12/2023. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Brasília, DF: Presidência da República, [2009]. Disponível em: . Acesso em: 7/12/2023. DEWEY, J. Vida e Educação. São Paulo: Edições Melhoramentos, 1971. MORAN, J. M. O que é educação a distância. 2002. Disponível em . Acesso em: 06 jan. 2019. NEY, A. Política educacional: organização e estrutura da Educação Brasileira. Rio de Janeiro: Wak, 2008. Referências 25 Questão 1 a) Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. Justificativa: De acordo com a LDB nº 9.394/96, a Educação Básica é formada pela Educação Infantil, pelos Ensino Fundamental e Ensino Médio. As demais afirmativas estão incompletas, ou apresentam modalidades de educação. Questão 2 b) II e III, apenas. Justificativa: Conforme Moran (2002, p. 1), a “educação a distância é o processo de ensino e aprendizagem, mediado por tecnologias, onde professores e alunos estão separados espacial e/ou temporalmente”. Fonte: . Acesso em: 23 fev. 2019. Podemos notar que a LDB Lei nº 9394/1996 normatiza o sistema educacional brasi- leiro e garante acesso à educação para todos. Essa lei trouxe mudanças significati- vas na educação no Brasil. Estão corretas as afirmativas, pois o Decreto Lei nº 9.057/2017, que regulamenta a Educação a Distância, conceitua-a, entre outros aspectos, como modalidade educa- cional onde há o desenvolvimento de atividades educativas por estudantes e profis- sionais que estão em lugares e tempos diversos. Esse decreto regula o Artigo 80 da LDB nº 9.394/1996 em que cita que a educação a distância – EaD poderá realizar-se em todos os níveis e todas as modalidades de ensino, trazendo mudanças à tradicio- nal oferta de ensino, abrindo oportunidades para mudanças na educação. Questão 3 d) I, III e IV, apenas. Justificativa: De acordo com a LDB nº 9.394/96, a Educação Básica é distribuída em três fases: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. A primeira fase é a Educação Infantil, oferecida em creches para crianças de até 3 anos de idade, e pré escola para crianças de 4 a 5 anos. É obrigação do Estado fornecer Educação Infantil gratuita, sendo obrigatório aos pais ou responsáveis a matrícula das crianças a partir dos 4 anos de idade, início da Educação Básica, que vai até os 17 anos de idade, fim do Ensino Médio. Artigos da LDB nº 9.394/1996: Gabarito 26 Art. 4º I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade; II - educação infantil gratuita às crianças de até 5 (cinco) anos de idade; Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalida- de o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da co- munidade. (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013) Questão 4 e) Todas as afirmativas estão corretas. Justificativa: Conforme apresentado no material estudado, a primeira LDB era or- ganizada da seguinte maneira: • Ensino pré-primário; • Ensino primário; • Ensino médio: dividido em ginasial (quatro anos) e o colegial (três anos ou mais). Neste, conforme apresentado no material de estudo, a função dos últimos anos do Ensino Médio era de fornecer uma educação preparatória ao estágio superior. A Se- gunda LDB, Lei nº 5.692/1971, fundiu o Ensino Primário com o Ginásio, constituiu o Primeiro Grau com oito anos de duração, obrigatório para as crianças e jovens de sete a 14 anos de idade. O Segundo Grau ficou reduzido aos três ou quatro anos do antigo Ensino Médio. Ainda na Segunda LDB, o antigo Ensino Médio foi subordinado à habilitação profis- sional: a formação de técnicos e auxiliares-técnicos destinados ao preenchimento de postos de trabalho na indústria, no comércio, nos serviços e na agricultura passa- va a ser o objetivo de todas as escolas de segundo grau. Para diminuir as resistências dos jovens, o novo ensino foi chamado de profissionalizante. Questão 5 e) V, F, V, V e V. Justificativa: Os princípios estão dispostos na LDB nº 9394/1996, no Artigo 3º, nos incisos: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância; VII - valorização do profissional da educação escolar; e IX - garantia de padrão de qualidade. Esses princípios, além dos demais, também foram citados no material de estudo, apresentando-se corretos. Está incorreta apenas a afirmativa que diz que as ideias e concepções pedagógicas devem ser únicas, contudo a LDB afirma que deve ser garantida a pluralidade de ideias e concepções pedagógicas. 27 Questão 6 b) Destinada aos que, na idade devida, não ingressaram ou não concluíram os es- tudos nas fases Fundamental e Médio. Justificativa: Art. 37. LDB/1996: A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no Ensino Fundamental e Médio, na idade própria. Conforme material de estudo e a LDB nº 9394/1996, a afirmativa é correta, pois in- dica qual público pode cursar a Educação de Jovens e Adultos, aqueles que, na idade correta, não puderam estudar, sendo para o Ensino Fundamental a idade mínima de 15 anos e, no Ensino Médio, idade mínima de 18 anos. As demais alternativas são incorretas, pois apresentam definições de outras modalidades de ensino. Questão 7 b) II e III, apenas. Justificativa:A LDB nº 9.394/1996 apresenta três modalidades de educação: educa- ção de Jovens e Adultos, Educação Profissional e Tecnológica e Educação Especial, porém a LDB nº 9.394/1996 reconhece outras modalidades de educação, sendo elas Educação do Campo, Educação Indígena, de Negros e Quilombola e Educação a distância – EaD, observadas no Artigo 28 e Decreto nº 9.057/2017, que regulamenta o Art. 80 da LDB nº 9394/1996, a respeito da Educação a Distância. Questão 8 c) I e II, apenas. Justificativa: “Outro aspecto importante garantido pela referida lei é a garantia do padrão de qualidade. Estudante, não podemos esperar que a qualidade da educação seja determinada somente pelo governo, a efetivação da qualidade da educação depende da participação da comunidade. Veja que o inciso VIII reforça essa respon- sabilidade quando dispõe sobre a Gestão Democrática”. A gestão democrática é um princípio que deve ser garantido conforme inciso VIII do Artigo 3º da LDB nº 9.394/96, assim como deve ser aplicado no ensino público, Educação Básica e Superior, independentemente de nível ou fase escolar, conforme Artigos 14 e 56 da LDB. Questão 9 b) I e II, apenas. Justificativa: Art. 5º O acesso à educação básica obrigatória é direito público sub- jetivo, podendo qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, or- ganização sindical, entidade de classe ou outra legalmente constituída e, ainda, o Ministério Público, acionar o poder público para exigi-lo (Brasil, 1996). 28 O texto apresentado pertence à LDB nº 9.394/96, mas também foi citado no mate- rial de estudo, assim como o Artigo 4º que trata, entre outros aspectos, do dever do Estado de promover a Educação Básica, obrigatória e gratuita, a partir dos 4 anos até 17 anos de idade. Assim, entende-se como direito subjetivo o acesso à Educação Básica, de 4 a 17 anos de idade, então, é obrigação do Estado prover e dos pais garantirque os educandos estejam matriculados nessa idade. O ingresso de crianças até 3 anos na Educação Infantil, e o acesso ao Ensino Superior, apesar de ser provida pelo Estado, não é obri- gatória a matrícula, não considerando essas fases como direito público subjetivo. Questão 10 a) I, apenas. Justificativa: Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se desenvol- vem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas mani- festações culturais. O artigo primeiro da LDB nº 9394/1996, citado no material de estudo, traz os espa- ços onde a educação acontece, não sendo limitada apenas à educação formal, mas a outros ambientes, como à vida familiar, espaço de onde a criança vem e que, ao chegar no ambiente escolar, traz consigo o conhecimento prévio resultante de suas relações. Conteudista Prof.ª Ruth Cássia Schreiner e Prof.ª M.ª Maria do Carmo Teles F. Stringhetta Revisão Textual Camila Yukari Kawamura Ensino Fundamental: Diretrizes Curriculares Nacionais e Base Nacional Comum Curricular 2 Sumário Sumário ................................................................................................................................... 2 Objetivos da Unidade ............................................................................................................3 Características da Sociedade Atual .................................................................................. 4 Ensino Fundamental ............................................................................................................. 5 O Currículo na Educação Fundamental: Diretrizes Curriculares Nacionais ............. 6 Base Nacional Comum Curricular ..................................................................................... 8 Em Síntese .............................................................................................................................17 Atividades de Fixação .........................................................................................................18 Material Complementar.....................................................................................................24 Referências ........................................................................................................................... 26 Gabarito ................................................................................................................................ 27 3 Atenção, estudante! Aqui, reforçamos o acesso ao conteúdo on-line para que você assista à videoaula. Será muito importante para o entendimento do conteúdo. Este arquivo PDF contém o mesmo conteúdo visto on-line. Sua disponibili- zação é para consulta off-line e possibilidade de impressão. No entanto, re- comendamos que acesse o conteúdo on-line para melhor aproveitamento. • Compreender a diferença entre as normas obrigatórias para a Educação Básica que orientam o planejamento; • Entender o conteúdo mínimo a ser ensinado nas escolas públicas e privadas do país; • Conhecer a importância dessas normas para a Educação Básica. Objetivos da Unidade 4 Características da Sociedade Atual Nosso foco, neste estudo, será compreender as normas que orientam o planeja- mento curricular das escolas que ofertam a etapa do Ensino Fundamental. Antes de começar nosso estudo, é interessante relembrar que a Educação Básica é composta pelas etapas: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. Vamos entender o contexto em que a escola está inserida! Para atender as características da sociedade atual, são necessárias teorias inova- doras da educação que enfatizem o envolvimento do aluno no processo educativo. Isso implica em práticas pedagógicas que estimulam a análise, a capacidade de re- flexão, de pesquisa e a necessidade de reconhecer a realidade. Behrens (1996) nos diz que o desafio atual dos estudiosos é a superação da fragmentação e reprodução do conhecimento. No contexto educacional do século XXI é urgente e necessário romper o ensino tra- dicional e fragmentado. O momento exige inovação, ousadia, criatividade. A valoriza- ção da postura coletiva e não a individual; a valorização das inteligências múltiplas; a emoção e a imaginação devem ser tão importantes quanto o conhecimento técnico. Figura 1 – Educação no século XXI Fonte: Getty images #ParaTodosVerem: imagem exibe uma mão desenhando uma lâmpada com caneta amarela, atrás de um vidro, à direita. À esquerda, ícones desfocados de mapas, infográfico, lâmpada, engrenagens. Ao fundo, bancada de escritório com computadores e papéis e silhueta de pessoa sentada em frente ao computador diante de uma grande janela. Fim da descrição. 5 Veremos, a seguir, que para atender a esse novo perfil do estudante foram neces- sárias mudanças nas propostas dos currículos para o Ensino Fundamental. Vamos saber mais sobre essa etapa da educação. Ensino Fundamental O Art. 32 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, Lei nº 9.394/96, estabelece, mediante a redação da Lei nº 11.274/2006, que o Ensino Fundamental é uma etapa obrigatória, com duração de 9 (nove) anos, ofertado de forma gratuita nas escolas públicas. Inicia-se aos 6 (seis) anos de idade e possui como objetivo a formação básica do cidadão. Ainda, estabelece nos seus incisos que: I – o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo; II – a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade; III – o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores; IV – o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social. Fonte: Brasil, 1996. A garantia do direito à educação pública e de qualidade, garantido pela Constituição Federal de 1988, passa pela formulação e a execução de políticas públicas voltadas à educação. Ao poder público, cabe disponibilizar os recursos necessários ao planejamento, aos materiais necessários e à formação de profes- sores e gestores, assim como para a elaboração das diretrizes curriculares que nortearão a prática pedagógica. Vale lembrar que o Ensino Fundamental se divide em: • Ensino Fundamental 1: 1º ao 5º ano; • Ensino Fundamental 2: 6º ao 9º ano. 6 Síntese O Ensino Fundamental é uma etapa importante para a formação da vida das crianças e jovens, é nessa etapa, entre os 6 e 14 anos que a preparação para a cidadania acontece. A construção de conceitos educacionais, habilidades, competências e atitudes diárias formam um alicerce para a aprendizagem para a vida e para o mercado de trabalho. A matrícula no Ensino Fundamental deve acontecer aos 6 anos, assim, toda criança que tiver 6 anos ou completar 6 anos até 31 de março do ano em que ocorrer a ma- trícula, deve ser matriculada no Ensino Fundamental. Esse prazo de matrícula causa confusão, mas agora você já sabe! Você deve estar se perguntando: o que é estudado no Ensino Fundamental? Vamos conferir! O Currículo na Educação Funda- mental: Diretrizes Curriculares Nacionais Além do que está proposto na Constituição Federal e na LDB/1996, a Resolução n° 7, de 14 de dezembro de 2010, fixa as Diretrizes Curriculares para o Ensino Fundamental de 9 anos. Importante Perceba que, primeiro houve a mudança do Ensino Fundamental para 9 anos, depois do prazo para que todas as escolas se organi- zassem, foram implantadas as Diretrizes Curriculares Nacionais. Quanto ao currículo, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica afirmam ser um currículo que possui uma base nacional comum, mas complemen- tada por cada instituição de ensino que oferece esse nível de ensino, oportunizando a formação básica do cidadão em consonância com a suarealidade local, as neces- sidades apresentadas pelos discentes da instituição, as características da sociedade, 7 da cultura e da economia, sempre interligadas aos conteúdos que estruturam a base nacional comum para o Ensino Fundamental. Assim, com base no Artigo 15 da Resolução 7/2010, que fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica, os componentes curriculares obrigatórios para o Ensino Fundamental estão divididos, da seguinte forma: Figura 2 – Componentes Curriculares para o Ensino Fundamental Fonte: Adaptada de Resolução 7/2010. #ParaTodosVerem: infográfico com retângulos interligados por linhas, destacando Componentes Curriculares para o Ensino Fundamental. Cada retângulo representa um componente curricular específico, e as linhas co- nectam esses componentes, indicando suas relações ou interconexões no contexto do currículo do Ensino Fundamental. Fim da descrição. É válido ressaltar que o ensino de História deve contemplar as contribuições das diferentes culturas e etnias, no que se refere à formação da população brasileira, além da obrigatoriedade do ensino referente à temática da História e Cultura afro- -brasileira e indígena. Cabe, também, ao Ensino Fundamental, a alfabetização e o letramento dos alunos que ingressam no primeiro ciclo. Entretanto, não significa passar para as crianças de seis anos os conteúdos e atividades que eram ministradas para as crianças que 8 ingressaram aos sete anos no primeiro ano, antes da lei do Ensino Fundamental de nove anos. Esses conteúdos deverão ser desenvolvidos de acordo com as necessi- dades das crianças e respeitando, também, sua faixa-etária. É importante lembrar que faziam parte da Educação Infantil. Como nos anos 1930 reivindicou-se para a educação a função de ‘criar’ cidadãos e de reproduzir /modernizar as ‘elites’, no regime militar foi atribuído à Educação o ofício de formar o capital humano, moldado pela ideologia da segurança nacional. Nos anos de 1990 renova-se o pleito da centralidade da educação, mas em termos adequados aos termos de elaboração - ou recelebração. Das virtudes do mercado: realidade ines- capável que aloca recursos e benefícios sob o imperativo da eficiência capitalista. Nesse contexto, trata-se de convencer com uso mínimo da ação estatal e da força. Trata-se de persuadir e construir novo consenso. Fonte: Shiroma et al, 2011, p. 13. Para você que está se preparando e possivelmente irá atuar na educação, conhecer e ter um posicionamento crítico sobre as diretrizes curriculares nacionais é funda- mental, visto que este documento orienta a organização, articula o desenvolvimento e a avaliação das propostas pedagógicas de todas as redes de ensino brasileiras. Site Leia o conteúdo das Diretrizes Curriculares Nacionais – DCNs na íntegra, acesse o QR Code. Além das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs), a educação conta com outro docu- mento, recentemente aprovado e muito importante para a indicação dos conteúdos que os alunos devem apreender em cada ano, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Base Nacional Comum Curricular Você já ouviu falar sobre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC)? Este tema tem gerado uma discussão nacional, pois algumas pessoas se posicionam contra e, a outra parte, a favor. Não vamos entrar na questão polêmica, nosso objetivo é compreender a proposta da BNCC. https://www.gov.br/mec/pt-br/media/etnico_racial/pdf/diretrizes_curriculares_nacionais_para_educacao_basica_diversidade_e_inclusao_2013.pdf 9 A proposta prevê uma nova organização dos conteúdos que devem ser estudados, conforme informa o site Movimento pela Base Nacional Comum: “A Base Nacional Comum Curricular define os conhecimentos e habilidades essenciais que todos os estudantes brasileiros têm o direito de aprender, ano a ano, durante sua trajetória na Educação Básica”. Nesse sentido, a Base prevê o que ensinar. Deixa claro o que cada aluno precisa aprender em cada ano escolar. É importante ressaltar que as DCNs são complementares à BNCC, por isso, conti- nuam valendo. Importante Principal diferença: • As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs dão a estrutura); • A Base Nacional Comum Curricular (BNCC detalha os conteú- dos e competências). Vamos entender como aconteceu a aprovação da BNCC: • 2014: a proposta foi divulgada; • 2015 e 2016: versão 1 – houve uma consulta pública; • 2016: versão 2 – Debates em seminários por todo o país; • 2017: versão 3 – Relatório dos seminários foi entregue ao Ministério da Educação para revisão e construção da terceira versão; • 2017: Resolução CNE/CP nº 02 de dezembro de 2017 institui e orienta a im- plantação de Base Nacional Comum Curricular. Uma das informações divulgadas no site “Movimento pela Base Nacional Comum” refere-se às particularidades regionais, tema de grande debate sobre a BNCC. E como ficam as particularidades regionais? Cada Estado, Município e até as unidades escolares poderão enriquecer, em suas propostas curriculares e pedagógicas, o que acharem adequado, de acordo com a realidade regional, não deixando, todavia, de garantir o que está na Base Nacional Comum. O quadro, a seguir, ilustra como a Base Nacional Comum irá compor os currículos locais: 10 De acordo com o Art. 3º da Resolução CNE/CP nº 2, de 22 de dezembro de 2017, que institui e orienta a implantação da Base Nacional Comum Curricular: No âmbito da BNCC, competência é definida como a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas cog- nitivas e socioemocionais), atitudes e valores, para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho. Fonte: Brasil, 2017. Conheça as competências propostas pela BNCC, de cada área do conhecimento, para o Ensino Fundamental. Note que os verbos indicam as competências que devem ser desenvolvidas pelos estudantes, todas indicam ação, isso nos mostra muito sobre as competências necessárias para os profissionais e cidadãos para o século XXI. Quadro 1 – Competências para o Ensino Fundamental I. Linguagens a. compreender as linguagens como construção humana, histórica, social e cultural, de natureza dinâmica, reconhecendo-as e valorizando-as como formas de significação da realidade e expressão de subjetividades e identidades sociais e culturais; b. conhecer e explorar diversas práticas de linguagem (artísticas, corporais e linguísticas) em diferentes campos da atividade humana para continuar aprendendo, ampliar suas possibilidades de participação na vida social e colaborar para a construção de uma sociedade mais justa, democrática e inclusiva; c. utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos, em diferentes contextos, e produzir sentidos que levem ao diálogo, à resolução de conflitos, de forma harmônica, e à cooperação; d. utilizar diferentes linguagens para defender pontos de vista que respeitem o outro e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, atuando criticamente frente a questões do mundo contemporâneo; 11 e. desenvolver o senso estético para reconhecer, fruir e respeitar as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, inclusive aquelas pertencentes ao patrimônio cultural da humanidade, bem como participar de práticas diversificadas, individuais e coletivas, da produção artístico-cultural, com respeito à diversidade de saberes, identidades e culturas; f. compreender e utilizar tecnologias digitais de informação e comunicação, de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar por meio das diferentes linguagens, produzir conhecimentos, resolver problemas e desenvolver projetos autorais e coletivos; II. Matemática a. reconhecerque a Matemática é uma ciência humana, fruto das necessidades e preocupações de diferentes culturas, em diferentes momentos históricos, bem como uma ciência viva, que contribui para solucionar problemas científicos e tecnológicos e para alicerçar descobertas e construções, inclusive com impactos no mundo do trabalho; b. identificar os conhecimentos matemáticos como meios para compreender e atuar no mundo, reconhecendo também que a Matemática, independentemente de suas aplicações práticas, favorece o desenvolvimento do raciocínio lógico, do espírito de investigação e da capacidade de produzir argumentos convincentes; c. compreender as relações entre conceitos e procedimentos dos diferentes campos da Matemática (Aritmética, Álgebra, Geometria, Estatística e Probabilidade) e de outras áreas do conhecimento, sentindo segurança quanto à própria capacidade de construir e aplicar conhecimentos matemáticos, desenvolvendo a autoestima e a perseverança na busca de soluções; d. fazer observações sistemáticas de aspectos quantitativos e qualitativos presentes nas práticas sociais e culturais, de modo que se investigue, organize, represente e comunique informações relevantes, para interpretá-las e avaliá-las crítica e eticamente, produzindo argumentos convincentes; e. utilizar processos e ferramentas matemáticas, inclusive tecnologias digitais disponíveis, para modelar e resolver problemas cotidianos, sociais e de outras áreas de conhecimento, validando estratégias e resultados; 12 f. enfrentar situações-problema em múltiplos contextos, incluindo situações imaginadas, não diretamente relacionadas com o aspecto prático-utilitário, expressar suas respostas e sintetizar conclusões, utilizando diferentes registros e linguagens (gráficos, tabelas, esquemas, além de texto escrito na língua materna e outras linguagens para descrever algoritmos, como fluxogramas e dados); g. agir individual ou cooperativamente com autonomia, responsabilidade e flexibilidade, no desenvolvimento e/ou discussão de projetos, que abordam, sobretudo, questões de urgência social, com base em princípios éticos, democráticos, sustentáveis e solidários, valorizando a diversidade de opiniões de indivíduos e de grupos sociais, sem preconceitos de qualquer natureza; h. interagir com seus pares, de forma cooperativa, trabalhando coletivamente no planejamento e desenvolvimento de pesquisas para responder a questionamentos, bem como na busca de soluções para problemas, de modo que se identifique aspectos consensuais ou não na discussão de uma determinada questão, respeitando o modo de pensar dos colegas e aprendendo com eles. III. Ciências da Natureza a. compreender as Ciências da Natureza como empreendimento humano e o conhecimento científico como provisório, cultural e histórico; b. compreender conceitos fundamentais e estruturas explicativas das Ciências da Natureza, bem como dominar processos, práticas e procedimentos da investigação científica, de forma que se sinta, com isso, segurança no debate de questões científicas, tecnológicas, socioambientais e do mundo do trabalho, além de continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva; c. analisar, compreender e explicar características, fenômenos e processos relativos ao mundo natural, social e tecnológico (incluindo o digital), como também as relações que se estabelecem entre eles, exercitando a curiosidade para fazer perguntas, buscar respostas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das Ciências da Natureza; d. avaliar aplicações e implicações políticas, socioambientais e culturais da ciência e de suas tecnologias para propor alternativas aos desafios do mundo contemporâneo, incluindo aqueles relativos ao mundo do trabalho; 13 e. construir argumentos com base em dados, evidências e informações confiáveis e negociar e defender ideias e pontos de vista, que respeitem e promovam a consciência socioambiental e o respeito a si próprio e ao outro, acolhendo e valorizando a diversidade de indivíduos e de grupos sociais, sem preconceitos de qualquer natureza; f. utilizar diferentes linguagens e tecnologias digitais de informação e comunicação para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos e resolver problemas das Ciências da Natureza, de forma crítica, significativa, reflexiva e ética; g. conhecer, apreciar e cuidar de si, do seu corpo e bem-estar, compreendendo- se na diversidade humana, fazendo-se respeitar e respeitando o outro, recorrendo aos conhecimentos das Ciências da Natureza e às suas tecnologias h. agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, recorrendo aos conhecimentos das Ciências da Natureza para tomar decisões frente a questões científico- tecnológicas e socioambientais e a respeito da saúde individual e coletiva, com base em princípios éticos, democráticos, sustentáveis e solidários. IV. Ciências Humanas a. compreender a si e ao outro como identidades diferentes, de maneira que se exercite o respeito à diferença, em uma sociedade plural, além de promover os direitos humanos; b. analisar o mundo social, cultural e digital, e o meio técnico-científico informacional, com base nos conhecimentos das Ciências Humanas, considerando suas variações de significado no tempo e no espaço, para intervir em situações do cotidiano e se posicionar diante de problemas do mundo contemporâneo; c. identificar, comparar e explicar a intervenção do ser humano na natureza e na sociedade, exercitando a curiosidade e propondo ideias e ações que contribuam para a transformação espacial, social e cultural, de forma que participe efetivamente das dinâmicas da vida social, exercitando a responsabilidade e o protagonismo, voltados para o bem comum, e a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva; 14 d. interpretar e expressar sentimentos, crenças e dúvidas, com relação a si mesmo, aos outros e às diferentes culturas, com base nos instrumentos de investigação das Ciências Humanas, promovendo, com isso, o acolhimento e a valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza; e. comparar eventos ocorridos, simultaneamente, no mesmo espaço e em espaços variados, e eventos ocorridos em tempos diferentes no mesmo espaço, e em espaços variados; f. construir argumentos, com base nos conhecimentos das Ciências Humanas, para negociar e defender ideias e opiniões que respeitem e promovam os direitos humanos e a consciência socioambiental; g. utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica, e diferentes gêneros textuais e tecnologias digitais de informação e comunicação, no desenvolvimento do raciocínio espaço-temporal, relacionado à localização, distância, direção, duração, simultaneidade, sucessão, ritmo e conexão. V. Ensino Religioso a. conhecer os aspectos estruturantes das diferentes tradições/movimentos religiosos e filosofias de vida, a partir de pressupostos científicos, filosóficos, estéticos e éticos; b. compreender, valorizar e respeitar as manifestações religiosas e filosofias de vida, suas experiências e saberes, em diferentes tempos, espaços e territórios; c. reconhecer e cuidar de si, do outro, da coletividade e da natureza, enquanto expressão de valor da vida; d. conviver com a diversidade de identidades, crenças, pensamentos, convicções, modos de ser e viver; e. analisar as relações entre as tradições religiosas e os campos da cultura, da política, da economia, da saúde, da ciência, da tecnologia e do meio ambiente; 15 f. debater, problematizar e posicionar-se frente aos discursos e práticas de intolerância, discriminação e violência de cunho religioso, de modo que se assegure assim os direitos humanos no constante exercício da cidadania eda cultura de paz. §1º As Áreas do Conhecimento favorecem a comunicação entre os saberes dos diferentes componentes curriculares, intersectam-se na formação dos alunos, mas preservam as especificidades de saberes próprios construídos e sistematizados nos diversos componentes; § 2º O Ensino Religioso, conforme prevê a Lei nº 9.394/1996, deve ser oferecido nas instituições de ensino e redes de ensino públicas, de matrícula facultativa aos alunos do Ensino Fundamental, conforme regulamentação e definição dos sistemas de ensino. Fonte: Brasil, 2017. Site Acesse o site, a seguir, e leia a Resolução da BNCC na íntegra! Esse tema é considerado novo, sendo assim, muitas dúvidas ainda são comuns. Muitos profissionais estão procurando informações para compreender os impactos e as potencialidades da BNCC no cotidiano escolar. Importante Esse tema é considerado novo, sendo assim, muitas dúvidas ainda são comuns. Muitos profissionais estão procurando infor- mações para compreender os impactos e as potencialidades da BNCC no cotidiano escolar. A BNCC precisa causar mudança, esse é o objetivo principal do documento, mudan- ça nas práticas pedagógicas, na forma de conceber a educação e na formação de professores. É impossível haver uma mudança tão grande nos objetivos da educa- ção mediante a mesma formação de professores. https://normativasconselhos.mec.gov.br/normativa/pdf/CNE_RES_CNECPN22017.pdf 16 Saiba Mais A BNCC propõe uma grande mudança para o Ensino Fundamental. Essa mudan- ça terá impacto direto na formação de professores, afinal, os professores são os principais agentes de transformação da educação. Nesse sentido, já existe um movimento do MEC para alterar a pro- posta curricular dos cursos de formação de professores. Ainda ficou com dúvidas sobre a BNCC? Acesse o site e entenda mais sobre o tema! https://novaescola.org.br/bncc/conteudo/22/propostas-em-lingua-portuguesa-da-bncc-focam-na-gramatica-e-nos-generos-digitais 17 A compreensão das normas obrigatórias para a Educação Básica é fundamental para orientar o planejamento educacional no Brasil. Essas diretrizes estabelecem o conteúdo mínimo a ser ensinado nas escolas públicas e privadas, assegurando um padrão de qualidade e uniformidade no ensino. Essas normas, ao definirem os currículos e conteúdos pedagógicos, garantem a uni- versalização do acesso ao conhecimento e promovem a equidade educacional. Elas contribuem para uma base comum de aprendizagem, independentemente da re- gião ou instituição de ensino, assegurando que todos os estudantes tenham acesso a determinados saberes essenciais. Além disso, essas diretrizes são importantes instrumentos para garantir a forma- ção integral dos estudantes, contemplando não apenas os aspectos cognitivos, mas também socioemocionais e éticos. Elas proporcionam uma visão ampla e abrangen- te do que se espera que os alunos aprendam em cada etapa da Educação Básica. Portanto, compreender e seguir essas normas é imprescindível para garantir a qua- lidade e a coerência do ensino oferecido em todo o país, permitindo a construção de uma base sólida para o desenvolvimento educacional e social dos estudantes brasileiros. Em Síntese 18 1 – A Base Nacional Comum Curricular – BNCC é um documento previsto pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Básica, LDB nº 9.394/1996, não é uma ação de um governo específico, mas é uma ação do Estado e em sua formação envolveu vários especialistas e muitos debates até chegarmos ao documento atual. Após a reflexão sobre a BNCC, leia as assertivas e assinale a alternativa correta: I. Com a BNCC será mais fácil entender por que é necessário estudar determinado conteúdo. II. A BNCC foi concluída em 2015. III. A BNCC vai orientar a formulação do projeto Político Pedagógico das escolas. IV. Entender o real significado e participar da construção da BNCC é direito e dever de todos. Está(ão) correta(s): a) I, apenas. b) II e III, apenas. c) III e IV, apenas. d) I, III e IV, apenas. e) Todas as assertivas estão corretas. 