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1 
 
 
O CONTEXTO SOCIOEDUCACIONAL NA PERSPECTIVA 
DA INCLUSÃO 
1 
 
 
 
Sumário 
NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2 
DEMANDAS SOCIOEDUCACIONAIS ..................................................... 9 
DIFERENCIAR PARA INCLUIR: A EDUCAÇÃO ESPECIAL NA 
PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA ...................................................... 9 
DIFERENÇA E IDENTIDADES NA ESCOLA .................................... 10 
UMA PEDAGOGIA DA DIFERENÇA ................................................ 11 
ATUALIZAR É APERFEIÇOAR ...................................................... 14 
1.1 INCLUSÃO SOCIAL: O QUE É E COMO PRATICAR? ................... 15 
1.2 A INCLUSÃO SOCIAL NO BRASIL ............................................. 16 
1.3 TIPOS DE INCLUSÃO SOCIAL ................................................... 17 
O PÚBLICO-ALVO DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA ................................. 18 
ACESSIBILIDADE ............................................................................... 19 
Quais são os contextos relacionados à acessibilidade? ..................... 19 
ALGUMAS REFLEXÕES ACERCA DA SOCIOEDUCAÇÃO ................ 21 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como 
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua 
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, 
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o 
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
O CONTEXTO SÓCIO-EDUCACIONAL NA PERSPECTIVA DA 
INCLUSÃO 
Deficiência é toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função 
psicológica, fisiológica, fisiológica ou anatômica. Incapacidade é toda restrição 
ou falta (devido à deficiência) da capacidade de realizar atividades na forma ou 
na medida. Impedimento É a situação desvantajosa para um determinado 
indivíduo, em consequência de uma deficiência ou de uma incapacidade que lhe 
limita ou impede o desempenho de um papel que é normal em seu caso (em 
função de idade, sexo e fatores sociais e culturais). 
O termo educação inclusiva supõe a disposição da escola de atender a 
diversidade total das necessidades dos alunos nas escolas comuns. 
Isto pode ser conseguido por meio de um ambiente de aprendizagem escolar 
que tenha altas expectativas a respeito de seus alunos, que seja seguro e 
acolhedor e que entenda a diferença como um fator positivo. 
A educação inclusiva tem sido discutida em termos não somente de novas 
estratégias de ensino, mas de maneira bem mais ampla como ações que levem 
a reformas escolares, melhorias nos programas de ensino e novas medidas de 
justiça social. 
Mas, acima de tudo, é necessário que se entenda que a escola tem a tarefa 
de ensinar aos alunos a compartilharem o saber, os sentidos das coisas, as 
emoções; a discutir e a trocar experiências e pontos de vista. 
Neste sentido, a escola tem um compromisso primordial e 
insubstituível: introduzir o aluno no mundo social, cultural e científico; e isto é 
direito incondicional de todo o ser humano, independente de padrões de 
normalidade estabelecidos pela sociedade ou pré-requisitos impostos pela 
escola. 
 
 
4 
 
 
 
INCLUSÃO SOCIOEDUCATIVA: MAPEANDO A LEGISLAÇÃO 
Abordando mais especificamente as questões da educação inclusiva tem-
se um histórico amplo de várias significações, que assinala registros de 
resistência à aceitação social dos portadores de necessidades educativas 
especiais. Até meados do século XVIII algumas práticas eram executadas, tais 
como abandono, afogamentos, asfixia, dentre outras. Ao final do século XVIII e 
nas três primeiras décadas do século XIX teve início, nos países escandinavos 
e na América do Norte, o período de institucionalização especializada de 
pessoas com deficiências, nomenclatura adotada na época. A partir daí surgiu a 
Educação Especial. A sociedade tomou consciência da necessidade de atender 
as pessoas denominadas como deficientes, mas a forma de atendimento 
priorizava um caráter assistencialista. A assistência era prestada em Centros 
Especializados, nos quais as pessoas recebiam atendimento de vários 
profissionais: médicos, psicólogos, psicopedagogos, assistentes sociais, dentre 
outros. 
No ano de 1986 surgiu também a proposta de integração educativa. O 
ensino dos alunos portadores de necessidades educativas especiais poderia ser 
realizado no contexto da escola regular. Cardoso (2003, p.19-20) explicita que, 
[...] esta nova concepção não nega que os alunos tenham problemas em seu 
desenvolvimento. No entanto, a ênfase consiste em oferecer ao aluno uma mediação. A 
finalidade primordial é analisar o potencial de aprendizagem, como sujeito integrado em um 
sistema de ensino regular, avaliando ao mesmo tempo quais os recursos que necessita para que 
sua evolução seja satisfatória. O conceito necessidades educacionais especiais remete às 
dificuldades de aprendizagem e também aos recursos educacionais necessários para atender 
essas necessidades e evitar dificuldades. 
Os portadores de necessidades educativas especiais passam a ser vistos 
como cidadãos, com direitos e deveres de participação na sociedade. A 
educação de pessoas portadoras de necessidades educativas especiais trilhou 
um caminho que, em uma fase inicial foi eminentemente assistencial, até chegar 
ao que hoje se denomina de educação inclusiva. 
5 
 
 
A Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional (LDB) mais recente, Lei 
nº. 9.394 (BRASIL, 1996), conceituam e orientam a abordagem inclusiva para os 
sistemas regulares de ensino dando ênfase, no capítulo V, especialmente à 
Educação Especial. Referência no artigo 59, que “[...] os sistemas de ensino 
assegurarão aos educandos com necessidades especiais: currículos, métodos, 
técnicas, recursos educativos e organização específica, para atender às suas 
necessidades”. 
 
