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Legislação Aduaneira 
e Tributária
Professor Me. Alexsandro Cordeiro Alves da Silva
Diretor Geral 
Gilmar de Oliveira
Diretor de Ensino e Pós-graduação
Daniel de Lima
Diretor Administrativo 
Renato Valença Correia
Coordenador NEAD - Núcleo
de Educação a Distância
Jorge Van Dal
Coordenador do Núcleo de Pesquisa
Victor Biazon
Secretário Acadêmico
Tiago Pereira da Silva
Projeto Gráfico e Editoração
André Dudatt
Revisão Textual
Beatriz Longen Rohling
Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
Caroline da Silva Marques
Geovane Vinícius da Broi Maciel
Jéssica Eugênio de Azevedo
Kauê Berto
Web Designer
Thiago Azenha
UNIFATECIE Unidade 1
Rua Getúlio Vargas, 333,
Centro, Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 2
Rua Candido Berthier
Fortes, 2177, Centro
Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 3
Rua Pernambuco, 1.169,
Centro, Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
UNIFATECIE Unidade 4
BR-376 , km 102, 
Saída para Nova Londrina
Paranavaí-PR
(44) 3045 9898
www.unifatecie.edu.br/site
As imagens utilizadas neste 
livro foram obtidas a partir
do site ShutterStock
FICHA CATALOGRÁFICA
UNIFATECIE - CENTRO UNIVERSITÁRIO EAD. 
Núcleo de Educação a Distância;
SILVA, Alexsandro Cordeiro Alves da.
Legislação Aduaneira e Tributária.
Alexsandro. Cordeiro Alves da Silva.
Paranavaí - PR.: Fatecie, 2020. 96 p.
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária
Zineide Pereira dos Santos.
AUTOR
Professor Me. Alexsandro Cordeiro Alves da Silva
• Mestre em Desenvolvimento de Tecnologia, UFPR/Lactec (Universidade Fede-
ral do Paraná);
• Licenciado em Letras - Port./Inglês Plena, UEM (Universidade Estadual de
Maringá);
• Bacharel em Administração, FAPAN (Faculdade de Paraíso do Norte);
• Graduando em Pedagogia, UniFCV (Centro Universitário Cidade Verde);
• Graduando em Ciências Econômicas, UniFCV (Centro Universitário Cidade
Verde);
• Especialização em Comércio Exterior pela UNIFAMMA (União de Faculdades
Metropolitanas de Maringá);
• Docente do Curso de Direito, Administração, Marketing, Logística, Ciências
Econômicas, Processos Gerenciais, Letras, Engenharia Civil, Arquitetura e
Urbanismo e Ciências Contábeis da UniFCV;
• Coordenador do Curso de Administração presencial/EAD (UniFCV);
• Coordenador do Curso de Ciências Econômicas presencial/EAD (UniFCV);
• Coordenador do Curso de Letras presencial/EAD (UniFCV);
• Coordenador do Curso de Marketing presencial/EAD (UniFCV);
• Coordenador do Curso de Logística presencial/EAD (UniFCV);
• Coordenador do Curso de Empreendedorismo presencial/EAD (UniFCV);
• Coordenador do Curso de Comércio Exterior EAD (UniFCV);
• Coordenador Científico em Ciclos de Estudos do UniFCV;
• Gestor Educacional do Colégio Axia;
• Docente de Pós-Graduação no Centro Universitário Cidade Verde (UniFCV).
Ampla experiência como analista de Comércio Exterior (10 anos), produtor de ma-
terial didático, tradutor, coordenação de cursos superiores e grupos de estudos. 
Currículo: http://lattes.cnpq.br/8228698800793385
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Seja muito bem-vindo(a)!
Prezado(a) aluno(a), é sempre um prazer falar com você que quer saber mais 
sobre comércio exterior! Aqui você pode encontrar reflexões e análises sobre a legislação 
aduaneira. Sempre que falamos de legislação é um tema bem complexo, pois envolve um 
processo de leis e atualizações de leis, por isso, sempre que precisar é importante buscar 
e verificar se as leis previstas neste material ainda estão vigentes.
Na Unidade I iniciaremos nosso trajeto pelo fundamento da legislação, ou seja, 
quais leis bases servem como respaldo para as demais, as particularidades e as especifi-
cidades de cada departamento envolvido no processo de importação e exportação, além 
disso, vamos descrever as atividades aduaneiras e as naturezas tributárias, assim como os 
principais impostos incidentes na importação e exportação, além dos conceitos de naciona-
lização e desembaraço de mercadorias.
Já na Unidade II vamos ampliar nossos conhecimentos sobre as franquias adua-
neiras, ou seja, trataremos dos portos e aeroportos que também são considerados como 
recintos alfandegados, continuares as definições sobre zonas francas e daremos ênfase 
na Zona Franca de Manaus (ZFM) e as principais características e benefícios das zonas 
francas pelo mundo. Por fim, relataremos também sobre as áreas de livre comércio e sua 
importância para o sistema de comércio exterior brasileiro.
Na sequência, nas Unidades III e IV, trataremos das peculiaridades das infrações, 
delitos e fraudes que acontecem nas importações e exportações brasileiras. Mais espe-
cificamente, na última unidade falaremos também do papel do profissional de comércio 
exterior na tomada de decisão e na análise da classificação fiscal de mercadoria, regimes 
especiais e atípicos, documentações e processos de importação e exportação. 
Esperamos contribuir para o seu crescimento profissional e aguçar a vontade de 
continuar na busca do conhecimento. Seja curioso(a), cada assunto tratado neste material 
abre a possibilidade de muita pesquisa e temos certeza que você estará à frente no mer-
cado de trabalho.
Muito obrigado e bom estudo!
SUMÁRIO
UNIDADE I ...................................................................................................... 6
Fundamentos da Legislação
UNIDADE II ................................................................................................... 28
Franquias Territoriais
UNIDADE III .................................................................................................. 44
Sujeição Passiva dos Impostos de Importação e de Exportação
UNIDADE IV .................................................................................................. 64
Operações de Importação e Exportação - Panorâmica Tributária, 
Documental e Operacional 
6
Plano de Estudo:
• Fato aduaneiro e realidade aduaneira
• Atividades aduaneira
• Tributos aduaneiros
• Políticas Brasileira de Comércio Exterior
Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar sobre aduana e alfândega
• Compreender os tipos de tributos no comércio exterior
• Rever as políticas Brasileiras no Comércio Exterior
UNIDADE I
Fundamentos da Legislação
Professor Mestre Alexsandro Cordeiro Alves
7UNIDADE I Fundamentos da Legislação
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), bem-vindo(a) à primeira unidade da apostila.
Vamos dar início ao estudo sobre os Fundamentos da legislação. Essa é uma área 
do conhecimento que estuda as regras e implicações da importação relacionada com o 
Comércio Exterior, quase todas as regras também são aplicadas à exportação. A legislação 
aduaneira não é nova, entretanto é nela que se baseiam todos os processos de importação 
e exportação do país, a saber, a legislação é única, mas os decretos, Instruções Normati-
vas, leis e pareceres é que ajudam o comércio exterior na contínua busca pela organização 
do sistema alfandegário.
Visando o crescimento das importações, mas dentro dos controles fronteiriços, 
foram estabelecidas regras de importação para que os órgãos responsáveis pudessem ter 
maior controle dos processos e dos produtos importados. Após a verificação da necessida-
de de parâmetros que respeitassem as normas internacionais da Organização Mundial do 
Comércio (OMC), surgiram legislações específicas para determinados tipos de produtos e 
serviços. É no Decreto nº 6759, Planalto, que teremos a base de nossas reflexões. Ainda, 
nesta legislação teremos os órgãos que atuam na área de comércio exterior brasileiro. 
De início, vamos tratar das condições aduaneiras brasileiras, legislação aduaneira, 
direito aduaneiro, e falaremos sobre os temidos impostos e tributos envolvidos na importa-
ção e exportação. Por fim, veremos também algumas restrições e barreiras alfandegárias 
que a constituição prevê. Em seguida, serão apresentadas as legislações específicas para 
acordos internacionais, os conceitos de nacionalização e também de importação. 
Desejamos um ótimo estudo!
8UNIDADE I Fundamentos da Legislação1. FATO ADUANEIRO E REALIDADE ADUANEIRA 
O fato aduaneiro foi desenvolvido para dar agilidade e porta de entrada e saída de 
mercadorias para diversos fins. Para início, é importante entender que fato aduaneiro é a 
necessidade de um departamento inserido em cada alfândega brasileira para a agilidade 
na fiscalização. Quem faz parte do fato aduaneiro são os órgãos governamentais. É na 
aduana que teremos toda mercadoria importada ou exportada sendo verificada, analisada 
e liberada para as devidas finalidades. 
Entretanto a realidade aduaneira é outra. O que deveria ser agilidade se tornou um 
sistema moroso em que cada processo de importação ou exportação demora em média 20 
dias para concluir. Essa realidade aduaneira é diferente de outros países que buscam agili-
zar em apenas algumas horas o desembaraço aduaneiro. Nesse sentido, vamos diferenciar 
cada setor e tratar das particularidades de cada setor e legislação aduaneira. Incluiremos 
também em nossas discussões as questões do Direito Aduaneiro.
1.1. Alfândega ou Aduana
Segundo Assumpção (2007), o conceito de aduana é semelhante a Alfândega (do 
árabe: قدنفلا; transl.: al-fundaq, “hospedaria”, “estalagem”) ou aduana (do árabe: ناويدلا; 
transl.: ad-dīwān, “registro”, “escritório”). Para a autora, trata-se de uma repartição governa-
mental e oficial para o controle de movimentos de entrada e saída de mercadorias do país, 
ou seja, importações (entradas) e exportações (saídas). 
9UNIDADE I Fundamentos da Legislação
Como já visto durante o curso, é inclusive nesse local (aduana) que os órgãos 
anuentes e intervenientes, como Receita Federal e Estadual, dentre outros, fazem a ve-
rificação das condições da mercadoria. É importante ressaltar que esses órgãos tratam 
apenas da fiscalização de produtos e serviços e não do controle de tráfego de pessoas, 
para isso, há outras regras e legislações, regidas pela polícia de fronteira.
É nesse “escritório” que são cumpridas as regras dispostas no decreto 6759/09, 
e é na alfândega (local de hospedagem) que são armazenados os produtos que serão 
exportados ou importados. Pensando assim, é por isso que se denomina a legislação de 
importação como legislação aduaneira, ou seja, órgãos governamentais fazendo cumprir 
determinações legais do país sobre determinado processo de importação. Já a estocagem 
e o armazenamento podem ser contemplados pela legislação aduaneira, possuindo, assim, 
as regras alfandegárias de armazenagem, como local propício para determinados produtos 
perecíveis, perigosos, muito pesados, muito leves etc.
Na organização geral e fiscalização das aduanas encontramos a Secretaria da 
Receita Federal do Brasil, órgão vinculado ao Ministério da Fazenda, ambos estipulados 
com os devidos poderes no Regulamento aduaneiro do Brasil (dec. 6759/09).
1.2. Conceito e Natureza do Direito Aduaneiro
Entendido o que é aduana e alfândega, você precisa saber que há uma área do 
direito que se dedica às questões do trânsito de mercadoria e de pessoas. Sim, você leu 
corretamente! O conceito é o mesmo para pessoas e produtos, a diferença é que os produ-
tos serão comercializados ao chegar a seu destino e as pessoas entram e saem do país por 
diversos motivos, mas é o direito aduaneiro que estabelece regras de trânsito entre países.
De modo geral, podemos entender como um conjunto de normas que julgam e 
disciplinam o tráfego de pessoas, produtos ou serviços e também a fiscalização e cum-
primento das leis nacionais e internacionais. Para cada caso, como supracitado, deverá 
ser consultada a legislação específica, principalmente de produtos e serviços controlados 
pelos órgãos anuentes. A relação aduaneira será entre países, entre empresas e governo 
e também entre empresas e consumidor final.
Antes de prosseguirmos, é extremamente importante que você, estudante, entenda 
a lógica e organização de atuação aduaneira na gestão da operação de importação. Sa-
bendo quais órgãos estão envolvidos na aduana e seus processos, ficará mais fácil saber 
a quem recorrer nos casos de organização de uma importação.
10UNIDADE I Fundamentos da Legislação
No mesmo decreto 6759/09 estão esclarecidos os órgãos intervenientes e os 
anuentes. Os intervenientes têm relacionamento com comércio exterior de alguma forma, 
mas nem sempre são impeditivos de importação (banco do exportador, vendedor, des-
pachante, dentre outros); nem sempre trabalham somente com comércio exterior. Já os 
anuentes legislam e têm papel de permitir a importação, ou seja, diretamente ligado à 
importação (órgãos como DECEX, MAPA, EXÉRCITO, dentre outros). 
1.3. O Direito Aduaneiro Brasileiro e Atividade Aduaneira
O direito aduaneiro atua, por meio de profissionais de comércio exterior e advo-
gados, analisando as leis e normas que regem a entrada e saída de mercadorias do país. 
No Brasil, a grande batalha está na burocracia, pois com o aumento de importações e 
exportações durante as décadas, o país passou a se tornar pouco eficiente na liberação 
de mercadorias. Por isso, o direito aduaneiro vem impetrar a análise da legislação e dá 
pareceres sobre os processos de importação e importação.
Para Sosa (2008) apud TREVISAN (2008 p. 24), 
Exercício do Poder de Soberania é atividade estatal típica, e como tal, dotada 
de um poder capaz de impor o interesse do Estado aos particulares. Em 
verdade é a Alfândega que primeiro exerce, em tempos normais, o poder 
de soberania. Tal se manifesta, com efeito, através do controle aduaneiro 
exercido sobre veículos que demandam território sob jurisdição política de 
um determinado Estado. Pode a Alfândega, nesse mister, abordar o veículo 
para exigir-lhe contas dos efeitos comerciais que transporta, indagar sobre 
seu destino, vistoriá-lo e, em casos justificados, até arrestar cargas que 
porventura não estejam devidamente documentadas. Em contrapartida, 
nenhum veículo sairá do território, conduzindo ou não cargas, sem prévia 
autorização aduaneira. (TREVISAN, 2008 p. 24)
Nesse sentido, conforme expressado na citação, a autorização de fluxo é dada pe-
los responsáveis aduaneiros. No Brasil, esse papel fica a cargo dos órgãos governamentais 
(anuentes e intervenientes). 
Os órgãos anuentes trabalham diretamente no país em que a mercadoria se 
encontra no momento da análise, por isso, a estrutura do comércio no Brasil tem como 
seu maior organizador o próprio governo. Já os demais órgãos analisam os produtos e 
comparam com a legislação. Por exemplo, se um importador está trazendo um cavalo, será 
de responsabilidade do importador, juntamente com o Ministério da Agricultura Pecuária e 
Abastecimento (MAPA), verificar a classificação e após a permissão, trazer a mercadoria – 
sempre respaldado pela legislação aduaneira.
No direito aduaneiro brasileiro englobam-se: Conselho Monetário Nacional (CMN), 
Câmara de Comércio Exterior (CAMEX), Ministério das Relações Exteriores (MRE), Mi-
11UNIDADE I Fundamentos da Legislação
nistério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) – atual Ministério da Economia, 
Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Ministério da Fazenda (MF) –, Ministério das Co-
municações (MC), Ministério da Agricultura Pecuária e do Abastecimento (MAPA), Agência 
de Promoção de Exportações S/A (APEX), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas 
Empresas (SEBRAE), Seguradora Brasileira de Crédito à Exportação S/A (SBCE), Con-
federação Nacional da Indústria (CNI), Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), 
Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (FUNCEX), Federações Estaduais, 
Câmaras de Comércio, dentre outros.
Ainda, cada órgão citado pode se subdividir, dependendo da necessidade e da 
legislação. Obviamente você não precisa saber de todos eles, mas é importante saber que 
cada um desses setores é um órgão responsável para determinadas ações na importação. 
Nem sempre todos os órgãos estarão envolvidos em todas as importações, mas depen-
dendo do tipo de produto será necessárioverificar com esses departamentos o que deve 
fazer para que o processo de importação não seja barrado no momento da entrada no país. 
Todos eles estão interligados e respondem à legislação aduaneira e é na aduana que serão 
efetivamente observados.
12UNIDADE I Fundamentos da Legislação
2. ATIVIDADE ADUANEIRA
As atividades aduaneiras mostram o poder de controle do país. Desta feita, são 
os países que, de acordo com suas legislações, preveem as questões sobre o comércio 
exterior nacional, validam normas e regulamentos, cumprem leis nacionais e internacio-
nais e controlam a entrada e saída de mercadorias. Essas atividades visam, no primeiro 
momento, o combate a fraudes, doenças, pandemias, drogas, armas, tráfico de pessoas e 
animais, defesa do patrimônio histórico, materiais perigosos ou contaminantes e alimentos 
e bebidas danosas à saúde. 
De acordo com Sosa (2008) apud TREVISAN (2008 p. 24) as atividades aduaneiras 
servem para 
O Controle Aduaneiro de Mercadorias. Também as mercadorias destinadas 
ao país, ou dele egressas, submetem-se ao controle aduaneiro. Os objetivos 
desse controle são múltiplos, como, por exemplo, verificar se as mercadorias 
objeto de importação ou exportação podem, efetivamente, ser transaciona-
das, e se podem ingressar ou sair do território nacional. Com efeito, os Esta-
dos poderão vir a proibir ingressos de mercadorias consideradas danosas à 
saúde e à ordem públicas, ou admiti-las sob severas condições de controle 
sanitário ou de segurança. Também podem decretar proibições por razões 
políticas, em razão da origem da mercadoria ou país de procedência. Essas 
proibições poderão ser definitivas ou temporárias, absolutas ou relativas, 
dizendo se então, que esta ou aquela operação está proibida ou suspensa. 
(TREVISAN, 2008 p. 24)
Considerando isso, países como o Brasil coordenam as ações dos portos e aero-
portos para que eles se transformem não somente em alfândegas (transito e armazenagem) 
de mercadorias, mas também atuem mundialmente com regras e atividades coordenadas. 
13UNIDADE I Fundamentos da Legislação
Para isso, há acordos e facilitações aduaneiras, visando a entrada de mercadoria mais 
flexível, o que não significa que sejam normas e legislações rígidas, mas sim coordenadas 
e coerentes entres os países.
A atuação da aduana não é no sentido de impedimento da mercadoria e sim de fis-
calização, se todos os documentos e mercadoria estão seguindo normas preestabelecidas. 
O fluxo da mercadoria é o alvo principal, logo, as questões tributárias não deveriam ser 
impedimentos para que a mercadoria seguisse seu fluxo.
2.1. Natureza das Normas Aduaneiras
Se você é um(a) estudante atento(a), já deve ter notado que a legislação aduaneira 
segue um fluxo que culmina no órgão máximo legislador, a Presidência da República. É ela 
que atua diretamente com a finalidade de legislar as questões aduaneiras, sempre atenta 
às orientações da Organização Mundial do Comércio (OMC). 
Vale a pena relembrar que a natureza legal das normas aduaneiras parte de um 
decreto “mãe” de todas as demais oriundas. Trata-se do Decreto nº 6759 de 5 de fevereiro 
de 2009, que “regulamenta a administração das atividades aduaneiras, e a fiscalização, o 
controle e a tributação das operações de comércio exterior”.
Podemos entender a estrutura operacional hierárquica da seguinte maneira:
Figura 1 - Estrutura da Presidência da República na aduana
Fonte: o autor.
A presidência da república (Figura 1) estabelece e assina decretos sobre a importa-
ção e exportação interna de acordo com a legislação nacional e internacional. O Ministério 
das Relações Exteriores (MRE ou Itamaraty) está diretamente ligado às relações inter-
nacionais e é responsável pelas políticas internacionais (Bilateral, regional e Multilateral). 
14UNIDADE I Fundamentos da Legislação
Já o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) atua nas políticas de 
desenvolvimento do comércio exterior.
Por sua vez, o Ministério da Fazenda formula e regulamenta as políticas econô-
micas do país, ou seja, é um órgão administrativo do comércio exterior; é nele que estão 
os órgãos relacionados ao fisco, como Receita Federal (responsável também pela vistoria 
e parametrização da mercadoria) e BACEN (responsável pelas verificações de contratos, 
câmbio e pagamentos). Estes últimos são responsáveis pela parte tributária da União.
As normativas é que estabelecem critérios na importação aduaneira de determina-
dos produtos. Dependendo do tipo de tratamento administrativo é que teremos que observar 
a Instrução Normativa (IN) para a importação de determinado produto.
2.2. Conceito de Importação
Historicamente, a primeira relação de comércio se deu em 1808, com o Decreto de 
Abertura dos Portos às Nações Amigas, também conhecido como Carta Régia, promulgada 
pelo Príncipe-regente de Portugal, Dom João de Bragança. Desde então, a importação 
passou por inúmeras mudanças, seja pelos tipos de mercadorias, seja pelas tramitações 
legais.
Fontes (2018) descreve a importação como sendo o processo de entrada de pro-
dutos originários de outro país. Além disso, com as modificações que o comércio exterior 
passou, podemos definir também como a entrada de mercadorias, bens e serviços que 
visam fatores comerciais e respaldados pelas leis fiscais. Todo processo de importação 
deve passar pelo processo de nacionalização, ou seja, em relações comerciais entre paí-
ses, somente na importação será possível trazer uma mercadoria para ser comercializada.
Na importação, devem-se observar alguns critérios, como condições comerciais, 
condições de armazenagem e transporte, legislações específicas de cada produto por meio 
do tratamento administrativo, negociações internacionais e cambiais, viabilização por meio 
da previsão de despesas, dentre outros.
2.3. Conceito de Nacionalização
Nacionalizar os produtos e serviços é passá-los por um processo burocrático de 
verificação e fiscalização. Em suma, assim que a mercadoria chega no Brasil, passa a 
ser considerada em entreposto, ou seja, não é nem nacional e nem internacional. Nesse 
momento fica armazenada no recinto alfandegário para que seja vistoriada pelos órgãos 
competentes. Somente após o pagamento dos impostos e cumprida às exigências é que a 
mercadoria pode ser considerada nacional e seguir o destino para a empresa do importador. 
15UNIDADE I Fundamentos da Legislação
Entretanto para determinados produtos essa liberação pode ser condicionada à verificação 
ainda na empresa importadora, como é o caso de máquinas e bebidas. O outro nome dado 
para a nacionalização da mercadoria é desembaraço aduaneiro. 
Conforme o decreto 6759/09, para a nacionalização da mercadoria há a necessi-
dade de apresentação de documentos obrigatórios que devem acompanhar a mercadoria, 
citamos: Certificado de origem, Packing list ou romaneio, Proforma Invoice, Conhecimento 
de embarque e Licenciamento de Importação (LI), se for o caso. Segundo a legislação 
6759/09, é no momento da nacionalização que também devem ser recolhidos todos os 
tributos e taxas referentes à importação.
16UNIDADE I Fundamentos da Legislação
3. TRIBUTOS ADUANEIROS
Como visto durante o curso, vale relembrar que o momento do recolhimento dos 
tributos de importação (Imposto de Importação - II, Imposto sobre Produtos Industrializados 
- IPI, Contribuição para o PIS/PASEP e COFINS e Taxa de Utilização do Siscomex) está 
previsto na Instrução Normativa SRF nº 98, de 29 de dezembro de 1997, e estabelece que 
sempre será o momento do registro da Declaração de Importação (DI), já o ICMS é no 
momento da liberação da mercadoria, quando ela poderá circular em território nacional.
Trataremos na unidade IV das especificações de cada tributo, mas, de modo geral, 
os tributos aduaneiros são: Imposto de Importação (II): com base na Lei nº 3.244, de 14 de 
agosto de 1957; Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI): estabelecido no Decreto 
nº 7.212,de 15 de junho de 2010; Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição 
para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS): com base na Lei Complementar 
nº 7, de 7 de Setembro de 1970, (PIS) e Lei Complementar nº 70, de 30 de Dezembro de 
1991 (COFINS); Taxa de Utilização do Siscomex (TUS): de acordo com o Decreto n° 660, 
de 25.9.92.
Na sequência temos o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação 
de Serviços (ICMS): primeiramente deve ficar claro que o ICMS é um imposto estadual, 
logo trataremos aqui das regras gerais e você precisará consultar as alíquotas do ICMS 
de seu estado; a regra do ICMS do Paraná, por exemplo, está respaldada no Decreto nº 
7.871, de 2017. Esse imposto incide sobre a circulação de mercadorias devido ao transpor-
17UNIDADE I Fundamentos da Legislação
te interestadual e intermunicipal para “qualquer que seja a sua finalidade, por pessoa física 
ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto” e é de responsabilidade 
de cada estado, conforme ratificado na Lei Complementar nº 114, de 16 de dezembro de 
2002; e AFRMM: o Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM) 
está previsto no Decreto-lei nº 2.404/1987 e respaldado pela Lei nº 10.893/2004 (alterações 
trazidas pelas Leis nº 12.599/2012 e 12.788/2013). 
18UNIDADE I Fundamentos da Legislação
4. POLÍTICA BRASILEIRA DE COMÉRCIO EXTERIOR
Podemos observar que a história e o comércio internacional andam juntos. Se 
considerarmos o final da Segunda Guerra Mundial (1942), justamente por não estar di-
retamente envolvido na guerra, teve uma manutenção positiva do comércio internacional 
de importação e exportação. O café, por exemplo, teve grande importância para que o 
crescimento de vendas fosse alcançado, ou seja, somente com o café foi um acréscimo 
de 70% da exportação no período pós-guerra. Entretanto, com uma inflação de 14,6% em 
1946, o Brasil focou em reestabelecer a ordem interna.
Nessa época, observa-se que surgiram as primeiras regras de acordos e restrições 
para que a exportação de café fosse controlada e que a demanda interna não sofresse 
tanto impacto, o que culminou anos demais em uma demanda interna saturada e o governo 
tomando atitudes drásticas para a elevação do preço de produtos que outrora eram expor-
tados. Em 1953, o Brasil passa a ter regras mais severas e taxações de seus produtos e 
múltiplas taxas cambiais. 
Com a criação da Organização Mundial do Comércio (OMS), em 1995, ficou mais 
claro que a política nacional deveria seguir critérios internacionais, dessa feita, o que já 
estava acontecendo foi formalizado por meio dos acordos e tratados internacionais. Vamos 
analisar alguns acordos e tratados que auxiliaram na efetivação da política nacional de 
comércio exterior.
19UNIDADE I Fundamentos da Legislação
4.1. Tratados, Convenções e Outros Atos Internacionais
A Confederação Nacional da Indústria (CNI), desde 1990, atua para que o Bra-
sil tenha planejamento estratégico na comercialização e a redução de barreiras, em sua 