2 – A qualidade no ensino é amplamente discutida por educadores, pesquisadores, família e sociedade. Porém o processo inicial para promover o ensino de qualidade é compreender a finalidade social da escola. Sobre a finalidade social da educa- ção, é correto afirmar que: I. A educação deve preparar para o consumismo do século XXI. II. A educação deve promover o indivíduo, e não apenas ajustá-lo à sociedade em que vive. III. A educação deve preparar os alunos para a fluência tecnológica. IV. A Educação Básica deve preparar os jovens para o vestibular, e a Educação Supe- rior preparar para o mercado de trabalho. Atividades de Fixação 19 Está(ão) correta(s): a) II, apenas. b) II e III, apenas. c) III e IV, apenas. d) I, III e IV, apenas. e) Todas as assertivas estão corretas. 3 – Os anos finais do Ensino Fundamental são desafiadores para educadores e alu- nos nessa fase, pois estão entre a infância e a adolescência, uma fase reconhecida por mudanças. Sobre a atuação do educador nos anos finais do Ensino Fundamen- tal, considere as afirmativas a seguir: I. Nessa fase, é necessário que o educador esteja disponível a compreender e con- versar de acordo com as formas de expressão dessa faixa etária. II. Reconhecer o potencial de comunicação do universo digital e constituir métodos de promoção da aprendizagem. III. Desnaturalizar a violência, seja ela de qual forma for. IV. Contribuir para a construção do projeto de vida dos educandos. Está(ão) correta(s): a) I, apenas. b) II e III, apenas. c) III e IV, apenas. d) I, III e IV, apenas. e) Todas as assertivas estão corretas. 4 – O Ensino Fundamental é uma etapa importante da Educação Básica, de cará- ter obrigatório e com duração de 9 anos, tendo como objetivo geral a formação básica do cidadão, possível por meio do desenvolvimento de algumas capacida- des do educando já pré-definidas pela LDB, nº 9.394/96. Analise as capacidades/ ações relacionadas a seguir e assinale com F as afirmativas falsas e com V para as verdadeiras: 20 ( ) Desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores. ( ) Compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade. ( ) Constituir diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para inser- ção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da so- ciedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. ( ) Fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social. ( ) Desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o ple- no domínio da leitura, da escrita e do cálculo. Assinale a alternativa correta. a) V, V, F, F, V. b) V, V, F, V, V. c) V, F, V, F, F. d) V, F, F, F, F. e) V, F, V, V, V. 5 – Oriunda da Lei de Diretrizes e Bases, as Diretrizes Curriculares Nacionais orien- tam o que deverá ser estudado na Educação Básica para cada etapa e modalidade. A respeito das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental, ana- lise as afirmativas a seguir: I. São divididas nas seguintes áreas do conhecimento: Linguagens; Matemática; Ciências da Natureza; História e Geografia. II. Oportuniza a formação básica do cidadão em conformidade com a sua realidade local, permitindo ser complementada por cada instituição que oferece esse nível de ensino. III. Cabe a essa etapa a alfabetização e o letramento dos alunos que entraram no primeiro ciclo, desenvolvendo conteúdos de acordo com a faixa etária e neces- sidades das crianças. IV. As Diretrizes Curriculares Nacionais determinam o que o educando deve apren- der ano a ano. Está(ão) correta(s): a) I, apenas. b) II e III, apenas. c) III e IV, apenas. d) I, III e IV, apenas. e) Todas as assertivas estão corretas. 21 6 – A BaseNacional Comum Curricular (BNCC) é um documento aplicado, exclu- sivamente, à educação escolar, tanto a instituições públicas como privadas, em que são determinados os conteúdos a serem abordados nas etapas compreendi- das por esse documento. A respeito da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), considere as afirmativas a seguir: I. Regulamenta os conteúdos mínimos que devem ser abordados nos dois níveis da Educação Básica e Superior. II. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) são documentos independentes e não se relacionam. III. Ao implementar a BNCC, ocorrem mudanças nas seguintes políticas educacio- nais: elaboração dos currículos locais, formação inicial e continuada dos profes- sores, material didático, avaliação e apoio pedagógico aos alunos. IV. Determina os conteúdos mínimos que devem ser abordados ano a ano nas insti- tuições de ensino público e privado, com possível adequações de acordo com o contexto e características dos alunos e realidade regional. Está(ão) correta(s): a) I, apenas. b) II e III, apenas. c) III e IV, apenas. d) I, III e IV, apenas. e) Todas as afirmativas estão corretas. 7 – O Ensino Fundamental é a etapa mais longa da educação básica, com nove anos de duração. Nesse período, o educando passa por diversas mudanças comporta- mentais, físicas, cognitivas, sociais, entre outros aspectos, demonstrando grande desafio definir um currículo para essa etapa. A respeito do Ensino Fundamental, considere as afirmativas a seguir: I. Etapa da Educação Básica que se inicia aos 6 anos de idade. II. Divide-se em Ensino Fundamental 1: 1º ao 5º ano, e Ensino Fundamental 2: 6º ao 9º ano., III. É obrigatória a matrícula, no Ensino Fundamental, de crianças a completar 6 anos até o dia 31 de março do ano em que ocorrer a matrícula. IV. Para cada área de conhecimento do Ensino Fundamental, são definidas compe- tências que deverão ser desenvolvidas pelos estudantes. Está(ão) correta(s): 22 a) I, apenas. b) II e III, apenas. c) III e IV, apenas. d) I, III e IV, apenas. e) Todas as afirmativas estão corretas. 8 – É a partir da Base Nacional Comum Curricular que as redes de ensino desen- volverão os currículos, atentando-se para as áreas de conhecimento e as devidas competências necessárias. A respeito dos componentes compreendidos na área de Linguagens, assinale a alternativa correta: a) Língua Portuguesa, Língua Materna para Populações Indígenas, Língua Estrangei- ra Moderna, Arte e Educação Física. b) Língua Portuguesa, Língua Materna para Populações Indígenas, Língua Estrangei- ra Moderna e Arte. c) Língua Portuguesa, Língua Estrangeira Moderna, Arte e Educação Física. d) Língua Portuguesa e Língua Estrangeira Moderna. e) Língua Portuguesa, Língua Estrangeira Moderna e Arte. 9 – As áreas de conhecimento citadas na DCN 07/2010 e BNCC elencam compe- tências dentro das referidas áreas que deverão ser alcançadas pelos alunos. Assim, competência é definida pela resolução CNE/CP nº 2/2017 como: a) Mobilização de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores para resolver de- mandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho. b) Aplicação de conhecimentos teóricos nas relações de trabalho e pesquisa nas diversas áreas do conhecimento. c) Utilização de diferentes linguagens para defender pontos de vista que respeitem o outro e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o con- sumo responsável. d) Enfrentamento de situações-problema em múltiplos contextos, incluindo situa- ções imaginadas, não diretamente relacionadas ao aspecto prático utilitário. e) Interpretação e expressão de sentimentos, crenças e dúvidas com relação a si mesmo, aos outros e às diferenças culturais, promovendo o acolhimento e a valo- rização da diversidade. 23 10 – A sociedade está em constante transformação, refletindo também na sala de aula, nos comportamentos dos educandos, posturas, características e outros de- safios. Sobre as características da sociedade atual quanto à educação, considere as afirmativas a seguir: I. A superação da fragmentação e reprodução do conhecimento representam de- safios dos estudiosos da sociedade. II. A valorização da postura coletiva e não individual, a valorização das inteligências múltiplas, a emoção e imaginação, são, atualmente, mais importantes que o co- nhecimento teórico. III. É necessária a execução de teorias inovadoras que enfatizam o envolvimento do aluno no processo educativo, implicando práticas pedagógicas que estimulam a análise, a capacidade de reflexão, de pesquisa e a necessidade de reconhecer a realidade. IV. O conhecimento teórico é importante, porém o momento exige inovação, ousa- dia e criatividade. Está(ão) correta(s): a) I, apenas. b) II e III, apenas. c) III e IV, apenas. d) I, III e IV, apenas. e) Todas as afirmativas estão corretas. Atenção, estudante! Veja o gabarito desta atividade de fixação no fim deste conteúdo. 24 A Sala de Aula Inovadora: Estratégias Pedagógicas para Fomentar o Apren- dizado Ativo As Diretrizes Curriculares Nacionais e a Base Nacional Comum Curricular apontam a necessidade de práticas pedagógicas inovadoras e novas compe- tências. O livro “A Sala de Aula Inovadora: Estratégias Pedagógicas para Fo- mentar o Aprendizado Ativo” é uma ótima opção para romper o clássico regi- me de aulas expositivas, que dá lugar às metodologias ativas, que colocam o aluno como protagonista da aprendizagem e desenvolvem competências de forma criativa e reflexiva para a resolução de problemas. CAMARGO, F.; DAROS, T. A sala de aula inovadora: estratégias pedagógicas para fomentar o aprendizado ativo. Porto Alegre, RS: Penso, 2018. Livro Material Complementar Movimento pela Base Nacional Comum Você quer saber mais sobre a BNCC na prática? Acesse o site, escolha uma área de atuação (secretaria, gestão ou coordenação) e fique por dentro! https://movimentopelabase.org.br/ Site Principais Mudanças na Educação Fundamental Entenda as principais mudanças que a BNCC propõe para a Educação Fun- damental: https://bit.ly/2Eyjszm Vídeo https://movimentopelabase.org.br/ https://bit.ly/2Eyjszm 25 Base Comum de Formação de Professores da Educação Básica ao Conselho Nacional de Educação (CNE) Depois da aprovação da BNCC para a Educação Básica, o MEC entregou, em dezembro de 2018, uma proposta de Base Comum de Formação de Profes- sores da Educação Básica ao Conselho Nacional de Educação (CNE). “A proposta de base apresentada pelo MEC pretende revisar as diretrizes dos cursos de pedagogia e das licenciaturas para colocar foco na prática da sala de aula, no conhecimento pedagógico do conteúdo e nas competências pre- vistas na BNCC da Educação Básica”, explicou o Ministro da Educação, Ros- sieli Soares (Brasil, 2018). https://bit.ly/2TcTVnH Leituras https://bit.ly/2TcTVnH 26 BEHRENS, M. A. Formação continuada dos professores e a prática pedagógica. Curitiba: Champagnat, 1996. BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n. 9.394, de 20 de de- zembro de 1996. Disponível em: . Acesso em: 13/12/2023. BRASIL. Resolução CNE/CP nº 2, de 22 de dezembro de 2017. Institui e orienta a im- plantação da Base Nacional Comum Curricular, a ser respeitada obrigatoriamente ao longo das etapas e respectivas modalidades no âmbito da Educação Básica. Diário Oficial da União, Brasília, 22 de dezembro de 2017, Seção 1, pp. 41 a 44. Disponível em: . Acesso em: 13/12/2023. BRASIL. Resolução nº 7, de 14 de dezembro de 2010. Fixa Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9(nove) anos. Diário Oficial da União, Brasília, 15 de dezembro de 2010, Seção 1, p. 34. Disponível em: . Acesso em: 13/12/2023. FUNDAÇÃO LEMANN. O que é a BNCC? Entenda os detalhes desta política educa- cional e o que ela muda na educação. Disponível em: . Acesso em: 13/12/2023. SHIROMA et al. Avaliação e responsabilização pelos resultados: atualizações nas formas de gestão de professores. PERSPECTIVA, Florianópolis, v. 29, n. 1, 127-160, jan./jun. 2011 Disponível em: . Acesso em: 13/12/2023. Referências 27 Questão 1 d) I, III e IV, apenas. Justificativa: A BNCC determina 10 competências essenciais ao educando, e tam- bém competências específicas que vêm das 5 áreas em que são divididos os conte- údos, a partir disso são distribuídos ano a ano, os conteúdos essenciais ao educando, sendo possível compreender porque estudar tal conteúdo. A partir da BNCC, as redes de ensino e escolas constituirão seus currículos e pro- jetos políticos, sendo possível adequar e enriquecer os conteúdos. A construção da BNCC começou em 2014 e foi concluída em 2017, já em sua terceira versão. Nesse processo, participaram especialistas, educadores, pesquisadores, políticos e organi- zações da sociedade civil, a partir de muitos debates. Desse modo, entende-se que a participação da sociedade na elaboração do documento foi essencial, assim como é direito e dever da sociedade participar e compreender o seu significado. Questão 2 a) II, apenas. Justificativa: “Nesse contexto, a BNCC afirma, de maneira explícita, o seu com- promisso com a educação integral. Reconhece, assim, que a Educação Básica deve visar à formação e ao desenvolvimento humano global, o que implica compreender a complexidade e a não linearidade desse desenvolvimento, rompendo com visões reducionistas que privilegiam ou a dimensão intelectual (cognitiva) ou a dimensão afetiva” (BRASIL, 2017). Conforme fragmento retirado da Base Nacional Comum Curricular, a educação tem como fim promover o desenvolvimento do aluno em todas as áreas, sem visão re- ducionista e limitante. Questão 3 e) Todas as assertivas estão corretas. Justificativa: Além de conteúdos curriculares, a BNCC aponta posturas que as ins- tituições de ensino, educadores e envolvidos devem apresentar. A respeito dos anos finais do Ensino Fundamental, há muitos desafios que exigem do educador meto- dologias para superá-los e evitar o fracasso escolar, estar disponível a compreender e conversar de acordo com as formas de expressão dessa faixa etária, reconhecer o potencial de comunicação do universo digital e constituir métodos de promoção da aprendizagem, desnaturalizar a violência, seja ela de qual forma for e contribuir para a construção do projeto de vida dos educandos, são algumas dessas posturas apresentadas na BNCC. Gabarito 28 Questão 4 b) V, V, F, V, V. Justificativa: As capacidades que o educando deve desenvolver no Ensino Funda- mental, objetivando a formação básica do cidadão, por meio da ação educacional estão presentes no Artigo 32, da LDB nº 9.394/96, citado também no material de estudo. Segue: Art. 32. O Ensino Fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove) anos, gratuito na escola pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade, terá por objetivo a forma- ção básica do cidadão, mediante: I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o ple- no domínio da leitura, da escrita e do cálculo; II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade; III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores; IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social. Questão 5 b) II e III, apenas. Justificativa: “Quanto ao currículo, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica afirmam ser um currículo que possui base nacional comum, mas complementada por cada instituição de ensino que oferece esse nível de ensino, oportunizando a formação básica do cidadão em consonância com a sua realidade local, as necessidades apresentadas pelos discentes da instituição, as características da sociedade, da cultura e da economia, sempre interligadas aos conteúdos que estruturam a base nacional comum para o Ensino Fundamental”. Fonte: . “Cabe também ao Ensino Fundamental a alfabetização e o letramento dos alunos que ingressam no primeiro ciclo, entretanto não significa passar para as crianças de seis anos os conteúdos e atividades que eram dadas para as crianças que in- gressavam com sete anos no primeiro ano, antes da lei do Ensino Fundamental de nove anos, portanto, esses conteúdos deverão ser desenvolvidos de acordo com as necessidades das crianças e respeitando, também, sua faixa-etária, lembrando que, até então, faziam parte da Educação Infantil”. Fonte: . 29 Como apresentado no material de estudo, as diretrizes curriculares têm como um de seus fundamentos a promoção do ensino, considerando as características dos estudantes dos diferentes contextos culturais e sociais, assim como permitem a complementação do ensino, com o objetivo de enriquecer o currículo. No Artigo 30, da Resolução nº 7, de 2010, é exigida a alfabetização e o letramento nos três primei- ros anos do Ensino Fundamental, garantindo a continuidade da aprendizagem neste ciclo, justificando as alternativas corretas. Questão 6 c) III e IV, apenas. Justificativa: Conforme apresentado no material estudado, a BNCC apresenta os conteúdos obrigatórios mínimos, podendo ser enriquecidos e adequados conforme a região, pois o objetivo principal da BNCC é garantir que todos tenham a formação essencial para sua idade, independentemente da região, ou se está matriculado no ensino público ou particular. Quanto às mudanças ocorridas a partir da implemen- tação da BNCC, acontecem devido ao objetivo de alinhamento das políticas educa- cionais, nos âmbitos federal, estadual e municipal. Questão 7 e) Todas as afirmativas estão corretas. Justificativa: Conforme apresentado no material de estudo e Artigo 8º da Diretriz Curricular Nacional nº 07/2010, o Ensino Fundamental tem duração de 9 anos, dos 6 aos 14 anos, ou para os educandos que não tiveram acesso na idade certa. É obriga- tória a matrícula de crianças com 6 anos completos ou que completarem até o dia 31 de março do ano em que ocorrer a matrícula. Ainda, segundo o material, esse ensino divide-se em dois ciclos, Fundamental I e Fundamental II, sendo o primeiro ciclo do 1º ao 5º ano, e o segundo ciclo do 6º ao 9º ano. O Ensino Fundamental é dividido em 5 áreas de conhecimento: Linguagens; Mate- mática; Ciências da Natureza; Ciências Humanas e Ensino Religioso, sendo organi- zadas em competências que o aluno deverá desenvolver dentro de cada área. Questão 8 a) Língua Portuguesa, Língua Materna para Populações Indígenas, Língua Estran- geira Moderna, Arte e Educação Física. Justificativa: Conforme o Artigo 15 da DCN 07/2010, apresentado também no ma- terial de estudo, a área de linguagens é organizada em Língua Portuguesa, Língua Materna para Populações Indígenas,Língua Estrangeira Moderna, Arte e Educação Física. Já que a área de linguagens não compreende apenas a linguagem verbal, mas também a linguagem corporal, visual, sonora e digital. 30 Questão 9 a) Mobilização de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores para resolver de- mandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho. Justificativa: A competência é definida no art. 3º da Resolução CNE/CP nº 2, de 22 de dezembro de 2017: No âmbito da BNCC, competência é definida como a mobilização de conhecimen- tos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas cognitivas e socioemocio- nais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho. As demais alternativas apresentam-se incorretas por apresentarem competências das áreas de conhecimento em que a BNCC é dividida. Questão 10 d) I, III e IV, apenas. Justificativa:Behrens (1996) nos diz que o desafio atual dos estudiosos é a supe- ração da fragmentação e reprodução do conhecimento. Quando se fala em frag- mentação do conteúdo, trata-se da falta de interdisciplinaridade cujos ramos do conhecimento relacionam-se e melhoram o processo de ensino-aprendizagem. O educador deve atentar-se, também, em como pode melhorar o processo de ensino- -aprendizagem, como pode tornar o conhecimento atrativo aos educandos e con- tribuir para que sejam cidadãos capazes de refletir, interpretar, analisar, pesquisar e reconhecer a realidade em que vivem. Conteudista Prof.ª Ruth Cássia Schreiner e Prof.ª M.ª Maria do Carmo Teles F. Stringhetta Revisão Textual Camila Yukari Kawamura A Diversidade na Educação Escolar 2 Sumário Sumário ................................................................................................................................... 2 Objetivos da Unidade ............................................................................................................3 Introdução .............................................................................................................................. 4 Aspectos Gerais da Diversidade ........................................................................................ 4 Diversidade, Legislação e Educação ................................................................................. 9 Educação Especial e Diversidade .....................................................................................15 Em Síntese .............................................................................................................................21 Atividades de Fixação ........................................................................................................ 22 Material Complementar..................................................................................................... 29 Referências ............................................................................................................................31 Gabarito ................................................................................................................................ 33 3 Atenção, estudante! Aqui, reforçamos o acesso ao conteúdo on-line para que você assista à videoaula. Será muito importante para o entendimento do conteúdo. Este arquivo PDF contém o mesmo conteúdo visto on-line. Sua disponibili- zação é para consulta off-line e possibilidade de impressão. No entanto, re- comendamos que acesse o conteúdo on-line para melhor aproveitamento. • Compreender em que consiste a diversidade na sociedade atual; • Analisar a diversidade com foco na escolarização; • Refletir a respeito das legislações no que tange a diversidade; • Estabelecer relações entre a diversidade e a Educação Especial. Objetivos da Unidade 4 Introdução Caro(a) leitor(a)! Mais uma Unidade de estudos se inicia e a temática a ser trabalhada neste momento será a diversidade e a Educação Especial. Antes de prosseguir com os estudos, reflita sobre o tema e pontue aquilo que você considera ser diversidade na sociedade atual. Entender o conceito de diversidade é de extrema importância. Para tanto, esses es- tudos levarão à compreensão de que em tempos anteriores a diversidade não era um tema tratado tal como é hoje. Isso se deve principalmente pelas discussões acerca do preconceito existente ao longo da história. Para além das discussões do termo diversidade, e seu significado social, será pos- sível verificar também, a questão da diversidade e da educação escolar, mas espe- cificamente a respeito da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, inferindo quais aspectos essa lei agrega para a discussão sobre a diversidade na educação. Para além da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) de 1996, outras tantas leis foram instituídas, muitas delas inseridas no próprio texto da LDB em prol da construção de uma sociedade mais justa frente às diversidades que possui. Uma vez estudado tais aspectos da diversidade, chegará o momento de contex- tualizá-la com a educação especial, a inclusão e o reflexo disso para os alunos e a comunidade como um todo. Nesse contexto, será analisada a educação para a diversidade, mais especificamente no âmbito da educação especial. Boa leitura e bons estudos! Aspectos Gerais da Diversidade Para que o estudo envolto à diversidade surta efeito é importante que seu signi- ficado seja analisado em relação ao de vários outros termos que o cercam e que, até certo ponto, estão diretamente relacionados a ele. Isso significa que não seria tão significativo estudar a diversidade de modo isolado, até porque como o próprio nome sugere é diverso, múltiplo de significados e considerações. Por esse e outros motivos, aliado ao termo diversidade, se faz relevante analisar ain- da que brevemente, conceitos de diferença, desigualdade, igualdade e equidade. O que cada um desses termos significa e qual sua relação com a diversidade será verificado ao longo desse texto. 5 A diversidade tal como se discute na atualidade, como algo próprio das sociedades, da vida em grupo, bem como da globalização que possibilitou maior troca de sabe- res entre as pessoas em todo o mundo, nem sempre foi percebida dessa forma. Por muito tempo, a diversidade, característica das diferenças, era vista como algo negativo e se munia do preconceito e sensação de superioridade de determinados grupos que se julgavam “iguais”. Segundo Paula (2013, p. 20), A história apresenta exemplos de violências cometidas contra os dife- rentes: as “minorias”, como negros, mulheres, crianças e idosos etc. Essa diferença ao ser traduzida como desigualdade, tem proporcionado e jus- tificado práticas cada vez mais violentas. A desigualdade traz evidências de uma sociedade deficiente quanto ao senso de justiça. Enquanto poucos têm grande oportunidades, a maioria fica à mercê da sor- te e de oportunidades que possam não aparecer, e isso não deve ser visto como algo comum, uma vez que uma sociedade mais justa traz a possibilidade de maior igualdade e menos discriminações. Tais aspectos, característicos do preconceito, levaram e ainda levam pessoas ao sofrimento e à exclusão. Além disso, é válido que se repense a diferença como algo negativo, visto que as pessoas não são iguais e, sim, diferentes. Assim, o que for comum a um grupo não é e não deve ser motivo para desmerecer ou discriminar outro. Em meio à complexidade é que nos constituímos. Somos semelhantes como humanos, pois descendemos de um tronco comum e, ao mesmo tempo, muito diferentes nas realizações e construções históricas, cultu- rais e sociais. Somos desafiados pela experiência humana a conviver com as diferenças, mas ainda demonstramos dificuldades nessa coexistência. Fonte: Paula, 2013, p. 25. A sociedade é múltipla e as diversidades que a compõem não contemplam somen- te raça ou classe social, mas uma série de fatores que a torna diversa em muitos sentidos. Nesse contexto, é possível destacareducativa. Nesse contexto, é possível se deparar com sistemas estaduais e municipais de ensi- no, sistema público e privado, sistema de ensino básico e superior, sistema de ensino de determinada instituição e tantas outras situações e abrangência em que o termo pode ser empregado. Mediante o documento-referência da Conferência Nacional da Educação (CONAE, 2010, p. 10), Glossário Para se ter um sistema é necessário observações da realidade embasada em teorias que possibilitem um plano com objetivos definidos a serem alcançados, dessa forma e a respeito do as- sunto, reflita: “‘Sistema’ é uma organização objetiva resultante da atividade siste- matizadora que se dirige à realização de objetivos coletivos. É, pois, um produto da práxis intencional coletiva” (Saviani, 2014, p. 10). 7 [...] historicamente, o termo Sistema Nacional de Educação é utilizado, quase sempre, de forma equivocada: ora como conjunto de “coisas” (es- colas, níveis ou etapas de ensino, programas pontuais e específicos, nível de administração pública etc.), ora como uma forma de agrupar seme- lhanças, cuja lógica funcionalista lhe dá sentido. Ambas as formas não atendem ao princípio básico para a implantação de um Sistema Nacional de Educação. É de grande valia compreender que os sistemas de educação no país são tidos de maneira múltipla e plural. Isso se deve, em parte, pela confusão do termo, emprega- do em várias situações e com sentidos diversos, e também pela grande diversidade existente entre os vários estudantes em todo o país, que impossibilita um sistema único de ensino nacional. Aspectos como a cultura, as realidades locais, os hábitos, as crenças, o acesso à tec- nologia, o perfil de estudantes e outros itens, impactam diretamente na forma como o ensino caminha. Por isso, a necessidade de se considerar as particularidades exis- tentes em cada região, de modo a possibilitar um ensino igualmente diversificado, inclusivo, de qualidade e significativo para os estudantes em todo o país dependerá de um suporte em partes comum para todos e em partes adaptado para a realidade local, de forma que a qualidade almejada se efetive por todo o território. Ao considerar brevemente esse aspecto, desde o significado do sistema até sua aplicabilidade na educação, é possível observar, mediante contribuições de Saviani (2014, p. 10), que: O produto intencional e concreto de uma práxis intencional coletiva, eis o que está sendo denominado “sistema”. Vê-se, pois, que a teoria não faz o sistema; ela é apenas uma condição necessária para que ele se faça. Quem faz o sistema são os homens quando assumem a teoria na sua práxis. E quem faz o sistema educacional são os educadores quando as- sumem a teoria na sua práxis educativa [...]. O sistema educacional, nesse pensar, corresponde a ação educativa intencional, pla- nejada e com objetivos claros, que tem por base a teoria, contudo, se efetiva com a reflexão dessa teoria sistematizada e problematizada com a prática. Esse processo precisa ocorrer em várias esferas, dentre elas a federal, estadual e municipal. Para além delas, a própria reflexão e adaptação às propostas previamente pensadas e contidas nos sistemas de ensino existentes por parte dos docentes que as executa- rão mantendo a máxima qualidade dos processos de ensino estabelecidos para cada etapa de aprendizagem dos alunos. 8 Saiba Mais Embora as discussões mais voltadas à prática efetiva de um Sistema Nacional de Educação sejam bem recentes, é oportuno destacar aqui, que as discussões envoltas a essa temática vêm ganhando espaço desde o manifesto dos pioneiros em 1932, estando também previstas na Constituição Federal, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e mais recentemen- te nas Conferências Nacionais da Educação (CONAE), 2010 e 2014, assim como no Plano Nacional de Educação em vigor e possui na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) a ser imple- mentada, um grande passo para sua efetivação. Mas em que consiste o Sistema Nacional de Educação? Considera-se inicialmente que, para a existência de um sistema educacional, tam- bém é necessário a existência de uma ação sistematizada voltada para a educação, de tal modo que possa efetivamente promover o desenvolvimento do saber para que atenda as demandas e, para além disso, tenha um planejamento e objetivos claros, frente às necessidades e potencialidades percebidas, assim como possibilite a eficácia do aprendizado significativo. Fomentar uma educação que compreenda um sistema harmônico no âmbito da qualidade de seus processos requer vários cuidados. Conforme Saviani (2014, p. 12), [...] o homem é capaz de educar de modo sistematizado quando: a) toma consciência da situação (estrutura) educacional; b) capta os seus problemas; c) reflete sobre eles; d) formula-os em objetivos de termos realizáveis; e) organiza meios para alcançar os objetivos; f) instaura um processo concreto que os realiza; g) mantém ininterrupto o movimento dialético ação-reflexão-ação. 9 O sistema de educação precisa levar em conta todas as particularidades que o ro- deia, a fim de que possa ocorrer de modo sistematizado com a realidade, sem deixar de considerar os aspectos pedagógicos da aprendizagem. Por esse e outros fatores, é possível compreender que não há um sistema único e bem estabelecido para a educação no país, mas se caminha para cada vez mais existir um sistema de ensino de abrangência nacional que compreenda as particularidades de cada região. Dessa forma e, em linhas gerais, pode-se considerar que o Sistema Nacional de Educação é um sistema de sistemas, uma vez que não tem como ser hierarquizado, visto que possui três esferas de governo com certa autonomia, devido, principal- mente, às diferentes realidades e a necessidade de possibilitar a educação de quali- dade a todos. Essas esferas que possuem autonomia e que de certo modo possuem também aspectos a serem considerados de maneira comum na ação pedagógica, são a federal, estadual e municipal. A esse respeito, é válido considerar que os aspe- tos federais, pois exemplo, direcionados para a educação, precisam ser seguidos em todo o país, adaptado às realidades vivenciadas. De acordo com o documento-referência da CONAE (2010, p. 10), “o Brasil ainda não efetivou o seu Sistema Nacional de Educação, o que tem contribuído para a existên- cia de altas taxas de analfabetismo e para a frágil escolarização formal de sua popu- lação [...]”