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Objetivo Geral O designer é responsável pela aparência e forma do produto. Se a forma de um produto é, até certo ponto, o resultado de como esse produto foi fabricado, compreende-se que o designer deve ter uma boa compreensão de todos os processos de fabricação disponível, a fim de poder confiar em que o processo de fabricação proposto é o mais econômico e adequado. Se os designers não estiverem cientes de certos processos disponíveis, estarão limitados em seu potencial criativo. Sendo assim, o desenvolvimento deste trabalho torna-se de fundamental importância para conhecimento do material metal. Procurou-se apontar as características e propriedades marcantes do metal, as aplicações possíveis, bem como os seus processos de transformação. Introdução Os metais são de longe os materiais mais utilizados, tanto em variedade de aplicações como em quantidade produzida. Por exemplo, em 2006 a produção mundial de aço foi de 1,25 bilhão de toneladas, o que é quantidade estonteante. Este material pode ser dividido em dois grupos: metais ferrosos e metais não-ferrosos. Considera-se que ferroso é todo metal no qual exista a predominância do ferro em sua composição. Já os não ferrosos compreendem todos os demais. A saber há uma outra classificação atual e complexa que divide os metais em estruturais e funcionais, no entanto não será compreendida neste trabalho. Figura 1- Divisão dos metais Um metal pode ser definido como um elemento químico que existe como cristal ou agregado de cristal na medida em que este se solidifica, podendo assumir três estruturas cristalinas: cúbico de face centrada (CFC); hexagonal compacto (HC); cubo de corpo centrado (CCC). O tipo de estrutura influencia várias propriedades, mas principalmente a capacidade de se deformar, que em muitos casos é uma vantagem por facilitar os processos tecnológicos de conformação mecânica. Assim, os metais que solidificam em estruturas CFC são mais dúcteis do que os que solidificam em estruturas CCC e HC. Figura 2 - Estrutura cristalina do metal (CFC- oito átomos nos vértices do cubo e seis no centro das faces. Ex: ferro, alumínio, ouro; HC- prisma de base hexagonal, com três átomos em seu interior, a meia distância das bases. Ex: zinco; CCC- oito átomos nos vértices do cubo em um no seu interior (ponto de encontro das quatros diagonais). Ex: cromo.) Os metais puros são compostos por átomos do mesmo tipo. No entanto, considerando a obtenção de produtos industriais, os metais são encontrados na forma de ligas sendo, neste caso, compostos por dois ou mais elementos químicos dos quais pelo menos um é metal. Cada metal possui propriedades mecânicas e físicas peculiares que o tornam ideal para uma aplicação específica. Por isso, os metais são combinados em uma variedade de ligas, originando, assim, um número variado de propriedades mecânicas que se aplicam perfeitamente à necessidade específicas. Em termos genéricos, os metais são dotados de elevada dureza, grande resistência à tração, à compressão, elevada plasticidade/ductilidade (favorecendo os processos de conformação mecânica) sendo também bons condutores elétricos e térmicos. Há também uma série de característica que os distingue dos outros materiais: brilho metálico; reciclabilidade; tecnologias de fabricação e condições de uso bastante bem dominado e conhecida. Descrição do material com suas propriedades físicas e mecânicas Os metais compõem uma grande parcela de elementos, mas somente uma minoria é usada na manufatura de bens de consumo e de produtos industrializados. Cada qual oferecem uma gama de propriedades mecânicas e físicas e diferem em custo e performance. Deste modo, é selecionado alguns dos metais que se destacam. Aço O aço é um material bastante usado no setor industrial, sendo constituído por uma liga de ferro e até 2% de carbono, portanto para a fabricação de equipamentos de processo essa porcentagem varia de 0,05 à 0,35%. Seu amplo uso se dá pelo baixo preço relacionado com sua resistência mecânica, como também pela facilidade de obtenção e maleabilidade. Aço carbono ou aço comum - utilizado na fabricação de quase todos equipamentos e tubulações que trabalham com água, vapor de baixa pressão, ar comprimido e condensado, óleos e fluídos pouco corrosivos. Aços acalmados e semi-acalmados - adição de elementos desoxidados (alumínio e silício) que combinam com oxigênio do aço. Usado em placas laminadas à frio ou quente. Aço efervescente - possui a superfície livre de carbono o que o torna dúctil, sendo indicado para aplicações com deformação à frio. Aços liga - empregados quando há necessidade de alta resistência. Figura 3 Peças em Aço Aço inoxidável - são aços de alta liga que possuem de 12 à 25 de Cr e até 22% de níquel em sua composição. Devido à adição desses elementos essa tipologia de aço não enferruja. Aço Inox Austenítico - resistência à corrosão. Aplicação: Equipamento para indústria alimentícia, farmacêutica, química e petroquímica, construção civil, baixelas, travessas e demais utensílios domésticos. Aço Inox Ferrítico - resistência à corrosão e custo mais acessível, possui quantidade menor de níquel. Aplicação: eletrodomésticos, balcões frigoríficos, moedas, talheres e indústria automobilística. Aço Inox Martensítico - dureza elevada. Aplicação: Instrumentos cirúrgicos, facas de corte, discos de freio e cutelaria. Figura 4 Mobiliários Infinitinox Propriedades aço inoxidável - Alta resistência à corrosão - Resistência mecânica adequada - Facilidade de limpeza/Baixa rugosidade superficial - Facilidade de conformação - Facilidade de união - Resistência a altas e baixas temperaturas, como também mudanças bruscas de temperatura - Acabamentos superficiais e formas variadas - Forte apelo visual (modernidade, leveza e prestígio) - Relação custo/benefício favorável - Baixo custo de manutenção Ferro Fundido Ele é destinados predominantemente aos processos de fundição ou forjamento, pode ser ligado a outros elementos metálicos ou não metálicos, como carbono, silício, enxofre, com intuito de melhorar suas propriedades dependendo da utilização, para se obter o desempenho esperado. O carbono sempre esta presente na composição em concentrações superiores a 2%. Ferro Fundido Branco Ele tem como características a uma elevada dureza o que o torna frágil e de difícil usinagem e não é temperável. Suas propriedades são a baixa ductilidade, grande resistência a corrosão, altíssima resistência a abrasão, baixa absorção de vibração, baixa resistência a tração, impacto e compressão. Aplicação em placas de revestimento, anéis para moagem e fabricação de tijolos. Processo em que podem ser submetidos são os de fundição em geral, jateamento, pintura, decapagem, polimento, soldagem não recomentada. Figura 5 - Peça em Ferro Fundido Branco Ferro Fundido Cinzento Tem como característica o rompimento sempre por fratura frágil, raras deformações permanentes devido a presença de grafite. Suas propriedades em geral são a baixa resistência a tração e flexão, baixa ductilidade, grande fusibilidade, preenche