maioria a redução tarifária, entre países com relacionamento comercial. Além das reduções 
tarifárias, os acordos estabelecem regras e disciplinas, condições iguais de competição em 
mercados estratégicos, maior participação do Brasil nas cadeias de produção internacional 
e maior acesso ao conhecimento de novas tecnologias.
Tem como objetivo também as reformas domésticas, maior produtividade em escala 
e redução do custo de produção e, finalmente, a competitividade. Os acordos servem para 
a não discriminação de produtos oriundos do Brasil. Os acordos comerciais recentemente 
analisados pela CNI são:
Quadro 1 - Principais acordos, tratados e convenções com o Brasil 
ENVOLVIDOS OBJETIVO
União Europeia
Defender a conclusão do acordo entre o Mercosul e a União Europeia 
com a inclusão dos pleitos de maior impacto para a indústria, sobretudo 
em acesso a mercados e regras de origem.
México
Defender a conclusão de um acordo de livre comércio ou de um acordo 
parcial – o mais amplo possível na cobertura de bens – que inclua regras 
de origem satisfatórias para a indústria e capítulos sobre barreiras 
técnicas, medidas sanitárias e fitossanitárias, compras governamentais, 
facilitação de comércio e serviços.
Mercosul
Defender a importância do Mercosul para a indústria; apresentar e 
defender propostas para influenciar e estimular o avanço da agenda 
econômica e comercial do bloco, em particular para a ampliação do livre 
comércio intrabloco e negociação de acordos em serviços e facilitação 
de comércio; e defender o aperfeiçoamento da governança técnica e 
administrativa do Mercosul.
Aliança do Pacífico
Apresentar e defender propostas para o aprofundamento da integração 
entre o Mercosul e a Aliança do Pacífico, prioritariamente em acumulação 
de origem e facilitação de comércio; e defender o aprofundamento dos 
acordos bilaterais com o México e a Colômbia.
Estados Unidos e 
Japão
Defender o lançamento de negociações para acordos de livre comércio 
com os Estados Unidos e o Japão com base nos roadmaps apresentados 
pelo setor privado brasileiro e pelas suas contrapartes americana e 
japonesa.
Tarifa Externa Co-
mum do Mercosul
Elaborar posicionamento para a defesa da abertura comercial do 
Brasil via acordos comerciais e, em paralelo, avaliar as opções para 
a racionalização da Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul e suas 
exceções, com o intuito de aumentar a competitividade industrial.
20UNIDADE I Fundamentos da Legislação
OCDE
Elaborar e apresentar propostas que contribuam para a acessão do 
Brasil à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico 
(OCDE), sobretudo nos temas de comércio, investimentos e tributação 
internacional; e defender, junto às congêneres da Confederação Nacional 
da Indústria (CNI) no exterior, o apoio dos seus respectivos governos 
para o processo de acessão do Brasil.
Fonte: o autor.
Embora os acordos supracitados estejam em andamento, sempre antes da impor-
tação é importante consultar a vigência dos acordos internacionais, uma vez que os eles 
têm características específicas e prazos limitados por decreto, ou seja, vigoram por um 
determinado tempo e posteriormente são renovados ou atualizados, conforme o caso.
Os acordos mais comuns firmados pelo Brasil são Mercado Comum do Sul (MER-
COSUL), Associação Latino-Americana de Integração (ALADI), Acordo de Livre Comércio 
da América do Norte (NAFTA), Organização dos Países Produtores de Petróleo (OPEP), 
Sistema Geral de Preferências (SGP), Sistema Global de Preferências Comerciais (SGPC). 
Já os acordos comerciais e negociações internacionais são os estabelecidos com a Organi-
zação Mundial do Comércio (OMC), União Europeia (EU), UNCTAD, Área de Livre Comércio 
das Américas (ALCA), Ministério da Economia e o Grupo dos 77. Todos os acordos estão 
disponíveis nos canais eletrônicos e também em legislações específicas. 
Já nos acordos com preferência tarifária destacamos os de Regimes de Origem, 
Certificado de Origem, Certificado de Origem Digital (COD), ABC das Regras de Origem e 
Pesquisa de Mercado. Caso queira consultar o que prevê cada um deles, é importante que 
leia os acordos na íntegra. 
Os acordos firmados exclusivamente com países são: Acordo de Sementes entre 
países da ALADI (AG-02), Acordo de Bens Culturais entre países da ALADI (AR-07), Brasil - 
Uruguai (ACE-02), Brasil - Argentina (ACE-14), Mercosul (ACE-18), Mercosul - Chile (ACE-
35), Mercosul - Bolívia (ACE-36), Brasil - México (ACE-53), Mercosul - México (ACE-54), 
Automotivo Mercosul - México (ACE-55), Mercosul - Peru (ACE-58), Mercosul - Colômbia, 
Equador e Venezuela (ACE-59), Brasil/Guiana/São Cristóvão e Névis (AAP.A25TM 38), 
Brasil - Suriname (ACE-41), Brasil - Venezuela (ACE-69), Mercosul - Colômbia (ACE-72), 
Mercosul - Cuba (ACE-62), Mercosul/Índia, Mercosul/Israel, Mercosul/SACU, Mercosul/
Egito, Mercosul/Palestina - AINDA SEM VIGÊNCIA, Acordo de Ampliação Econômico-Co-mercial Brasil - Peru (AINDA SEM VIGÊNCIA) e Brasil - Paraguai (ACE-74).
Dentre os tratados que podem influenciar no comércio exterior estão: Convenção 
para a prevenção e a repressão do crime de genocídio (1948); Convenção Internacional 
21UNIDADE I Fundamentos da Legislação
sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial (1965); Pacto Internacio-
nal sobre Direitos Civis e Políticos (1966); Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, 
Sociais e Culturais (1966); Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discri-
minação contra as Mulheres (1979).
Na sequência destacamos a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar 
(1982); Convenção sobre os Direitos da Criança (1989); Tratado de Proibição Completa de 
Testes Nucleares (1996); Convenção Internacional para a Supressão do Financiamento do 
Terrorismo (1999); Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2006).
Todos os acordos, tratados, convenções e atos normativos comerciais estão respal-
dados por regras de ambas as partes, por isso, não cabe aqui a análise de cada um deles, 
mas é importante esclarecer que, em caso de importação, os acordos internacionais devem 
ser consultados para a facilitação das negociações e possíveis benefícios tributários.
4.2. Medidas Restritivas às Práticas Comerciais Internacionais
Também conhecidas como barreiras comerciais, as medidas restritivas às práticas 
comerciais devem ser entendidas como restrições de acesso a bens e serviços oriundos de 
outros países. Essas barreiras visam, em suma, a tentativa de restringir a entrada de capital 
estrangeiro no país. Entretanto, para que isso aconteça, o país deve estar atento às regras 
preestabelecidas pela Organização Mundial do Comércio (OMC). 
Os acordos bilaterais garantem que as restrições sejam realizadas de acordo com 
a legislação internacional vigente, por isso, as tarifas que seriam aplicadas ou retiradas 
dependerão de negociação bilateral; normalmente as restrições devem ser respaldadas 
na proteção de interesses pertinentes, como é o caso da proteção da saúde pública, meio 
ambiente, segurança nacional, dentre outros. 
É importante que você saiba que as medidas restritivas não são medidas impedi-
tivas, logo, não significa que determinada compra ou venda de mercadoria deixará de ser 
realizada, mas pode passar por mais ou menos barreiras impeditivas. Ainda, elas podem 
restringir por meio de medidas tarifárias ou não tarifárias.
As medidas tarifárias são aquelas que impõem determinado imposto, mas não im-
pedem que a mercadoria entre no país; um exemplo disso é o Imposto de Importação (II). 
Toda mercadoria que entra no país precisa obrigatoriamente seguir as medidas restritivas, 
aplicando a coleta de um determinado valor, denominado Imposto de Importação. Para 
a exportação também há uma medida que restringe a exportação, por isso também será 
22UNIDADE I Fundamentos da Legislação
aplicado o Imposto de Exportação, afinal, todo país deve controlar o que entra e o que sai 
de seu país como uma forma de defesa comercial. 
Já as medidas não tarifárias são aquelas que impedem a importação ou exportação 
de uma quantidade muito elevada de determinado produto, com isso, ao consultar o trata-
mento administrativo aparecerá que determinada mercadoria tem restrição de importação 
ou exportação de uma quantidade “x” de mercadorias. Isso também pode acontecer para 
pessoas físicas que vão até os países fronteiriços e compram mercadorias. Por exemplo, 
quem vai ao Paraguai pode trazer “x” de quantidade de mercadoria e limita-se a “y” de valor 
em dinheiro. Para facilitar a visualização, observe a tabela:
Quadro 2 - Barreira Tarifária Brasileira
RESTRIÇÃO TARIFÁRIA QUANDO É APLICADA? COMO É APLICADA?
Quota Tarifária de Exporta-
ção QTI
Entrada do produto
Alíquota menor é aplicada a 
uma quantidade limitada do 
produto; para quantidades 
importadas ou exportadas 
além da quota, aplica-se à 
alíquota maior
Quota Tarifária de Exporta-
ção QTE Saída do produto
Imposto de Exportação IE Mesma alíquota aplicada a 
todas as unidadesImposto de Importação II Entrada do produto
Fonte: o autor (2020).
Outra medida que o Brasil, por exemplo, tem adotado como medida restritiva e não 
tarifária é quanto à importação de produtos com anuência pelo Ministério da Agricultura 
Pecuária e Abastecimento (MAPA). Para alguns casos, o MAPA restringe (não impede) a 
importação e exportação por meio de regulamentações técnicas e solicitação de fumigação 
(desinfestação de fungos e parasitos) de pallets e cargas com animais vivos. O Instituto 
Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), por exemplo, pode ter medidas 
restritivas de entrada de pneus no país, com isso ajudará na manutenção e acompanha-
mento contra a poluição do país.
As medidas restritivas, por estarem ligadas a OMC, tendem a restringir a circulação 
de mercadorias entre países envolvidos em guerras e/ou conflitos comerciais de interesse. 
Um exemplo disso, os Estados Unidos da América, no ano de 2020, devido à pandemia 
(COVID-19), restringiu a venda de máscaras para quaisquer países. Isso porque a restrição 
irá beneficiar os EUA em caso de necessidade. 
23UNIDADE I Fundamentos da Legislação
Além desses casos, um que chama a atenção é a restrição de propriedade inte-
lectual. Mas o que é isso? Bem, a restrição de propriedade intelectual tenta controlar que 
a quantidade de obras de arte, músicas, livros, marcas e patentes sejam distribuídas a 
outros países sem a expressa autorização ou pelo menos identificação que determinada 
produção intelectual saia sem o certificado de origem (de onde foi feita). Com isso, o país 
preserva e protege tudo o que for produzido intelectualmente no país, incluindo as novas 
tecnologias, animais silvestres, jazidas de petróleo, pedras preciosas e todo material que é 
de pertencimento nacional.
Essas regras têm origem após a Segunda Guerra Mundial, momento em que se 
pensa na criação de um órgão que projeta os interesses e cooperação internacional, para 
isso, surge o Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio (GATT) de 1947. Na época, 
o GATT era responsável pelo acordo de redução de restrições ou tarifas entre países que 
estavam se recuperando com a guerra. Com o passar do tempo, o GATT torna-se um órgão 
internacional de controle das medidas restritivas às práticas comerciais internacionais.
Brogini (2013) alerta que para as importações serem bem sucedidas é importante 
observar os benefícios que são oferecidos pelo governo ou pelos acordos entre países. 
Além disso, há também as defesas comerciais, salvaguardas e medidas compensatórias 
que devem ser consultadas caso a caso. Portanto, nesta parte de nossos estudos vamos 
apenas esclarecer brevemente o que cada uma delas prevê.
4.2.1. Defesa comercial
O departamento de Defesa Comercial (DECOM) é responsável por fiscalizar e 
cumprir as determinações legais. É o DECOM que examina os preços das importações 
oriundas de diversos países e compara com os valores praticados no mercado interno, 
gerando, assim, um valor padrão de cada mercadoria a ser importada e comercializada no 
mercado nacional. É esse departamento que recebe também as denúncias de competição 
desleal e aplica o dumping (subida de preço) ou antidumping (baixa de preço) quando 
necessário, além disso analisa as medidas compensatórias e de salvaguardas.
4.2.2. Salvaguardas
As medidas de salvaguarda visam observar determinados produtos e aplicar o au-
mento de tributação de importações que estejam previstos como prejuízo grave ou ameaça 
de prejuízo grave na comercialização devido à grande quantidade de importação. Essas 
medidas são denominadas salvaguardas devido a sua periodicidade que trata de sobretaxa 
de impostos, normalmente II, por determinado tempo e depois de analisado pode voltar ao 
24UNIDADE I Fundamentos da Legislação
preço normal ou continuar com mais tributos. Tem essa tratativa a finalidadede manuten-
ção da indústria e do comércio de produtos domésticos. A indústria doméstica (conjunto 
de produtores de bens similares ou diretamente concorrentes ao produto importado) pode 
entrar com pedido de salvaguardas sempre que se sentir ameaçada pela grande demanda 
de importação e será analisado pelo DECOM.
4.2.3. Medidas compensatórias
As medidas compensatórias são administradas pelo Ministério da Economia e 
visa contribuir, em alguns casos, para o acordo de suspensão ou isenção de impostos de 
mercadorias que serão importadas e/ou exportadas, industrializadas no mercado interno e 
em seguida reexportadas. 
 Para o Ministério da Economia (2020):
As medidas compensatórias têm como objetivo compensar subsídio concedi-
do, direta ou indiretamente, no país exportador, para a fabricação, produção, 
exportação ou ao transporte de qualquer produto, cuja exportação ao Brasil 
cause danos à indústria doméstica. País Exportador: É o país - de origem ou 
de exportação - onde é concedido o subsídio. Quando os produtos não forem 
exportados para o Brasil diretamente do país exportador, mas a partir de 
um país intermediário, as transações em questão serão consideradas como 
tendo ocorrido entre o país exportador e o Brasil. (ECONOMIA, 2020)
Sendo assim, as medidas compensatórias são aquelas que requerem algumas 
ações da importadora ou exportadora por terem conseguido um benefício, normalmente 
fiscal e, consequentemente, devem compensar esse subsídio com ações diversas, seja na 
comercialização mais barata da mercadoria, seja na geração de emprego, dentre outras.
25UNIDADE I Fundamentos da Legislação
SAIBA MAIS
O link direto para os tratados que o Brasil integra podem ser buscados no site https://
treaties.un.org em “Depositary”, depois 
“Status of Treaties”, depois “Participant 
Search”, e depois selecionando “Brazil”. 
Aparecerá a lista de tratados na ordem 
de sua ratificação/adesão. O governo 
brasileiro também mantém uma base 
de dados dos atos internacionais em: 
https://concordia.itamaraty.gov.br.
REFLITA 
“O espírito egoísta do comércio não conhece países e não sente paixão ou princípio 
exceto o do lucro” (Thomas Jefferson).
https://concordia.itamaraty.gov.br
26UNIDADE I Fundamentos da Legislação
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro(a) aluno(a), nesta unidade observamos a diferença entre aduana e alfândega 
e, dentre as características elencadas, destaca-se a importância da atuação dos órgãos 
anuentes e intervenientes. Além disso, a alfândega é o local em que as mercadorias aden-
tram ao país, por isso, podemos considerar os portos e aeroportos brasileiros como zonas 
primárias das alfândegas. Já as aduanas são escritórios que contém a permanência de 
representantes legais e governamentais para o acompanhamento do despacho, nacionali-
zação da mercadoria. 
Observamos também que os tributos e impostos incidentes na importação são para 
que os países recolham de acordo com o tratamento administrativo de cada mercadoria. 
Cada imposto tem uma finalidade que veremos nas unidades a seguir. Além disso, é impor-
tante relembrar que a política brasileira de comércio exterior está presente e que ajuda na 
manutenção e no controle de entrada e saída de mercadorias no país.
Destaque também para os acordos e tratados internacionais. Como vimos, foi 
com eles que, a partir da segunda guerra mundial e com mais robustez a partir de 1946, 
pudemos ter acesso ao livre comércio entre países e, observadas as regras internacionais, 
pudemos defender nossa balança comercial e ao mesmo tempo suprir as necessidades 
importadoras e exportadoras.
As barreiras adotadas pelo Brasil podem ser tarifárias e não tarifárias, com isso, 
podemos reafirmar que a palavra restrição é cabível para o momento, ou seja, nem todos 
os casos são impedidos de entrar no país, mas podem ser observados de perto e com 
controle, por isso a restrição visa a manutenção e a defesa comercial de nosso país.
Espero que você esteja gostando da temática e das reflexões desses estudos. Na 
Unidade II vamos aprofundar um pouco mais sobre as Franquias Territoriais, ou seja, sobre 
as alfândegas secundárias, mais conhecidas como zonas alfandegárias. 
Espero você na próxima fase deste estudo!
27UNIDADE I Fundamentos da Legislação
MATERIAL COMPLEMENTAR
FILME/VÍDEO
Título: Captain Phillips 
Ano produção: 2013
Duração: 134 minutos
Classificação: 14 anos 
Gênero: Ação 
Sinopse: Richard Phillips (Tom Hanks) é um comandante naval 
experiente, que aceita trabalhar com uma nova equipe na missão de 
entregar mercadorias e alimentos para o povo somaliano. Logo no 
início do trajeto ele recebe a mensagem de que piratas têm atuado 
com frequência nos mares por onde devem passar. A situação não 
demora a se concretizar, quando dois barcos chegam perto do 
cargueiro, com oito somalianos armados, exigindo todo o dinheiro 
a bordo. Uma estratégia inicial faz com que os agressores recuem, 
apenas para retornar no dia seguinte. Embora Phillips utilize 
todos os procedimentos possíveis para dispersar os inimigos, eles 
conseguem subir a bordo, ameaçando a vida de todos. Quando 
pensa ter conseguido negociar com os piratas, o comandante é 
levado como refém em um pequeno bote. Começa uma longa e 
tensa negociação entre os sequestradores e os serviços especiais 
americanos para tentar salvar o capitão antes que seja tarde.
LIVRO 
Título: Noções Básicas De Importação
Autor: João Dos Santos Bizelli e Ricardo Barbosa
Editora: Aduaneiras
Sinopse: A obra apresenta, de forma prática, todas as informações 
básicas para uma visão ampla dos principais aspectos fiscais 
e administrativos do processo de importação, analisando, 
após a definição da política brasileira das últimas décadas, a 
estrutura governamental com a indicação dos principais órgãos 
intervenientes, inclusive da Camex, que deve estabelecer uma 
política de comércio exterior mais uniforme e eficaz, os principais 
conceitos da área, inclusive o Incoterms, o regime cambial 
vigente, a estrutura das nomenclaturas utilizadas no País (NCM, 
NBM e Naladi) com as regas de classificação fiscal, o sistema 
administrativo para o Licenciamento Não-Automático (LI) ou 
Automático (DI) das operações no Siscomex, os principais tributos 
e encargos que oneram as importações (I.I, IPI, ICMS e outros), 
transporte obrigatório, regimes aduaneiras especiais (drawback, 
admissão temporária, entreposto aduaneiro etc.) e atípicos (DEA, 
ZFM, Free Shop, Recof, Recom, Repex, Repetro etc.) os acordos 
internacionais que o Brasil é membro (GATT-OMC, NCPD, SGPC, 
Aladi e Mercosul). Conta também com o demonstrativo detalhado 
do cálculo dos tributos de uma importação, incluindo a nova 
sistemática de cálculo por dentro do ICMS, e uma planilha de 
preço para compreensão mais adequada dos impostos e outros 
encargos que oneram estas operações. Traz informações sobre a 
solicitação de “Ex-tarifário” e estruturas (organogramas): MF-SRF 
e BCB, MDIC, Camex; e dos organismos internacionais OMC, 
Mercosul e Aladi.
28
Plano de Estudo:
• Zonas Francas no Mundo;
• Portos Livres e Depósitos Francos; 
• Áreas de Livre Comércio (ALC).
Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar sobre zonas francas;
• Compreender os tipos de portos e depósitos; 
• Estabelecer a importância das áreas de livre comércio.
UNIDADE II
Franquias Territoriais
Professor Mestre Alexsandro Cordeiro Alves
29UNIDADE II Franquias Territoriais
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), bem-vindo(a) à segunda unidade da apostila.
Nesta unidade eu te convido a estudar e entender o processo interno das Alfân-
degas brasileiras. De início, é importante relembrar que as alfândegas são os locais em 
que as mercadorias adentram no país, ou seja, são consideradas os portos e aeroportos, 
os principais locais de entrada de mercadorias. A nação brasileira tem 8.515.767,049 km², 
quinto maior país do mundo em extensão e com rodovias inúmeras; como fazer a manuten-
ção e distribuição das importações e exportações?
É justamente esse estudo quevamos trabalhar nesta unidade. Falaremos sobre 
os principais portos, os tipos de portos, as zonas francas, os portos secos e a definição de 
zona primária e secundária. Você entenderá como são as estruturas dos portos brasileiros 
e as particularidades de algumas regiões do Brasil. Hoje, temos mais de dois mil portos 
primários em funcionamento e será impossível falar de todos, mas falaremos de alguns 
que já são conhecidos, pelo menos de ouvir falar, pelos nossos estudantes de Comércio 
Exterior ou de estudiosos de áreas correlatas.
A denominação de franquias é muito pertinente para as zonas secundárias e pri-
márias, uma vez que, embora tenham casos particulares, todos devem proceder e seguir 
as regras internacionais e nacionais para a manutenção dos portos e aeroportos. Ainda, 
como são os primeiros locais de entrada de mercadoria no país a legislação trata dos 
casos de vistoria e prevenção de fraudes que podem acontecer, dentre eles, destaca-se o 
contrabando, assunto este que é rigorosamente vistoriado pela Receita Federal Brasileira 
(RFB).
Como você deve ter observado, o comércio exterior vai além das legislações e 
burocracias. Trata-se de uma seara sedenta por profissionais que entendam o processo 
logístico e se respaldem na legislação. O profissional que atua com a prática no Comércio 
Exterior é o mais requisitado e admirado, uma vez que tem acesso a legislação, logística e 
procedimentos particulares do Comex.
Sinta-se à vontade e esteja aberto(a) aos novos conhecimentos. Vamos ao estudo! 
30UNIDADE II Franquias Territoriais
1. ZONAS FRANCAS NO MUNDO
Quando tratamos de alfândega já vem à mente os marítimos, entretanto as alfân-
degas podem ser consideradas todo local em que se adentra ou sai mercadoria de deter-
minado país. Para entendermos, no Brasil temos oficialmente cinco tipos de modalidades 
de transporte internacional, logo, cinco tipos de alfândegas, são elas: Aéreo, Ferroviário, 
Hidroviário, Marítimo e Rodoviário. Sendo assim, é fácil pensar que cada modalidade pos-
sui uma estrutura base para a efetivação da entrada de mercadorias no país. Além disso, 
cada modalidade dessa terá uma aduana (escritório) em que os órgãos governamentais 
atuarão segundo os procedimentos legais previstos por meio de leis, decretos, Instruções 
Normativas, regulamentos, dentre outros.
As despesas diversas na importação dependem da modalidade em que se está 
fazendo o traslado da mercadoria. Caso a importação seja marítima, ocorrerá incidência 
de algumas taxas que no aéreo não tem e vice e versa. Para tanto, o importador deve 
fazer seus cálculos das vantagens e desvantagens de cada modalidade e optar dentre as 
categorias de transporte qual a mais vantajosa para determinado momento. As modalida-
des mais comuns são: Aéreo, Ferroviário, Hidroviário, Marítimo e Rodoviário, dentre elas, 
destacam-se as modalidades aérea e marítima.
A escolha da modalidade de importação influenciará onde a mercadoria irá chegar 
e também quais procedimentos a serem adotados. Para fins de comparação, escolhemos 
duas modalidades mais comuns para análise:
31UNIDADE II Franquias Territoriais
Quadro 1 - Transporte Aéreo
Vantagens: Desvantagens:
● É o transporte mais rápido; ● Menor capacidade de carga;
● Não necessita embalagem mais refor-
çada (manuseio mais cuidadoso).
● Valor do frete mais elevado em relação 
aos outros modais.
Fonte: o autor.
Observe que para a modalidade aérea o que se destaca é a agilidade do processo, 
entretanto a quantidade da mercadoria embarcada vai influenciar diretamente no custo 
da mercadoria. Se o custo da mercadoria é impactante, o cliente deverá fazer a previsão 
de despesas para que afira a possibilidade de ganho com a importação. Geralmente essa 
modalidade é usada para cargas rápidas, pequenas e urgentes para a continuidade dos 
trabalhos na fábrica.
A base de cálculo do frete aéreo é obtida por meio do peso ou do volume da mer-
cadoria, sendo considerado aquele que proporcionar o maior valor. As despesas diversas 
também acompanharão esta base de cálculo. Por exemplo, para desembaraço da merca-
doria, armazenagem, manuseio da carga, dentre outras taxas. A International Air Transport 
Association (IATA) estabeleceu a seguinte relação (peso/volume): 1 kg = 6000 cm³ ou 1 ton 
= 6 m³. Por exemplo: no caso de um peso de 1 kg acondicionado em um volume maior que 
6.000 cm³, considera-se o volume como base de cálculo do frete, caso contrário, conside-
ra-se o peso. Cálculo do peso cubado, exemplo: 45 CM X 37 CM X 58 CM = 0,45 M X 0,37 
M X 0,58 M = 0,09657 M³ / 0,006 = 16,09 kg cubados. Essa será a base para as demais 
taxas e despesas de manuseio da carga. Quem envia essas despesas ao despachante/
importador é o agente de cargas.
As despesas mais comuns são chamadas de “Charges”, que podem ser classifi-
cadas como: manuseio da mercadoria, estocagem, armazenagem, repeso, conferência, 
contagem de mercadoria, taxa de segurança, dentre outras que poderão ocorrer. 
Já no transporte marítimo podemos observar:
Quadro 2 - Transporte Marítimo
Vantagens: Desvantagens:
● Maior capacidade de carga; ● Necessidade de transbordo nos portos;
● Carrega qualquer tipo de carga; ● Distância dos centros de produção;
● Menor custo de transporte. ● Maior exigência de embalagens;
● Menor flexibilidade nos serviços aliado a 
frequentes congestionamentos nos portos.
Fonte: o autor.
32UNIDADE II Franquias Territoriais
O mesmo que acontece no transporte aéreo acontece no transporte marítimo. De-
pendendo do tipo de carga que está sendo importada e do tamanho do container escolhido, 
haverá maior ou menor incidência de despesas diversas. 
Uma carga consolidada (compartilhada no mesmo container) terá que ser aberta 
assim que chegar ao porto para pesagem e disposição para a Receita Federal. Esse ma-
nuseio também gera uma despesa, chamada de Handling. A saber, há uma despesa de 
armazenagem do tempo em que a mercadoria estiver esperando para o desembaraço, uma 
taxa para contar a quantidade de caixas, taxa para pesagem, taxa para verificar se a carga 
passou por inspeção e assim por diante. 
Quadro 3 - Transporte marítimo
 