. Desse modo, compreende-se que o sistema ainda não está bem alinhado e por isso, não é difícil encontrar em pesquisas, que o país não possui um sistema único de ensino, mas sim, uma estrutura de ensino, conforme aponta Saviani (2018), pois o que se tem são leis que regem a educação e que compõe a estrutura do ensi- no no país e não um sistema único, propriamente. É válido, contudo, salientar que está se desenvolvendo gradativamente um sistema, que terá uma base nacional comum e que contará com parte nacional, determinada no âmbito federal e partes específicas como estaduais e municipais, para não pro- mover uma educação que não seja assertiva para a realidade vivenciada e que não atinja seus objetivos de ser disponibilizada a todos com qualidade, sem discrimina- ções e valorizando a diversidade existente. Segundo Saviani (2014, p. 31), Em suma, o Sistema Nacional de Educação integra e articula todos os níveis e modalidades de educação, com todos os recursos e serviços que lhes correspondem, organizados e geridos em regime de colaboração por todos os entes federativos, sob coordenação da União. Fica claro, pois, que a repartição das atribuições não implica a exclusão da participação dos entes, aos quais não cabe a responsabilidade direta pelo cumprimen- to daquela função. Eles participarão por meio dos respectivos colegiados, acompanhando e apresentando subsídios que venham a tornar mais qua- lificadas as decisões tomadas. 10 Nessa perspectiva, o Sistema Nacional de Educação perfaz um todo bastante amplo e complexo,a diversidade racial, étnica, cultural, de capacidades físicas e mentais, diversidade religiosa, socioeconômica, política, de opinião e tantas outras. Todas essas diversidades são enriquecedoras de saberes e experiências quando respeitadas. Ademais, o desrespeito é gerador da discrimina- ção e preconceito, propulsor das desigualdades que assolam parte da população ao longo dos anos, fato que muitas vezes impossibilita o seu desenvolvimento. 6 Para Silvério (2015, p. 87), O substantivo feminino diversidade pode significar variedade, diferen- ça e multiplicidade. A diferença é a qualidade do que é diferente, o que distingue uma coisa da outra, a falta de igualdade ou de semelhança. A variedade diz respeito a qualidade, atributo ou estado de algo que possui diferentes formas ou tipos que se diversificam dentro de uma classe. A multiplicidade diz respeito a grande número ou variedade de algo. Assim, pode-se perceber que as diferenças são muitas e que o problema não con- siste nas diferenças, características de um ambiente diversificado em si, mas sim, no julgamento errôneo de superioridade que leva a exclusão e a busca de padronizar para se ter homogeneidade. O fato é que a diversidade está relacionada ao heterogêneo, às variedades e diferen- ças. Por isso, necessita de atenção para que não haja retrocessos e discriminações no espaço em que deveria predominar o respeito e aceitação da diversidade como meio de enriquecimento, seja intelectual, cultural ou social de modo mais amplo. No âmbito da sociedade como um todo e das distinções sociais que a representam e que asseguram privilégios a uma minoria, cabe ressaltar que: As diferenças sociais, econômicas e culturais impactam na divisão da so- ciedade. A expansão da democracia e de políticas direcionadas ao bem- -estar social sugerem novas formas de relacionamento entre as pessoas, a fim de amenizar as diferenças sociais. Tais ações contribuem para o de- senvolvimento de uma sociedade mais justa, igualitária e inclusiva. Fonte: Hirye; Higa; Altloé, 2016, p. 35. Para que a sociedade seja mais justa, a inclusão, bem como a igualdade e a equidade, devem se fazer presentes, pois dessa forma, independente das “diferenças", todos terão oportunidades iguais para se desenvolverem enquanto indivíduos e cidadãos críticos perante a realidade que vivenciam. 7 A respeito da diversidade, é possível refletir que ela é composta pelas pessoas que fazem parte da sociedade e que possibilitam a ela ser diversa e rica de culturas e saberes advindos de cada indivíduo ou grupos. Ao analisar os termos que também permeiam a diversidade, observa-se que, ao passo que se analisa a exclusão, o preconceito e a discriminação, verifica-se também uma crescente preocupação pela inclusão, respeito, igualdade e equidade. Isso reflete a as- piração de uma sociedade mais justa aos seus indivíduos e certamente mais enriquece- dora tanto para cada pessoa individualmente quanto para a sociedade como um todo. Voltando a atenção para esses termos, entender como a igualdade e equidade ocorrem na prática é um passo importante para a promoção de ambientes mais justos. O passo inicial está na conscientização, na informação, na educação voltada ao respeito, isso sig- nifica que para se entender a pluralidade em que se vive, é de grande valia conhecê-la. A inclusão, por exemplo, está muito atrelada ao conhecimento e ao respeito às diferenças, pois para que ela ocorra, significa que em algum momento houve exclusão. Livro De acordo com Michaliszyn (2012), no que tange a área das ci- ências sociais, o termo diversidade pode estar relacionado com os termos alteridade, diferença e semelhança. Você saberia pontuar as características pertinentes a cada uma das palavras pontuadas? Pois bem, vejamos: Por alteridade, um conceito mais restrito que o de diversida- de, entendemos o sentimento de um indivíduo em ser outro, colocar-se ou se constituir como outro. É por meio desse sen- timento que conseguimos perceber o outro, o diferente, sem discriminá-lo pelas suas características que nos distinguem. A diferença é, por assim dizer, a determinação da alteridade. Fonte: Michaliszyn, 2012, p. 16. As diferenças são as características que irão diferenciar um indi- víduo do outro, evidenciando sua dessemelhança, ou seja, a iden- tidade particular de cada indivíduo ser dessemelhante e também diferente, visto que as diferenças podem ser físicas ou não. Leia mais no livro: MICHALISZYN, M. S. Educação e diversidade. Curitiba, PR: InterSaberes, 2012. 8 A igualdade e equidade, conforme Azevedo (2013, p. 131), “[...] constituem valo- res essenciais para a construção de políticas públicas voltadas para a promoção da justiça social e da solidariedade”. Assim, são fundamentais no processo in- clusivo e da construção de uma sociedade mais justa, isso porque a igualdade proporciona possibilidades semelhantes a todos e, a equidade, a possibilidade adequada às necessidades do indivíduo, de uma maneira que todos possam che- gar aos mesmos resultados. A exemplo da educação escolar, igualdade compreende assegurar o acesso de todos à educação, ou seja, possibilitar que todos tenham acesso à matrícula e frequência. A equidade, nesse contexto, remete ao fomento do ensino e aprendizado de acordo com as particularidades dos alunos para que todos possam aprender determinado conteúdo no mesmo período de tempo, tendo assim, o suporte mais adaptado para que isso aconteça. Não somente no processo de escolarização, mas também nas demais áreas da sociedade, fazer valer a diversidade como algo positivo para o crescimento dos indivíduos, oferecendo a eles direitos iguais e condições de equidade, torna pos- sível o desenvolvimento de uma sociedade mais justa, independente das dife- renças que a compõem. Síntese A diversidade está envolta de uma série de aspectos que a con- cretizam como algo positivo e fonte de desenvolvimento dos espaços que ocupa. Nesse sentido, para que haja harmonia na diversidade, ela precisa envolver em seus processos, o respeito, a inclusão, a igualdade e a equidade, pois dessa forma será cada vez mais possível o desenvolvimento de uma sociedade mais justa. 9 Figura 1 – Implicações positivas da diversidade Fonte: Acervo da conteudista. #ParaTodosVerem: infográfico no formato oval com a palavra “diversidade” no centro rodeada pelas palavras, em sentido horário, respeito, inclusão, igualdade e equidade. Fim da descrição. Diversidade, Legislação e Educação Com vistas a assegurar legalmente uma sociedade mais justa e igualitária, que não discrimine, mas tenha respeito pelas diferenças e possa, a partir delas, buscar seu próprio desenvolvimento, é que o país tem sancionado ao longo da história uma série de leis, que respaldam a questão da diversidade, do respeito às diferenças. Embora a discussão anteceda essa data, haja vista a diversidade do Brasil, um marco importante é a Constituição Federal de 1988. Seu texto considera parte fundamental para as discussões a respeito da diversidade e da formação de uma sociedade mais justa para as pessoas que dela fazem parte. 10 Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I. construir uma sociedade livre, justa e solidária; II. garantir o desenvolvimento nacional; III. erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades so- ciais e regionais; IV. promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Fonte: Brasil, 1988. Todos os pontos elencados nesse artigo da Constituição trazem à tona a necessi- dade constante de desenvolver e manter a sociedade mais justa, tendo como base tais princípios, que vigoram desde 1988. Porém, apesar das garantias previstas em lei, ainda hoje não é difícil se deparar com notícias de atos discriminatórios no país. Independentemente da diferença, a discriminação é algo insustentável para o de- senvolvimento efetivo do país. Importante Combase no texto da Constituição, você julga que tais itens são amplamente difundidos e aplicados no país? O que falta para que a sociedade seja mais livre, justa e solidária, promovendo o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação? A caminhada para obtenção de êxito na construção de uma sociedade mais justa e sem discriminações ainda é longa. A disseminação da tolerância e do respeito se devem, em sua maioria, à conscientização da população, à aquisição de conheci- mento e, consequentemente, à educação a ser desenvolvida seja no ensino formal e informal, o fato é que os princípios de humanidade precisam se fazer valer nas ações de cada um. A Constituição Federal (1988) contempla a diversidade em vários momentos, bem como os direitos e deveres do cidadão brasileiro. No que tange a educação, a Constituição também agrega valor significativo na caminhada da igualdade ao considerar: 11 Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da ci- dadania e sua qualificação para o trabalho. Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I. igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II. liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; III. pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; IV. gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais. Fonte: Brasil, 1988. A igualdade e liberdade empregados no texto constitucional é que garante a todos o direito de acesso à educação no país. Isso foi um marco de muita representatividade para a educação, uma vez que contempla o direito de acesso e permanência no en- sino, bem como a liberdade para o trabalho com a construção e desenvolvimento de saberes, dada a pluralidade, ou seja, a diversidade de concepções pedagógicas, bem como de demandas pedagógicas ao longo de todo o território nacional. Site As discussões que permeiam a diversidade no Brasil são amplas, e tanto a Constituição Federal como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, trazem pontos de grande importância, por isso, fica aqui o convite para acessá-las: Site 1 - Constituição Federal. Disponível. Site 2 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Constituição Federal. Disponível. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. https://bit.ly/1bIJ9XW https://bit.ly/1bIJ9XW https://bit.ly/1OgopZ0 https://bit.ly/1OgopZ0 12 Na sequência e, após a Constituição, muitas foram as discussões a respeito da di- versidade, exercendo papel de destaque a Lei n.º 7.853/1989, que trata do apoio às pessoas portadoras de deficiência, a Declaração Mundial de Educação para Todos, a Lei n.º 8.069/90 que trata do Estatuto da Criança e do Adolescente, bem como a Declaração de Salamanca, todas representando grandes marcos para a temática da diversidade e também da inclusão. Além das políticas e leis já citadas, serão elencadas algumas considerações perti- nentes a essa discussão e que estão contidas no texto da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n.º 9.394/1996). No que se refere aos princípios e fins da educação nacional, essa lei contempla: Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da ci- dadania e sua qualificação para o trabalho. Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I. igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II. liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensa- mento, a arte e o saber; III. pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas; IV. respeito à liberdade e apreço à tolerância; V. coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; VI. gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; VII. valorização do profissional da educação escolar; VIII. gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legis- lação dos sistemas de ensino; IX. garantia de padrão de qualidade; X. valorização da experiência extra-escolar; XI. vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais. 13 XII. consideração com a diversidade étnico-racial (Incluído pela Lei n.º 12.796, de 2013). XIII. garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida. (Incluído pela Lei n.º 13.632, de 2018). Fonte: Brasil, 1996. Ao tratar da educação atrelada aos princípios de liberdade e de solidariedade huma- na, bem como o fato de ser um direito de todos, de primar pelo respeito à liberdade e apreço à tolerância, reafirmam os pressupostos contidos na Constituição e visam gestão democrática, além de considerar a diversidade étnico-racial. Todos esses fa- tores apresentados servem de suporte para que a prática educativa atual se fortale- ça enquanto meio de inclusão e de valorização das diversidades enquanto forma de desenvolvimento e enriquecimento de saberes em sala de aula e para a formação cidadã dos alunos. É a LDB que irá também oferecer o suporte legal, assim como outras leis que a com- plementam, a fim de tratar da diversidade no que contempla a educação voltada para públicos específicos, dentre os quais enquadram-se a Educação de Jovens e Adultos, Educação no Campo, Educação Indígena e Educação Quilombola. Todos esses grupos possuem particularidades que demandam olhares atentos dos profissionais, para direcionar práticas que possibilitem a escolarização significativa e eficaz, isso significa que podem haver adaptações para que eles tenham o mesmo direito de acesso, permanência e, sobretudo, qualidade na educação. Essas particu- laridades também evidenciam a diversidade do perfil de alunos no qual o sistema de ensino nacional abrange. A busca pela universalização e democratização do ensino contidas na LDB n.º 9.394/96, esclarece a preocupação e a responsabilidade que o setor da educação precisa findar com a discriminação e preconceitos, ao tratar da diversidade cultural e também do atendimento educacional especializado, utilizando-se da diversidade e sua riqueza como fonte de saberes e do desenvolvimento do conhecimento. Nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), é possível observar a existência de temas transversais que contribuem amplamente para a compreensão e respeito às diversidades, são eles: ética, pluralidade cultural, meio ambiente, saúde, orientação sexual e temas locais. Esses temas estão inseridos nas discussões e conteúdo da educação no país, sendo necessário serem contemplados no processo de escolari- zação para que a diversidade seja cada vez mais explorada em prol do aprendizado e do desenvolvimento de uma sociedade justa. 14 Nos PCNs fica evidente o trato com a diversidade e a necessidade de se promover uma educação cada vez mais inclusiva, fato que também se percebe nas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs), mais especificamente nas que tratam da diversidade e inclusão. Observe um excerto da introdução do referido documento: Um dos desafios postos pela contemporaneidade às políticas educacio- nais é o de garantir, contextualizadamente, o direito humano universal, social inalienável à educação [...]. Nessa perspectiva, torna-se inadiável trazer para o debate os princípios e as práticas de um processo de inclu- são social, que garanta o acesso à educação e considere a diversidade humana, social, cultural, econômica dos grupos historicamente excluídos. Trata- -se das questões de classe, gênero, raça, etnia, geração, constituí- das por categorias que se entrelaçam na vida social, mulheres, afrodes- cendentes, indígenas, pessoas com deficiência, populações docampo, de diferentes orientações sexuais, sujeitos albergados, em situação de rua, em privação de liberdade, de todos que compõem a diversidade que é a sociedade brasileira e que começam a ser contemplados pelas políti- cas públicas Fonte: Brasil, 2013, p. 7. As políticas públicas direcionadas à inclusão das diversidades têm crescido, e isso é reflexo das demandas da própria sociedade em caminhar rumo ao desenvolvimento com maior igualdade e justiça. As diretrizes irão abarcar assim, pareceres, resolu- ções, conferências e leis que regem a inclusão e a diversidade, bem como quais ru- mos precisam tomar essas políticas para que a inclusão seja efetivamente cumprida na vida em sociedade. Lutar por uma sociedade mais justa tem sido uma preocupação do sistema de ensi- no em âmbito nacional. Nesse contexto, a legislação que compreende a diversidade tem ganhado espaço ao longo dos anos, a fim de que nas escolas, desde a mais tenra idade, a criança tenha o direito de frequentá-la e permanecer em seus estudos, que devem compreender o aprendizado para além dos conteúdos teóricos em si, mas para a formação cidadã, que tenha por princípios a liberdade e democratização do ensino, para que os alunos possam ser agente da própria formação e que aprendam o respeito, a interação com os demais e exerçam a inclusão nos meios dos quais fazem parte. 15 Educação Especial e Diversidade Parte relevante nas discussões sobre a diversidade e a educação, especialmente aliada à inclusão, é a Educação Especial, que por muitos anos foi limitada e per- cebida com certo preconceito. Ao tratar do tema inclusão, é válido ressaltar que está relacionado a um processo histórico que partiu do preconceito, discriminação e exclusão. Nessa perspectiva, a inclusão visa oportunizar possibilidades de inserir as pessoas com algum tipo de deficiência no convívio social. Isso inclui a escolarização, o mer- cado de trabalho e demais espaços sociais, fato que deveria ser natural, mas que devido à falta de informação e ao preconceito não ocorreu por muito tempo, re- duzindo o que deveria ser um direito de todos. Para Freire (2002, p. 67), “qualquer discriminação é imoral e lutar contra ela é um dever por mais que se reconheça a força dos condicionamentos a enfrentar”. O ensino inclusivo visa oferecer acesso e permanência com mais igualdade e equi- dade para as pessoas portadoras de deficiência, identificando suas potencialidades e dificuldades para que seja possível adaptar as práticas pedagógicas a essas neces- sidades específicas. Conforme contribuições de Mantoan (2013, p. 105), “o ensino inclusivo se propõe a explorar talentos, atualizar possibilidades, desenvolver predis- posições naturais de cada aluno. As dificuldades e limitações dos alunos devem ser reconhecidas, assim como suas possibilidades”. Especificidade 1 Deverá haver apoio especializado para atender a demanda da escola de ensino regular sempre que necessário e direcionado para as particularidades de cada aluno que o demande; Especificidade 2 Os alunos somente não serão inseridos em instituições regulares de ensino, com os devidos atendimentos, quando, devido às suas condições específicas sua integração não seja possível, de modo que tenha o atendimento sempre mais adequado à sua necessidade; 16 Cabe ao docente a impreterível função de respeito a essas novas demandas e de trabalho adaptado para que todos possam compreender e sistematizar os saberes trabalhados em sala de aula. Por isso, Freire (2002) aponta que respeitar a autonomia e as particularidades que caracterizam o estudante, exige do profissional da educa- ção, práticas que estejam de acordo com tais aspectos. Nesse pensar, A inclusão só é possível onde houver respeito à diferença e, consequente- mente, a adoção de práticas pedagógicas que permitam às pessoas com deficiências aprender e ter reconhecidos e valorizados os conhecimentos que são capazes de produzir, segundo seu ritmo e na medida de suas possibilidades. Fonte: Sartoretto, 2013, p. 77. No processo inclusivo, muitas foram as discussões e a elaboração de leis para alcan- çar a realidade atual. No entanto, ainda há muito a ser feito a fim de que os indivíduos com deficiência sejam efetivamente inseridos no contexto social. Com relação à legislação que norteia a inclusão, pode-se destacar a Constituição Federal de 1988, que prevê a educação como um direito de todos, assegurando o pleno desenvolvi- mento e o exercício da cidadania. Outro marco legal no âmbito da inclusão é a Lei n.º 7.853/1989 que dispõe a “respei- to do apoio às pessoas portadoras de deficiência, sua integração social”. Verifique os trechos que seguem: Especificidade 3 Serão assegurados aos alunos de educação especial, além de profissionais especializados, currículos, métodos, recursos, técnicas adaptadas para atender às necessidades específicas para o bom desenvolvimento do aluno; Especificidade 4 Dessa inclusão, vale-se o atendimento e estratégias adequados aos alunos, bem como uma integração efetiva desse estudante com a turma, a escola e a sociedade. Tendo por base o respeito e a igualdade de acesso e permanência na escolarização. 17 Art. 1º Ficam estabelecidas normas gerais que asseguram o pleno exercí- cio dos direitos individuais e sociais das pessoas portadoras de deficiên- cias, e sua efetiva integração social, nos termos desta Lei. [...] Art. 2º Ao Poder Público e seus órgãos cabe assegurar às pessoas portadoras de deficiência o pleno exercício de seus direitos básicos, inclusive dos direi- tos à educação, à saúde, ao trabalho, ao lazer, à previdência social, ao ampa- ro à infância e à maternidade, e de outros que, decorrentes da Constituição e das leis, propiciem seu bem-estar pessoal, social e econômico. Fonte: Brasil, 1989. Esta lei trata-se de uma conquista valiosa às pessoas com deficiência e a sua integração social. Assegurando-lhes direitos que eram recusados outrora, com relação à educação, trata da matrícula, oferta gratuita de Educação Especial na rede pública de ensino. A LDB n.º 9.394/96 também é representativa no processo de inclusão ao tratar do atendimento educacional especializado, oportunizando estratégias educacionais condizentes com as necessidades e potencialidades de cada estudante. No ano de 2000, foi sancionada a Lei n.º 10.098/00, que regulamenta a questão da acessibilidade ao estabelecer normas e critérios básicos para que seja promovida a acessibilidade das pessoas com deficiência ou que tenham a mobilidade reduzida. Após isso, muito ainda se discutiu a respeito da inclusão e do atendimento às pes- soas com necessidades especiais, da Educação Especial e principalmente a inclusão e integração dos estudantes nas escolas e também na sociedade, como um todo. O Plano Nacional de Educação, sob a Lei n.º 10.172/01, contempla a questão da di- versidade e da Educação Especial como um desafio e intenciona a promoção de melhorias significativas, assim, em seu texto prevê: As tendências recentes dos sistemas de ensino são as seguintes: • integração/inclusão do aluno com necessidades especiais no sis- tema regular de ensino e, se isto não for possível em função das ne- cessidades do educando, realizar o atendimento em classes e escolas especializadas; • ampliação do regulamento das escolas especiais para prestarem apoio e orientação aos programas de integração, além do atendimento específico; 18 • melhoria da qualificação dos professores do ensino fundamental para essa clientela; • expansão da oferta dos cursos de formação/especialização pelas uni- versidades e escolas normais Brasil, 2001. Essas tendências contidas no texto da lei reforçam a eminente demanda por modi- ficar a forma de se fazer educação no país ao contemplar em todos os processos educativos as diversidades dos alunos que o compõem, atendendo a todos e forne- cendo subsídios para que possam desenvolver-se. A Educação Especial, conforme a Lei n.º 10.172/01, está destinada “[...] às pessoascom necessidades especiais no campo da aprendizagem, originadas quer de defi- ciência física, sensorial, mental ou múltipla, quer de características como altas habi- lidades, superdotação ou talentos” (Brasil, 2001, on-line). A preservação da dignidade humana, a busca pela identidade, bem como o exercício da cidadania são os princípios que regem a Educação Especial, segundo as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na educação básica, publicado em 2001, em que se verifica que, A construção de uma sociedade inclusiva é um processo de fundamental importância para o desenvolvimento e manutenção de um Estado demo- crático. Entende-se por inclusão a garantia, a todos, do acesso contínuo ao espaço comum da vida em sociedade [...]. Fonte: Brasil, 2001. Nesse mesmo pensamento de possibilitar uma educação para todos é que em 2007 foi publicado o Decreto n.º 6.094/2007, que abarca a melhoria da qualidade da edu- cação, conforme indicado no artigo que segue: Art. 1º O Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação (Compromisso) é a conjugação dos esforços da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, atuando em regime de colaboração, das famílias e da comunidade, em pro- veito da melhoria da qualidade da educação básica. Fonte: Brasil, 2007. 19 Esse documento contempla o acesso e permanência no ensino regular, bem como o atendimento aos estudantes que possuem alguma deficiência, transtornos globais do desenvolvimento, assim como os alunos com altas habilidades/ superdotação. Sendo, posteriormente, implementado o Plano de Desenvolvimento da Educação. A Lei n.º 13.146, de 6 de julho de 2015, compreende a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), sendo uma das mais recentes no que tange o atendimento às pessoas com deficiência. Ela se destina, conforme seu artigo primeiro, a “[...] assegurar e a promover, em condições de igual- dade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com de- ficiência, visando à sua inclusão social e cidadania” (Brasil, 2015). Nesse sentido, o Estatuto da Pessoa com Deficiência trata da inclusão, dos direitos, do acesso, do respeito, da igualdade e da não discriminação. Outras políticas, leis e conferências marcaram as discussões dessa temática, como a Base Nacional Comum Curricular, que contempla a necessidade da educação no país estar preparada para a diversidade que possui, visando oferecer equidade na educação. Para alcançar esse objetivo, os profissionais da educação necessitam de preparo e atualização constante para oportunizar a todos os estudantes um ensino e aprendizagem significativa e eficaz. Ano Quadro 1 – Políticas para a Educação Inclusiva 1948 Declaração Universal dos Direitos Humanos. 1959 Declaração Universal dos Direitos das Crianças. 1988 Constituição da República Federativa do Brasil. 1989 Lei n.º 7.853/89 - apoio às pessoas portadoras de deficiência. 1990 Declaração Mundial de Educação para Todos. 1990 Lei n.º 8.069/90 - Estatuto da Criança e do Adolescente. 1994 Declaração de Salamanca. 1996 Lei n.º 9.394 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação. 1999 Convenção da Guatemala. 2001 Lei n.º 10.172 - Plano Nacional de Educação (PNE). 2001 Resolução CNE/CEB n.º 2. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. 20 2002 Lei n.º 10.436/02 - Língua Brasileira de Sinais (Libras). 2006 Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos. 2007 Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. 2007 Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). 2008 Decreto n.º 6.571 - O Atendimento Educacional Especializado (AEE). 2009 Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. 2014 Plano Nacional de Educação (PNE). 2015 Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Fonte: Acervo da conteudista. No que se refere à Educação Especial no Brasil, conforme leis nacionais, fica es- tabelecido que essa educação será oferecida preferencialmente em instituições regulares de ensino, sendo que o público-alvo da educação especial compreende pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilida- des e superdotação. O Brasil tem por uma de suas principais características a diversidade das pessoas que o compõem, por isso, estudar e compreender essa diversidade seja no convívio familiar, nas instituições de ensino, ou nos mais variados espaços sociais é impres- cindível para que o país seja mais justo e igualitário. Igualdade, equidade, democracia, respeito, compreensão, entre outros, são condi- cionantes de uma sociedade diversa e harmoniosa que caminha para o desenvolvi- mento. As tentativas de padronização e concepções de iguais e diferentes levaram e, infelizmente, ainda levam a atitudes discriminatórias e excludentes, mas aceitá- veis para a sociedade do conhecimento que se vive. O ambiente escolar tem um papel de grande importância ao formar cidadãos crí- ticos e reflexivos frente a atitudes errôneas de preconceitos e discriminação e por isso, é também na escola que a formação cidadã e inclusiva poderá transformar a sociedade como um todo. 21 A diversidade na sociedade contemporânea é uma realidade multifacetada, abran- gendo diferenças étnicas, culturais, linguísticas, de gênero, de habilidades e mui- to mais. Na escolarização, essa diversidade se manifesta de maneira significativa, demandando uma abordagem inclusiva que reconheça e valorize as diferenças. As legislações, nesse contexto, têm buscado garantir direitos e promover a igualdade de oportunidades, embora ainda existam desafios na implementação efetiva dessas políticas. A relação entre diversidade e Educação Especial é intrínseca, pois a Educação Especial visa atender às necessidades educacionais de alunos com diferentes ha- bilidades e características. Uma abordagem inclusiva e adaptativa é essencial para garantir que todos os estudantes, independentemente de suas diferenças, tenham acesso a uma educação de qualidade. A diversidade, quando reconhecida e integra- da no ambiente escolar, enriquece o aprendizado, promove a empatia e prepara os alunos para uma sociedade plural e inclusiva. Em Síntese 22 1 – Haja vista as várias particularidades que identificam cada pessoa ou grupo de- las, a diversidade é, ainda, um tema bastante discutido. No Brasil, essa diversidade fica bastante evidente, dada a pluralidade de que é constituída. A respeito da di- versidade, analise as afirmativas a seguir: I. A diversidade está relacionada apenas às características culturais. II. O preconceito e a discriminação fazem parte dos debates relacionados à diversidade. III. Uma sociedade que respeita sua diversidade e compreende a importância da in- clusão, caminha para o desenvolvimento. IV. Ao longo da história, sempre houve diversidade, e o respeito é natural, não haven- do registros de desrespeito e exclusão, devido às diferenças. Está correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) I e IV, apenas. c) II e III, apenas. d) I, II e IV, apenas. e) II, III e IV, apenas. 