facilmente moldes complicados, apresenta baixa resistência mecânica. Pode ser aplicado na fabricação de tubos, válvulas e conexões de tubulação de água e esgoto. Peças que exijam vibração, bloco de motor, bloco de pistão cilíndricos, base de máquinas, tambores de freios, cabeçotes. Os processos em que podem ser submetidos são fundição em geral, jateamento, pintura, polimento e boa usinagem. Figura 6 - Microfotografia de Ferro fundido Cinzento e Peça em Ferro Cinzento Ferro Fundido Maleável Ele é produzido através do ferro fundido branco e tem o ponto de fusão mais baixo em relação aos outros ferros. Apresenta elevada ductilidade, grande resistência mecânica, maleabilidade.Aplicado na fabricação de acessórios para tubulação de baixa pressão, flanges e confecções de tubos e ferragens em geral. Pode passar por processos de fundição em geral, jateamento, pintura, polimento, boa usinagem, soldagem inadequada. Ferro Fundido com Grafite Compactado Posiciona-se entre o ferro cinzento e o dúctil, com excelente fundição, ótimo para trabalhos que exijam usinagem. Suas propriedades são a resistência com valores intermediários entre o ferro cinzento e o nodular, com baixa ductilidade, boa resistência à abrasão e a compressão, boa absorção de vibrações, baixa resistência à compressão, ao impacto, à tração, apresenta elevada condutibilidade térmica. Ferro Fundido Nodular É o que mais se aproxima ao aço, têm elevada dureza e plasticidade. Suas propriedades são a boa ductilidade, resistência mecânica geral moderada, boa resistência vibrações e altas temperaturas, elevada condutibilidade térmica. Aplicado na fabricação de cubo de rodas, mancais, polias, cabeçote de prensas, engrenagens, peças mecânicas, virabrequins e luvas. Pode ser submetido a processos de fundição em geral, foliamento, jateamento, pintura, polimento, usinagem, soldagem inadequada. Figura 7 - Microfotografia Ferro Fundido Nodular Ferro Forjado É um ferro quase puro, teor baixo de carbono (0,02%) e cerca de 0,12% de Silício. Utilizado na fabricação de tubos, chapas, barras e chapas laminadas. Atualmente tem baixo emprego na indústria. Porém à150 anos atrás foi considerado o produto siderúrgico mais importante. Tem como propriedade a boa resistência a fadiga, choques, vibrações, baixa resistência mecânica, motivo de ser substituído peço aço. Liga Metálica Alpaca A alpaca (liga metálica), também é chamada de metal branco ou ainda de prata alemã, é uma liga ternária composta por zinco , cobre e níquel, com um brilho e coloração parecido com a prata. São dúctil e tem grande facilidade para serem trabalhadas a temperatura ambiente. A adição de níquel confere-lhe uma boa resistência nos meios corrosivos. Entre algumas das aplicações mais importantes tem-se a produção de jogos de pratos de mesa, cremalheiras, objetos de bijouteria, seletores de rádios, instrumentos cirúrgicos e dentais, reostatos, entre outros. É também amplamente usada em muitos países na produção de moedas, devido sua resistência e semelhança à prata. Neste uso pode haver alteração de sua composição básica, com a substituição ou inclusão de outros metais como o estanho a fim de obter uma coloração dourada parecida com a do latão. Ela oxida, mas muito lentamente, no sul as bombas de chimarrão são feitas de alpaca, pela durabilidade. Alumínio O alumínio tem como principais propriedades: a leveza (1/3 a 1/4 do peso específico dos outros metais usuais); boa resistência à corrosão e; alto poder de condução e de reflexão do calor. Ademais, a resistência mecânica do metal puro é baixa, mas é elevada em ligas metálicas, sobretudo com a presença de magnésio (Mg), nas quais a resistência em temperatura ambiente é próxima a dos aços de baixo carbono; por outro lado, a resistência à corrosão do alumínio é, em geral, maior que a das suas ligas metálicas. O comportamento do alumínio em baixas temperaturas é excelente: a redução paulatina da temperatura implica no aumento progressivo de resistência e de escoamento e ligeira redução no alongamento, resultando em uma resistência ao impacto praticamente inalterada até – 273oC (zero absoluto). Esse comportamento é similar em ligas com mais de 93% deste metal, transformando a sua utilização viável em sistemas de baixa temperatura. Por outro lado, o aquecimento implica na redução da resistência mecânica do alumínio, sendo desaconselhável a sua utilização para temperaturas superiores a 150oC, ou mesmo 65oC para o caso de ligas metálicas com Mg (série 5.000). Devido à afinidade com o oxigênio, a soldagem do alumínio ou de ligas metálicas de alumínio deve ser operada em uma atmosfera de gás inerte – obtida por meio de procedimentos especiais –, impedindo a formação de óxidos. Apesar de muito reativo, o alumínio se passiva facilmente, de modo que essa passivação, a exemplo dos aços inoxidáveis, ocorre por uma formação de uma película de óxidos fina, tenaz e muito aderente, formada na presença do ar, oxigênio ou meios oxidantes; assim, a resistência deste metal à corrosão é boa aos meios oxidantes. O alumínio é praticamente inerte em relação à atmosfera (mesmo úmida e/ou poluída), ao vapor d’água e condensado, assim como às águas em geral, inclusive as alcalinas; por isso, a água deionizada de alta pureza pode ser armazenada indefinidamente em reservatórios deste metal. Por outro lado, as águas ácidas são, em geral, corrosivas. A seguir são apresentados alguns meios corrosivos aos quais o alumínio apresenta boa resistência: → oxigênio, água oxigenada; → ácido nítrico (para concentrações superiores a 95%, em temperatura ambiente), amônia e compostos amoniacais; → álcoois, ésteres, éteres, cetonas, aminas, ácidos orgânicos em geral, hidrocarbonetos e outros produtos orgânicos, todos em temperatura ambiente; → enxofre, H2S, SO2, sulfetos, mercaptans etc., boa resistência à corrosão sulfídica decorrente da composição de produtos sulfurosos dos hidrocarbonetos, em elevadas temperaturas; → CO, CO2, ácido carbônico; → acetileno, HCN, amônia anidra ou hidratada. Por outro lado, ácidos minerais não-oxidantes (HCl, HF, H2SO4 etc.), bem como a soda e potassa cáusticas e soluções fortemente alcalinas atacam gravemente o alumínio. Ademais, a passividade pode ser rompida por cloretos, hipocloritos e solventes clorados (íon cloro, em geral) em meio aquoso, causando corrosão por tensão, assim como ocorre com os aços inoxidáveis; esse rompimento também ocorre na presença de íons ferro, manganês e cobre, sendo suficientes apenas quantidades irrisórias (0,1 ppm) para provocar corrosão por pites, a qual é a forma de corrosão mais comum no alumínio e ocorre para meios com pH entre 4,5 e 8,5 – fora desses limites, há destruição do filme passivador e severa corrosão uniforme. O contato com mercúrio e contatos mercuriais também pode causar problemas de corrosão sob tensão, gerando resíduos brancos, inodoros e não tóxicos; por essa razão, este metal é empregado em equipamentos de indústrias alimentares, bebidas e produtos farmacêuticos, bem como para resinas, vernizes, corantes, produtos têxteis etc. Em função da