A INCLUSÃO ESCOLAR DE PESSOAS COM LIMITAÇÕES 
POR DEFICIÊNCIA: POLÍTICAS E DISCURSOS NA SOCIEDADE 
 
A divisão constante do normal e do anormal, a que todo indivíduo é submetido, 
leva até nós, e aplicando-os a objetos totalmente diversos, a marcação binária e 
o exílio dos leprosos; a existência de todo um conjunto de técnicas e de 
instituições que assumem como tarefa medir, controlar e corrigir os anormais faz 
funcionar os dispositivos disciplinares que o medo da peste chamava. Todos os 
mecanismos de poder que, ainda em nossos dias, são dispostos em torno do 
anormal, para marcá-lo como para modificá-lo, compõem essas duas formas que 
longinquamente derivam. (FOUCAULT, 2000: 165) 
Um importante ponto para reflexão é a forma como têm se constituído as atuais 
políticas públicas educacionais brasileiras, a partir de uma extensa reforma em 
vários níveis e instâncias do Estado, seguindo as orientações dos organismos 
financeiros internacionais como o Banco Mundial e o Fundo Monetário 
Internacional. Na reforma educacional encontram-se esboçados os princípios 
norteadores de uma educação que se pretende para todos, e na qual as crianças 
com necessidades educativasespeciais deverão ser incluídas na educação 
regular, desde, o primeiro nível de escolarização, ou seja, desde a creche e a 
pré-escola. No Brasil a inclusão educacional é decretada por lei, na esteira de 
documentos e propostas internacionais que proclamam uma Educação Para 
Todos. 
6 
 
 
 A referência às necessidades educativas especiais, acompanhando tendência 
internacional que se fortalece principalmente com a Declaração de Salamanca 
de 1994, merece maior atenção a fim de confrontar as leituras e discutir 
implicações de uma eventual revisão das próprias noções de aluno e educação 
especiais. É o desafio de conhecimento e práticas desenvolvidos nos espaços 
identificados com a educação especial, integrar, contribuindo para a educação 
geral, sem criar novos espaços para acomodar mais uma vez procedimentos de 
segregação em nome da necessidade de um ensino especializado e, de outra 
parte, sem reduzir a problemática da deficiência à dimensão do ensino. 
(FERREIRA, 1998:03) 
 A Conferência Mundial sobre Educação Para Todos realizada na Tailândia em 
1990 pode ser considerada, à primeira vista, o marco definidor das ações e 
políticas públicas mundiais que tomam como ponto de partida o direito de toda 
pessoa à educação. Contudo o que orienta essa estrutura inclusiva encontra-se 
anunciado na Declaração de Salamanca (1994:04) sob a forma de principio 
 (as) escolas deveriam acomodar todas as crianças independente de suas condições físicas, 
intelectuais, sociais, emocionais, lingüísticas, étnicas ou outras. Aquelas deveriam incluir 
crianças deficientes e super dotadas, crianças de rua e que trabalham, crianças de origem 
remota ou de população nômade, crianças pertencentes a minoria lingüísticas, étnicas ou 
culturais, e crianças de outros grupos de desvantajados e marginalizados. 
ENSINO INCLUSIVO: CONCEITO E CONTRIBUIÇÃO 
SOCIAL 
A definição de inclusão segundo dicionário Luft (2002) é abranger, compreender, 
inserir, introduzir ou fazer parte. Para Montoan (2006, p. 19), “educação inclusiva 
pode ser definida como a prática da inclusão de todos independente de seu 
talento, deficiência, origem socioeconômica ou cultural, em escolas e salas de 
aula onde as necessidades desses alunos sejam satisfeitas”. Por isso, a inclusão 
é um movimento que busca repensar a escola para que passe de escola da 
discriminação para aberta a todos. Porém se reconhece que não basta 
simplesmente inserir fisicamente os alunos na escola, é necessário salas de aula 
adequadas, bibliotecas, banheiros e acessos inclusivos, necessita também de 
um Projeto Político Pedagógico formalizado e, principalmente, professores 
7 
 
