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Seminário IV - Execução Fiscal

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MÚDULO INCIDÊNCIA DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
Seminário IV – REALIZAÇÃO DA DÍVIDA ATIVA: EXECUÇÃO FISCAL, MEDIDA CAUTELAR FISCAL E MEIOS DE DEFESA DO CONTRIBUINTE
Aluno: Luiz Arthur Medeiros Miguel
Resposta ao Questionário:
1- QUAL A NATUREZA JURÍDICA DA EXECUÇÃO FISCAL E DA MEDIDA CAUTELAR? IDENTIFICAR O FUNDAMENTO E OS REQUISITOS LEGAIS DA MEDIDA CAUTELAR FISCAL, BEM COMO APONTAR QUAL O MOMENTO OPORTUNO PARA SUA PROPOSITURA: 
Em meu entendimento, a Execução Fiscal possui natureza de procedimento/processo executivo, instaurado por meio de demanda judicial, onde se evoca a coercitividade da Jurisdição para obter a satisfação do crédito fiscal através da expropriação do patrimônio do devedor. Por isso, possui caráter exacional satisfativo de caráter especial. Isso porque, é objeto de legislação própria, a saber a LEF. 
As medidas cautelares, assim como previsto na legislação ordinária, são instrumentos processuais que se relacionam com a efetividade do direito material vindicado, ou seja, estão postas no ordenamento para resguardar a viabilidade (efetividade) do direito material que dá azo ao pleito. Neste caso, viabilizam a edição de uma norma jurídica de caráter individual e concreto de viés protetivo ao crédito, através da indisponibilidade patrimonial do devedor. 
Isto posto, as medidas cautelares possuem ares de provisoriedade em relação ao direito material discutido no mérito da lide, possuindo o escopo de, para além dos sainetes da justiça, garantir a efetividade do processo, eliminando (ou, no limite, reduzindo) o receio de inoperatividade da tutela definitiva, arvorando-se, para tanto, no poder de cautela do juiz.
As medidas cautelares em sede de execução fiscal, possuem fundamento no permissivo constante do art. 4º da Lei 8397/92, desde que preenchidos os requisitos constantes do art. 2º e 3º do referido diploma[footnoteRef:1]. [1: Art. 2º A medida cautelar fiscal poderá ser requerida contra o sujeito passivo de crédito tributário ou não tributário, quando o devedor:                      
        I - sem domicílio certo, intenta ausentar-se ou alienar bens que possui ou deixa de pagar a obrigação no prazo fixado;
        II - tendo domicílio certo, ausenta-se ou tenta se ausentar, visando a elidir o adimplemento da obrigação;
        III - caindo em insolvência, aliena ou tenta alienar bens;        
        IV - contrai ou tenta contrair dívidas que comprometam a liquidez do seu patrimônio;
        V - notificado pela Fazenda Pública para que proceda ao recolhimento do crédito fiscal:  
        a) deixa de pagá-lo no prazo legal, salvo se suspensa sua exigibilidade;        
        b) põe ou tenta por seus bens em nome de terceiros;  
        VI - possui débitos, inscritos ou não em Dívida Ativa, que somados ultrapassem trinta por cento do seu patrimônio conhecido;                       
        VII - aliena bens ou direitos sem proceder à devida comunicação ao órgão da Fazenda Pública competente, quando exigível em virtude de lei;                   
        VIII - tem sua inscrição no cadastro de contribuintes declarada inapta, pelo órgão fazendário;  
        IX - pratica outros atos que dificultem ou impeçam a satisfação do crédito.      
   
        Art. 3° Para a concessão da medida cautelar fiscal é essencial:
        I - prova literal da constituição do crédito fiscal;
        II - prova documental de algum dos casos mencionados no artigo antecedente.
