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HABEAS CORPUS - HC 
 
 
 
 
Habeas Corpus consiste no remédio jurídico constitucional que visa a proteção da liberdade de 
locomoção do indivíduo quando ameaçada por qualquer ilegalidade ou abuso de poder, salvo nos casos 
de punição disciplinar. 
 
A Constituição Federal concede o direito à liberdade de locomoção e o assegura através do 
habeas corpus previsto pelos incisos XV e LXVIII do art. 5º: 
 
XV – é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer 
pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; 
LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado 
de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou 
abuso de poder. 
 
O Código de Processo Penal também traz a previsão ao Habeas Corpus, o elencando dentro do 
título referente a recursos. Apesar disso, entende-se majoritariamente que a natureza jurídica do HC é 
de ação autônoma, primeiro porque recurso pressupõe o transito em julgado da sentença; e também 
porque o recurso é interposto sempre de decisão judicial e o habeas corpus pode ser impetrado contra 
ato de autoridade administrativa ou, como veremos adiante, inclusive de ato de particular. 
 
 
ESPÉCIES DE HC 
 
Duas são as espécies de habeas corpus na ordem jurídica: o preventivo e o liberatório. 
 
 
HC PREVENTIVO Será preventivo quando sua finalidade for afastar o 
constrangimento à liberdade antes mesmo de se consuma. 
Sendo assim, se baseia na iminência da violência ou coação 
ilegal e na possibilidade próxima da restrição da liberdade 
individual. 
 
 
 
 
 
HC LIBERATÓRIO Visa afastar o constrangimento ilegal à liberdade já 
consumado, com vistas à restituição do status libertatis de 
alguém. 
 
 
 
Súmulas do Supremo Tribunal Federal pertinentes com o tema: 
 
Súmula 395: Não se conhece de recurso de habeas corpus cujo objeto seja resolver 
sobre o ônus das custas, por não estar mais em causa a liberdade de locomoção. 
Súmula 693: Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, ou 
relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada. 
Súmula 694: Não cabe habeas corpus contra a imposição da pena de exclusão de 
militar ou de perda de patente ou de função pública. 
 
Súmula 695: Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade. 
Rol ilustrativo do CPP com as hipóteses de cabimento do habeas corpus: 
 
Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal: 
I - quando não houver justa causa; 
II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei; 
III - quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo; 
IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a coação; 
V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza; 
VI - quando o processo for manifestamente nulo; 
VII - quando extinta a punibilidade. 
 
CABIMENTO 
 
O CPP estabelece no seu art. 648 um rol de situações em que restará configurado 
constrangimento ilegal à liberdade de locomoção. Trata-se de um rol exemplificativo, haja vista que a 
própria Carta Magna diz que o HC é o remédio cabível diante de todo e qualquer tipo de ameaça ou 
restrição da liberdade de locomoção, decorrente de ilegalidade ou abuso de poder (art. 5º, LXVIII). 
 
 
Para que ocorra a admissibilidade do HC é necessário que se façam presentes as 
condições da ação, quais seja, legitimidade, interesse de agir e possibilidade jurídica do pedido, sendo 
certo que a legitimidade será tratada no próximo tópico. 
 
O interesse jurídico de agir, quanto ao HC, se exterioriza diante do binômio necessidade – 
adequação. 
 
A necessidade se faz presente quando a pessoa efetivamente teve, ou está prestes a ter, 
subtraída a liberdade de locomoção por ato ilegal decorrente de autoridade ou de particular. 
 
A adequação, por sua vez, é a caracterização do habeas corpus como instrumento hábil a 
garantir, pura e simplesmente, a liberdade de ir, vir ou ficar. Não se presta, portanto, à tutela de direitos 
diversos. 
 
Já a possibilidade jurídica do pedido trata da aptidão do HC em cessar toda e qualquer ameaça 
ou coação ilegal a liberdade do indivíduo. O pedido formulado pelo impetrante deve ser idôneo para tal 
fim. 
 
 
 
LEGITIMIDADE ATIVA 
 
Conforme previsão mandamento processual penal, toda e qualquer pessoa pode impetrar HC, 
em favor próprio ou de terceiros. Apesar de excluída da previsão legal, até mesma pessoa jurídica 
possui legitimidade ativa. 
 
