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O Uso da Tecnologia Assistiva para 
Educadores com Ênfase no Aluno 
Cego 
 
 
Módulo 2 (Semana 2) 
 Braile e Sorobã – Gerando Braile 
 
 
 
Professores Responsáveis: 
José Antonio dos Santos Borges 
e 
Angélica Fonseca da Silva Dias 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
outubro de 2023
 
 
Presidente da República 
Luiz Inácio Lula da Silva 
Ministro da Educação 
Camilo Santana 
Diretoria de Educação Especial 
Décio Nascimento Guimarães 
Secretaria de Mobilidades 
Especializadas (SEMESP) 
Ilda Ribeiro Peliz 
 
Universidade Federal do Rio de 
Janeiro | UFRJ 
Reitora 
Roberto de Andrade Medronho 
Vice-Reitora 
Cassia Curan Turci 
 
CCMN - Centro de Ciências 
Matemáticas e da Natureza 
Decano 
Cabral Melo Lima 
Vice-Decano 
Cabral Melo Lima 
Superintendente 
Mônica Pereira de Almeida Oliveira 
 
Instituto Tércio Pacitti 
de Aplicações e Pesquisas 
Computacionais (NCE/UFRJ) 
Direção 
Angélica Fonseca da Silva Dias 
Vice-Direção 
José Antonio Borges 
 
Equipe NCE/UFRJ 
Coordenadores do Projeto 
José Antonio Borges 
Angélica Fonseca da Silva Dias 
Coordenação Técnica 
Júlio Tadeu Carvalho da Silveira 
Maria de Fátima da Silva Antunes 
Silvia Martins Mendonça 
 
Programação Visual e 
Diagramação 
Rebecca Maia Brito 
Consultoria em Acessibilidade 
Clarice Rebello da Motta 
Tradução em Libras 
Raphael Lopes da Costa 
Produção de Vídeo 
Leonardo Teixeira Santos 
Revisão de Texto 
Ana Lucia Rodrigues
 
 
http://portal.nce.ufrj.br/
http://portal.nce.ufrj.br/
http://portal.nce.ufrj.br/
 
 
 
3 
 
Equipe de Tutores 
Adriana Conde Rocha 
Adriana Mota Albuquerque 
Adriano Barros da Silva 
Beatriz de Barros 
Bruna Ribeiro Guimarães da Silva 
Ciléia Fioroti do Amaral 
Claudia Marques de O. Marins 
Claudia Simone G.N. da S. Ferreira 
Claudia Tavares Sampaio 
Claudio Barandin da Silva 
Cleber José de Oliveira Ribeiro 
Crislayne Prado de Assis Pereira 
Djalma Mandu de Brito 
Florinda Mangeroti Z. Duarte 
Gleilcelene Neri de Brito 
Isabele Carneiro Passos 
Juliana Coutinho Oliveira 
Leandro Fonseca 
Livia de Souza Costa 
Luiz Carlos de Padua Salles 
 
Maiara da Silva Conceição 
Marcélia dos S Valentim Maciel 
Maria do Socorro M. de Oliveira 
Maria Eduarda Paulini M. de Oliveira 
Maria Luiza Santos Abdalla 
Michelle Brust Hackmayer 
Monica Ferreira 
Monica Machado Ribeiro 
Nubia Cerqueira do Espírito Santo 
Patricia Paes de Albuquerque 
Raquel Bastos Gonçalves da Silva 
Raquel de Melo Porto 
Rogério José da Silva 
Roselinda Passos Franco Campelo 
Roseméri Corrêa França 
Sandra Ferreira 
Tania Cristina Viana Oliveira 
Tania Maria da Silva Freire 
Thiago de Melo Ferreira 
Valquiria Félix Gonçalves 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
Sumário 
 