] 
Sobre o momento oportuno para sua propositura, me filio à doutrina que entende seu cabimento de maneira ampla, i.e., quer seja de maneira incidental no curso da Execução Fiscal, quer seja em sede preparatória – na forma de tutela cautelar antecedente-, na forma preconizada pelo art. 11 da Lei 8.397/92[footnoteRef:2], que se harmoniza com perfeição ao art. 305[footnoteRef:3] e ss. do CPC, desde que haja a devida constituição do crédito tributário exigível. [2: Art. 11. Quando a medida cautelar fiscal for concedida em procedimento preparatório, deverá a Fazenda Pública propor a execução judicial da Dívida Ativa no prazo de sessenta dias, contados da data em que a exigência se tornar irrecorrível na esfera administrativa.
] [3: Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em caráter antecedente indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que se objetiva assegurar e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.] 
2- AO RESPONDER JUSTIFIQUE SUAS RESPOSTAS. QUANTO À EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE, PERGUNTA-SE: 
A) EM QUE CONSISTE A EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVDADE? É UMA AÇÃO OU UM MEIO DE DEFESA?
Em meu entendimento, a Exceção de Pré-Executividade deve ser tratada como meio de defesa atípico, que atua de maneira incidental no feito executivo, onde o jurisdicionado (executado) pode, por meio de petição, arguir matérias de ordem pública as quais o juiz poderia reconhecer de ofício, pondo à termo a demanda executiva. 
Aliás, seu gênio criador, PONTES DE MIRANDA, justificou a existência de tal instituto justamente pela impossibilidade lógica do sistema jurídico condicionar em termos extremamente formais a alegação de uma matéria, que por via transversa, sequer a parte precisaria alegar, pois o juízo deveria realizar seu controle de ofício.
Nesse diapasão, pode-se entender a exceção de pré-executividade como defesa incidental, que objetiva reclamar um reexame (pois, via de regra, o juízo deveria já tê-lo analisado) de admissibilidade quanto ao feito executivo.
B) QUAL É O SEU FUNDAMENTO LEGAL?
Ainda que exceção de pré-executividade seja instrumento processual criado pela construção doutrinária, o STJ é tranquilo quanto a sua admissão, desde que a matéria alegada seja conhecível de ofício, o excipiente tenha prova pré-constituída de sua alegação e, não haja necessidade de instrução probatória. Tal entendimento encontra-se sumulado pelo STJ por meio do enunciado da súmula 393 STJ[footnoteRef:4]. [4: Súmula 393 A exceção de pré-executividade é admissível na execução fiscal relativamente às matérias conhecíveis de ofício que não demandem dilação probatória.] 
Outrossim, verifico no CPC dois artigos que justificam legalmente a existência de tal instituto de defesa, quais sejam, o art. 518 do CPC que predispõe que todas as questões relativas à validade do procedimento de cumprimento da sentença e dos atos executivos subsequentes poderão ser arguidas pela executado nos próprios autos e serão decididas pelo juiz, bem como, o art. 803, p. único do CPC, que também diz que a nulidade da execução será pronunciada pelo juiz, de ofício, ou a requerimento da parte, independente de embargos à execução. 
C) HÁ LIMITE TEMPORAL PARA O SEU OFERECIMENTO NO PROCESSO EXECUTIVO? HÁ LIMITE LÓGICO-PROCESSUAL PARA O SEU OFERECIMENTO?
Diante do fundamento de que a exceção de pré-executividade se põe a debater sobre matérias de ordem pública, não sujeitas à preclusão, entendo que Exceção pode ser arguida a qualquer tempo. 
Todavia, faço ressalva que tal entendimento não se estende àquelas questões acobertadas pela força da coisa julgada, onde se opera a eficácia preclusiva decorrente da decisão transitada em julgado, pois neste caso, a questão suscitada, ainda que seja de ordem pública, já se restou decidida, sendo objeto de uma norma jurídica de caráter individual e concreto que não pode ser superado, em respeito à segurança jurídica almejada pelo sistema.
