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Lei Penal no Tempo e no Espaço www.professorfranklin.com.br Lei Penal no Tempo Art. 1º, caput, do CP Lei Penal no Tempo: Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. Princípio da legalidade: “nullum crimem, nulla poena sine lege”. Princípios: Reserva legal: a definição dos crimes e das penas deve ser dada apenas por lei. Anterioridade: “nullum crimen nulla poena sine praevia lege”. Princípios: Taxatividade: dever imposto ao legislador de proceder de maneira precisa na determinação dos tipos. É vedado a incriminação com base no costume e analogia in malan parten. Lei penal no tempo: Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. Lei penal no tempo: Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. Vigência e revogação da lei penal: A lei penal entra em vigor na data nela indicada. Se não houver indicação, deverá vigorar em 45 dias após a sua publicação (art. 1 º, da LICC). Princípios: Tempus Regit Actum: A lei que está em vigor quando o crime foi praticado é a reguladora do fato. Vacatio legis: período compreendido entre a publicação oficial da lei e sua entrada em vigor. Vigência e revogação da lei penal: Em regra a lei permanecerá em vigor até que outra a modifique ou revogue, a não ser que se destine a vigência temporária. A lei também não se aplica a fatos anteriores a sua vigência (art. 2º, da LICC) Retroatividade benéfica: A lei penal pode retroagir para beneficiar o réu, conforme o art. 5º, XL, da CF. Exemplo: A lei posterior que revogou o crime de sedução retroage para beneficiar “A”. A Lei retroage para beneficiar o réu, qualquer que seja o benefício. Duas situações em que a lei retroage: Quando ela descrimina o fato: O fato deixa de ser previsto como crime. Exemplo. “A” pratica adultério, logo depois lei posterior revoga o crime, enquanto “A” está sendo processado, logo a lei retroage. Quando ela de qualquer modo beneficia o réu. O fato continua sendo previsto como crime, mas a lei posterior prevê uma circunstância atenuante. Ex. A delação premiada e a traição benéfica na Lei 8.072/90. Conflito de leis penais: Como conciliar, pois a vigência e a revogação sucessivas de leis penais no ordenamento jurídico, cada qual tratando o crime de forma diversa? Valem dois princípios: Princípios: Irretroatividade da lei mais severa: a lei penal mais severa nunca retroage para prejudicar o réu. Retroatividade da lei mais benigna: a lei penal mais benigna sempre retroage para beneficiar o réu. Hipóteses de conflitos de lei no tempo: São quatros os conflitos de lei penal no tempo: “Abolitio criminis”;“Novatio legis incriminadora”;“Novatio legis in pejus” e “Novatio legis in mellius” “Abolitio criminis”: Ocorre quando a nova lei suprime normas incriminadoras anteriormente existentes. Ex. Revogação do crime de adultério. “Novatio legis incriminadora”: A nova lei incrimina fatos anteriormente considerados lícitos. Ex. Lei 10.826/03, que dispõe sobre o Estatuto do Desarmamento. “Novatio legis in pejus”: A lei nova modifica o regime penal anterior, agravando a situação do réu. Ex. Lei 8.072/90, que dispõe sobre os crimes hediondos. “Novatio legis in mellius” Ocorre quando a lei nova modifica o regime anterior, beneficiando o sujeito. Ex. A delação premiada (art. 41) e a confissão (art. 33) na Lei nº. 11.343/06. Competência para a aplicação da lei mais benéfica: SÚMULA Nº. 611 do STF: “Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das execuções a aplicação de lei mais benigna”. Crime continuado e crime permanente: SÚMULA Nº. 711 do STF: “A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado e ao crime permanente, se sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência”. Ultra-atividade e extra-atividade: Ultra-atividade é quando há aplicação de uma lei, que tem eficácia, mesmo depois de cessada a sua vigência. Ultra-atividade e extra-atividade: Extra-atividade: a ultra-atividade e a retroatividade são qualidades que a lei mais benigna possui de vigorar mesmo depois de cessado o período de sua vigência. Lei Excepcional ou Temporária: Gozam de ultratividade quando projetam a sua atividade para frente. Estão previstas no art. 3 º do CP. Temporária: Tem