2 – Compreender a diversidade no contexto social atual é importante por vários fatores uma vez que possibilita repensar também a construção e desenvolvimento da própria sociedade. Entre os fatores a serem vistos como melhorias para o con- vívio social estão a inclusão e também a redução do preconceito. Nessa perspec- tiva, analise as asserções a seguir: I. Ao se compreender a importância da diversidade para a sociedade, seria lógica a redução do preconceito e o surgimento de oportunidades mais efetivas de inclusão e de acessibilidade. PORQUE II. O entendimento de que a sociedade é múltipla e diversa acarreta a reflexão de que não há motivos para a discriminação, mas sim para o respeito e a possibilidade de integração. Atividades de Fixação 23 A respeito das asserções, é correto afirmar que: a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é justificativa correta da I. b)As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II não é justificativa correta da I. c) A asserção I é proposição verdadeira, e a II é proposição falsa. d) A asserção I é proposição falsa, e a II é proposição verdadeira. e) As asserções I e II são proposições falsas. 3 – As concepções de diversidade sofreram influências ao longo da história, de modo que as discussões atuais a respeito dessa temática são fruto de concepções anteriores que possibilitaram novos olhares e ações. As características da análise atual sobre o tema consideram que: I. A história traz exemplos de violência, de discriminação que não podem mais ser aceitos nos dias atuais. II. Desigualdade e desrespeito às diferenças precisam ser combatidos em prol de uma sociedade mais justa. III. As diferenças é que caracterizam e enriquecem a sociedade, e não a padroniza- ção e inflexibilidade. IV. Uma sociedade mais justa tem por princípios o respeito à diversidade que a representa. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) I e IV, apenas. c) II e III, apenas. d) I, II e IV, apenas. e) I, II, III e IV. 4) As reflexões acerca da diversidade abarcam questões para além do seu signifi- cado em si, mas que tratam da prática, das ações voltadas para a sociedade mul- tifacetada existente. Nesse pensar, para que a diversidade nas ações cotidianas sejam positivas, é necessário que haja uma série de outras ações capazes de tor- nar a sociedade mais justa e igualitária. Com base em tais considerações, analise as afirmativas a seguir, considerando V para o que for verdadeiro e F para falso. ( ) A diversidade torna-se positiva quando há distinções claras entre os grupos, segregando os diferentes. ( ) O respeito e a compreensão são essenciais para que a diversidade culmine em igualdades. 24 ( ) A inclusão precisa acontecer de modo adequado, adaptado às potencialidades e dificuldades das pessoas. ( ) A discriminação e o preconceito são graves empecilhos para a inclusão, ofere- cendo prejuízos à diversidade. As afirmativas são, respectivamente: a) V, V, F, F. b) F, V, V, V. c) F, F, F, V. d) V, F, F, V. e) F, V, F, V. 5 – Compreender e envolver todos na sociedade, independentemente das diferen- ças ou semelhanças que possuem é um grande passo para a construção de um am- biente mais justo e igualitário. Para que essa justiça se efetive, é importante que se tenha igualdade e equidade nos espaços sociais e nas oportunidades oferecidas. A respeito dos termos, analise as asserções a seguir: I. Igualdade e equidade, embora estejam muito próximas, ao se tratar do desenvolvi- mento de uma sociedade mais justa, são termos com significados diferentes e que se relacionam e se complementam. PORQUE II. A igualdade consiste em oferecer as possibilidades iguais a todos. A equidade, por sua vez, além do acesso, verifica meios para que todos possam ter o acesso a algo, considerando suas potencialidades e dificuldades. a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é justificativa correta da I. b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II não é justificativa correta da I. c) A asserção I é proposição verdadeira, e a II é proposição falsa. d) A asserção I é proposição falsa, e a II é proposição verdadeira. e) As asserções I e II são proposições falsas. 6 – Para que a diversidade e, sobretudo, a inclusão, ocorresse tal como é na atu- alidade, fizeram-se necessárias, ao longo dos anos, determinações legais que a amparasse e que pudessem fomentar melhorias para a sua efetivação. As práticas inclusivas, na sociedade brasileira, encontram respaldo legal também na Consti- tuição Federal de 1988 que considera: 25 I. A redução das desigualdades sociais e regionais. II. A construção de uma sociedade livre, justa e igualitária. III. A necessidade de promover o bem de todos, ignorando as formas de discrimina- ção existentes. IV. Promover o desenvolvimento nacional sem considerar a erradicação da pobreza e da marginalização. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) I e II, apenas. c) II e III, apenas. d) I, II e IV, apenas. e) I, II, III e IV. 7 – Quanto à educação no país, a inclusão é um assunto sempre em pauta nas discussões, isso devido à pluralidade da qual se constituem as salas de aula e a ne- cessidade de o professor estar preparado para atender todos os alunos. A respeito da inclusão nas escolas, analise as afirmativas a seguir, considerando V para o que for verdadeiro e F para falso. ( ) Os professores precisam compreender a diversidade do grupo de alunos que acompanha, contudo deve oferecer as mesmas atividades e estímulos para todos. ( ) Os professores precisam estar preparados para atender às demandas individuais da turma, oferecendo estímulos adequados e que levem todos os alunos ao apren- dizado efetivo. ( ) Ao trabalhar com a diversidade em sala de aula, o professor é proibido de desen- volver trabalhos em grupos. ( ) Promover nas ações cotidianas com os alunos a compreensão e o respeito às diferenças é essencial no processo inclusivo. As afirmativas são, respectivamente: a) V, V, F, F. b) F, V, V, V. c) F, F, F, V. d) V, F, F, V. e) F, V, F, V. 26 8 – A inclusão voltada para a educação escolar, no país, considera vários fatores e possui legislação que a regulamenta, oportunizando condições de acesso e per- manência nas instituições escolares para todos. Verifique o excerto seguinte: “Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberda- de e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimen- to do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (Brasil, 1996). BRASIL. Lei n° 9.394, de 20 de dezembro 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, 1996. Disponível em: . Acesso em: 7/12/2023. A partir de tais considerações, analise as afirmativas que seguem: I. A educação escolar, na atualidade, precisa valorizar as diversidades que possui, compreendendo-a como enriquecedora de saberes e experiências. II. É importante tratar da diversidade escolar voltada para populações específicas, como a educação indígena e de jovens e adultos. III. A educação quilombola e no campo não fazem parte das discussões que abar- cam a escolarização para a diversidade no país. IV. A busca pela universalização e democratização do ensino evidencia a necessida- de de inclusão e respeito nas escolas. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) I e IV, apenas. c) II e III, apenas. d) I, II e IV, apenas. e) I, II, III e IV. 27 9 – Ao se trabalhar com a Educação Especial, a diversidade é existente e precisa ser levada em consideração para poder direcionar, adequadamente, os alunos ao aprendizado mais significativo e, consequentemente, mais eficaz. Analise as afir- mativas que seguem quanto à inclusão e à diversidade, no âmbito da educação especial. I. A inclusão deve acontecer não somente no contexto escolar, mas ter início ainda em casa, com a família, e ser também uma prática da escola e dos demais espa- ços sociais em que for inserida. II. Para formar cidadãos críticos, reflexivos e atuantes na sociedade, a escola precisa considerar a inclusão em todas as suas ações, visto que deve ser compreendida como natural, o respeito e a inclusão de todos. III. A inclusão no contexto da Educação Especial, visa integrar esse indivíduo cada vez mais no meio social. IV. A inclusão está relacionada à escolarização e ao convívio social das pessoas, isso não reflete na inserção para o mercado de trabalho. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) I e IV, apenas. c) II e III, apenas. d) I, II e III, apenas. e) I, II e IV, apenas. 10 – Para que o ensino seja realmente inclusivo, uma série de ações precisam ser levadas em consideração, seja pelos professores, pais, alunos ou toda a comunida- de escolar, pois a inclusão deve ultrapassar as barreiras da salade aula, inserindo todos os indivíduos enquanto cidadãos no meio social. Sobre o assunto, analise as afirmativas que seguem: I. O conhecimento e a valorização das diferenças como algo positivo não está pre- sente na educação inclusiva. II. Oferecer oportunidades de acesso e de permanência na escola, com igualdade e equidade é parte do que confere ao ensino inclusivo. III. Identificar as potencialidades e dificuldades de cada aluno, adaptando as práti- cas pedagógicas para que o desenvolvimento aconteça é papel fundamental da inclusão nas escolas. IV. Cabe aos profissionais da educação o respeito à autonomia e às particularidades dos estudantes para que não somente o desenvolvimento de cada um, mas a inclusão se efetive. 28 Atenção, estudante! Veja o gabarito desta atividade de fixação no fim deste conteúdo. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) I e IV, apenas. c) II e III, apenas. d) I, II e III, apenas. e) II, III e IV, apenas. 29 Inclusão Escolar O livro indicado trata de maneira bastante compreensiva a questão da in- clusão no contexto escolar, seus aspectos legais, bem como implementar a inclusão nas escolas com respeito e proporcionar aos alunos uma educação justa em escolas que estejam efetivamente abertas às diferenças. MANTOAN, M. T. E. Inclusão escolar – O que é? Por quê? Como Fazer?. São Paulo: Summus, 2015. Inclusão e Educação Este material é uma coletânea de textos de diversos autores, pesquisadores do tema inclusão, assim, os textos apresentarão as várias perspectivas e as- pectos positivos em se desenvolver uma educação que seja inclusiva e rejeite a exclusão. RODRIGUES, D. (org.). Inclusão e educação: doze olhares sobre a educação inclusiva. São Paulo: Summus, 2006. O Deficiente no Discurso da Legislação A leitura proposta irá traçar um panorama da legislação e o deficiente, envol- vendo nessa análise a reflexão sobre o deficiente no contexto educacional no que se refere a legislação educacional existente. MARQUEZAN, R. O deficiente no discurso da legislação. Campinas: Papirus, 2009. Livros Escola Inovadora 1 O vídeo proposto é um dos vídeos de uma série de reportagens a respeito de ações criativas e inovadoras em escolas públicas que podem modificar a forma de se trabalhar a diversidade indo para além do ensino formal. https://youtu.be/tq3pt4yA-Wg?si=9PMZMtRkjjCziPZH Vídeos Material Complementar 30 Ministério da Educação No link indicado encontram-se vários textos disponibilizados pelo Ministério da Educação a respeito da diversidade e de ações que podem ajudar no com- bate ao preconceito e discriminações. Ministério da Educação. Ações do MEC ajudam a combater preconceito e discriminação. https://bit.ly/2GJkjzL Leituras 31 ALVARENGA, C. B. C.; MEDEIROS, S. (orgs.). Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica: diversidade e inclusão. Brasília, DF: Conselho Nacional de Educação: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão, 2013. AZEVEDO, M. L. N. de. Igualdade e equidade: qual é a medida da justiça social? In: Avaliação. Campinas, Sorocaba-SP, v. 18, n. 1, pp. 129-150, mar. 2013. Disponível em: . Acesso em: 10/01/2019. BRASIL. [Constituição de 1988]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2023]. Disponível em: . Acesso em: 10/01/2019. BRASIL. Decreto n.º 6.094, de 24 de maio de 2007. Disponível em: . Acesso em: 18/02/2019. BRASIL. Lei n.º 10172, 09 de janeiro de 2001. Disponível em: . Acesso em: 13/12/2023. BRASIL. Lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Disponível em: . Acesso em: 10/01/2019. BRASIL. Lei n.º 7.853, de 24 de outubro de 1989. Disponível em: . Acesso em: 10/01/2019. BRASIL. Lei n.º 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Disponível em: . Acesso em: 10/01/2019. BRASIL. Lei n.º 13.146, de 6 de julho de 2015. Disponível em: . Acesso em: 18/02/2019. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. MEC; SEESP, 2001. Disponível em: . Acesso em: 17/02/2019. Referências 32 FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 25. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2002. HIRYE, E. S.; HIGA, N.; ALTLOÉ, S. M. L. Diversidade educacional: uma abordagem no ensino da matemática na EJA. Curitiba, PR: InterSaberes, 2016. MANTOAN, M. T. E. A propósito de uma escola para este século. In: MANTOAN, M. T. E. (org.). Para uma escola do século XXI. Campinas, SP: UNICAMP/BCCL, 2013, pp. 103-114. MICHALISZYN, M. S. Educação e diversidade. Curitiba, PR: InterSaberes, 2012. PAULA, C. R. de. Educar para a diversidade: entrelaçando redes, saberes e identida- des. Curitiba, PR: InterSaberes, 2013. SARTORETTO, M. L. Inclusão: da concepção à ação. In: MANTOAN, M. T. E. (org.). O desafio das diferenças nas escolas. 5. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013. SILVÉRIO, V. R. A (Re)configuração do nacional e a questão da diversidade. In: ABRAMOWICZ, A.; SILVÉRIO, V. R. (orgs.). Afirmando diferenças: Montando o que- bra-cabeça da diversidade na escola. Campinas, SP: Papirus, 2015, pp. 87-108. 33 Questão 1 c) II e III, apenas. Justificativa: A diversidade é muito mais do que as diferenças culturais, e, por mui- to tempo, a diversidade e as diferenças entre os indivíduos foram motivo para pre- conceito e discriminação ao longo da história. O respeito à diversidade e à inclusão facilitam o processo de desenvolvimento da sociedade como um todo. Questão 2 a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é justificativa correta da I. Justificativa: A compreensão das diferenças que caracterizam a diversidade leva a também compreensão de que não há motivos de exclusão, mas sim de integração de modo que todos possam ser agentes participativos da sociedade que ocupam. Dessa forma, ao passo que a sociedade conhece sua diversidade, é importante que esse conhecimento possibilite mais inclusão, igualdade e equidade. Questão 3 e) I, II, III e IV. Justificativa: Embora a análise histórica permite verificar que a diversidade foi tida como ruim em tempo anteriores para a sociedade, justificando, assim, os registros de violência, discriminações e desigualdades anteriores, isso não pode mais ser acei- to. Atualmente, a diversidade é percebida como algo que oportuniza o desenvolvi- mento e, por isso, tais aspectos negativos precisam ser combatidos para que, de fato, a diversidade se faça valer como meio de oportunidade e de uma sociedade mais justa que respeite e integre as diferenças, a pluralidade da qual é composta. Questão 4 b) F, V, V, V. Justificativa: São pontos positivos da diversidade o respeito, a compreensão, a in- clusão e vários outros, pois a discriminação e o preconceitosomente impedem que a diversidade se faça valer como positiva para todos. Questão 5 a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é justificativa correta da I. Justificativa: Embora os termos igualdade e equidade caminhem juntos, seus sig- nificados se complementam para que a inclusão e a justiça de acessos se efetive. A igualdade, como o termo sugere, está relacionada a possibilidades iguais para todos e à equidade em possibilidades para uma mesma coisa. Adaptada às necessidades e potencialidades de cada um, ambas possibilitam uma sociedade mais justa com seus membros. Gabarito 34 Questão 6 b) I e II, apenas. Justificativa: No Artigo 3º da Constituição Federal consta: Art. 3º Constituem obje- tivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Questão 7 e) F, V, F, V. Justificativa: Ao trabalhar com a inclusão e a diversidade em sala de aula, o profes- sor precisa levar os alunos à compreensão e ao respeito às diferenças, desenvolver atividades coletivas e em grupos, para que todos possam participar, ativamente, da formação e, além disso, o professor precisa oferecer os estímulos adequados para que cada aluno possa, realmente, aprender e sistematizar saberes. Questão 8 d) I, II e IV, apenas. Justificativa: A diversidade nas escolas, além do amparo legal, conta com o traba- lho capacitado de profissionais que efetivam o processo inclusivo para que a diversi- dade seja vista de fato como algo enriquecedor. É importante tratar da diversidade escolar voltada para populações específicas, como a educação indígena e de jo- vens e adultos, bem como da educação quilombola e no campo, pois a busca pela universalização e democratização do ensino evidencia a necessidade de inclusão e respeito nas escolas. Questão 9 d) I, II e III, apenas. Justificativa: A inclusão deve fazer parte da sociedade, seja em casa, na família ou na escola, ela precisa se fazer presente a fim de desenvolver cidadãos reflexivos e uma sociedade mais justa, isso significa que a inclusão está para além da família e das salas de aulas, mas deve fazer parte da sociedade como um todo inclusive no que se refere ao mercado de trabalho. Questão 10 e) II, III e IV, apenas. Justificativa: Conhecer, respeitar e valorizar as diferenças são essenciais para a in- clusão e para uma sociedade mais justa. Conteudista Prof.ª Ruth Cássia Schreiner e Prof.ª M.ª Maria do Carmo Teles F. Stringhetta Revisão Textual Camila Yukari Kawamura Educação de Jovens e Adultos, Ensino Médio e Educação Profissional 2 Sumário Sumário ................................................................................................................................... 2 Objetivos da Unidade ............................................................................................................3 Introdução .............................................................................................................................. 4 Educação de Jovens e Adultos – EJA ............................................................................... 4 A Reforma do Ensino Médio................................................................................................ 9 Educação Profissional e Tecnológica ...............................................................................14 Em Síntese .............................................................................................................................18 Atividades de Fixação .........................................................................................................19 Material Complementar..................................................................................................... 25 Referências ........................................................................................................................... 27 Gabarito ................................................................................................................................28 3 Atenção, estudante! Aqui, reforçamos o acesso ao conteúdo on-line para que você assista à videoaula. Será muito importante para o entendimento do conteúdo. Este arquivo PDF contém o mesmo conteúdo visto on-line. Sua disponibili- zação é para consulta off-line e possibilidade de impressão. No entanto, re- comendamos que acesse o conteúdo on-line para melhor aproveitamento. • Compreender os objetivos nos diferentes níveis e modalidades da Educação Básica; • Conhecer as propostas de ensino; • Refletir sobre a importância do EJA. Objetivos da Unidade 4 Introdução Nesse estudo, vamos conhecer três propostas de Ensino da Educação Básica: a Educação de Jovens e Adultos, o Ensino Médio e a Educação Profissionalizante. A Educação de Jovens e Adultos (EJA) representa a condição necessária para a promoção da igualdade social. A EJA é uma modalidade de ensino que possui uma trajetória histórica significativa na história da educação brasileira, considerando as desigualdades e exclusões sociais, culturais, políticas e econômicas pelas quais a população brasileira passou. A possibilidade de cursar a Educação Básica, independente da idade, contribuiu para que muitas pessoas saíssem do quadro de marginalização. O Ensino Médio é a etapa final da Educação Básica e contribui significativamente para a preparação básica para a cidadania e o trabalho. É nessa etapa que se desenvolve a autonomia intelectual e o pensamento crítico. Recentemente, o Ensino Médio passou por uma reforma no currículo. Neste estudo, vamos entender essa reforma. A Educação Profissional tem como objetivo a qualificação, requalificação e profis- sionalização de trabalhadores de qualquer nível de escolaridade. Essa modalidade de ensino é um ponto de articulação entre a escola e o mundo do trabalho. Vamos conhecer mais! Educação de Jovens e Adultos – EJA A Educação de Jovens e Adultos é uma modalidade de ensino que recebeu for- tes influências do pensamento de Paulo Freire, o qual considerava o alfabetizando como sujeito de seu saber. Essa modalidade de ensino tem grande importância devido ao contexto histórico do Brasil, em que diversas pessoas permaneceram excluídas das escolas. 5 Figura 1 – EJA - Educação de Jovens e Adultos Fonte: Getty Images. #ParaTodosVerem: imagem de seis pessoas olhando para frente e sorrindo. À frente, três mulheres, e atrás, três homens. Fim da descrição. Podemos considerar que, desde a colonização portuguesa, existe a necessidade de políticas para a Educação de Jovens de Adultos, afinal o contexto do sistema educa- cional brasileiro garantia a formação da elite, que excluía, selecionava e discriminava grande parte da população. No final do século XIX e início do século XX, a economia brasileira passava por trans- formações estimuladas pelo fortalecimento da industrialização. Nesse contexto, fo- ram aprovados projetos de leis que enfatizavam a obrigatoriedade da educação de adultos. Contudo, haviam intencionalidades econômicas e políticas nesse processo, haja vista a emergência do desenvolvimento urbano industrial do país, em que o analfabetismo representava um mal que precisava ser superado. Em 1947 é introduzida uma política de Educação para as massas, que tinha a fina- lidade de alçar maior desenvolvimento ao Brasil. É nesse propósito que se lança a Campanha de Educação de Adolescentes e Adultos, cujo objetivo era alfabetizar, em três meses, esta parcela da população excluída da educação regular. A campanha possuía a pretensão de formar professores ao mesmo tempo em que propiciava o desenvolvimento comunitário dos jovens e adultos. Porém, essa ini- ciativa não teve êxito, especificamente nas áreas rurais, pois somentealgumas escolas de ensino supletivo permaneceram durante a década de 1950. Contudo, a necessidade de definir uma identidade a essa educação permanecia e deu-se continuidade à organização de programas de massa, destinados à Educação de Jovens e Adultos (EJA). 6 Assim, surgiu uma nova visão sobre o problema do analfabetismo somada a um novo paradigma pedagógico para a educação de adultos a partir da proposta do educador Paulo Freire. Ao final dos anos 50, duas tendências na educação de adul- tos despontam: uma entendida como educação libertadora, cujo mentor foi Paulo Freire, a outra, educação de adultos, reconhecida pela população como educação funcional, ou seja, uma educação voltada à profissionalização. Por fim, a Constituição Federal de 1988, em seu Art. 208, inciso I, garante o acesso ao Ensino Fundamental gratuito, inclusive àqueles que não tiveram acesso na idade própria. Esse dispositivo constitucional determina o dever do Estado em promover a Educação de Jovens e Adultos. A Educação de Jovens e Adultos (EJA) também é reconhecida na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Básica (LDB), Lei n.° 9.394/1996, como modalidade de ensino. Vamos conferir o que diz essa Lei: Art. 28. A Educação de Jovens e Adultos (EJA) destina-se aos que se si- tuam na faixa etária superior à considerada própria, no nível de conclusão do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. § 1º Cabe aos sistemas educativos viabilizar a oferta de cursos gratui- tos aos jovens e aos adultos, proporcionando-lhes oportunidades edu- cacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos, exames, ações integradas e complementares entre si, estruturados em um projeto pedagógico próprio. § 2º Os cursos de EJA, preferencialmente tendo a Educação Profissional articulada com a Educação Básica, devem pautar-se pela flexibilidade, tanto de currículo quanto de tempo e espaço. Fonte: Brasil 2010. Esta modalidade de ensino também é regulamentada pelos artigos 37 e 38 da LDB 9.394/1996. 7 Art. 37. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e mé- dio na idade própria. § 1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportuni- dades educacionais apropriadas, consideradas as características do alu- nado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames. § 2º O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares entre si. § 3º A educação de jovens e adultos deverá articular-se, preferencialmen- te, com a educação profissional, na forma do regulamento (Incluído pela Lei n.º 11.741, de 2008). Art. 38. Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao pros- seguimento de estudos em caráter regular. § 1º Os exames a que se refere este artigo realizar-se-ão: I - no nível de conclusão do ensino fundamental, para os maiores de quin- ze anos; II - no nível de conclusão do ensino médio, para os maiores de dezoito anos. § 2º Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos educandos por meios informais serão aferidos e reconhecidos mediante exames Fonte: Brasil, 1996. Além de ser garantida pelas duas leis que institucionalizam e regulam o ensino bra- sileiro, a EJA faz parte das metas do Plano Nacional de Ensino (PNE) vigente (2014 a 2024). Na meta 10, o PNE propõe a EJA integrada à Educação Profissional e exige como meta que, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) das matrículas de educação de jovens e adultos, nos Ensinos Fundamental e Médio, na forma integrada à educação profissional. 8 Site O Plano Nacional da Educação (PNE) está previsto na Constituição Federal de 1988 e na LDB/1996. A descentralização, avaliação, qua- lificação profissional, financiamento, inclusão e incentivos à educação básica, fazem parte da estrutura e metas do PNE. Acesse na íntegra a Lei n° 13.005/2014, que aprova o Plano Nacional de Educação (PNE) e dá outras providências. Site Acesse também a versão atualizada da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Recentemente foi regulamentada a avaliação do Encceja (Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos). Essa avaliação é uma prova de certificação do Ensino Médio e a principal forma de jovens e adultos (moradores do Brasil e exterior) concluírem seus estudos. https://bit.ly/2EmaeFe https://bit.ly/2EmaeFe https://bit.ly/1OgopZ0 https://bit.ly/1OgopZ0 9 Leitura “Todas as pessoas que não terminaram os estudos na idade es- perada podem fazer a prova do Encceja. Para conseguir o certi- ficado, a idade mínima é de 15 anos para o Ensino Fundamental e de 18 anos para o Ensino Médio. Um detalhe importante: a idade deve ser completada até a data de realização da prova”. Caso você ainda não tenha concluído o Ensino Fundamental, é possível conseguir o certificado de conclusão do Ensino Fundamental e Médio de uma só vez. Basta ter 18 anos ou mais no dia do Encceja 2019. Fonte: INEP. Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja). Disponível em: . Sabendo dessa informação, você pode compartilhar e ajudar alguém a concluir a Educação Básica! Pense nisso! A Reforma do Ensino Médio O governo tem metas, prazos e estratégias para alcançar. Quando as metas não são atingidas, algumas medidas são tomadas, como foi o caso do Ensino Médio. Lembre-se que as avaliações da educação têm o objetivo de traçar indicadores so- bre a educação. 10 Figura 2 – Ensino Médio Fonte: Getty images. #ParaTodosVerem: imagem de mulher em corredor formado por carteiras. Ela está ao lado de adolescente sentado. Ambos olham e apontam para um caderno. Ao fundo, dois adolescentes estão sentados em carteiras enfileiradas, olhando para baixo. Fim da descrição. Em 2016, o presidente Michel Temer publicou uma Medida Provisória (MP) que muda as regras e exigências do Ensino Médio. O governo federal encaminhou ao Congresso Nacional, em 22 de setembro de 2016, a MP 746/2016 para a reestruturação do Ensino Médio. A reforma do Ensino Médio foi imposta pela referida MP e promulgada como lei em fevereiro de 2017, pela Lei n.º 13.415/2017. Essa lei tem como objetivo: Alterar as Leis no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as di- retrizes e bases da educação nacional, e 11.494, de 20 de junho 2007, que regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, a Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, e o Decreto-Lei no 236, de 28 de fevereiro de 1967; revoga a Lei no 11.161, de 5 de agosto de 2005; e institui a Política de Fomento à Implementação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral. Fonte: Brasil 2017. De acordo com o parágrafo 7º do artigo 35-A da referida lei, os currículos do Ensino Médio deverão considerar a formação integral do aluno, de maneira a adotar um trabalho voltado para a construção de seu projeto de vida e para sua formação nos aspectos físicos, cognitivos e socioemocionais. 11 Outro destaque da reforma diz respeito ao aumento da carga horária. Ela será am- pliada progressivamente até atingir mil e quatrocentas horas anuais. Atualmente, o total é de 800, de acordo com o MEC. O que a medida pretende é incentivar o ensino em tempo integral. Em relação às mudanças curriculares (linguagem e suas tecnologias; matemática e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias; ciências humanas e so- ciais aplicadas; e formação técnica e profissional) cada sistema de ensino organizaráessas áreas e as respectivas competências e habilidades esperadas do aluno, segun- do seus próprios critérios, e todas as regras valerão para as redes de ensino público e privado. No entanto, o cronograma de implementação precisa ser elaborado no pri- meiro ano letivo seguinte à data de publicação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e a implementação ocorrerá no segundo ano letivo depois da homologação do referido documento. Quanto aos métodos de ensino, o texto da Lei n.º 13.415/2017 da MP n.º 746, de 2016, retoma e reformula trecho da Lei de Diretrizes e Bases (9.394/96) para estipular que as redes de ensino organizarão os conteúdos, as metodologias e as formas de avalia- ção processual e de formação, de maneira que o educando demonstre domínio dos princípios científicos e tecnológicos da produção moderna e o conhecimento das formas contemporâneas de linguagem. Para o governo, a reforma do Ensino Médio se fez necessária em decorrência da urgên- cia do problema deste nível de ensino no país: dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), criado em 2007, recém divulgados, mostram uma reali- dade trágica no Ensino Médio e retratam a urgência da reforma. Outro fator é que o fracasso do Ensino Médio brasileiro é um dado da realidade, como demonstram os resultados das avaliações nacionais e internacionais (Brasil, 2016). Trocando Ideias Por que a língua inglesa foi escolhida como obrigatória? Segundo o Ministério da Educação, a língua inglesa foi escolhida como obrigatória porque é a mais disseminada e ensinada no mundo inteiro e o inglês é necessário para inserção no mundo de trabalho. Você concorda? Estudante, a educação é vista como um dos direitos fundamentais do homem e está garantida legalmente em quase todos os países do mundo. Essa conquista é reflexo do entendimento que se desenvolveu, ao longo dos últimos séculos, de que a educação é uma das necessidades básicas na conquista da cidadania, pois é por 12 meio dela que o homem tem acesso a bens culturais presentes em nossa sociedade. Mas, para que o direito à educação seja garantido, é preciso que voltemos nosso olhar para o estabelecimento de mecanismos legais que definam as obrigações e os compromissos governamentais, além da luta de todos os cidadãos para que seja cumprido o que já está estabelecido em lei. Lembre-se, nós somos cidadãos! Veja as principais mudanças propostas pela medida provisória do governo Temer, na Lei n.