D) A OPOSIÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE TEM CONDÃO DE SUSPENDER O TRÂMITE DO PROCESSO DE EXECUÇÃO?
Partindo da premissa de que as condições suspensivas dos ritos processuais e dos atos judiciais somente se operam mediante uma norma jurídica que lhe determina, observo que o sistema normativo é silente quanto à suspensão automática da execução em razão da oposição de Exceção de Pré-Executividade.
Dessa forma, entendo que, nos limites científicos do objeto, não se pode almejar a existência de um efeito ao qual a norma não expressou (ope legis). Todavia, parto da premissa que, isso não impede que o pedido de suspensão da marcha executiva possa virinstruído como pedido de tutela de urgência no caso concreto (medida suspensiva ope judicis), desde que presentes os requisitos autorizativos de tal medida processual (fummus boni iuris e periculum in mora), fazendo recorte especial quanto às hipóteses autorizativas de suspensão do processo predispostas no art. 313 do CPC, em especial quanto aos incisos 303,V, a, do CPC, onde existe a previsão de suspensão do processo, nos casos em que a sentença de mérito depender do julgamento de outra causa ou da declaração de existência ou de inexistência de relação jurídica que constitua o objeto principal da demanda – o que, não raro, é o escopo da exceção de pré-executividade apresentada pelo executado.
E) A OPOSIÇÃO DE EXEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE IMPEDE O AJUIZAMENTO DE EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL? 
Partindo da premissa de que o referido instituto processual que não traz consigo norma de suspensão da marcha processual executiva (ope legis), entendo a existência da Exceção de Pré-Executividade não impede, e nem suspende o prazo para oposição dos Embargos à Execução Fiscal, cujos marcos temporais e requisitos necessários para sua interposição encontram-se dispostos no art. 16 da Lei 6830/80 (LEF).
 
3- CONSIDERANDO AS ALTERAÇÕES RELATIVAS AO PROCESSO DE EXECUÇÃO TRAZIDAS PELO CPC/15, PERGUNTA-SE: 
A) Aplicam-se os arts. 914 do CPC (admite-se embargos à execução sem garantia da execução), 915 (fixa prazo oposição de embargos à execução – 15 dias) e 919 (estabelece que os embargos à execução não são dotados de efeito suspensivo) todos do CPC, nos processos de Execução Fiscal?
Antes de ingressar no escopo das respostas das questão acima, entendo ser necessário fixar a premissa de que, em respeito à harmonia do sistema jurídico e plena análise da norma à luz de seu plano de sistematização, o código processual ordinário estabeleceu como sainete a busca da celeridade e eficiência no tramite dos processos de caráter executivo, e nesta sorte, tal animação performa no âmbito dos processos de Execução Fiscal, pois, essa última, enquanto norma específica reclama a incidência da norma ordinária como elemento de aplicação subsidiária, conforme diz o art. 1º da LEF[footnoteRef:5]. Isto posto, a partir do momento que se identificar a existência de uma lacuna normativa no texto legal da LEF, haverá, por sua própria redação, a evocação do CPC para a desejada complementação. [5: Art. 1º LEF - A execução judicial para cobrança da Dívida Ativa da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e respectivas autarquias será regida por esta Lei e, subsidiariamente, pelo Código de Processo Civil.] 
Como premissa, também, é necessário de impor como fato inexorável, que a legislação especial traz em seu texto previsão expressa de que o prazo para oposição dos Embargos à Execução em sede de Execução Fiscal começa a correr da ocorrência de fato constritivo efetivamente realizado (art. 16,§1º da LEF[footnoteRef:6]), de modo que, então, o instrumento dos Embargos exige como fato precedente a realização da garantia à execução. [6: Art. 16 LEF - O executado oferecerá embargos, no prazo de 30 (trinta) dias, contados:
(...)
§ 1º - Não são admissíveis embargos do executado antes de garantida a execução.
