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CONCEITO DE LUTAS E ARTES MARCIAIS Existe uma diferença de lutas e artes marciais. Acredita-‐se ser de fundamental importância diferenciar lutas de artes marciais. Verifica-‐se que há grande confusão no nosso meio quanto a essa diferença. Mesmo professores com alguma experiência, cometem o engano de achar que a luta e arte marcial são a mesma coisa. No entanto, concebe-‐se que é grande a diferença entre ambas. (GAIO, 1996). Parte-‐se do princípio de que toda arte marcial é uma luta, mas nem toda luta é uma arte marcial. O termo arte marcial se refere as técnicas de combate ligadas a guerra. A palavra marcial vem do deus Marte, deus da guerra para os romanos. (GAIO, 1996). Para Reid e Croucher (1983) arte marcial é um conjunto de técnicas, filosofias e tradições de combate. Cada arte marcial é herdeira de uma determinada tradição e constitui um todo coerente em que as técnicas são devidamente enquadradas por conceitos filosóficos e por rituais tradicionais. Já a luta é voltada para uma concepção pedagógica do ensino, como, por exemplo, a graduação que foi criada com fins pedagógicos onde o professor avalia o aluno em níveis de acordo com a evolução tanto no campo prático (técnico) como, também, no filosófico(teórico). A criação de protetores para garantir a integridade física de seus alunos ou atletas, enfim, a luta hoje tem o propósito educacional e de desenvolvimento motor e cognitivo do ser humano. (GAIO, 1996). Por exemplo, na capoeira existem diversas interpretações. Podem ser vista como dança, folclore, jogo, mas sem dúvida, sua maior e mais expressiva representação é a de luta. Seus movimentos são tipicamente de ataque e defesa. É uma luta genuinamente brasileira que surgiu nas senzalas como uma forma de resistência dos negros e índios a dominação branca. Como qualquer outra luta, a capoeira contém uma história, marca de um povo ou de um grupo cultural, constituindo-‐se por alguns movimentos básicos que permitem ao praticante expressar a sua criatividade e a sua livre movimentação. A ginga, nesse caso, marca as particularidades de cada praticante, sua expressão corporal, sua musicalidade e seu ritmo. (GAIO, 1996). Gonçalves (2007), ao comparar as artes marciais com o ensino das lutas na escola, encontra uma grande diferença, ou seja, o ensino da luta na escola não deveria desenvolver técnicas pré-‐estabelecidas das artes marciais. O aluno vai desenvolvendo sua própria técnica através de jogos lúdicos. Para que seja atingido esse objetivo junto à criança como um ser ativo, descobrindo suas próprias técnica, se faz necessário que se desvincule as lutas escolares das artes marciais. Outra grande diferença entre as lutas ensinadas nas escolas e na artes marciais é que o resultado do combate não tem grande relevância , a competitividade deve perder importância em relação as vivencias corporais. Seria semelhante a algumas concepções de jogo que derivam do esporte, ou seja, um baixo grau de competitividade. (GAIO, 1996). Seja na forma de ginastica preparatória ou como forma de fortalecimento do corpo, as lutas surgiram nas mais diferentes culturas. Pode-‐se , também, se referir às lutas no sentido do desenvolvimento , que o Huizinga (1999) dá ao jogo: como forma específica de atividade, como forma significante, como função social. A Educação Física e as atividades que lhe dão suporte são fenômenos culturais, segundo o Coletivo de Autores (1992), devem ser vivenciadas como cultural corporal. Sendo indissociáveis dos outros fenômenos de civilização, “toda técnica do corpo é fundamentalmente cultural”, devendo a luta, enquanto pratica pedagógica, ser assim ensinada e praticada.
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