posição do alumínio na série galvânica dos metais, ele fica sujeito à corrosão galvânica em meios eletrolíticos e em contato com a maioria dos outros metais; na pilha de corrosão formada, o alumínio será o anodo corroído. Apesar de, em atmosfera marinha, a corrosão por pites poder ocorrer em caso de defeitos superficiais, fortes descontinuidades ou altas tensões, o alumínio tem sido usado com sucesso em tubos e espelhos de aparelhos de troca de calor em sistemas de água salgada e/ou salmoura; quando observada, a corrosão por pites é discreta e, em geral, não progride. As ligas de alumínio com magnésio (séries 5.000 e 6.000) são as mais recomendadas para este meio aquoso. Além disso, o alumínio também se sujeita à corrosão em frestas com materiais capazes de absorver e reter umidade; assim, deve-se ter precaução com materiais de juntas, gaxetas, isolantes térmicos etc. que possam ficar em contato com peças de alumínio. Ademais, corrosão intergranular pode ocorrer nas ligas Al-Mg e Al-Mg-Zn, similar aos aços inoxidáveis, em função da precipitação de compostos intermetálicos. O fator temperatura é crucial na determinação da utilização do alumínio: em função do seu excelente comportamento em baixas temperaturas (até - 273oC), este metal é utilizado em equipamentos (vasos, tubulações etc.) para serviços de baixíssimas temperaturas – incluindo serviçoscriogênicos com gases liquefeitos (ar, H2, O2, N2, metano etc.) –, sempre que as condições de corrosão e segurança forem favoráveis, uma vez que seu custo é inferior a outros materiais com esses mesmos parâmetros de resistência térmica (como os aços inoxidáveis austeníticos, ligas de níquel etc.). Nesse sentido, este metal também é usado em tubos e espelhos de aparelhos de troca de calor em geral. Por outro lado, o baixo ponto de fusão do alumínio e de suas ligas (685oC) inviabiliza a utilização deles em equipamentos e tubulações importantes ou que contenha fluidos perigosos, uma vez que tais equipamentos e tubulações serão completamente destruídos em caso de ocorrência de incêndio – mesmo que de curta duração. Em seguida alguns produtos realizados em alumínio: Figura 8 - Luminárias em alumínio Figura 9 - Banco com base em alumínio e chapa perfurada Processos de Fabricação A fabricação de um produto envolve atividades diversificadas, simultâneas ou não, com diferentes níveis de complexidade e dificuldades de realização. As etapas de processo perpassam por conformação, separação, união e melhoria. Figura 10 - Processos Conformação: envolve todos os processos na qual a matéria-prima no estado líquido, plástico ou sólido, com ou sem calor, é submetido a algum tipo de esforço ou ação que venha alterar sua geometria inicial em outra diferente. E S T A D O L Í Q U I D O F u n d ição E S T A D O P L Á S T I C O F o r jam e n t o , E xt r u são e C a lan d ra g em E S T A D O S Ó L I D O C ala n d rag em , C o n fo rm aç ão , F o r ja , R ep u xo , T refilaçã o e S in t e r iz aç ão (P ó ) Metódos de Manufatura Conformação •Estado Líquido •Estado plástico •Estado Sólido Corte •Corte de Chapas •Com formação de cavacos •Sem formação de cavacos •Tocha/laser Junção / União •Térmicas •Adesivos •Mecânicas Melhoramento •Moldado •Abrasivo •Pintura / Revestimento Corte: Processo que envolve a subtração de parte da matéria prima trabalhada. C O R T E D E L A M I N A D O S E st am p ar ia d e co r t e , G u ilh o t in a e S e r ra U S I N A G E M F resa g em , F u r açã o, R o sca , Q u ím ica , E le t ro ero são , T o rn e am en t o e H id ro co r t e C H A P A / L A S E R O xiace lt ilen o e P lasm a Conformação de Metais Existem três modos de conformar metais. Um dos modos é no estado líquido (ou fundido), em que os metais são derretidos através do calor e derramados em um molde. Há, entretanto, alguns problemas associados ao processo, tais como tendência a uma estrutura porosa e a deformar-se. Entretanto esse processo é frequentemente o mais eficiente disponível, especialmente para peças complexas. Outro modo é no estado plástico (ou conformado), onde barras ou peças pré-moldadas são aquecidas abaixo do ponto de fusão, tornando-se fáceis de conformar. Os processos de conformação são, frequentemente, resultados de um trabalho intenso, mas com a vantagem de que a peça apresentará resistência acentuada. Alguns processos de produção de alta magnitude podem ser automatizados. E há também o modo no estado sólido, normalmente limitado a chapas, vergalhões e tubos, geralmente realizado à temperatura ambiente. Embora esses processos sejam resultantes de um trabalho intenso, novos progressos o que se refere ao controle de ferramental computadorizado e ao manejo da chapa, diminuíram drasticamente o tempo de trabalho e os custos. Conformação no Estado Líquido (Metal) A conformação no estado líquido ou fundição é um dos processos de fabricação mais primitivos. Em geral, é a maneira mais econômica de fabricar um objeto complexo, colocando metal onde ele se faz necessário, na espessura desejada, com o mínimo de operações secundárias envolvidas. Há muitos processos de fundição disponíveis. A seleção do melhor método para produzir a peça desejada depende do número de fatores limitadores, tais como o material a ser fundido, todos os custos relacionados, tamanho, quantidade, tolerância, espessura da seção, propriedades físicas/mecânicas, características do design ou complexidade, usinabilidade e a soldabilidade. Processos competitivos, tempo de produção e preferência do consumidor/cliente também desempenham um papel importante na decisão final. Metal líquido ou forjado é fundido em moldes, divididos em duas partes, feitos de areia, gesso, cerâmica e de metais ferrosos e não-ferrosos. Obviamente, a fundição do metal deve ocorrer a uma temperatura mais baixa do que a temperatura do material do molde ou do material refratário – um que possa suportar a temperatura do metal fundido. Um modelo de fundição feito de cera, madeira, plástico ou metal é utilizado para criar o vazio do molde nos moldes descartáveis. A cavidade do molde nas ferramentas não-descartáveis é usinada em materiais sólidos. Figura 11 – Fresagem de um modelo de fundição, Jim Lesko 2004 Moldes descartáveis são aqueles destruídos durante a remoção da peça. Dessa forma, cortes ou ângulos de saída não são necessários durante o processo de fundição. Entretanto os ângulos de saída e os cortes ainda são necessários para a remoção do modelo do molde. O acabamento da superfície e a importância da aparência também são fatores relevantes na fundição. Moldes não-descartáveis (também chamados de “matrizes” ou “moldes permanentes”) são caros e requerem produção em grandes quantidades para torná-los economicamente viáveis. Na maioria dos casos também é necessário um tempo maior para a preparação dos moldes, e mudanças de última hora nos moldes são extremamente caras, se não impossíveis. Moldes não- descartáveis também possuem outras desvantagens: um ângulo de saída é necessário para ejetar a peça do molde, e os cortes não são possíveis, a menos que existam enxertos móveis , ou