 
preparados, e alunos dispostos a conviver com essa nova realidade. Há muito 
ainda a ser feito para que possamos caracterizar um sistema apto a oferecer 
oportunidades iguais a todos os alunos de acordo com as limitações de cada um, 
sem cair na modalidade de exclusão que se utiliza normalmente. 
A inclusão é um caminho longo, e somente terá resultado se todos conseguirem 
ver a pessoa com deficiência com os olhos de quem não vê a incapacidade, mas 
sim a possibilidade dela estar junto de pessoas ditas normais. Para abraçar a 
causa da inclusão diversas entidades e escolas implantaram programas de 
ações inclusivas, e assumiram o compromisso em atender as suas 
necessidades, por constatarem que todos integram uma sociedade que reproduz 
a exclusão dos que equivocadamente são considerados fora dos padrões 
exigidos por esta sociedade. Para Guijarro (2005, p. 125) Inclusão é um 
movimento amplo, diferente de integração que neste caso significa apoiar os 
alunos com deficiência na escola regular, na inclusão o foco é a transformação 
da educação comum para eliminar as barreiras que limitam o aprendizado e a 
participação destes alunos na escola. Atualmente se utiliza também o termo 
educação especial, que segundo Rodrigues (2006, p. 213) é aquela que faz parte 
da educação básica, sendo uma das responsabilidades da escola se organizar 
de forma que permita aos educandos a aprendizagem de conteúdos específicos 
de cada nível educativo. A problematização se dá na identificação das 
necessidades especiais para que a escolha das estratégias metodológicas e 
didáticas possa ocorrer na estrutura física das escolas em termos de 
acessibilidade e no preparo pedagógico e psicológico dos profissionais 
envolvidos no processo. Outro grande problema está na maneira como os 
demais estudantes veem os alunos com deficiência. Mognon, Leichsenring e 
Kania (2006, p. 27), explicam isso quando colocam que “a segregação começa 
a partir da colocação de ‘rótulos’ ou de ‘etiquetas’ nestas pessoas, do tipo ‘não 
vai aprender a ler’, ‘não pode fazer tal movimento’ e outros”. As autoras apontam 
ainda que “a ênfase recai sobre a incapacidade, sobre a deficiência e não sobre 
a eficiência, a capacidade, a possibilidade”, o que não permite a atenção 
necessária e focada para cada um. 
 
 
8 
 
 
 
 
 
 
EDUCAÇÃO ESCOLAR: DIMENSÃO PÚBLICA 
De início convém lembrar que, mesmo numa rápida incursão em nossa política 
educacional, podemos constatar registros que revelam preocupações 
governamentais com a educação para todos. Embora constando de documentos 
oficiais, tais preocupações, intenções ou prerrogativas não têm sido 
acompanhadas de ações que as tornem realidade. 
Reiterada sempre como propósito consensual e inquestionável numa sociedade 
democrática, a educação para todos, em diversos momentos de nossa história, 
mereceu e vem merecendo importantes debates, tanto por iniciativas 
governamentais como não-governamentais 
Numa sociedade em que a crescente falta de respeito a si e ao outro se 
exterioriza em discriminação negativa, competição, corrupção, marginalização e 
exclusão; em que a solidariedade, tolerância, aceitação e cooperação têm sido 
atitudes raras em suas variadas instâncias; e a ética tem sido algo cada vez mais 
distante e desconhecido nas relações humanas, por certo muito se espera da 
escola. 
Sendo um espaço público de capital importância na construção da cidadania, 
para cumprir essa função, a escola tem de ser organizada de modo que atenda 
a diversidade dos educandos, configurando-se como uma instituição social 
aberta e destinada a todos, com sentido integrador ou inclusive 
O fundamental é que a escola se firme como espaço privilegiado das relações 
sociais para todos, não ignorando, portanto, aqueles que apresentem 
necessidades educacionais especiais. Em outros termos, acolhendo "crianças 
com deficiências e crianças bem dotadas, crianças que vivem nas ruas e que 
trabalham, crianças de populações distantes ou nômades, crianças de minorias 
linguísticas, étnicas ou culturais e crianças de outros grupos ou zonas 
9 
 
 
desfavorecidos ou marginalizados (...)" (Brasil, 1997, p.l8), conforme aponta 
a Declaração de Salamanca. 
 
DEMANDAS SOCIOEDUCACIONAIS 
Um dos grandes desafios para os professores é a busca de soluções para 
as questões relacionadas às dimensões sociais, culturais, éticas, econômicas, 
ambientais e estruturais presentes na escola. 
 