º 13.415, de 16 de fevereiro de 2017. • Carga horária mínima é de 800 horas anuais (ensino parcial); • Alunos cursam 13 disciplinas obrigatórias nos três anos; • Ensino médio é dividido, em geral, em três anos; • Redes só contratam professores que passaram por cursos de formação de professores; • Educação Física e Artes eram obrigatórias em todo o ensino básico; • Governo federal tinha programas menores de incentivo ao ensino integral. COMO É HOJE • Grade será ampliada gradualmente para 1.400 horas anuais (ensino integral); • Só parte da grade será igual para todos; depois, aluno poderá se aprofundar em: Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza, Ciências Humanas e/ou Ensino Técnico; • Escolas poderão adotar sistema de créditos em algumas disciplinas; • Poderão ser contratados professores sem concurso e por notório saber para atender cursos técnicos; • Disciplinas deixam de ser obrigatórias no Ensino Médio e carga horária fica a cargo das redes e escolas; • União dará aporte financeiro por quatro anos a escola que introduzir a modalidade. O QUE O PLANO PROPÕE 13 • Há evidências de que a carga expandida melhora o desempenho dos alunos; • Flexibilizar a grade dá autonomia e atrai os adolescentes; • Medida também dá mais liberdade ao estudante; • Ação ajuda a suprir demanda de professores na ampliação da modalidade; • Diminui o número de disciplinas obrigatórias e conteúdos devem ser con- templados na Base Nacional Comum Curricular (BNCC); • Investimento incentiva instituições a aderirem ao ensino integral. VANTAGENS • Modalidade integral requer um bom projeto pedagógico e gastos maiores; • Oferta de habilitações pode ser desigual entre escolas e redes; • Mudança depende de uma organização complexa das redes; • Qualidade dos profissionais e do ensino técnico pode diminuir; • Prejudica a formação cultural e a saúde dos estudantes; • Governo aponta que valor vai depender da disponibilidade orçamentária, mas vive momento de cortes. ENTRAVES Além da Lei n.º 13.415, de 16 de fevereiro de 2017, conhecida como reforma do Ensino Médio, que altera algumas legislações que regulamentam a Educação Básica, no fi- nal de 2018 foi aprovada também a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para o Ensino Médio. Diferente da reforma que altera a carga horária e altera disciplinas obrigatórias, a BNCC é um documento de referência para que estados, municípios e a rede privada construam seus currículos, podendo incorporar aspectos de suas realidades locais. Considerando a diversidade regional do Brasil, essa característica é um ganho positivo para a Educação. 14 Educação Profissional e Tecnológica A Educação Profissional é destinada a alunos que procuram uma formação por meio de aprendizagem formal ou não. Essa formação pode ser reconhecida e certifica- da. O contexto histórico desta modalidade de ensino também provém de lutas pela igualdade de direitos de trabalho e educação. Figura 3 – Educação Profissional e Tecnológica Fonte: Getty Images. #ParaTodosVerem: imagem com homens e mulheres vestidos com uniformes de diferentes profissões. Fim da descrição. A orientação para esta modalidade de ensino está prevista na LDB n.º 9.394/1996 nos artigos 39 a 42. Art. 39. A educação profissional e tecnológica, no cumprimento dos obje- tivos da educação nacional, integra-se aos diferentes níveis e modalida- des de educação e às dimensões do trabalho, da ciência e da tecnologia (Redação dada pela Lei n.º 11.741, de 2008). § 1º Os cursos de educação profissional e tecnológica poderão ser orga- nizados por eixos tecnológicos, possibilitando a construção de diferentes itinerários formativos, observadas as normas do respectivo sistema e ní- vel de ensino (Incluído pela Lei n.º 11.741, de 2008). 15 § 2º A educação profissional e tecnológica abrangerá os seguintes cursos: (Incluído pela Lei n.º 11.741, de 2008). I – de formação inicial e continuada ou qualificação profissional (Incluído pela Lei n.º 11.741, de 2008); II – de educação profissional técnica de nível médio (Incluído pela Lei n.º 11.741, de 2008); III – de educação profissional tecnológica de graduação e pós-gradua- ção. (Incluído pela Lei n.º 11.741, de 2008). Fonte: Brasil, 1996. Como podemos identificar, essa modalidade de ensino pode ser ofertada no nível da Educação Básica, sendo a Educação Profissional Técnica de Nível Médio; e no Nível Superior sendo a Educação Profissional Tecnológica de Graduação e Pós-Graduação. Assim como as demais modalidades de ensino, a modalidade de Educação Profissional Técnica de Nível Médio possui diretrizes curriculares específicas, defini- das pela Resolução n.º 6, de 20 de setembro de 2012. As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional Técnica de Nível Médio orientam sobre (Brasil, 2012): • Princípios Norteadores; • Formas de Oferta; • Organização Curricular; • Duração dos cursos; • Avaliação, aproveitamento e Certificação; • Formação Docente. Atuar nessa modalidade de Educação requer um atendimento especial. É possível ofertar cursos técnicos articulados com o Ensino Médio, isso quer dizer que o estu- dante pode fazer um curso técnico ao mesmo tempo em que cursa o Ensino Médio, possibilitando um direcionamento profissional assim que concluir o Ensino Médio. 16 Para regulamentar quais cursos podem ser ofertados, existe o Catálogo Nacional de Cursos Técnicos. Este catálogo é um instrumento que disciplina a oferta de cursos de Educação Profissional Técnica de Nível Médio, que tem a finalidadede orientar as instituições, estudantes e a sociedade em geral. Esse documento apresenta 227 cursos e orienta as seguintes descrições dos cursos: Para ilustrar, podemos citar alguns exemplos de cursos Técnicos: • Técnico em Controle Ambiental; • Técnico em Cuidador de Idosos; • Técnico em Enfermagem; • Técnico em Equipamentos Biomédicos; • Técnico em Estética; • Técnico em Farmácia. • Cargas horárias mínimas; • Perfil profissional de conclusão; • Infraestrutura mínima requerida; • Campo de atuação; • Ocupações associadas à Classificação Brasileira de Ocupações (CBO); • Normas associadas ao exercício profissional; e • Possibilidades de certificação intermediária em cursos de qualificação - profissional, de formação continuada em cursos de especialização e de - verticalização para cursos de graduação no itinerário formativo. Fonte: BRASIL. Ministério da Educação. Catálogo Nacional de Cursos Técnicos. Disponível em: https://bit.ly/3SynBYK. 17 Site Conheça todos os cursos técnicos que po- dem ser ofertados de acordo com o Catálogo Nacional de Cursos Técnicos, acessando o QR Code. Toda essa possibilidade de busca do conhecimento, que pode melhorar as condi- ções de vida e do trabalho, favorece certamente à população uma participação mais efetiva nos bens culturais produzidos, o que provoca a transformação nas formas de pensar e agir no contexto dessa sociedade. Site Acesse as Diretrizes Curriculares Educacionais Orientadoras da Educação de Jovens e Adultos. https://cnct.mec.gov.br/ http://bit.ly/3U2p6kn http://bit.ly/3U2p6kn 18 Nos diferentes níveis e modalidades da Educação Básica, os objetivos variam, mas convergem para a formação integral dos indivíduos. Desde a Educação Infantil até o Ensino Médio, busca-se não apenas transmitir conhecimentos, mas desenvolver habilidades socioemocionais, promover o pensamento crítico e preparar os alunos para a cidadania e o mundo do trabalho. As propostas de ensino são fundamentais nesse processo, pois delineiam os cami- nhos metodológicos e pedagógicos para atingir tais objetivos. Elas variam conforme as abordagens educacionais, contemplando desde métodos mais tradicionais até abordagens mais inovadoras e centradas no aluno, como a aprendizagem ativa e colaborativa. Refletir sobre a importância da Educação de Jovens e Adultos (EJA) revela a valori- zação da educação ao longo da vida. O EJA oferece oportunidades de aprendizado para aqueles que por diversos motivos não tiveram acesso à educação na idade ade- quada. É um instrumento poderoso para a inclusão social, permitindo que pessoas de diferentes idades e realidades tenham acesso à educação e ampliem suas opor- tunidades de desenvolvimento pessoal e profissional. A integração de todos esses elementos na prática educativa é crucial para uma Educação Básica eficaz e inclusiva, que atenda às necessidades e potencialidades de cada estudante, contribuindo assim para uma sociedade mais justa e igualitária. Em Síntese 19 1 – Nos últimos anos, a reforma do Ensino Médio foi tomada por debates: o gover- no decidiu fazê-la por meio de uma Medida Provisória (MP) e adiou a aprovação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do segmento. Sobre o modelo de ensino apresentado na contextualização dessa questão, é correto afirmar que: a) Esse é o modelo de ensino baseado no Ratio Studiorum. b) Esse modelo de ensino proporciona desigualdade na educação. c) O objetivo deste modelo de ensino é a formação para a pesquisa. d) Para o governo, a reforma do Ensino Médio fez-se necessária em decorrência da urgência do problema deste nível de ensino no país. e) O modelo Ratio Studiorum foi usado como base para a reforma do Ensino Médio, em 2017. 2 – O trabalho com a Educação de Jovens e Adultos (EJA) leva em consideração a realidade do educando, suas experiências, opiniões e sua história de vida. Nesse sentido, educador e educando mantêm uma relação, segundo Paulo Freire (2005), dialógica. Desse modo, a alfabetização ocorre para além do campo cognitivo. Ela deve acontecer, também, nos âmbitos social, cultural e político. Sobre este assunto, leia as afirmativas a seguir: I. A descrença da possibilidade de intervenção na realidade é alimentada pelas car- tilhas e manuais escolares, que colocam homens e mulheres como observadores passivos. II. Segundo os estudos de Paulo Freire, a visão ingênua que os indivíduos têm da realidade torna-os submissos, na medida em que, não sabendo que podem trans- formá-la, sujeitam-se a ela. III. O pensamento de Paulo Freire rompeu com a relação cristalizadora de domina- ção, buscando pensar a realidade dentro do universo do educando, consideran- do, assim, a linguagem e a história da coletividade. IV. A partir do sistema de ensino desenvolvido por Paulo Freire, educador e educan- do interagem, podendo, assim, criar novos métodos de aprendizagem por meio dos quais o alfabetizador trabalha o conteúdo a ser ensinado. Está correto o que se afirma em: Atividades de Fixação 20 a) I e II, apenas. b) II e III, apenas. c) I, II e III, apenas. d) II, III e IV, apenas. e) I, II, III e IV. 3 – A Educação de Jovens e Adultos (EJA) surge como possibilidade de atender a uma demanda excluída da população. Esta preocupação está vinculada à educa- ção popular, dirigida às populações adultas. Quanto aos objetivos da EJA, analise as afirmativas: I. Propor modelos para a concorrência e a competitividade, em um processo de efervescência nos setores industrial e comercial. II. Desenvolver a consciência crítica popular como um dos instrumentos de signifi- cação e ressignificação da própria realidade social. III. Promover a educação popular como sendo a educação cidadã, promotora da formação humana e que é dirigida às pessoas em nome do desenvolvimento humano. IV. Propor situações de socialização dos conhecimentos de forma organizada, siste- matizada, atendendo às especificidades do trabalho pedagógico dessa deman- da da escolarização. Está correto apenas o que se afirma em: a) ll e lll, apenas. b) III e IV, apenas. c) I, II e III, apenas. d) I, II e IV, apenas. e) II, III e IV, apenas. 4 – A Constituição Federal de 1988, em seu Art. 208, inciso I, garante o acesso ao Ensino Fundamental gratuito, inclusive, àqueles que não tiveram acesso na idade própria. Esse dispositivo constitucional determina o dever do Estado em promover a Educação de Jovens e Adultos. Nesse pressuposto, pode-se constatar que: 21 I - A Educação de Jovens e Adultos é também compreendida como educação con- tínua e permanente. II - A partir da LDB (Lei n.º 9.394/96), a Educação de Jovens e Adultos tem a função de atender aos interesses de indivíduos que ainda não possuem determinada experiência de vida. III - A oferta da modalidade EJA deve considerar as situações, os perfis dos estu- dantes e as faixas etárias. IV- A Lei enfatiza que os sujeitos da EJA necessitam de formação igual a das crian- ças e adolescentes, aos quais se destina o ensino regular. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I, II e III estão corretas. b) Somente as afirmativas II e III estão corretas. c) Somente as afirmativas I e III estão corretas. d) Somente as afirmativas III e IV estão corretas. e) Todas as afirmativas estão corretas. 5 – A principal finalidade do Enem é a avaliação do desempenho escolar e acadê- mico ao final do Ensino Médio. Os resultados podem viabilizar o desenvolvimento de estudos e indicadores sobre a educação brasileira. INEP. INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍ- SIO TEIXEIRA. Perguntas frequentes. 2015. Brasília - DF. Disponível em: . Acesso em: 7/12/2023. A partir dos resultados obtidos nas últimas avaliações da Educação,foram iden- tificadas necessidades de reformas no Ensino Médio. Sobre a Reforma do Ensino Médio, é correto afirmar que: a) Os currículos do Ensino Médio deverão considerar a formação individual do aluno,composto por partes que, ainda que se comunique entre si, possuem também certa autonomia para a devida realização de alterações, dadas as particu- laridades e diversidades do país. Por isso, é válido considerar que uma parte do que se aplica na educação do país deve ser de abrangência nacional (base nacional co- mum), contudo, outra parte deve estar de acordo com essas tantas particularidades existentes, tendo por foco principal, o combate às desigualdades e proporcionar a todos, um ensino público de qualidade, ao mesmo tempo em que fortalece as diver- sidades que caracterizam o país. Com efeito, o foco central do Sistema Nacional de Educação está na garantia do direito de acesso à educação, por isso há tantas incertezas em se implantar um sis- tema único e nacional de ensino, sob o risco de não contemplar todas as culturas e não fomentar uma educação para a diversidade, assim, esse sistema torna-se um grande desafio. Importante Para que um Sistema Nacional de Educação seja constituído, é necessário considerar alguns princípios, dentre eles, você está convidado(a) a pesquisar e acessar o Plano Nacional de Educação sob a Lei n.º 10.172/2001, bem como o artigo 206 da Constituição Federal. Além deles, Lei n.º 9.394/96, o artigo 3º, vejamos: Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cul- tura, o pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas; IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância; V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; VII - valorização do profissional da educação escolar; 11 Conselho Nacional de Educação Para iniciar as discussões envoltas no Conselho Nacional de Educação, faz-se opor- tuno iniciar com a compreensão do conselho de educação de modo geral e sua representatividade para a educação no país. Conforme apontamentos de Cury (2006, p. 41), Um Conselho de Educação é, antes de tudo, um órgão público voltado para garantir, na sua especificidade, um direito constitucional da cidada- nia. Eis porque um conselheiro, membro desse órgão, ingressa no âmbito de um interesse público cujo fundamento é o direito à educação das pes- soas que buscam a educação escolar. Nesse pensar, fica evidente que o foco dos conselhos voltados para a área educativa consiste na responsabilidade principal de assegurar o direito à educação. Mas para que isso ocorra, a educação é analisada e planejada sob vários olhares e abrangência nacional, estadual e municipal, assim como, por vários profissionais representantes desses conselhos. VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino; IX - garantia de padrão de qualidade; X - valorização da experiência extra-escolar; XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais. XII - consideração com a diversidade étnico-racia. (Incluído pela Lei n.º 12.796, de 2013) XIII - garantia do dir eito à educação e à aprendizagem ao longo da vida (Incluído pela Lei n.º 13.632, de 2018). Fonte: Lei nº 9.394, 1996. 12 Em âmbito nacional, é recente a existência de um conselho voltado para a educação, ademais, ele sofreu influências dos períodos e necessidades da área modificando-se algumas vezes, antes de se instaurar tal como procede na atualidade. Segundo Gohn (2007), esses conselhos tiveram início com a primeira LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) como o Conselho Federal de Educação. Em 1994 foi extinto, cedendo lugar para o Conselho Nacional de Educação que per- durou por um curto período de tempo, sendo recriado com a nova LDB, atendendo às novas demandas e movimento de educação para todos. O Conselho Nacional de Educação foi inicialmente contemplado na Lei n.º 4.024/61, alterada pela Lei n.º 9.131/95, na qual confere: Art. 7º O Conselho Nacional de Educação, composto pelas Câmaras de Educação Básica e de Educação Superior, terá atribuições normativas, deliberativas e de assessoramento ao Ministro de Estado da Educação e do Desporto, de forma a assegurar a participação da sociedade no aper- feiçoamento da educação nacional. § 1º Ao Conselho Nacional de Educação, além de outras atribuições que lhe forem conferidas por lei, compete: a) subsidiar a elaboração e acompanhar a execução do Plano Nacional de Educação; b) manifestar-se sobre questões que abranjam mais de um nível ou mo- dalidade de ensino; c) assessorar o Ministério da Educação e do Desporto no diagnóstico dos problemas e deliberar sobre medidas para aperfeiçoar os sistemas de ensino, especialmente no que diz respeito à integração dos seus dife- rentes níveis e modalidades; d) emitir parecer sobre assuntos da área educacional, por iniciativa de seus conselheiros ou quando solicitado pelo Ministro de Estado da Educação e do Desporto; e) manter intercâmbio com os sistemas de ensino dos Estados e do Distrito Federal; f) analisar e emitir parecer sobre questões relativas à aplicação da legis- lação educacional, no que diz respeito à integração entre os diferentes níveis e modalidade de ensino; 13 g) elaborar o seu regimento, a ser aprovado pelo Ministro de Estado da Educação e do Desporto. Fonte: Brasil, 1995. No artigo 7º da Lei abordada é possível verificar sua composição, ou seja, por quais setores e órgãos públicos fica direcionada a responsabilidade deste conselho. Para além da composição, esse artigo da lei contempla também as principais atribuições referentes, incluindo-se nelas a organização de um Plano Nacional de Educação, bem como demais particularidades previstas para o ensino no país. Observe, na Figura a seguir, a estrutura organizacional do Conselho Nacional de Educação: Figura 1 – Estrutura organizacional do Conselho Nacional de Educação. Fonte: Conselho Nacional de Educação - Secretaria Executiva 1. #ParaTodosVerem: infográfico composto por diversos retângulos interligados por setas. O foco da representa- ção é a “Estrutura Organizacional do Conselho Nacional de Educação”. Cada retângulo apresenta informações específicas sobre as diferentes instâncias e setores que compõem o Conselho Nacional de Educação, demons- trando a complexidade e interconexão de suas partes. As setas indicam as relações e fluxos de comunicação entre os elementos, formando uma rede que representa a organização e funcionamento do conselho. Fim da descrição. Buscar meios de assegurar uma educação democrática e de qualidade para to- dos, compreende as principais premissas deste conselho. Claro que o trabalho do Conselho Nacional de Educação, para ser verdadeiramente eficaz, precisa contar com o apoio e dedicação dos profissionais da educação, nas diversas áreas de atua- ção em todo o país, igualmente os demais conselhos envolvidos na área, sendo eles os conselhos estaduais e municipais. 14 Leitura Para conhecer mais sobre o Conselho Nacional de Educação, acesse o seu Regimento Interno no QR Code. Conselho Estadual de Educação Os Conselhos Estaduais de Educação são órgãos responsáveis pela educação em cada estado do país. Eles foram instituídos a partir da primeira LDB n.º 4.024/61, cujo artigo 10° desta lei apresenta: Art. 10. Os Conselhos Estaduais de Educação organizados pelas leis es- taduais, que se constituírem com membros nomeados pela autoridade competente, incluindo representantes dos diversos graus de ensino e do magistério oficial e particular, de notório saber e experiência, em matéria de educação, exercerão as atribuições que esta lei lhes consigna. A partir desse documento, fica a cargo dos Conselhos Estaduais de Educação, re- gulamentar e normatizar o ensino no Estado. Para que caminhe segundo as pers- pectivas nacionais da educação de maneira adaptada às realidades vivenciadas no Estado, fomentando um ensino de qualidade para todosde maneira a adotar um trabalho voltado para a construção de seu projeto de vida e para sua formação nos aspectos emocionais. b) Os currículos do Ensino Médio deverão considerar a formação integral do aluno, de maneira a adotar um trabalho voltado para a construção de seu projeto de vida e para sua formação nos aspectos físicos, cognitivos e socioemocionais. c) Os currículos do Ensino Médio deverão considerar a carga horária de mil horas e adotar um trabalho voltado para a educação libertadora e para sua formação nos aspectos físicos, cognitivos e socioemocionais. d) Os currículos do Ensino Médio deverão considerar o propósito do movimento re- novador na busca métodos que atendam a essa demanda no quesito “alfabetização”. 22 e) Os currículos do Ensino Médio deverão considerar a formação parcial do aluno, de maneira a adotar um trabalho voltado para a construção da sua alfabetização e para sua formação nos aspectos físicos, com base em atividades militares. 6) A partir do Decreto n.º 9.057, publicado em 25 de maio de 2017, as instituições de Ensino Superior podem ampliar a oferta de cursos superiores de graduação e pós-graduação a distância. O Decreto regulamenta também a oferta de cursos a distância para o Ensino Médio e para a Educação Profissional Técnica de nível médio. Analise as afirmativas sobre o Ensino Médio: I. O Ensino Médio é a etapa final da Educação Básica, contribui, significativamente, para a preparação básica para a cidadania e o trabalho. II. Recentemente, o Ensino Médio passou por uma reforma no currículo. III. O Ensino Médio também pode ser oferecido junto com a formação para o exer- cício de profissões técnicas. IV. A reforma do Ensino Médio propõe que o Ensino Médio pode ser realizado pelo ensino domiciliar, sem necessidade da escola formal. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II e III, apenas. c) III e IV, apenas. d) I, III e IV, apenas. e) I, II e III, apenas. 7 – Conforme o Art. 61 da Lei n.º 9.394/1996, “profissionais com notório saber re- conhecido pelos respectivos sistemas de ensino” somente poderão atuar na “for- mação técnica e profissional” do Ensino Médio. Com a reforma do Ensino Médio, aprovada em 2017, um professor pode ministrar disciplinas e conteúdos sem pre- cisar ser licenciado ou ter formação específica na área. Sobre a contratação de professores com notório saber, é correto afirmar que: a) A ação ajuda a suprir demanda de professores. b) A ação é ilegal. c) Professores com notório saber serão permitidos apenas no Ensino Privado. d) O notório saber é permitido apenas no Ensino Superior. e) A reforma do Ensino Médio permite que apenas especialistas na área de conheci- mento ministre aulas. 23 8 – “A industrialização, a partir principalmente dos anos 30 do último século, mo- difica, lentamente, a sociedade brasileira, tornando necessária nova proposta de educação: faz-se necessário preparar trabalhadores para a indústria, dentro de uma nova ordem social, gerada pela acumulação do capital. A necessidade de pre- paração de mão-de-obra para a indústria implica uma mudança de concepção do ensino profissional”. CAMPELLO, A. M.M. B.; FILHO, D.L. L. Educação Profissional. Rio de Janeiro: Di- cionário da Educação Profissional em Saúde, 2009. Disponível em: . Acesso em: 7 dez. 2023. Sobre a Educação Profissional e Tecnológica, é correto afirmar que: I. A Educação Profissional e Tecnológica é destinada a alunos que procuram uma formação por meio de aprendizagem formal, ou não. II. O contexto histórico da educação profissional e tecnológica também provém de lutas pela igualdade de direitos de trabalho e educação. III. A orientação para a educação profissionalizante e tecnológica está prevista na Lei n.º 9.394/1996. IV. Os cursos de Educação Profissional e Tecnológica deverão ser organizados pelos institutos informais e não necessitam de certificação. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) II e III, apenas. c) III e IV, apenas. d) I, III e IV, apenas. e) I, II e III, apenas. 9 – Na Alemanha, quarta maior economia do mundo, a maioria dos alunos do En- sino Secundário Superior – equivalente ao nosso Ensino Médio – está matriculada em cursos técnicos que unem a educação na escola profissionalizante a um está- gio em alguma empresa. Com essa combinação, saem profissionais moldados às diferentes necessidades do mercado. PORVIR. Alemanha é referência no ensino profissionalizante. Porvir [online], 22 out. 2012. Disponível em: . Acesso em 7 dez. 2023. No Brasil a Educação Profissional também está em fase de crescimento. Sobre a oferta da Educação profissional no Brasil é correto afirmar que: 24 a) Essa modalidade de ensino pode ser ofertada no nível da Educação Básica, sendo a Educação Profissional Técnica de nível médio; e, no nível superior, sendo a Educa- ção Profissional Tecnológica de graduação e pós-graduação. b) No Brasil apenas a Educação Profissional Técnica de nível médio é reconhecida pela Lei n.º 9394 de 2008. c) Essa modalidade de ensino pode ser ofertada no nível da educação superior e tem como objetivo “formar as elites condutoras do país”. d) A reforma do Ensino Médio, aprovada em 2017 impede a oferta de cursos de for- mação inicial e continuada ou qualificação profissional. e) A Lei n.º 7.044/82, atual Lei de Diretrizes e Bases (LDB), configura a identidade do ensino médio como uma etapa de consolidação da educação básica e dispõe “a educação profissional”. 10 – Modalidades são os formatos como a educação acontece, estão descritas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei n.º 9.394/1996, e representam ganhos para a educação, pois permite a diversidade do ensino para os seus diver- sos públicos. A respeito da educação de jovens e adultos, assinale a alternativa correta. a) É uma modalidade de ensino que visa promover apenas a Educação Profissional, é destinada a alunos que procuram formação por meio de aprendizagem formal ou não, essa formação pode ser reconhecida e certificada. b) Destinada aos que, na idade devida, não ingressaram, ou não concluíram os estu- dos nas fases Fundamental e Médio. c) Nessa modalidade, é oferecida a Educação Básica, adequando e organizando a rotina e o calendário escolar, considerando as fases do ciclo agrícola e as condições climáticas. d) Tem como objetivo habilitar profissionais nos diversos campos da ciência, tor- nando-os capazes para a entrada em setores profissionais e os incentivando para o desenvolvimento da pesquisa. e) Destinada aos que, na idade devida, não ingressaram ou não concluíram os estu- dos nas fases Fundamental e Médio, com idade mínima de 18 anos para ambas as fases. Atenção, estudante! Veja o gabarito desta atividade de fixação no fim deste conteúdo. 25 Material Complementar Novo Ensino Médio: Entenda a Reforma Novo Ensino Médio: entenda a reforma. Esse tema gerou muitas discussões entre a comunidade de educadores, primeiro foi criticada por ter sido apre- sentada por meio de uma medida provisória, ou seja, determinada pelo go- verno, sem considerar opiniões dos estudantes, professores e pesquisadores sobre o tema. Outra crítica foi relacionada à flexibilização da obrigatoriedade de algumas disciplinas. Porém, alguns estudiosos veem a possibilidade do estudante escolher a trajetória de ensino como algo positivo, a oportunidade de profissionalização com o curso técnico também é outro apontamento po- sitivo. Leia mais sobre o tema: https://bit.ly/2Edl00p Educação Profissional O Ensino Médio tem sido debatido fortemente nos últimos anos. A grande questão é: como conciliar preparação para o prosseguimento de estudos, preparação para o trabalho e desenvolvimento pessoal na sociedade con- temporânea? Compreender a Educação Profissional como caminho para o desenvolvimen- to de aptidões para a vida produtiva inclui qualificação, requalificação,re- profissionalização para trabalhadores. Esse caminho permite a construção da cidadania. Leia mais sobre o tema em: https://bit.ly/3HqHFXY Sites 26 Educação Profissional e Tecnológica no Brasil Contemporâneo Por que eu insisto tanto neste tema, a ponto de indicar para você outra lei- tura sobre Educação Profissional e Tecnológica? Porque eu acredito que te- mos necessidades no trabalho cada vez mais heterogêneo e a diversidade da oferta de trajetos formativos e de práticas pedagógicas, é a possibilidade de atendermos a complexidade contemporânea. Leia mais sobre o tema no livro: MOLL, J. Educação profissional e tecnológica no Brasil contemporâneo: De- safios, tensões e possibilidades. Porto Alegre: Artmed, 2010 (Edição Digital). Formação de Professores para Educação de Jovens e Adultos Qual o seu sentimento quando sabe que um estudante se formou pela moda- lidade de Educação de Jovens e Adultos? Na sua resposta você contemplou que essa modalidade considera a formação integral do estudante? Cada es- tudante tem uma história que o levou a cursar a EJA, por isso, a atuação do professor é um fator diferencial na qualidade do ensino ofertado à modalida- de de EJA. Leia mais sobre o tema e aperfeiçoe sua prática! BARCELOS, V. Formação de Professores para Educação de Jovens e Adul- tos. São Paulo: Vozes, 2014. Livros 27 BRASIL. Catálogo Nacional de Cursos Técnicos. Disponível em: . Acesso em: 19 fev. 2019. BRASIL. [Constituição Federal de 1988]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2023]. Disponível em: . Acesso em: 04/01/2024. BRASIL. Plano Nacional de Educação 2014-2024. Disponível em . Acesso em 13/12/2023. BRASIL. Lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF: Presidência da República, [2009]. Disponível em: . Acesso em: 05/02/2019. BRASIL. Medida Provisória n.º 746, de 22 de setembro de 2016. Institui a Política de Fomento à Implementação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral, al- tera a Lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e ba- ses da educação nacional, e a Lei n.º 11.494 de 20 de junho 2007, que regulamenta o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, e dá outras providências. Disponível em: . Acesso em 13/12/2023. BRASIL. Resolução n.º 6, de 20 de setembro de 2012. Disponível em: . Acesso em: 19/02/2019. FOLHA DE S.PAULO. Reformas no Ensino Médio: principais mudanças propostas pela medida provisória do governo Temer. Disponível em: . Acesso em: 23/02/2019. FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 2005. Referências 28 Questão 1 d) Para o governo, a reforma do Ensino Médio fez-se necessária em decorrência da urgência do problema deste nível de ensino no país. Justificativa: Para o governo, a reforma do Ensino Médio fez-se necessária em de- corrência da urgência do problema deste nível de ensino no país: dados do IDEB re- cém divulgados mostram a realidade trágica no Ensino Médio e retratam a urgência da reforma. Outro fator é que o fracasso do Ensino Médio brasileiro é um dado da re- alidade, como demonstram os resultados das avaliações nacionais e internacionais. Questão 2 d) II, III e IV, apenas. Justificativa: Paulo Freire era defensor de uma Educação Libertadora que rompe com a dominação. Para Freire, o objetivo maior da educação é conscientizar o aluno. Isso significa, em relação às parcelas desfavorecidas da sociedade, levá-las a enten- der sua situação de oprimidas e agir em favor da própria libertação. Questão 3 e) II, III e IV, apenas. Justificativa: As afirmativas estão corretas a partir da interpretação dos artigos Ar- tigos 28, 37 e 38 da LDB n.