] 
Estabelecidas tais premissas, entendo que, sobre a oposição de Embargos à Execução sem a garantia da Execução, o que se percebe pela premissa acima exposta, é que realização do fato constritivo é condição sine qua non para o manejo da ação defensiva – o que induz à ideia de que, inexistindo a garantia, não há se falar na viabilidade dos Embargos, pois não ocorrido no mundo jurídico o fato descrito como termo que deflagra o seu cabimento, em situações típicas. 
Isso significa, por outro lado, interpretar a norma no sentido de deduzir que somente a garantia integral da dívida permitiria a oposição dos Embargos à Execução, pois, o art. 16 §1º da LEF não apresenta redação que implemente no sistema jurídico tal qualificação sobre a garantia. 
Inarredável que a oposição de qualquer ação judicial (ainda mais as de caráter defensivo) deve observância aos direitos fundamentais que performam em favor do jurisdicionado, dentre os quais, cita-se a inafastabilidade da jurisdicição e do acesso à justiça[footnoteRef:7], como cláusula de efeitos ambivalentes, pois, se de um lado a jurisdição não pode deixar de verter seu poder pacificador sob lesões ou ameaças à direitos, de outro, é justamente nisso que o jurisdicionado se fia para buscar no Estado a pacificação do conflito existente (Execução). [7: Art. 5º CF: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
] 
A dignidade da pessoa humana é standard jurídico no qual se firma o Estado Democrático Brasileiro, de modo que, se opera dentro do sistema jurídico a regra interpretativa do pro homine. I.e., caso determinado dispositivo normativo comporte interpretações várias, deve se adotar aquela que amplia o gozo do direito fundamental à luz do standard que inspira todo o sistema, preterindo àquela interpretação que impõe caráter restritivo. Por isso, em meu entendimento, é que o art. 16§1º autoriza que os Embargos à Execução sejam opostos mediante a garantia parcial da Execução.
Na linha daquilo que acima se expôs, vale destacar que ao longo dos últimos anos o STJ tem se tornado cada vez mais flexível quanto à exigibilidade da garantia da Execução como requisito para oposição dos preditos Embargos, valendo salientar que, hoje, já se tornou matéria sedimentada a possibilidade de oposição dos Embargos à Execução Fiscal sem realização de qualquer garantia naqueles casos em que o Executado se mostre hipossuficiente[footnoteRef:8], i.e., quando restar argumentado e comprovado que o devedor não possui patrimônio capaz de realizar a referida garantia [8: Recurso Especial nº 1.487.772/SE, Relator: Ministro Gurgel de Faria, Primeira Turma, julgado em 28/05/2019, DJe 12/06/2019.] 
Sobre o prazo para oposição dos Embargos, entendo que, por haver previsão normativa expressa na lei específica, o referido hiato não ser lido pelas normas oriundas da lei ordinária, mas sim, respeitado o prazo de 30 dias exposto no art. 16, caput, da LEF.
Por último, quanto à aplicação de efeitos suspensivos aos Embargos à Execução Fiscal, entendo, em primeiro, que, a LEF não rechaça sua figura. Em verdade, ela nada menciona a respeito, e por isso a aplicação dos efeitos suspensivos aos Embargos à Execução Fiscal reclamará a análise da lei geral (CPC) como veículo de complemento normativo.
No sistema jurídico pátrio, a aplicação do efeito suspensivo aos Embargos à Execução (Fiscal ou não), não ocorre ope legis, mas sim, decorre de uma atividade ope judicie, de modo que para que seja aplicado os efeitos suspensivos aos Embargos, deve antes, haver decisão judicial que verifique a presença de tais requisitos. 
Nesse sentido, o art. 919 §1º do CPC impõe como requisito para concessão do efeito suspensivo à execução, que sejam apresentada fundamentação que denote a existência daqueles requisitos exigidos para concessão da tutela de urgência, e acrescenta: desde que a execução já esteja garantida por penhora, depósito ou caução suficientes.