uma ação lateral que mova as obstruções para fora do curso de ejeção. Em alguns casos, os enxertos podem ser feitos de materiais descartáveis. Os equipamentos de fundição apresentam custo bastante elevado. Por regra, todos os moldes têm muito em comum. Geralmente, há duas peças, um componente inferior da caixa de moldar [inferior] e a tampa da caixa de moldar [superior], ou macho e fêmea em moldes duros, que são unidos numa linha de repartição. Um modelo (também chamado “positivo”) feito de cera, madeira, plástico ou metal é utilizado para criar o vazio do molde. Um modelo é semelhante ao produto final ou á parte fundida, mas deve ser maior para compensar o encolhimento/contração da fundição durante o resfriamento. Fundição Automatizada Se a taxa de produção estiver acertada, a maioria dos processos de fabricação de moldes e de fundição pode ser automatizada, com muitas estações de moldagem capazes de cem ou mais fundições por hora. O controle por computador é utilizado para proporcionar uma variedade de operações robóticas para o derramamento do metal, a fim de remover as peças fundidas e posicioná-las para a remoção da entrada do canal de alimentação numa estação de cisalhamento. A figura a seguir mostra um processo típico automatizado de fabricação de moldes. Figura 12 – Fabricação automatizada de molde, Jim Lesko 2004 Conformação no Estado Plástico A conformação no estado plástico é uma operação sobre metal ainda sólido, a uma elevada temperatura (mas abaixo da temperatura crítica ou de fusão). O objetivo desse processo não é apenas conformar o metal, mas controlar a estrutura do grão de forma que a resistência da peça conformada seja realçada (calculada para se opor a forças esperadas). Laminação Existem dois tipos de laminação – quente e fria. A fria não é realmente fria, mas não é tão quente quanto a laminação quente, que é realizada exatamente abaixo da temperatura crítica. O processo em si mesmo ocasiona tensão e fricção, que gera calor.Dessa forma, os cilindros devem ser resfriados a água durante o processo de laminação. Na laminação quente, uma barra pré-aquecida ou bloco é passada entre uma série de cilindros que a prensam, reduzindo-a e/ou modelando-a numa placa, chapa ou modelo estrutural. Os grãos são triturados e alongados. Durante o período de recuperação, os grãos tendem a aumentar novamente, produzindo uma superfície áspera e grosseira. Na laminação fria, uma chapa previamente aquecida pela laminação é posteriormente comprimida pelos cilindros (numa condição fria), que trituram e alongam os grãos. Entretanto, durante a fase de reaquecimento ou recozimento, os grãos ficam menores, produzindo uma superfície fina e lisa. Esse processo melhora a chapa de aço, mas aumenta o custo em até 20%. Figura 13 - Laminação quente (o cinza indica a tranformação do grão) Jim Lesko 2004 Figura 14 - Laminação fria (o cinza indica a tranformação do grão) Jim Lesko 2004 Esses processos, chamados “primários”, produzem produtos de laminação que serão transformados em produtos industriais e consumidos em processos secundários como conformação, corte e união. Extrusões Figura 15 - Tipos de extrusão, Jim Lesko 2004 Extrusão Direta Na extrusão, um tarugo redondo aquecido é colocado numa câmara de uma grande prensa e é forçado através de uma matriz por um aríete hidráulico, criando uma figura de perfil longo. Os perfis formados podem ser sólidos, semi-ocos ou ocos. Praticamente qualquer perfil é possível para satisfazer uma grande variedade de requisitos do design. As extrusões têm revolucionado o design e a fabricação de muitos produtos. Em parte porque a maioria dos materiais para extrusão e matrizes não são tão caros. Figura 16 - Classes de extrusão, Jim Lesko 2004 Figura 17 - Classes de extrusão oca, Jim Lesco 2004 Figura 18 - Conceito básico do processo de extrusão, Jim Lesko 2004 Figura 19 - Peça obtida cortando-se um pedaço da extrusão, Jim Lesko 2004 Figura 20 - Arranjo de perfis extrudados, Jim Lesko 2004 Extrusão por Impacto Na extrusão por impacto, uma prensa é usada para conformar partes de determinada grandeza, de pequenas a médias, com paredes finas e sem ângulo de saída. A peça é colocada em uma cavidade e é golpeada por um pistão, tornando o material plástico. O material é extrudado para cima entre o pistão e a parede da matriz, ou para a frente, formando uma variedade de pequenos modelos, incluindo contêineres simétricos com paredes finas. A seguir, a peça é ejetada. Há três tipos básicos de matriz para extrusão por impacto: direta, inverso e combinação. As peças podem ser extrudadas em alumínio, cobre e ligas de latão. Figura 21 - Desenho esquemático de extrusão por impacto, Jim Lesko 2004 Figura 22 - Peças de alumínio de extrusão por impacto, Jim Lesko 2004 Estiramento de Arame (trefilação) É essencialmente o processo oposto à extrusão. Uma haste é tornada mais fina quando é puxada sucessivamente através de uma série de matrizes redutoras abertas. Figura 23 - Características essenciais do processo de trefilação, Jim Lesko 2004 Conformação no Estado Sólido A conformação no estado sólido é a configuração de chapas de metal, haste ou tubo, geralmente à temperatura ambiente. Em alguns casos, poderá ser necessário aquecer o metal se ele for espesso, não for muito dúctil ou se tornar duro de trabalhar durante a conformação. Uma folha é normalmente definida como o metal que tem menos de 0,25 polegada de espessura (E). Acima disso é considerada chapa. Embora haja algum fluxo de metal durante os processos do estado sólido, é incidental – diferente da conformação do estado plástico, onde o controle da direção do grão é o objetivo. Contudo as propriedades mecânicas são afetadas e há algum ganho de resistência que pode ser um dos objetivos na operação de conformação. Durante o processo de conformação, alguns metais podem se tornar quebradiços e podem necessitar de recozimento antes que a operação de conformação continue. Na dobra da folha há uma norma empírica onde o raio da dobra está relacionado à espessura da folha – uma dobra de 2E significa que o raio deveria ser igual a duas vezes a espessura da folha (2 X E). Regras são dependentes da “curvabilidade” do material e, em até certo ponto, do equipamento utilizado. Essas orientações são dadas pelo fornecedor e/ou manuais. Partes pequenas mas complexas são às vezes formadas por matrizes progressivas, de transferência ou de ação múltipla, que cortam tão bem quanto conformam a peça, especialmente quando há grande produção e ações múltiplas com dobras simples. Numa operação de grande volume, o processo é frequentemente chamado de “estampagem”, mas o termo também é usado para a operação de conformação de chapas em geral. Dobramentos Simples Conformação do Arame Devido ao seu custo relativamente baixo, alta resistência e capacidade de ser facilmente empregado, a chapa conformada, haste, arame e tubo são importantes para designers industriais, especialmente no design automotivo e de transporte e numa grande série de recintos para equipamento residencial, industrial, médico e de