Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
EDUCAÇÃO FÍSICA MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO Prof. Francisco Pereira 1 EDUCAÇÃO FÍSICA MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO Prof. Francisco Pereira 2 CONHECENDO A FILOSOFIA DE VARIAS LUTAS Diego da Silva Fernandes EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires - Año 18 - Nº 180 - Mayo de 2013. http://www.efdeportes.com/ Introdução Há milhares de anos vivenciamos, criamos, reproduzimos e transformamos culturas de nosso mundo, a humanidade é repleta de manifestações culturais onde é expressa de variadas formas e estilos. Dentre de todas que fazem parte de uma história, partirei para as lutas e artes marciais, onde CAZETTO e MONTAGNER (2009) se referem ao fenômeno como Lutas e Artes Marciais, tentando dar um tratamento diversificado e abrangente, incluindo nessa concepção as questões históricas e tradicionais, como os costumes e valores, e as questões modernas e atuais, como o espetáculo e as novas modalidades. Classificam assim esses elementos como sendo polissêmicos e polimórficos, ou seja, manifestações da cultura que aparecem em diferentes formas e com diferentes significados. Entre seus significados HIRATA; DEL VECCHIO (2006) cita que a Arte marcial (AM) significa arte de guerra e aqui serão tratadas como sinônimo de lutas. As AM nasceram há muitos séculos atrás, originadas pela necessidade de autodefesa. Na luta entre tribos, os guerreiros compreenderam a necessidade do treinamento físico e especifico em lutas para obterem melhor resultado nos combates e as habilidades necessárias eram treinadas nos tempos de paz. A luta que se enquadra em um treinamento físico e esportivo necessita de um aprendizado embasado em cima dela. “O treinamento esportivo depende de um planejamento adequado considerando a modalidade em questão, o nível de desenvolvimento esportivo e maturacional do atleta e as áreas complementares do conhecimento (biomecânica, medicina, nutrição, fisiologia, anatomia, sociologia, aprendizado motor, psicologia, medidas e avaliação, estatística).” (BOMPA, 2002). Junto a todo um conhecimento as lutas e artes marciais se constroem dentro da sociedade, se modificando através da história, modalidades e função encontrada e buscada nela. Com tudo isso começa a crescer o interesse estudos por lutas. “Observa-se claramente um crescimento no número de publicações totais, tanto da área de humanas como de biológicas e também no interesse acadêmico pelo estudo de lutas e artes marciais (com aumento do número relativo).” (CAZETTO e LOLLO, P.C, 2010). Partindo dessas características presentes nas lutas e artes marciais é de interessante função, saber e conhecer os aspectos que compõe o aprendizado dentro delas. Filosofia das lutas Toda luta tem sua tradição e Filosofia dentro de seu aprendizado, então é de grande importância uma reflexão sobre esse aspecto presente nela. As lutas são compostas de atitudes de respeito, até dentro de um combate onde os lutadores se cumprimentam ao terminarem. Atitudes como essas e outras como de não bater em um adversário que está caindo no boxe, de não dar golpes abaixo da cintura, são filosofias exploradas dentro das regras de tal modalidade. Pensando que regras e técnicas são passadas por alguém mais graduado, podendo esse ser chamado de mestre, professor, sensei. Dentro de todo esse aprendizado passado por eles, como fosse de pai para filho, de professor para aluno e de mestre para aprendiz, de forma simplória ou de forma intencional, é passado uma filosofia, um respeito a regras, ao professor, ao adversário e ao companheiro de equipe. Analisando todo um contexto de lutas temos frases e campanhas com o slogan "Quem luta, não Briga"; dentro dessa frase há uma grandeza filosófica e educacional que rege uma regra e comportamento de lutadores e praticantes de artes marciais a não brigarem, e utilizarem as lutas apenas dentro de o âmbito das artes marciais com o seu devido respeito. Assim as lutas têm um cunho filosófico dentro de seu aprendizado que sempre devem ser explorados por professores, mestres, senseis e outros que estão de alguma forma atreladas às lutas e artes marciais. Características das lutas “O fenômeno Luta abrange uma série de modalidades institucionalizadas que passaram pelo processo de criação de técnicas baseadas nas regras de cada uma, isso foi aprendido pelos praticantes, tornou-se tradição e vem sendo transmitido nas mais diferentes culturas. Cada modalidade carrega consigo sua história, sua origem, sua vestimenta, suas tradições e características que competem a cada manifestação de Luta. Mesmo com os princípios condicionais, existem fatores que diferenciam uma modalidade da outra e até uma única modalidade pode ter diferentes vertentes. Porém, a dinâmica interna e algumas técnicas tradicionais de cada uma, muitas vezes, podem ser comuns a outras modalidades". (GOMES et al, 2010) Cada luta tem sua essência e aprendizado, isso é demonstrado através do golpe, algumas lutas são compostas de quedas, projeções, desequilíbrio, outras de defesas, outras de ataques, ou de socos, chutes, outras utilizam equipamentos, espadas, bastões e etc. Assim se faz toda a característica de uma modalidade em questão e isso ajuda a distinguir e trazer a essência de cada luta, explorando em cada uma delas diferentes golpes e aprendizado. Segundo o Modelo de Bayer (1994) citado em Gomes et al (2010) as lutas são compostas de algumas características que a definem, sendo essas. Contato Proposital Fusão Ataque/Defesa Imprevisibilidade Oponente(s)/Alvo(s) Regras Lutas no âmbito educacional As lutas são práticas bastante diversificadas e que são praticadas, e estudadas em diferentes ambientes, podendo ser esses clubes sociais, centros esportivos, academias, praças e etc. Baseado no estudo de Correia & Franchini (2010) os autores citam em seu trabalho baseado em outros estudos a respeito das lutas no ambiente Educacional. No contexto da escolarização, as lutas são propostas como tema integrativo do currículo formal a partir das sinalizações da política educacional vigente. Como exemplo desta realidade, encontramos indicações nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) de Educação Física (BRASIL, MEC, 1997) e na Proposta Curricular de Educação Física do Estado de São Paulo (SÃO PAULO, CENP/SE, 2008), proposições para a sistematização do tema lutas/artes marciais nos contextos da Educação Infantil, do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. Ainda nesta direção, é comum o oferecimento de programas de lutas no interior das escolas no âmbito do domínio extracurricular. No Ensino Superior, é muito frequente a prática das lutas proporcionadas http://www.efdeportes.com/ EDUCAÇÃO FÍSICA MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO Prof. Francisco Pereira 3 pelas atléticas e centros acadêmicos. No processo de preparação profissional encontramos as lutas, as artes marciais e os esportes de combate como disciplinas dos cursos de bacharelado e licenciatura em Educação Física, uma vez que a temática é prevista pelas diretrizes dos respectivos cursos (DEL VECCHIO; FRANCHINI, 2006). Nota-se que a luta tem um cunho de bastante importância para nossa cultura corporal de movimento e no aprendizado, engrandecendo assim a Educação Física e todas as áreas que estão atrelados ao movimento humano e manifestações artísticas e culturais. Com essa amplitude de conhecido atrelada as lutas e artes marciais, começa o interesse universitário, em congressos e publicações de artigos a respeito do tema. "Dessa maneira podemos entender que o crescimento das lutas e das artes marciais enquanto tema de trabalhos em congressos representa: um crescimento no sentido de diversificação do campo de atuação da educação física; um processo de cientifização e erudiçãopara a área específica das lutas e das artes marciais, necessário, especialmente pelo considerável número de praticantes". (CAZETTO e LOLLO, 2010) Estudo dos movimentos dentro das lutas Pensando no movimento humano dentro das lutas, atrelamos à cinesiologia e Educação Física que são áreas compatíveis ao estudo dessa manifestação. Segundo Tani (1996) "Para a estrutura acadêmica da Cinesiologia, Educação Física e Esporte. Nessa classificação, os estudos de caráter básico são realizados pela Cinesiologia, tendo como diferentes níveis de análise a Biodinâmica do Movimento Humano, o Comportamento Motor Humano e os Estudos Sócio-Culturais do Movimento Humano. Os estudos de caráter aplicado seriam conduzidos, no caso da Educação Física, nas áreas de Pedagogia do Movimento Humano e Adaptação do Movimento Humano, ao passo que no Esporte, os estudos seriam conduzidos nas áreas de Treinamento Esportivo e Administração Esportiva. A escolha dessa classificação se deveu ao fato da mesma contemplar áreas historicamente consolidadas no campo da Educação Física/Esporte no âmbito da produção de conhecimento". Analisando a luta e arte marcial na especificidade do movimento, ela é rica em movimentos e várias áreas compatíveis a isso, podem estar estudando essa grande manifestação que pode ter o movimento como forma cultural, como forma de saúde, como performance ou até mesmo como lazer. Então existem imensas possibilidades para a Educação Física e áreas dos movimentos humanos estudarem dentro das lutas e artes marciais, pois a grandeza dos golpes pode gerar um imenso leque de aprendizado em torno do movimento humano e seus determinantes. Condicionamento físico Por abrangerem uma gama infinita de movimentos, técnicas e características, tenta-se classificar as Lutas em função de uma série de critérios como: os objetivos de um combate, tipo de contato entre oponentes, suas ações motoras, distância entre oponentes, tipo de meta no enfrentamento. Esses agrupamentos unem as Lutas pelo que têm em comum, assim como as separam por suas diferenças. (GOMES et al, 2010) Dentro de suas diferenças podemos notar que o que predomina as lutas e artes marciais são ações motoras e movimentos, com uma intensificação e repetições de movimentos em golpes, treinamentos, exercícios e combates. Nessa imensa gama de aprendizado e ações motoras acaba exigindo e contribuindo para um condicionamento físico do individuo que pratica as lutas e artes marciais, que começam a obter também melhores habilidades motoras e capacidades físicas como força, flexibilidade, resistência, atrelando tudo isso a uma condição física. Conhecimento sobre o corpo Abrangendo um leque de estilos, características e golpes de lutas, é necessário um conhecimento sobre o corpo, sobre suas estruturas, sobre seus limites e possibilidades, para que assim atinja um aprendizado e uma prática, respeitando o seu corpo e do outro. O corpo é repleto de possibilidades e cheio de estruturas, alavancas e articulações e as lutas podem nos possibilitar o conhecimento dessas mais a fundo, sentindo-as e respeitando os limites. Conclusão Fazendo uma passagem pelo mundo das lutas e das artes marciais, pudemos descobrir que elas são compostas de vários aprendizados e áreas do conhecimento, uma modalidade em questão pode trazer dentro dela o conhecimento sobre o corpo, respeito, condicionamento físico, saúde, história, cultura, arte, filosofia entre outros aprendizados. Dividindo o conteúdo entre uma breve definição e histórico sobre as lutas, a filosofia presente nas lutas e artes marciais, suas características, as lutas no âmbito educacional, os estudos dos movimentos dentro das lutas, condicionamento físico e conhecimento sobre o corpo vimos que as lutas são compostas de inúmeras possibilidades de aprendizado e estudo, áreas do conhecimento e de novas alternativas em prol do conhecimento. Referencias BAYER, C. O ensino dos desportos coletivos. Lisboa: Dinalivro, 1994. BOMPA, T. O. Periodização. São Paulo: Editora Phorte, Quarta edição, 2002. BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Parâmetros curriculares nacionais. Brasília: MEC, 1997. CAZETTO & LOLLO, P.C. Publicações sobre lutas e artes marciais em congressos de iniciação científica. Conexões: revista da Faculdade de Educação Física da UNICAMP, Campinas, v. 8, n. 2, p. 187-199, maio/ago. 2010. CAZETTO, F. F. A influência do esporte espetáculo sobre o modelo de competição dos mais jovens no Judô. 2009. 