Art. 654. O habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou 
de outrem, bem como pelo Ministério Público. 
 
Na mesma toada, visando facilitar o exercício de defesa, a lei não exige que o impetrante 
possua capacidade postulatória, sendo dispensável o auxílio de advogado. 
 
Por outro lado, em respeito ao princípio da inércia da jurisdição, falece legitimidade ao juiz ou 
tribunal para impetrar o remédio constitucional. Isto, contudo, não afasta a possibilidade do HC ser 
concedido de ofício. 
 
O habeas corpus também pode ser concedido de ofício sempre que o juiz ou tribunal verificar que 
alguém sofre ou está na iminência de sofrer coação ilegal. Isto porque as liberdades individuais 
representam, acima de tudo, relevante interesse social, fazendo fundamental a manutenção da ordem 
pública. Tal previsão encontra-se expressa no parágrafo segundo do art. 654 do CPP. 
 
Art. 654. § 2º. Os juízes e os tribunais têm competência para expedir de ofício ordem 
de habeas corpus, quando no curso de processo verificarem que alguém sofre ou está 
na iminência de sofrer coação ilegal. 
 
LEGITIMIDADE PASSIVA 
 
O polo passivo da ação de habeas corpus é ocupado pela pessoa apontada como coautora, seja 
ela autoridade pública, ou não. 
 
Como já foi dito, o habeas corpus visa proteger o direito de liberdade diante ilegalidades e 
abuso de poder. Em que pese apenas as autoridades públicas poderem cometer abuso de poder, o fator 
ilegalidade pode ser cometido por qualquer um. 
 
Exemplo de autoridades que podem figurar como coautoras: juízes; promotores; delegados. 
 
Exemplo de situações em que os particulares podem figurar como coautores quando 
responsáveis pela coação: impedimento de ingresso em supermercado; hospital que nega a retirada de 
paciente que não pagou as despesas hospitalares; asilo que não permite saída de casal octogenário do 
estabelecimento. 
 
COMPETÊNCIA 
 
Art. 650. Competirá conhecer, originariamente, do pedido de habeas corpus: 
I - ao Supremo Tribunal Federal, nos casos previstos no Art. 101, I, g, da Constituição; 
II - aos Tribunais de Apelação, sempre que os atos de violência ou coação forem 
atribuídos aos governadores ou interventores dos Estados ou Territórios e ao prefeito 
do Distrito Federal, ou a seus secretários, ou aos chefes de Polícia. 
§ 1º A competência do juiz cessará sempre que a violência ou coação provier de 
autoridade judiciária de igual ou superior jurisdição. 
§ 2º Não cabe o habeas corpus contra a prisão administrativa, atual ou iminente, dos 
responsáveis por dinheiro ou valor pertencente à Fazenda Pública, alcançados ou 
omissos em fazer o seu recolhimento nos prazos legais, salvo se o pedido for 
acompanhado de prova de quitação ou de depósito do alcance verificado, ou se a 
prisão exceder o prazo legal. 
 
 
 
 
A competência para conhecer e julgar a ação de habeas corpus será determinada pelos critérios 
da territorialidade e da hierarquia. 
 
O critério da territorialidade, definido pelo local onde ocorreu ou irá ocorrer a coação é 
funcional, sobretudo nas situações que demandam a impetração de habeas corpus perante o juízo 
monocrático ou perante os tribunais de segundo grau. Assim, se a autoridade coatora é o juiz 
estabelecido em alguma comarca do Estado de São Paulo, será competente para apreciar eventual 
pedido de habeas corpus o Tribunal de Justiça da respectiva comarca. 
 
Já o critério da hierarquia. Esse critério consubstancia-sena regra estabelecida no art. 650, § 1º, 
do CPP. Portanto, a ação de habeas corpus deve sempre ser impetrada perante a autoridade superior 
àquela de quem partiu a coação. 
 
Embora seja fundamental a observância dos critérios acima, cumpre ressaltar que a 
Constituição Federal define previamente a competência para julgamento do habeas corpus, adotando 
como parâmetro a função ou qualidade pública daquele que exerce ou sofre o constrangimento ilegal. 
 