pesquisa. Estantes de qualquer tamanho e praticamente todos os recipientes grandes são muito provavelmente feitos de chapa de metal – geralmente alumínio ou aço. A chapa de metal é usada na maioria dos utensílios domésticos, grandes ou pequenos, especialmente quando grande calor é gerado, como artigos usados para cozinhar, fornos, e acessórios para iluminação. Também é usada para capas protetoras e tanques de combustível para a maioria dos equipamentos de jardinagem, onde motores a gasolina e trabalhos pesados são comuns. Chapas de metal, hastes, arames e tubos são importantes na mobília da casa e do escritório e em mostruários comerciais e acessórios para exposição. Outras aplicações incluem produtos recreacionais, equipamento para esportes e exercício, e virtualmente qualquer categoria de produto onde alta resistência, peso leve, tempos de ressuprimento curtos e baixo custo são importantes como parâmetros do projeto. A dobra e conformação de arames requer ferramentas especiais, mas é um processo de produção econômico. O arame formado e soldado por ponteamento é forte e tem aplicação em muitas indústrias. Dobramento de Tubos Dobrar e conformar tubos e outras seções ocas requer um apoio interno chamado “mandril”, a fim de prevenir rupturas durante o processo de dobramento. Figura 24 - Mandris para prevenir ruptura do tubo durante a dobradura, Jim Lesko 2004 Figura 25 - Ferramentas para dobramento de tubo e varetas. A matriz estacionária ou móvel determina o raio do dobramento, e os seguidores de apoio movem o tubo ou a vareta para realizar o dobramento. Jim Lesko 2004 Dobramento Chapas Metálicas Dobrar uma chapa metálica ao longo de um plano é, em geral, uma operação de baixo custo que cria formas simples e fornece à chapa alguma rigidez e resistência. Um freio operado manualmente – uma ferramenta comum, formada por uma chapa em pequenas oficinas – pode lidar com curvaturas limitadas. As máquinas que conformam grandes chapas e que são controladas por computador, são capazes de conformações bastante complexas, mas ao longo de um único eixo para cada dobramento. Um sugestionador é uma ferramenta não-dispendiosa, geralmente disponível em pequenas oficinas. Possui um número de ligações radiais que propicia uma variedade de raios de curvatura (r). Uma versão operada manualmente desses freios é usada para dobramento no local para paredes exteriores, de tábuas, residenciais e comerciais. Figura 26 - Sugestionador para dobramento simples, Jim Lesko 2004 Figura 27 - "Cofre de porquinho", cortado a laser a partir de uma chapa de aço inoxidável e conformado por um sugestionador. Jim Lesko 2004 O dobramento de chapapor cilindros sobre um eixo é uma operação dispendiosa. Máquinas operadas manualmente com um cilindro ajustável fornecem uma variedade de raios para laminação (r). Essas máquinas são tipicamente usadas em pequenas oficinas. Figura 28 - Representação esquemática do dobramento por cilindro, Jim Lesko 2004 Dobramento a Ar e Dobramento com Matriz em V O dobramento a ar ou dobramento em três pontos é uma operação de custo moderado que utiliza, no lugar da matriz, apenas um punção numa abertura. O metal é apoiado em dois pontos e atingido por um punção (o terceiro), que cria o dobramento. É chamado de “dobramento a ar” porque existe ar entre o metal e a abertura contra a qual foi forçado. A eliminação da matriz reduz o custo e também reduz a exatidão, quando comparada ao dobramento com matriz em V. Figura 29 - Dobramento a ar, Jim Lesko 2004 O dobramento com matriz em V é a operação mais cara de dobramento, pois utiliza uma série combinada de punção e matriz (ou ferramenta) e/ou o controle computadorizado sofisticado. A ferramenta, que produz dobramentos muito exatos, é geralmente projetada para uma aplicação especial, e, embora permaneça com o fabricante, a ferramenta é privada e não pode ser usada para nenhuma outra aplicação sem a permissão do proprietário. Figura 30 - Dobramento com matriz em V, Jim Lesko 2004 Figura 31 - Bainha, offset e entalhe. Jim Lesko 2004 Conformação Contínua por Cilindro É um processo de alta velocidade utilizado para produzir modelos de metal que são um pouco análogos às extrusões, exceto pelo perfil, que é limitado à espessura original da chapa. A partir de uma bobina, a chapa de metal é alimentada através de uma série de cilindros superiores e inferiores, criando gradualmente um perfil acabado. Qualquer metal de chapa fina e dúctil pode ser conformado por conformação contínua por cilindro, incluindo o aço carbono galvanizado e pré-pintado, aço inoxidável e aços especiais, alumínio, latão e bronze. Figura 32 - Processo de conformação por cilindro, Jim Lesko 2004 Figura 33 - Típicas peças de catálogo formadas por cilindro, Jim Lesko 2004 Dobramento Composto Giratório É comumente usado para produzir formas simétricas semelhantes a taças ou discos de frisbee (disco usado em brincadeiras de praia). O processo é muito interessante de ver, e a transformação da chapa numa forma final é quase inacreditável. Uma ferramenta conformadora força a chapa de metal contra um modelo de madeira ou metal enquanto gira num torno especial. Na figura, a seguir, pode se observar o metal sendo comprimido, ocasionando um fluxo e resultando numa mudança de espessura. Isso é bom e ruim: bom porque há um ganho em resistência, ruim porque aparecem fragilidades junto a outras propriedades mecânicas. Frequentemente o designer pode tirar vantagem dessa condição. O processo envolve trabalho intenso, mas as matrizes não são dispendiosas. Figura 34 - Representação esquemática do processo giratório, Jim Lesko 2004 Figura 35 - Detalhes do giratório, Jim Lesko 2004 O efeito giratório pode ser automatizado para uma grande produção, mas muito provavelmente não pode competir com a estampagem para um volume de produção muito grande. Figura 36 - Operador do giratório, Jim Lesko 2004 Hidroconformação (conformação por fluido) Na hidroconformação, uma membrana flexível, que sela uma cavidade preenchida com fluido, atua como um punção a fim de conformar a peça ou o grupo. A pressão do fluido elimina a necessidade de uma cavidade apropriada para a matriz. Figura 37 - Hidroconformação, Jim Lesko 2004 Estampagem (gravação) e Estampagem (gravação) Profunda (Drawing and Deep Drawing) Na estampagem (gravação), o metal da chapa é conformado em perfis ocos por um punção, que força o metal para dentro de uma cavidade da matriz. Na estampagem (gravação) profunda, normalmente realizada em várias etapas, a profundidade da parte oca é duas ou mais vezes o diâmetro do punção. Corte de Metais Conformação de Chapas: a palavra corte não é utilizada para descrever processos, exceto para cortes brutos ou envolvendo corte de chapas sobrepostas, porém mesmos nesses casos o termo utilizado é cisalhar. Usinagem: no corte de blocos de metal, nos processos com formação de cavacos, a palavra usinagem é empregada, pois há necessidade de uma máquina de corte especial (que guia a ferramenta de corte), para que o corte tenha uma dada tolerância precisa. Operação de Conformação de Chapas Cisalhamento