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PROCESSO CIVIL III – EXECUÇÃO Prof. Wellington de Oliveira 2. PRINCÍPIOS DA EXECUÇÃO 2.1 Princípio da máxima execução Em regra, no direito processual executivo vige a idéia de que a execução deve redundar em proveito do credor, no resultado mais próximo que se teria caso não tivesse havido a transgressão de seu direito. Na verdade, essa diretriz nada mais é do que o brocardo jurídico que diz que “o processo deve dar a quem tem direito tudo aquilo e exatamente aquilo a que tem direito” (Wambier, p. 151, 2008). Esse princípio encontrará grande aplicação exatamente na execução, tendo em vista que, em não havendo satisfação espontânea por parte do devedor, a execução se utilizará de meios materiais coercitivos, adentrando-se no patrimônio alheio com o fito da efetiva entrega jurisdicional ao credor, ou seja, a total satisfação daquilo que se busca, isto é, o bem da vida. A máxima utilidade consiste em arregimentar e fazer uso de todos os métodos e medidas que se prestam à efetivação desse princípio, dentre os quais podemos citar: (I) a previsão de multa diária (astreintes), na execução das obrigações de fazer e não fazer (arts. 644 e 645 do CPC) e de entrega de coisa (art. 621, § único); (II) a execução provisória; (III) antecipação de tutela (art. 273, 461 e 461-A); (IV) a sanção do devedor que age deslealmente (art. 600); (V) o arresto de bens do devedor não localizado (art. 653) 2.2 Princípio do menor sacrifico do executado Paralelo a preocupação com a efetividade da execução em prol do credor, imperiosos buscar o caminho menos gravoso para o devedor. É essa a norma contida no art. art. 620 do CPC: “Quando por vários meios o credor puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o devedor”. O objetivo da execução civil é a satisfação do credor. Mas sem a exigência de punição ao devedor. O regramento do art. 620 do CPC nada mais é do que o respeito ao princípio da proporcionalidade, o qual informa que em havendo a necessidade do sacrifício de um direito em relação ao outro, a execução deverá cingir-se aos limites estritamente necessários. Podemos mencionar alguns dos mecanismos da execução que levam em conta esse entendimento: (I) o direito de o devedor pedir a substituição do bem penhorado por outro, no prazo de 10 (dez) dias depois de intimado da penhora, desde que comprove que isto não trará prejuízos ao credor (art. 668); (II) o direito do devedor requerer a substituição do bem penhorado mesmo fora do prazo do art. 668, em determinadas hipóteses previstas pelo art. 656, caput e § 2º; (III) a possibilidade de o devedor ficar como depositário dos bens penhorados (art. 666, § 1º) (IV) a proibição de arrematação do bem por preço vil (art. 692), etc. 2.3 Princípio do contraditório Diferentemente do que se pensava anteriormente, no processo de execução há incidência do contraditório, sem o qual não é possível a existência de qualquer processo, conforme o que estabelece o art. 5º, inc. LIV e LV da CRFB/88). O equívoco reside no fato de que na execução não há discussão acerca do mérito da demanda, que já se exauriu no processo de conhecimento. Ou seja, o juiz não investiga, dentro da execução, se “a” ou “b” tem razão.
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