º 9.394/1996. II. Desenvolver a consciência crítica popular como um dos instrumentos de signifi- cação e ressignificação da própria realidade social. Na história da Educação brasileira, a EJA possui um foco amplo. Para haver socieda- de igualitária e Educação eficaz, é necessário que todas as áreas da Educação sejam focadas e valorizadas; não é possível desvencilhar uma da outra. III. Promover a educação popular como sendo a educação cidadã, promotora da for- mação humana e que é dirigida às pessoas em nome do desenvolvimento humano. Um dos precursores em favor da alfabetização de jovens e adultos foi Paulo Freire, que sempre lutou pelo fim da educação elitista. Freire tinha como objetivo uma edu- cação democrática e libertadora, partindo da realidade, da vivência dos educandos. IV. Propor situações de socialização dos conhecimentos de forma organizada, sis- tematizada, atendendo às especificidades do trabalho pedagógico dessa demanda da escolarização. Atualmente, a EJA tem objetivos maiores além da alfabetização por parte dos alu- nos, da necessidade de estar capacitado para o mercado de trabalho, ser atuante na sociedade e, também, o interesse político de reduzir ao máximo a estatística de analfabetismo no país. Este fator favorecerá a pretensão do Brasil tornar-se uma grande potência mundial futuramente. Gabarito 29 Questão 4 c) Somente as afirmativas I e III estão corretas. Justificativa: Vivemos, atualmente, na sociedade do conhecimento, não só do co- nhecimento do senso comum como sempre foi, mas do conhecimento científico que facilita aos indivíduos uma vivência social. Isso contribui para que a EJA seja compreendida como educação contínua e permanente. Alfabetizar jovens e adultos é muito mais que transferir noções de leitura e escrita, o jovem ou adulto, ao ingressar em uma escola, ele tem um objetivo delimitado e compreende a escola como um meio para alcançar tal objetivo. O professor alfa- betizador torna-se, então, um mediador entre o aluno e o conhecimento, por isso ele precisa estar bem informado, querendo realizar um trabalho de construção e conhecer a realidade dos alunos. Questão 5 b) Os currículos do Ensino Médio deverão considerar a formação integral do aluno, de maneira a adotar um trabalho voltado para a construção de seu projeto de vida e para sua formação nos aspectos físicos, cognitivos e socioemocionais. Justificativa: De acordo com o parágrafo 7º do artigo 35-A Lei n.º 13.415/2017, os currículos do Ensino Médio deverão considerar a formação integral do aluno, de ma- neira a adotar um trabalho voltado para a construção de seu projeto de vida e para sua formação nos aspectos físicos, cognitivos e socioemocionais. Questão 6 e) I, II e III, apenas. Justificativa: Conforme estudado no material da disciplina, o Ensino Médio é a eta- pa final da Educação Básica, contribui, significativamente, para a preparação básica para a cidadania e o trabalho. Recentemente, o Ensino Médio passou por uma re- forma no currículo e pode ser oferecido junto com a formação para o exercício de profissões técnicas. O Ensino Domiciliar para o Ensino Médio não está aprovado até o momento e pode ser cursado apenas em escolas formais. Questão 7 a) A ação ajuda a suprir demanda de professores. Justificativa: Com a reforma do Ensino Médio, aprovada em 2017, um professor pode ministrar disciplinas e conteúdos sem precisar ser licenciado ou ter formação específica na área. Nesse contexto, poderão ser contratados professores sem concurso e por notório saber para atender cursos técnicos, ação que ajuda a suprirdemanda de professo- res na ampliação da modalidade. 30 Questão 8 e) I, II e III, apenas. Justificativa: Conforme o Artigo 39 da LDB, os cursos de Educação Profissional e Tecnológica poderão ser organizados por eixos tecnológicos, possibilitando a cons- trução de diferentes itinerários formativos, observadas as normas do respectivo sis- tema e nível de ensino. Questão 9 a) Essa modalidade de ensino pode ser ofertada no nível da Educação Básica, sen- do a Educação Profissional Técnica de nível médio; e, no nível superior, sendo a Educação Profissional Tecnológica de graduação e pós-graduação. Justificativa:De acordo com a Lei n° 9.394/1996, a Educação profissional no Brasil pode ser ofertada no nível da Educação Básica sendo a Educação Profissional Técni- ca de nível médio; e, no nível superior, sendo a Educação Profissional Tecnológica de graduação e pós-graduação. As demais alternativas contradizem a Lei 9.394/1996. Questão 10 b) Destinada aos que, na idade devida, não ingressaram, ou não concluíram os es- tudos nas fases Fundamental e Médio. Justificativa: Art. 37. da Lei n.º 9.394/1996 - A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no Ensino Fundamental e Médio na idade própria. Conforme material de estudo e Lei n.º 9.394/1996, a afirmativa é correta, pois indica qual público pode cursar na Educação de Jovens e Adultos, aquele que, na idade correta, não puderam estudar, sendo para o Ensino Fundamental a idade mínima de 15 anos, e, no Ensino Médio, idade mínima de 18 anos. As demais alternativas são incorretas, pois apresentam definições de outras modalidades de ensino. Conteudista Prof.ª Ruth Cássia Schreiner e Prof.ª M.ª Maria do Carmo Teles F. Stringhetta Revisão Textual Camila Yukari Kawamura Estatuto da Criança e do Adolescente 2 Sumário Sumário ................................................................................................................................... 2 Objetivos da Unidade ............................................................................................................3 Introdução .............................................................................................................................. 4 Considerações Iniciais sobre o ECA .................................................................................. 4 Direitos e Deveres ................................................................................................................. 9 Estatuto da Criança e do Adolescente e a Educação ...................................................13 Em Síntese .............................................................................................................................17 Atividades de Fixação .........................................................................................................18 Material Complementar..................................................................................................... 25 Referências ........................................................................................................................... 26 Gabarito ................................................................................................................................ 27 3 Atenção, estudante! Aqui, reforçamos o acesso ao conteúdo on-line para que você assista à videoaula. Será muito importante para o entendimento do conteúdo. Este arquivo PDF contém o mesmo conteúdo visto on-line. Sua disponibili- zação é para consulta off-line e possibilidade de impressão. No entanto, re- comendamos que acesse o conteúdo on-line para melhor aproveitamento. • Compreender a importância do Estatuto da Criança e do Adolescente; • Analisar o estatuto no que se refere à escolarização; • Verificar os principais direitos assegurados às crianças e adolescentes no estatuto. Objetivos da Unidade 4 Introdução Seja muito bem-vindo(a) a mais uma unidade de estudos! Neste momento, os tex- tos aqui propostos contemplarão o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Compreender em que consiste esse estatuto, como eram assistidas as crianças e ado- lescentes antes dessa lei e em que termos ela oportunizou melhorias para esse público, assegurando-lhes dignidade e acesso a tudo o que for necessário ao seu desenvolvi- mento, é parte fundamental da compreensão do que de fato o ECA representa. Sabe-se que o ECA é um marco no contexto de valorização e garantia da dignidade humana às crianças e adolescentes no país. Mas para além disso, algumas questões precisam ser refletidas: Em que consiste um Estatuto? Havia alguma legislação para as crianças e adolescentes antes do ECA? A respeito de quais direitos esse estatuto se refere? E quanto à educação e escolarização das crianças e adolescentes, como o ECA contribui? Esses são apenas alguns, dos muitos questionamentos que podem ser desenvol- vidos, refletidos e debatidos a respeito do Estatuto. Desse modo, serão analisadas características desde o seu surgimento até os reflexos dessa lei para o amparo às crianças e adolescentes que há na atualidade. Boa leitura! Considerações Iniciais sobre o ECA O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) surgiu no ano de 1990, representado pela Lei n.º 8.069, de 13 de julho de 1990. Ele trata, essencialmente, dos direitos e de- veres das crianças e adolescentes e possui grande representatividade no que tange às conquistas legais para esse público, assegurando, dentre outros fatores, saúde, educação e dignidade. 5 Dessa forma, é válido compreender, inicialmente, em que consiste um estatuto e uma lei. O estatuto é caracterizado por um conjunto de normas, regras e determi- nações, que organizam aspectos voltados a determinado grupo de indivíduos, ins- tituição, empresa, localidade etc. Nesse sentido, a lei que rege o ECA determina os direitos e deveres das e para as crianças e adolescentes no Brasil. É oportuno destacar aqui que o período em que o ECA foi criado, foi um período de mudanças no país, que possibilitaram novos olhares para a sociedade e, principal- mente, para as crianças e adolescentes. Antecedendo o ECA, tem-se a Constituição de 1988 e, ao longo da década de 1990, muitas foram as leis que surgiram e nor- matizaram a vida em sociedade no país. No âmbito da educação, por exemplo, na Constituição já contemplava a educação como direito de todos e dever do Estado e das famílias. No ECA, há um trecho que contempla o direito de acesso e perma- nência na escolarização e, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), complementa tais leis ao contemplar exclusivamente a educação. O conceito de criança e adolescente foi se modificando ao longo dos anos e isso implicou no surgimento de regras e leis adaptadas a cada período, o estatuto, re- flete assim, as necessidades voltadas ao grupo que contempla e que precisavam ser estabelecidas em lei a fim de que fossem efetivamente colocadas em prática. Contudo, antes da promulgação do ECA, outras leis vigoraram voltadas às crianças e adolescentes no país. Com o ECA, ficou estabelecido que “Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade” (Brasil, 1990, on-line). Voltando-se para uma breve contextualização histórica no que se refere às políticas direcionadas às crianças e adolescentes, observa-se a existência de atribuições legais voltadas à infância e à juventude, com o foco específico à parcela populacional menos favorecida. A partir das contribuições de Romão (2015, p. 297), fica evidente que: [...] até a Constituição da República de 1988 vigorava no Brasil o Direito do Menor. Através do Código de Menores de 1927 consolidou-se as leis de assistência e proteção vigentes na Primeira República dedicadas ao menor de 18 anos de idade e abandonado ou delinquente. Nesse período, as ações voltadas às crianças e adolescentes tinham cunho assisten-cialista e contavam também com algumas entidades que desenvolviam o mesmo papel, de oferecer a assistência necessária básica aos menores em condições des- favorecidas na sociedade. Essa assistência considerava desde o aspecto educativo, formativo de ofícios e também assistência corretiva. Após esse período e com o Estado Novo, 6 [...] o menor delinquente passou a ser considerado infrator, a partir do Decreto-Lei n.º 6.026/1943 que dispunha sobre as medidas aplicáveis aos menores de 18 anos pela prática de fatos considerados infrações penais. Este primeiro código ficou conhecido como Mello Mattos [...]. Fonte: Romão, 2015, p. 297. Com o passar dos anos e de acordo com as novas tendências, os direitos e deveres das crianças e adolescentes foram crescendo, percebendo-os enquanto sujeitos so- ciais que são, e então, cabíveis de oportunidades de direitos e obrigações que lhes responsabiliza os deveres. Na década de 1970, em detrimento das novas condições políticas do país, foi desen- volvido um novo Código de Menores, substituindo o que existia até então. Sujeito ou objeto de medidas judiciais, esse código considerava ainda uma par- cela de indivíduos menores de 18 anos, assim como nas políticas sociais antece- dentes para esse grupo. Contudo, no código de 1979, verificava-se uma atenção especial ao menor que se encontrava em situação irregular. De acordo com o Código de Menores, sob a Lei n.º 6.697, de 10 de outubro de 1979, verifica-se que, de acordo com o “Art. 2º Para os efeitos deste Código” (Brasil, 1979), considera- -se em situação irregular o menor: I - privado de condições essenciais à sua subsistência, saúde e instrução obrigatória, ainda que eventualmente, em razão de: a) falta, ação ou omissão dos pais ou responsável; b) manifesta impossibilidade dos pais ou responsável para provê-las; II - vítima de maus-tratos ou castigos imoderados impostos pelos pais ou responsável; III - em perigo moral, devido a: a) encontrar-se, de modo habitual, em ambiente contrário aos bons costumes; b) exploração em atividade contrária aos bons costumes; IV - privado de representação ou assistência legal, pela falta eventual dos pais ou responsável; 7 V - Com desvio de conduta, em virtude de grave inadaptação familiar ou comunitária; VI - autor de infração penal. Fonte: Brasil, 1979. Dessa forma, por situação irregular, pode-se entender como aqueles menores que encontravam-se em situação precária, de marginalização, de abandono, de violação de direitos, ou que tivessem cometido ato infracional. Dessa forma, o menor em situação regular não estava inserido nas medidas previstas neste código. Vale ressaltar que o Código de Menores foi o que entendeu e, posteriormente, foi revogado com o surgimento do Estatuto da Criança e do Adolescente. A grande distinção do ECA para o código que o antecedeu foi o fato do ECA estar direcionado para todas as crianças e adolescentes menores de 18 anos, conforme o excerto: Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamen- tais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento fí- sico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade. Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a todas as crianças e adolescentes, sem discriminação de nascimento, situação fa- miliar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença, deficiência, con- dição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem, condição econômica, ambiente social, região e local de moradia ou outra condição que diferen- cie as pessoas, as famílias ou a comunidade em que vivem (incluído pela Lei n.º 13.257, de 2016). Fonte: Brasil, 1990. Fica evidente que a essência do ECA consiste na normatização e legalização dos direitos e deveres das crianças e adolescentes e também da sociedade e do Estado para com eles. A partir de 1990, o Código de Menores perdeu sua validade ao ser revogado pelo ECA que, por sua vez, tornou-se a lei que vigora até hoje para esse grupo. Por estar em vigência desde a década de 1990, várias foram as adaptações e modificações feitas no texto da Lei n.º 8.069/1990. Por conta disso, não é difícil se deparar ao longo da leitura inclusões feitas em seu texto por novas leis. 8 Quadro 1 – Diferenças entre o Código de Menores e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) Código de Menores ECA Lei n.º 6.697/1979 Lei n.º 8.069/1990 Menor em situação irregular Proteção Integral para crianças e adolescentes Objeto de medidas judiciais Sujeito de direitos Fonte: Acervo da conteudista. Desde o Código de Menores até o ECA, se observa o auxílio e a assistência dire- cionados para as crianças e adolescentes, e que com a efetivação do ECA como a lei nacional que ampara esse grupo, outras novas conquistas foram possíveis, es- pecialmente pelo fato de que seu foco de atuação está no todo que compreende esse grupo. Dessa forma, todas as crianças e adolescentes passam a ser sujeitos de direitos perante o estatuto, de modo que, legalmente, possuem todo o respaldo para o pleno desenvolvimento. Leitura Para compreender um pouco mais do processo de atendimento às crianças e adolescentes no país, acesse e realize a leitura do texto “História dos direitos da criança”. https://www.unicef.org/brazil/historia-dos-direitos-da-crianca 9 Direitos e Deveres Ao pensar o ECA como um grande marco para as crianças e adolescentes, surge sem- pre a ideia de direitos assegurados legalmente. Contudo, vale ressaltar que o referido estatuto considera os direitos e também os deveres que as crianças e adolescentes possuem na sociedade brasileira. De modo geral, o ECA visa assegurar os direitos básicos para a manutenção da dignidade humana e desenvolvimento das crianças e adolescentes, bem como as medidas socioeducativas, caso seja necessário. Das mais expressivas contribuições do ECA, podem ser destacadas a roupagem mais descentralizadora e emancipatória que possui, bem como a garantia de direitos que são fundamentais ao desenvolvimento na infância e juventude, como a saúde, educação e outros. Ainda nas disposições preliminares no início da lei, fica claro que um dos fatores de- terminantes do ECA é o direito à prioridade. Nele considera-se uma série de fatores em que são assegurados às crianças e adolescentes, incluindo-se o fato de puni- ção aos que não garantirem a esse público os direitos fundamentais, de modo que não haja negligências ou qualquer forma de discriminação, violência e exploração. Verifique o direito à prioridade contido no artigo 4º da Lei. Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do po- der público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. A garantia de prioridade compreende: a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias; b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública; c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas; d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas rela- cionadas com a proteção à infância e à juventude. Fonte: Brasil, 1990. Dentre as várias determinações contidas na lei, ao tratar dos direitos fundamentais voltados às crianças e adolescentes, e que devem ser considerados pela família, res- ponsáveis, da comunidade, do Estado e da sociedade em geral, verifica-se o direito à saúde desde a gravidez, ao nascimento e desenvolvimento infantojuvenil, ao opor- tunizar acesso à saúde pública por meio de programas e políticas voltadas à área, abarcando o Sistema Único de Saúde (SUS) bem como os serviços de assistência médica, odontológica e social, ofertando o atendimentoe demais ações necessárias ao desenvolvimento de maneira gratuita. 10 Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade, compreende conforme a Lei em seu Art. 15 “A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à digni- dade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis” (Brasil, 1990, on-line). Assegurando, assim, a liberdade, a autonomia e o respeito, mantendo-os a salvo de qualquer forma discriminatória, violenta ou de exploração. A menção ao direito à Convivência Familiar e Comunitária, inclui o fato de que toda criança ou adolescente deve ter assegurado o convívio familiar e com a comunidade, seja na família original ou em caso específicos com famílias substitutas, bem como o respeito da guarda, tutela e adoção, com todo o suporte necessário oferecido por programas e políticas para tal fim. Outro direito contido na lei, diz respeito à Educação, Cultura, Esporte e Lazer, do qual as crianças e adolescentes precisam ter acesso para seu pleno desenvolvimento, enquanto cidadãos. Quanto ao Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho, enquadra-se, basicamente, o fato de o trabalho ser proibido a menores de 14 anos de idade, bem como o direcionamento para ações profissionalizantes quando devi- do, de modo a direcionar os jovens ao mercado de trabalho, sem que isso prejudique seus demais direitos como o de educação, por exemplo. Figura 1 – Direitos fundamentais contidos no ECA Fonte: Acervo da conteudista. #ParaTodosVerem: infográfico com retângulos interligados por linhas sobre os direitos fundamentais contidos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). À esquerda, Direitos Fundamentais. À direita, coluna com cinco retângulos. De cima para baixo, Direito à vida e à saúde; Direito à liberdade, ao respeito e à dignidade; Direito à convivência familiar e comunitária; Direito à educação, à cultura, ao esporte e ao lazer; Direito à profissionaliza- ção e à proteção no trabalho. Fim da descrição. 11 Na sequência dos direitos que são fundamentais das crianças e dos adolescentes, a lei contempla um capítulo específico para tratar da prevenção, que abarca diversos aspectos relacionados a esse tema. Como característica principal, o artigo 70 enfa- tiza que “é dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos da criança e do adolescente” (Brasil, 1990, on-line). Contém também as particulari- dades deste item, incluindo as entidades de atendimento, a fiscalização, bem como medidas de proteção. Outro ponto muito importante a ser tratado são os atos infracionais cometidos pelas crianças e adolescentes que, caso necessário, terão medidas e penalidades especí- ficas e consequentes de seus atos, dentre elas medidas socioeducativas, conforme legislação para tal fim. Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas: I - advertência; II - obrigação de reparar o dano; III - prestação de serviços à comunidade; IV - liberdade assistida; V - inserção em regime de semiliberdade; VI - internação em estabelecimento educacional; VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI. § 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade da infração. § 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida a prestação de trabalho forçado. § 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência mental rece- berão tratamento individual e especializado, em local adequado às suas condições. Fonte: Brasil, 1990. 12 Dessa forma, ao passo que o Estatuto prevê os direitos, considera também os deve- res e, sobretudo, as consequências de atos infracionais que, porventura, crianças e adolescentes venham a cometer. Em continuidade ao que contempla o Estatuto da Criança e do Adolescente, encon- tram-se as medidas direcionadas aos pais ou responsáveis. Além disso, por meio do ECA surgem conselhos de direito, como o Conselho Tutelar, encarregado de zelar pelas crianças e adolescentes com relação aos direitos que possuem. De acordo com a Lei n.º 8.069/90, em seu Art. 131, verifica-se que “O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, definidos nesta Lei”. Está in- cluída neste item a escolha dos conselheiros, assim como as atribuições cabíveis ao conselho em questão. São consideradas também na lei, o acesso à justiça por parte das crianças e adoles- centes e as particularidades cabíveis a esse atendimento, e a respeito dos crimes e das infrações administrativas. Importante De modo geral, pode-se compreender que o ECA estabelece direitos às crianças e adolescentes. Tais direitos estão relacio- nados à vida, saúde, alimentação, educação, lazer, profissio- nalização, cultura, dignidade humana, o respeito, assim como a liberdade, o convívio familiar e comunitário, igualmente está voltado para atender aspectos voltados às políticas de atendi- mento, medidas protetivas ou socioeducativas, e diversas ou- tras providências. Consoante as considerações apresentadas, ainda que brevemente a respeito do Estatuto da Criança e do Adolescente, fica evidente que ele representa uma con- quista legal que ampara e principalmente esclarece em determinações legais os di- reitos e deveres voltados para esse público, reconhecendo-o como sujeito social. Trocando Ideias Como visto, o ECA foi estabelecido pela Lei no 8.069 de 1990. Você considera que todas as suas atribuições estão sendo apli- cadas e as crianças estão com seus direitos garantidos plena- mente? Considera que ainda hoje é um desafio implementá-lo em sua completude? 13 Estatuto da Criança e do Adolescente e a Educação Dentre as várias atribuições legais para as crianças e adolescentes, o ECA determina o direito à educação, mas o que de fato se relaciona à educação e quais as contribui- ções do estatuto nesse sentido? A partir de seu estudo, torna-se evidente que o ECA também representou um marco de desenvolvimento no âmbito da educação básica no Brasil, primeiro porque foi desenvol- vido em um período em que muitas mudanças estavam sendo pensadas para essa área. Em segundo lugar, porque foi estabelecido, após as determinações da Constituição Federal de 1988 e, ademais, antecede a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Verifique o que consta no ECA com relação à educação: Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao ple- no desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - direito de ser respeitado por seus educadores; III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instân- cias escolares superiores; IV - direito de organização e participação em entidades estudantis; V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência. Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais. Fonte: Brasil, 1990. Ao assegurar tais direitos e tratar especificamente da educação nos Art. 53 ao 59, é possível identificar as várias caracterizações desse direito à educação por parte das crianças e adolescentes. Trata-se, assim, de aspectos gerais, bem como do dever do Estado, do respeito por parte dos alunos no processo educativo, assim como a obrigatoriedade dos pais ou responsáveis de efetivarem matrículas, na escola, das crianças e adolescentes que estão sob suas responsabilidade. 14 Para além dessas atribuições, há uma relação da educação estabelecida entre a es- cola e o Conselho Tutelar, em que o Conselho deverá ser avisado em caso de faltas excessivas, repetência ou percepção de maus-tratos. Conforme o ECAe a educação como um direito, pode-se considerar com base nas contribuições de Lamenza e Machado (2012, p. 95), que: a educação infanto juvenil compreende o processo de transmissão de co- nhecimentos à criança e ao adolescente sobre os mais variados ramos do saber humano, tarefa de competência do Estado (por si só ou por delega- ção), fazendo com que sejam estimuladas a capacidade de aprendizado, a criação e difusão de idéias próprias e a formação do público infantoju- venil para o exercício da cidadania plena, com preparo suficiente para o ingresso no mercado de trabalho. Tais considerações possuem também embasamento na Constituição Federal, que promulga: Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da ci- dadania e sua qualificação para o trabalho Fonte: Brasil, 1988. O direito à educação está diretamente vinculado a outros direitos como o respeito, inclusão, igualdade e outros tantos, relacionados à inserção e permanência do es- tudante na escola que, por sua vez, deve manter foco democrático e dinâmico que capacite e forme indivíduos para a sociedade enquanto cidadãos atuantes. Ao passo que o ECA assegura legalmente o direito das crianças e adolescentes à educação, a LDB n.º 9.394/1996, irá tratar, dentre outras condicionantes da educa- ção, sobre a educação que deve ser ofertada a todos. Dentre os diversos condicio- nantes educativos contidos na LDB, constam o papel das instituições de ensino e também dos professores. Observe o Quadro a seguir. 15 Quadro 2 – Incumbências das Instituições de ensino e dos professores, segundo a LDB Incumbências Instituições de Ensino Professores Elaborar e executar sua proposta pedagógica e administrar seu pessoal e recursos materiais e financeiros. Participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento. Assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidas. Elaborar e cumprir plano de trabalho, conforme a proposta pedagógica da instituição. Cumprir com o plano de trabalho de cada docente e prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento. Zelar pela aprendizagem dos alunos. Articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de integração da sociedade com a escola, e manter os pais ou responsáveis cientes do cotidiano escolar do estudante. Estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento. Notificar o Conselho Tutelar em casos específicos e previstos por lei, como o excesso de faltas. Ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos. Promover medidas de conscientização, prevenção e combate a todos os tipos de violência, no âmbito escolar. Participar dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional. Estabelecer ações destinadas a promover a cultura de paz nas escolas. Colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade Fonte: Adaptado de LDB, 1996. A gestão democrática é outro aspecto fundamental para a educação e que mantém a relação entre a LDB e o ECA, ao possibilitar a participação e o reconhecimento do aluno enquanto sujeito atuante de sua formação, integrando também a escola e a comunidade de maneira democrática, inclusiva e igualitária. 16 Importante O ECA, no contexto escolar, reforça e reassegura o direito que as crianças e adolescentes têm à educação e para além disso, na prática, esse acesso à educação deve assegurar também a permanência, a integração, interação e inclusão, para que efeti- vamente a aprendizagem seja significativa e prazerosa, forma- dora de cidadãos. Quanto às medidas protetivas das crianças e adolescentes, também podem ser dire- cionadas na escola para o Conselho Tutelar, caso sejam percebidos indícios de maus- -tratos ou em casos como faltas excessivas, além de comportamento inadequado. Na educação, pode-se considerar que a LDB e o ECA caminham juntos no que se refere ao direito de acesso e permanência nas instituições de ensino, bem como a obrigatoriedade da oferta de vagas gratuita atendendo a demanda e premissa de que a educação é um direito de todos e um dever do Estado e da família em assegurar aos estudantes tais direitos que culmine em uma formação cidadã, crítica e reflexiva. Mediante informações anteriores, ressalta-se que tão importante quanto a existên- cia das leis aqui contempladas é a sua aplicabilidade efetiva, que assegure realmente tais direitos às crianças e adolescentes. Pois embora várias ações sejam, ainda hoje, desafiadoras, precisam ser implementadas com eficácia para que os objetivos de tais medidas sejam atingidos com excelência. A partir dessas leituras, foi possível compreender que o ECA é um grande marco de direitos para esse grupo, entendendo-os como cidadãos de direitos, assegurando- -lhes o desenvolvimento pleno para a cidadania. Ainda que desafiador, as premissas contidas no ECA possibilitaram e ainda possibilitam a muitas crianças e adolescen- tes o amparo quanto a saúde, lazer, cultura, educação, dignidade humana, liberdade, convívio familiar e profissionalização. O direito à educação preconizado no ECA, aliado a outras leis como a Constituição Federal, a LDB e tantas outras políticas que atendam a diversidade da qual o país é composto no que tange a educação, fomentam o desenvolvimento e capacitação infantojuvenil de maneira democrática e inclusiva, possibilitando a esses indivíduos a formação para a cidadania. Que estes textos tenham possibilitado inquietações que motivem a aprofundar ain- da mais e manter-se sempre atualizado sobre os assuntos aqui tratados. 17 O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é uma legislação fundamental que reconhece a importância da proteção integral, garantindo direitos e delineando res- ponsabilidades em relação às crianças e adolescentes. No contexto da escolariza- ção, o ECA estabelece diretrizes essenciais para a garantia do acesso, permanência e qualidade na educação, assegurando um ambiente seguro e propício ao desenvol- vimento pleno desses jovens. Dentro do ECA, encontramos uma série de direitos assegurados às crianças e ado- lescentes, incluindo o direito à educação de qualidade, à proteção contra qualquer forma de violência, à saúde, à convivência familiar e comunitária saudável, entre ou- tros. Esses direitos formam a base para uma vivência digna e para o pleno desenvol- vimento físico, mental, moral, espiritual e social das crianças e adolescentes. Ao considerar o estatuto no contexto da escolarização, percebe-se a sua relevância na promoção de um ambiente educacional que respeita e promove os direitos fun- damentais desses indivíduos em formação. A aplicação e o cumprimento do ECA são essenciais para garantir não apenas o acesso à educação, mas também o res- peito à dignidade e à integridade das crianças e adolescentes, construindo bases sólidas para uma sociedade mais justa e igualitária. Em Síntese 18 1 – Ao longo dos anos, no país, outras ações previstas em lei vigoraram no que se refere às crianças e aos adolescentes, uma delas, e que antecedeu a promulgação do ECA foi o Código de Menores sob a Lei n.