1. Esquentando as Turbinas 6 
2. É hora de Começar a Ensinar! 7 
3. Escrevendo Braile Utilizando Reglete e Punção 9 
4. Máquinas de Escrever Braile 15 
5. Digitando no Celular Android Utilizando 6 Dedos 17 
6. Linhas Braile 19 
7. Impressoras Braile 20 
8. Programas para Impressão Braile 22 
9. Produzindo a Saída de Braile na Impressora 24 
10. O Sorobã 28 
11. O Sorobã Virtual 32 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Prefácio 
Quando vamos aprender um assunto novo, existe um processo de 
assimilação que exige dedicação e paciência. Não adianta afã nem 
desespero. Para ser efetivo, o aprendizado também deve ser 
prazeroso e não estressante! 
Então é isso: tenha calma, transforme os desafios de aprender 
braile em uma tarefa agradável, que tem que ser feita sem stress. 
Se puder, aprenda junto com bons amigos ou compartilhe os 
exercícios com algumas crianças, tudo será mais fácil assim. 
Claro, o aprendizado de braile, como qualquer outro estudo de um 
tema extenso, demanda tempo e dedicação. Nós não temos ilusão 
de que você aprendeu tudo na primeira parte deste módulo, mas 
temos a obrigação de fazer com que você se sinta agora 
razoavelmente confortável com o que aprendeu, e confiante em 
estudar e aprender o que ainda não sabe. 
 
 
 
 
6 
 
1. Esquentando as Turbinas 
Antes de prosseguir, é importante fazer uma auto avaliação, 
realizando alguns exercícios (Vide Figura 1). Preparamos num site 
algumas frases escritas em braile, e você terá que transpô-las para 
português, digitando no computador. As frases estão em 
complexidade crescente. 
http://intervox.nce.ufrj.br/~antonio2/mec_aee/exercicio_braille.htm 
 
 
Figura 1: Site com o exercício a realizar 
Tente traduzir as letras ou frases apresentadas em braile, digitando 
na área em branco. Confira as respostas clicando em “Ver 
respostas”. Isso não vale nota, nem você terá que entregar. Mas 
se não fizer, não terá a garantia de que está minimamente seguro 
em braile. 
http://intervox.nce.ufrj.br/~antonio2/mec_aee/exercicio_braille.htm
 
 
 
7 
 
 
Faça este trabalhinho sem pressa. O objetivo é sentir-se confiante. 
Volte a ler o módulo anterior e use o brailendo para ajudar. 
Neste mesmo site você pode conferir suas respostas! 
 
NÃO PROSSIGA A LEITURA DESTE MÓDULO ATÉ VOCÊ TER 
CERTEZA DE QUE PELO MENOS UNS 80 POR CENTO ESTÃO 
DOMINADOS NESTE EXERCÍCIO. 
 
2. É Hora de Começar a Ensinar! 
Já se sente seguro? Então é hora de começar a ensinar! Vamos 
começar ensinando crianças, se possível, mas se não as tivermos à 
nossa volta, podemos também ensinar para jovens, adultos e 
seniores! 
Consideramos fundamental para um professor que ele desenvolva 
suas próprias formas de ensinar, mesmo que ainda saiba pouco. 
Então, antes de encarar uma situação real, a ideia é brincar um 
pouco de ensinar, para fixar conceitos e também para desenvolver 
uma técnica pessoal. 
Nossa ideia é ajudar você a criar uma metodologia que permita 
ensinar para pessoas que são ou não deficientes visuais, mantendo 
uma perspectiva de educação inclusiva. 
Vamos dar a seguir uma sugestão de como começar. Compre uma 
caixa de ovos de codorna, guarde os ovos em outro lugar (Vide 
 
 
 
8 
 
Figura 2). Estas caixas têm três linhas de buracos para colocar os 
ovinhos, como mostrado na figura abaixo. 
 
 
Figura 2: Caixa de ovos de codorna 
 
Trace riscos verticais, como se cada conjunto de 2x3 fosse uma cela 
braile. Use agora bolinhas de gude para indicar os pontos de 
palavrinhas de até 5 letras. Veja a palavra Casa, com C maiúsculo, 
na Figura 3 a seguir. 
 
Figura 3: A palavra Casa escrita em braile, 
usando a caixa de ovos de codorna 
 
A caixinha de ovos é muito fácil de encontrar e muito útil 
pedagogicamente. Também é muito boa para você fixar as 
representações de letras. 
Por exemplo, escreva as seguintes sequências na sua caixa de ovos 
Braile: 
 
 
 
9 
 
abade 
Amor 
2021 
2,5 
*$?.- 
Está com dúvidas? Vai estudar! 
Sabe tudo? Excelente! 
 