Processo semelhante a um corte de tessoura, é uma ação de rasgar, deixando uma extremidade que apresenta um resíduo, ou rebarba, que deve ser removido. Figura 7 - Folga correta na zona de deformação Puncionamento / Blanking São processos praticamente idênticos a distinção é em relação a parte que é descartada. Figura 9 - Gráfico de puncionamento Corte com Formação de Cavacos O termo cotar refere-se a separação ou redução de um material pela remoção de cavacos, a maioria dos materiais podem ser cortados por este Figura 10 - Gráfico de blanking Figura 8 - Folga incorreta na zona de deformação processo desde que a ferramenta de corte seja mais dura que a peça de trabalho ou material a ser cortado. Usinagem quando o corte atinge tolerância de ± 0,005 polegadas, neste processo a peça de trabalho e a ferramenta de corte são mantidas em uma relação precisa para que o corte desejado seja obtido com a tolerância exigida. Torneamento O torno é utilizado para trabalhar sólidos cilíndricos e formas côncavas. A peça é fixada a um mandril e gira presa a uma ferramenta chamada cabeçote, controlada por um operador. Figura 11 - Torno a Motor Materiais a ser torneado: Aço 0,35%C, Aço 0,45%C, Aço Extra Duro, Ferro Fundido Maleável, Ferro Fundido Gris, Ferro Fundido Duro, Bronze, Latão e Cobre, Alumínio, Fibra e Ebonite Fresamento Fresa vertical Bastante semelhante a uma broca e, a princípio funciona como tal; porem esta apresenta flexibilidade maior em seus eixos de corte e nos movimentos da peça de trabalho. O metal é removido por uma ferramenta giratória – denominada fresa – de múltiplos gumes cortantes. Cada gume remove uma pequena quantidade de metal em cada revolução do eixo onde a ferramenta é fixada. A operação propicia a usinagem de superfícies apresentando qualquer orientação, porque tanto a peça quanto a ferramenta podem se movimentar em mais de uma direção, ao mesmo tempo. Figura 12 - Fresa Vetical Fresa horizontal Similar a vertical, a diferença se encontra na cabeça porta-ferramenta, limitada a cortes horizontais. Atualmente substituídas por centros de usinagem. Figura 13 - Fresa Horizontal Aplainamento e Broqueamento: Aplainamento Consiste na raspagem da superfície de uma peça pequena, em movimento recíproco, é realizado para o acabamento final e não para fazer o corte primário. Figura 14 - Centro de Usinagem Figura 15 - Ilustração esquemática de um corte típico de uma plaina Broqueamento Refere-se ao processo de acabamento final, a configuração interna e o diâmetro internos, em peças côncavas ou em furos feitos por fundição ou outros processos similares ao processo de torneamento. Figura 16 - Ferramenta de usinagem interna Brochamento e Retificação Brochamento As operações básicas de brochamento são: superficial, cilíndrica, interna e retificação sem centro. As ferramentas de corte são compostas de grão abrasivos, duros, ligados a um disco em distribuição aleatória. Uma broca possui múltiplos dentes, que são usados para dar o acabamento final em superfícies internas e externas. Retificação É uma operação de acabamento geralmente utilizada em superfícies fixas ou móveis Figura 17 - Ilustração esquemática da operação de retificaçãoUsinagem (Centro de Usinagem e de Torneamento) Uso do centro de usinagem que atualmente é o processo de usinagem dominante (padrão), ele poder cortar cinco lados sem que haja necessidade de mover a peça, reduzindo o tempo de usinagem. Furação / Corte Furação Processo de usinagem bastante comum utiliza broca helicoidal como ferramenta básica de corte. Figura 18 - Furadeira de coluna com velocidade variável Serrar Este processo é geralmente usado para cortar partes ao longo do comprimento, preparando-as para outras operações de corte. Os tipos básicos do processo de serrar são alternativa e circular. A máquina apropriada e a ferramenta de corte são escolhidas pelo seu tipo e espessura ou com base no formato do material a ser cortado. Figura 19 - Tipos de Ferramentas de Corte Corte sem Formação de Cavacos Figura 20 - Serra de fita vertical Este processo emprega alta tecnologia utilizada extensivamente na fabricação de equipamentos eletrônicos, científicos e de defesa. Fresagem química e usinagem eletroquímica. Fresagem química, cavidades rasas (de até 0,47 polegadas) são geralmente formadas em peças para redução de peso. Consiste no ataque seletivo por um agente químico na peça de trabalho, ação controlada com uso de máscaras ou por imersão parcial no produto. Baixo custo ferramental e de equipamentos, recomendando para baixas produções. Figura 21 - Ilustração esquemática da usinagem química Usinagem eletroquímica consiste na remoção de grandes quantidades de metal de cavidades profundas e complexas. Uma solução salina condutora remove por ação eletroquímica o material da peça, formando assim uma cavidade. Alto custo ferramental e de equipamentos, grande consumo de energia, processo recomentando para produção de média a alta escala. Figura 23 - Esquema do processo de usinagem eletroquímica Usinagem por eletroerosão (ou usinagem por descarga elétrica) Figura 22 - Típica redução de peso através de usinagem química Os metais são erodidos por faíscas elétricas. A peça imersa em um fluido não-condutor é conectada à corrente elétrica. Uma descarga atravessa o fluido, removendo uma pequena quantidade de metal. Os custos ferramental e de equipamentos são altos porem ao serem comparados à fresagem convencional são compensados, pois os erros são eliminados. Usados na produção de ferramentas de injeção e fundição. Figura 24 - Cavidade em espiral produzida por um eletrodo rotatório durante o processo de usinagem por eletroerosão Usinagem por jato abrasivo Processo que utiliza ar (ou gás) limpo e seco, contendo areia e pó abrasivo, é direcionado para a peça de trabalho a uma velocidade de até 300 metros por segundo através de um bocal de carboneto de tungstênio ou de safira sintética. Pode-se cortar qualquer material, com pouco calor até materiais finos e frágeis porem é um processo lento e exigem limpeza constante da poeira liberada. Figura 25 - Usinagem com jato abrasivo Usinagem hidrodinâmica / Corte com jato de água e abrasivo Neste processo é utilizado água pura (com abrasivo) na forma de um fluxo fino e preciso é direcionado contra o material a velocidade de ate 1.200 metros por segundos, resultando em cortes bem definidos e planos de modo rápido. Este processo corta qualquer tipo de material em qualquer direção sem a necessidade de geração de calor, geralmente não se faz necessário acabamento. Figura 26 - Usinagem com jato de água Usinagem a Laser Um laser usa elevada densidade de energia altamente focalizada para fundir e vaporizar porções de uma peça de trabalho, usada para trabalhar materiais metálicos e não-metálicos e para fazer furos muito pequenos de ate 0,0002 polegada, profundidade/diâmetro 50:1. O equipamento para esse tipo de usinagem é caro e consome muita energia, porem não exige vácuo. Usinagem por Feixe de Elétrons Esta usinagem utiliza elétrons em alta velocidade, aplicação semelhante ao da usinagem