Supremo Tribunal Federal: 
 
Compete ao STF processar e julgar, originariamente: 
 
a) Art. 102, I, d, da CF: quando for paciente o Presidente da República, o Vice- 
Presidente, os membros do Congresso Nacional, os Ministros do STF, o Procurador-Geral da 
República, os Ministros de Estado, os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, os 
membros dos Tribunais Superiores (STJ, STM e TSE), os dos Tribunais de Contas da União e os 
chefes de missão diplomática de caráter permanente. 
 
b) Art. 102, I, i, da CF: cabem duas divisões: 1) quando o coator for tribunal superior; 2) 
quando o coator ou paciente for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos 
diretamente à jurisdição do STF, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única 
instância. 
 
Superior Tribunal de Justiça: 
 
Compete ao STJ processar e julgar, originariamente, nos termos do art. 105, I, c, da CF: 
 
a) quando o coator ou paciente for Governador de Estado ou do Distrito Federal, 
Desembargador de Tribunal de Justiça e Estados ou do Distrito Federal, membro de Tribunal de 
Contas de Estados e do Distrito Federal, de Tribunal Regional Federal, de Tribunal Regional 
Eleitoral, ou do Trabalho, membro de Conselho ou Tribunal de Contas de Município e do 
Ministério Público da União que oficie perante tribunais; 
 
b) quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro do Estado ou 
Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça 
Eleitoral. 
 
Tribunais Regionais Federais: 
 
Competirá a eles, nos termos do art. 108, d, da CF, julgar originariamente quando a 
autoridade coatora for juiz federal. Em relação ao Procurador da República, membro do Ministério 
Público Federal que atua perante a primeira instância, também será competente o Tribunal Regional 
Federal. 
 
 
 
Tribunais dos Estados: 
 
Os tribunais de segunda instância dos Estados têm competência para conhecer de habeas 
corpus em que figure como paciente ou coator autoridade sujeita a sua jurisdição. 
 
Juízos monocráticos: 
 
Nas hipóteses não sujeitas à competência dos tribunais, caberá aos juízes de primeiro grau 
da comarca onde ocorrer a coação ou ameaça à liberdade de locomoção o julgamento das ações 
de habeas corpus. 
 
PROCESSAMENTO 
 
Os requisitos da petição de habeas corpus estão previstos no art. 654, § 1º, do CPP: 
 
§ 1º A petição de habeas corpus conterá: 
a) o nome da pessoa que sofre ou está ameaçada de sofrer violência ou coação e o 
de quem exercer a violência, coação ou ameaça; 
b) a declaração da espécie de constrangimento ou, em caso de simples ameaça de 
coação, as razões em que funda o seu temor; 
c) a assinatura do impetrante, ou de alguém a seu rogo, quando não souber ou não 
puder escrever, e a designação das respectivas residências. 
 
O juiz, ao receber a petição contendo todos os requisitos acima expostos, poderá: 
 
a) Conceder liminar, fazendo cessar imediatamente a coação. 
 
Tal possibilidade não encontra amparo legal de forma expressa, todavia, é admitido pela 
jurisprudência quando presentes os requisitos cautelares do fumus boni iuris e do periculum in 
mora, evidenciando a urgência de resguardar os fins práticos da ordem impetrada, apresentando o 
mesmo caráter da liminar concedida em mandado de segurança. 
 
Ademais, deve-se observar o art. 660, § 2º, in verbis: 
 
§ 2o Se os documentos que instruírem a petição evidenciarem a ilegalidade da 
coação, o juiz ou o tribunal ordenará que cesse imediatamente o constrangimento. 
 
Conclui-se do texto legal citado que presta a liminar como medida acautelatória da restrição 
indevida da liberdade, dada sua agilidade e efetividade. Se assim não fosse, não seria lógico o órgão 
judiciário poder conceder habeas corpus ex officio e, por outro lado, ficar impedido de conceder a 
medida liminar. É colocado em prática o pensando de quem pode o mais, pode o menos. 
 
b) Se julgar necessário, e estiver preso o paciente, mandar que este lhe seja 
imediatamente apresentado em dia e hora que designar. 
 