210 f. (Dissertação) – Faculdade de educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2009. CORREIA, W. R. & FRANCHINI. Produção acadêmica em lutas, artes marciais e esportes de combate. Motriz, Rio Claro, v.16, n.1, p.01-09, jan./mar. 2010 EDUCAÇÃO FÍSICA MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO Prof. Francisco Pereira 4 DEL‟VECCHIO, F. B.; FRANCHINI, E. Lutas, artes marciais e esportes de combate: possibilidades, experiências e abordagens no currículo de educação física. In: SAMUEL DE SOUZA NETO; DAGMAR HUNGER (Org.). Formação profissional em Educação Física: estudos e pesquisas. Rio Claro: Biblioética, 2006, v. 1, p. 99-108. Gomes, M.S.P. et al. Ensino das lutas: dos princípios condicionais aos grupos situacionais. Revista movimento, Porto Alegre, v. 16, n. 02, p. 207-227, abril/junho de 2010. HIRATA, D. S; DEL VECCHIO, F. B. Preparação física para lutadores de Sanshou: Proposta baseada no sistema de periodização de Tudor O. Bompa. Movimento & Percepção, Espírito Santo de Pinhal, v. 6, n. 8, 2006. SÃO PAULO. Secretaria de Estado da Educação de São Paulo. Proposta Curricular de Educação Física. São Paulo: CENP/SP, 2008. CONHECENDO A FILOSOFIA DE VARIAS LUTAS LUTAS X ARTES MARCIAIS As lutas e as artes marciais apresentam, em suas origens, características atribuídas à sobrevivência, ao exercício físico, ao treinamento militar, à defesa e ao ataque pessoal, além das implicações das tradições culturais, religiosas e filosóficas. Com o surgimento de outras necessidades e o desenvolvimento de novas técnicas, o ser humano atribuiu outro significado às lutas, e hoje assistimos a um processo de esportivização das mesmas. Alguns aspectos podem ser utilizados para diferenciar luta e artes marciais. As artes marciais são práticas corporais de ataque e defesa, podendo ser também caracterizadas como lutas. A principal diferença entre as duas é que os praticantes de artes marciais, principalmente as de origem oriental, consideram que os conteúdos da cultura de origem da atividade teriam uma orientação filosófica que determinaria a sua diferença com as lutas. Atualmente, percebemos que em boa parte dos filmes a que assistimos sobre lutas de origem oriental é preservada a imagem do mestre, o qual, por sua vez, possui uma postura de educador, e ensina aos seus “discípulos” vários preceitos que vão além da própria prática da luta, ou seja, lições que serviriam para a vida. AS LUTAS NA CULTURA DO MOVIMENTO HUMANO Os conhecimentos de lutas variam, mas existem conceitos que são iguais em todas elas, como os conceitos de esquiva, ataque, defesa, rounds, entre outros. Cada luta possui uma época e um local onde se originou, bem como uma evolução histórica própria. No entanto, o desenvolvimento de algumas modalidades cruza no tempo e espaço com outras. Em algumas a origem é difícil de ser definida. Os termos artes marciais e lutas fazem parte da cultura do movimento humano. Podemos reconhecê-los tanto nas culturas milenares, quanto nos movimentos de proteção e defesa encontrados desde a pré-história. O substantivo luta do latim lucta, significa “combate, com ou sem armas, entre pessoas ou grupos; disputa”. A expressão artes marciais é uma composição do latim arte, (“conjunto de preceitos ou regras para bem dizer ou fazer qualquer coisa”), e martiale (“referenteà guerra; bélico”, “relativo aos militares ou aos guerreiros”). Portanto é importante distinguir estes dois termos, de significado e emprego muito próximos, mas que nem sempre devem ser usados para a mesma finalidade. LUTAS As lutas foram adaptadas para serem desenvolvidas na forma de competições sendo viabilizadas para serem praticadas por pessoas alheias aos preceitos filosóficos e aos significados culturais relacionados. As maiorias das modalidades dos esportes de luta que conhecemos hoje estão elevadas a um estado esportivo que descaracteriza o próprio conceito de arte marcial. Entende-se que “luta” é um termo que pode ser empregado de forma geral a todo combate entre dois ou mais indivíduos, dotados estes de treinamento especial para luta ou não. É provável que a luta tenha surgido nos primórdios da civilização humana, junto com a necessidade do homem de defender-se de inimigos ou animais, ou ainda, de atacar ou caçar com mais eficácia. Vamos conhecer as principais lutas praticadas no mundo e no Brasil: TAEKWONDO No “TAEKWONDO”, são utilizados alguns conceitos norteadores para a arte marcial: cortesia, integridade, perseverança e autocontrole e espírito indomável. "Tae", refere-se ao "pé”; "Kwon", refere-se a "mão”; "Do", refere-se a "arte" ou ao "caminho". Portanto, coletiva e literalmente, "Taekwon-Do" significa "O caminho do pé e da mão". A filosofia do Taekwondo baseia-se no auto-controle e no respeito. “Onde há respeito, há disciplina e hierarquia”, conta. As artes marciais, em sua essência, são tratadas como disciplinas mentais e físicas com o objetivo de desenvolver a habilidade dos seus praticantes. AIKIDO No AIKIDO, o princípio é o de lutar sem lutar. A técnica do Aikido engloba torções e imobilização do oponente através dos membros superiores, e movimentos de lançamento. Ai = Harmonia; Ki = Energia; Do = Caminho. A filosofia: Fortemente espiritualizado, o Aikido, também denominado “A Arte da Paz” é, sobretudo, uma arte de auto-controle físico e mental, ajudando os seus praticantes – Aikidokas – a descobrirem-se a si próprios. Assim, o treino do Aikido baseia-se na recepção e anulação de ataques e não no gesto de atacar por iniciativa própria. JIU-JITSU O Jiu-Jitsu brasileiro ou, lá fora, o Brazilian Jiu- Jitsu ou BJJ (grafado também como jujitsu ou jujutsu) é uma arte marcial de raiz japonesa que se utiliza essencialmente de golpes de alavancas, torções e pressões para levar um oponente ao chão e dominá-lo. Literalmente, jū em japonês signfica “suavidade”, “brandura”, e jutsu, “arte”, “técnica”. Daí seu sinônimo literal, “arte suave”. Sua origem secular, como sucede com quase todas as artes marciais ancestrais, não pode ser apontada com precisão. Estilos de luta parecidos foram verificados em diversos povos, da Índia à China, nos séculos III e VIII. O que se sabe é que seu ambiente de desenvolvimento e refinamento foram as escolas de samurais, a casta guerreira do Japão feudal. A filosofia do Jiu-Jitsu