HIGH CUBE
Medidas Internas 20 PÉS 40 PÉS 40 PÉS
Comprimento (mm): 5.900 mm 12.030 mm 12.075 mm
Largura (mm): 2.340 mm 2.345 mm 2.370 mm
Altura (mm): 2.395 mm 2.395 mm 2.735 mm
Peso Máximo da Carga (Kg): 21.600 Kg 26.480 Kg 25.930 Kg
Cubagem Disponível (M³): 33,1 m³ 67,6 m³ 78,0 m³
STANDARD
Fonte: o autor.
As despesas diversas dependem da opção que o importador faz, para isso, o despa-
chante normalmente faz uma previsão de despesas para a verificação do que é mais barato 
na importação. Normalmente são usados para cargas soltas a consolidação (compartilhar 
mercadoria no mesmo container) e rateio das despesas, tudo depende do tamanho e peso 
da carga. Uma carga que foi estufada em um container de 20” será diferente de uma carga 
de um container de 40” e, consequentemente, se a carga vier compartilhada dentre vários 
importadores no mesmo container irá ter um rateio das despesas. 
As despesas diversas no transporte marítimo mais comuns são: Capatazias (THC): 
atividade de movimentação de cargas e mercadorias nas instalações portuárias em geral; 
Liberação de BL (BL Fee): a atividade de emitir e liberar o BL original ao exportador/im-
portador; Gate: Taxa de recepção das unidades no terminal; International Scurity and Port 
Security (ISPS) ou Terminal Security Fee (TSF): para controle de acessos e monitoramento; 
Lacre (Seal): fornecimento do Lacre; Foodgrade: Taxa para unidade padrão alimento; ENS/
AMS/Transmission Fee: para transmissão dos dados de embarque para alfândega; VGM: 
33UNIDADE II Franquias Territoriais
cobrada para a transmissão dos dados; Damage Protection Surcharge (DPP – Proteção 
de danos):- valor de seguro cobrado pela Cia Marítima; Drop Off: cobrada para utilizar um 
depot e deixar o container vazio armazenado; Taxa de Registro de Siscarga (TRS); Des-
consolidação:cobrada pelo manuseio da documentação na importação. Entendido isso, 
você deve ter notado que a zona alfandegada de sua escolha impactará diretamente em 
sua importação ou exportação. 
Mas se os portos e aeroportos são Alfândegas em que chegam as mercadorias, o 
que são Zonas Francas?
1.1. Zona Franca
Zona Franca tem a ver com a logística e os benefícios que podem ocorrer se o pla-
nejamento de entrada de mercadoria for melhor distribuído. Imagine se houvesse apenas o 
porto de Santos e o Porto de Paranaguá... Como faríamos e quanto custaria para transportar 
toda essa mercadoria? É possível por meio da logística e cadeia de suprimentos.
Para Ballou (2007, p. 27), 
Logística é o processo de planejamento, implantação e controle do fluxo 
eficiente e eficaz de mercadorias, serviços e das informações relativas desde 
o ponto de origem até o ponto de consumo com o propósito de atender às 
exigências dos clientes. 
Nesse sentido, zona franca é uma “filha” da alfândega, pois é a delimitação de uma 
área em algum lugar do país que funcionará como uma pequena alfândega e que pode ser 
regida por regulamentos próprios, mas respeitando a legislação e demais procedimentos 
obrigatórios. Inclusive, dentro de um porto pode ser separado um local para ser uma zona 
franca. Ela terá alguns benefícios, como valores mais baixos para a armazenagem de mer-
cadorias. Normalmente a isenção as tarifas alfandegárias de armazenagem, (re)pesagem 
e movimentação da carga é o grande atrativo para se levar uma mercadoria para as zonas 
francas.
Você deve estar se perguntando: mas como uma pessoa tiraria uma carga de uma 
alfândega e levaria para uma zona franca ou zona alfandegada e ela ter taxas e custos 
menores que a alfândega tradicional? Simples, a lei da oferta e procura! Os portos, aero-
portos e zonas francas são administradas por empresas privadas e legisladas por empresa 
governamental por meio das aduanas. 
Imagine se você tivesse um terreno muito grande ao lado de um porto ou aeroporto. 
Você poderia estruturá-lo e colocar à disposição para que os importadores e exportadores 
fossem até esse local e alugassem o espaço para guardar a mercadoria ou armazenar até 
34UNIDADE II Franquias Territoriais
a vistoria dos órgãos competentes. É isso mesmo! As empresas entram com o pedido de 
“alfandegar” um espaço e se tornar uma zona franca. 
Normalmente o governo autoriza essas zonas com a finalidade de manutenção e 
incentivo econômico. Por exemplo, os portos secos são considerados zonas secundárias, 
ou seja, a zona primária é a alfândega (portos e aeroportos) e os portos secos, zonas se-
cundárias. Desse modo, uma mercadoria que chega em Paranaguá, como leva em média 
20 dias o desembaraço da mercadoria, compensa, se tiver incentivos financeiros, levar 
para os portos secos e lá serem nacionalizadas e fiscalizadas. 
Um exemplo disso é a Estação Aduaneira do Interior (Eadi), também conhecida 
como porto seco, da cidade de Maringá, que fornece alguns incentivos fiscais caso o im-
portador tire a mercadoria dos portos e desembaracem nessa estação (zona). Um dos 
benefícios desses locais é o valor mais baixo da armazenagem, carência de dias sem custo 
para estadia da mercadoria, agilidade no desembaraço – já que a quantidade de cargas é 
menor que na alfândega normal –, dentre outros.
Nas zonas francas pelo mundo, dependendo da carência de investimentos, o go-
verno libera alguns benefícios, como a isenção de alguns impostos, que é o caso da Zona 
Franca de Manaus, que trataremos a seguir.
1.2. Zona Franca de Manaus
Segundo a Receita Federal Brasileira, a Zona Franca de Manaus (ZFM) faz parte 
de um projeto econômico regido e organizado pelo governo brasileiro e tem como objetivo 
principal a viabilidade econômica na Amazônia Ocidental, além disso, tem a percepção em 
desenvolver a melhor integração produtiva e social dessa região com os demais estados do 
país, o que garante a sua soberania nacional em relação a sua fronteira e entrada e saída 
de mercadorias.
Como dito anteriormente, as zonas francas tem o papel de instalar procedimentos 
independentes e com benefícios próprios com o intuito de gerar maior sucesso econômico, 
Nesse caso, podemos afirmar que a Zona Franca de Manaus (ZFM) é a mais bem-sucedida 
estratégia, uma vez que leva a região a um patamar elevado de competitividade. A saber, 
a ZFM é composta pelo Acre, Amazonas, Rondônia e Roraima e as cidades de Macapá e 
Santana, no Amapá e o seu impacto tem sido observado na qualidade de vida à população 
local.
Foi dividida em três setores ou polos econômicos: comercial, industrial e agro-
pecuário. Segundo o portal da SUFRAMA (http://www.suframa.gov.br/), o setor comercial 
35UNIDADE II Franquias Territoriais
teve grande destaque na década de 80, quando o Brasil era conduzido para o regime de 
economia fechada. Já a área industrial é considerada a base de sustentação da ZFM, 
com mais de 600 indústrias somente em Manaus, o que oportunizou inúmeros empregos e 
desenvolvimentos regionais, principalmente na área de eletroeletrônicos e químicos. Ainda, 
destacam-se: aparelhos celulares e de áudio e vídeo, televisores, motocicletas, concentra-
dos para refrigerantes, entre outros, já o polo agropecuário fica responsável pela atividade 
de produção de alimentos, agroindústria, piscicultura, turismo, beneficiamento de madeira, 
dentre outras.
A base legal para a ZFM é o Decreto-lei nº 288, de 28 de fevereiro de 1967, que, 
dentre outras regras, define:
Art 1º A Zona Franca de Manaus é uma área de livre comércio de importação 
e exportação e de incentivos fiscais especiais, estabelecida com a finalidade 
de criar no interior da Amazônia um centro industrial, comercial e agropecuá-
rio dotado de condições econômicas que permitam seu desenvolvimento, em 
face dos fatores locais e da grande distância, a que se encontram, os centros 
consumidores de seus produtos. Art 2º O Poder Executivo fará, demarcar, 
à margem esquerda dos rios Negro e Amazonas, uma área contínua com 
uma superfície mínima de dez mil quilômetros quadrados, incluindo a cidade 
de Manaus e seus arredores, na qual se instalará a Zona Franca. § 1º A 
área da Zona Franca terá um comprimento máximo continuo nas margens 
esquerdas dos rios Negro e Amazonas, de cinquenta quilômetros a jusante 
de Manaus e de setenta quilômetros a montante desta cidade. § 2º A faixa da 
superfície dos rios adjacentes à Zona Franca, nas proximidades do porto ou 
portos desta, considera-se nela integrada, na extensão mínima de trezentos 
metros a contar da margem. § 3º O Poder Executivo, mediante decreto e por 
proposta da Superintendência da Zona Franca, aprovada pelo Ministério do 
Interior, poderá aumentar a área originalmente estabelecida ou alterar sua 
configuração dentro dos limites estabelecidos no parágrafo 1º deste artigo.
O órgão federal que acompanha a ZFM é a Superintendência da Zona Franca 
de Manaus (SUFRAMA) e é possível verificar que os benefícios da ZFM vão além das 
importações e exportações, pois, com uma legislação robusta, consegue benefícios e cré-
ditos, inclusive de comercializações nacionais. Essa Autarquia vinculada ao Ministério do 
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior que administra a Zona Franca de Manaus 
possui principais benefícios, apresentado na figura a seguir.
36UNIDADE II Franquias Territoriais
 Figura 1 - Principais Benefícios (ZFM)
Fonte: o autor.
1.3. Zonas de Processamento de Exportação (ZPE)
Com a finalidade de reafirmar a Lei nº 11.508/2007, foram publicados os Decretos 
nº 9.993/2019, que dispõe sobre os conceitos de Zona de Processamento de Exportação 
(ZPE), e o nº 6.814/2009 estabeleceu o regime tributário, cambial e administrativo das ZPE. 
As ZPE são áreas de livre comércio com o exterior. Em outras palavras, são áreas 
em que as empresas podem se instalar com o propósito de produção de bens a serem 
comercializados diretamente com o exterior, diferentemente dos portos secose zonas 
alfandegárias, a ZPE é considerada zona primária de exportação, ou seja, como se fosse 
um porto convencional. É importante ressaltar que as ZPE tem também regime tributário 
específico e se beneficiam de algumas alternativas governamentais para isenção, suspen-
são ou exoneração de impostos.
No Brasil, até o ano de 2020, constam aproximadamente 16 ZPE, sendo elas: ZPE 
do Acre (AC); ZPE do Açú (RJ); ZPE de Araguaína (TO); ZPE de Barcarena (PA); ZPE de 
Bataguassu (MS); ZPE de Boa Vista (RR); ZPE de Cáceres (MT); ZPE de Fernandópolis 
(SP); ZPE de Ilhéus (BA); ZPE de Imbituba (SC); ZPE de Macaíba (RN); ZPE de Parnaíba 
(PI); ZPE de Pecém (CE); ZPE de Suape (PE); ZPE de Teófilo Otoni (MG), e ZPE de 
Uberaba (MG).
Política tributária diferenciada
A política tributária vigente 
na Zona Franca de Manaus 
é diferenciada do restante 
do país, oferecendo 
benefícios locacionais, 
objetivando minimizar os 
custos amazônicos. Além 
de vantagens oferecidas 
pelo Governo Federal, o 
modelo é reforçado por 
políticas tributárias 
estadual e municipal:
Tributos federais
Redução de até 88% do 
Imposto de Importação (I.I.) 
sobre os insumos destinados à 
industrialização; Isenção do 
Imposto sobre Produtos 
Industrializados (I.P.I.); 
Redução de 75% do Imposto 
de Renda de Pessoa Jurídica, 
inclusive adicionais de 
empreendimentos 
classificados como prioritários 
para o desenvolvimento 
regional, calculados com base 
no Lucro da Exploração até 
2013; e Isenção da 
contribuição para o PIS/PASEP 
e da Cofins nas operações 
internas na Zona Franca de 
Manaus.
Tributos estaduais
Restituição parcial ou total, 
variando de 55% a 100% –
dependendo do projeto –
do Imposto sobre 
Operações Relativas à 
Circulação de Mercadorias 
e sobre Prestação de 
Serviços de Transporte 
Interestadual e 
Intermunicipal e de 
Comunicação (ICMS). 
Vantagens locacionais
No parque industrial de Manaus, 
o investidor tem à disposição 
terreno a preço simbólico, com 
infraestrutura de captação e 
tratamento de água, sistema 
viário urbanizado, rede de 
abastecimento de água, rede de 
telecomunicações, rede de 
esgoto sanitário e drenagem 
pluvial. A área industrial é de 3,9 
mil hectares, sendo que as 
empresas instaladas atualmente 
ocupam menos de 1,7 hectare, 
estando disponível para receber 
novos empreendimentos mais de 
2,2 hectares.
37UNIDADE II Franquias Territoriais
2. PORTOS LIVRES E DEPÓSITOS FRANCOS 
Embora o Brasil não expresse muito as questões dos portos livres e depósitos 
francos, a temática é recente e complexa e a Lei nº 12.815, de 5 de junho de 2013, instrui 
sobre a instalação e fiscalização desses locais. A saber, 
Art. 1º Esta Lei regula a exploração pela União, direta ou indiretamente, 
dos portos e instalações portuárias e as atividades desempenhadas pelos 
operadores portuários. § 1º A exploração indireta do porto organizado e 
das instalações portuárias nele localizadas ocorrerá mediante concessão 
e arrendamento de bem público. § 2º A exploração indireta das instalações 
portuárias localizadas fora da área do porto organizado ocorrerá mediante 
autorização, nos termos desta Lei. § 3º As concessões, os arrendamentos 
e as autorizações de que trata esta Lei serão outorgados a pessoa jurídica 
que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco. Art. 
2º Para os fins desta Lei, consideram-se: I - porto organizado: bem público 
construído e aparelhado para atender a necessidades de navegação, de 
movimentação de passageiros ou de movimentação e armazenagem de 
mercadorias, e cujo tráfego e operações portuárias estejam sob jurisdição 
de autoridade portuária; II - área do porto organizado: área delimitada por 
ato do Poder Executivo que compreende as instalações portuárias e a 
infraestrutura de proteção e de acesso ao porto organizado; III - instalação 
portuária: instalação localizada dentro ou fora da área do porto organizado 
e utilizada em movimentação de passageiros, em movimentação ou 
armazenagem de mercadorias, destinadas ou provenientes de transporte 
aquaviário; IV - terminal de uso privado: instalação portuária explorada 
mediante autorização e localizada fora da área do porto organizado; 
V - estação de transbordo de cargas: instalação portuária explorada 
mediante autorização, localizada fora da área do porto organizado e 
utilizada exclusivamente para operação de transbordo de mercadorias 
em embarcações de navegação interior ou cabotagem; VI - instalação 
portuária pública de pequeno porte: instalação portuária explorada mediante 
autorização, localizada fora do porto organizado e utilizada em movimentação 
de passageiros ou mercadorias em embarcações de navegação interior; VII 
- instalação portuária de turismo: instalação portuária explorada mediante 
38UNIDADE II Franquias Territoriais
arrendamento ou autorização e utilizada em embarque, desembarque 
e trânsito de passageiros, tripulantes e bagagens, e de insumos para o 
provimento e abastecimento de embarcações de turismo (PLANALTO, 2013, 
grifo nosso).
Nesse sentido, as empresas privadas podem atuar como zonas e depósitos fran-
cos, uma vez que há “a concessão do regime de Entrepostos, Áreas Livres, Zonas Francas 
e Portos Livres, com vistas a atender às conveniências da política de comércio exterior” 
(PLANALTO, 2013).
Antes de definir sobre portos livres e depósitos francos, observe os principais portos 
considerados recintos alfandegados:
Quadro 4 - Principais Portos do Brasil (2020)
Fonte: o autor.
39UNIDADE II Franquias Territoriais
A definição de portos livres e depósitos francos é bem esclarecida por Silva 
(1977, p. 20), quando expõe:
1) As zonas livres ou francas são instaladas em áreas reduzidas de terreno, 
poucos hectares; 2) Os portos livres são cidades inteiras ou ilhas; 3) As zonas 
francas carecem de população residente, uma vez que as pessoas que ali 
ingressam só o fazem unicamente para realizar um trabalho específico e resi-
dem fora dessa área; ao passo que os portos livres têm população residente 
que usufrui dos benefícios fiscais. 4) As zonas francas, por sua característica, 
têm personalidade jurídica e patrimônio próprio, portanto, possuem admi-
nistração institucional autônoma; e os portos livres possuem administração 
estatal comum, com exceção da parte fiscal. O controle aduaneiro das zonas 
francas é mais estrito e permanente que nos portos livres.
Juano (1964) distingue a utilização desses locais entre finalidades de natureza pu-
ramente fiscal, regida pela legislação aduaneira, e também para a obtenção de recursos; ou 
ainda de natureza econômica que, por sua vez, visa incentivar as exportações e dificultar 
as operações de importação de mercadorias e produtos que não sejam convenientes para 
a economia local. Ainda define que essas “franquias aduaneiras” podem ser puramente 
tarifárias em relação a determinados produtos e territórios. Com isso, podemos afirmar que 
os entrepostos aduaneiros, em casos especiais de importação, é viável para a utilização 
dos portos francos. Já Faracchio (1972) diferencia “franquias aduaneiras” e “franquias ter-
ritoriais”, estando inseridas entre as segundas as zonas, os portos e os depósitos francos.
Em suma, para o autor, nos depósitos francos o concessionário recebe mercadorias 
próprias para introdução ao consumo, para a destinação a outro depósito, para a reexpedi-
ção ou ainda para a simples exportação, quando se trata de efeitos nacionais, logo, pode 
ter alguns benefícios governamentais para agilizar o processo.
No Brasil atuam como franquias aduaneiras alguns recintos alfandegados como 
Área de Controle Integrado (ACI); Bases Militares; Lojas Francas; Aeroportos de Remessas 
Expressas; portos; Silos e Tanques e podem ser solicitados pelo Termo de Compromisso de 
Ajuste de Conduta Técnica e Operacional de Alfandegamento (TCAC).
40UNIDADE II Franquias Territoriais
3. ÁREAS DE LIVRE COMÉRCIO
O Brasil conta com seis áreas de livre comércio, dentre elas está o quecitamos 
anteriormente como a Zona Franca de Manaus. As demais podem ser nominadas como: 
Área de Livre Comércio de Tabatinga; Área de Livre Comércio de Macapá/Santana; Área de 
Livre Comércio de Guajará-Mirim; Áreas de Livre Comércio de Boa Vista e Bonfim; Áreas 
de Livre Comércio de Brasileia, Epitaciolândia e Cruzeiro do Sul e Área de Livre Comércio 
das Américas.
As áreas de livre comércio são localidades estabelecidas como lugares de pro-
dução para exportação e importação de produtos com benefícios, normalmente fiscais, e 
facilitações no processo de desembaraço, nacionalização de mercadorias, também são 
criadas por meio de acordos de livre comércio (ALC).
Exemplo de Área de Livre Comércio fica em Boa Vista e Bonfim (RR) que con-
cede benefícios tributários para comercialização de produtos produzidos, importados ou 
exportados dessa região. Dentre os diversos benefícios estão a suspensão do: Imposto de 
Importação (II); Imposto de Produtos Industrializados (IPI); Imposto sobre Circulação de 
Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS); Contribuição para Financiamento da Seguri-
dade Social (Cofins); Programa de Integração Social (PIS). 
Para as regiões de livre comércio é necessário que as empresas interessadas em 
usufruir dos benefícios façam Inscrição junto à SUFRAMA (www.suframa.gov.br); estejam 
em dia com o fisco, para que sejam emitidas as certidões negativas de FGTS, INSS e da 
41UNIDADE II Franquias Territoriais
receita federal; enviem todos os documentos da empresa para a SUFRAMA; e paguem a 
Taxa de Serviço, que custa em média R$ 140,37.
Entretanto, para Tripoli e Prates (2016), por questões legais, alguns produtos não 
possuem benefícios, tais como armas e munições; automóveis de passageiros; bebidas 
alcoólicas; perfumaria; fumo e seus derivados, conforme previsto na Lei nº 11.732, de 30 
de Junho de 2008.
SAIBA MAIS
Você pode acompanhar uma carga que esteja em um avião vindo para o Brasil por meio 
do site https://pt.flightaware.com/live/. Para isso, basta ter em mãos o número do voo e 
será possível ver a imagem de um pequeno avião e acompanhar a chegada e saída de 
sua mercadoria, mesmo que seja de pessoa física!
 Fonte: Flightaware (2020).
REFLITA 
“O ‘livre comércio’ entre os países serve para desenvolver os desenvolvidos e subde-
senvolver os subdesenvolvidos” (Kelve Elias).
42UNIDADE II Franquias Territoriais
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro(a) aluno(a), nesta unidade notamos que a legislação brasileira prevê alguns 
regimes especiais para a importação e exportação de produtos e serviços, além disso, 
destaca-se as legislações brasileira para as zonas de livre comércio, que tem como base a 
isenção, suspensão ou exoneração de tarifas e tributos para a manutenção do crescimento 
regional de determinadas localizações do Brasil. Citamos novamente a zona franca de 
Manaus que vem, há muito tempo, se valendo de benefícios fiscais para a implantação de 
empresas que visam o crescimento econômico daquela região.
Além disso, você pode observar que há diferença entre zona primária e secundária. 
A primária é aquela que a mercadoria chegou primeiramente no território brasileiro. Já a 
secundária é aquela que as empresas levam a sua mercadoria para o desembaraço mais 
próximo de seu domicílio. Essa flexibilidade de levar as mercadorias para o desembaraço 
é devido à grande expansão territorial do Brasil e também por causa dos benefícios que 
determinada região pode fornecer.
Estudamos também sobre a Zona de Processamento de Exportação que são áreas 
de livre comércio com o exterior, em outras palavras, são áreas em que as empresas podem 
se instalar com o propósito de produção de bens a serem comercializados diretamente com 
o exterior. Diferentemente dos portos secos e zonas alfandegárias, a ZPE é considerada 
zona primária de exportação, ou seja, como se fosse um porto convencional. É importante 
ressaltar que as ZPE têm também regime tributário específico e se beneficiam de algumas 
alternativas governamentais para isenção, suspensão ou exoneração de impostos.
Sabemos que é muita lei para se observar, mas garanto que, com pesquisa e muito 
esforço, você já tem o caminho para pesquisar a legislação aduaneira de nosso país.
É sempre um prazer estudar sobre as regras de comércio exterior! Espero você em 
nossas próximas unidades desse curso.
43UNIDADE II Franquias Territoriais
MATERIAL COMPLEMENTAR
FILME/VÍDEO
Título: Despachado para a Índia
Ano produção: 2006
Duração: 99 minutos
Classificação: 14 anos
Gênero: Comédia 
Sinopse: Despachado Para a Índia é uma comédia de diferenças 
culturais com um toque de romance. Todd Anderson (Josh 
Hamilton) dirige um call center de apoio ao cliente em Seattle, 
até que o seu chefe lhe dá a má notícia: o seu emprego vai ser 
alvo de Outsourcing e, ainda por cima, ele terá de ir até á Índia 
para treinar o seu substituto. Ele espera a pior experiência da sua 
vida e certamente é assim que as coisas começam. O caos de 
Bombaim assalta os seus sentidos e o seu novo escritório está 
paralisado devido a equívocos culturais. Mas à medida que vai 
conhecendo melhor os seus colegas de trabalho, descobre que 
não é fácil odiá-los, incluindo o seu amistoso substituto Puro (Asif 
Basra) e a adorável teimosa Asha (Ayesha Dharker). Rapidamente 
descobre que tem muito a aprender acerca da Índia, da América e 
dele próprio.
LIVRO 
Título: Regimes Aduaneiros Especiais
Autor: Liziane Angelotti Meira 
Editora: Síntese
Sinopse: O objetivo do presente estudo é o exame aprofundado dos 
regimes aduaneiros especiais à luz dos princípios constitucionais 
da legalidade, da publicidade e da isonomia tributária. Em que 
pese a sua importância para o sistema tributário nacional e para 
os interesses estratégico-comerciais, o tema praticamente não 
tem sido visitado pela dogmática jurídica nos últimos 20 anos, 
certamente em razão da vasta e complexa legislação que o regula. 
As conclusões alcançadas por este trabalho ressaltam que os 
regimes aduaneiros especiais constituem isenções ou reduções 
condicionais dos impostos incidentes sobre as operações de 
comércio exterior – adstritos, portanto, ao princípio constitucional 
da legalidade –, nas quais os bens importados ou exportados são 
submetidos a controle aduaneiro. Essas inferências não somente 
conduzem a uma mudança do conceito dos regimes aduaneiros 
especiais, aceito quase sem dissonância no país, como também 
reclamam profundas alterações na respectiva legislação.
44
Plano de Estudo:
• O contencioso aduaneiro.
• Infrações, fraudes e delitos aduaneiros.
• O contrabando e o descaminho.
• Análise de problemas aduaneiros.
Objetivos da Aprendizagem
• Estudar as contestações que ocorrem nas aduanas.
• Compreender as irregularidades e curiosidades nas importações.
• Verificar o impacto legal e penalidades das infrações.
UNIDADE III
Sujeição Passiva dos Impostos de 
Importação e de Exportação
Professor Mestre Alexsandro Cordeiro Alves
45UNIDADE III Sujeição Passiva dos Impostos de Importação e de Exportação
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), bem-vindo(a) à terceira unidade da apostila sobre a legislação 
relacionada ao processo de comércio exterior. 
Desta vez falaremos um pouco sobre as questões das fraudes e tentativas de 
importação e exportações ilegais. Esse assunto é muito delicado, uma vez que não pode-
remos citar casos específicos, mas vamos abordar os casos que encontramos de algumas 
empresas tentando fraudar o sistema de importação por meio de importações ilegais, prin-
cipalmente produtos oriundos da China.
Observaremos, nesta unidade, que a Receita Federal é muito rígida na legislação 
e a penalidade vai desde multas até a suspensão da autorização para importar ou exportar. 
Entretanto, muitas empresas ainda tentam burlar o sistema, principalmente nas questões 
de roupas de marca e brinquedos é que encontramos os mais diversos casos de tentativa 
de importação de produtos falsificados.
É nesta unidade que poderemos analisar asgrandes questões entre empresários 
e o governo, pois há a possibilidade de importar produtos e serviços de marcas famosas, 
entretanto o processo para a importação e exportação de produtos patenteados é complexa 
e justamente por isso as empresas tentam trazer de forma equivocada os produtos que 
deveriam ter, principalmente, coleta de impostos diferenciados. Além disso, há também a 
tentativa de importação de produtos proibidos, como armas, cigarros e algumas bebidas.
Em geral, as mercadorias irregulares devem ser devolvidas à origem, mas muitas 
são destruídas (nos casos de falsificação) e algumas ficam em posse da Receita Federal 
para bazares; as arrecadações são destinadas à instituições de caridade. 
Caro(a) estudante, vamos começar nossos estudos sobre essa temática! Tenho 
certeza que você vai se surpreender sobre os ocorridos nos portos e aeroportos brasileiros.
Desejamos um ótimo estudo a todos!
46UNIDADE III Sujeição Passiva dos Impostos de Importação e de Exportação
1. O CONTENCIOSO ADUANEIRO
Você deve ter percebido que a quantidade de pessoas envolvidas na nacionali-
zação da mercadoria é grande. Além disso, a importação e a exportação não são apenas 
o momento do desembaraço da mercadoria. Elas começam desde o contato com o for-
necedor, até o transporte nacional da mercadoria e culmina na contabilidade fazendo os 
procedimentos fiscais. 
Note que na efetivação da vistoria da mercadoria há também uma demanda enorme 
de fiscais e pessoas envolvidas para aferir se tudo o que está descrito nos documentos é 
realmente o que está na carga física. Contencioso é tudo que é passível de contestação, 
logo, uma carga pode ser contestada a todo momento, seja pelo peso que está sendo indica-
do e precisa ser verificado se está correto, seja pelo valor da mercadoria, pela constatação 
se o produto descrito nos documentos é o mesmo importado, se o material constitutivo do 
produto é mesmo o aço, o plástico etc., que foi indicado na Invoice.
Saiba de uma coisa: na importação e exportação TUDO será contencioso, ou seja, 
tudo será contestado. Não há uma relação de confiança (não que a fiscalização esteja 
duvidando do importador/exportador), mas é a função da fiscalização justamente contestar 
e aferir se tudo está seguindo as normas e padrões estabelecidos em lei. 
Para isso, todos os órgãos governamentais, vistos nas unidades anteriores e tam-
bém na Unidade IV, são responsáveis por verificar e proceder com as medidas legais de 
seu departamento. Por exemplo, se a carga for verificada pelo Ministério da Agricultura 
47UNIDADE III Sujeição Passiva dos Impostos de Importação e de Exportação
Pecuária e Abastecimento (MAPA), vai verificar se a carga é realmente da madeira que foi 
indicada na Invoice, se foi fumigada (desinfetada) conforme está dizendo o certificado de 
origem, se o peso é realmente o indicado nos documentos, se a quantidade está correta 
da importação etc. O mesmo acontecerá com o INMETRO ao verificar se o produto está 
realmente dentro das normas e regulamentações estabelecidas.
Você deve estar pensando: mas isso demanda muito tempo e a carga vai demorar 
muito para ser liberada. Justamente! Por isso a maioria dos órgãos governamentais tem a 
Licença de Importação, com isso, o importador já consegue prever o que será questionado 
e verificado quando a mercadoria chegar e parte das proibições já serão impedidas na 
análise prévia da documentação.
Nesse contexto de procedimentos fiscais, trâmites, regimes especiais, classifica-
ções fiscais, relacionamentos tributários, infrações, penalidades, perdimento de mercado-
rias, dentre outras, atua a fiscalização brasileira. Para entender melhor esse processo, 
Oliveira (2020, on-line) elenca o fluxo do contencioso aduaneiro na visão de um importador 
no caso de não concordar com o fiscal a análise ou a penalidade imputada em determinada 
importação:
(i) A Fiscalização Aduaneira realiza a inspeção documental ou física, 
discorda de algum critério apontado pelo Particular em sua declaração prévia 
(classificação, valoração, origem, licenciamento, etc) e formula verbalmente 
uma exigência ao representante do Particular; (ii) O Particular discorda da 
exigência e pede para que seja formalizada no Siscomex; (iii) A Fiscalização 
Aduaneira, depois de muita insistência, formaliza no Siscomex sua exigência; 
(iv) O Particular formaliza os argumentos pelos quais discorda da exigência; 
(v) A Fiscalização mantém a sua posição. Nesse momento, caberia à 
Fiscalização lavrar imediatamente o Auto de Infração, instrumento necessário 
para que possa, o Particular, apresentar a sua defesa e liberar a mercadoria. 
Contudo, a Fiscalização não lavra o Auto, alegando que não tem recursos 
para isso e não possui prazo legal; (vi) O Particular é obrigado a recorrer 
à Justiça, mas não pede o desembaraço da mercadoria – porque isso o 
juiz não costuma conceder – mas para que seja obrigada a Fiscalização a 
lavrar Auto de Infração; (vii) Deferida a decisão judicial, a Fiscalização lavra 
o Auto de Infração; (viii) O Particular apresenta a Impugnação Administrativa, 
mas, por força de Portaria de 1976 – que ao nosso entender é totalmente 
inconstitucional, mas que, pela velocidade com que o Particular necessita 
da mercadoria é recomendado que preste a garantia para depois requerer 
o levantamento judicialmente – é obrigado a depositar o valor questionado 
ou prestar garantia, para então poder desembaraçar a mercadoria. Pior 
ainda pode ser se a discussão versar sobre licenciamento da importação, 
quando não é somente um valor econômico o motivo da discussão; (ix) Para 
realização do depósito ainda podem existir dificuldades, pois normas arcaicas 
da RFB exigem que o mesmo seja feito numa agência de banco federal da 
localidade da unidade de desembaraço e, muitas vezes, há dificuldade de 
se transitar vultosos valores pelas contas bancárias; (x) Humilhado pela 
situação que gera o ar vitorioso da Fiscalização, o Particular desembaraça 
suas mercadorias depois de praticamente um mês de espera, com o óbvio 
pagamento da armazenagem e a absoluta certeza que mesmo se o Auto 
de Infração recebido for anulado pela Delegacia de Julgamento da RFB em 
primeira instância, nenhuma consequência haverá para o Oficial Aduaneiro 
que causou incalculável prejuízo para a economia do Brasil. (OLIVEIRA, 
2002, on-line).
48UNIDADE III Sujeição Passiva dos Impostos de Importação e de Exportação
Caso você não tenha lido a longa citação, convido você a retornar e ler, pois, em-
bora longa, é exatamente possível você perceber qual é o contencioso de uma aduana 
diariamente e em muitas cargas. De um lado está a fiscalização, fazendo a sua parte, e do 
outro, um cliente, que possivelmente está com sua carga regular. Entretanto a fiscalização 
deve seguir um procedimento padrão e desconfiar de tudo e de todos, pois ela também será 
cobrada se houver irregularidades.
Caro(a) estudante, a padronização para a contestação de qualquer carga que entre 
ou saia do país está respaldada no Decreto 70.235/72 junto com a Instrução Normativa 
RFB nº 1169, de 29 de junho de 2011 e, por isso, é importante que depois você consulte 
com calma os procedimentos que a RFB faz para a fiscalização de mercadorias. Já o 
despacho aduaneiro está previsto na Instrução Normativa RFB nº 680, de 02 de outubro de 
2006, que prevê “art. 1º A mercadoria que ingressar no País, importada a título definitivo ou 
não, ficará sujeita ao despacho aduaneiro de importação, salvo as exceções [...] em normas 
específicas”.
A Receita Federal Brasileira (RFB, 2011), conforme IN 1169 verifica:
Art. 2º As situações de irregularidade mencionadas no art. 1º compreendem, 
entre outras hipóteses, os casos de suspeita quanto à: I - autenticidade, 
decorrente de falsidade material ou ideológica, de qualquer documento 
comprobatório apresentado, tanto na importação quanto na exportação, 
inclusive quanto à origem da mercadoria, ao preço pago ou a pagar, recebido 
ou areceber; II - falsidade ou adulteração de característica essencial da 
mercadoria; III - importação proibida, atentatória à moral, aos bons costumes e 
à saúde ou ordem públicas; IV - ocultação do sujeito passivo, do real vendedor, 
comprador ou de responsável pela operação, mediante fraude ou simulação, 
inclusive a interposição fraudulenta de terceiro; V - existência de fato do 
estabelecimento importador, exportador ou de qualquer pessoa envolvida 
na transação comercial; ou VI - falsa declaração de conteúdo, inclusive nos 
documentos de transporte. § 1º As dúvidas da fiscalização aduaneira quanto 
ao preço da operação devem estar baseadas em elementos objetivos e, 
entre outras hipóteses, na diferença significativa entre o preço declarado e 
os: I - valores relativos a operações com condições comerciais semelhantes 
e usualmente praticados em importações ou exportações de mercadorias 
idênticas ou similares; II - valores relativos a operações com origem e condições 
comerciais semelhantes e indicados em cotações de preços internacionais, 
publicações especializadas, faturas comerciais proforma, ofertas de venda, 
dentre outros; III - custos de produção da mercadoria; IV - valores de revenda 
no mercado interno, deduzidos os impostos e contribuições, as despesas 
administrativas e a margem de lucro usual para o ramo ou setor da atividade 
econômica. 
É importante que você, estudante, tenha a ciência que a fiscalização também pode 
se enganar, por isso há sempre a possibilidade de conversar e explicar as situações para 
a RFB, mas isso acontece sempre por meio de documentos constantes no Siscomex, 
sistema governamental, para que tudo fique registrado. Além disso, o despachante adua-
neiro (normalmente profissional de comércio exterior) tem acesso ao fiscal e pode (e deve) 
49UNIDADE III Sujeição Passiva dos Impostos de Importação e de Exportação
acompanhar os fiscais no momento da verificação documental e física das importações e 
exportações.
Para os casos constatados de irregularidades, os importadores e exportadores têm 
a possibilidade de retificar o registro. Logo, caso tenha, por exemplo, mercadoria a mais, 
será retificada (corrigido) e recolhidos os impostos sobressalentes, quando for o caso. Em 
alguns casos, se for ilegal a quantidade a mais, será dado perdimento da mercadoria. As 
mercadorias classificadas incorretamente, por exemplo, podem sofrer mais penalidades 
além da simples correção no sistema. Veremos melhor sobre esse assunto na próxima 
seção desta unidade.
Outro detalhe importante, pelo menos no sistema atual, é que se em algum nível a 
mercadoria foi constatada com irregularidade todo o processo será moroso e muitas vezes 
até interrompido. A exemplo disso, caso o MAPA veja irregularidade em algum produto, a 
Receita Federal Brasileira irá aguardar todo o procedimento para que prossiga com a veri-
ficação das demais demandas do processo. O governo tem tentado dirimir esse problema 
com o novo sistema de importação denominado DUIMP (Declaração Única de Importação) 
e a Declaração Única de Exportação (DU-E), como você pode observar na disciplina de 
Gestão da Operação de Importação.
50UNIDADE III Sujeição Passiva dos Impostos de Importação e de Exportação
2. INFRAÇÕES, FRAUDES E DELITOS ADUANEIROS
É o artigo 675 do Decreto nº 6.759, de 5 de fevereiro de 2009, que estabelece as 
punições pertinentes às infrações, fraudes e delitos aduaneiros. Nela são previstas puni-
ções no âmbito: I - perdimento do veículo; II - perdimento da mercadoria; III - perdimento 
de moeda; IV - multa; e, V - sanção administrativa. Vamos observar cada uma delas na 
sequência.
Nyegray (2016) define como infração aduaneira, segundo o Decreto-Lei 37/66, no 
artigo 94, e com base no RA, toda ação ou omissão, voluntária ou involuntária; fraude é 
falsificação de produtos, documentos, marcas etc.; qualquer ação ilícita, desonesta, ardi-
losa; já delito é omissão voluntária ou imprudente castigada e penalizada pela lei, sendo 
assim, os delitos são passíveis de multas, mas normalmente mais brandas. A seguir vamos 
elencar as infrações, fraudes e delitos, que são cumpridas segundo a Legislação Aduaneira 
(RA) e Decreto-Lei nº 37, de 1966, art. 96; Decreto-Lei nº 1.455, de 1976, arts. 23, § 1º, com 
a redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002, art. 59, e 24; Lei no 9.069, de 1995, art. 65, § 
3º; e Lei nº 10.833, de 2003, art. 76.
Segundo o Decreto 6759/09, “Art. 676. A aplicação das penalidades a que se refere 
o art. 675 será proposta por Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil”, nesse sentido, 
constatada a irregularidade o fiscal da receita federal irá aplicar as penalidades conforme a 
lei, “a autoridade fixará a pena mínima prevista para a infração, só a majorando em razão 
de circunstância que demonstre a existência de artifício doloso na prática da infração”.
51UNIDADE III Sujeição Passiva dos Impostos de Importação e de Exportação
Caso sejam encontradas mais irregularidades no mesmo processo “a autoridade 
fixará a pena mínima prevista para a infração, só a majorando em razão de circunstância 
que demonstre a existência de artifício doloso na prática da infração”, conforme artigo 679 
do mesmo decreto. Cabe ao irregular, seja na importação ou exportação, percebido anteci-
padamente o delito, fazer denúncia espontânea e recolhimento das multas, conforme “Art. 
683. A denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento dos 
tributos dos acréscimos legais” e poderá solicitar que se excluía a imposição da correspon-
dente penalidade.
Embora tenham penalidades bem claras, além das multas, em alguns casos poderá 
o importador e exportador perder a mercadoria, conforme Regulamento Aduaneiro (RA), a 
saber:
I - em operação de carga ou já carregada em qualquer veículo, ou dele 
descarregada ou em descarga, sem ordem, despacho ou licença, por escrito, 
da autoridade aduaneira, ou sem o cumprimento de outra formalidade 
essencial estabelecida em texto normativo; II - incluída em listas de 
sobressalentes e de provisões de bordo quando em desacordo, quantitativo 
ou qualitativo, com as necessidades do serviço, do custeio do veículo e da 
manutenção de sua tripulação e de seus passageiros; III - oculta, a bordo 
do veículo ou na zona primária, qualquer que seja o processo utilizado; IV - 
existente a bordo do veículo, sem registro em manifesto, em documento de 
efeito equivalente ou em outras declarações; V - nacional ou nacionalizada, 
em grande quantidade ou de vultoso valor, encontrada na zona de vigilância 
aduaneira, em circunstâncias que tornem evidente destinar-se a exportação 
clandestina; VI - estrangeira ou nacional, na importação ou na exportação, 
se qualquer documento necessário ao seu embarque ou desembaraço tiver 
sido falsificado ou adulterado; VII - nas condições do inciso VI, possuída 
a qualquer título ou para qualquer fim; VIII - estrangeira, que apresente 
característica essencial falsificada ou adulterada, que impeça ou dificulte sua 
identificação, ainda que a falsificação ou a adulteração não influa no seu 
tratamento tributário ou cambial; IX - estrangeira, encontrada ao abandono, 
desacompanhada de prova do pagamento dos tributos aduaneiros; X - 
estrangeira, exposta à venda, depositada ou em circulação comercial no 
País, se não for feita prova de sua importação regular; XI - estrangeira, já 
desembaraçada e cujos tributos aduaneiros tenham sido pagos apenas em 
parte, mediante artifício doloso; XII - estrangeira, chegada ao País com falsa 
declaração de conteúdo; XIII - transferida a terceiro, sem o pagamento dos 
tributos aduaneiros e de outros gravames, quando desembaraçada com a 
isenção referida nos arts. 142, 143, 144, 162, 163 e 187; XIII - transferida a 
terceiro, sem o pagamento dos tributos aduaneiros e de outros gravames, 
quando desembaraçada com a isenção referida nos arts. 142, 143, 162, 163 
e 187; XIV - encontrada em poder de pessoa física ou jurídica não habilitada, 
tratando-sede papel com linha ou marca d’água, inclusive aparas; XV - 
constante de remessa postal internacional com falsa declaração de conteúdo; 
XVI - fracionada em duas ou mais remessas postais ou encomendas aéreas 
internacionais visando a iludir, no todo ou em parte, o pagamento dos 
tributos aduaneiros ou quaisquer normas estabelecidas para o controle das 
importações ou, ainda, a beneficiar-se de regime de tributação simplificada 
(Decreto-Lei nº 37, de 1966, art. 105, inciso XVI, com a redação dada pelo 
Decreto-Lei no 1.804, de 1980, art. 3o); XVII - estrangeira, em trânsito no 
território aduaneiro, quando o veículo terrestre que a conduzir for desviado 
de sua rota legal, sem motivo justificado; XVIII - estrangeira, acondicionada 
sob fundo falso, ou de qualquer modo oculta; XIX - estrangeira, atentatória 
à moral, aos bons costumes, à saúde ou à ordem públicas; XX - importada 
52UNIDADE III Sujeição Passiva dos Impostos de Importação e de Exportação
ao desamparo de licença de importação ou documento de efeito equivalente, 
quando a sua emissão estiver vedada ou suspensa, na forma da legislação 
específica; XXI - importada e que for considerada abandonada pelo decurso 
do prazo de permanência em recinto alfandegado, nas hipóteses referidas no 
art. 642; e XXII - estrangeira ou nacional, na importação ou na exportação, 
na hipótese de ocultação do sujeito passivo, do real vendedor, comprador 
ou de responsável pela operação, mediante fraude ou simulação, inclusive a 
interposição fraudulenta de terceiros.
Na legislação contam mais casos, entretanto resumimos as mais relevantes na 
citação. As penalidades variam e podem ser observadas também no RA 6.759/09. Para 
facilitar, a própria receita Federal resumiu em seu site as principais aplicações de multas na 
importação e exportação, que resumimos no quadro a seguir:
Quadro 1 - Resumo de multas na importação
INFRAÇÃO BASE LEGAL PENALIDADE REDUÇÃO
LIMITE MÍNI-
MO
LIMITE 
MÁXIMO
Uso de falsidade nas provas 
exigidas para obtenção dos be-
nefícios e incentivos previstos 
no Decreto-Lei nº 37/66
Art. 702, inciso 
I, alínea “c”, 
do RA
100% do Imposto 
de Importação
Sim
 