A Secretaria de Estado da Educação se apresenta como parceira da comunidade 
escolar oferecendo subsídios teórico-metodológicos e propondo ações, em 
parceria com outras instituições, para a elaboração de estratégias que visam a 
mitigação dos desafios socioeducacionais. 
DIFERENCIAR PARA INCLUIR: A EDUCAÇÃO ESPECIAL 
NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA 
 
Muito antes da Convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência, a 
Convenção interamericana para a eliminação de todas as formas de 
discriminação contra as pessoas portadoras de deficiência (2001), ou 
Convenção da Guatemala, esclarecia sobre o fato de não constituir 
discriminação a diferenciação ou preferência adotada para promover a 
integração social ou o desenvolvimento das pessoas com deficiência, desde que 
a diferenciação ou preferêncianão limite em si mesma o direito à igualdade 
dessas pessoas e que elas não sejam obrigadas a aceitar tal diferenciação ou 
preferência. Por essa Convenção, as diferenciações são, em algumas 
circunstâncias, admitidas, mas jamais serão permitidas a exclusão ou limitações 
e restrições se o motivo for à deficiência. Desatrelada das conquistas de 
movimentos em favor da inclusão escolar, a educação especial, até 2008, 
diferenciava o atendimento a seus estudantes, excluindo-os dos ambientes 
comuns de escolarização, em classes e escolas especiais. 
https://diversa.org.br/educacao-inclusiva/por-onde-comecar/marcos-legais/#convencao-da-onu-sobre-os-direitos-das-pessoas-com-deficiencia
10 
 
 
O propósito atual da educação especial é alinhar-se ao que preceitua a nossa 
Constituição, ao estender e aprofundar a compreensão do direito à educação 
pela internalizarão desses e de outros documentos internacional dos que o Brasil 
é signatário. Mas não é tão fácil e palatável aos sistemas de ensino e aos que 
pleiteiam a educação especial na sua concepção excludente assumir essa virada 
de sentido da diferenciação. Essa dificuldade, embora até certo ponto esperada, 
tem se traduzido por uma resistência vazia de argumentos e de embasamento 
teórico metodológico que convença a volta atrás, o retrocesso aos tempos em 
que o entendimento da educação comum e da educação especial permitia e 
sustentava os benefícios de diferenciar para excluir. 
 
DIFERENÇA E IDENTIDADES NA ESCOLA 
As práticas da inclusão giram em torno de uma questão de fundo: a produção da 
identidade e da diferença. Coloca em xeque a estabilidade da identidade, 
usualmente compreendida como algo fixado, imutável; questiona a diferença, 
como uma referência pela qual alguns grupos discutem seus traços a partir de 
concepções de “comunidade”, enfatizando as necessidades comuns desses 
grupos. 
Os sentidos da identidade e da diferença nos fazem cair em muitas armadilhas, 
obrigando-nos a caminhar com cuidado para evitar as insidiosas ciladas. A 
inclusão implica pedagogicamente na consideração da diferença dos alunos, em 
processos educacionais iguais para todos. A ambivalência dessa situação 
assemelha-se ao andar no fio da navalha. Exige um equilíbrio dinâmico dos que 
atuam nas escolas para que possam atender plenamente o que a inclusão 
prescreve como prática pedagógica, ou melhor, para não cair em diferenciações 
que excluem e nem pender para a igualdade, que descaracteriza o que é peculiar 
a cada educando. 
A igualdade gera identidades naturalizadas, estáveis, fixadas nas pessoas ou 
em grupos e elas têm sido úteis para que a escola defina aparatos pedagógicos 
e estabeleça em sua organização critérios e perfis educacionais idealizados. A 
diferença não cabe nesses perfis engessados, nas classificações e 
11 
 
 
identificações que encerram os estudantes mais adiantados, por exemplo, em 
uma dada turma, os mais atrasados, em outra. Os alunos são sujeitos únicos, 
singulares, heterogêneos, que não se encaixam plenamente nelas. 
A diferença e as identidades são tão instáveis quanto o processo de significação 
do qual dependem. Elas têm sentidos incompletos e, sendo cara e coroa da 
mesma moeda, ambas estão sujeitas a relações de poder, entre as quais as 
exercidas na escola. 
UMA PEDAGOGIA DA DIFERENÇA 
 
A tendência de diferenciar o ensino escolar comum para certos grupos ou 
mesmo para um único aluno é uma prática que não corresponde a uma 
educação verdadeiramente inclusiva. Os aparatos pedagógicos que visam tornar 
menor ou maior o grau de dificuldade do ensino nas salas de aula, associar 
exclusivamente algumas atividades e níveis de dificuldade a certos alunos, 
realizar a escolarização de alguns, seguindo uma programação à parte, mesmo 
que estejam gozando igual direito de estar com todos nas salas de aulas do 
ensino comum, eles continuam sendo excludentes e, portanto, descumprindo o 
direito à diferença. 
Para que uma pedagogia da inclusão seja exercida nas escolas, ela deverá 
acolher a diferença de todos os alunos como próprias da natureza multiplicativa 
da diferença, que se reproduz, não se repetem se ampliam e não se reduzem ao 
idêntico e existente. Esse acolhimento impede que o ensino e aprendizagem 
escolares de alguns alunos sejam restritas a currículos adaptados, objetivos 
educacionais reduzidos, critérios de avaliação abrandados, terminal idade 
específica para certificação escolar, facilitação de atividades, sempre levando 
em conta o que o nosso poder de decidir sobre o que nossos alunos têm ou não 
capacidade de aprender. 
Na linha da diversidade, estão as pedagogias das etnias, religiões, gênero, 
minorias, que têm um caráter estático e que celebram identidades estáveis, 
prontas, que se impõem como representativas de grupos que buscam entre 
outros objetivos, a afirmação social. 
12 
 