é baseada na inteligência, paciência e disciplina. É preciso aprender, antes de mais nada, quais são os seus três pilares principais, para depois “partir para a ação” e aprender os movimentos. Os três pilares do Jiu-Jitsu são: a base, que seriam as pernas e os joelhos, que dão o equilíbrio e a sustentação para o lutador; a postura, que é regida pela cabeça; e o controle, https://pratiquefitness.com.br/jiu-jitsu/ https://pratiquefitness.com.br/jiu-jitsu/ EDUCAÇÃO FÍSICA MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO Prof. Francisco Pereira 5 que exige observação e o aprendizado das técnicas de dominação e imobilização. Ao aprender e exercitar cada um dos três pilares, o aluno de Jiu-Jitsu aprende a construir um caráter forte e digno, aprende que a inteligência é essencial em uma luta e percebe que a força do oponente pode ser utilizada contra ele próprio. JUDÔ No JUDÔ, usa-se a força do oponente contra ele mesmo. "JU" = gentil, suave; "DO" = caminho, princípio; "JUDÔ" - quer dizer, portanto, princípio ou caminho da suavidade. O Judô tem como alicerce os três princípios filosóficos definidos por Jigoro kano que, como ditado por ele mesmo evidenciam a principal diferença entre o JUDÔ KODOKAN e o antigo Ju-jutsu : ” o Judô pode ser resumido como a elevação de urna simples técnica a um principio de viver”. Esses princípios, mesmo não sendo conscientemente esclarecidos e compreendidos, estão presentes em todos os atos e atividades do praticante de judô. Por outro lado, quando o praticante tiver fixado e tomar consciência dos princípios que norteiam o judô, pode-se verificar que não são restritos ao Dojô, mas são igualmente válidos em qualquer atividade da vida diária, quando se pretende atingir um determinado objetivo. Os três princípios do judô são: JU = suavidade SEIRYOKU-ZEN-YO = máxima eficiência com mínimo esforço JITA-KYOEI = bem estar e benefícios mútuos O princípio da máxima eficiência é aplicado à elevação ou à perfeição do espírito e do corpo na ciência do ataque e da defesa, exige primeiramente ordem e harmonia de todos os membros de uma coletividade e isto pode ser atingido com o auxílio e as concessões entre si para atingir a prosperidade e os benefícios mútuos. O espírito final do judô, por conseguinte, é de incutir no íntimo do homem o respeito pelos princípios da máxima eficiência, da prosperidade e benefícios mútuos e da suavidade, para poder atingir, individualmente e coletivamente seus estados mais elevados e ao mesmo tempo mais desenvolvidos na arte de ataque e defesa. O professor Kano afirma o seguinte: “Ainda que eu considere o Judô dualisticamente, a prosperidade e benefícios mútuos pode ser vista como sua finalidade última e a máxima eficiência como meio para atingir esse fim. Essas doutrinas são aplicáveis a todas as condutas do ser humano”. CARATÊ O CARATÊ é uma arte onde uma pessoa aprende a utilizar as suas mãos ou outros membros do corpo (pés, joelhos…) para se defender. TE significa em japonês Mão; KARA significa em japonês Vazio. Deste modo, KARATE = KARA + TE significa então “Mão vazia”. O Karatê é uma arte marcial japonesa com fundamentos e princípios ligados ao respeito mútuo com o equilíbrio do corpo e mente de uma forma a alcançar e aprimorar o caráter e a harmonia na convivência social, buscando sempre a conformidade dos erros em uma vida de autoconfiança e consideração ao próximo. Seguindo deste princípio básico, o Karatê deve seguir o seu lutador, assim o dojo (espaço onde são realizados os treinos), devem ser acompanhado no cotidiano do seu praticante. A dedicação e o desenvolvimento das atividades normais do indivíduo são sempre presentes na filosofia desta arte marcial. MUAY THAI O MUAY THAI é uma luta originária da Tailândia, também conhecido como boxe tailandês. Arte marcial tailandesa com mais de 2000 anos de existência usada como forma de defesa nas guerras. MU = marcial; AY = arte; THAI = referente ao povo tailandês. Na Tailândia também é chamada de "LUTA DA LIBERDADE", pois era com ela que o povo tailandês se defendia dos inimigos que tentavam ocupar o seu território. É conhecida mundialmente como a Arte das Oito Armas, pois se caracteriza pelo uso combinado dos dois punhos + dois cotovelos + dois joelhos + duas 'canelas e pés„. Basicamente seriam os movimentos do boxe acrescidos de joelhadas, cotoveladas e caneladas. A CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE MUAI THAI e todos os praticantes no Brasil utilizam o sistema tailandês de saudação, ao entrar e sair do local sagrado de treino, assim como, ao ver o treinador e colegas de treino, o aluno saúda a todos com a expressão Muay Thai , Thai ou Ossi, que significa todo o respeito ao próximo, ao local de treino, alunos, atletas, Instrutores, Professores, Mestres e Grão Mestres. ESGRIMA A ESGRIMA (do antigo provençal esgrima do vocábulogermânico skirmjan, significa "proteger") é um desporto que evoluiu da antiga forma de combate, em que o objetivo é tocar o adversário com uma lâmina ao mesmo tempo em que se evita ser tocado por ele. A ESGRIMA é considerada uma arte marcial de origem militar com utilização de arma, que poder ser o florete, a espada e o sabre. CAPOEIRA Na CAPOEIRA, utilizam-se movimentos de tem um número relativamente pequeno de golpes que podem, no entanto, atingir uma harmoniosa complexidade através de suas variações. O contexto da capoeira ainda é uma discussão entre autores tentando contextualizá-la como Luta, Dança e Jogo, por vários conceitos inseridos como religião, cultura e arte do movimento. A filosofia da capoeira é contribuir para a formação de valores humanos e éticos, baseados no respeito, na socialização e na liberdade, através de trabalhos que valorizam a cultura brasileira. Tudo isso buscando fortalecer e engrandecer o capoeirista no seu caráter, dignidade e valorização pessoal. Antes de ser um esporte ou arte marcial, capoeira é Arte. A CAPOEIRA COMO LUTA EMANCIPATÓRIA DA POPULAÇÃO NEGRA Crônica: FILOSOFIA DA CAPOEIRA – Mestre Chiquinho Correa A Capoeira é cultura, é a união das características humanas: atitudes, costumes, modo de agir, instituições e valores espirituais e materiais de um grupo social, de um povo que se cria e se preserva, através da comunicação e da cooperação entre indivíduos. As raízes principais da capoeira são: https://pratiquefitness.com.br/jiu-jitsu/ EDUCAÇÃO FÍSICA MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO Prof. Francisco Pereira 6 1 – Dos africanos, herdamos movimentos, rituais, fundamentos e a religiosidade (dos Deuses Iorubá vem o ritmo Ijexá e o refrão tonal a cada três batidas; e do povo bantu provem o berimbau.). 