A recusa no atendimento do pedido poderá acarretar a punição daquele que descumpriu a 
ordem (detentor), incidindo, inclusive, no crime de desobediência (art. 330 do CP). Poderá o paciente 
deixar de ser apresentado caso subsista algum dos motivos enumerados no art. 657: 
 
Art. 657. Se o paciente estiver preso, nenhum motivo escusará a sua apresentação, 
salvo: 
I - grave enfermidade do paciente; 
Il - não estar ele sob a guarda da pessoa a quem se atribui a detenção; 
III - se o comparecimento não tiver sido determinado pelo juiz ou pelo tribunal. 
 
 
 
 
c) Requisitar informações da autoridade coatora, que tem o dever indeclinável de 
prestá-las (art. 662). 
 
Há que consignar que, não obstante a lei se refira à prestação de informações em caso de 
competência originária do tribunal (art. 661), tal medida deve ser estendida para todas as hipóteses de 
cabimento do writ constitucional. Não é, todavia, o entendimento de parcela da doutrina, que entende 
ser o procedimento de requisição de informações limitado ao Juízo de primeiro grau. 
 
Art. 661. Em caso de competência originária do Tribunal de Apelação, a petição de 
habeas corpus será apresentada ao secretário, que a enviará imediatamente ao 
presidente do tribunal, ou da câmara criminal, ou da turma, que estiver reunida, ou 
primeiro tiver de reunir-se. 
 
Art. 662. Se a petição contiver os requisitos do art. 654, § 1o, o presidente, se 
necessário, requisitará da autoridade indicada como coatora informações por escrito. 
Faltando, porém, qualquer daqueles requisitos, o presidente mandará preenchê-lo, 
logo que Ihe for apresentada a petição. 
 
Efetuadas as diligências e interrogado o paciente, decidirá o juiz, fundamentadamente, no 
prazo de 24 horas. 
 
Julgado o mérito do pedido e concedida a ordem para fazer cessar a violência ou ameaça, por 
ilegalidade ou abuso de poder, o juiz, dentro da sua jurisdição, fará passar imediatamente a ordem 
impetrada à autoridade coatora, determinando a pronta expedição do alvará de soltura, na hipótese de 
HC liberatório, ou do salvo-conduto, se preventivo o HC. 
 
Ordenada a soltura do paciente em virtude de habeas corpus, será condenada nas custas a 
autoridade que, por má-fé ou evidente abuso de poder, tiver determinado a coação. 
 
Competência originária do tribunal: 
 
Em caso de competência originária do tribunal, a petição será apresentada ao secretário, que a 
enviará imediatamente ao presidente do tribunal, da câmara ou da turma que estiver reunida, ou 
primeiro tiver de se reunir. 
 
Se a petição contiver os requisitos legais, o presidente, se necessário, requisitará 
informações por escrito da autoridade indicada como coatora, ou, porventura, requisitará até 
mesmo os autos principais em que o paciente é réu, quando não interferir no desenvolvimento do 
processo. Contanto, faltando qualquer dos requisitos, o presidente determinará que sejam 
preenchidos ou, se entender conveniente, poderá indeferir liminarmente a ordem impetrada, 
devendo levar a petição à imediata deliberação do tribunal, câmara ou turma, a fim de que se 
confirme o acerto da decisão. 
 
Recebidas as informações, ou dispensadas, o habeas corpus será julgado na primeira sessão, 
podendo haver o adiamento para a sessão seguinte. 
 
A decisão será tomada por maioria de votos. Havendo empate, se o presidente não tiver 
tomado parte na votação, proferirá voto de desempate; no caso contrário, prevalecerá a decisão mais 
favorável ao paciente. 
 
Nos casosde habeas corpus liberatório, mormente quando o lugar da prisão do paciente for 
outro que não o da sede do juízo competente para apreciar o pedido, a ordem concedida, dada a 
urgência de fazer cessar a prisão ilegal, poderá ser transmitida ao detentor por meio de telegrama, 
 
 
 
Da decisão que julgar o habeas corpus, caberá: 
Recurso em sentido estrito, adequado para a 
impugnação das decisões que tanto concedem 
como negam a ordem de habeas corpus no juízo 
monocrático. 
Recurso de ofício, no caso de 
concessão da ordem por juízo 
monocrático. 
 
 telex, fax ou via similar, sempre obedecidas as cautelas quanto à autenticação da firma do juiz ou 
presidente do tribunal. 
 