Dessa forma, a significação do termo suficientes indica que a aplicação dos efeitos suspensivos aos Embargos, exige, como requisito, a existência de garantia integral da Execução, não podendo se pretender a aplicação de tal efeitos naqueles casos de realização de garantia parcial. 
4- COM RELAÇÃO AO INSTRUMENTO CONSTRITIVO DO PATRIMÔNIO DO CONTRIBUINTE-DEVEDOR PREVISTO NO ART. 185 – A DO CTN (CONHECIDA COMO PENHORA ON LINE). PERGUNTA-SE: 
A) QUAL A SUA NATUREZA JURÍDICA? TRATA-SE DE PENHORA OU MEDIDA CAUTELAR? 
Pela redação apresentada pelo art. 185-A do CTN, identifico na respectiva norma traços de familiaridademaiores com uma medida cautelar assecuratória destinada ao recebimento do crédito tributário, onde o que se pratica, em verdade, muito mais parece uma forma sui generis por arresto, ou uma pré- penhora.
 O escopo da predita norma é dirigido ao exercício de uma função conservativa, e por isso, se diferencia da penhoram, que performa no sistema como instrumento de caráter executivo, expropriatório. 
Nesse sentido, o STJ há algum tempo tratou de pacificar a questão, vaticinando:
“TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL.  EXECUÇÃO FISCAL. ART. 185-A DO CTN. NECESSIDADE. REVISÃO DE ASPECTOS FÁTICO-PROBATÓRIOS. INVIABILIDADE.SÚMULA 7/STJ.
1. A finalidade do dispositivo 185-A é evitar que o patrimônio do devedor seja transferido a terceiro, em prejuízo da execução. Trata-se de Medida Cautelar para garantir que, enquanto a Fazenda Nacional procura os bens do devedor, se evite a frustração de seus créditos, e daí a decretação genérica de indisponibilidade.[footnoteRef:9] [9: AgRg no AREsp nº 272.275/PB, Rel. Min. Herman Benjamin, 2ª Turma, j. 21/03/2013, DJe 13/06/2013,] 
B) A DECRETAÇÃO DA INDISPONIBILIDADE A QUE SE REFERE O ART. 185-A DO CNT É FATO JURÍDICO SUFICIENTE À ABERTURA DE PRAZO PARA APRESENTAÇÃO DE EMBARGOS?
Como acima mencionado, a decretação de indisponibilidade, por si, não é ato que performe na transferência dos valores indisponibilizados para os cofres do Estado, neste caso, para um conta judicial específica para este fim. Por isso, em se considerando os fatos descritos pelo art. 16 da LEF para contagem o termo a quo para oposição dos Embargos à Execução, o que se verifica é que a decretação de indisponibilidade não se apresenta no rol descrito naquele dispositivo, e por isso, não pode vir a servir como elemento autorizativo para contagem de prazo para apresentação de embargos
C) QUAIS SEUS PRESSUPOSTOS E LIMITES LEGAIS? É NECECESSÁRIA DEMONSTRAÇÃO POR PARTE DA FAZENDA DE QUE INEXISTEM OUTROS BENS CAPAZES DE GARANTIR A DÍVIDA (ADMITE-SE A CONSTRIÇÃO DE ATIVOS FINANCEIROS SEM A PRÉVIA CIÊNCIA DO EXECUTADO)?
Partindo da premissa de que, aquilo que é juridicamente garantido também é juridicamente limitado e, que, em um Estado Democrático de Direito, o direito é instrumento de linguagem que encontra em si mesmo seus limites, observa-se que os requisitos objetivos e subjetivos para decretação de indisponibilidade estão descritos no art. 185-A do CTN.