 3. Escrevendo Braile Utilizando Reglete e Punção 
Até o momento nosso foco foi LER BRAILE. Agora vamos falar de 
escrever. Nós brincamos um pouco com a folhinha de exercícios e 
com a caixinha de ovos de codorna, mas agora é de verdade. 
Um bom início, sem gastar muito dinheiro é obter uma reglete de 
bolso. É trivial conseguir uma, se você trabalhar numa sala de 
recursos ou se existir alguma dessas salas numa escola próxima ao 
lugar em que você está. 
A reglete corresponde a uma régua dupla, que abre e fecha com 
apoio de dobradiças no canto esquerdo. Sua abertura é destinada 
ao papel (com gramatura equivalente ou superior a 120), sendo 
fixado entre a régua superior e a inferior (Vide Figura 4). Na régua 
superior, encontramos retângulos vazados, cada um 
compreendendo 6 pontos. Na disposição de uma “cela” Braile e na 
 
 
 
10 
 
inferior, podemos encontrar várias “celas” Braile, todas em baixo 
relevo. 
 
 
Figura 4: Reglete de bolso e punção 
 
O punção, instrumento furador com uma base de apoio e uma 
ponteira metálica, será colocado com a ponta dentro de cadaletras em tempo real 
no sistema braile (Vide Figura 11). Por intermédio de um sistema 
eletromecânico, conjuntos de pontos são levantados e abaixados, 
conseguindo-se assim uma linha de texto em braile. 
 
Figura 11: Linha Braile 
 
A Linha Braile é, portanto, um hardware que exibe dinamicamente 
em Braile informações copiadas da tela do computador ou 
dispositivo móvel (tablet ou telefone celular) por um leitor de telas 
ou programa específico (como o Dosvox). A conexão destes 
equipamentos é feita por USB ou por Bluetooth. 
 
 
 
20 
 
Algumas linhas Braile possuem uma memória interna que 
permite que um texto bastante grande seja armazenado, 
sendo a apresentação de textos em Braile realizada 
eventualmente com o equipamento desconectado do 
computador. 
As linhas Braile possuem diversos botões de função para controlar 
diretamente a ordem da leitura dos textos (por exemplo, avançar 
para a próxima linha ou emudecer) e, em muitos casos, executar 
comandos remotos para um leitor de tela ou para o Windows. 
Assista ao vídeo 
Linha Braile Focus 80 Blue 
http://www.youtube.com/watch?v=J92exmYYDE8 
 
7. Impressoras Braile 
As impressoras Braile são essenciais para a rápida conversão de 
todo tipo de texto eletrônico para o Braile, o formato de escrita e 
leitura tátil utilizado por cegos e surdo cegos. 
Quase todas podem imprimir Braile textual, Braile gráfico e ambos 
mesclados. Algumas impressoras Braile permitem imprimir dos 
dois lados do papel, ou seja, em interponto. No entanto, se por 
um lado economiza muito papel, por outro, torna a leitura visual do 
Braile mais difícil. 
As impressoras Braile são utilizadas para uso pessoal, imprensas 
Braile, escolas, universidades e empresas. É importante notar que 
http://www.youtube.com/watch?v=J92exmYYDE8
 
 
 
21 
 
o preço destes equipamentos é muito alto, o que inibe em geral a 
utilização caseira para a maior parte das pessoas. 
 
 
Figura 12: Impressoras Index Everest, FanFold D5, Basic e Braile Box 
Existem vários modelos para uso no mercado, sendo o maior 
fabricante mundial a Index, que também é a que tem maior 
número de equipamentos instalados no Brasil. 
 
 
Outros fabricantes com representação no Brasil são: 
● MountBatten, que fabrica impressoras com teclado de 
máquina de escrever, útil para uso em sala de aula (Vide Figura 
13). 
 
 
 
22 
 
 
Figura 13: Impressora portátil Mountbatten 
● ViewPlus, cujo foco são impressoras táteis gráficas, que 
permitem a transcrição praticamente direta a partir dos pacotes de 
desenho do Windows. As marcas VP Premier, Braile Max, 
Columbia, Delta e Embraile são as melhores representantes 
destes produtos. 
 
Figura 14: Impressoras Braile gráficas com tecnologia ViewPlus: VP Premier e 
EmBraile 
8. Programas para Impressão Braile 
Hoje em dia o Braile pode ser traduzido automaticamente, 
formatado em um computador e impresso em impressoras Braile 
que o gera com grande qualidade e velocidade. 
 