Art. 732 do RA
Não Não
Importação, como bagagem, 
de mercadoria com finalidade 
comercial Observação: Esta 
multa encontra-se sem aplica-
bilidade, pois não é permitida a 
importação, por pessoa física, 
de bens para fins comerciais ou 
industriais (vide art. 161, § 1º, 
do RA) com nova redação dada 
pelo Decreto nº 7.213/2010
Art. 702, inciso 
III, alínea “b”, 
do RA
50% do Imposto 
de Importação
Sim
 
Art. 732 do RA
Não Não
Extravio de mercadoria, inclusi-
ve em ato de vistoria aduaneira
Art. 702, inciso 
III, alínea “c”, 
do RA
50% do Imposto 
de Importação
Sim
Não Não 
Art. 732 do RA
Chegada ao País de bagagem 
e bens de passageiro fora dos 
prazos regulamentares, quando 
sujeitos a tributação
Art. 702, inciso 
IV, alínea “a”, 
do RA
20% do Imposto 
de Importação
Sim
Não Não 
Art. 732 do RA
Apresentação de fatura comer-
cial sem o visto consular, quan-
do exigível
Art. 702, inciso 
V, alínea “a”, 
do RA
10% do Imposto 
de Importação
Sim
 Art. 732 do RA
Não Não
Preço declarado diferente do 
arbitrado na forma do art. 86 
do RA ou do efetivamente pra-
ticado
Art. 703 do RA
100% da diferen-
ça apurada
Não
Não Não 
Art. 734 do RA
Ausência de LI
Art. 706, I, a, 
do RA
30% do Valor 
Aduaneiro
Sim
 Art. 732 do RA
R$500,00
Art. 706, § 2º, 
inciso I, do RA
Não
LI deferida após o embarque
Art. 706, I, b, 
do RA
30% do Valor 
Aduaneiro
Sim
 Art. 732 do RA
R$500,00
Art. 706, § 2º, 
inciso I, do RA
R$5.000,00
Art. 706, § 
2º, inciso II, 
do RA
Embarque da mercadoria de-
pois de vencido o prazo de 
validade da LI, de mais 20 até 
40 dias
Art. 706, II, do 
RA
20% do Valor 
Aduaneiro
Sim
R$500,00
Art. 706, § 2º, 
inciso I, do RA
R$5.000,00
 Art. 706, § 
2º, inciso II, 
do RA
 