RECURSOS 
 
 
Caberá também o recurso ordinário constitucional para o STF (art. 102, II) ou para o STJ (art. 
105, II), se estiverem preenchidas as condições previstas na Constituição. 
 
EFEITOS 
 
A concessão do habeas corpus não obstará o prosseguimento do processo, desde que não seja 
hipótese de trancamento da ação penal. 
 
Se o habeas corpus for concedido em virtude de nulidade do processo, este será renovado. 
 
Concedida a ordem, estando o paciente preso, será posto imediatamente em liberdade, salvo 
se por outro motivo dever permanecer recolhido. Concedida a ordem em habeas corpus preventivo, 
dar-se-á ao paciente salvo-conduto assinado pelo juiz. 
 
Por aplicação analógica da regra do art. 580 do CPP, no caso de concurso de agentes, desde 
que a decisão não seja fundada em motivos de caráter exclusivamente pessoal, não há impedimento 
para que a ordem de habeas corpus concedida a um dos réus, beneficie também os outros que se 
encontram na mesma condição. O entendimento é plenamente aplicável em razão da possibilidade de 
concessão da ordem de ofício pelos juízes ou tribunais. 
 
OBS.: Não cabe habeas corpus de ofício no bojo de embargos de divergência (AgRg nos EAREsp 
693.298/SP, Rel. Ministra LAURITA VAZ, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 28/10/2020, DJe 12/11/2020) 
OBS.: Cabimento de habeas corpus para tratar de questões processuais quando a liberdade do 
paciente estiver ameaçada, ainda que indiretamente (HC 163943 AgR, Relator(a): EDSON FACHIN, 
Relator(a) p/ Acórdão: RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, julgado em 04/08/2020, PROCESSO 
ELETRÔNICO DJe-224 DIVULG 09-09-2020 PUBLIC 10-09-2020) 
OBS.: O habeas corpus pode ser empregado para impugnar medidas cautelares (HC 170735, 
Relator(a): MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: ALEXANDRE DE MORAES, Primeira Turma, julgado 
em 30/06/2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-239 DIVULG 29-09-2020 PUBLIC 30-09-2020) 
OBS.: Não cabe HC contra decisão monocrática de Ministro do STF (HC 170263, Relator(a): EDSON 
FACHIN, Tribunal Pleno, julgado em 22/06/2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-181 DIVULG 20-07-2020 
PUBLIC 21-07-2020) 
OBS.: É possível a impetração de habeas corpus e a interposição de recurso de forma concomitante? 
(HC 482.549/SP, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 11/03/2020, DJe 
03/04/2020) 
 
 
 
 
 
1. (VUNESP – EBSERH - 2020 – Advogado) No que concerne ao regramento legal do habeas corpus 
previsto no CPP, é correto afirmar: 
 
a) dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na iminência de sofrer violência 
ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, inclusive nos casos de punição disciplinar. 
b) recebida a petição de habeas corpus, o juiz, se julgar necessário, e estiver preso o paciente, 
mandará que este lhe seja imediatamente apresentado em dia e hora que designar. 
c) se o habeas corpus for concedido em virtude de nulidade do processo, este será 
definitivamente arquivado. 
d) a lei processual penal não prevê a possibilidade de os juízes e os tribunais expedirem de ofício 
ordem de habeas corpus. 
e) não cabe habeas corpus quando negada a liberdade sob fiança, mesmo que a lei autorize a 
liberdade no caso concreto. 
OBS.: Não cabe HC para questionar decisão fundamentada que fixou guarda unilateral no âmbito de 
ação de divórcio (HC 636.744/SP, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado 
em 15/06/2021, DJe 21/06/2021) 
OBS.: Súmula 648-STJ: A superveniência da sentença condenatória prejudica o pedido de trancamento 
da ação penal por falta de justa causa feito em habeas corpus. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 
14/04/2021, DJe 19/04/2021. 
OBS.: 1. A orientação do Supremo Tribunal Federal no sentido de que o trancamento de ação penal só 
é possível quando estiverem comprovadas, de logo, a atipicidade da conduta, a extinção da 
punibilidade ou a evidente ausência de justa causa. Precedentes. 2. Na concreta situação dos autos, 
não é possível infirmar de plano os fundamentos adotados pelas instâncias de origem para acolher a 
pretensão defensiva. 3. O habeas corpus somente deverá ser concedido em caso de réu preso ou na 
iminência de sê-lo, presentes as seguintes condições: (i) violação à jurisprudência consolidada do 
STF; (ii) violação clara à Constituição; ou (iii) teratologia na decisão impugnada, caracterizadora de 
absurdo jurídico. Nenhuma dessas condições está demonstrada. 4. Hipótese em que inexiste risco de 
prejuízo irreparável ao acionante, que bem poderá articular toda a matéria de defesa no momento 
processual oportuno, nas instâncias próprias. 5. Agravo regimental a que se nega provimento. 
(HC 200055 AgR, Relator(a): ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em 14/06/2021, PROCESSO 
ELETRÔNICO DJe-118 DIVULG 18-06-2021 PUBLIC 21-06-2021) 
 
 QUESTÕES OBJETIVAS 
 
 
Gabarito: Alternativa D. 
 
a) Art. 647. Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na iminência de 
sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punição disciplinar. 
 
b) Correta - Art. 656. Recebida a petição de habeas corpus, o juiz, se julgar necessário, e 
estiver preso o paciente, mandará que este Ihe seja imediatamente apresentado em dia e hora que 
designar. 
 
c) Art. 652. Se o habeas corpus for concedido em virtude de nulidade do processo, este será 
renovado. 
 
d) Art. 654. § 2 Os juízes e os tribunais têm competência para expedir de ofício ordem 
de habeas corpus, quando no curso de processo verificarem que alguém sofre ou está na iminência 
de sofrer coação ilegal. 
 
e) Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal: 
V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza; 
 
2. (CESPE 2019 – TJ/AM – Analista Judiciário – Oficial de Justiça Avaliador) Lúcio é investigado pela 
prática de latrocínio. Durante a investigação, apurou-se a participação de Carlos no crime, tendo 
sido decretada de ofício a sua prisão temporária. 
A partir dessa situação hipotética e do que dispõe a legislação, julgue o item seguinte. 
 
Carlos poderá impetrar habeas corpus em seu próprio benefício, ainda que não seja advogado. 
 
(_) Certo 
(_) Errado 
3. (VUNESP – TJ/MT - 2018 – Juiz substituto) Com relação às nulidades e aos recursos em geral, é 
correto afirmar que 
 
a) da decisão que concede habeas corpus cabe recurso em sentido estrito. 
b) o juízo de delibação é o juízo de admissibilidade recursal feito pelo magistrado de primeiro grau 
quanto aos pressupostos objetivos e subjetivos para análise de seu conhecimento. 
c) ocorre a preclusão da arguição de nulidade verificada após a sentença de pronúncia se não alegada 
até o final do julgamento perante o Tribunal do Júri. 
d) a não interposição de recurso por parte do Ministério Público impede o recebimento de recurso 
apresentado pelo assistente da acusação. 
e) sobre a decisão que aprecia a unificação de penas cabe recurso com efeito meramente 
devolutivo. 
4. (CESPE – – EBSERH - 2020 – Advogado) Julgue o seguinte item, acerca do habeas corpus e de 
medidas coativas de prisão. 
Não se admite a impetração de habeas corpus para atacar sentença cuja condenação se tenha 
limitado a pena de natureza pecuniária. 
 
(_) Certo 
(_) Errado 
 
 
Gabarito: Certo. 
 
O Habeas corpus pode ser impetrado por qualquer pessoa, não sendo exigido capacidade postulatória,dispensando, assim, o auxílio de advogado. 
 
 
Gabarito: Alternativa A. 
 
Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença: 
X - que conceder ou negar a ordem de habeas corpus. 
 
 
Gabarito: Certo. 
 
Súmula 693 – STF: Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a 
processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada.

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