 
 
23 
 
A digitação dos textos a serem impressos é trivial, usando um 
programa de edição qualquer. Os textos são automaticamente 
traduzidos para o Braile e, em geral, impressos em impressoras 
Braile. 
No Brasil, os programas mais usados são o Braile Fácil (software 
brasileiro, padrão do MEC), o Braivox (parte do Dosvox) e o 
Duxbury (software importado). 
 
ASSISTA AO VÍDEO 
que demonstra que produzir Braile através do programa Braile Fácil 
é realmente uma tarefa quase trivial, e que exige um treinamento 
mínimo, pois ele já traz um editor de textos embutido, no qual você 
também pode colar textos vindos de outros programas ou da 
Internet. 
Braile Fácil – aula 1 
https://youtu.be/EwqnQqE9SRU 
Esse vídeo compõe um conjunto de vídeos que faz parte de 
um outro curso de Braile a Distância, produzido pelo nosso 
grupo. Devido ao tempo pequeno, sugerimos que você 
apenas assista ao primeiro vídeo da série. Com o tempo, no 
futuro, você poderá assistir no Youtube às aulas 2 a 5, em que 
outros detalhes operacionais estão mostrados. 
 
 
https://youtu.be/EwqnQqE9SRU
 
 
 
24 
 
9. Produzindo a Saída de Braile na Impressora 
Como falamos anteriormente, o Braile Fácil permite que todo 
processo de preparação de Braile seja realizado no computador. O 
texto pode ser digitado ou copiado a partir de um original na 
Internet, ou mesmo de PDF, desde que este arquivo PDF não esteja 
protegido para cópia. 
Uma vez editado, o Braile gerado pode ser verificado na tela do 
computador, sem gasto de papel. 
É importante frisar que embora seja possível produzir Braile sem 
saber Braile, usando apenas a inteligência dos programas de 
transcrição, na prática é preciso realizar uma produção mais 
cuidadosa e consciente para que o texto transcrito tenha a melhor 
qualidade possível. Sobre os critérios para produzir um bom Braile 
nós falaremos num outro momento deste curso. 
EM RESUMO: É IMPORTANTE CONHECER BEM O BRAILE, 
mesmo que a tradução seja automática, como na maior parte dos 
casos! 
ASSISTA AO VÍDEO que demonstra como digitar ou copiar um 
texto no Braile Fácil e reproduzi-lo em Braile na impressora. 
Impressão Braile - Informações gerais 
https://youtu.be/Bf3t8eV8OVk 
https://youtu.be/Bf3t8eV8OVk
 
 
 
25 
 
 
Esse vídeo se refere ao tipo de impressora mais usado no 
Brasil: a Index Basic. Entretanto, outros tipos de equipamentos 
têm praticamente os mesmos passos, com pequenos detalhes 
referentes à colocação do papel (contínuo ou folha solta) e 
outras configurações específicas de ajuste, que em geral são 
pouco relevantes. 
Dicas de impressão no Braile Fácil 
(especialmente para professores que já trabalhem em salas 
de recursos multifuncionais). 
 
a) QUEBRA DE PÁGINA 
Podemos também forçar a quebra de página num ponto qualquer 
do texto introduzindo uma linha com os caracteres . 
Ex.: 
Capítulo 1 
 
Bla bla bla bla bla.... 
 
Capítulo 2 
 
Bla bla bla bla bla.... 
 
 
b) AUTOFORMATAÇÃO 
No processo de conversão para Braile, o programa toma os 
parágrafos do texto e reajusta-os ao tamanho da folha Braile. Um 
 
 
 
26 
 
parágrafo para o programa é um conjunto de linhas terminado por 
uma linha em branco. 
Exemplificando: suponha o seguinte texto 
Ciranda, cirandinha, 
vamos todos cirandar. 
 
Vamos dar a meia volta, 
volta e meia vamos dar. 
As linhas dos dois parágrafos seriam agregadas e o texto seria 
formatado em Braile assim, supondo um papel com 36 colunas: 
.ciranda1 cirandinha1 vamos todos 
cirandar' 
 
.vamos dar a meia volta1 volta e 
meia vamos dar' 
 
Ou seja: 
 
Ciranda, cirandinha, vamos todos 
cirandar. 
 