Art. 732 do RA
53UNIDADE III Sujeição Passiva dos Impostos de Importação e de Exportação
Embarque da mercadoria de-
pois de vencido o prazo de 
validade da LI, até 20 dias
Art. 706, III, 
do RA
10% do Valor 
Aduaneiro
Sim R$500,00 R$5.000,00
 
Art. 732 do RA
Art. 706, § 2º, 
inciso I, do RA
Art. 706, § 
2º, inciso II, 
do RA
Classificação Incorreta NCM
Art. 711, I, do 
RA
1% do Valor 
Aduaneiro
Não
 Art. 734 do RA
 
 
R$500,00
 Art. 711, § 2º, 
do RA
10% do total 
da DI.
 Art. 711, § 
5º, do RA
Quantificação errônea na medi-
da estatística
Art. 711, II, do 
RA
1% do Valor 
Aduaneiro
Não R$500,00
10% do total 
da DI.
 
Art. 734 do RA
Art. 711, § 2º, 
do RA
Art. 711, § 
5º, do RA
Omitir ou prestar de forma ine-
xata informação necessária à 
determinação do procedimento 
de controle aduaneiro
Art. 711, III e § 
1º, do RA
1% do Valor 
Aduaneiro
Não R$500,00
10% do total 
da DI.
 
Art. 734 do RA
Art. 711, § 2º, 
do RA
Art. 711, § 
5º, do RA
Não prestação de informações, 
na forma e no prazo estabeleci-
dos pela RFB, pelas empresas 
de transporte internacional, 
agentes de carga, depositários 
ou operadores portuários
Art. 728, IV, 
alíneas “e” e 
“f” do RA
 R$ 5.000,00
Não
 Não Não
 
Art. 734, inciso I, do 
RA
Incorreção na Fatura Comercial Art. 715 do RA
R$ 200,00 por 
Fatura
Não
Não Não 
Art. 734 do RA
Multa de Ofício por falta de 
pagamento de “Direitos Anti-
dumping ou Compensatórios” 
não recolhidos na data do Re-
gistro da DI
Art. 717, II, do 
RA
75% do valor to-
tal ou da diferen-
ça dos “Direitos 
Anti-dumping”
Não
Não Não
 
Art. 734 do RA
Multa de Ofício por falta de 
pagamento dos Tributos (II, PIS, 
COFINS etc.)
Art. 725, I, do 
RA
75% do valor to-
tal ou da diferen-
ça dos tributos
Sim
Não Não 
Art. 732 do RA
PJ que ceder nome para opera-
ções de terceiros
Art. 727 do RA
10% do Valor da 
Operação
Sim
R$5.000,00 Não 
Art. 732 do RA
Desacato à autoridade adua-
neira
Art. 728, III, 
do RA
 Art. 76, Inci-
so II, alínea 
“f” da Lei nº 
10.833/2003
R$10.000,00
 Suspensão
Não
Art. 734 do RA
 Art. 734 do RA
Não Não
Importação de produto sub-
metido a restrição quantitativa 
quando a origem declarada não 
for comprovada e tiver de ser 
devolvido ao exterior.
Art. 41 da Lei 
nº 12.546/2011
R$ 5.000,00 por 
dia, contados da 
data do registro 
da Declaração de 
Importação até 
a data da efetiva 
devolução do 
produto ao ex-
terior
Sim
Não Não
 
Arts. 732 e 734 
do RA, art. 6º, 
§ 3º, da Lei nº 
8.218/1991 e ADI 
SRF nº 18/2002
54UNIDADE III Sujeição Passiva dos Impostos de Importação e de Exportação
Falta de comprovação da ori-
gem não preferencial (exceto 
no caso de devolução ao exte-
rior cuja penalidade é prevista 
no art. 41 da mesma Lei)
Art. 42 da Lei 
nº 12.546/2011
30% do valor 
aduaneiro da 
mercadoria
Sim
Não Não
 
Arts. 732 e 734 
do RA, art. 6º, 
§ 3º, da Lei nº 
8.218/1991 e ADI 
SRF nº 18/2002
Destruição de Mercadoria que 
não Obteve Licenciamento
§ 4º do Art. 
46 da Lei nº 
12.715/2012
R$ 10,00 por 
quilograma
Sim
Não Não
 
Arts. 732 e 734 
do RA, art. 6º, 
§ 3º, da Lei nº 
8.218/1991 e ADI 
SRF nº 18/2002
Não destruição nem devolução 
de mercadoria cuja importação 
não foi autorizada por órgão 
anuente de proteção ao meio 
ambiente, saúde, segurança 
pública ou controles sanitários 
em sessenta dias da respectiva 
ciência da determinação
§ 8º, inciso 
I, do Art. 46 
da Lei nº 
12.715/2012
R$ 20,00 por 
quilograma
Sim
Não Não
 
Arts. 732 e 734 
do RA, art. 6º, 
§ 3º, da Lei nº 
8.218/1991 e ADI 
SRF nº 18/2002
Extravio de mercadoria cuja 
importação não foi autorizada 
por órgão anuente de proteção 
ao meio ambiente, saúde, se-
gurança pública ou controles 
sanitários e cuja devolução ou 
destruição foi determinada
§ 5º do Art. 
46 da Lei nº 
12.715/2012
R$ 30,00 por 
quilograma
Sim
Não Não
 
Arts. 732 e 734 
do RA, art. 6º, 
§ 3º, da Lei nº 
8.218/1991 e ADI 
SRF nº 18/2002
Não cumprimento da devolução 
ou autorização de destruição 
de mercadoria cuja importação 
não foi autorizada por órgão 
anuentede proteção ao meio 
ambiente, saúde, segurança 
pública ou controles sanitários
§ 2º, inciso II, 
e § 4º, do Art. 
46 da Lei nº 
12.715/2012
R$ 10,00 por 
quilograma
Sim
Não Não
 