a laser, porém este processo requer vácuo, esta usinagem é utilizada para cortes que exijam extrema precisão. Figura 27 - Esquema de equipamento de usinagem por feixe de elétrons Chama / Corte Térmico Corte oxiacetilênico Os gases acetileno e oxigênio são misturados em uma pré-câmara e inflamados através de uma ponteira especial, o metal se aquece até uma temperatura crítica, o fluxo de oxigênio aumenta, o que faz com que o metal se oxide, originando um corte através da placa. Este processo por cortar placas de até 6 polegadas, porem os tanques são pesados e as mangueiras de difícil manejo, considerando uma grande desvantagem, porém a vantagem é a portabilidade e não exige nenhum tipo de fonte de energia. Figura 28 - Esquema de corte de uma chapa de aço com chama de maçarico de oxiacetileno Corte a arco de plasma É um processo mais produtivo porém gera altas temperaturas, produz cortes mais suaves e é utilizada para corta não-ferrosos e aço inoxidável, facilmente automatizado e o corte térmico mais popular. É considerado mais vantajoso em relação ao processo anterior, por ser mais compacto e não exige tanques pesados nem mangueiras, porem requer uma fonte de energia de alta voltagem Figura 30 - Corte com arco de plasma Figura 29 - Esquema de corte transversal de chapa com chama, ilustrando as linhas de arrasto irregulares. União A união implica em juntar, fixar, duas ou mais partes para obtenção de componentes, conjuntos ou do próprio produto final.Grande parte dos produtos necessita de processos de montagens, cuja manufatura normalmente exige a união de peças de diferentes materiais, que podem ser viabilizadas recorrendo as seguintes opções: união térmica, adesiva ou mecânica. Cada opção possui vantagens e desvantagens cuja análise é crucial para o bom desempenho do produto e para minimizar custos de produção. T É R M I C A S o ld a (G ás/ A rco / . . .) A D E S Ã O C o las e A d esivo s (F it as) M E C Â N I C A P ara fu so s, R e b it es, C avilh as, P in o s e E st am p ar ia A brasagem, a soldagem e os adesivos apresentam várias dificuldades que tornam a montagem mais lenta, sendo recomendada para uma produção em escala considerável, visto que esses processos não são de barata automação. As junções mecânicas por sua vez possuem um baixo custo totalizando em média 5% do custo do produto total, porém a montagem e fixação utilizando essa técnica pode elevar de forma considerável o custo do produto manufaturado, sendo inviável para produção em grande escala. União térmica A soldagem fraca é feita através da adição de um metal não ferroso chamado solda e um fluxo que conduz corrente elétrica para unir metais e também para vedar latas e produtos similares, a temperatura máxima atingida nesse processo é de 850°F. As vantagens do uso desse processo são: metais distintos, metais fundidos e trabalhados ou com espessuras diferentes podem ser unidos, não afetando seriamente as propriedades mecânicas originais do metal. A desvantagem é a pouca resistência que o processo oferece ao produto, que deve ser precedida de uma junta projetada para suportar a carga que será aplicada ao produto. A brasagem é similar à soldagem fraca possuindo maior resistência e se diferindo apenas na temperatura que nesse caso deve ser superior à 850°F e menor que a temperatura de fusão dos metais. Nesse processo há uma certa penetração intergranular, que consequentemente gera forças entre os metais e a junta. Suas vantagens são que as montagens podem ser unidas em condições praticamente livres de tensão; montagens complexas podem ser unidas em vários estágios com o uso de metais de adição a temperaturas de fusão progressivamente mais baixas; juntas por brasamento requerem pouco ou nenhum acabamento, além da remoção do fluxo e a juntaé vedada e condutiva. Figura 38 Brasagem A solda gem é mais complexa que os processos citados acima e necessita de um aparato muito maior de processos disponíveis. Na soldagem ocorre a fusão dos metais, geralmente acarretando à alterações físicas ou mecânicas, que podem ser minimizadas através de um tratamento térmico do processo, para obtenção de uma solda resistente. Há vários tipos de processos de soldagem, sendo eles: Soldagem a gás – combina-se os gases oxigênio e acetileno com a chama de maçarico que provoca o aquecimento das peças a serem unidas a temperaturas superiores ao ponto de fusão. Figura 39 Processo de soldagem a gás Figura 40 Soldagem a gás Soldagem a plasma - é um processo de grande velocidade que oferece melhor qualidade de soldagem, além de ser mais resistentes à alterações das propriedades mecânicas e físicas. Suas vantagens são o tempo de soldagem e de preparação da junta reduzido, penetração uniforme e maior tolerância à desalinhamento das juntas. Suas desvantagens são complexidade do processo, necessidade de dois gases de proteção e difícil isolamento da região gasosa. Soldagem por resistência – esse processo é mais usual em chapas metálicas, onde as lâminas de metal são sobrepostas entre dois eletrodos que conduzem correntes precisas que podem gerar soldas por ponto, costura ou projeção. Suas vantagens são a simplicidade e rapidez do processo como também seu baixo custo. Figura 41 Soldagem por resistência 1) projeção; 2) ponto; 3) costura 1) 2) 3) Soldagem por alta frequência – é usada para obtenção de soldas longas e contínuas para produtos como tubos de aço com costura. Soldagem por feixe de elétrons – utilizado para soldar qualquer tipo de metal de qualquer espessura que varia desde uma folha de alumínio até uma placa de 6 polegadas. Soldagem a laser – usa-se um feixe de luz concentrada , precisamente focado na peça, sendo indicado para juntas estreitas e profundas, porém possui um elevado custo. Figura 42 Soldagem a laser Adesivos Os principais tipos de adesivos são os adesivos sintéticos orgânicos, importantes para o setor manufatureiro e frequentemente usados para aplicações sujeitas à carga na união de materiais de pouca espessura e para juntas invisíveis. Os adesivos devem apresentar as seguintes características: resistência; tenacidade resistência a fluídos, produtos químicos e degradação causada pelo meio externo, incluindo temperatura e umidade. Uma boa junta deve ser projetada para suportar forças de cisalhamento e tração. Suas vantagens são homogeneidade, possibilidade de unir peças finas e frágeis, não interferem esteticamente nas superfícies expostas e nos contornos do objeto, distribuem a tensão uniformemente, unem materiais dissimilares com diferentes expansões térmicas, fornecem proteção contra corrosão, vedam e protegem contra líquido e gases e amortecimento mecânico. Suas desvantagens são prazo de validade limitado, apresentam formulações numerosas e variadas, exigem controle, montagem e testes complicados com mão de obra capacitada para execução, exige preparação das superfícies a serem unidas e limpeza minunciosa. Figura 43 Uso de união adesiva Junções mecânicas As junções mecânicas são usadas durante a fase de montagem da produção e contribuem significantemente com os custos. Para minimizar