2 – Dos portugueses herdamos o improviso da dança popular chula, o pandeiro e a viola. 3 – Dos nativos brasileiros, temos a nomenclatura dos movimentos, os títulos dos cantos, os rituais e métodos de ensinamento. A capoeira é o desenvolvimento físico, mental e espiritual. A capoeira muda o modo de viver, harmonizando e equilibrado o ser, ligando o homem com o céu e a terra, através da fantasia, da música, do jogo da criatividade e da socialização. Nessa forma de cooperação, não existe vencedores, nem perdedores. É uma forma mutua de respeito. Respeito e a sensibilidade que cada aluno deve ter pelo seu mestre, pelo ritual da roda, pelos instrumentos, pelos cantos e pela espiritualidade da capoeira. O respeito é um valor que não se pode ver nem tocar, mas que se sente e que sabemos que é necessário. O Mestre deve comunicar-se para transformar o aluno em um discípulo. O aluno deve ser sincero para que suas técnicas sejam verdadeiras. Através do conhecimento o aluno com o tempo será um discípulo e depois um mestre. O verdadeiro capoeirista é aquele que pergunta ao mestre os fundamentos da arte e que caminha com o mestre até o fim. Assim, juntos, eles alcançam o equilíbrio físico, mental e emocional: Da união destes valores os movimentos ganham vida, e a técnica a magia, e tudo isso se transforma em energia pura e criativa que sustenta outros valores. Principalmente o valor do amor, que transforma o veneno, em agua cristalina. Por isso se faz necessário, manter o uso da sabedoria tradicional, para fazer com que a nossa prática atual seja iluminada. 1 – O aluno que "pratica" só por curiosidade essa disciplina interessando-se somente pela atividade física não permanecerá por muito tempo na academia. 2 – O discípulo tem respeito pelo seu mestre e deve saber que a sua tarefa será prosseguir os seus ensinamentos, por isso ele aprende evolui e espera com serenidade o seu tempo o seu momento. E quem decide quando um discípulo será um mestre? As cordas, cordéis, cinturas, conquistadas nos anos tem o significado simbólico do tempo e da continuidade do caminho percorrido e não do tempo para ser um mestre, isso vem estabelecido da humildade, da sabedoria e da sensibilidade conquistada. 3 – O "Esperto " através da ambição, inveja, ódio, ciúmes, não respeita o seu momento, depois de pouco tempo se convence de ter aprendido tudo e esse convencimento lhe faz esquecer o respeito que tinha pelo seu mestre, que com paixão e dedicação mestreza tremenda os ensinamentos a sua cultura tradicional. Não tem dignidade, honestidade, humildade, mas uma determinação egoísta. Não tendo profissionalidade, organiza cursos a um preço inferior as outras escolas, procura criar discórdia falando de um modo não verdadeiro do seu mestre para impor suas falsas convicções. O Individuo não é um mestre graças a ele mesmo: O imediatista não é aluno, nem discípulo. O que que ele é? O imediatista não è um aluno, nem um discípulo, O que ele è? E simplesmente um rapaz, geralmente individualista, e ligado materialmente as coisas. Pode acontece que por férias ou para preparar uma tese universitária, vai a Salvador, ao Rio, a São Paulo, ou a qualquer, outra, cidade do Brasil, a curiosidade em certos casos e a falta de honestidade faz com que ele venha errar e a encontrar um falso mestre, a quem mostra a sua capacidade, sem mais mencionar o nome do seu mestre que com paixão seguiu seus passos na sua estrada do aprendimento. Por sua vez o falso mestre por pouco dinheiro alimenta essa convicção do " Esperto " elogiando – o por sua capacidade física e aconselhando o direito de desenvolver o seu grupo com o titulo de professor sem nenhum reconhecimento, com o único vinculo de depositar ao falso mestre um percentual anual da suas entradas. Em virtude do que apenas foi escrito, as escolas de capoeira se proliferaram em pouco tempo, mas somente algumas transmitem realmente a verdadeira cultura. Infelizmente, nem todas as academias tem como objetivo a cultura, algumas se interessam somente pela atividade física e pensam somente na luta e não no jogo, no egoísmo e no excessivo desenvolvimento muscular, outras que se interessam apenas pelo discurso tradicionalista, tem como finalidade o aspecto material da capoeira. Não temos como controlar, nem mesmo através das federações mundiais. No entanto, vamos procurar dar maior espaço àqueles que realmente são ligados as raízes e desejam criar um único mundo, ao menos, no que se refere a "Capoeira ". CAPOEIRA: UM ATO DE RESISTÊNCIA Talita de Carvalho Publicado em 31 de julho de 2018 https://www.politize.com.br/capoeira-um-ato-de-resistencia/ A capoeira foi declarada patrimônio imaterial da humanidade em 2014 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). Ela representa a resistência dos escravos à bruta violência a que eram submetidos em tempos coloniais e imperiais no Brasil. Mas, afinal, qual é a origem da capoeira? Qual a trajetória dessa luta na história do Brasil? Para celebrar o dia da capoeira – comemorado em 3 de agosto – o Politize! preparou esse texto para responder a essas e outras perguntas sobre essa prática tão famosa no mundo todo. Domínio Público – Autor: Augustus Earle http://www.politize.com.br/organizacao-da-educacao-no-brasil/ http://www.politize.com.br/cultura-como-politica-publica/ http://www.politize.com.br/temas/historia/ EDUCAÇÃO FÍSICA MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO Prof. Francisco Pereira 7 O QUE É A CAPOEIRA? A capoeira é herança de uma das páginas mais cruéis do livro da história do Brasil, a escravidão. É uma luta criada no Brasil por negros trazidos da África – a partir do século XVI – para trabalharem como escravos, principalmente nas lavouras de cana-de-açúcar. A maior parte deles veio de Angola, país