Arts. 732 e 734 
do RA, art. 6º, 
§ 3º, da Lei nº 
8.218/1991 e ADI 
SRF nº 18/2002
Fonte: Receita Federal (2020).
As multas na exportação também estão previstas no Regulamento Aduaneiro (RA) 
6.759/09, a partir do artigo 718, e prevê, dentre outras medidas, 
Art. 718. Aplicam-se ao exportador as seguintes multas, calculadas em 
função do valor das mercadorias: I – de sessenta a cem por cento no caso 
de reincidência, genérica ou específica, de fraude compreendida no inciso 
II; e II – de vinte a cinquenta por cento: a) no caso de fraude, caracterizada 
de forma inequívoca, relativamente a preço, peso, medida, classificação 
ou qualidade; e b) no caso de exportação ou tentativa de exportação de 
mercadoria cuja saída do território aduaneiro seja proibida, considerando-se 
como tal aquela que assim for prevista em lei, ou em tratados, acordos ou 
convenções internacionais firmados pelo Brasil, sem prejuízo da aplicação da 
pena de perdimento da mercadoria. § 1o Não constituirá infração a variação, 
para mais ou para menos, não superior a dez por cento quanto ao preço 
e a cinco por cento quanto à quantidade da mercadoria, desde que não 
ocorram concomitantemente. § 2o Ressalvada a hipótese referida na alínea 
“b” do inciso II, a apuração das infrações de que trata este artigo, quando 
constatadas no curso do despacho aduaneiro, não prejudicará o embarque 
ou a transposição de fronteira das mercadorias, desde que assegurados os 
meios de prova necessários. Art. 719. A aplicação de penalidade decorrente de 
55UNIDADE III Sujeição Passiva dos Impostos de Importação e de Exportação
infrações de natureza fiscal ou cambial não prejudica a imposição de sanções 
administrativas pela Secretaria de Comércio Exterior. Art. 720. Consumando-
se a exportação das mercadorias com qualquer das infrações a que se refere 
o art. 718, o procedimento fiscal instaurado poderá ser instruído, também, 
com elementos colhidos no exterior. Art. 721. A imposição das penalidades 
de que trata o art. 718 não excluirá, quando verificada a ocorrência de ilícito 
penal, a apuração da responsabilidade criminal dos que intervierem na 
operação considerada irregular ou fraudulenta. Art. 722. Nos casos previstos 
neste Capítulo, a aplicação de multa pela autoridade aduaneira sujeita-se 
à prévia manifestação da Secretaria de Comércio Exterior. Art. 722. Nos 
casos previstos no art. 718, a aplicação de multa pela autoridade aduaneira 
sujeita-se à prévia manifestação da Secretaria de Comércio Exterior. Art. 723. 
Quando ocorrerem, na exportação, erros ou omissões que não caracterizem 
intenção de fraude e que possam ser de imediato corrigidos, a autoridade 
aduaneira alertará o exportador e o orientará sobre a maneira correta de 
proceder. Aplica-se a multa de cinco por cento do preço normal da mercadoria 
submetida ao regime aduaneiro especial de exportação temporária, ou de 
exportação temporária para aperfeiçoamento passivo, pelo descumprimento 
de condições, requisitos ou prazos estabelecidos para aplicação do regime. 
§ 1o O valor da multa referida no caput será de R$ 500,00 (quinhentos reais), 
quando do seu cálculo resultar valor inferior. § 2o A aplicação da multa a 
que se refere o caput não prejudica a exigência dos impostos incidentes, a 
aplicação de outras penalidades cabíveis e a representação fiscal para fins 
penais, quando for o caso. 
Segundo Brogini (2013), existem leis que tratam desses assuntos, mas muitas vezes 
o empresário desconhece e corre risco de perder um bom negócio ou de ser prejudicado, 
tudo por não fazer uma programação correta de negociação e também de observação das 
questões fiscais e legais. Como você deve ter observado, a legislação é bem robusta e visa 
penalizar as infrações, delitos e fraudes que possam ocorrer na importação e exportação. 
Dentre os supracitados e que temos experiência em nossos dez anos de atuação como 
analista de importação, é possível afirmar que o perdimento da mercadoria é o que causa 
mais danos na importação e exportação.
 Por fim, a título de compartilhamento de experiência, as cargas vindas da China, 
por questões culturais, costumam ser acompanhadas de alguns “mimos” ou presentes 
chineses. É comum, ao se abrir o container, encontrar mercadorias a mais, pois a cultura 
chinesa costuma mandar presentes a mais aos seus clientes e, muitas vezes, pode se 
encontrar tablets, ursos de pelúcia dentre outros presentes no meio da mercadoria. Ob-
viamente não fazem por mal, mas isso acaba tendo problemas na conferência física da 
mercadoria, gerando multas ou perdimento da mercadoria.
56UNIDADE III Sujeição Passiva dos Impostos de Importação e de Exportação
3. O CONTRABANDO E O DESCAMINHO 
A pergunta que você deve se fazer é: qual é a diferença entre contrabando e des-
caminho? Bem, vamos por partes! Segundo a Lei 13.008/14, os crimes de contrabando e 
de descaminho também se aplicam legalmente para os processos de importação e expor-
tação. Nesse sentido, Oliveira et al. (2017), ao tratar do regulamento aduaneiro, afirma que 
as previsões e penalidades são inerentes aos importadores e exportadores e, com isso, 
afirmamos que o contrabando e descaminho é fator presente nos processos aduaneiros.
Para a lei Lei 13.008/14, descaminho é “art. 334 iludir, no todo ou em parte, o 
pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de 
mercadoria”, isso acontece muito com a tentativa de trazer mercadorias como cigarros e 
bebidas de outros países sem pagar as devidas taxas e trâmites legais previstos em lei. 
Não é proibido trazer armas e cigarros, por exemplo, mas o processo e as taxas impostas 
são tão altas que acabam favorecendo o descaminho da mercadoria. A pena para o infrator 
de descaminho é reclusão de um a quatro anos. Já o contrabando é caracterizado pela 
mesma lei, 13.008/14, como “art. 334(a) importar ou exportar mercadoria proibida”, com 
pena de reclusão de dois a cinco anos, ainda, para os casos de serem pessoas jurídicas, 
cabe a suspensão da permissão de importador e exportador.
Dentre os produtos proibidos de importar ou restritos com fiscalização prévia estão, 
de acordo com o decreto nº 3.000, de 1999, Objetos de valor monetário, como: notas; 
moedas; cheques; ouro; prata; medalhas; joias; pedras preciosas. Brinquedos e livros: 
57UNIDADE III Sujeição Passiva dos Impostos de Importação e de Exportação
jogos de carta; jogos de vídeo e cartuchos; jogos ativados por ficha ou moeda; simulacros 
ou réplicas de armas de fogo; livros infantis que não estejam em português. Drogas: cigar-
ros, charutos, cachimbos e tabaco; utensílios que promovam o fumo; bebidas alcoólicas; 
substâncias químicas e psicotrópicas; remédios não aprovados pela ANVISA. Materiais 
biológicos: animais vivos; carne e alimentos de origem animal; substâncias perecíveis, 
infecciosas ou não; sementes e mudas de café, arbustos; produtos contendo organismos 
geneticamente modificados. Armas e objetos relacionados: punhais, facas, estiletes, 
lâminas e espadas; armas de fogo, pistolas de ar e de pressão; objetos pontiagudos, como 
bengalas e guarda-chuvas; munições, silenciadores e outros acessórios para armas; ma-
teriais para produção e recarga de munições; cassetetes, aparelhos de choque e algemas; 
lunetas, binóculos, miras e visores para armas de fogo. Outros itens: produtos inflamáveis; 
cartões de desconto, cupons ou vale presentes; produtos comprados com vale presentes; 
itens frágeis, como louça, porcelana ou vidro; produtos que possam causar danos a equi-
pamentos ou pessoas; objetos de valor artístico e histórico, como antiguidades e pinturas; 
materiais radioativos; produtos falsificados.
Ainda, o site da Receita Federal (http://receita.economia.gov.br/) fez uma lista 
simplificada de itens proibidos na seçãode orientação aduaneira em que consta como 
proibições comuns: 
Cigarros e bebidas fabricados no Brasil, destinados à venda exclusivamente 
no exterior; Cigarros de marca que não seja comercializada no país de 
origem; Réplicas de arma de fogo; Espécies animais da fauna silvestre sem 
um parecer técnico e licença; Espécies aquáticas para fins ornamentais e de 
agricultura, sem permissão do órgão competente; Produtos falsificados e/ou 
pirateados; Produtos contendo organismos geneticamente modificados; Os 
agrotóxicos, seus componentes e afins; Mercadoria atentatória à moral, aos 
bons costumes, à saúde ou à ordem pública; e Substâncias entorpecentes ou 
drogas (RECEITA, 2020).
Segundo Brito (2018), o cigarro é o item que mais tem incidência de contrabando 
no Brasil, com cerca de 75% do total notificado, a autora relata que a maioria vem do 
Paraguai e soma em média 2,3 bilhões por ano. Com essas constatações podemos afirmar 
que, embora a legislação não seja branda para esses tipos de crimes, não é incomum que 
as empresas e pessoas físicas tentem trazer essas mercadorias proibidas para a comer-
cialização no Brasil.
58UNIDADE III Sujeição Passiva dos Impostos de Importação e de Exportação
4. ANÁLISE DE PROBLEMAS ADUANEIROS
Como todo sistema, há problemas também nas questões aduaneiras, por isso é 
importante que o profissional de Comex saiba quais são os mais comuns e ajudem na 
possibilidade de diminuição para que o cliente tenha sucesso em suas importações e 
exportações. Há muitas regras envolvidas, o que causa morosidade nos processos. Nos 
processos de exportação ainda são mais rápidos, mas na importação, um único processo 
pode levar até 20 dias para a finalização, caso parametrize em canal verde.
O primeiro problema que elencamos é a questão documentária. Os documentos 
de instrução de desembaraço devem ser carimbados, assinados à mão e com caneta esfe-
rográfica na cor azul. Parece simples, mas todos os documentos do exterior são enviados 
pelo exportador e, na China, por exemplo, apenas um carimbo é o suficiente para a expor-
tação da mercadoria, entretanto, quando chega no Brasil, os documentos são considerados 
errados. Na China o carimbo é uma assinatura e para eles é incabível uma falsificação de 
carimbo, mas para o Brasil isso não é suficiente e, por isso, atrasa o processo quando os 
documentos não estão devidamente assinados.
O segundo problema é com a quantidade da mercadoria efetivamente embarcada. 
Como dissemos na seção anterior, as mercadorias oriundas de alguns países costumam vir 
a mais, pois os exportadores entendem que fazer “um agrado” vai ajudar o cliente e aumen-
tar a sua credibilidade, mas na efetivação do desembaraço, constatado o peso diferente, 
é preciso abrir todos os produtos e aferir a quantidade. Imagine se for o caso de parafusos 
59UNIDADE III Sujeição Passiva dos Impostos de Importação e de Exportação
ou produtos muito pequenos; nesses casos é melhor considerar a carga por peso e pagar 
a diferença por peso.
O terceiro fator é o processual, ou seja, o percurso que uma mercadoria passa até 
ser efetivamente liberada. Os portos e aeroportos são equipados para o recebimento da 
mercadoria, mas os terminais de carga levam alguns dias até “dar presença de carga” da 
mercadoria. Isso acontece porque as mercadorias que são trazidas em container conjuntos 
precisam passar por uma certa triagem e identificação de carga. Apenas para identificar e 
armazenar uma mercadoria solta pode levar até três dias e somente após a identificação e 
notificação é que pode se dar o início ao processo de desembaraço.
Em quarto lugar temos os procedimentos fiscais que, após o registro da Decla-
ração de Importação (DI), precisam liberar a mercadoria. Em muitos casos é necessário 
fazer a retificação da DI por inúmeros problemas, e até o fiscal colocar essa irregularidade 
no sistema pode levar até três dias. Somando os dias de carga parada, a mercadoria fica 
à mercê dos administradores aduaneiros, o que nos leva ao quinto lugar: os custos de 
armazenagem.
É nesse momento que o profissional de Comércio Exterior deve agir: ajudando os 
importadores e exportadores a organizarem seus embarques e programações para que 
possam reduzir os custos na importação e exportação. Assim como o advogado, o despa-
chante aduaneiro é o único que responde diretamente ao Fiscal da Receita Federal. Dentre 
as possíveis ajudas elencamos:
Quadro 2 - Problemas e atuação do profissional de Comex
PROBLEMA ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL DE COMÉRCIO EXTERIOR
REPRESENTAÇÃO
Representar as empresas (importadores e exportadores, armazéns 
alfandegários e transportadores) perante a fiscalização e os órgãos 
intervenientes.
LEGISLAÇÃO
Evitar multas e custos desnecessários, atuando de forma preventiva para 
garantir o cumprimento de todas as regras legais e fiscais.
TRIBUTAÇÃO
Indicar o regime tributário ao qual está submetida a carga, podendo melhor 
enquadrar o processo e buscar incentivos e benefícios.
LOGÍSTICA
Organizar logística, evitando atrasos e agilizando o processo para que a 
carga chegue no menor tempo possível.
CLASSIFICAÇÃO 
FISCAL
Auxiliar no enquadramento da classificação fiscal.
DOCUMENTAÇÃO
Fazer o compliance de documentos, organizando a documentação antes, 
durante e até a liberação da carga, como a Declaração de Importação ou 
de Exportação.
60UNIDADE III Sujeição Passiva dos Impostos de Importação e de Exportação
ADMINISTRATIVO
Identificar previamente a viabilidade do processo (tratamento administrativo), 
já que é necessário pesquisar e levantar dados do que é preciso para 
importar/exportar determinado produto, como restrições ou não para o 
mercado, licenciamentos, regras sanitárias, de embalagem ou rotulagem 
etc.
ANUÊNCIA
Gerenciar toda a cadeia de intervenientes, mantendo contato com o Porto, 
Receita Federal, transportadora, empresa de frete etc. até a carga chegar 
ao seu destino final.
CONFERÊNCIA
Verificar condições, identificar e quantificar a carga recebida ou exportada 
por meio de qualquer modal.
REPRESENTATIVIDADE 
LEGAL
Representar pessoas físicas no desembaraço de bagagem desacompanhada.
Fonte: Interseas (2020).
Sugerimos que você se dedique aos seus estudos e busque cada vez mais cursos 
extras que possam te auxiliar a entender melhor ainda o processo de importação e expor-
tação brasileira. Você verificará que o mercado de trabalho está ansioso por profissionais 
qualificados e que entendam principalmente da legislação fiscal aduaneira e da previsão de 
despesas aduaneiras. 
Desejo a você bons estudos e continue sempre na busca de conhecimento, você 
terá muito sucesso. 
61UNIDADE III Sujeição Passiva dos Impostos de Importação e de Exportação
SAIBA MAIS
Não são somente algumas empresas que tentam burlar o sistema de importação. Os 
aeroportos brasileiros, que também funcionam como aduana, passam diariamente por 
fiscalização rigorosa e encontram muitas mercadorias de contrabando. Sugiro que você 
assista a uma série que está disponível no link a seguir. Trata-se da série Área Restrita. 
Este programa é a junção da atuação de vários fiscais em diversos países e mostra o dia 
a dia da fiscalização nos aeroportos. Assista principalmente os casos brasileiros. Tenho 
certeza que você vai se surpreender:
Disponível em: https://www.youtube.com/channel/UCqK8L0jBk9gP0TC3GNpNkBQ/videos 
REFLITA 
“O comércio é o grande civilizador. Trocamos ideias quando trocamos tecidos” (Robert 
Ingersoll).
62UNIDADE III Sujeição Passiva dos Impostos de Importação e de Exportação
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Caro(a) estudante, você pode observar nesta unidade que as regras para a im-
portação e exportação de produtos são rígidas! Além disso, pode observar que as fraudes 
acontecem na tentativa de pagar menos impostos, falsificação de produtos, e, infelizmente, 
na tentativa de importação e exportação de drogas e materiais ilícitos.
Foi observado também que os portos e aeroportos estão equipados com instrumen-tos de aferição e que, em caso de constatação de fraudes e irregularidades, há o perdimento 
da mercadoria. Tudo isso para que a proteção do comércio e as relações internacionais não 
sejam abaladas por pessoas que tentam burlar o sistema de fiscalização.
Em suma, há a tentativa de busca por redução de despesas nos impostos tribu-
táveis, recebimento de mercadorias proibidas ou impedidas de procedimento de naciona-
lização, mercadorias a mais dentro das importações, materiais escondidos nos produtos 
autorizados. Vimos também que, para todos esses casos, a fiscalização atua com rigor e 
efetividade, que vai desde multas, suspensão de autorização de importação e exportação, 
até prisões efetivas, conforme previsto em lei.
As mercadorias apreendidas seguem destinos conforme previsto nas legislações, 
por exemplo, para casos de mercadoria a mais, a Receita Federal pode solicitar que se 
nacionalize legalmente o produto sobressalente, dar perdimento da mercadoria ou apreen-
são para posterior realização de bazares de caridade. Já para os casos de sonegação há 
a aplicação de prisões e multas e nos casos de produtos falsificados e entorpecentes há a 
destruição devidamente acompanhada pelos órgãos competentes.
Espero que esta unidade tenha trazido a você muito conhecimento e reforço que 
assista a série gratuitamente no YouTube denominada Área Restrita! Eu garanto a você que 
vale muito a pena para que você tenha conhecimento dos efetivos e ações da fiscalização 
brasileira. Somos, inclusive, exemplo internacional no combate à tentativa de irregularida-
des e contrabandos.
Espero você na próxima e última unidade de nosso estudo! 
63UNIDADE III Sujeição Passiva dos Impostos de Importação e de Exportação
MATERIALCOMPLEMENTAR
FILME/VÍDEO
Título: Diamente de Sangue
Ano produção: 2007
Duração: 2h 23min
Classificação: 14 anos
Gênero: Aventura
Sinopse: Serra Leoa, final da década de 90. O país está em 
plena guerra civil, com conflitos constantes entre o governo e a 
Força Unida Revolucionária (FUR). Quando uma tropa da FUR 
invade uma aldeia da etnia Mende, o pescador Solomon Vandy 
(Djimon Hounsou) é separado de sua família, que consegue fugir. 
Solomon é levado a um campo de mineração de diamantes, onde 
é obrigado a trabalhar. Lá ele encontra um diamante cor-de-rosa, 
que tem cerca de 100 quilates. Solomon consegue escondê-lo 
em um pedaço de pano e o enterra, mas é descoberto por um 
integrante da FUR. Neste exato momento ocorre um ataque do 
governo, que faz com que Solomon e vários dos presentes sejam 
presos. Ao chegar na cadeia lá está Danny Archer (Leonardo 
DiCaprio), um ex-mercenário nascido no Zimbábue que se dedica 
a contrabandear diamantes para a Libéria, de onde são vendidos 
a grandes corporações. Danny ouve um integrante da FUR acusar 
Solomon de ter escondido o diamante e se interessa pela história. 
Ao deixar a prisão, Danny faz com que Solomon também saia, 
propondo-lhe um trato: que ele mostre onde o diamante está 
escondido, em troca de ajuda para que possa encontrar sua família. 
Solomon não acredita em Danny, mas, sem saída, aceita o acordo.
LIVRO 
Título: Comércio internacional e legislação aduaneira. Esquema-
tizado
Autores: Roberto Caparroz (Autor), Pedro Lenza (Autor, Coeditor)
Editora: Saraiva
Sinopse: A obra Comércio Internacional e Legislação Aduaneira é 
recomendada para cursos de graduação e concursos na área fiscal. 
As matérias são abordadas de forma teórico-prática, com farta 
utilização de exemplos e gráficos, que influem positivamente na 
fixação dos conteúdos. O autor traz importantes temas do Comércio 
Internacional e Legislação Aduaneira, como o mercantilismo, o 
sistema multilateral do comércio, organizações e organismos 
internacionais relacionados ao comércio, processos de integração 
econômica, Mercosul, contratos internacionais, entre outros. A 
metodologia empregada na obra permite que o leitor tenha acesso 
a mais completa e atualizada teoria, exposta em linguagem clara e 
acessível, e acrescida de questões especialmente selecionadas e 
comentadas em detalhe.
64
Plano de Estudo:
• Natureza e tributos aduaneiros
• Tributos e encargos
• Despacho aduaneiro
Objetivos da Aprendizagem
• Estudar a os órgãos anuentes e intervenientes.
• Compreender o regimento tributário aduaneiro.
• Verificar os procedimentos para o despacho de mercadorias e serviços.
UNIDADE IV
Operações de Importação e Exportação 
- Panorâmica Tributária, Documental e 
Operacional 
Professor Mestre Alexsandro Cordeiro Alves
65UNIDADE IV Operações de Importação e Exportação - Panorâmica Tributária, Documental e Operacional
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), bem-vindo(a) à quarta unidade da apostila sobre Legislação 
Aduaneira e Tributária.
Desta vez falaremos um pouco sobre as questões tributárias na importação e ex-
portação. Esse assunto assombra a maiorias dos importadores e exportadores, uma vez 
que os custos na importação e exportação estão ligados diretamente no planejamento e 
análise de custos dos produtos a serem comercializados.
Assim, como visto na disciplina de Gestão da Operação de Importação, veremos a 
diferenciação entre tributo e imposto. Também estudaremos um pouco sobre o Imposto de 
Importação (II), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), PIS, COFINS, CIDE, ICMS 
e os tributos de defesa comercial, como o Dumping. Em seguida, verificaremos sobre o 
cálculo dos impostos de importação, mas antes alinharemos na definição de cada imposto 
e produto e o impacto que esses tributos trazem para a formulação do preço de venda dos 
produtos.
É nesta unidade que poderemos analisar as grandes questões entre empresários e 
o governo, uma vez que o cálculo dos impostos, em sua maioria, influenciam de forma ne-
gativa a importação e exportação, uma vez que os importadores e exportadores não veem 
com bons olhos o fato de estarem contribuindo com o crescimento do país e, ainda assim, 
serem taxados com altos impostos. Entretanto, com muito planejamento, conhecendo as 
bases legais e os benefícios fiscais, é possível a programação dos impostos, possibilitando, 
inclusive, se beneficiar de medidas compensatórias, e salvaguardas.
Na importação, os impostos incidentes são recolhidos no momento do registro da 
Declaração de Importação (DI), por meio de cálculos preestabelecidos pela legislação e 
sempre visa a proteção da produção nacional, já na exportação é no momento do envio da 
mercadoria pelo registro da Declaração de Exportação (DE).
Desejamos um ótimo estudo a todos!
66UNIDADE IV Operações de Importação e Exportação - Panorâmica Tributária, Documental e Operacional
1. NATUREZA E TRIBUTOS INCIDENTES
Nesta parte trataremos sobre os tributos, impostos e taxas incidentes na importa-
ção e exportação. A relevância é muito grande, uma vez que são eles que, de modo geral, 
encarecem uma mercadoria, já que fazem parte do custo do produto importado e serão 
passados adiante para o consumidor, no preço final do produto. As regras para a contribui-
ção dos impostos, tributos e taxas variam de estado para estado e é importante que cada 
importador e exportador consulte a legislação vigente e as regras de arrecadação. 
A natureza dos impostos depende dos órgãos que estão envolvidos no processo de 
importação e exportação. Sendo assim, relembre o que você aprendeu em outras discipli-
nas e na Unidade I deste material! Isso mesmo, relembre como é organizado o sistema de 
comércio exterior, ou seja, se há órgãos anuentes ou intervenientes. Mas fique calmo(a), 
vamos rever a seguir.
No decreto 6759/09 estão esclarecidos os órgãos intervenientes e os anuentes. 
Os intervenientes têm relacionamento com comércio exterior de alguma forma, mas nem 
sempre são impeditivos de importação (banco do exportador, vendedor, despachante, 
dentre outros); nem sempre trabalham somente com comércio exterior. Já os anuentes 
legislam e têm papel de permitir a importação, ou seja, diretamente ligado à importação 
(órgãos como DECEX, MAPA,EXÉRCITO, dentre outros descritos na Unidade I). 
De modo geral, os órgãos anuentes trabalham diretamente no país em que a 
mercadoria se encontra no momento da análise, por isso, a estrutura do comércio no Brasil 
67UNIDADE IV Operações de Importação e Exportação - Panorâmica Tributária, Documental e Operacional
tem como seu maior organizador o próprio governo. Já os demais órgãos analisam os 
produtos e comparam com a legislação. Por exemplo, se um importador está trazendo um 
cavalo, será de responsabilidade do importador, juntamente com o Ministério da Agricultura 
Pecuária e Abastecimento (MAPA), verificar a classificação e, após a permissão, trazer a 
mercadoria – sempre respaldado pela legislação aduaneira.
Ainda, cada órgão citado pode se subdividir, dependendo da necessidade e da 
legislação. Obviamente você não precisa saber de todos eles, mas é importante saber que 
cada setor é um órgão responsável para determinadas ações na importação. 
Importante: essa é a distribuição geral, mas devemos acompanhar os aconte-
cimentos do governo, pois cada presidente reorganiza suas partes, podendo renomear, 
adicionar, subtrair ou até mesmo incluir em outras pastas alguns órgãos de atuação. 
A Natureza dos impostos é de acordo com os órgãos anuentes e intervenientes na 
importação e na exportação. Nem sempre todos os órgãos estarão envolvidos em todas 
as importações, mas, dependendo do tipo de produto, será necessário verificar com esses 
departamentos o que deve fazer para que o processo de importação não seja barrado 
no momento da entrada no país. Todos eles estão interligados e respondem à legislação 
aduaneira e é na aduana que serão efetivamente observados. Para resumir, observe a 
estrutura de atuação e conceito aduaneiro.
A presidência da república (Figura 1) estabelece e assina decretos sobre a importa-
ção e exportação interna de acordo com a legislação nacional e internacional. O Ministério 
das Relações Exteriores (MRE ou Itamaraty) está diretamente ligado às relações inter-
nacionais e é responsável pelas políticas internacionais (Bilateral, regional e Multilateral). 
Já o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) atua nas políticas de 
desenvolvimento do comércio exterior.
68UNIDADE IV Operações de Importação e Exportação - Panorâmica Tributária, Documental e Operacional
Figura 1 - Estrutura da Presidência da República na aduana
Fonte: o autor.
Por sua vez, o Ministério da Fazenda formula e regulamenta as políticas econô-
micas do país, ou seja, é um órgão administrativo do comércio exterior; é nele que estão 
os órgãos relacionados ao fisco, como Receita Federal (responsável também pela vistoria 
e parametrização da mercadoria) e BACEN (responsável pelas verificações de contratos, 
câmbio e pagamentos). Estes últimos são responsáveis pela parte tributária da União.
Como citado anteriormente, cada órgão ainda tem sob sua responsabilidade outras 
subdivisões de departamentos, como pode ser observado na Figura 2.
Figura 2 – Subdivisão de responsabilidades aduaneiras
Fonte: o autor.
Observe que cada departamento atua de maneira direta ou indireta na importação 
e, por isso, é importante relembrar que cada órgão tem seu regimento e normativas. Essas 
normativas é que estabelecem critérios na importação aduaneira de determinados produtos. 
Dependendo do tipo de tratamento administrativo é que teremos que observar a Instrução 
Normativa (IN) para a importação de determinado produto.
69UNIDADE IV Operações de Importação e Exportação - Panorâmica Tributária, Documental e Operacional
1.1. Tributos e Outros Encargos
É importante esclarecer que a legislação, para a base de cálculos nos processos 
de importação e exportação, é oriunda da mesma legislação, entretanto na importação, os 
impostos é que estão. Isso ocorre para que o incentivo nas exportações sejam maiores que 
na importação, inclusive há diversos incentivos fiscais para a exportação de mercadoria. 
Dentre os benefícios está o regime de Drawback.
As alíquotas dos impostos na exportação são isentas, conforme legislação própria 
(Decreto-lei nº. 1.578/77). Nela o exportador tem imunidade de pagamento do Imposto de 
Produtos Industrializados (IPI) e a não-incidência do Imposto sobre Circulação de Mer-
cadorias e Serviços (ICMS). Isso não significa que os impostos não existem, trata-se de 
incentivos fiscais para a exportação. A Contribuição para Financiamento da Seguridade 
Social (COFINS) e Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS) também não 
precisam ser pagas. Além disso, outro incentivo é o crédito presumido do IPI, quando o ex-
portador se valer de insumos nacionais que sofreram incidência de PIS e COFINS. O único 
tributo incidente na exportação é o Imposto de Exportação (IE), entretanto cabe analisar 
caso a caso, já que só há incidência em alguns produtos que não são interessantes ao 
governo para a exportação. 
Importante: para essa verificação é feita a classificação fiscal da mercadoria nor-
malmente, como na importação.
Já na importação, estabelecido pela Legislação Aduaneira (Decreto nº 6.759/09), 
a base de cálculo é o valor aduaneiro (convertido em moeda nacional), ou seja, Valor da 
Mercadoria no Local de Descarga (+) Valor do Frete Internacional (+) Seguro (+) THC 
(VMLD+VFI +S+A). Essa é a base de cálculo para tributações dos impostos na importação, 
normalmente conhecidas como valor CIF (Cost, Insurance and Freight + Custo, Seguro 
e Frete), lembrando que o THC (Terminal Handling Charge - manipulação de carga no 
terminal) está vinculado ao frete, uma vez que se trata da taxa recolhida junto ao valor do 
frete para o manuseio da carga.
Os Tributos formam as arrecadações da União, estado ou município e englobam 
as taxas, impostos e contribuições. Os tributos são obrigações que se deve pagar ao gover-
no por determinado serviço oferecido à sociedade; os Impostos não têm uma destinação 
específica e ficam a cargo dos governantes a destinação para serviços universais, como a 
educação e a segurança; as Taxas são vinculadas a um serviço público específico, como a 
taxa de recolhimento de lixo, taxa de emissão de carteira de identidade etc.; já as Contri-
buições estão vinculadas à melhoria direta para o contribuinte, por exemplo, o Programa 
70UNIDADE IV Operações de Importação e Exportação - Panorâmica Tributária, Documental e Operacional
de Integração Social (PIS) e o Patrimônio do Servidor Público (PASEP). A alíquota dos 
impostos é variável e está indicada na Tarifa Externa Comum (TEC), disponível no site do 
Ministério da Economia, podendo ser mais alta para os produtos em que o país deseja res-
tringir o seu ingresso ou mais baixa para os produtos cuja entrada no país seja interessante. 
As contribuições, segundo Brogini (2013, p. 43), é parte integrante da importação, são 
inúmeras e importantes para quem importa. A seguir vamos detalhar algumas arrecadações 
pertinentes para nosso escopo, importações.
1.2. Imposto de Importação (II)
Com base na Lei nº 3.244, de 14 de agosto de 1957, está sujeita ao Imposto de 
Importação (II) a mercadoria estrangeira que entrar em território nacional. Esse imposto 
federal está regulamentado por uma tabela denominada “ad valorem”, ou seja, sobre o 
valor da mercadoria, e sua variação está contida na tabela de Nomenclatura Comum do 
Mercosul (NCM), vista na Unidade I. Essa alíquota tem como base a média de valor do 
produto enquadrado na NCM de cada produto, por exemplo, se o valor de uma caneta esfe-
rográfica importada tem uma média de valor custando USD$ 0.98, a alíquota será aplicada 
considerando essa média de preço da caneta importada. Cálculo = (Valor CIF*Alíquota), 
exemplo, R$128.000,00*5% = R$6.400,00.
A tabela com os valores está no site do Ministério da Economia, antigo MDIC, 
conforme informado nas unidades anteriores. O Imposto de Importação tem como fato ge-
rador a entrada de mercadoria oriunda de país estrangeiro no territórioaduaneiro (território 
nacional). Para efeito de cálculo do imposto, considera-se ocorrido o fato gerador na data 
de registro da DI da mercadoria a ser submetida a despacho para consumo, ou no dia do 
lançamento respectivo, nos casos definidos em lei.
1.3. mposto sobre Produtos Industrializados (IPI)
O governo estabelece no Decreto nº 7.212, de 15 de junho de 2010, o Imposto 
sobre Produtos Industrializados, o entendimento, de acordo com o decreto, é que incide 
IPI em “qualquer operação com produto industrializado, nacional ou estrangeiro, mesmo 
incompleta, parcial ou intermediária”. Por esse entendimento, mesmo as mercadorias 
que entraram no país para industrialização são tributadas e, obviamente, as que já estão 
industrializadas e o fato gerador para a importação é o registro da DI, não considerando 
o destino a ser dado aos produtos importados, se para consumo, utilização, comércio, 
industrialização, locação e outros.
71UNIDADE IV Operações de Importação e Exportação - Panorâmica Tributária, Documental e Operacional
Segundo o decreto, a base de cálculo do IPI é o valor aduaneiro (VLMD+VFI 
+S+A), acrescido do Imposto de Importação, ou seja, o II faz parte da base de cálculo do 
IPI, embora controverso e muitos importadores alegam, compreensivelmente, que pagam 
imposto sobre imposto. Cálculo considerando o exemplo do II (item 2.1): = (Valor CIF+II)*A-
líquota, exemplo, (R$128.000,00+R$6.400,00)*10%=R$13.440,00. A alíquota constante na 
Tabela do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI), constante no site do Ministério da 
Economia, é também com base na classificação da NCM do produto ou, segundo o decreto 
7.212/10, “no caso de alíquotas específicas (valores fixos em reais) o valor do IPI será 
alcançado com a aplicação desses valores sobre a quantidade de produto industrializado 
importado”. 
1.4. Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento 
da Seguridade Social (COFINS)
Com base na Lei Complementar nº 7, de 7 de Setembro de 1970, (PIS) e Lei 
Complementar nº 70, de 30 de Dezembro de 1991, (COFINS) e suas alterações, foram 
estabelecidos dois tributos que se aplicam também na importação, com fato gerador no 
registro da DI. O PIS, conforme art. 1º “é instituído, na forma prevista nesta Lei, o Programa 
de Integração Social, destinado a promover a integração do empregado na vida e no de-
senvolvimento das empresas”, já o COFINS conforme art. 1º “nos termos do inciso I do art. 
195 da Constituição Federal, devida pelas pessoas jurídicas [...] destinadas exclusivamente 
às despesas com atividades fins das áreas de saúde, previdência e assistência social”. 
O destino da arrecadação desses tributos é distinto; o PIS é para promover a integração 
social do empregado, já o COFINS é para o financiamento da Seguridade Social – inclusive 
a Previdência Social, a Assistência Social e a Saúde Pública.
Conforme Instrução Normativa RFB nº 1.401, de 09/10/2013, a base de cálculo 
tanto para o PIS como para o COFINS é o valor CIF (Custo, Seguro e Frete)*Alíquota. A 
alíquota estabelecida é de 1,65% para o PIS e de 7,6% para o COFINS, salvo exceções 
na tabela de classificação fiscal da mercadoria pela NCM, conforme site do Ministério da 
Economia.
 