Vamos dar a meia volta, volta e 
meia vamos dar. 
Este reajuste do texto, também conhecido como autoformatação, 
tem como efeito principal que linhas subsequentes serão juntadas 
para aproveitar melhor o papel, cuja largura é desconhecida a 
priori, sem que haja necessidade de mudar o texto. 
Isso é perfeito na maior parte dos casos, mas há exceções 
importantes. Um caso especial é a criação de poesias ou tabelas, 
nas quais as linhas seriam juntadas pelo impressor. Para resolver 
este caso basta seguir a seguinte convenção: 
 
 
 
27 
 
”Quando se introduz um espaço em branco no início da linha, 
este espaço não é impresso e a linha não é juntada à 
anterior.” 
Por exemplo: 
Ciranda, cirandinha, 
 vamos todos cirandar. 
 
Vamos dar a meia volta, 
 volta e meia vamos dar. 
 
 
c) INIBIÇÃO DA AUTOFORMATAÇÃO 
O manual do Braile Fácil dá mais opções para isso, em especial com 
a introdução de marcações, ou seja, uma linha com antes da 
linha inicial do trecho e outra com após o trecho em questão, 
como mostrado abaixo. 
 
Ciranda, cirandinha, 
vamos todos cirandar. 
 
Vamos dar a meia volta, 
volta e meia vamos dar. 
 
 
Neste caso a saída produzida seria: 
.ciranda1 cirandinha 
vamos todos cirandar' 
 
.vamosdar a meia volta1 
volta e meia vamos dar' 
 
 
 
28 
 
10. O Sorobã 
O sorobã (ou soroban) é uma variante do ábaco, que se tornou 
muito disseminado pelo tamanho reduzido e pela facilidade de ser 
operado com enorme agilidade usando apenas o polegar e o 
indicador. Há quem afirme que uma pessoa treinada consegue 
fazer contas com maior rapidez e menor erro com o sorobã do que 
com uma calculadora eletrônica. 
 
Sorobã por quê? 
Com a existência de equipamentos modernos, eletrônicos, que 
possibilitam o registro e a conferência da conta e são 
integrados a programas de computador, há quem questione 
porque ensinar as técnicas do sorobã para pessoas com 
deficiência visual. 
É importante refletir sobre isso cuidadosamente... 
O objetivo do uso do Soroban não é só realizar contas com 
rapidez e perfeição, buscando alcançar o resultado sem 
desperdícios. Na verdade, ele ajuda a desenvolver 
concentração, atenção, memorização, percepção, 
coordenação motora e cálculo mental, principalmente porque 
o praticante é o responsável pelos cálculos, não o instrumento. 
A prática do soroban possibilita realizar cálculos em meio 
concreto, aumentando a compreensão dos procedimentos 
envolvidos e exercitando a mente. 
 
 
 
29 
 
 
O sorobã, Figura 15, conhecido também como ábaco japonês, tem 
origem ocidental com a finalidade de contar e realizar operações 
matemáticas. No Brasil foi adaptado para ser utilizado por pessoas 
cegas. 
 
 
Figura 15: Sorobã 
 
O sorobã é originalmente chinês e foi levado para o Japão em torno 
de 1600 d.C.. É utilizado até hoje no Japão e em outras partes da 
Ásia. No Japão, o seu ensino é realizado para crianças a partir dos 
3 anos de idade. Para poder trabalhar na maior parte dos escritórios 
por lá, é necessário possuir uma certificação, pelo menos no grau 
três, o menor grau de certificação. 
 
 
 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/China
https://pt.wikipedia.org/wiki/1600
 
 
 
30 
 
A repetição dos exercícios leva o treinando a um nível de 
eficiência tal que consegue realizar os cálculos mentalmente, 
sem a necessidade de manipulação física no aparelho. Nesta 
modalidade, existe um campeonato de cálculo mental, o Flash 
Anzan. Por exemplo, no evento Flash Anzan no All Japan 
Soroban Championship, o campeão Takeo Sasano conseguiu 
adicionar quinze números de três dígitos em apenas 1,7 
segundos. 
 
