Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DIREITO EMPRESARIAL 6ª Aula Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade. Ocorre através do preechimento de uma declaração “requerimento de empresário”. A Jucemg já disponibiliza formulário eletrônico no módulo integrador. No site da Jucemg (http://www.jucemg.mg.gov.br/) encontramos os passos para realização da inscrição: 1) Consulta de viabilidade: Neste passo o requerente submete a pretensão de sua firma ao registro empresarial, no qual pode ser deferido ou indeferido. Uma vez deferido, passa-se ao passo seguinte; 2) Cadastro Sincronizado: Visa dar entrada na DBE – Documento Básico de Entrada perante o CadSinc da Receita Federal (https://www16.receita.fazenda.gov.br/CadSinc/) para o futuro recebimento do CNPJ 3) Módulo Integrador: Preenchimento do Requerimento de Empresário; 4) Apresentação de documentação: pagamento do preço através de DAE (ME: R$104,00; EPP: R$106,00; Normal: R$109,00), capa e demais documentos. A INSCRIÇÃO DO EMPRESÁRIO NATUREZA DECLARATÓRIA DA INSCRIÇÃO. “O empresário (…) é empresário por exercer atividade econômica organizada, e não por estar inscrito” (GONÇALVES NETO, 2008, p. 74). Enunciados aprovados na Jornada de Direito Civil do Conselho da Justiça Federal: Enunciado n.º 198. Art. 967: A inscrição do empresário na Junta Comercial não é requisito para a sua caracterização, admitindo-se o exercício da empresa sem tal providência. O empresário irregular reúne os requisitos do art. 966, sujeitando-se às normas do Código Civil e da legislação comercial, salvo naquilo em que forem incompatíveis com a sua condição ou diante de expressa disposição em contrário. Enunciado n.º 199. Art. 967: A inscrição do empresário ou sociedade empresária é requisito delineador de sua regularidade, e não de sua caracterização. A INSCRIÇÃO DO EMPRESÁRIO Código Comercial. Art. 4º - Ninguém é reputado comerciante para efeito de gozar da proteção que este Código liberaliza em favor do comércio, sem que se tenha matriculado em algum dos Tribunais do Comércio do Império, e faça da mercancia profissão habitual (artigo nº 9). O dispositivo acima do Código Comercial, revogado, atribuía a condição de comerciante àquele que fosse regular. Distinção de figuras afins (matrícula). “A inscrição não é a restauração da antiga matrícula, prevista no art. 4º do Código Comercial e, então, constitutiva da qualidade de comerciante, que for aa posteriormente abandonada e atualmente resta restrita a algumas categorias de empresários” (GONÇALVES NETO, 2008, p. 75). A INSCRIÇÃO DO EMPRESÁRIO CNPJ não é atributo de personalidade jurídica! “Essa inscrição não se confunde com o registro das pessoas jurídicas, entre as quais se destacam, para este estudo, as sociedades empresariais; dessa forma a inscrição do empresário individual, embora assinale a existência de uma empresa, não assinala a existência de outra pessoa (e, via de consequência, de uma personalidade). O empresário é a pessoa natural e, vice versa, a pessoa natural é o empresário; distinto, portanto, do que se passa com o registro de sociedade mercantil, pois há nesse ato a criação de outra pessoa: a pessoa jurídica, distinta da pessoa dos sócios.” (MAMED, 2007, p. 84). A INSCRIÇÃO DO EMPRESÁRIO Art. 968. A inscrição do empresário far-se-á mediante requerimento que contenha: I - o seu nome, nacionalidade, domicílio, estado civil e, se casado, o regime de bens; II - a firma, com a respectiva assinatura autógrafa; III - o capital; IV - o objeto e a sede da empresa. FORMAÇÃO DO NOME EMPRESARIAL DO EMPRESÁRIO INDIVIDUAL. “o nome que irá utilizar no negócio para se identificar e se dinstinguir de outros empresários (a firma individual, com sua assinatura de próprio punho)”. (GONÇALVES NETO, 2008, p. 76). A INSCRIÇÃO DO EMPRESÁRIO FORMAÇÃO DO NOME EMPRESARIAL DO EMPRESÁRIO INDIVIDUAL. Deve-se indicar o nome completo ou abreviado do empresário. Não pode ser abreviado o último sobrenome, nem ser excluído qualquer dos componentes do nome. Não constituem sobrenome e não podem ser abreviados: FILHO, JÚNIOR, NETO, SOBRINHO etc., que indicam uma ordem ou relação de parentesco. Havendo nome igual já registrado, o empresário deverá aditar ao nome escolhido designação mais precisa de sua pessoa ou gênero de negócio que o diferencie do outro já existente. Exemplos de nome empresarial do empresário individual: José Carlos da Silva Filho, ou J. Carlos da Silva Filho, ou José C. da Silva Filho, ou José Carlos da Silva Filho Mercearia. A INSCRIÇÃO DO EMPRESÁRIO ASSINATURAS: 1) O empresário que adotar como nome empresarial o seu nome completo (sem abreviatura): Ex.: José Carlos da Silva. No campo “Assinatura da firma pelo empresário” deverá assinar igual ao nome empresarial adotado. No campo “Assinatura do empresário” deverá assinar igual ao documento de identificação apresentado. 