que também era colônia de Portugal. Várias referências a esse país podem ser escutadas nas músicas de capoeira. Falando em música, se você já viu alguma roda de capoeira, vai saber que a musicalidadeestá muito presente nesta luta. A ORIGEM DA CAPOEIRA Quando chegavam no Brasil, os escravos eram alojados em habitações chamadas senzalas, localizadas dentro das unidades de produção, como os engenhos de cana-de-açúcar, onde eram escravizados. Durante a escravidão, os negros eram comercializados e submetidos aos mais diversos tipos de violência pelos senhores do engenho; eram forçados a trabalhar de sol a sol e em condições desumanas. Com o objetivo de evitar fugas – o que poderia representar um grito de esperança para esses africanos – muitos deles eram acorrentados e castigos eram aplicados àqueles que tentassem escapar. Para defender-se das violências dos capitães do mato, que tinham como atribuição capturar escravos fugitivos; e feitores, que eram aqueles que castigavam os escravos com comportamento “inadequado”, essa população começou a desenvolver a capoeira. Como eram proibidos de praticar qualquer tipo de luta, a música foi utilizada como uma maneira de disfarce, dessa maneira ela poderia ser percebida como uma dança. Além disso, acredita-se que a prática da capoeira tinha como objetivo aliviar o estresse do trabalho e manter tradições africanas. A prática da capoeira permitiu o condicionamento físico, a agilidade e o desenvolvimento dos sentidos. Desprovidos de outras armas, foi a partir dos golpes e dos movimentos de defesa da capoeira, ou seja, do próprio corpo, que esses escravos resistiam à bruta violência praticada pelos senhores do engenho, capitães do mato e feitores. Acredita-se que o nome capoeira seja derivado dos locais onde a capoeira era praticada, áreas de clareira ou mato ralo, no meio da mata. José de Alencar, em seu livro Iracema, sugere que o termo tenha origem tupi: caa-apuam-era, ilha de mato já cortado. OS QUILOMBOS Para livrar-se das atrocidades, violências e trabalhos forçados, os escravos fugiam das fazendas para os quilombos, estes eram assentamentos formados pelos negros que conseguiam escapar dos capitães do mato e formavam comunidades, onde poderiam viver livremente. Além dos negros, encontravam-se nos quilombos outras etnias, como indígenas ou qualquer pessoa que estivesse fugindo das leis repressoras daquela sociedade. Os quilombos, como pode-se imaginar, eram alvos constantes dos portugueses, que desejavam capturar os escravos fugitivos. A capoeira, nesses casos, era usada como arma contra os ataques. O mais famoso desses assentamentos foi o Quilombo dos Palmares, que durou mais de um século e teve mais de 30 mil habitantes. O líder desse quilombo era Zumbi, um guerreiro que, apesar de nunca ter sido escravo, lutou pela libertação dos negros das mãos dos portugueses. Falando em escravidão, será que ela ainda existe no Brasil? A CAPOEIRA PÓS ABOLIÇÃO Após a abolição da escravatura, com a assinatura da Lei Áurea em 1888, os negros tornam-se livres, porém continuam à margem da sociedade pelas dificuldades de acesso à educação e trabalho. Diante dessas dificuldades, os capoeiristas participavam de desafios e apresentações públicas em troca de dinheiro para sustentar-se. As inúmeras barreiras de inserção social dessa população a levou em muitos casos, a cometer crimes como o roubo, o que contribuiu para que a luta fosse associada à uma prática criminosa. A CAPOEIRA NA HISTÓRIA DO BRASIL: DE CRIME À PATRIMÔNIO CULTURAL Foto: Ricardo André Frantz Apesar de hoje a entendermos como parte da construção da identidade nacional, a capoeira foi explicitamente considerada crime em 1890 pelo Código Penal do Brasil, logo após a abolição da escravatura. Segundo o artigo 402 deste código, ficava proibido: “Art. 402. Fazer nas ruas e praças públicas exercício de agilidade e destreza corporal conhecida pela denominação Capoeiragem: andar em carreiras, com armas ou instrumentos capazes de produzir lesão corporal, provocando tumulto ou desordens, ameaçando pessoa certa ou incerta, ou incutindo temor de algum mal;” Quem fosse pego praticando a capoeira poderia ter pena de dois a seis meses de prisão. Mas antes mesmo da abolição da escravidão, no Código Penal da época imperial, a capoeira já se enquadrava na classificação de vadiagem e, portanto, já era entendida como crime. A habilidade corporal e a destreza dos capoeiristas, que poderia ser usada contra os seus repressores, além da possibilidade de uma rebelião escravista, são apontadas como razões para torná-la um crime. Foi somente em 1937 que a capoeira deixou de ser considerada um crime e isso se deve, em grande medida, ao esforços do Mestre Bimba. Para afastar-se da imagem marginalizada que a capoeira tinha na sociedade, a luta começou a ser praticada em academias e este Mestre foi o criador da primeira delas, em 1932. Sua academia ganhou alvará de funcionamento em 1937 com a descriminalização da prática. Nesse mesmo ano, mestre Bimba chegou a fazer uma apresentação de capoeira para o então presidente Getúlio Vargas. A partir de então capoeira ganha status de esporte no Brasil. A luta pelo reconhecimento da capoeira foi travada por inúmeros mestres, capoeiristas, artistas e pesquisadores sobre o tema. Em 2004, quando ocupava o cargo de Ministro da Cultura, Gilberto Gil fez um famoso discurso em http://www.politize.com.br/abolicao-da-escravatura-brasileira/ http://www.politize.com.br/movimento-negro/ http://www.politize.com.br/direito-a-moradia/ http://www.politize.com.br/indice-de-negros-em-cargos-politicos-e-baixo/ http://www.politize.com.br/tag/violencia/ http://www.politize.com.br/trilhas/direitos-trabalho/ http://www.politize.com.br/o-que-sao-minorias/ http://www.politize.com.br/o-estatuto-do-desarmamento-deve-ser-revisto/ http://www.politize.com.br/liberdade-politica-temos-autonomia-para-agir/ http://www.politize.com.br/movimento-indigena/ http://www.politize.com.br/como-se-cria-uma-lei/ http://www.politize.com.br/escravidao-brasil-ainda-existe/ http://www.politize.com.br/escravidao-brasil-ainda-existe/ http://www.politize.com.br/abolicao-da-escravatura-brasileira/ http://www.politize.com.br/desigualdade-social/ http://www.politize.com.br/educacao-no-municipio/ http://www.politize.com.br/clt-o-que-e/ http://www.politize.com.br/anvisa-na-saude-do-brasil/ EDUCAÇÃO FÍSICA MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO Prof. Francisco Pereira 8 evento da ONU na Suíça, no qual reconhecia a importância da prática para a formação histórica e cultural do país: “Esta é a primeira manifestação do Estado brasileiro em reconhecimento da autenticidade cultural da capoeira. E digo mais: a dificuldade histórica deste reconhecimento pelo Estado se explica justamente pelas origens da capoeira serem parte do contexto sócio-cultural dos negros na sociedade. A capoeira deixa entrever em cada gesto o jogo de lendas e histórias heroicas do martírio do povo negro no Brasil. Chegou o momento de potencializar essa prática cultural milenar, vista apenas como esporte. Que possamos nós, em vez de desapropriar, valorizar essa base cultural imensurável.” Desde 2014, a capoeira é considerada pela UNESCO patrimônio imaterial da humanidade. Segundo a organização, a capoeira expressa a resistência negra no Brasil e esse reconhecimento valoriza nossa herança cultural afro-brasileira. A MÚSICA NA CAPOEIRA A música era utilizada para enganar os escravizadores, que ao verem os escravos fazendo movimentos corporais ao som dos instrumentos entendiam que aquele ritual era uma dança e não uma luta. Dessa maneira, a capoeira passou muitas vezes despercebida, possibilitando a sua prática entre os negros. O principal instrumento da capoeira é o berimbau, símbolo famoso dessa prática. Os diferentes toques do berimbau comandam o ritmo de um jogo de capoeira, alguns toques são mais lentos, outros mais rápidos, por exemplo. Há alguns simbolismos relacionados aos toques de capoeira, um dos exemplos famosos é o toque de cavalaria, um toque utilizado como aviso aos capoeiristas de que a políciaestava chegando, na época em que os praticantes dessa luta eram perseguidos. Além das músicas, são bastante famosas também as ladainhas de capoeira, espécies de histórias contadas em forma de canto. Grande parte desses cantos retratam a própria história da escravidão e do surgimento da luta. Selecionamos uma dessas ladainhas para que você possa conhecer, confira abaixo: Ontem a noite eu tive um sonho Ontem a noite eu tive um sonho ontem a noite eu tive um sonho que não me sai do pensamento sonhei com a senzala, para mim foi um sofrimento o sonho me lembrou todo aquele tempo passado que o negro como um animal, era no tronco amarrado acordei tão assustado, e comecei a pensar que depois de tanto tempo, o negro conseguiu se libertar eu peço aqui agora, para quem estiver me ouvindo enquanto o negro apanhava, o branco estava sorrindo hoje a escravidão acabou, pois vamos nos lembrar da força de Zumbi que lutou até morrer sua luta nos deixou hoje uma grande lição que é lutar por nossos direitos e proteger nossos irmãos e hoje na nossa história, não se fala nisso mais não falam que foi a Princesa Isabel que libertou a escravidão quando eu pego o Berimbau, sinto o corpo arrepiar lembrando de todo passado que o negro vivia sempre a apanhar e com a Capoeira de Angola, ele conseguiu se libertar Foto: Adilson Nunes / Secom A CAPOEIRA HOJE Falar sobre a capoeira hoje não é tarefa fácil. A capoeira espalhou-se, não apenas pelo Brasil, mas pelo mundo todo – é praticada em muitos países no exterior. São diversos grupos e tipos de capoeira, cada qual com características específicas e muitas vezes, diferentes entre si. Não há como pensar na capoeira em algo homogêneo, sua própria história é, muitas vezes, fruto de discussões e divergências. Independente de tudo isso, o mais importante é conhecer a origem dessa luta, e entendê-la como um movimento de resistência do negro escravo em um dos períodos mais truculentos de nossa história, que precisa ser valorizada e entendida como parte da formação da identidade brasileira. LEIA TAMBÉM Referências do texto: confira aqui onde encontramos dados e informações! Capoeira: da criminalização no código penal de 1890 ao reconhecimento como esporte nacional e legislação aplicada: http://publicadireito.com.br/artigos/?cod=7de47452d5 6d59cf Origens da Capoeira: http://www.arteculturacapoeira.com.br/site/index.php? option=com_content&view=article&id=96&Itemid=63 História – Brasil Capoeira: http://www.brasilcapoeira.com/sites_p/historia_p.htm Lei de proibição da capoeira: http://www.brasilcapoeira.com/sites_p/historia_p.htm ONU – Capoeira é declarada patrimônio da humanidade: https://nacoesunidas.org/roda-de-capoeira-e- declarada-patrimonio-imaterial-da-humanidade/ Sua Pesquisa – História da Capoeira: https://www.suapesquisa.com/educacaoesportes/histo ria_da_capoeira.htm Capoeira histórica – Nos quilombos: http://capohistorica.blogspot.com/2016/03/nos- quilombos.html http://publicadireito.com.br/artigos/?cod=7de47452d56d59cf http://publicadireito.com.br/artigos/?cod=7de47452d56d59cf http://publicadireito.com.br/artigos/?cod=7de47452d56d59cf http://publicadireito.com.br/artigos/?cod=7de47452d56d59cf http://publicadireito.com.br/artigos/?cod=7de47452d56d59cf http://www.arteculturacapoeira.com.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=96&Itemid=63 http://www.arteculturacapoeira.com.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=96&Itemid=63 http://www.arteculturacapoeira.com.