1.5. Taxa de Utilização do Siscomex (TUS)
De acordo com o Decreto n° 660, de 25/09/92, o Sistema Integrado de Comércio 
Exterior (SISCOMEX) é um instrumento administrativo que engloba as atividades de “regis-
tro, acompanhamento e controle das operações de comércio exterior, mediante fluxo único, 
computadorizado, de informações [...] emite os documentos que envolvem as operações de 
72UNIDADE IV Operações de Importação e Exportação - Panorâmica Tributária, Documental e Operacional
comércio exterior”. O simples fato de utilizar o software SISCOMEX no módulo Importação 
gera taxa denominada Taxa de Utilização do Siscomex (TUS).
Essa taxa faz parte da base de cálculo do ICMS e o valor do recolhimento será 
conforme a quantidade de adições (considerando cada NCM uma adição), a saber: 
I - R$ 185,00 por DI; II - R$ 29,50 para cada adição à DI, observados os seguintes 
limites: a) até a 2ª adição - R$ 29,50; b) da 3ª à 5ª - R$ 23,60; c) da 6ª à 10ª - R$ 17,70; d) 
da 11ª à 20ª - R$ 11,80; e) da 21ª à 50ª - R$ 5,90; e f) a partir da 51ª - R$ 2,95.
1.6. Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços 
(ICMS)
Primeiramente deve ficar claro que o ICMS é um imposto estadual, logo, trataremos 
aqui das regras gerais e você precisará consultar as alíquotas do ICMS de seu estado. A 
regra do ICMS do Paraná, por exemplo, está respaldada no Decreto nº 7.871, de 2017. 
Esse imposto incide sobre a circulação de mercadorias devido ao transporte interestadual e 
intermunicipal para “qualquer que seja a sua finalidade, por pessoa física ou jurídica, ainda 
que não seja contribuinte habitual do imposto” e é de responsabilidade de cada estado, 
conforme ratificado na Lei complementar nº 114, de 16 de dezembro de 2002.
Na importação, conforme disposto do decreto 7.871/17, e comum nos demais es-
tados, o fato gerador do ICMS é o desembaraço da mercadoria. Sendo assim, entende-se 
que todos os impostos e mais as despesas ocorridas até o momento do desembaraço, 
fazem parte da base de cálculo do ICMS. 
Em suma, a base de cálculo do ICMS na importação é a soma do valor da mercado-
ria constante na DI, acrescido do valor do II, IPI, PIS/COFINS e quaisquer outros impostos, 
taxas, contribuições e também as despesas aduaneiras. O montante do próprio imposto 
integra a base de cálculo, por meio do chamado “cálculo por dentro”, nas operações de 
importação. Por exemplo, numa importação de produto tributado a 18%, o cálculo será 
efetuado com base de cálculo do ICMS “por fora”, dividido por 0,82 (fator oriundo de 100% - 
18% = 82%), multiplicado por 18% (alíquota). Desse modo, partindo de uma base de cálculo 
de 100 (base de cálculo “por fora”), ao invés de obtermos 18 (sistemática anterior), o ICMS 
será de 21,95 (sistemática atual). A taxa de câmbio utilizada no cálculo do ICMS deverá ser 
a mesma do imposto de importação, sem qualquer acréscimo ou devolução posterior caso 
tenha variação da taxa de câmbio até o pagamento efetivo do preço.
Atualmente, existem níveis básicos de alíquotas para a incidência do imposto: 
7%, 12% e 25%, incidentes sobre um grupo limitado de mercadorias, e 17% e 18%, estas 
73UNIDADE IV Operações de Importação e Exportação - Panorâmica Tributária, Documental e Operacional
duas últimas incidentes sobre a maioria dos produtos, conforme o estado onde ocorrer a 
tributação, podendo existir situações ou operações com a utilização de percentuais dife-
rentes. No Estado do Paraná, por exemplo, a alíquota integral é de 18%, sendo utilizado 
o Regulamento do ICMS aprovado pelo Decreto 7.871/17 e o convênio ICMS 52/91 como 
bases de consulta das alíquotas e benefícios.
Mais uma vez é importante esclarecer que o cálculo apresentado é apenas para 
que você, estudante, tenha noção de como é a aplicação da legislação sobre os impostos, 
mas é importante que consulte a legislação de seu estado. Muitos estados, como Santa 
Catarina, têm benefícios fiscais para a importação com entrada pelos portos e aeroportos 
de seu estado. Já outros lugares, como Manaus, têm legislações específicas para produtos 
nacionalizados e oriundos de importação.
1.7. CIDE - Combustíveis
A Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) é um tributo a ser 
recolhido na importação e demais negociações de combustíveis e tem a finalidade de contri-
buir em investimentos em infraestrutura de transporte, em projetos ambientais relacionados 
à indústria de petróleo e gás e em subsídios ao transporte de álcool combustível, de gás 
natural e derivados e de petróleo e derivados. 
Instituído pela Lei no 10.336, de 19 de dezembro de 2001, tem como base geral “Art. 
1º [...] a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico incidente sobre a importaçãoe a comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados, e álcool 
etílico combustível (Cide)”. Destacamos que a contribuição tem a distribuição do recurso 
bem delimitado, por exemplo, 
§ 2o A distribuição a que se refere o § 1o deste artigo observará os seguin-
tes critérios: I - 40% (quarenta por cento) proporcionalmente à extensão 
da malha viária federal e estadual pavimentada existente em cada Estado 
e no Distrito Federal, conforme estatísticas elaboradas pelo Departamento 
Nacional de Infraestrutura de Transportes - DNIT;. II - 30% (trinta por cento) 
proporcionalmente ao consumo, em cada Estado e no Distrito Federal, dos 
combustíveis a que a Cide se aplica, conforme estatísticas elaboradas pela 
Agência Nacional do Petróleo – ANP; III - 20% (vinte por cento) proporcio-
nalmente à população, conforme apurada pela Fundação Instituto Brasileiro 
de Geografia e Estatística - IBGE; IV - 10% (dez por cento) distribuídos em 
parcelas iguais entre os Estados e o Distrito Federal (BRASIL, 2001). 
A distribuição da arrecadação é feita diretamente aos estados brasileiros e Distrito 
Federal, conforme estabelecido em lei e tem o repasse feito no último dia útil de cada mês. 
Além das atribuições da distribuição, a mesma lei estabelece o fato gerador como sendo,
74UNIDADE IV Operações de Importação e Exportação - Panorâmica Tributária, Documental e Operacional
Art. 3º A Cide tem como fatos geradores as operações, realizadas pelos 
contribuintes de importação e de comercialização no mercado interno de: 
I – gasolinas e suas correntes; II - diesel e suas correntes; III – querosene 
de aviação e outros querosenes; IV - óleos combustíveis (fuel-oil); V - gás 
liquefeito de petróleo, inclusive o derivado de gás natural e de nafta; e VI - 
álcool etílico combustível.
Caso o importador atue na importação de produtos que incidam a CIDE-Combustí-
vel, precisa-se verificar na classificação fiscal da mercadoria, por meio da NCM, se consta 
como tratamento administrativo a incidência desse tributo. Caso tenha, deverá incluir em 
sua base de cálculo e no Siscomex o valor descrito na legislação. Resumindo, a previsão 
de coleta deste tributo é feita por metros cúbicos e/ou toneladas importados, por exemplo, 
Art. 5 A Cide terá, na importação e na comercialização no mercado interno, 
as seguintes alíquotas específicas: I – gasolina, R$ 860,00 por m³; II – diesel, 
R$ 390,00 por m³; III – querosene de aviação, R$ 92,10 por m³; IV – outros 
querosenes, R$ 92,10 por m³; V – óleos combustíveis com alto teor de en-
xofre; VI – óleos combustíveis com baixo teor de enxofre, R$ 40,90 por t; 
VII – gás liquefeito de petróleo, inclusive o derivado de gás natural e da nafta, 
R$ 250,00 por t; VIII – álcool etílico combustível, R$ 37,20 por m³ (BRASIL, 
2001).
Os demais casos devem ser consultados na legislação. É importante lembrar que, 
como se trata de um tributo bem definido sobre a arrecadação e ser por unidade de me-
dida, entra na base de cálculo em destaque e faz parte da base de cálculo do ICMS, por 
exemplo, quantidade de m³ * alíquota = x, ou seja, (Ym³*AL)=x. O valor de “x” entra na 
base de cálculo do ICMS como despesa junto com os demais valores da base de cálculo. 
Salientamos que, por se tratar de um tributo variável, conforme art. 15º, “os Ministérios da 
Fazenda e de Minas e Energia e a ANP poderão editar os atos necessários ao cumprimento 
das disposições contidas nesta Lei” a qualquer momento e sempre revisado.
1.8. Despesas Diversas
As despesas diversas na importação dependem da modalidade em que se está 
fazendo o traslado da mercadoria. Caso a importação seja marítima, ocorrerá incidência de 
algumas taxas que no aéreo não há e vice e versa. Para tanto, o importador deve fazer seus 
cálculos das vantagens e desvantagens de cada modalidade e optar dentre as categorias 
de transporte qual a mais vantajosa para determinado momento. As modalidades mais co-
muns são: Aéreo, Ferroviário, Hidroviário, Marítimo e Rodoviário, dentre elas, destacam-se 
as modalidades aérea e marítima.
A base de cálculo do frete aéreo é obtida por meio do peso ou do volume da mer-
cadoria, sendo considerado aquele que proporcionar o maior valor. As despesas diversas 
também acompanharão essa base de cálculo. Por exemplo, para desembaraço da merca-
75UNIDADE IV Operações de Importação e Exportação - Panorâmica Tributária, Documental e Operacional
doria, armazenagem, manuseio da carga, dentre outras taxas. A International Air Transport 
Association (IATA) estabeleceu a seguinte relação (peso/volume): 1 kg = 6000 cm³ ou 1 ton 
= 6 m³. Por exemplo: no caso de um peso de 1 kg acondicionado em um volume maior que 
6.000 cm³, considera-se o volume como base de cálculo do frete, caso contrário, considera-
-se o peso. Cálculo do peso cubado - exemplo: 45 cm x 37 cm x 58 cm = 0,45 m x 0,37 m x 
0,58 m = 0,09657 m³ / 0,006 = 16,09 kg cubados. Essa será a base para as demais taxas e 
despesas de manuseio da carga. Quem envia essas despesas ao despachante/importador 
é o agente de cargas.
As despesas mais comuns são chamadas de “Charges”, que podem ser classi-
ficadas como manuseio da mercadoria, estocagem, armazenagem, repeso, conferência, 
contagem de mercadoria, taxa de segurança, dentre outras que poderão ocorrer. 
O mesmo que acontece no transporte aéreo acontece no transporte marítimo. De-
pendendo do tipo de carga que está sendo importada e do tamanho do container escolhido, 
haverá maior ou menor incidência de despesas diversas. 
Uma carga consolidada (compartilhada no mesmo container) terá que ser aberta 
assim que chegar ao porto para pesagem e disposição para a Receita Federal. Esse ma-
nuseio também gera uma despesa, chamada de Handling. A saber, há uma despesa de 
armazenagem do tempo em que a mercadoria estiver esperando para o desembaraço, uma 
taxa para contar a quantidade de caixas, taxa para pesagem, taxa para verificar se a carga 
passou por inspeção e assim por diante. 
As despesas diversas no transporte marítimo mais comuns são: Capatazias (THC): 
atividade de movimentação de cargas e mercadorias nas instalações portuárias em geral; 
Liberação de BL (BL Fee): a atividade de emitir e liberar o BL original ao exportador/importa-
dor; Gate: taxa de recepção das unidades no terminal; ISPS (International Scurity and Port 
Security) ou TSF (Terminal Security Fee): para controle de acessos e monitoramento; Lacre 
(Seal): fornecimento do Lacre; Foodgrade: taxa para unidade padrão alimento; ENS/A.M.S 
/ Transmission Fee: para transmissão dos dados de embarque para alfândega; VGM: co-
brada para a transmissão dos dados; Damage Protection Surcharge (DPP – Proteção de 
danos): valor de seguro cobrado pela Cia Marítima; Drop Off: cobrada para utilizar um depot 
e deixar o container vazio armazenado; Taxa de Registro de Siscarga (TRS); Desconsolida-
ção: cobrada pelo manuseio da documentação na importação.
76UNIDADE IV Operações de Importação e Exportação - Panorâmica Tributária, Documental e Operacional
2. SISTEMA INTEGRADO DE COMÉRCIO EXTERIOR - SISCOMEX 
De acordo com o Decreto n° 660, de 25 de setembro de 1992, o Sistema Integrado 
de Comércio Exterior (SISCOMEX) é um instrumento administrativo que engloba as ativida-
des de “registro, acompanhamento e controle das operações de comércio exterior, median-
te fluxo único, computadorizado, de informações [...] emite os documentos que envolvem 
as operações de comércio exterior”. O simples fato de utilizar o software SISCOMEX no 
módulo Importação gera uma taxa denominada Taxa de Utilização do Siscomex (TUS).
 Essa taxa faz parte da base de cálculo do ICMS e o valor do recolhimento 
será conforme a quantidade de adições (considerando cada NCM uma adição), conforme 
expressado no tópico dos impostos incidentes.
Com a finalidade de coordenação das atividades de registro, o SISCOMEX é um 
sistema operacional que integra todos os dados de importação e exportação. Essa base de 
dadosenvolve pelo menos três procedimentos que permeiam uma importação. A base para 
qualquer importação pode ser subdividida em três, a saber: 
Administrativa: todos os procedimentos necessários para efetuar uma im-
portação, são aplicados de acordo com a operação e/ou tipo de mercadoria 
a ser importada. Compreende todos os atos que estão a cargo da Secex, 
envolvendo a autorização para importar, que se completa com a emissão 
da licença de importação, tudo realizado via on-line no Siscomex (Sistema 
Integrado de Comércio Exterior), e interligados aos órgãos governamentais, 
Receita Federal, Banco Central do Brasil (Bacen) e todos os agentes que 
participam ativamente nos processos de exportação e importação. Cambial: 
é a transferência da moeda estrangeira para o exterior para o pagamento 
das importações, cujo controle está a cargo do Banco Central e que se pro-
cessa por meio de um banco autorizado a operar em câmbio. Fiscal: que 
77UNIDADE IV Operações de Importação e Exportação - Panorâmica Tributária, Documental e Operacional
compreende o despacho aduaneiro, mediante o recolhimento de tributos, e 
que se completa com a retirada física da mercadoria da alfândega (ARAÚJO, 
2013, p. 52, grifo nosso).
Segundo o autor, a etapa administrativa inicia o processo de importação, logo, está 
ligada à autorização de entrada de mercadoria no país. Já o setor cambial é de responsa-
bilidade dos bancos e agentes financeiros e, por fim, o setor fiscal fica responsável pelas 
fiscalizações aduaneiras e recolhimento de taxas e tributos, conforme a legislação.
78UNIDADE IV Operações de Importação e Exportação - Panorâmica Tributária, Documental e Operacional
3. DESPACHO ADUANEIRO DE MERCADORIAS
 
Para Tripoli e Prates (2016), a organização do processo de importação vai além 
da atividade entre importador e exportador, dessa forma podemos garantir que os órgãos 
governamentais, por sua complexidade, estabelecem alguns critérios para a verificação da 
mercadoria e também estabelecem os respondentes em cada fase do processo. 
O despacho aduaneiro fica a cargo do despachante aduaneiro, pessoa responsável 
pela tratativa com a Receita Federal e a entrega de todo documento solicitado. Normalmen-
te, é o representante legal da empresa junto à aduna. Esse profissional passa por provas 
específicas e somente após comprovado o período de experiência na profissão é que pode 
atuar como despachante. Primeiro deve começar como ajudante de despachante, por uma 
média de cinco anos, após isso, realizar uma prova nacional de despachante e daí começa 
a atuar como despachante aduaneiro.
É dele a função de acompanhar o desembaraço aduaneiro que é feito exclusiva-
mente pela Receita Federal e órgãos envolvidos na importação do produto específico. Em 
suma, o despacho aduaneiro é a reunião de informações sobre a importação e a declaração 
de todas as informações em um sistema denominado Siscomex (Sistema de Comércio Ex-
terior). Somente o despachante e a Receita Federal tem acesso às informações constantes 
no despacho aduaneiro.
O Despacho Aduaneiro trata-se do procedimento de fiscalização que toda merca-
doria deve passar, seja na importação ou exportação. No caso da importação é o momento 
79UNIDADE IV Operações de Importação e Exportação - Panorâmica Tributária, Documental e Operacional
em que se solicita a autorização da nacionalização da mercadoria. Tem o objetivo de uma 
verificação precisa de todos os dados que foram fornecidos previamente pelo importador 
em relação à mercadoria importada, pois, com base nessas informações que são cobrados 
os tributos e taxas de importação.
O regulamento aduaneiro, estudado na unidade anterior, estabelece os tipos de 
documentos e prazos necessários para o despacho da mercadoria e consequentemente 
culmina no desembaraço da mercadoria, feito pela fiscalização. 
Para que o despacho aduaneiro siga um fluxo de tempo razoável é importante 
seguir alguns passos como: 01. Conclusão da Transação Comercial, envio da FATURA 
PROFORMA ou PROFORMA INVOICE; 02. Classificação da Mercadoria (NCM) e des-
crição de acordo com a NCM definida; 03. Verificar se a NCM tem L.I. e se o deferimento 
é antes ou após o embarque; 04. Confirmar com o importador se o Credenciamento no 
RADAR, procuração e Tela RADAR estão ok; 05. Verificar a modalidade de transporte e 
fazer a cotação de frete; 06. Solicitar o seguro internacional provisório; 07. Enviar instrução 
de embarque para o exportador com dados do agente, NCM’s e demais dados a serem 
mencionados nos conhecimentos; 08. Enviar dados do exportador para o agente de carga 
do Brasil enviar para o agente na origem; 09. Solicitar ao exportador a cópia da Invoice 
e Packing para conferência do DRAFT do B/L; 10. Acompanhar o embarque e conferir 
DRAFT do B/L; 11. Fazer Follow up da posição dos processos para o cliente.
Seguindo, temos os passos: 12. Conferência Documental: solicitar ao exportador 
para enviar a cópia dos documentos originais e assinados por e-mail, antes do envio dos 
originais para o Brasil; 13. Solicitação dos documentos originais de importação para desem-
baraço; 14. Acompanhar com o agente de carga e SISCARGA a chegada da mercadoria 
no Brasil; 15. Verificar o local onde será o desembaraço aduaneiro; 16. Verificar se os 
documentos originais chegaram; 17. Solicitar o Seguro Internacional definitivo; 18. Cotar 
o frete do transporte Rodoviário; 19. Fazer a Solicitação de Numerários; 20. Confirmar a 
atracação porto/Aeroporto; 21. Verificar se houve AVARIAS para comunicar a seguradora/
cliente; 22. Pagar taxas e providenciar a liberação do BL/AWB; 23. Providenciar a DTA 
(caso seja remoção para EADI) e ADTA no MAPA para container ou mercadorias que te-
nham deferimento da L.I. pelo MAPA, ANVISA e outros; 24. Providenciar o deferimento da 
L.I. (se houver); 25. Registrar a D.I. e verificar parametrização; 26. Acompanhamento de 
desembaraço junto a Receita Federal; 27. Mercadoria desembaraçada, informar ao cliente; 
28. Providenciar o carregamento; 29. Acompanhar até a entrega no cliente; 30. Separar 
80UNIDADE IV Operações de Importação e Exportação - Panorâmica Tributária, Documental e Operacional
processo no operacional e enviar para o financeiro; 31. Prestação de contas da Operação; 
32. Fim do processo.
Com esses procedimentos provavelmente a mercadoria seguirá o fluxo corretamen-
te de importação. Para melhor entendimento do fluxo e tempo do processo de despacho, 
observe o esquema:
Figura 3 - Fluxo da importação
Fonte: TechImpex (2020).
Figura 4 - Fluxo da Exportação
Fonte: Brasil (2020).
81UNIDADE IV Operações de Importação e Exportação - Panorâmica Tributária, Documental e Operacional
O desembaraço da mercadoria acontece logo após o registro da Declaração de 
Importação (DI) ou de Exportação (DE). No primeiro momento, o desembaraço envolve a 
verificação dos documentos que acompanham a mercadoria, com a finalidade de verificação 
legal dos procedimentos documentais, ou seja, se tem a Invoice (nota fiscal de compra), o 
Packing List (romaneio) e certificações, se for o caso.
O desembaraço aduaneiro pode envolver dois procedimentos: a verificação docu-
mental e a verificação da carga (física). Os documentos necessários para o desembaraço 
e também a verificação física da carga estão estabelecidos no Decreto 6.759/2009, artigo 
553.
Assim que a mercadoria chega ao Brasil, a carga é colocada em uma fila de espera, 
é nesse momento que a aduana verifica junto aos portos e aeroportos a “presença de 
carga”, ou seja, se o peso e dimensões fornecidos na documentação estão corretos. O 
sistema Siscomex é usado para completar o Registo da Mercadoria. Após o Registro da 
mercadoria o próprio sistema emite um documento denominado Declaração de Importação 
(DI). Após esse registro, a carga é parametrizada, para isso, usa-se um sistema de código 
para saber se está tudo correto com a mercadoria a ser nacionalizada. É no momento do 
registro da DI que sãorecolhidos automaticamente os impostos previstos em lei.
Na parametrização da mercadoria a carga pode ser classificada como canal Verde 
(não há análise); canal amarelo (conferência documental), vermelho (conferência docu-
mental e física), e canal cinza (todas as conferências anteriores e também a consulta legal 
dos produtos e também possível auditoria da carga ou na empresa). Nesse último normal-
mente acontece em caso de suspeita de sonegação ou irregularidades na arrecadação do 
imposto. Em resumo temos: 1º -os bens chegam à alfândega nos portos ou aeroportos; 
2º - verificação e registro da mercadoria; 3º - após desembaraço da DI e desembaraçada a 
mercadoria, ela é liberada com o Certificado de Importação (CI) e pode ir para a empresa.
3.1. Documentação Gerada nas Operações de Comércio
Para a importação, conforme regulamento aduaneiro, é necessário: Certificado 
de origem; Packing list ou romaneio; Proforma Invoice; Conhecimento de embarque; 
Licenciamento de Importação (LI), quando necessário; Declaração de importação (DI) e 
Comprovante de Importação (CI)
Já para a exportação são necessários: Fatura Pró-Forma; Nota fiscal; Fatura 
Comercial (Commercial Invoice); Conhecimento ou Certificado de Embarque; Romaneio 
(Packing List) e Certificado de Origem (Certificate of Origin).
82UNIDADE IV Operações de Importação e Exportação - Panorâmica Tributária, Documental e Operacional
3.2. Classificação Fiscal de Produtos
A Receita Federal (RF) ajuda na classificação da mercadoria por meio de consulta 
pública (item a item), mas seria impossível importar se todas as vezes fosse preciso esperar 
a RF classificar para o cliente os produtos, por isso, é de domínio público a lista de NCMs 
dos produtos comuns nas transações de comércio exterior. Mas e os produtos que vão 
surgindo no decorrer do tempo? E os produtos que deixam de existir? Bem, para esses 
casos, a classificação é feita por associação ou aproximação de produtos.
Se fosse necessário classificar um disco voador, por exemplo, não há número de 
NCM para esse produto, mas há um relacionado: 8803.30.00 - Aeronaves e aparelhos 
espaciais e suas partes. Mesmo sendo estabelecidos números para a classificação da 
mercadoria, na prática, é comum os fornecedores enviarem documentos com classifica-
ções distintas, pois, muitas vezes, no país de origem o número não está atualizado ou a 
fiscalização é mais branda quanto à classificação fiscal. A saber, a classificação incorreta, 
para o Brasil, é passiva de multas altíssimas, onerando o importador/exportador; esse 
sistema é adotado desde 1995 pelo Sistema Harmonizado (SH), criado pela OMC e define 
o tratamento administrativo.
Observando o número de classificação do produto, é possível constatar que a 
classificação fiscal é composta por quatro dígitos: 0000 (xxxx). Entretanto, para o Brasil, 
deve-se atentar para a classificação mais específica do produto. No exemplo da caneta, 
seu material constituinte poderia ser de madeira, logo o tratamento administrativo seria 
pelo Ministério da agricultura (MAPA), poderia dar choque (ANVISA), poderia ser banhada 
a ouro, poderia ser de plástico etc. 
Para cada tipo de caneta há uma subclassificação. Há livros específicos e disci-
plinas detalhadas para a classificação da mercadoria, mas, para entender a estrutura da 
classificação que designa o tratamento administrativo de um produto, você pode observar 
a Figura 5.
83UNIDADE IV Operações de Importação e Exportação - Panorâmica Tributária, Documental e Operacional
Figura 5 – Estrutura do NCM
 
Fonte: o autor.
Na estrutura anterior é notório que, dependendo do tipo da caneta, haverá uma 
classificação específica e a classificação incorreta pode gerar multas na importação. Isso 
acontece pelo motivo de que em cada tipo de caneta haverá um custo envolvido, logo, a 
tributação sofrerá variações. A classificação de mercadoria é um trabalho árduo, até mesmo 
para os profissionais do comércio exterior. Alguns produtos possuem também uma defesa 
chamada Antidumping, para tornar o produto concorrente, outras simplesmente podem não 
seguir os padrões nacionais de segurança estabelecidos pelo INMETRO.
Para Assumpção (2007), o controle administrativo nas importações é realizado pelo 
tratamento administrativo, podendo ser consultado no site do MDIC e nele consta se o 
produto pode ser trazido livremente ou se precisa de autorização, ou seja, por meio da 
Licença de Importação (LI) sujeita a anuência de órgãos do governo ou podem ser trazidos 
para o tratamento administrativo já estabelecido na NCM de cada produto.
3.3. Regimes Aduaneiros Especiais e Atípicos
Para entender o que são casos especiais de importação e exportação precisamos 
pensar em algumas situações! Imagine que você é um(a) esportista e competidor(a) em vá-
rias campeonatos de tiro ao alvo. Um dia você é convidado(a) para participar de um evento 
no Brasil. No primeiro momento você fica muito feliz, pois poderá competir em outro país 
e, além disso, pode mostrar seus talentos a todo o mundo, afinal essa é uma competição 
mundial que está acontecendo no Brasil e é transmitida em diversas redes sociais. Você 
tem um agente no Brasil que te ajudará a alugar um hotel e você fica responsável por trazer 
todos os seus instrumentos de competição. Mas, para trazer no avião, deverá despachar 
a mercadoria, pois são muitos instrumentos. Nesse caso, o seu agente aqui no Brasil terá 
84UNIDADE IV Operações de Importação e Exportação - Panorâmica Tributária, Documental e Operacional
que trazer seus pertences temporariamente e depois devolver ao país de origem. Vamos 
observar alguns regimes especiais a seguir.
 