O Soroban é composto de diversas colunas (hastes), cada uma 
representando uma unidade, dezena, centena etc. Cada coluna, por 
sua vez, contém duas partes: uma em cima e outra embaixo. Na 
parte de baixo de cada coluna existem 4 peças móveis. Na parte de 
cima de cada coluna há apenas uma peça móvel, que indica 5 
unidades numéricas. Estas peças de cima se 
chamam godama (em japonês, go significa cinco e dama, peça). 
Observe na figura anterior. Há também uma régua entre a parte de 
cima e de baixo, que é dividida em seis partes iguais, com pontos 
salientes de três em três hastes, representando as unidades, 
dezenas e centenas de cada classe. Ela serve, entre outras coisas, 
para tornar mais simples a leitura de números grandes. 
Regras básicas para representar números: 
1) Quando as peças ou contas superiores estão para cima e as 
contas inferiores estão para baixo, o Soroban está "zerado". 
https://en.wikipedia.org/wiki/Mental_abacus
https://en.wikipedia.org/wiki/Mental_abacus
 
 
 
31 
 
2) Quando movemos uma pedra da parte de baixo para cima, 
teremos o 1, se movermos mais um, teremos a 
representação do 2, e assim por diante. 
3) Para representarmos o 5, basta movermos a pedra superior, 
da casa numérica eleita como a casa das unidades, para 
cima. 
4) A pedra superior (representando 5) é somada às pedras 
inferiores da haste. 
Assista a dois filmes 
onde a operação básica do Sorobã é mostrada detalhadamente. 
MEC AEE 2017 - Conhecendo o Soroban 
https://youtu.be/fRXwtssyBDU 
MEC AEE 2017 - Como fazer contas no Soroban 
https://youtu.be/X6mhKjKVfF8 
Estes filmes, que são tutoriais muito simplificados, não mostram 
o uso eficiente do aparelho. Ninguém soma 2 com 4 contando 
com os dedinhos 3, 4, 5, 6, e ninguém manipula pedrinha por 
pedrinha as somas. Cada dígito é somado de cabeça, e o resultado 
já colocado na haste, a partir de uma tabuada previamente 
decorada. As contas, como no ábaco, são realizadas da esquerda 
para a direita (mas não há nada de errado se fizermos da direita 
para a esquerda, embora isso não seja comum). 
No uso real, para somar e subtrair com grande rapidez, deve-se 
utilizar “formas padronizadas” para manipular os dedos. 
https://youtu.be/fRXwtssyBDU
https://youtu.be/X6mhKjKVfF8
 
 
 
32 
 
A forma padronizada mais básica é a escrita de um número, 
em que o polegar é usado para mover a peça de baixo 
simultaneamente com o indicador para mover a peça de cima, 
num movimento de pinça. 
Os outros cálculos (multiplicar, dividir, e tirar raiz quadrada) são 
realizados com as mesmas manipulações usadas na soma e 
subtração, adaptando-as para as outras operações. 
11. O Sorobã Virtual 
 
Figura 16: Sorobã virtual 
Você viu no segundo vídeo que existe um pequeno programa que 
pode ser usado para treinar o uso do Sorobã sem que se tenha 
acesso a um equipamento físico (Vide Figura 16). É muito bom para 
você treinar as técnicas aqui descritas. Você pode obtê-lo no site: 
http://intervox.nce.ufrj.br/~antonio2/mec_aee/soroban.exe 
http://intervox.nce.ufrj.br/~antonio2/mec_aee/soroban.exe
 
 
 
33 
 
Há muitos programas de sorobã virtual disponíveis na Internet, e 
também muitos tutoriais no Youtube. Fique à vontade para escolher 
e estudar o que mais gostar. 
 
Uma versão online de sorobã que executa bem em celular é 
http://www.alcula.com/soroban.php 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.alcula.com/soroban.php
 
 
 
34 
 
 
Resumo do que Foi Apresentado Nesta Semana 
 
Nesta semana os seguintes temas principais foram apresentados: 
● Exercícios interativos para domínio do braile; 
● Divulgando o braile entre as crianças ao seu redor; 
● Escrevendo Braile na reglete; 
● Máquinas de escrever Braile; 
● Linhas Braile; 
● Impressoras Braile; 
● Programas para Impressão Braile; 
● Dicas de impressão no Braile Fácil; 
● O Sorobã. 
 
 
Nos encontramos na próxima semana! 
 