 
Essas pedagogias diferem da pedagogia da diferença, construída no 
entendimento pleno da inclusão, destinada a alunos que não se repetem e para 
os quais é impensável sugerir qualquer “customização” educativa. No âmbito 
dessa pedagogia, que é inclusiva por natureza, é o aluno que introduz a cunha 
da diferença ao ensino e à aprendizagem, trazendo para as salas de aula 
mudanças substanciais, que atingem o papel do professor, sugerindo 
moderação na sua função explicativa e na de sancionar acertos e erros e 
deixando espaço para que a criatividade e as descobertas se manifestem a partir 
das experiências e buscas do aluno. 
O trabalho colaborativo, próprio da pedagogia da diferença, organiza-se em 
redes, onde o saber circula horizontalmente, sem hierarquia. Todos têm o que 
ensinar e aprender em um ambiente escolar caracterizado pela diferença de 
capacidades, as quais circulam e diluem a autoria do conhecimento conferida a 
um único aluno. 
Os conteúdos escolares disponibilizados para todos, a partir de atividades 
diversificadas e de livre escolha, as quais não foram predefinidas para um grupo 
ou para um aluno em especial, oferecem aos professores indícios sobre as 
capacidades dos alunos e sobre o que desejam conhecer, tornando-os sujeitos 
ativos do conhecimento. Em resposta ao que seria uma pedagogia que não cai 
nas armadilhas da diferença, propomos que a incumbência de “customizar” seja 
do aluno e não do professor. Ao colocar em ação suas capacidades, diante de 
um conteúdo que pode explorar, sem o controle externo da verdade, o aluno 
compreenderá o novo nas suas medidas e confortavelmente transitará pelos 
caminhos que traçou para aprender. 
Uma sociedade inclusiva é possível e está a caminho. Os avanços nessa direção 
são evidentes e resultantes de conquistas que os tornam irreversíveis. Nosso 
compromisso como educadores do século XXI reveste-se da responsabilidade 
de concretizar uma pedagogia que responda aos anseios e necessidades desse 
novo tempo. 
DIRETRIZES DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO 
ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA 
13 
 
 
O atendimento educacional especializado identifica, elabora e organiza 
recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena 
participação dos alunos, considerando as suas necessidades específicas. As 
atividades desenvolvidas no atendimento educacional especializado 
diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum, não sendo 
substitutivas à escolarização. Esse atendimento complementa e/ou suplementa 
a formação dos alunos com vistas à autonomia e independência na escola e fora 
dela. O atendimento educacional especializado disponibiliza programas de 
enriquecimento curricular, o ensino de linguagens e códigos específicos de 
comunicação e sinalização, ajudas técnicas e tecnologia assistiva, dentre outros. 
Ao longo de todo processo de escolarização, esse atendimento deve estar 
articulado com a proposta pedagógica do ensino comum. A inclusão escolar tem 
início na educação infantil, onde se desenvolvemas bases necessárias para a 
construção do conhecimento e seu desenvolvimento global. Nessa etapa, o 
lúdico, o acesso às formas diferenciadas de comunicação, a riqueza de 
estímulos nos aspectos físicos, emocionais, cognitivos, psicomotores e sociais e 
a convivência com as diferenças favorecem as relações interpessoais, o respeito 
e a valorização da criança. Do nascimento aos três anos, o atendimento 
educacional especializado se expressa por meio de serviços de intervenção 
precoce que objetivam aperfeiçoar o processo de desenvolvimento e 
aprendizagem em interface com os serviços de saúde e assistência social. Em 
todas as etapas e modalidades da educação básica, o atendimento educacional 
especializado é organizado para apoiar o desenvolvimento dos alunos, 
constituindo oferta obrigatória dos sistemas de ensino e deve ser realizado no 
turno inverso ao da classe comum, na própria escola ou centro especializado 
que realize esse serviço educacional. 
 
ELIMINAR BARREIRAS FAZ A DEFICIÊNCIA DEIXAR DE SER 
FATOR DE EXCLUSÃO 
A atual PNEEPEI, que vem garantindo a inclusão de alunos com deficiência nas 
escolas brasileiras, traz uma mudança no entendimento sobre a deficiência 
14 
 