º 6.697, de 10 de outubro de 1979. De acordo com esse Código, previam-se ações para o menor em situação irregular. Analise as afirmativas a seguir quanto ao que caracterizava essa situação irregular: I. Privado de condições essenciais à sua subsistência, como a saúde e instrução obrigatória. II. Com desvio de conduta, devido não adaptação com a família ou comunidade, bem como quando comete ato infracional. III. Vítima de maus tratos ou castigos imoderados impostos pelos pais ou responsável. IV. Privado de representação ou assistência legal, pela falta eventual dos pais ou responsável. Está correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) I e IV, apenas. c) II e III, apenas. d) I, II e IV, apenas. e) I, II, III e IV. 2– Muitas foram as contribuições do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), mudando as concepções e o atendimento direcionado a esse público, anterior- mente. A respeito do estatuto, analise as afirmativas que seguem, considerando V para o que for verdadeiro e F para falso: Atividades de Fixação 19 I. O ECA é uma lei voltada à atenção das crianças e adolescentes, contudo não vigora mais na atualidade. II. Ele trata, essencialmente, dos direitos e deveres das crianças e adolescentes e possui grande representatividade no que tange conquistas legais para esse pú- blico, assegurando, entre outros fatores, saúde, educação e dignidade. III. O Estatuto da Criança e do Adolescente trata, exclusivamente, dos direitos desse público, seu texto não contém medidas socioeducativas para o menor quando comete ação passível de infração. IV. Ele contém em seu texto os direitos das crianças e adolescentes em diversas áreas, considerando como sujeito de direitos e lhe assegurando a dignidade hu- mana e o desenvolvimento para a cidadania. As afirmativas são, respectivamente: a) V, V, F, F. b) F, V, F, V. c) F, F, F, V. d) V, F, F, V. e) F, F, F, V. 3 – O conceito de criança e adolescente é algo que mudou ao longo da história, bem como sua função perante a sociedade. No Estatuto da Criança e do Adoles- cente, consta no artigo 2º uma determinação com relação à faixa etária que repre- senta a fase da infância e da adolescência. Nesse sentido, analise as afirmativas e assinale a que condiz com a idade cronológica para ser considerado criança e adolescente pelo ECA: a) Considera-se criança a pessoa até dez anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e vinte anos de idade. b) Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade completos, e adolescente aquela entre doze e dezesseis anos de idade. c) De acordo com o ECA, considera-se criança a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. d) De acordo com o ECA, considera-se criança a pessoa até nove anos de idade completos, e adolescente aquela entre dez e dezoito anos de idade. e) Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até quinze anos de ida- de, e adolescente aquela entre quinze e dezoito anos de idade. 20 4 – Ao visar o desenvolvimento para a cidadania, o ECA atribui uma série de direi- tos, que, ao passo que assegura conquistas para esse grupo, os direciona também a deveres de modo que esses direitos se façam valer, contudo ainda ocorre de o menor cometer atos infracionais. Nesse sentido, analise as afirmativas conside- rando quais medidas devem ser tomadas pelas autoridades competentes, diante de ato infracional cometido pelo adolescente: I. Advertência e a obrigação de reparar o dano. II. Liberdade assistida; inserção somente em regime fechado; internação em esta- belecimento educacional. III. Prestação de serviços à comunidade. IV. Liberdade assistida; inserção em regime de semiliberdade; internação em esta- belecimento educacional. V. O adolescente infrator não tem penalidade. Está correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) I e IV, apenas. c) II e III, apenas. d) I, II e III, apenas. e) I, III e IV, apenas. 5 – Ao ser instituído no país, o Estatuto da Criança e do Adolescente trouxe inova- ções e conquistas significativas no que tange o atendimento a esse grupo. Ante- riormente, vigorava o Código de Menores, que foi revogado com a promulgação do ECA. Com relação a essas duas leis que os compreende, analise as afirmativas que seguem: I. O Código de Menores atendia todas as crianças e adolescentes do país e, por isso, era mais completo que o ECA. II. O ECA atende somente o menor em situação irregular e vê no menor um sujeito de direitos. III. O Código de Menores atende o menor em situação irregular e o compreende como um objeto de medidas judiciais. IV. O ECA tem por finalidade a proteção integral às crianças e aos adolescentes, reconhecendo-os como sujeito de direitos. Está correto o que se afirma em: 21 a) I, apenas. b) I e II, apenas. c) III e IV, apenas. d) I, II e III, apenas. e) I, III e IV, apenas. 6 – No decorrer do texto do Estatuto da Criança e do Adolescente, observam-se diversas atribuições, entre elas podem-se destacar os direitos fundamentais, que vão discorrer a respeito dos direitos que possuem, nas diversas áreas, necessários para o pleno desenvolvimento, que se objetiva assegurar com essa lei. Sobre o tema, analise as asserções que seguem: I. Dos direitos fundamentais previstos no ECA, estão inseridos a saúde, a educação, a educação, o lazer, o esporte, a dignidade, a liberdade e outros, sendo eles de fun- damental importância. PORQUE II. Sobretudo, as crianças e adolescentes menos favorecidos sofreriam com as dis- criminações, os preconceitos e, muitas vezes, acabariam negligenciadas, dado o fato de que é pela lei que seus direitos fundamentais são assegurados. A respeito das asserções, é correto afirmar que: a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é justificativa correta da I. b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II não é justificativa correta da I. c) A asserção I é proposição verdadeira, e a II é proposição falsa. d) A asserção I é proposição falsa, e a II é proposição verdadeira. e) As asserções I e II são proposições falsas. 7 – Priorizar a infância e a adolescência é primar pelo desenvolvimento de uma sociedade melhor, pois, ao passo que crianças e adolescentes tenham acesso à saúde, à educação, ao convívio em comunidade e outros, tornam-se cidadãos mais críticos e reflexivos frente às adversidades sociais enfrentadas. No contexto dos direitos fundamentais contidos no ECA, analise as afirmativas a seguir, considerando V para o que for verdadeiro e F para falso: 22 I. O direito à vida e à saúde trata do acesso à saúde pública desde o período gesta- cional, assegurando que essa criança e o adolescente tenham acompanhamento médico sempre que necessário. II. Quanto ao direito à liberdade, ao respeito e à dignidade compreende o desen- volvimento das crianças e dos adolescentes enquanto sujeitos de direitos civis, humanos e sociais que são. III. O direito à convivência familiar e comunitária está relacionado à família original, e não às famílias substitutas ou para os casos de guarda, tutela e adoção. IV. Há, também, o direito à profissionalização, que abarca a proteção da criança e do adolescente, proibindo-os de trabalhar antes dos 14 anos de idade. As afirmativas são, respectivamente: a) V, V, F, V. b) F, V, F, V. c) F, F, F, V. d) V, F, F, V. e) F, F, F, V. 8 – Para além dos direitos das crianças, o Estatuto da Criança e do Adolescente traz as atribuições, ou seja, os deveres que os pais ou responsáveis bem como o que o Estado tem com eles. Um órgão público bastante citado é o Conselho Tute- lar. A respeito dele, analise as afirmativas a seguir: I. Em casos de suspeita de maus tratos à criança ou ao adolescente, o Conselho Tutelar deve ser informado. II. O Conselho Tutelar está encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente. III. No ECA, observa-se a função do Conselho Tutelar, contudo não contém atribui- ções, como a escolha dos conselheiros. IV. Faz parte das atribuições do Conselho Tutelar atender e aconselhar os pais ou responsáveis. Está correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) I e IV, apenas. c) II e III, apenas. d) I, II e IV, apenas. e) I, II, III e IV. 23 9 – Elaborado conforme o que apregoa a Constituição Federal de 1988, o ECA trata a educação como um direito de todos, mais especificamente em seu texto, um direito de toda a criança e adolescente de ter acesso e permanência na escolariza- ção como meio para seu desenvolvimento enquanto cidadão. A respeito do ECA e da educação, analise as afirmativas e considere V para o que for verdadeiro e F para falso: I. Está previsto no ECA igualdade de condiçõespara o acesso e a permanência na escola. II. Acesso à escola gratuita e pública longe da residência. III. Conforme o ECA, os alunos não podem contestar os critérios avaliativos usados pelos docentes. IV. O ECA prevê a educação como um preparo para o exercício da cidadania. As afirmativas são, respectivamente: a) V, V, F, V. b) F, V, F, V. c) F, F, F, V. d) V, F, F, V. e) F, F, F, V. 10 – A educação e a escolarização precisam fazer parte da infância e da adoles- cência. De acordo com o ECA e com as Leis que regem o país, como a Constitui- ção Federal e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a educação é um direito e, por isso, deve haver oferta que supra toda a demanda educativa do país de tal modo que crianças e adolescentes estejam frequentando a escola e, para além disso, estejam compreendendo os conteúdos e aprofundando seus saberes. A esse respeito, considere as asserções: I. O direito de acesso e permanência na escolarização encontra-se diretamente vin- culado a alguns outros direitos importantes aos indivíduos, como o respeito, a inclu- são, a igualdade e a equidade, vivenciados no ambiente escolar. PORQUE II. A escola que possui gestão democrática dentro e fora de sala de aula e que per- mite a participação dos estudantes em processos de ensino dinâmicos, estimulam a interação, a integração e o respeito, formando cidadãos atuantes e críticos. 24 A respeito das asserções, é correto afirmar que: a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é justificativa correta da I. b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II não é justificativa correta da I. c) A asserção I é proposição verdadeira, e a II é proposição falsa. d) A asserção I é proposição falsa, e a II é proposição verdadeira. e) As asserções I e II são proposições falsas. Atenção, estudante! Veja o gabarito desta atividade de fixação no fim deste conteúdo. 25 ECA Esse material consiste em um livro que traz o Estatuto da Criança e do Ado- lescente com alguns breves comentários que irão esclarecer e facilitar a com- preensão da lei que o constitui. EQUIPE EUREKA. ECA: estatuto da criança e do adolescente. São Paulo: Eu- reka, 2015. A proteção constitucional de crianças e adolescentes e os direitos humanos Neste livro é possível ter uma visão geral da proteção aos direitos da criança e do adolescente sob a ótica da Constituição Brasileira de 1988, ao anali- sar em seu texto os direitos fundamentais de crianças e adolescentes, bem como as principais características dessa proteção, os motivos e os principais aspectos que a fundamentam. MACHADO, M. de T. A proteção constitucional de crianças e adolescentes e os direitos humanos. Barueri, SP: Manole, 2003. Livros Material Complementar Entrevista Antonio Carlos Gomes da Costa Segue a indicação de leitura da entrevista concedida por Antonio Carlos Go- mes da Costa, que foi um dos redatores da lei do estatuto em 1990. Nessa entrevista, ele apresentará seu posicionamento e conhecimentos relaciona- dos ao Estatuto da Criança e do Adolescente. ECA na escola – entrevista com o pedagogo Antonio Carlos Gomes da Costa. Disponível em: https://bit.ly/3SsXQJq Salvar o ECA VIEIRA, Ana Luisa; PANI, Francisca; ABREU, Janaina. Salvar o ECA. 1. ed. São Paulo: Instituto Paulo Freire, 2015. Clique aqui para acessar. Leituras https://bit.ly/3SsXQJq https://prosaber.org.br/comunidade/?p=7286 26 BRASIL. [Constituição Federal de 1988]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2023]. Disponível em: . Acesso em: 13/12/2023. BRASIL. Lei n.º 6.697, de 10 de outubro de 1979. Institui o Código de Menores. Brasília, DF: Presidência da República, [1979]. Disponível em: . Acesso em: 13/12/2023. BRASIL. Lei n.º 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente. Brasília, DF: Presidência da República, [2023]. Disponível em: . Acesso em: 13/12/2023. BRASIL. Lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF: Presidência da República, [2009]. Disponível em: . Acesso em: 13/12/2023. BRASIL. Lei n.º 13.257, de 8 de março de 2016. Dispõe sobre as políticas públicas para a primeira infância e altera a Lei n.º 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), o Decreto-Lei n.º 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto- Lei n.º 5.452, de 1º de maio de 1943, a Lei n.º 11.770, de 9 de setembro de 2008, e a Lei n.º 12.662, de 5 de junho de 2012. Brasília, DF: Presidência da República, [2009]. Disponível em: . Acesso em: 13/12/2023. LAMENZA, F.; MACHADO, A. C. da C. (orgs.). Estatuto da Criança e do Adolescente interpretado: artigo por artigo, parágrafo por parágrafo. Barueri, SP: Manole, 2012. ROMÃO, L. F. de F. O Estatuto da Criança e do Adolescente no direito brasileiro: significados e desafios decorridos 25 anos da lei. In: ZAGAGLIA, R. A. et al. (orgs.). Criança e adolescente. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2015, pp. 297-316. Referências 27 Questão 1 e) I, II, III e IV. Justificativa: Todas estão corretas, pois o menor em situação irregular é aquele que, por motivos diversos, encontra-se em condições mais precárias, de marginalização, abandono, de violação de direitos, ou que tenha cometido ato infracional. Questão 2 b) F, V, F, V. Justificativa: Ele trata, essencialmente, dos direitos e deveres das crianças e ado- lescentes e possui grande representatividade no que tange conquistas legais para esse público, assegurando, entre outros fatores, saúde, educação e dignidade, bem como os considera sujeitos de direitos e lhe assegurando a dignidade humana e o desenvolvimento para a cidadania. Questão 3 c) De acordo com o ECA, considera-se criança a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. Justificativa: De acordo com o artigo 2º do ECA: “Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade”. Questão 4 e) I, III e IV, apenas. Justificativa: De acordo com o ECA: Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas: I - advertência; II - obrigação de reparar o dano; III - prestação de serviços à comunidade; IV - liberdade assistida; V - inserção em regime de semiliberdade; VI - internação em estabelecimento educacional; VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI. Gabarito 28 Questão 5 c) III e IV, apenas. Justificativa: Para o Código de Menores, o atendimento era direcionado somente ao menor em situação irregular, ou seja, em vulnerabilidade social, percebendo-os como objeto de medidas judiciais, já o ECA tem por finalidade atender todas as crianças e adolescentes, pois prevê a proteção integral para crianças e adolescentes, entendendo-os como sujeitos de direitos. Questão 6 a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é justificativa correta da I. Justificativa: Os direitos fundamentais contidos no ECA legalizam e asseguram que todas as criançastenham direito para que possam crescer e se desenvolver em uma sociedade mais justa e igualitária, que possibilite, de fato, o acesso à saúde e à edu- cação e aos vários outros aspectos dos quais necessitam. Questão 7 a) V, V, F, V. Justificativa: O direito à saúde irá assegurar-lhes acesso e os devidos cuidados no que tange o acompanhamento da saúde da criança e do adolescente; a liberdade e dignidade humana reforçam a percepção desses indivíduos enquanto sujeitos de direitos, mantendo-os a salvo de qualquer forma discriminatória, violenta ou de ex- ploração. O direito à convivência familiar e comunitária está relacionado tanto às famílias originais quanto às substitutas e para os casos de guarda, tutela e adoção. Questão 8 d) I, II e IV, apenas. Justificativa: Várias são as atribuições dadas ao Conselho Tutelar e contidas no Estatuto da Criança e do Adolescente, entre elas sempre comunicar o Conselho Tutelar em caso de suspeita de maus tratos, pois ele está encarregado de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, por isso, faz parte das suas atribuições atender e aconselhar os pais ou responsável. Além disso, no ECA, cons- tam também particularidades de itens, como a escolha dos conselheiros. 29 Questão 9 d) V, F, F, V. Justificativa: Conforme o Artigo 53 do ECA, observa-se: Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - direito de ser respeitado por seus educadores; III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escola- res superiores; IV - direito de organização e participação em entidades estudantis; V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência. Questão 10 a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é justificativa correta da I. Justificativa: O direito à educação precisa assegurar também os direitos de intera- ção, respeito, igualdade e equidade, que, no ambiente escolar, possibilitará forma- ção muito mais completa se aliada à gestão e um fazer pedagógico democráticos, efetivem tais ações e formem indivíduos críticos e reflexivos, cidadãos que possam contribuir com a sociedade. Objetivos da Unidade Introdução Breve Análise do Conceito de Sistema O Sistema Educacional Nacional Conselho Nacional de Educação Conselho Estadual de Educação Conselho Municipal de Educação Em Síntese Atividades de Fixação Material Complementar Referências Gabarito Objetivos da Unidade Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Contextualização Histórica da LDB LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 9.394 Considerações Importantes – LDB – Lei nº 9.394/1996 Modalidades de Ensino Em Síntese Atividades de Fixação Material Complementar Referências Gabarito Objetivos da Unidade Características da Sociedade Atual Ensino Fundamental O Currículo na Educação Fundamental: Diretrizes Curriculares Nacionais Base Nacional Comum Curricular Em Síntese Atividades de Fixação Material Complementar Referências Gabarito Marcador 11 Marcador 12 Marcador 13 Objetivos da Unidade Introdução Aspectos Gerais da Diversidade Diversidade, Legislação e Educação Educação Especial e Diversidade Em Síntese Atividades de Fixação Material Complementar Referências Gabarito Objetivos da Unidade Introdução Educação Profissional e Tecnológica Em Síntese Atividades de Fixação Material Complementar Referências Gabarito Objetivos da Unidade Introdução Considerações Iniciais sobre o ECA Direitos e Deveres Estatuto da Criança e do Adolescente e a Educação Em Síntese Atividades de Fixação Material Complementar Referências Gabarito Marcador 11 Clique aqui para acessar.os alunos. Dentre as várias atribuições desse conselho, destacam-se a elaboração do regimento próprio, comunicar-se com os demais conselhos de educação do país e executar as determinações em âmbito nacional e estadual para o ensino, considerando a legis- lação vigente e as normas do Estado. Além dessas atribuições também enquadram- -se ao conselho em âmbito estadual propor medidas que intencionam melhorias no sistema de ensino do Estado, nos diferentes níveis e modalidades de acordo com o que compete ao próprio conselho. É importante que os Conselhos Estaduais de Educação possam elaborar e executar em conjunto com os demais órgãos responsáveis no Estado, o Plano Estadual de Educação, analisar, elaborar estratégias e acompanhar o andamento do ensino no Estado com a emissão de pareceres comprobatórios. Outro aspecto de grande valia, ao se tratar de educação, é que Estados, Municípios e União trabalhem de maneira coletiva e inter-relacionada em prol de melhorias significativas. https://bit.ly/2GKeLVs https://bit.ly/2GKeLVs 15 Conselho Municipal de Educação As considerações e incumbências dos municípios perante a gestão das diversas áreas sociais que representa, incluindo a educação, são tratados e amparados legal- mente pela Constituição Federal de 1988 e também pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9394/96), além disso, constam também no Plano Nacional de Educação atribuições referentes à responsabilidade dos municípios. De acordo com a LDB, em seu artigo 11, verifica-se que: Art. 11. Os Municípios incumbir-se-ão de: I. organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos seus sistemas de ensino, integrando-os às políticas e planos educacio- nais da União e dos Estados; II. exercer ação redistributiva em relação às suas escolas; III. baixar normas complementares para o seu sistema de ensino; IV. autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu sis- tema de ensino; V. oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e, com priori- dede, o ensino fundamental, permitida a atuação em outros níveis de ensino somente quando estiverem atendidas plenamente as necessi- dades de sua área de competência e com recursos acima dos percen- tuais mínimos vinculados pela Constituição Federal à manutenção e desenvolvimento do ensino. VI. assumir o transporte escolar dos alunos da rede municipal (Incluído pela Lei nº 10.709, de 31 jul. 2003) Parágrafo único. Os Municípios poderão optar, ainda, por se integrar ao sistema estadual de ensino ou compor com ele um sistema único de educação básica. Muitas são as atribuições do conselho municipal de educação, para que o ensino no município tenha o suporte necessário para se desenvolver com qualidade. Vale ressal- tar que esse conselho é instituído conforme lei municipal e, a partir disso, conselheiros devem ser destinados às devidas funções, além disso, o conselho será composto por membros representantes do governo, da área da educação e da comunidade. 16 O intuito é de que as ações propostas para a educação no município se cumpram com eficácia e democracia. Assim, de acordo com Gohn (2007, p. 132), “na área da educação, os conselhos têm caráter consultivo e, em alguns casos, deliberativo. São compostos por representantes do poder público e da sociedade civil organizada”. Nem todos os municípios do país têm um conselho municipal de educação. Neste caso, são dependentes do conselho estadual. Existe, contudo, um programa de ca- pacitação para conselheiros ofertado pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC), que visa tanto capacitar novos conselheiros em novos municípios como man- ter atualizado os já existentes, trata-se do Programa Nacional de Capacitação de Conselheiros Municipais de Educação (Pró-Conselho). Os conselhos educacionais existem assim, para fomentar e nortear ações educati- vas capazes de promover um ensino de qualidade, participativo e significativo, de acordo com as metas de melhorias nacionais da educação. Você saberia indicar as principais funções que tem um conselho municipal de educação? • Normatização: uma das funções do conselho municipal consiste em normati- zar, ou seja, elaborar e aplicar no município regras que efetivem as determina- ções federais e estaduais. Essa normatização é feita, para que se possa adaptar as ações para o resultado desejado e determinado por outrem; • Deliberativa: essa função corresponde a ação de tomada de decisões, como a autorização ou não que escolas públicas ou privadas de ensino no município funcionem, assim como o trabalho com a legalização de cursos e com a apro- vação de currículos; • Assessoria: essa função está relacionada assessoramento e desenvolvimento de pareceres que esclareçam possíveis dúvidas, ou que apresentem as situa- ções existentes; • Fiscalização: tão importantes quanto as demais funções. A fiscalização com- pleta o quadro de funções principais de um conselho municipal de educação, pois está incumbida de realizar os monitoramentos necessários às ações que estão sendo implementadas no âmbito da educação a fim de inferir se estão caminhando para o alcance das metas e resultados esperados. A fiscalização servirá de suporte também para as demais funções caso demandem alterações. 17 Compreender o que é um sistema de educação e como ele se constitui foram os principais temas dessa leitura. Para chegar a essa discussão, a noção básica do que é um sistema foi utilizada enquanto ponto de partida, para discutir o Sistema Nacional de Educação em momento posterior. Para complementar essa análise, tratou-se, ainda que brevemente, a respeito dos conselhos de educação da União, Estados e Municípios e sua representatividade para a educação no país e, sobretudo, para a constituição de um sistema nacional. Ficou evidente, a partir de tais considerações, que o Sistema Nacional de Educação está subdividido em parte que o compõe, dadas as particularidades e diversidades do país e que demandam de olhares e ações adaptados. Outro fator considerado para a existência de um sistema nacional é a construção e aplicação de uma base nacional comum que norteará as ações educativas em todo o país, articuladas a um bom planejamento e plano de ações. 18 A educação nacional, como sistema, é um conjunto complexo de instituições, nor- mas e práticas que visam à formação integral dos indivíduos. Compreender sua or- ganização requer a análise das estruturas educacionais em todos os níveis, desde a educação básica até a superior, considerando também a formação continuada e a educação não formal. O conceito de sistema educacional abrange a interligação e a interdependência en- tre as partes que o compõem. Ele não se limita apenas às escolas e universidades, mas também engloba políticas públicas, programas curriculares, gestão educacio- nal, recursos pedagógicos, entre outros elementos. Reflete-se na abrangência e na articulação desses componentes para o alcance dos objetivos educacionais. Ao refletir sobre o sistema educacional nacional, é preciso considerar seus desafios, avanços e ações em andamento. O acesso universal, a qualidade do ensino, a valo- rização dos profissionais da educação e a equidade são aspectos fundamentais a serem constantemente analisados e aprimorados. Os conselhos de educação em âmbito nacional, estadual e municipal desempenham papéis essenciais na formulação e na implementação das políticas educacionais. São instâncias de participação democrática que promovem a discussão, a elaboração e o acompanhamento das diretrizes educacionais, garantindo a representatividade e a diversidade de atores envolvidos na educação. Assim, compreender a educação nacional como um sistema complexo, onde os conselhos têm relevância estratégica, permite uma visão crítica e propositiva para o desenvolvimento e aprimoramento contínuo da educação no país. Essa compreen- são é fundamental para promover uma educação mais inclusiva, equitativa e de qua- lidade para todos. Em Síntese 19Atividades de Fixação 1 – Ao analisar o termo “sistema”, é possível verificar que existem vários sistemas em áreas diversas da sociedade. Uma das áreas em que o sistema gera discussões constantes no país é a educação e como ela se organiza. A respeito do sistema voltado para a educação, analise as afirmativas que seguem e assinale a correta.. a) Existe um sistema único de educação para todo o território nacional em funcio- namento, sendo ele Federal, atendendo todos os estados e municípios, com um único objetivo, abrangendo todas as esferas de ensino. b) É possível se deparar com o termo sistema abrangendo sistemas estaduais e mu- nicipais de ensino, sistema público e privado, sistema de ensino básico e superior, sistema de ensino em instituições e tantas outras situações e abrangência em que o termo pode ser empregado. c) Os sistemas estaduais e municipais de ensino, sistema público e privado, sistema de ensino básico e superior, sistema de ensino de determinada instituição, todos se apresentam de maneira independente e desvinculado de uma normatização de mbito nacional. d) O termo sistema, pode ser empregado apenas dentro das instituições de ensino, não abrangendo nenhum outro segmento da educação que não sejam as escolas, nem abranger outras áreas. e) O sistema de ensino básico e superior são entendidos como sistemas distintos e não pertencentes ao sistema nacional de ensino. 2 – Para que se tenha um sistema de ensino de amplitude nacional e que funcione de maneira organizada e mais eficaz, é importante considerar que devem cami- nhar juntas várias esferas de governo, de modo que necessitem estar vinculadas entre si, seguindo uma hierarquia. A esse respeito, analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa que apresenta tais esferas: I. As esferas Federal, Estadual e Municipal precisam caminhar juntas para que o en- sino no país alcance as metas e os objetivos educacionais. II. A esfera Distrital, Estadual e Municipal são independentes e não há interação entre as propostas que possuem para a educação. III. As esferas Federal e Municipal ficam com toda a responsabilidade da qualidade do ensino. IV. As esferas Estadual e municipal pouco têm representatividade para que o ensino seja eficaz, pois seguem um sistema único da união, sem adaptações. 20 É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) I e III, apenas. c) III e IV, apenas. d) I, II e III, apenas. e) II, III e IV, apenas. 3 – Várias foram as leis e documentos que surgiram ao longo dos anos com as propostas de organizar e melhorar o ensino. Mais recentemente e com o intuito de possibilitar novos olhares para a educação nacional, com o foco na qualidade do ensino ofertado em todo país, foi desenvolvido um documento que está ainda em fase de estudos. No que tange esses documentos representativos da educação brasileira, analise as afirmativas que seguem, considerando V para o que for ver- dadeiro e F para falso: ( ) Um documento de maior representatividade e do qual se derivam as demais propostas para o sistema educacional é a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. ( ) O documento que ainda está em fase de estudos para padronizar o sistema educacional no país são os Parâmetros Curriculares. ( ) O documento que está sendo estudado e visa normatizar aspectos que sejam comuns à educação nacional é a Base Nacional Comum Curricular. ( ) Ainda em fase de estudos e com o foco em uniformizar e padronizar o sistema educacional em seus vários aspectos tem-se o Referencial Curricular Nacional Para a Educação Infantil. As afirmativas são, respectivamente: a) V, F, F, V. b) V, V, F, F. c) V, F, V, F. d) F, F, V, F. e) F, V, F, V. 4 – Um sistema, ao ser constituído, assume funções diversas em prol da área que representa. Entre as várias considerações a respeito de um sistema, ele se incum- be da análise e organização para a ação futura frente ao que foi analisado e com- preendido como passível de mudanças. Para além dessas considerações, analise as afirmativas a seguir e considere quais atribuições competem a um sistema: 21 I. Atuar para resolver problemas identificados e promover a melhoria contínua é função importante de um sistema. II. O planejamento e a organização não são competências relacionadas a um sistema. III. Aspectos relacionados a métodos não fazem parte das atribuições de um sistema. IV. Os sistemas têm por função nortear as ações para se alcançar determinados objetivos. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) I e IV, apenas. c) II e III, apenas. d) III e IV, apenas. e) II, III e IV, apenas. 5 – É comum encontrar o termo sistema na área da educação, direcionado para vários setores, como sistema público, sistema da instituição de ensino e vários outros. Contudo, no âmbito nacional, o sistema de ensino tem sido foco de deba- tes e discussões há alguns anos, e isso se deve a uma série de fatores. Entre esses fatores, é possível considerar: I. Dada a diversidade existente no país, torna-se inviável um sistema único de ensino que se aplique igualmente às várias regiões do país. II. As particularidades educacionais no país compreende um aspecto importante para oportunizar a todos os estudantes um ensino para a diversidade e formação crítica. III. Um sistema de ensino, para atuar em âmbito nacional, precisa ter parte comum a todos e também partes que possam ser adaptadas às diversidades encontradas. IV. As ações que compõem um sistema de ensino nacional precisam ser impostas pela união e serem seguidas, sem modificações, pelos estados e municípios. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) I e IV, apenas. c) II e III, apenas. d) III e IV, apenas. e) I, II e III, apenas. 