Partindo desses pressupostos depreende-se da leitura o artigo acima que os pressupostos que autorizam a decretação de indisponibilidade são: a) citação do devedor; b) não pagamento e não apresentação de bens à penhora no prazo legal e; c) não serem encontrados bens e direitos.
Em se considerando que o processo executivo não é um fim em si mesmo, de modo que, somente existe como e na exata medida de satisfazer o direito material constante do título que consubstancia a demanda, entendo que a medida de indisponibilidade de bens respeitar os limites do valor executado. 
Quanto à necessidade de ciência prévia do Executado sobre a medida constritiva a ser realizada, entendo que também serve de regência no processo executivo o princípio da eficiência, de modo que, o seu escopo último é satisfazer a obrigação pendente.
Dessa forma, o art. 854[footnoteRef:10] do CPC, aplicável à espécie na condição de norma supletiva-suplementar, apresenta importante ferramenta para a solução da questão, pois prevê que o ato de indisponibilidade online dos ativos financeiros, pode ocorrer sem a ciência prévia do executado. [10: Art. 854. Para possibilitar a penhora de dinheiro em depósito ou em aplicação financeira, o juiz, a requerimento do exequente, sem dar ciência prévia do ato ao executado, determinará às instituições financeiras, por meio de sistema eletrônico gerido pela autoridade supervisora do sistema financeiro nacional, que torne indisponíveis ativos financeiros existentes em nome do executado, limitando-se a indisponibilidade ao valor indicado na execução.] 
Indo além, se percebe que o dinheiro é o bem que se encontra no topo da ordem preferencial de constrição contida no art. 11º da LEF, de modo então, que a partir do momento que o Executado, ciente do débito e da obrigação de adimpli-lo no prazo legal, não apresenta outros bens aos quais podem server para garantir a execução, não enxergo impedimento na Conduta do Estado em buscar a indisponibilidade dos bens, da forma como a lei prevê, privilegiando a ordem preferencial exposta na LEF para satisfação da obrigação.
5- NA EXECUÇÃO FISCAL O DEVEDOR-EXECUTADO É CITADO PARA PAGAR A GARANTIA EM 5 (CINCO) DIAS. NA HIPÓTESE DE OFERECIMENTO DE SEGURO-GARANTIA, TERÁ O DEVEDOR-EXECUTADO QUE ACRESCENTAR 30% DO VALOR DO DÉBITO EXECUTADO AO SEGURO PARA QUE ESSA MODALIDADE DE GARANTIA SEJA ACEITA? CONSIDERE EM SUA RESPOSTA O TEOR DO ART. 7º,II DA LEI 6830/80 E O §2º DO ART. 835 DO CPC.
Partindo da premissa acima exposta, sobre a especificidade da LEF em relação rito processual da Execução Fiscal e os pressupostos de seus institutos, entendo que para a melhor análise da questão seja necessário circunscrever o objeto de análise àquilo que a norma regente estabelece. 
Sobre o oferecimento do seguro-garantia em sede de Execução Fiscal, tal hipótese encontra amparo no vaticínio da atual redação do art. 7º,II da LEF, que assim dispõe: 
Art. 7º - O despacho do Juiz que deferir a inicial importa em ordem para:
II - penhora, se não for paga a dívida, nem garantida a execução, por meio de depósito, fiança ou seguro garantia; 
Vale notar que, o legislador ao estabelecer a hipótese acima mencionada não cuidou de qualificar o seguro garantia, exigindo o incremento de qualquer complemento (ou incremento) à quantia assegurada, de modo que, soaria arbitrário exigir do jurisdicionado uma conduta – mais prejudicial – que não encontra condão de exigibilidade na forma que a norma prescreve. 
Outrossim, ao se analisar o art. 9º da LEF, que trata das garantias as quais o devedor pode lançar mão em sede de Execução Fiscal, é possível identificar que tal norma, apresenta em seu rol de possibilidades, sensíveis diferenças em relação àquele disponibilizado pelo diploma processual ordinário em seu art. 835. 