 
estabelecido décadas atrás. A pesquisadora do Leped da Unicamp destaca a 
transição do modelo médico para o modelo social atual. 
Na década de 70, por exemplo, a deficiência era entendida por uma lógica de 
curas e tratamentos, e foi a luta do próprio movimento das pessoas com 
deficiência, ao longo desse processo, que conseguiu realizar a transição para o 
chamado modelo social. 
O movimento conseguiu garantir que lugar da pessoa com deficiência era na 
escola regular, e não em uma escola especial que agrupava várias terapias com 
atividades pedagógicas que, ao fim, tinham um papel secundário. Em 2008, esse 
direito foi garantido, acompanhando a convenção da ONU que traz um novo 
conceito para deficiência, como destaca a pesquisadora. 
“O conceito de deficiência ficou como o que resulta do contato entre quem tem 
deficiência e a barreira do contexto, e se você elimina as barreiras, a deficiência 
deixa de ser um fator que exclui”, observa. “A educação especial passa então 
ser o apoio, o alicerce para a inclusão. E isso incomodou muito, porque muitas 
entidades passaram a perder matrículas com dinheiro público porque a escola 
ao lado da casa da criança, que é o que está previsto na Constituição, passou a 
ofertar, não só a escolarização, mas também o apoio especializado” ressaltam. 
 
ATUALIZAR É APERFEIÇOAR 
A transição do modelo social para o dos direitos humanos, em processo hoje, 
acaba por reforçar que a deficiência é uma condição do sujeito, mas que não 
determina quem ele é ou que ele pode fazer. 
“A gente vai mostrando que o que precisa estar em xeque é como a escola 
funciona como ela está estruturada e qual é o entendimento que a gente tem de 
estudante ideal. E esse é um problema muito sério, porque não só discrimina e 
exclui as pessoas com deficiência, mas exclui também as crianças que estão em 
situação de vulnerabilidade.” 
15 
 
 
Diante disso, Meire explica que qualquer “atualização” na política nacional de 
inclusão deveria ser para monitorar e aperfeiçoar sua implementação. 
“O desmonte vai por aí, porque eles viram que o AEE é muito potente para que 
todas as escolas tenham o serviço especializado sem precisar segregar ninguém 
e muitos menos alocar serviços públicos em instituições privadas”, pontua. 
A discussão da reforma de Temer está desde 2019 no âmbito do Conselho 
Nacional da Educação (CNE) e é também acompanhada pela Procuradoria 
Federal dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal. As entidades, 
movimentos e representantes agora ficam atentos ao governo Bolsonaro, que 
confirma o mesmo interesse de Temer por repassar investimentos públicos às 
iniciativas privadas. 
“O MP está atento porque, apesar de ser um governo eleito e ter a caneta para 
fazer as mudanças que são legítimas que o Executivo faça, eles não podem tudo, 
não podem escrever de novo a Constituição Federal e muito menos achar que 
têm o direito de ferir as normas maiores do país”, destaca a pesquisadora. 
1.1 INCLUSÃO SOCIAL: O QUE É E COMO PRATICAR? 
 
O que é inclusão social? O termo que vem sendo amplamente comentado nos 
últimos tempos refere-se à possibilidade de dar a todas as pessoas, 
independentemente de suas diferenças, os mesmos direitos e oportunidades. 
Além dos portadores de deficiências físicas, motoras e cognitivas, podemos 
considerar como parte do grupo de pessoas menos favorecidas os negros, 
indígenas, homossexuais, transexuais e pessoas com pouco ou nenhum recurso 
financeiro. Ou seja, seres humanos que, de alguma forma, saem do padrão de 
normalidade criado pela sociedade. 
16 
 
 
 
 
FONTE:http://www.institutoreacao.org.br/inclusao-social-o-que-e-e-como-
praticar/?utm_source=google&utm_medium=cpc&utm_campaign=pd05-trafego-artigos-
blog&gclid=Cj0KCQjw-uH6BRDQARIsAI3I-Ucc0agS_cXlO9RleRKcC6XaqcsqsVE8Itoz42IEjk-
UOoSoQQFdcfAaAiwdEALw_wcB 
 
1.2 A INCLUSÃO SOCIAL NO BRASIL 
 
Por mais que o Brasil seja um país que se formou graças a diversas misturas de 
raças, as diferenças ainda são vistas de maneira equivocada, fazendo com que 
a inclusão social seja uma necessidade que precisa ser bastante trabalhada. 
A lei nº 13.146 de 6 de julho de 2015, por exemplo, fala sobre a inclusão de 
pessoas com deficiência, tanto física quanto mental, intelectual e sensorial. O 
denominado “Estatuto da Pessoa com Deficiência” assegura e promove aos 
seus portadores o direito de igualdade perante a sociedade, incluindo 
acessibilidade, acesso à informação, participação na vida pública e política, entre 
outros. 
17 
 
 
No entanto, sabemos que muito ainda precisa ser feito, e é nesse ponto que 
entram os trabalhos de fundações, instituições e ONGs. 
 
1.3 TIPOS DE INCLUSÃO SOCIAL 
 
Inclusão social para moradores de rua 
O projeto de lei nº 2470/2007, já aprovado pela Câmara do Deputados, exige a 
contratação de moradores de rua por empresas que vencem licitações públicas 
de obras e serviços. Já a lei nº 6.128 de 1º de março de 2018, estabelece que 
2% das vagas de trabalho provenientes de licitações públicas distritais também 
sejam destinadas a pessoas nessas condições. 
 