2) O empresário que adotar como nome empresarial o seu nome com abreviatura: Ex.: J. C. da Silva No campo “Assinatura da firma pelo empresário” deverá assinar igual ao nome empresarial adotado. No campo “Assinatura do empresário” deverá assinar igual ao documento de identificação apresentado. A INSCRIÇÃO DO EMPRESÁRIO ASSINATURAS: 3) O empresário que adotar como nome empresarial o seu nome (com ou sem abreviatura) acrescentando aditivo: Ex.: José Carlos da Silva Mercearia ou J.C. da Silva Mercearia No campo “Assinatura da firma pelo empresário” deverá assinar igual ao nome empresarial adotado. No campo “Assinatura do empresário” deverá assinar igual ao documento de identificação apresentado. Observação: no caso de empresas enquadradas como ME ou EPP, o nome empresarial e a assinatura da firma pelo empresário deverão ser seguidos das expressões ME ou EPP de acordo com o enquadramento. A INSCRIÇÃO DO EMPRESÁRIO ONDE LANÇAR O NOME EMPRESARIAL (FIRMA) E A ASSINATURA AUTÓGRAFA NO FORMULÁRIO DE REQUERIMENTO CAPITAL O capital é meramente referencial. “É que para fins de responsabilização pessoal, responde o empreesário com todo o seu patrimônio, sem qualquer distinção entre aquele afetado ao exercício de sua atividade profissional e o que reserva para seu desfrute pessoal, ressalvadas as exclusões legais (como os bens absolutamente impenhoráveis), pouco importando as fontes de suas obrigações”. (GONÇALVES NETO, 2008, p. 77). Não há patrimônio de afetação. A INSCRIÇÃO DO EMPRESÁRIO Art. 968, § 1º Com as indicações estabelecidas neste artigo, a inscrição será tomada por termo no livro próprio do Registro Público de Empresas Mercantis, e obedecerá a número de ordem contínuo para todos os empresários inscritos. O requerimento recebe um NIRE - Número de Identificação do Registro de Empresas, que é o registro do empresário junto à Junta Comercial. Lei n.º 8.934/94, Art. 2º Os atos das firmas mercantis individuais e das sociedades mercantis serão arquivados no Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins, independentemente de seu objeto, salvo as exceções previstas em lei. Parágrafo único. Fica instituído o Número de Identificação do Registro de Empresas (NIRE), o qual será atribuído a todo ato constitutivo de empresa, devendo ser compatibilizado com os números adotados pelos demais cadastros federais, na forma de regulamentação do Poder Executivo. A INSCRIÇÃO DO EMPRESÁRIO Art. 968, § 2º À margem da inscrição, e com as mesmas formalidades, serão averbadas quaisquer modificações nela ocorrentes. A terminologiado Código Civil – “averbadas” – deve estar em consonância com a Lei n.º 8.934/94 (art. 32, II) ao dispor sobre “arquivamento”. São exemplos: Criação de filiais (CC, art. 969); Revogação de autorização judicial ao incapaz (CC, art. 976); Divórcio (CC, art. 980); Negócios sobre o estabelecimento (CC, art. 1.144); Modificação, acréscimo ou supressão de objeto; Modificação do capital; Modificação de status (nome, estado civil, endereço). A INSCRIÇÃO DO EMPRESÁRIO Art. 968, § 3º Caso venha a admitir sócios, o empresário individual poderá solicitar ao Registro Público de Empresas Mercantis a transformação de seu registro de empresário para registro de sociedade empresária, observado, no que couber, o disposto nos arts. 1.113 a 1.115 deste Código. Na Jornada de Direito Civil do Conselho da Justiça Federal restou permanecido o entendimento de que a “transformação de registro” é figura diferente da “transformação de pessoa jurídica”: Enunciado n.