o seu termo final de vigência estabelecido, pois está previsto no texto da lei. São mais gravosas, pois punem com penas crimes decorridos no seu período de vigência, embora decorrido o seu período de duração. Excepcional: Regula períodos de anormalidades (caso fortuito ou força maior) e elas têm o seu termo final de vigência condicionado ao aparecimento das causas, quando a causa desaparece, a lei é revogada também. Leis auto-revogáveis: São as leis penais temporárias e excepcionais que não derrogam o princípio da reserva legal, pois não se aplicam a fatos ocorridos antes de sua vigência. Leis auto-revogáveis e ultra-ativas: As leis auto-revogáveis são ultra-ativas, no sentido de continuarem a ser aplicadas durante sua vigência, mesmo depois de sua revogação. Tempo do crime: previsto no art.. 4.º, do CP: “Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado”. Tempo do crime. Teorias: Ação ou atividade: é que considera praticado o crime no momento da ação ou omissão. Foi a adotada pelo Código Penal. Tempo do crime. Teorias: Efeito/resultado: é a que considera praticado o delito, no momento da produção do resultado. Tempo do crime. Teorias: Mista/ubiqüidade: é a que considera o tempo do crime indiferentemente como o momento da ação ou do resultado, aplicando-se qualquer uma das leis em vigor nessas oportunidades. Lei Penal no Espaço www.professorfranklin.com.br Territorialidade: Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território nacional. Eficácia da lei penal no espaço: Há necessidade de se apresentar soluções aos casos em que um crime viole interesses de dois ou mais países. Extraterritorialidade: É formada por cinco princípios: Territorialidade: Aplica-se a lei do país em cujo território ocorreu o crime, sem levar em conta a nacionalidade do autor ou da vítima. Exceções ao Princípio da Territorialidade: Navios e Aeronaves. Representantes de países estrangeiros. Navios e Aeronaves: Públicos: pertencem ao Estado. Exemplo. integram as Forças Armadas, são os que são requisitados na forma da lei para missões militares e os vasos de guerra. Navios e Aeronaves: Gozam de “imunidade de jurisdição”, ou seja, só obedecem a lei do seu país de origem, não se submetendo a jurisdição do país em que se encontram. Navios e Aeronaves: Privados: pertencem a particulares. Exemplo. mercantes, de passageiros, de cargas, etc. Não gozam de “imunidade de jurisdição”, ou seja, se submetem a jurisdição do país em que se encontram. Representantes de países estrangeiros: Agente Diplomático: são representantes de seus países de origem (embaixador, secretários, pessoal técnico), em âmbito político, gozando de “imunidade de jurisdição”, Representantes de países estrangeiros: ou seja, só obedecem a lei do seu país de origem, não se submetendo a jurisdição do país em que se encontram. Estas imunidades ainda alcançam o chefe de Estado estrangeiro que visita o país e os membros de sua comitiva. Representantes de países estrangeiros: Agentes Consulares: representam seus países, em âmbito comercial e administrativo, representam o interesse dos cidadãos, não gozando de “imunidade de jurisdição”, ou seja, se submetem a jurisdição do país em que se encontram. Nacionalidade ou Personalidade: Aplica-se a lei do país da nacionalidade do agente (criminoso) sem levar em consideração a nacionalidade da vítima e o lugar onde praticou-se o crime (Art. 7.º, II, b, CP). Real ou de Defesa ou de Proteção: Aplica-se a lei do país da nacionalidade da vítima, não importando o autor ou o lugar do crime (Art. 7.º, I, a, b, c, § 3.º, CP). Justiça Penal Universal: Aplica-se a lei do país em cujo território o criminoso foi preso, não importando o autor, a vítima ou o lugar do crime (Teoria da Utopia). (Art. 7.