 
Inclusão social de ex-presidiários 
A lei federal nº 7.210 de 1984, garante que ex-detentos retornem ao mercado de 
trabalho tão logo tenham cumprido suas penas. O início dessas atividades 
também pode ser dentro do presídio, atrelado ao bom comportamento ou em 
regime semi-aberto. 
 
Inclusão social pela educação 
O artigo 205 da Constituição Federal Brasileira ressalta que “a educação é um 
direito de todos e dever do Estado e da família”. Porém, é comum ver que 
condições financeiras insatisfatórias acabam tirando as crianças das escolas, 
fazendo com que muitas iniciem atividades de trabalho logo cedo para ajudarem 
no sustento da família. 
Quando conseguem estudar, muitos dos jovens de baixa renda não chegam às 
faculdades. Programas como os sistemas de cotas raciais e cotas sociais são 
18 
 
 
formas de inclusão social para que jovens desses grupos consigam entrar em 
universidades públicas. 
 
Inclusão social através do esporte 
O esporte tem sido uma importante ferramenta quando o assunto é inclusão 
social. Além de promover a convivência em grupo, atividades desse tipo ajudam 
no crescimento pessoal, na percepção da participação de cada um na sociedade, 
no aprimoramento da disciplina, do respeito ao próximo, entre diversos outros 
aspectos. 
O Instituto Reação acredita na transformação que o esporte proporciona. Por 
isso, desde 2003, utiliza o judô como instrumento de inclusão social em 
seus projetos. Atualmente, já são mais de 1.800 crianças, jovens e adolescentes 
atendidos em pólos distribuídos nas comunidades do Rio de Janeiro e de 
Cuiabá.Quer saber mais? Acesseeste link e conheça todos os projetos da 
Reação. 
 
O PÚBLICO-ALVO DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA 
 
O público-alvo da educação inclusiva, orientada pelo direito universal à 
educação, envolve todas as pessoas, independentemente de suas 
particularidades. 
As pessoas com deficiência têm sido um dos principais focos da área porque 
foram historicamente privadas da participação nas redes de ensino. Bem como 
por estarem associadas a um estigma de “anormalidade”, o que acentua o 
processo discriminatório e a exclusão. Por essas e outras razões, 
a legislação determina que o público-alvo da educação especial na perspectiva 
da educação inclusiva corresponde aos estudantes com deficiência, transtorno 
do espectro autista (TEA) e altas habilidades/superlotação. 
Mas é importante reforçar que a educação inclusiva diz respeito a todas as 
pessoas, sem exceção. Ou seja, todos os alunos, com ou sem deficiência, têm 
https://diversa.org.br/educacao-inclusiva/por-onde-comecar/marcos-legais/#politica-nacional-de-educacao-especial-na-perspectiva-da-educacao-inclusiva
19 
 
 
direito ao acesso (matrícula e presença), à participação em todas as atividades 
da escola e à aprendizagem, com equiparação de oportunidades para o pleno 
desenvolvimento de seu potencial. 
 
ACESSIBILIDADE 
A acessibilidade prevê a eliminação de barreiras presentes no ambiente 
físico e social que impedem ou dificultam a plena participação das pessoas com 
e sem deficiência em todos os aspectos da vida contemporânea. A 
acessibilidade é fundamental para a inclusão e deve estar presente em 
diferentes contextos, tais como: arquitetônico, comunicacional, metodológico, 
instrumental, atitudinal, programático, entre outros. 
Quais são os contextos relacionados à acessibilidade? 
• Acessibilidade arquitetônica: eliminação de barreiras ambientais físicas 
nas residências, nos edifícios, nos espaços e equipamentos urbanos, nos 
meios de transporte individuais ou coletivos; 
• Acessibilidade comunicacional: eliminação de barreiras na comunicação 
interpessoal (oral, língua de sinais), escrita (jornal, revista, livro, carta, 
apostila etc., incluindo textos em braille e o uso de computador portátil) e 
virtual (acessibilidade digital); 
• Acessibilidade metodológica: eliminação de barreiras nos métodos e 
técnicas de estudos (escolar), de trabalho (profissional), de ação 
comunitária (social, cultural, artística etc.) e de educação familiar; 
• Acessibilidade instrumental: eliminação de barreiras para o acesso e 
manuseio de instrumentos, utensílios e ferramentas de estudos (escolar), 
de trabalho (profissional), de lazer e recreação (comunitária, turística, 
esportiva etc.); 
• Acessibilidade programática: eliminação de barreiras “invisíveis” 
embutidas em políticas públicas (leis, decretos, portarias etc.), normas e 
regulamentos (institucionais, empresariais etc.); 
20 
 
 
• Acessibilidade atitudinal: eliminação de preconceitos, estigmas, 
estereótipos e discriminações nas pessoas em geral. 
[1] Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Ética e cidadania: construindo valores na 
escola e na sociedade. Brasília: Ministério da Educação, SEIF, SEMTEC, SEED, 2003. 
Disponível em: http://www.oei.es/quipu/brasil/ec_inclu.pdf 
 