esses custos faz-se necessário o uso de um redesing criativo ou quando possível o design de peças para montagem robotizada. As junções rosqueadas são comumente usadas na montagem na produção, onde a peça é furada e rosqueada para receber um parafuso. Para metais macios pode se usar uma rosca ou pino que ajudara o metal a suportar a alta tensão e a tensão de torque esperados. Parafusos Porcas Pinos Insertos Para madeira De segurança Macho Pino rosqueado Para metais Giro livre Macho duplo Insertos rosqueados Para porcas Rosca única Prisioneiro Auto atarraxante Para máquinas Figura 44 Junções rosqueadas (Parafusos e Insertos) As junções sem rosca são praticamente invisíveis com exceção da arruela, pois são geralmente mantidas por fricção no sistema de fricção no sistema de fixação. Rebites Pinos Anéis de retenção Arruelas Cego De ajuste Estampados Chata Tubular De Fixação Formados por fio Cônica Clovis Em espiral Helicoidal Contrapino Dentada de travamento Em espiral Pressão Tubo em rasgo Figura 45 Junções sem rosca As junções para propósitos especiais variam desde clipes para papel até fechaduras e dobradiças. Grampos de Aço Estampado Engates Rápidos Clipes Alavanca Pré formados Deslizante Cabos tubos Levante e gire Pino Magnéticos Push on Empurre puxe Interlock Empurre empurre Redondo Torção Flange Plásticos Arame torcido Burdock Velcro Metal conformado Multifuncional Metal Plissado Figura 46 Junções para propósitos especiais Melhoramento A aparência é uma das principais responsabilidades do designer, e a mesma é aspecto determinante de um produto por isso, o acabamento é um dos fatores que devem ser levados em consideração bem no início do processo de design do produto, características como custo, compatibilidade, cor, brilho, textura e durabilidade são imprescindíveis, bem como seus aspectos funcionais e de proteção. No metal o acabamento é tratado como uma operação de forma, corte e recobrimento. P IN T U R A /R E V E S T IM E N T O P in tu ra t in ta líq u id a , p in tu ra e m p ó A B R A S IV O J a te a m e n to d e a re ia , P o lim e n to e E s c o v a m e n to M O L D A D O Te x tu r iz a ç ã o e F r is a d o -Moldado Texturização A textura exerce um importante papel no design. Ela pode melhorar a aparência do produto, aumentar a utilidade, e diminuir a taxa de rejeição mascarando pequenas falhas, como as depressões superficiais. As texturas podem ser moldadas durante a fundição. Figura 47 - - Modelos de texturas Fonte:alibaba.com Frisado Podem-se formar texturas frisando chapas pré galvanizadas de 0,020 a 0,036 polegada de espessura, criando realces brilhantes de prismas. Os frisos garantem força e rigidez extras, muitas vezes permitindo que seja utilizada uma espessura de chapa mais leve. Figura 48 - - Metais com textura frisada -Abrasivo Jateamento de Areia È uma operação onde um equipamento é capaz de propulsionar um fluxo de materiais abrasivos sob alta pressão contra uma superfície, normalmente tendo-se o ar como fluido, de maneira a desgastar, tornar rugosa ou lisa, dar formas ou remover superfícies contaminantes. Ele é utilizado na remoção de ferrugem, pintura de componentes metálicos. Tipicamente, o operador começa por uma extremidade do item e trabalha em pequenas áreas, até que apenas o acabamento de metal seja visível. Uma vez completado o jateamento de areia, a superfície deve ser coberta com uma base ou selante para resistir a partir da oxidação, da umidade no ar. Fonte: Microesfera.com Polimento É o procedimento realizado com o intuito de gerar ou reativar o brilho das superfícies metálicas. O tratamento de polimento consiste em um processo de alisamento manual ou mecanizado da superfície com o auxílio de tecidos, pastas abrasivas ou micro-esferas a fim de atingir um nível específico de rugosidade superficial. A pressão aplicada sobre a peça durante o polimento, junto com a elevação da temperatura devido à fricção, levaria à fusão da camada superficial da peça e o material que compõe as arestas da rugosidade se depositaria em suas ranhuras. O eletropolimento, oposto da eletrogalvanização pode produzir superfícies espelhadas pois não há contato mecânico com a peça. Nesse processo, um eletrólito ataca cristas na superfície, resultandoem uma superfície suave. O eletropolimento é adequado para formas irregulares. Figura 49 - Coifa em aço inox polido fonte: lofra.com Escovação A peça ou a chapa é mantida contra uma escova de aço circular girando a uma alta velocidade. Resultam texturas na superfície que variam de muito suaves a ásperas. Cada grupo industrial tem suas próprias designações de textura escovada. Figura 50 - Eletrodomésticos em aço escovado fonte: archdaily.com -Revestimentos Pintura tinta líquida É necessária que haja um pré-tratamento da superfície anterior a aplicação da tinta. Em peças e equipamentos para interiores, a tinta pode ser aplicada diretamente sobre o aço. Para aplicações em que as peças ficarão expostas ao intemperismo e corrosão atmosférica, há necessidade de tratamento do aço ou galvanizado por fosfatização. É importante ressaltar que se necessário à aplicação da massa epóxi, a seqüência de aplicação correta deve ser Primer, Massa e Acabamento. É muito comum a inversão com a aplicação da massa diretamente sobre o aço. É errado por que a massa não tem as mesmas propriedades da tinta de fundo, como aderência e proteção anticorrosiva. Figura 51 - Aplicação Correta de primer, massa e acabamento Fonte: skylightestruturas.com Este tipo de acabamento é dado em forma de tinta a óleo; esmalte; verniz de laca; à base de água; goma laca e corante podendo ser aplicadas por imersão; trincha; rolagem; aspersão; rotação em tambor; centrifugação; spray; e atomização eletrostática. Figura 52 - Aplicação por aspersão; imersão; e spray eletrostático. Fonte: LESKO, 2004 Pintura em pó O processo de pintura com tintas em pó envolve três processos: pré- tratamento da superfície, aplicação do pó e cura. Este tipo de revestimento é aplicado a uma peça sob a forma de um pó seco e fluidizado através de ar comprimido. A diferença principal entre uma tinta líquida convencional e a pintura a pó, é que esta última não requer um meio solvente para manter os seus componentes (Ligante, pigmento, etc) numa suspensão em meio líquido. A pintura a pó é aplicada eletrostaticamente e curada sob ação do calor que a irá fluidificar e endurecer, formando uma pele. Esta pintura caracteriza-se por ter um acabamento mais duro e resistente que a pintura líquida convencional. Ela é usada principalmente no recobrimento de metais, como aço e alumínio. Figura 53 - Aplicação de tinta em pó Referência FERRANTE, Maurizio. A materialização da idéia: noções de materiais para design de produto. – Rio de Janeiro: LTC, 2010. LESKO, Jim. Design Industrial: materiais e processos de fabricação/ Jim Lesko; tradução Wilson Kindlein Júnior, Clovis Belbute Peres. – São Paulo: Edgard Blucher, 2004. LIMA, Marco Antônio Magalhães. Introdução aos Materiais e Processos para Designers. - Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna Ltda, 2006.