3.3.1. Importação exportação temporária
Nesses casos, a Instrução Normativa (IN) número 1600, de 14 de dezembro de 
2015, irá respaldar que essa mercadoria entre e saia do Brasil de forma adequada e seu 
evento ocorra conforme o planejado. Entretanto, na feira, um investidor gostou muito do 
carro híbrido e agora fez uma proposta irrecusável a você. Ele vai comprar o carro, mas 
legalmente você não fez a importação para revenda e sim para exposição. Bem, nesse 
caso, é possível você fazer a importação definitiva da mercadoria, desde que previsto em 
lei.
Esse exemplo que foi dado é um caso de importação temporária, segundo o site 
da Receita Federal, uma importação temporária é um regime aduaneiro que possibilita a 
entrada de algumas mercadorias no país com uma finalidade específica e com período 
previamente determinado de permanência em território nacional. Para esses casos, os 
impostos ficarão suspensos e o importador terá que assinar um termo de compromisso 
com data prevista de devolução da mercadoria ao país de origem. 
Basicamente, essas exportações são feitas para feiras, exposições, congressos, 
eventos (de caráter científico, comercial, técnico, cultural ou esportivo) que visem a promo-
ção comercial e/ou para o uso individual em exercício temporário de atividade profissional 
de não residente (que não more no país).
Segundo a IN 1600/14, o processo para a importação temporária, por ser uma 
importação especial deve seguir basicamente os seguintes passos: a) pode ser solicitado 
por pessoa física ou jurídica mediante a solicitação; b) o pedido deve ser feito diretamente 
na unidade da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) pelo importador ou seu re-
presentante legal, nesse caso, o despachante; c) assinar o Termo de Responsabilidade em 
que consta multa e penalidades legais se o regime de importação temporária for descum-
prida; d) será realizada uma importação de importação simplificada, ou seja, Declaração 
Simplificada de Importação (DSI) – eletrônica ou em papel; e) caso a mercadoria venha 
junto com o exportador para a feira ou evento, deverá declarar a situação por meio da 
Declaração de Bagagem Acompanhada/Desacompanhada, a Declaração de Importação 
(DI) ou outras documentações solicitadas pela Receita Federal; f) o prazo paraa concessão 
ou indeferimento do regime tem prazo estabelecido de até 30 dias, caso toda a documen-
tação e exigências estiverem corretas na solicitação; g) por fim, a legislação defende que 
85UNIDADE IV Operações de Importação e Exportação - Panorâmica Tributária, Documental e Operacional
a fiscalização pode solicitar vistoria da mercadoria, inclusive no evento para a constatação 
da finalidade da mercadoria.
Caso o interesse secundário da mercadoria também seja para venda, o solicitante 
deve esclarecer nos documentos de importação temporária, alertando que, caso a merca-
doria seja vendida, fará a nacionalização normal do produto; seguindo os procedimentos 
de uma importação para revenda e novo processo administrativo será aberto para a nacio-
nalização da mercadoria.
3.3.2. Importação exportação “triangular” 
Também conhecida como importação por conta e ordem, a importação triangular 
tem respaldo legal e são estabelecidas regras por meio da Instrução Normativa nº 1.861, 
de 27 de dezembro de 2018. Segundo esta IN, nota-se que:
Art. 2º Considera-se operação de importação por conta e ordem de terceiro 
aquela em que a pessoa jurídica importadora é contratada para promover, em 
seu nome, o despacho aduaneiro de importação de mercadoria estrangeira, 
adquirida no exterior por outra pessoa jurídica. § 1º Considera-se adquirente 
de mercadoria estrangeira importada por sua conta e ordem a pessoa ju-
rídica que realiza transação comercial de compra e venda da mercadoria 
no exterior, em seu nome e com recursos próprios, e contrata o importador 
por conta e ordem referido no caput para promover o despacho aduaneiro 
de importação. § 2º O objeto principal da relação jurídica de que trata este 
artigo é a prestação do serviço de promoção do despacho aduaneiro de 
importação, realizada pelo importador por conta e ordem de terceiro a pedido 
do adquirente de mercadoria importada por sua conta e ordem, em razão 
de contrato previamente firmado, que poderá compreender, ainda, outros 
serviços relacionados com a operação de importação, como a realização de 
cotação de preços, a intermediação comercial e o pagamento ao fornecedor 
estrangeiro.
De acordo com a legislação, uma empresa importadora pode ser contratada para 
trazer uma mercadoria, em sua totalidade, para outra empresa no Brasil que não é impor-
tadora. A negociação é simples: o cliente entra em contato com a empresa importadora e 
compra uma carga inteira de determinado produto, entretanto esta empresa compradora, por 
algum motivo, não pode importar diretamente o produto. Então, essa empresa estabelece 
que pagará por toda a importação, inclusive o recolhimento dos impostos, mas o nome do 
importador será o da empresa que tem o know-how ou capacidade de importação junto ao 
RADAR (departamento responsável pelo credenciamento de uma empresa importadora).
Para que a importação por conta e ordem (triangular) aconteça, a empresa contra-
tada como importadora precisa atuar também no seguimento do produto que está sendo 
embarcado. 
86UNIDADE IV Operações de Importação e Exportação - Panorâmica Tributária, Documental e Operacional
3.3.3. EX-tarifário 
O regime de EX-tarifário (ou “exceção tarifária”) é um sistema governamental para 
a estimulação ou desestimulação de importação de determinados produtos. Basicamente 
tem objetivo de rever as questões tributárias de determinados insumos ou máquinas impor-
tadas. 
O EX-tarifário não é imutável, por isso o importador que quer se beneficiar de redu-
ções de tributos deve observar sempre as modificações que são feitas pelo governo. Por 
exemplo, pode ocorrer a isenção tributária na área de determinados medicamentos, com 
o objetivo de suprir o mercado brasileiro com alguma medicação que esteja com falta de 
demanda, entretanto um tempo depois não existe mais essa redução devido à saturação 
de mercado. As últimas portarias revisadas pelo governo foram as de número 309, de 24 
de junho de 2019, e número 324, de 29 de agosto de 2019.
De modo geral, o EX-tarifário consiste na redução por um determinado tempo da 
alíquota do imposto de importação (II) de bens de capital (BK), de informática e telecomuni-
cação (BIT), na Tarifa Externa Comum do Mercosul (TEC) que pode ser encontrado na lista 
de Nomenclatura (NCM), quando não houver a produção nacional equivalente. No ano de 
2019 o Ministério da Economia promoveu a redução a 0% ao amparo do Ex-Tarifário. Caso 
o importador não opte pelo EX-tarifário, as importações de BK têm incidência de 14% de 
Imposto de Importação, e as de BIT, 16%. 
É notório que o regime especial de EX-tarifário ajuda no investimento do país, uma 
vez que o custo da importação fica melhor com o recolhimento do II reduzido. A promoção 
desse regime visa: a) investimento em bens de capital (BK); b) investimento em informática 
e telecomunicação (BIT) – desde que não tenham produção considerável no país; c) ino-
vação e tecnologia; d) estimula a empregabilidade e renda sobre diferentes segmentos da 
economia nacional.
Ainda, algumas máquinas, segundo a legislação, podem ser importadas com o 
benefício do EX-tarifário, uma vez que comprovada que a entrada desse maquinário irá 
produzir produtos inovadores, inéditos ou mesmo a empregabilidade das pessoas. 
Para essa comprovação, o importador pode pedir EX-tarifário excepcional, caso 
não esteja na classificação da mercadoria que aquele produto pode gerar emprego ou 
inovações de mercado. Para isso, o importador precisa passar por um processo rigoroso 
de análise. Já na nova tratativa, as Portarias do Ministério da Economia nº 309, de 24 de 
junho de 2019, e nº 324, de 29 de agosto de 2019 estabelecem as regras para a solicitação 
87UNIDADE IV Operações de Importação e Exportação - Panorâmica Tributária, Documental e Operacional
de análise de EX-tarifário. O prazo para a análise do pedido varia de acordo com a comple-
xidade das características do produto.
Na exportação destaca-se o Drawback, que para Tripoli e Prates (2016, p. 109) é “é 
um regime aduaneiro especial pelo qual se pode suspender ou eliminar tributos incidentes 
sobre certos produtos, como o Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI)”. É um bene-
fício usado principalmente para fabricar artigos destinados à exportação.
3.3.4. Acordos comerciais
Desde 1990 a Confederação Nacional da Indústria (CNI) atua para que o Brasil 
tenha planejamento estratégico na comercialização e a redução de barreiras, em sua maio-
ria a redução tarifária, entre países com relacionamento comercial. Além das reduções 
tarifárias, os acordos estabelecem regras e disciplinas, condições iguais de competição em 
mercados estratégicos, maior participação do Brasil nas cadeias de produção internacional 
e maior acesso ao conhecimento de novas tecnologias.
Tem como objetivos também as reformas domésticas, maior produtividade em es-
cala e redução do custo de produção e, finalmente, a competitividade. Os acordos servem 
para a não discriminação de produtos oriundos do Brasil. Os acordos comerciais recente-
mente analisados pela CNI.
Os acordos mais comuns firmados pelo Brasil são Mercado Comum do Sul (MER-
COSUL), Associação Latino-Americana de Integração (ALADI), Acordo de Livre Comércio 
da América do Norte (NAFTA), Organização dos Países Produtores de Petróleo (OPEP), 
Sistema Geral de Preferências (SGP), Sistema Global de Preferências Comerciais (SGPC). 
Já os acordos comerciais e negociações internacionais são os estabelecidos com a Organi-
zação Mundial do Comércio (OMC), União Europeia (EU), UNCTAD, Área de Livre Comércio 
das Américas (ALCA), Ministério da Economia e o Grupo dos 77. Todos os acordos estão 
disponíveis nos canais eletrônicos e também em legislações específicas. 
Entre os acordos com preferência tarifárias destacamos os de Regimes de Origem, 
Certificado de Origem, Certificado de Origem Digital (COD), ABC das Regras de Origem e 
Pesquisa de Mercado. Caso queira consultar o que prevê cadaum deles, é importante que 
leia os acordos na íntegra. 
Os acordos firmados exclusivamente com países são: Acordo de Sementes entre 
países da ALADI (AG-02), Acordo de Bens Culturais entre países da ALADI (AR-07), Brasil - 
Uruguai (ACE-02), Brasil - Argentina (ACE-14), Mercosul (ACE-18), Mercosul - Chile (ACE-
35), Mercosul - Bolívia (ACE-36), Brasil - México (ACE-53), Mercosul - México (ACE-54), 
88UNIDADE IV Operações de Importação e Exportação - Panorâmica Tributária, Documental e Operacional
Automotivo Mercosul - México (ACE-55), Mercosul - Peru (ACE-58), Mercosul - Colômbia, 
Equador e Venezuela (ACE-59), Brasil/Guiana/São Cristóvão e Névis(AAP.A25TM 38), 
Brasil - Suriname (ACE-41), Brasil - Venezuela (ACE-69), Mercosul - Colômbia (ACE-72), 
Mercosul - Cuba (ACE-62), Mercosul/ Índia, Mercosul/ Israel, Mercosul/ SACU, Mercosul/
Egito, Mercosul/Palestina - AINDA SEM VIGÊNCIA, Acordo de Ampliação Econômico-Co-
mercial Brasil – Peru (AINDA SEM VIGÊNCIA) e Brasil - Paraguai (ACE-74).
Todos os acordos comerciais estão respaldados por regras de ambas as partes, 
por isso, não cabe aqui a análise de cada um deles, mas é importante esclarecer que, em 
caso de importação, os acordos internacionais devem ser consultados para a facilitação 
das negociações e possíveis benefícios tributários.
SAIBA MAIS
 A Receita Federal disponibiliza um site para treinamento do novo processo de importa-
ção (DUIMP). Para acessar é necessário ter um certificado digital, vale a pena conferir. 
Acesse: http://www.siscomex.gov.br/sistema/sistemas-em-treinamento/. 
REFLITA 
“Países que impedem o relacionamento comercial com outros, caminham para o caos 
e causam a morte de centenas de pessoas da própria cidadania, gerando uma grande 
insatisfação interna com outros simpatizantes internacionais” (Helgir Girodo).
89UNIDADE IV Operações de Importação e Exportação - Panorâmica Tributária, Documental e Operacional
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Na última parte de nossos estudos verificamos os tipos de tributos cumulativos e 
não cumulativos, os impostos e taxas incidentes da importação e exportação, além das 
medidas que o governo toma para a manutenção da coleta e vistoria dos impostos. Além 
disso, tratamos também sobre a importância de se verificar quais impostos incidem em 
cada tipo de importação e exportação.
Na sequência, notamos que a modalidade de transporte e o estado em que a 
mercadoria é desembaraçada podem influenciar no custo total da importação e, por isso, 
sempre orientamos consultar a legislação vigente e estado em que se deseja fazer a impor-
tação. Além disso, refletimos sobre o processo de desembaraço das mercadorias e o papel 
do despachante aduaneiro, principalmente na chegada da mercadoria no Brasil. Por fim, 
além das medidas de contribuição e defesa comercial, tratamos também dos importantes 
documentos envolvidos na importação de qualquer produto para ser nacionalizado. Confor-
me as legislações estabelecidas, foi possível entender que o processo de importação, da 
origem ao destino é tomado de detalhes importantes e cada departamento solicitará uma 
documentação específica.
Sugiro que busque conhecer alguma empresa que faz esses processos de despa-
cho aduaneiro e também, quando possível, vá fazer uma visita aos portos e aeroportos que 
têm departamento de importação. Você entenderá que o processo é complexo, mas cheio 
de possibilidades de atuação.
Com este material, muitas vezes o(a) estudante pode se perguntar se realmente 
vale a penas importar mercadorias de outros países. Não tenha dúvidas disso. Seja pela 
falta de mercadoria ou por novidades de mercado, sempre é interessante fazer comércio 
com outros países e, acima de tudo, o custo de produção dos outros países faz com que a 
oferta e demanda seja cada vez mais universal.
Até a próxima.
90UNIDADE IV Operações de Importação e Exportação - Panorâmica Tributária, Documental e Operacional
MATERIAL COMPLEMENTAR
FILME/VÍDEO
Título: A dama de Ferro
Ano produção: 2012 
Duração: 1h 44min
Classificação: 14 anos 
Gênero: Biografia.
Sinopse: Antes de se posicionar e adquirir o status de verdadeira 
dama de ferro na mais alta esfera do poder britânico, Margaret 
Thatcher (Meryl Streep) teve que enfrentar vários preconceitos na 
função de primeira-ministra do Reino Unido em um mundo, até 
então, dominado por homens. Durante a recessão econômica, 
causada pela crise do petróleo no fim da década de 70, a líder 
política tomou medidas impopulares, visando a recuperação do 
comércio do país. Seu grande teste, entretanto, foi quando o Reino 
Unido entrou em conflito com a Argentina na conhecida e polêmica 
Guerra das Malvinas.
LIVRO 
Título: Negociações Internacionais
Autor: Tânia Manzur 
Editora: Saraiva
Sinopse: É fundamental que a preparação de negociadores inter-
nacionais atenda a um rol de exigências que permita alcançar con-
sensos, promover acordos, superar barreiras, sugerir caminhos, 
inovar e empreender. Pensando nisso, este livro, além de apre-
sentar um balanço teórico-conceitual da negociação internacional 
e sugerir técnicas e estratégias para a formação do negociador 
internacional eficiente, também busca contribuir para uma inser-
ção internacional mais eficaz do Brasil a partir da formação de 
negociadores capazes e conscientes de seu papel.
91
REFERÊNCIAS
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doaexportar.gov.br/index.php/operacionalizando-a-exportacao/fluxo-basico-da-exportacao
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1. São Paulo: IOB, 2013.
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IBPEX, 2007.
BALLOU, R. H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos (Planejamento, Organização e Logís-
tica Internacional). 4. ed. Porto Alegre: Bookilometroan, 2007.
BRITO, D. Contrabando aumenta 9,4% e atinge R$2,3 bilhões no ano passado. 2018. Disponí-
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PALÁCIO DO PLANALTO. Decreto nº 6.759, de 5 de fevereiro de 2009. Regulamenta a adminis-
tração das atividades aduaneiras, e a fiscalização, o controle e a tributação das operações de co-
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d6759.htm.
PALÁCIO DO PLANALTO. Decreto nº 7.212, de 15 de junho de 2010. Disposições sobre IPI. Dis-
ponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/decreto/d7212.htm. Acesso 
em: 10 fev. 2020.
PALÁCIO DO PLANALTO. Decreto nº 7.212, de 15 de junho de 2010. Disposições sobre IPI. Dis-
ponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/decreto/d7212.htm.
PALÁCIO DO PLANALTO. Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972. Dispõe sobre o processo 
administrativo fiscal e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
decreto/D70235cons.htm.
PALÁCIO DO PLANALTO. Decreto-Lei nº 1.455, de 7 de abril de 1976. Dispõe sobre bagagem de 
passageiro procedente do exterior, disciplina o regime de entreposto aduaneiro, estabelece normas 
sobre mercadorias estrangeiras apreendidas e dá outras providências. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del1455.htm.
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nível em: http://www.portaltributario.com.br/tributos/impostodeexportacao.htm
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Franca de Manaus. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del0288.htm.
PALÁCIO DO PLANALTO. Decreto-Lei nº 37, de 18 de novembro de 1966. Dispõe sobre o impos-
to de importação, reorganiza os serviços aduaneiros e dá outras providências. Disponível em: http://
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PALÁCIO DO PLANALTO. Lei 9.019, de 30 de março de 1995. Decreto nº 1.751, de 19 de de-
zembro de 1995. Disposições sobre medidas e subsídios. Disponível em: http://www.mdic.gov.br/
index.php/comercio-exterior/defesa-comercial/205-defesa-comercial-2/o-que-e-defesa-comercial/
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sobre COFINS. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp70.htm. Acesso 
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93
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mulatividade na cobrança da contribuição para os Programas de Integração Social (PIS) e de For-
mação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep), nos casos que especifica; sobre o pagamento 
e o parcelamento de débitos tributários federais, a compensação de créditos fiscais, a declaração 
de inaptidão de inscrição de pessoas jurídicas, a legislação aduaneira, e dá outras providências. 
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PALÁCIO DO PLANALTO. Lei nº 3.244, de 14 de agosto de 1957. Disposições sobre II. Disponível 
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Disponível em: http://www.fazenda.pr.gov.br/arquivos/File/Legislacao/RICMS2017.pdf. Acesso em: 
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tabelece procedimentos especiais de controle, na importação ou na exportação de bens e mercado-
rias, diante de suspeita de irregularidade punível com a pena de perdimento. Disponível em: http://
normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=16141#129663.
RECEITA FEDERAL DO BRASIL. Instrução Normativa RFB nº 1600, de 14 de dezembro de 
2015. Dispõe sobre a aplicação dos regimes aduaneiros especiais de admissão temporária e de 
exportação temporária. Disponível em: http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.ac-
tion?idAto=70297&visao=anotado
94UNIDADE IV Operações de Importação e Exportação - Panorâmica Tributária, Documental e Operacional
RECEITA FEDERAL DO BRASIL. Instrução Normativa SRF nº 680, de 02 de outubro de 2006. 
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br/sijut2consulta/link.action?idAto=15618.
RECEITA FEDERAL DO BRASIL. Instrução Normativa SRF nº 98, de 29 de dezembro de 1997. 
Disposições sobre recolhimento. Disponível em: http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consul-
ta/link.action?visao=anotado&idAto=15618#123476. Acesso em: 10 mar. 2020.
RECEITA FEDERAL DO BRASIL. Lei nº 10.336, de 19 de dezembro de 2001. Institui Contribuição 
de Intervenção no Domínio Econômico incidente sobre a importação e a comercialização de petró-
leo e seus derivados, gás natural e seus derivados, e álcool etílico combustível (Cide), e dá outras 
providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10336.htm. 
RECEITA FEDERAL DO BRASIL.Portaria nº 309, de 24 de junho de 2019, e nº 324, de 29 de 
agosto de 2019. Estabelece regras procedimentais para análise de pedidos de redução temporária 
e excepcional da alíquota do Imposto de Importação para bens de capital - BK e bens de informática 
e telecomunicações - BIT sem produção nacional equivalente, por meio de regime de Ex-tarifário. 
Disponível em: http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idA-
to=101914
RECEITA FEDERAL. Multas na Importação. 2020. Disponível em: http://receita.economia.gov.br/
orientacao/aduaneira/manuais/despacho-de-importacao/topicos-1/infracoes-e-penalidades/multas-
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RECEITA FEDERAL. Proibições e Restrições. Disponível em: http://receita.economia.gov.br/
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TRIPOLI, A. C. K.; PRATES, R. C. Comércio Internacional: Teoria e Prática. Curitiba: Intersaberes, 
2016.
95
CONCLUSÃO
Prezado(a) aluno(a),
Neste estudo foi exposto a você os principais conceitos sobre Legislação Aduaneira 
e Tributária. Para tanto, iniciamos o nosso material com os conceitos teóricos que envolvem 
legislação e a base legal, ficando claro a você que a legislação e os processos aduaneiros são 
mutáveis, ou seja, devem ser pesquisados toda vez que necessário, pois trata-se de muito 
respaldo por meio de legislações e podem mudar dependendo do mercado interno e externo.
Destacamos, principalmente na terceira unidade, questões relativas às penalidades 
aduaneiras e os processos que mais dão equívocos na importação e exportação. Escla-
recemos também alguns procedimentos internos e externos das aduanas. Neste material 
você pode ver a diferença fiscal entre os tributos e taxas, assim como o papel da alfândega 
e da aduana brasileira. Você pode observar que, ainda que moroso, o sistema brasileiro de 
legislação aduaneira é bem rígido e cheio de regras e procedimentos bem concisos.
Ao pensar em legislação tributária e aduaneira você precisa lembrar que tratamos da 
fundamentação teórica, ou seja, a base legal para cada processo e situação. Hoje, quem faz 
a análise e previsão de possíveis multas e complicações é o despachante aduaneiro, logo, 
com essas empresas estão os profissionais mais atualizados no mercado de trabalho sobre a 
legislação. Caso você tenha oportunidade, converse com um profissional desta área.
Por fim, quero respaldar nossa pesquisa em fatores práticos. O que isso quer dizer? 
Tente pensar em um processo de importação de um produto e depois vá até a base legal 
e faça a classificação deste produto. Em seguida, veja as possíveis multas e complicações 
que você possa ter na importação ou exportação. Saiba que você é quem dará respaldo 
para as empresas importadoras e exportadoras. 
Espero que você esteja preparado(a) para atuar no mercado de trabalho. Afirmo 
que a área da gestão é pautada por experiências, logo, faça testes, converse com seus 
parceiros de estudo e compartilhe informações. 
Nosso desejo é que possamos nos encontrar em breve!
Até uma próxima oportunidade. Muito Obrigado!
	Legislação Aduaneira e Tributária (UniFatecie).pdf
	UNIDADE I
	Fundamentos da Legislação
	UNIDADE II
	Franquias Territoriais
	UNIDADE III
	Sujeição Passiva dos Impostos de Importação e de Exportação
	UNIDADE IV
	Operações de Importação e Exportação - Panorâmica Tributária, Documental e Operacional

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