º 465. Arts. 968, § 3º, e 1.033, parágrafo único: A “transformação de registro” prevista no art. 968, § 3º, e no art. 1.033, parágrafo único, do Código Civil não se confunde com a figura da transformação de pessoa jurídica. A INSCRIÇÃO DO EMPRESÁRIO Art. 968, § 4º O processo de abertura, registro, alteração e baixa do microempreendedor individual de que trata o art. 18-A da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, bem como qualquer exigência para o início de seu funcionamento deverão ter trâmite especial e simplificado, preferentemente eletrônico, opcional para o empreendedor, na forma a ser disciplinada pelo Comitê para Gestão da Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios - CGSIM, de que trata o inciso III do art. 2º da mesma Lei. Basta acessar http://www.portaldoempreendedor.gov.br/ A INSCRIÇÃO DO EMPRESÁRIO INSCRIÇÃO DO EMPRESÁRIO Art. 968, § 5º Para fins do disposto no § 4º, poderão ser dispensados o uso da firma, com a respectiva assinatura autógrafa, o capital, requerimentos, demais assinaturas, informações relativas à nacionalidade, estado civil e regime de bens, bem como remessa de documentos, na forma estabelecida pelo CGSIM. A INSCRIÇÃO DO EMPRESÁRIO Art. 969. O empresário que instituir sucursal, filial ou agência, em lugar sujeito à jurisdição de outro Registro Público de Empresas Mercantis, neste deverá também inscrevê-la, com a prova da inscrição originária. Parágrafo único. Em qualquer caso, a constituição do estabelecimento secundário deverá ser averbada no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede. A INSCRIÇÃO DO EMPRESÁRIO “Do ponto de vista legal, sucursal, filial e agência são expressões sinônimas” (GONÇALVES NETO, 2008, p. 78). É conceito econômico-contábil: Para Denis Silveira Szarkow (21/08/2012) “agência, revela-se à outorga de uma representação, através de mandatário, que se diz agente. Quanto a filial é o estabelecimento que opera sob direta orientação da matriz, que lhe dirige os negócios, autorizando-os e os aprovando. Possui relativa autonomia”. E quanto a sucursal se mostra organização mais ampla. Embora ligada à matriz, sendo obrigada a acompanha-la nos mesmos objetivos, em geral é mantida com certa autonomia, possuindo uma direção, a que se atribui a faculdade de decidir e operar com maior liberdade. (Fonte: http://www.pompermaier.com.br/novidades_artigos_detalhe.php?i d=485. Acesso em 21/02/2014). A INSCRIÇÃO DO EMPRESÁRIO Art. 970. A lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e simplificado ao empresário rural e ao pequeno empresário, quanto à inscrição e aos efeitos daí decorrentes. Vide Lei Complementar n.º 123, de 14 de dezembro de 2006. Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro. “Ao optar, ele passa a ser, a partir daí, empresário e a subsumir ao regime jurídico próprio do empresário. Por isso, a natureza constitutiva da inscrição: ela implica modificação no status pessoal do optante, submetendo-o a novas regras definidoras de obrigações e direitos no exercício de sua empresa, diversas daquelas a que antes se subsumia” (GONÇALVES NETO, 2008, p. 85). A INSCRIÇÃO DO EMPRESÁRIO BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Conselho da Justiça Federal. Enunciados da Jornada de Direito Civil. http://www.cjf.jus.br/cjf/CEJ- Coedi/jornadas-cej/enunciados-aprovados-da-i-iii-iv-e-v-jornada-de- direito-civil/jornadas-de-direito-civil-enunciados-aprovados. Acesso em 20 fev. 2014. COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito comercial. 16ª ed. Vol. I. São Paulo: Saraiva, 2012. ________. Manual de direito comercial. 15ª ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2004. GONÇALVES NETO, Alfredo de Assis. Direito de empresa: comentários aos artigos 966 a 1.195 do Código Civil. 2ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008. GONTIJO, Vinicius José Marques. O empresário no código civil brasileiro. v. 94, p. 17-36, jan-mar. RJTAMG: Belo Horizonte, 2004. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MAMEDE, Gladston. Empresa e atuação empresarial: direito empresarial brasileiro. 2. ed. v.1. São Paulo: Atlas, 2007. MARTINS, Fran. Curso de direito comercial. 34ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2011. NEGRÃO, Ricardo. Manual de direito comercial e de empresa. 3ª ed. vol. 3. São Paulo: Editora Saraiva, 2003. RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Direito empresarial esquematizado. São Paulo: Método, 2011. TOMAZETTE, Marlon. Curso de direito empresarial. 2ª ed. Vol 1. São Paulo: Atlas, 2009. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Compartilhar