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=96&Itemid=63 http://www.brasilcapoeira.com/sites_p/historia_p.htm http://www.brasilcapoeira.com/sites_p/historia_p.htm https://capoeiraocec.webnode.com.br/a-arte-capoeira/lei%20de%20proibi%C3%A7%C3%A3o%20da%20capoeira/ http://www.brasilcapoeira.com/sites_p/historia_p.htm https://nacoesunidas.org/roda-de-capoeira-e-declarada-patrimonio-imaterial-da-humanidade/ https://nacoesunidas.org/roda-de-capoeira-e-declarada-patrimonio-imaterial-da-humanidade/ https://nacoesunidas.org/roda-de-capoeira-e-declarada-patrimonio-imaterial-da-humanidade/ https://nacoesunidas.org/roda-de-capoeira-e-declarada-patrimonio-imaterial-da-humanidade/ https://www.suapesquisa.com/educacaoesportes/historia_da_capoeira.htm https://www.suapesquisa.com/educacaoesportes/historia_da_capoeira.htm https://www.suapesquisa.com/educacaoesportes/historia_da_capoeira.htm http://capohistorica.blogspot.com/2016/03/nos-quilombos.html http://capohistorica.blogspot.com/2016/03/nos-quilombos.html http://capohistorica.blogspot.com/2016/03/nos-quilombos.html EDUCAÇÃO FÍSICA MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO Prof. Francisco Pereira 9 AVALIAÇÃO DO CONTEÚDO 1. Sobre as lutas e artes marciais é correto afirmar: a) São manifestações unicamente incluídas como expressão a dívidas do esporte por serem exclusivamente competitivas b) São classificadas como manifestações culturais e podem aparecer de diversas formas e com diferentes significados c) São elementos que compõem a história moderna da humanidade pois só a partir deste momento foi dada a elas o status de modalidades esportivas d) São manifestações diversificadas e abrangentes que não contém elementos históricos e tradicionais da cultura dos povos a que estão relacionadas 2. As artes marciais tiveram sua origem pautada na: a) Na autodefesa b) Na pratica esportiva c) Nos jogos antigos d) No lazer 3. Dentre as opções abaixo qual define a ideia de luta: a) Treinamento físico objetivo de autodefesa em momento de guerra. b) Treinamento esportivo com o objetivo de melhorar a autodefesa efeito em tempos de paz. c) Treinamento físico e esportivo com o objetivo de desenvolver habilidades de artes marciais para tempos de guerra. d) Treinamento físico e esportivo com objetivo competitivo 4. Sobre a filosofia das variadas lutas é correto afirmar a) O respeito as regras só é exigido entre os dois oponentes dentro do ambiente de luta b) As regras e técnicas são passadas por pessoas menos graduadas chamadas de mestres ou sensei c) Compostas de atitudes e respeito onde cada lutador deve receber orientações durante a sua formação para respeitar dignamente a sua modalidade durante um combate ou fora dele d) Uma das concepções filosóficas das lutas e artes marciais é de que um oponente sempre será uma ameaça e por isso deve ser subjugado a qualquer custo 5. Sobre a prática das lutas e artes marciais no ambiente educacional, é correto afirmar: a) A prática de lutas e artes marciais no ambiente escolar são fundamentais no processo educacional mas não necessitam dos preceitos filosóficos por não se tratar de esporte de alto rendimento. b) A prática das lutas e artes marciais no ambiente escolar como ferramenta de educação é amparada nos PCN de educação física. c) A prática de lutas e artes marciais no ambiente escolar só pode ser adotada mediante aprovação do conselho escolar. d) A prática de lutas e artes marciais no ambiente escolar é fundamental para o educando pois sua intenção é pautada na aplicação delas no dia a dia fora do ambiente escolar. 6. Conceitos e importância das lutas Antes de se tornarem esporte, as lutas ou as artes marciais tiveram duas conotações principais: eram praticadas com o objetivo guerreiro ou tinham um apelo filosófico como concepção de vida bastante significativo. Atualmente, nos deparamos com a grande expansão das artes marciais em nível mundial. As raízes orientais foram se disseminando, ora pela necessidade de luta pela sobrevivência ou para a “defesa pessoal”, ora pela possibilidade de ter as artes marciais como própria filosofia de vida. CARREIRO, E. A. Educação Física na escola: Implicações para a prática pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008 (fragmento). Um dos problemas da violência que está presente principalmente nos grandes centros urbanos são as brigas e os enfrentamentos detorcidas organizadas, além da formação de gangues, que se apropriam de gestos das lutas, resultando, muitas vezes, em fatalidades. Portanto, o verdadeiro objetivo da aprendizagem desses movimentos foi mal compreendido, afinal as lutas a) Sofreram transformações em seus princípios filosóficos em razão de sua disseminação pelo mundo b) Se tornaram um esporte, mas eram praticadas com o objetivo guerreiro a fim de garantir a sobrevivência. c) Possuem como objetivo principal a “defesa pessoal” por meio de golpes agressivos sobre o adversário. d) Apresentam a possibilidade de desenvolver o autocontrole, o respeito ao outro e a formação do caráter. e) Se disseminaram pela necessidade de luta pela sobrevivência ou como filosofia pessoal de vida. EDUCAÇÃO FÍSICA MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO Prof. Francisco Pereira 10 7. Com relação à capoeira, suas variações, tradições e instrumentos típicos, julgue os itens a seguir. A música tem função meramente decorativa na capoeira, servindo apenas para chamar a atenção da plateia e incentivar a doação de gorjetas. ( ) Certo ( ) Errado 8. Assinale a alternativa correta que indica os instrumentos da capoeira: a) Agogô, violão e piano. b) Berimbau, corneta e pandeiro. c) Flauta, atabaque e reco-reco. d) Berimbau, pandeiro e atabaque. 9. Sobre a capoeira, podemos considerar: I- A história da capoeira começa no séc. XVI, época em que o Brasil era colônia de Portugal. II- A capoeira é uma luta desenvolvida pelos escravos no Brasil e possui raízes culturais Africanas. III- No inicio, a capoeira foi disfarçada de dança, porque os senhores de engenho proibiam qualquer tipo de luta. IV- Assim como o karate, a capoeira foi introduzida no Brasil pelos imigrantes japoneses. V- No período colonial, os senhores de engenho patrocinavam e promoviam grandes eventos para difundir a capoeira. a) Os itens I, II e III estão corretos. b) Apenas o item V está correto. c) Os itens IV e V estão corretos. d) Todos os itens estão corretos 10. A respeito da capoeira nas aulas de Educação Física, analise as afirmativas a seguir. I. A Educação Física escolar deve focar principalmente nos aspectos técnicos da capoeira, como foi feito com o judô, favorecendo o aparecimento de atletas de alto desempenho. II. Em seu conjunto de gestos, a capoeira expressa, de forma explícita, a “ voz” do oprimido em sua relação com o opressor. III. A transformação da capoeira em mais uma modalidade esportiva é benéfica para a disseminação de seu conteúdo e o aumento do número de praticantes. Está correto o que se afirma em a) I, apenas. b) II, apenas. c) III, apenas. d) I e III, apenas. e) II e III, apenas.
Compartilhar