Dentre as diferenças mais marcantes está que, na LEF (art. 9º,II) o legislador permitiu que o seguro garantia ou fiança bancária fossem apresentados como instrumento próprio de garantia do juízo, ao contrário do CPC, que em seu art. 835§2º trata do seguro garantia como instrumento de substituição de penhora. Vejamos o que o texto predispõe:
Art. 835. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem: 
§ 2º Para fins de substituição da penhora, equiparam-se a dinheiro a fiança bancária e o seguro garantia judicial, desde que em valor não inferior ao do débito constante da inicial, acrescido de trinta por cento.
Assim sendo, em meu entendimento o acréscimo dos 30% sobre o valor da garantia é obrigação que somente se impõe em casos de “substituição da penhora”, conforme disciplina o CPC, e não para as hipóteses que em que a indicação de tal modalidade de garantia é apresentada inicialmente pelo Executado, na forma que a LEF cuidou de permitir.
6- QUAL O TERMO INICIAL PARA CONSIDERAÇÃO DA FRAUDE À EXECUÇÃO FISCAL? HÁ ALGUMA DIVERGÊNCIA ENTRE O ART. 185 DO CTN E O ART. 792 DO CPC/15? 
Pela redação do art. 185 do CTN, percebe-se que a presunção de fraude na alienação ou oneração de bens ou renda se opera a partir do momento em que o sujeito passivo esteja em débito com a Fazenda Pública por crédito inscrito na dívida ativa, de maneira então, que o marco inicial para incidência da norma é a inscrição do débito na Dívida Ativa, não importando se foi dado início ao processo executivo fiscal, ou se tal dívida tornou-se gravame inscrito na matrícula do imóvel, por meio de averbação premonitória. 
De outro lado, entendo não haver antinomia entre o art. 185 do CTN e o art. 792 do CPC pois se tratam institutos que regulam de fatos jurídicos ocorridos em momentos diferentes no tempo. 
A fraude à execução em sua expressão ordinária, prevista no art.792 do CPC, traz consigo a regulação de um instituto iminentemente processual, de modo que, somente ocorre quando existe um processo (de conhecimento ou execução) em curso cujo valor em execução seja conhecido ou estimável (essa última hipótese visa assegurar a execução dos processos que ainda estão na fase de conhecimento, cujo eventual condenação é capaz de leva-lo à insolvência).
De outro lado, quando o o CTN, em seu art. 185, cuida de asseverar que o negócio jurídico realizado em face do patrimônio do devedor deve ser considerado como fraudulento quando o crédito já está inscrito na dívida ativa, o que transparece, é a existência de uma norma de caráter direito material. 
Dessa forma, como a Execução Fiscal e a Execução Ordinária se diferem justamente quanto à natureza da obrigação de fundo, no meu entendimento, inexiste divergência entre os dois artigos. Naquilo que compete à dívida tributária, aplicam-se as normas afetas à sua espécie, onde, dentro do aspecto material, o CTN cuidou de estabelecer critério próprio para presunção de fraude. 
Somente à titulo pedagógico, a transferência ou oneração de bens e valores do devedor antes da existência de ação judicial também é tutelada pela legislação ordinária – o que se denomina por fraude contra credores -, na forma prescrita nos arts. 158 e ss. do Código Civil[footnoteRef:11], o que dá azo à propositura da ação pauliana. [11: Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos.
§ 1o Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar insuficiente.
§ 2o Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem pleitear a anulação deles.
] 
7- 7) A Fazenda Nacional ajuizou, no ano de 2016, ação de execução fiscal contra a empresa XPTO, requerendo, na petição inicial, o redirecionamento fiscal para seu sócio Luis Antônio, com lastro no art. 135, III, do CTN, tendo por fundamento fático o encerramento irregular da sociedade. Considerando a vigência do novo Código de Processo Civil, pergunta-se:
a) é possível, no caso relatado, a instauração do incidente de desconsideração da personalidade jurídica? Sendo negativa a resposta, você entende ser cabível o incidente de desconsideração às execuções fiscais? Em que hipóteses? Justificar (Vide anexo X).