22 6 – Diferente de outros sistemas já instaurados no país, a ideia de um sistema nacional de ensino é relativamente recente e tem sido ainda bastante discutida e esquematizada para ser implementada tal como se almeja. Um dos aspectos das discussões é ofertar um ensino de qualidade em todo o país, com a diversidade que possui. Entre os momentos de grande contribuição para que se chegasse a uma discussão e uma ação mais concreta a respeito do sistema nacional de ensino, analise as afirmativas que seguem, considerando V para verdadeiro e F para falso. ( ) O manifesto dos pioneiros, embora tenha sido algo relevante, historicamente, para a educação no país não trouxe à tona discussões a respeito de um sistema de ensino. ( ) A Constituição Federal de 1988 não contribui nem com indicativos da demanda de um sistema nacional de ensino. ( ) A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996 já traz indicativos da necessidade de se pensar um sistema para o ensino do país. ( ) A CONAE (Conferência Nacional da Educação) trouxe discussões muito impor- tante para a constituição de um sistema nacional de ensino. As afirmativas são, respectivamente: a) V, V, F, F. b) F, V, F, V. c) F, F, F, V. d) V, F, F, V. e) F, F, V, V. 7 – Os Conselhos de Educação possuem expressiva representatividade para a edu- cação no país bem como para a execução de um sistema de ensino nacional. Entre as várias atribuições e características do conselho de educação, considere as afir- mativas a seguir: I. Os profissionais que atuam no Conselho de Educação são os conselheiros, que precisam estar capacitados para atuarem de acordo com as propostas e os ob- jetivos do conselho do qual fazem parte. II. A principal responsabilidade de um conselho de educação é agir garantindo o direito à educação para as pessoas. III. Para que um conselho de educação assegure o acesso à educação e as outras atribuições a ele conferidas, é necessário planejamento, contudo, por serem in- dependentes, não precisam manter comunicação com os demais conselho em outras instâncias. IV. Um único membro, conselheiro, pode desenvolver e implementar ações. Não é necessário aprovação de outros conselhos ou membros. 23 É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) I e II, apenas. c) II e IV, apenas.d) III e IV, apenas. e) I, II e III, apenas. 8) Existem, no país, o Conselho Nacional de Educação, os Conselhos estaduais e também os municipais para que os propósitos educativos possam, de fato, efeti- var-se no país, sobretudo, o de acesso à educação bem como a qualidade. No que tange o Conselho Nacional de Educação, analise as afirmativas que seguem: I. O Conselho Nacional de Educação foi recriado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. II. Entre as atribuições desse conselho, conferem a elaboração e o acompanhamen- to do Plano Nacional de Educação. III. Emitir pareceres da área educacional também é função do Conselho de Educação. IV. Manter relações com os conselhos do Distrito Federal e dos estados não é atri- buição do Conselho Nacional de Educação. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) I e II, apenas. c) II e IV, apenas. d) III e IV, apenas. e) I, II e III, apenas. 9 – Um dos órgãos responsáveis pela educação nos Estados são os Conselhos Estaduais de Educação. Cada Estado possui o seu Conselho de Educação a fim de possibilitar mais assertividade no alcance dos objetivos educacionais do país, e também, das particularidades de ensino em cada Estado. Quanto a esse Conselho, considere as afirmativas como V para verdadeiro e F para falso. ( ) Os Conselhos Estaduais de Educação foram instituídos pela LDB nº 4.024/61. ( ) Estão sob responsabilidades desse Conselho regulamentar e normatizar o en- sino no Estado. 24 ( ) Seguir com um trabalho voltado à educação do estado que tenha como pre- missas as perspectivas nacionais e seja adaptado para a realidade que possui as funções deste conselho. ( ) A elaboração do regimento próprio fica a cargo do Conselho Estadual de Educação. As afirmativas são, respectivamente: a) V, V, F, F. b) F, V, F, V. c) F, F, F, V. d) V, V, V, V. e) F, F, V, V. 10 – Assim, como no âmbito federal e estadual, os municípios também podem formar seus Conselhos de Educação. Uma vez constituído, ele deve contar com profissionais capacitados e seguir com a preocupação do Estado e da União de fomentar cada vez mais um ensino de qualidade para todos. Fazem parte das atri- buições desse conselho: I. Fazer com que a educação do município ocorra de maneira integrada às políticas e aos Planos Federais e Estaduais da Educação. II. Cuidar do credenciamento, autorização e supervisão do seu sistema de ensino e dos demais municípios do Estado. III. Garantir e ofertar vagas para todos os níveis de ensino, desde a Educação Infantil ao Ensino Superior. IV. Manter os conselheiros capacitados para atuarem em prol da educação, no município. É correto o que se afirma em: a) I, apenas. b) I e II, apenas. c) I e IV, apenas. d) III e IV, apenas. e) I, II e III, apenas. Atenção, estudante! Veja o gabarito desta atividade de fixação no fim deste conteúdo. 25 O Sistema Nacional de Educação O livro indicado traz à tona a questão do Sistema Nacional de Educação e como essa discussão caminha desde o manifesto dos pioneiros, tratando da importância do manifesto a respeito do tema e para a educação como um todo, bem como a importância de um sistema nacional de educação. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Articulação com os Sistemas de Ensino. O Sistema Nacional de Educação: diversos olhares 80 anos após o Manifesto. Brasília, DF: MEC/ SASE, 2014. Conselhos Escolares Trata-se de um material didático do Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares, que contempla reflexões acerca da importância desse colegiado, bem como aspectos relacionados à legislação dos municí- pios e estados relacionados aos conselhos escolares. BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Secretaria da Educação Básica. Conselhos Escolares: uma estratégia de gestão democrática da escola públi- ca. Brasília, DF: MEC, 2004. Livros Material Complementar 26 Conferência Nacional de Educação (Documento – referência) Trata-se do documento-referência, ou seja, a base, os princípios postos para as discussões na Conferência Nacional de Educação de 2014, cujo tema cen- tral se dava na discussão a respeito de um Sistema Nacional de Ensino. CONAE 2014 - Conferência Nacional de Educação. Documento – referência / [elaborado pelo] Fórum Nacional de Educação. – Brasília, DF: Ministério da Educação, 2013. https://bit.ly/3ut8BU5 Educação & Sociedade Esse texto é o reflexo de um estudo a respeito dos desafios enfrentados no país com a possibilidade de implantação de um sistema de ensino nacional que assegure a educação de qualidade para todos. CURY, C. R. J. Sistema Nacional de Educação: desafio para uma educação igua- litária e federativa. Educação & Sociedade. Campinas, v. 29, n. 105, pp. 1.187- 1.209, set./ dez. 2008. https://bit.ly/2EcAJNm O que fazem os Conselhos Municipais e Estaduais de Educação Esta leitura trata-se de um texto que contempla as principais atribuições e demandas direcionadas à ação dos conselhos municipais e também dos con- selhos estaduais de educação. O que fazem os Conselhos Municipais e Estaduais de Educação. https://bit.ly/2Vo0m4A Leituras https://bit.ly/3ut8BU5 https://bit.ly/2EcAJNm https://bit.ly/2Vo0m4A 27 BRASIL. Lei nº 9.131, de 24 de novembro de 1995. Altera dispositivos da Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1995. Disponível em . Acesso em 13/12/2023. BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF: Presidência da República, 1996. Disponível em: . Acesso em: 7/12/2023. BRASIL. CONAE: construindo o sistema nacional articulado: o Plano Nacional de Educação, Diretrizes e Estratégias de Ação. Documento de Referência. Brasília: Ministério da Educação, 2010. Disponível em: . Acesso em: 7/12/2023. CURY, C. R. J. Conselhos de Educação: fundamentos e funções. In: RBPAE, v. 22, n. 1, pp. 41-67, jan./jun. 2006. Disponível em: . Acesso em: 7/12/2023. GOHN, M. da G. Conselhos e colegiados na esfera pública: em busca do sentido. In: CURY, C. R. J.; TOSTA, S. de F. P. Educação, cidade e cidadania: leituras de experiên- cias socioeducativas. Belo Horizonte, MG: PUC Minas/Autêntica, 2007. SAVIANI, D. Educação brasileira: estrutura e sistema. Campinas, SP: Autores Associados, 2018. SAVIANI, D. O manifesto dos pioneiros da educação nova de 1932 e a questão do Sistema Nacional de Educação. In: BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Articulação com os Sistemas de Ensino. O Sistema Nacional de Educação: diversos olhares 80 anos após o Manifesto. Brasília: MEC/SASE, 2014, pp. 19-33. SAVIANI, D. Sistema Nacional de Educação e Plano Nacional de Educação: signifi- cado, controvérsias e perspectivas. Campinas, SP: Autores Associados, 2014. Referências 28 Questão 1 b) É possível se deparar com o termo sistema abrangendo sistemas estaduais e municipais de ensino, sistema público e privado, sistema de ensino básico e supe- rior, sistema de ensino em instituições e tantas outras situações e abrangência em que o termo pode ser empregado. Justificativa: O Sistema de ensino no país ainda não está fortemente consolidado e, por isso, além de uma proposta que seja de abrangência nacional, é comum nos depararmos com o termo sistema de modo diversificado, como sistema público e privado, sistema escolar, sistema municipal, estadual e federal, e assim por diante. Por esse e outros aspectos, considera-se que o sistema nacional de ensino é um sistema composto por vários outrossistemas. Questão 2 a) I, apenas. Justificativa: Tanto a esfera Federal, quanto a Estadual e a Municipal são importan- tes para a educação no país, pois elas não são independentes, mas sim, dependentes uma da outra para que o ensino seja mais eficaz. Assim, as adaptações são feitas de acordo com a realidade de cada local de ensino, e os objetivos a serem alcançados permanecem comuns. Questão 3 c) V, F, V, F. Justificativa: Quanto aos documentos de representatividade para a educação no país, vários podem ser considerados, contudo o maior deles seria a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional da qual todo o pensar educativo (leis, decretos, pla- nos etc) partem. Atualmente, tem-se a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que, embora já tenha sido elaborada, ainda está em fase de análise e estudos para ser implementada e consolidar o sistema nacional de ensino. Questão 4 b) I e IV, apenas. Justificativa: Um sistema incumbe-se da análise, do planejamento e da organiza- ção bem como propostas e ações, norteando essa ação em prol de se promover melhorias contínuas para determinada área da qual faz parte e resolver problemas identificados, de modo que se possa atingir aos objetivos propostos. Gabarito 29 Questão 5 e) I, II e III, apenas. Justificativa: Para que o sistema de ensino nacional seja eficaz, conforme cami- nham as discussões há alguns anos, é necessário que, embora tenha uma parte que seja comum, seja possível desenvolver adaptações para que os objetivos sejam al- cançados, e a educação se efetive com qualidade para todos, de modo inclusivo e considerando a diversidade como algo enriquecedor. Questão 6 e) F, F, V, V. Justificativa: Ainda que as discussões relacionadas à implementação de um siste- ma nacional de educação sejam bem recentes, vale considerar que as discussões a ele relacionadas vem ganhando espaço, desde o manifesto dos pioneiros em 1932, estando também previstas na Constituição Federal, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e, mais recentemente, nas Conferências Nacionais da Educação (CONAE), 2010 e 2014, assim como no Plano Nacional de Educação em vigor e possui, na Base Nacional Comum Curricular a ser implementada, um grande passo para sua efetivação. Questão 7 b) I e II, apenas. Justificativa: O conselho de educação tem como prioridade assegurar o acesso à educação, e, para além disso, tem também outras atribuições, como a de fiscalizar e buscar promover melhorias no ensino. Os membros do conselho são os conselhei- ros, que precisam buscar capacitação para atuarem, além disso, eles não possuem autonomia para decidirem sozinhos novos rumos ou propostas para a educação. É importante, também, que os conselhos mantenham comunicação entre si. Questão 8 e) I, II e III, apenas. Justificativa: O Conselho Nacional de Educação foi elaborado, anteriormente, con- tudo foi recriado pela LDB. Entre as várias funções a ele atribuída, está a comuni- cação com os conselhos de educação estaduais e do distrito federal bem como a emissão de pareceres relacionados à educação e elaborar e acompanhar a execução do Plano Nacional de Educação. 30 Questão 9 d) V, V, V, V. Justificativa: Instituídos pela LDB nº 4.024/61, os conselhos estaduais de educação tem, entre as suas funções, criar seu regimento próprio, regulamentar e normatizar o ensino no estado, seguir com as perspectivas nacionais para a educação, adaptado para a realidade que possui, entre outros. Questão 10 c) I e IV, apenas. Justificativa: Ao Conselho Municipal de Educação cabem as responsabilidades de analisar e acompanhar o ensino no município, quanto à Educação Infantil e Ensino Fundamental, para isso, precisam estar atentos às demandas e, principalmente, os conselheiros precisam estar capacitados para que possam buscar cada vez mais assegurar o ensino de qualidade no município do qual fazem parte. Conteudista Prof.ª Ruth Cássia Schreiner e Prof.ª M.ª Maria do Carmo Teles F. Stringhetta Revisão Textual Camila Yukari Kawamura Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 2 Sumário Sumário ................................................................................................................................... 2 Objetivos da Unidade ............................................................................................................3 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional ............................................................ 4 Contextualização Histórica da LDB ................................................................................... 4 LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 9.394 ...................................................7 Considerações Importantes – LDB – Lei nº 9.394/1996 ................................................ 8 Modalidades de Ensino .......................................................................................................13 Em Síntese .............................................................................................................................16 Atividades de Fixação .........................................................................................................17 Material Complementar..................................................................................................... 23 Referências ...........................................................................................................................24 Gabarito ................................................................................................................................ 25 3 Atenção, estudante! Aqui, reforçamos o acesso ao conteúdo on-line para que você assista à videoaula. Será muito importante para o entendimento do conteúdo. Este arquivo PDF contém o mesmo conteúdo visto on-line. Sua disponibili- zação é para consulta off-line e possibilidade de impressão. No entanto, re- comendamos que acesse o conteúdo on-line para melhor aproveitamento. • Compreender a proposta da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional; • Entender a partir da contextualização histórica a referida lei na sociedade; • Conhecer os impactos dessa Lei na Educação Básica. Objetivos da Unidade 4 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Vamos falar sobre a Legislação que rege nossa educação! Não se preocupe, nosso objetivo não é fazer você decorar leis, artigos e parágrafos, mas que você conheça as legislações e saiba o que fundamenta nossa educação. Vamos compreender a pro- posta da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional a partir da contextualização Histórica da referida lei na sociedade. É importante você saber que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional regulariza a organização da educação brasileira com base nos princípios presentes na Constituição Federal, que é uma política instituinte. A seguir, você pode conferir a principal diferença entre as propostas das políticas públicas: Quadro 1 – Políticas Públicas Políticas Públicas Instituintes Constituição Federal. Políticas Públicas Regulatórias Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). Fonte: Elaborado pelas autoras Nas últimas décadas, a discussão sobre as Políticas Públicas está se ampliando. Certamente, você já ouviu discussões sobre o tema, isso porque as condições de- mocráticas são mais evidentes. As políticas públicas regulatórias, como exemplo a LDB, é o campo de atuação do poder legislativo. Isso significa que é por meio das políticas regulatórias que os recursos públicos são liberados para implementação das outras políticas públicas. Contextualização Histórica da LDB Antes de iniciar nosso estudo sobre a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), é importante refletir sobre o contexto da sociedade que vivemos para com- preender a proposta das Políticas Públicas para a Educação. A sociedade atual, também chamada de sociedade do conhecimento, caracteriza-se pelo comparti- lhamento e a construção do conhecimento, sendo uma sociedade dinâmicae alta- mente tecnológica. No entanto, há algumas décadas, o cenário era diferente. 5 A tramitação da primeira LDB levou alguns anos, vamos voltar alguns anos na história para compreender melhor. A Constituição Federal de 1934 apresentava à União a responsabilidade de traçar as diretrizes da educação nacional, porém, a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional foi promulgada somente em 1961, Lei n° 4.024, pelo presidente da República João Goulart, no dia 20 de dezembro. No entanto, essa lei não apresentou grandes mudanças para a estrutura da educa- ção, nesse período, a sociedade brasileira vivia o fim do Estado Novo, caracterizado pela centralização do poder, nacionalismo e autoritarismo. Mesmo sendo debatida e elaborada no contexto de redemocratização do país, após a queda do Estado Novo, o sistema de ensino continuou a ser organizado segundo a legislação anterior: • Ensino Pré-primário; • Ensino Primário; • Ensino Médio: dividido em ginasial (quatro anos) e o colegial (três anos ou mais). Contudo, algumas características de democratização sobressaíram: • Autonomia aos órgãos estaduais, diminuindo a centralização do poder no MEC; • Regulamentação da existência dos Conselhos Estaduais de Educação e do Conselho Federal de Educação; • Dinheiro público não exclusivo às instituições de ensino públicas. Você já deve saber que, nas décadas de 1960, 1970 e 1980 o Brasil sofreu grandes interferências políticas e, a partir das necessidades políticas e sociais, o texto da LDB passou por algumas mudanças e, por duas vezes, foi reformulada por meio das Leis nº 5.692/1971 e 9.394/1996. Após cerca de dez anos, já na vigência do Regime Militar (1964-1985), a Lei nº 4.024/1961 foi reformulada pela Lei nº 5.692/1971 publicada em 11 de agosto de 1971 e assinada pelo presidente general Emílio Médici. A Lei nº 5.692/1971 fundiu o ensino primário com o ginásio, retirando deste os ramos profissionais, e constituiu o primeiro grau com oito anos de duração, obrigatório para as crianças e jovens de 07 a 14 anos de idade. O segundo grau ficou redu- zido aos três ou quatro anos do antigo Ensino Médio. A antiga função do Ensino Médio de fornecer uma educação preparatória ao estágio superior foi subordinada 6 à habilitação profissional: a formação de técnicos e auxiliares-técnicos destinados ao preenchimento de postos de trabalho na indústria, no comércio, nos serviços e na agricultura passava a ser o objetivo de todas as escolas de segundo grau. Para diminuir as resistências dos jovens, o novo ensino foi chamado de profissionalizante. Mais uma vez, as mudanças no cenário político nacional ocorridas em fins da década de 1970 imprimiram novos contornos à educação nacional. A oposição ao regime militar, o Movimento Democrático, o início do processo de abertura política e a res- tauração dos direitos democráticos foram elementos marcantes desse período. A promulgação da nova Constituição, em 5 de outubro de 1988, deu início ao pro- cesso de tramitação de um novo projeto de Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, depois de diversas tramitações. Em 20 de dezembro de 1996, o texto da Lei de Diretrizes e Bases – Lei nº 9.394, conhecida como Lei Darcy Ribeiro – foi san- cionada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. Figura 1 – Histórico da LDB Fonte: Acervo da Conteudista. #ParaTodosVerem: ilustração de uma seta acompanhada por pontos ao longo de sua trajetória. Os pontos indi- cam informações relacionadas ao histórico da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). A seta sugere uma linha do tempo ou uma sequência, indicando a evolução ou marcos importantes ao longo do histórico da LDB. Fim da descrição. Conhecer o histórico da Lei de Diretrizes e Bases nos faz relembrar que a edu- cação que conhecemos hoje passou por um longo caminho. Hoje a escola é um lugar de ensino para todos os grupos sociais, existe a preocupação com condições mínimas de existência, o envolvimento da família na educação é mais efetivo e ainda sabemos que, por meio da LDB, a autonomia e flexibilização dos sistemas de ensino são evidentes. 7 LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 9.394 A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/1996) estabelece dois níveis de ensino: a educação básica e a educação superior, divididas da seguinte forma: Figura 2 – Educação Básica Fonte: Adaptada de LDB - Lei no 9394/96 #ParaTodosVerem: infográfico composto por retângulos interligados por linhas, formando uma rede. Cada re- tângulo pode conter informações ou tópicos relacionados à Educação Básica. A interconexão das linhas sugere relações e vínculos entre os diferentes elementos abordados no contexto da Educação Básica. Fim da descrição. A Educação Básica corresponde aos primeiros anos da educação formal ou educa- ção escolar, sendo obrigatória e gratuita. A criança deve ser matriculada na Educação Infantil a partir dos 4 anos de idade. Vamos entender: Dividida entre creches (de 0 a 3 anos) gratuitas, mas não obrigatórias, de com- petência dos Municípios e pré-escolas (de 4 e 5 anos) que são obrigatórias e de competência dos Municípios na rede pública; Educação Infantil Dividido entre anos iniciais (do 1º ao 5º ano) geralmente de competência dos Municípios e anos finais (do 6º ao 9º ano), geralmente de competência dos Estados. Independente do ano, a oferta é obrigatória e gratuita na rede pública; Ensino Fundamental 8 Última etapa da Educação Básica (do 1º ao 3º ano), é de competência dos Estados. Pode ser técnico profissionalizante, ou não. Obrigatório e gratuito na rede pública. Ensino Médio Figura 3 – Educação Superior Fonte: Adaptada de LDB - Lei no 9394/96 #ParaTodosVerem: infográfico composto por retângulos interligados por linhas, formando uma rede. Cada re- tângulo pode conter informações ou tópicos relacionados à Educação Superior. A interconexão das linhas suge- re relações e vínculos entre os diferentes elementos abordados no contexto da Educação Superior. A Educação Superior não é obrigatória. Na rede pública pode ser ofertada por Estados e Municípios. A oferta de curso de nível superior nas instituições privadas é de responsabi- lidade da União. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei nº 9.394 de 1996, reafirma o direito à educação estabelecido na Constituição Federal de 1988. Considerações Importantes – LDB – Lei nº 9.394/1996 No Artigo 1º da LDB, Lei nº 9.394/96, podemos observar a abrangência dos espaços nos quais a educação se desenvolve. A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais Fonte: Brasil, LDB/1996. 9 No artigo 3º, incisos I e VI, é descrito que a educação será gratuita, e terá condições igualitárias para o acesso e permanência dos alunos na escola: Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I. igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II. liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pen- samento, a arte e o saber; III. pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas; IV. respeito à liberdade e apreço à tolerância; V. coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; VI. gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; VII. valorização do profissional da educação escolar; VIII. gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legis- lação dos sistemas de ensino; IX. garantia de padrão de qualidade; X. valorização da experiência extra-escolar; XI. vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais. XII. consideração com a diversidade étnico-racial (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013) Fonte: Brasil, 1996. Chamamos sua atenção para os princípios da educação que garantem a igualdade e a permanência na escola. Note queo respeito e tolerância são citados, e merecem destaque, uma vez que nossa sociedade é formada pela diversidade e é necessário que a educação esteja voltada para essa premissa de valorização humana. Podemos observar que os demais incisos regulamentam itens importantes da edu- cação brasileira e que são reafirmados em outros documentos, por exemplo, a valorização do profissional da educação que está previsto no Plano Nacional de Educação (PNE). 10 Outro aspecto importante garantido pela referida lei é a garantia do padrão de qua- lidade. Estudante, não podemos esperar que a qualidade da educação seja deter- minada somente pelo governo, a efetivação da qualidade da educação depende da participação da comunidade! O inciso VIII reforça essa responsabilidade quando dispõe sobre a Gestão Democrática. A LDB 9.394/1996 também estabelece a organização da educação brasileira, bem como outros aspectos regulamentadores do sistema educacional, advindos da ne- cessidade, por parte do Estado, de proporcionar acesso à educação para todos. O artigo 4º da LDB 9.394/1996 dispõe sobre o dever e garantia do estado com a edu- cação escolar pública: Quadro 2 – Art. 4º LDB/1996 I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, organizada da seguinte forma: (Redação dada pela Lei no 12.796, de 2013) a) pré-escola; (Incluído pela Lei no 12.796, de 2013) b) ensino fundamental; (Incluído pela Lei no 12.796, de 2013) c) ensino médio; (Incluído pela Lei no 12.796, de 2013) II - educação infantil gratuita às crianças de até 5 (cinco) anos de idade; (Redação dada pela Lei no 12.796, de 2013) III - atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, preferencialmente na rede regular deensino; (Redação dada pela Lei no 12.796, de 2013) IV - acesso público e gratuito aos ensinos fundamental e médio para todos os que não os concluíram na idade própria; (Redação dada pela Lei no 12.796, de 2013) V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um; VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando; VII - oferta de educação escolar regular para jovens e adultos, com características e modalidades adequadas às suasnecessidades e disponibilidades, garantindo-se aos que forem trabalhadores as condiçõe de acesso e permanência na escola; VIII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde; (Redação dada pela Lei no 12.796, de 2013) 11 Agora você conhece um pouco desta legislação que normatiza a Educação básica e superior no Brasil. Importante Você pode observar que em vários artigos da LDB/1996 estão estabelecidas modificações, por exemplo, a redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013. Como foi estudado anteriormente, as políticas educacionais estão em constantes reformas, isso ex- plica as modificações. Como você sabe, nossa sociedade vive constantes transformações e a educação é impactada por tais transformações. Você pode observar com base na legislação brasileira que o dever do Estado sobre a educação é amplo. O atendimento educacional especializado é uma conquista da educação, assim como a educação de Jovens e Adultos, uma modalidade importan- te que possibilita o direito à educação das pessoas que por algum motivo não con- seguiram concluir os estudos. O apoio ao educando com material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde, itens básicos, porém fundamentais para proporcionar condições de ensino. Mais uma vez, destaca-se a importância da oferta de padrões mínimos de qualidade de ensino. Importante A qualidade é um conceito subjetivo, sendo que cada pessoa irá avaliar o nível de qualidade de determinada ação a partir da sua visão de mundo. Contudo, na Educação, existem alguns parâ- metros para avaliar a qualidade da educação. Refletindo infor- malmente sobre o tema, o que você entende por qualidade de ensino? IX - padrões mínimos de qualidade de ensino, definidos como a variedade e quantidade mínimas, por aluno, de insumos indispensáveis ao desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem. X – vaga na escola pública de educação infantil ou de ensino fundamental mais próxima de sua residência a toda criança a partir do dia em que completar 4 (quatro) anos de idade (Incluído pela Lei no 11.700, de 2008) (BRASIL, 1996). Fonte: LDB - Lei nº 9.394/96. 12 Já o artigo 5º da LDB nº 9394/96 trata a educação como direito subjetivo: Art. 5º O acesso à educação básica obrigatória é direito público subjetivo, podendo qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical, entidade de classe ou outra legalmente constituída e, ainda, o Ministério Público, acionar o poder público para exigi-lo. Fonte: Brasil, 1996. Sabendo que o sistema educacional do país está inserido em um sistema econômi- co internacional, movimentos sociais, cooperativas, associações, sindicatos e outras organizações, incluindo as comunidades rurais podem se organizar e reivindicar uma educação que supere a formação para o mercado de trabalho. Possivelmente, você já identificou a importância da Lei n° 9.394/1996 para a edu- cação brasileira. Nosso objetivo não é abordar todos os seus artigos e sim contex- tualizar sobre a importância de conhecer a regulamentação da LDB. Cabe ressaltar que dentro das políticas educacionais brasileiras, a referida lei é a maior de todas as políticas regulatórias. Composta por 92 artigos e pelos seguintes títulos, que se desdobram em artigos, incisos e parágrafos. Quadro 3 – Artigos LDB Título I Da Educação. Título II Dos Princípios e Fins da Educação Nacional. Título III Do direito à Educação e do dever de Educar. Título IV Da Organização da Educação Nacional. Título V Dos Níveis e das modalidades de Educação e Ensino. Título VI Dos Profissionais da Educação. Título VII Dos Recursos Financeiros. Título VIII Das Disposições Gerais. Título IX Das Disposições Gerais. Fonte: Adaptada de LDB - Lei n° 9.394/96. 13 Modalidades de Ensino As modalidades de ensino são reconhecidas pela LDB - Lei nº 9.394/96 e determi- nam as formas de educação. Sabendo que o Brasil é um país com uma forte história de colonização e influências estrangeiras na educação e cultura e que a luta por políticas públicas que garan- tam o direito à Educação é constante, podemos considerar que uma conquista da Educação brasileira são as modalidades da educação. Modalidade refere-se às diferentes formas como a educação acontece, incluindo a forma de oferta, leis específicas, com o objetivo de atender um público diferencia- do, enfim, é uma diversificação da oferta de educação. Educação de Jovens e Adultos – EJA Art. 37. LDB/1996 A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e mé- dio na idade própria; Educação Profissional e Tecnológica A educação profissional é destinada a alunos que procuram uma formação por meio de aprendizagem formal ou não, essa formação pode ser reconhecida e certificada; Educação do Campo Art. 28, LDB/1996 Na oferta de educação básica para a população rural, os sis- temas de ensino promoverão as adaptações necessárias à sua adequação às peculiaridades da vida rural e de cada região; 14 Educação indígena, de Negros e Quilombola Após a LDB/1996, houveram outros avanços para modalidade de Educação Indígena, foi criado o referencial curricular para escolas indígenas e o referen- cial para formação de professores indígenas. Nos currículos desta modalidade de ensino, devem ser inseridos os saberes e tradição negra-afro-referenciada; Educação a distância – EaD Essa modalidade da educação é potencializada pela tecnologia,