º, II, a, CP). Representação: Aplica-se a lei do país da nacionalidade de navios e aeronaves privados em território estrangeiro, quando o país não se interessar pelo julgamento. Lei Penal no Tempo e no Espaço II www.professorfranklin.com.br Princípio da territorialidade temperada: Este princípio foi consagrado de maneira relativa, com exceções em lei e convenções, tratados e regras de direito internacional. Território Brasileiro: Deve ser entendido em seu sentido jurídico. É o todo o domínio terrestre, fluvial, marítimo e aéreo no qual é exercida a soberania nacional. Domínio Terrestre: Solo: porção da superfície da terra. Subsolo: camada de solo que fica imediatamente abaixo da superfície terrestre. Domínio fluvial: Relaciona-se com os rios que pertencem ao território nacional e que o integram dentro dos limites conhecidos. Domínio Marítimo: O mar territorial compreende uma faixa de doze milhas marítimas de largura, medidas a partir da linha de baixa-mar do litoral brasileiro (art. 1º, Lei n º 8.617/93). Domínio Aéreo: Segundo a Teoria da Soberania sobre a Coluna Atmosférica, um país tem soberania plena sobre a massa de ar que se ergue do solo, incluindo o domínio territorial e do mar territorial. Espaço cósmico: O espaço cósmico poderá ser utilizado e explorado livremente por todos os Estados, conforme o Decreto n º 64.362/69 que ratificou o Tratado sobre Exploração e Uso do Espaço Cósmico. Eficácia da lei penal em relação a determinadas pessoas: O art. 5° do CP ao adotar o princípio da territorialidade temperada, ressalvou convenções, tratados e regras de direito internacional. Imunidades Parlamentares: Dizem respeito a determinadas prerrogativas conferidas por lei ao poder legislativo, com a finalidade de assegurar o livre exercício de suas funções como representantes da sociedade. Imunidades parlamentares absolutas: De natureza material ou substantiva são as inviolabilidades penais e civis que impedem que o parlamentar seja processado por suas opiniões palavras ou votos no exercício do mandato (CF, art. 53) Imunidades parlamentares relativas: De natureza formal ou processual são às prerrogativas de foro; à prisão (salvo em flagrante de crime inafiançável); ao processo (susta o andamento da ação) e para servir como testemunha (CF, art. 53, §§). Estado de sítio: As imunidades penais absolutas e relativas subsistirão durante o Estado de Sítio (art. 137 a 141, da CF), só podendo ser suspensa por 2/3 de votos da Casa respectiva. Deputados Estaduais: As imunidades são automaticamente deferidas aos deputados por força do disposto no art. 27, § 1°, CF, mas a súmula 03 do STF diz que: “A imunidade concedida a deputados estaduais é restrita a justiça do estado”. Vereadores: As imunidades absolutas são automaticamente deferidas aos edis por força do disposto no art. 29, VIII, CF, mas não gozam de imunidade relativa ou processual. Extensão do território nacional (§§ 1 e 2, do art. 5°, do CP): Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem. Extensão do território nacional (§§ 1 e 2, do art. 5°, do CP): É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional. Lugar do crime. Teorias: Ação ou atividade: é o local onde são praticados os atos de execução do crime (execução). Lugar do crime. Teorias: Efeito/resultado: é o local onde ocorre a consumação do crime (consumação). Lugar do crime. Teorias: Mista/ubiqüidade (execução ou consumação): é o local onde ocorre a execução e a consumação. Está teoria foi consagrada no art.. 6 º, do CP: Lugar do crime. Teorias: “Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado”. Extraterritorialidade: Pode ser condicionada ou incondicionada. A extraterritorialidade pode ser: Incondicionada: tem aplicação imediata, pois não depende de condições. Condicionada: não tem aplicação imediata, pois depende de condições. Extraterritorialidade incondicionada (art. 7 °, inciso I, a, b, c e d, do CP) Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro os crimes: contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; contra o patrimônio ou a fé pública da administração direta e indireta; Extraterritorialidade incondicionada (art. 7 °, inciso I, a, b, c e d, do CP) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; e de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; Aplicação da lei brasileira é condicionada quando (art.. 7 º, § 2 º, do CP): Ocorrer a entrada do autor no território nacional, sendo expontânea ou forçada; O fato deve ser punido no país em que foi praticado, sendo considerado crime; Aplicação da lei brasileira é condicionada quando (art.. 7 º, § 2 º, do CP): Estar incluído entre aqueles que a lei brasileira autoriza a extradição (Lei 6.815/80); Quando o agente não foi julgado ou se foi julgado, já não cumpriu a pena; Aplicação da lei brasileira é condicionada quando (art.. 7 º, § 2 º, do CP): Não ter sido o agente perdoado ou não, está extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável; Aplicação da lei brasileira é condicionada quando (art. 7 º, § 2 º, do CP): A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as estas condições: Aplicação da lei brasileira é condicionada quando (art. 7 º, § 2 º, do CP): Não foi pedida ou foi negada a extradição e o criminoso se encontra no Brasil. Houve requisição do ministro da justiça. Extradição (art. 77, da Lei 6.815/80): Não se concederá a extradição quando: I - se tratar de brasileiro, salvo se a aquisição dessa nacionalidade verificar-se após o fato que motivar o pedido; Extradição (art. 77, da Lei 6.815/80): II - o fato que motivar o pedido não for considerado crime no Brasil ou no Estado requerente; III - o Brasil for competente, segundo suas leis, para julgar o crime imputado ao extraditando; Extradição (art. 77, da Lei 6.815/80): IV - a lei brasileira impuser ao crime a pena de prisão igual ou inferior a 1 (um) ano; V - o extraditando estiver a responder a processo ou já houver sido condenado ou absolvido no Brasil pelo mesmo fato em que se fundar o pedido; Extradição (art. 77, da Lei 6.815/80): VI - estiver extinta a punibilidade pela prescrição segundo a lei brasileira ou a do Estado requerente; VII - o fato constituir crime político; e Extradição (art. 77, da Lei 6.815/80): VIII - o extraditando houver de responder, no Estado requerente, perante Tribunal ou Juízo de exceção. Pena cumprida no estrangeiro (art. 8 °, do CP) A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. Eficácia de sentença estrangeira (Art. 9º, do CP): A execução de pena é ato de soberania de um país, razão pela qual, no Brasil, somente pode ser admitida a sentença estrangeira: a) quando produza, na espécie, os mesmos efeitos da lei penal nacional; Eficácia de sentença estrangeira (Art. 9º, do CP): b) Pela EC n º 45/2004 atribuí ao STJ a competência para a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias. Eficácia de sentença estrangeira (Art. 9º, do CP): c) para obrigar o condenado à reparação do dano, a restituições e a outros efeitos civis; d) para sujeitar o condenado a medida de segurança. Contagem do prazo (art. 10, caput, do CP): Segundo o disposto no art. 10 do CP, o dia do começo incluise no cômputo do prazo penal, sendo os dias, os meses e os anos contados pelo calendário comum. Contagem do prazo (art. 10, caput, do CP): O calendário comum, previsto pela regra penal, é o calendário gregoriano, que foi estabelecido por Gregório XlII, reformando o calendário então existente e retirando dele dez dias que se haviam introduzido a maior no cômputo ordinário. Frações não computáveis da pena: O art. 11 do Código Penal estabelece duas regras básicas referentes às frações de pena que derivam da atividade julgadora. De acordo com a primeira regra, nas penas privativas de liberdade e "estritivas de Frações não computáveis da pena: direitos devem ser desprezadas as frações de dia, ou seja, não devem ser computadas as horas. Nos termos da segunda regra, na pena de multa devem ser desprezadas as frações de cruzeiro (moeda Frações não computáveis da pena: da época), ou seja, não devem ser computados os centavos. Essa regra aplica-se até os dias atuais, mesmo com as modificações da moeda. Legislação especial (art. 12): Existem outras infrações penais descritas em leis extravagantes, as quais integram a chamada legislação penal especial. Legislação especial (art. 12): Caso a lei especial contenha dispositivo próprio a respeito de determinada infração penal, este prevalecerá sobre a regra geral do Código Penal. “Iter Criminis”: é o caminho do crime. Existe nos crimes dolosos. Divide-se em: b.1) cogitação: o agente pensa e decide-se pela prática do crime. b.2) preparação: são atos preparatórios. Exemplo. compra arma, etc. b.3) execução: são atos executórios. Exemplo. começa a esfaquear, atirar, etc. b.4) consumação: quando atinge o objetivo previsto ora cogitação.
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