 No caso trazido à baila, em se tratando da hipótese descrita no art. 135 do CTN, identifico se tratar de norma dirigida à imputação de responsabilidade direta e pessoal do mandatário/administrador/sócio, de modo que não entendo ser exigível a instauração do incidente de desconsideração da personalidade jurídica. 
Neste caso, para deflagração da hipótese de incidência da norma supramencionada cabe à Fazenda se desincumbir de comprovar a infração à lei, contrato social ou estatuto, que tenha implicado no nascimento da relação tributária, cujo efeito que se opera é responsabilizar exclusivamente o agente, e não solidária ou subsidiariamente – o que, ao meu entender, afasta a figura da desconsideração da personalidade jurídica, neste caso.
Abro parêntese para realizar recorte, sobre ponto de extrema importância suscitado acima, que diz respeito ao recorte que se deve fazer sobre a interpretação de que o encerramento/dissolução irregular somente pode ensejar a responsabilização pessoal dos administradores se tal infração tiver sido determinante para o surgimento da obrigação tributária Isso porque, o art. 135 do CTN correlaciona a responsabilidade, o ilícito e a obrigação como sainetes de concretude da referida norma, criando uma estrutura lógica onde somente de pode falar em obrigação dos sócios quando seu ato, tido por, ilícito resulte na obrigação tributária – sendo, portanto, anterior e determinante ao seu aparecimento no mundo jurídico. 
Sobre o cabimento de desconsideração de personalidade jurídica em se tratando de matéria tributária, partindo da premissa que o art. 135 não pode ser conceituado à perfeição como desconsideração, e por isso, tal previsão não esgota as hipótese de cabimento do incidente de desconsideração da personalidade jurídica, de modo que, entendo aplicável tal instituto ao processo tributário quando verificada as hipóteses do art. 50 do Código Civil, a saber: 
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. 
 
b) Uma vez instaurado o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, nos termos do CPC/15, a defesa apresentada pelo sócio ou pessoa jurídica responsabilizada pela obrigação tributária pode versar sobre o mérito da cobrança (inexigibilidade do crédito tributário), ou apenas sobre a ilegitimidade de sua inclusão no polo passivo da execução fiscal? 
Como premissa, entendo que o incidente de desconsideração da personalidade jurídica é modalidade de intervenção de terceiros no CPC, conforme art. 133 e ss., cujo escopo é a responsabilização das pessoas naturais pelos atos ilícitos praticados pelas pessoas jurídicas das quais são sócios, sujeitando os seus bens aos atos executórios, uma vez presentes os requisitos previstos no art. 50 do CC.
Constituindo-se como questão incidental, a desconsideração que não infirma o mérito da lide, e por isso, entendo que seu escopo fica circunscrito à discussão dos requisitos autorizadores para a aplicação de tal desconsideração com fins de redirecionamento da dívida, sem que isso cause qualquer tipo de prejuízo ao jurisdicionado, pois em caso de deferimento do incidente e o consequente redirecionamento da dívida, permanecerá ao executado o poder de enfrentar o mérito da execução em via própria, até mesmo porque, segundo vaticina o art. 134§3º do CPC, há suspensão do processo principal em virtude do julgamento do incidente.
Em linhas finais, em razão do princípio da celeridade e da instrumentalidade das formas, entendo ser cabível no incidente de desconsideração a arguição de matéria de ordem pública, que eventualmente contamine o mérito da execução, eis que a tais matérias é dado que o juízo as conheça de ofício, bem como, nesse particular, a jurisdição poderá atingir seu fim de pacificação social da maneira mais eficaz, mediante a justa provocação.

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