A inclusão social representa a promoção do exercício da cidadania para todas as 
pessoas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
 ALGUMAS REFLEXÕES ACERCA DA SOCIOEDUCAÇÃO 
 
1. EDUCAÇÃO HUMANÍSTICA 
 A vinculação entre a socioeducação e a necessidade da implementação de uma 
proposta pedagógica capaz de constituir-se em ação formadora dos 
adolescentes que se encontram submetidos ao cumprimento de medidas 
socioeducativas De algum modo, essa é uma crença que tem sido assumida e 
reforçada em diversos discursos sobre socioeducação, sendo que quase todos 
eles põem em evidência o fim proclamado para a ação socioeducativa como 
sendo preparar os indivíduos para a vida social ou inseri-los na vida social, 
reintegrando-os. Ao definir os atributos do ato socioeducativo como o de preparar 
os indivíduos para a vida social, institui-se um parâmetro universal sobre os fins 
da socioeducação, e esse parâmetro pode ser expresso em um outro discurso 
paralelo e a ele correspondente: o de formar os indivíduos para o exercício da 
Cidadania. 
Assim, pode-se dizer que a ação socioeducativa constitui-se num processo que 
tem por objetivo preparar a pessoa em formação (adolescentes) para assumir 
papéis sociais relacionados à vida coletiva, à reprodução das condições de 
existência (trabalho), ao comportamento justo na vida pública e ao uso adequado 
e responsável de conhecimentos e habilidades disponíveis no tempo e nos 
espaços onde a vida dos indivíduos se realiza. Ao lado disso, desdobra-se o 
conjunto das ações educativas a serem desempenhadas pelos educadores que 
devem buscar articulação entre as relações práticas da educação e a 
necessidade do adolescente à vida política e social, individual e coletiva, sendo 
a educação o caminho necessário para a formação do sujeito-cidadão ao dotar 
os educandos dos instrumentos que lhes são necessários e pertinentes. 
2. PARTICIPAÇÃO POLÍTICA 
É possível estruturar uma intervenção pedagógica, no aspecto gestão, baseada 
na participação democrática. Para tanto, utilizaremos referenciais bastantes 
presentes na pedagogia histórica crítica e no próprio SINASE [nota 11] para 
identificar elementos importantes no processo de participação da comunidade 
http://crianca.mppr.mp.br/pagina-434.html#nota11
22 
 
 
socioeducativa. Essa comunidade é composta pelos profissionais, famílias e 
adolescentes dos Programas de Atendimento Socioeducativo, e este colegiado 
deve acompanhar e decidir acerca de todas as deliberações, planejamento, 
execução, monitoramento, avaliação e redirecionamento das ações do 
Programa de Execução de Medidas Socioeducativas. Este fazer deve ser assim, 
compartilhado, tendo como principal destinatário o coletivo em questão, 
contemplando as peculiaridades e as singularidades dos participantes. 
Para a constituição dessa comunidade socioeducativa podem ser utilizados 
diferentes dispositivos aptos a concretizar práticas político-pedagógico-
democráticas. Para que se garanta a efetividade de uma gestão participativa, é 
fundamental que todos participam das deliberações, da organização e das 
decisões sobre o funcionamento dos programas de atendimento; da mesma 
forma, indispensável se torna a realização do chamado diagnóstico situacional 
dinâmico e permanente, que se constitui no levantamento periódico e 
permanente quantitativo e qualitativo da situação do programa de atendimento, 
em seus diversos aspectos (administrativo, pedagógico, gestão e outros). 
As assembleias, outro recurso importante, constituem-se em espaço de encontro 
coletivo para a discussão de assuntos relevantes para a vida organizacional, 
devendo acontecer de forma sistemática, com frequência, no mínimo, mensal, 
contando sempre com a participação dos adolescentes e das famílias. Sugere-
se que a coordenação das Assembleias se dê de maneira rotativa, estimulando 
a prática da mediação com representantes de vários segmentos. A partir das 
Assembleias, podem ser também formadas as comissões temáticas ou grupos 
de trabalho que objetivam solucionar questões levantadas no diagnóstico ou em 
encaminhamentos específicos eventualmente identificados nas assembleias. 
Estas comissões ou grupos podem ser constituídos pelas pessoas interessadas 
nos diversos segmentos de trabalho do programa, devendo funcionar mediante 
um plano de ação e um prazo de sua execução. 
 
 
 
23 
 
 
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https://pedagogiaconcursos.com/questoes-de-concursos/20-questoes-
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Estudos e Pesquisas em Ensino e Diferenças (LEPED). 
©Instituto Rodrigo Mendes. Licença Creative Commons BY-NC-ND 
2.5. Site externo A cópia, distribuição e transmissão dessa obra são 
livres, sob as seguintes condições: Você deve creditar a obra como de 
autoria de Maria Teresa Eglér Mantoan e licenciada pelo Instituto 
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