 
 
 
35 
 
Referências Bibliográficas: 
1) Você sabe o que é reglete? (texto muito simples) 
Disponível em: 
https://civiam.com.br/voce-sabe-o-que-e-reglete/ 
2) Programa de capacitação de recursos humanos do 
ensino fundamental - Deficiência Visual - volume 2 
Disponível em: 
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/def_visual_2.pdf 
3) Manual de operação do Braile Fácil 
Disponível em: 
http://intervox.nce.ufrj.br/~antonio2/mec_aee/brfacil.chm 
Neste último texto é importantíssimo que você leia a seção 
1.2 Entendendo como se cria um texto para Impressão Braile 
4) A construção do Conceito de Número e o Pré-Soroban 
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me4619.pdf 
Este é um texto do Ministério da Educação que tem como foco 
exclusivo os professores de matemática e tenta estabelecer uma 
sistematização no ensino dos conceitos fundamentais desta disciplina. 
5) OFICINA: Compreendendo o uso do Sorobã na aquisição de 
Conceitos Matemáticos 
Por Santa Terezinha Falcade Lavarda 
 http://www2.td.utfpr.edu.br/semat/I_semat/AS.pdf 
 
 
https://civiam.com.br/voce-sabe-o-que-e-reglete/
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/def_visual_2.pdf
http://intervox.nce.ufrj.br/~antonio2/mec_aee/brfacil.chm
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me4619.pdf
http://www2.td.utfpr.edu.br/semat/I_semat/AS.pdf
 
 
 
36 
 
Extra: Para Quem Gosta de Análise Histórica 
 
Selecionamos um conjunto de textos, destinados àquelas pessoas 
que desejam saber mais sobre Louis Braille, situado em seu tempo 
de vida. 
Cartas de Louis Brailleao Dr. Pignier 
http://www.deficienciavisual.pt/r-cartas_de_Louis%20Braille.htm 
Estes textos, escritos por Braille usando lápis uma régua, contam 
muito da história do desenvolvimento do Braile e dos problemas 
políticos envolvidos. 
 
Para Quem Quer Iniciar Uma Pesquisa Avançada 
 
Sugerimos o acesso à dissertação de mestrado profissional 
Escrita Braile e Prática De Língua Portuguesa com Suporte 
de Dispositivos Móveis 
ANTONIO RODRIGO DOS SANTOS SILVA 
https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=87708 
 
 
 
 
http://www.deficienciavisual.pt/r-cartas_de_Louis%20Braille.htm
https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=87708
 
 
 
37 
 
Curso de Tecnologia Assistiva para Educandos 
com Deficiência Visual 
 
1. Conceitos e Características do Uso da Tecnologia Assistiva; 
2. Braile e Sorobã em uma Perspectiva Tecnológica; 
3. Acesso à informação e Comunicação para Deficientes Visuais Através 
da Tecnologia Assistiva; 
4. Vida autônoma de Deficientes Visuais Através da Tecnologia; 
5. Conhecendo Deficiência Visual, Tendências do Desenvolvimento 
Tecnológico, Inteligência Artificial e Ética.ao Dr. Pignier 
http://www.deficienciavisual.pt/r-cartas_de_Louis%20Braille.htm 
Estes textos, escritos por Braille usando lápis uma régua, contam 
muito da história do desenvolvimento do Braile e dos problemas 
políticos envolvidos. 
 
Para Quem Quer Iniciar Uma Pesquisa Avançada 
 
Sugerimos o acesso à dissertação de mestrado profissional 
Escrita Braile e Prática De Língua Portuguesa com Suporte 
de Dispositivos Móveis 
ANTONIO RODRIGO DOS SANTOS SILVA 
https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=87708 
 
 
 
 
http://www.deficienciavisual.pt/r-cartas_de_Louis%20Braille.htm
https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=87708
 
 
 
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Curso de Tecnologia Assistiva para Educandos 
com Deficiência Visual 
 
1. Conceitos e Características do Uso da Tecnologia Assistiva; 
2. Braile e Sorobã em uma Perspectiva Tecnológica; 
3. Acesso à informação e Comunicação para Deficientes Visuais Através 
da Tecnologia Assistiva; 
4. Vida autônoma de Deficientes Visuais Através da Tecnologia; 
5. Conhecendo Deficiência Visual, Tendências do Desenvolvimento 
Tecnológico, Inteligência Artificial e Ética.

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