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1 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 2 
2 BOTÂNICA .......................................................................................................... 3 
2.1 Taxonomia e sistemática vegetal .................................................................... 7 
2.2 Nomenclatura Botânica ................................................................................... 11 
3 FISIOLOGIA VEGETAL......................................................................................15 
3.1 Célula vegetal .................................................................................................. 21 
3.2 Fisiologia dos estômatos ................................................................................. 30 
4 MORFOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO VEGETA.................................................32 
4.1 Classificação das plantas ................................................................................ 34 
5 ANATOMIA VEGETAL.......................................................................................42 
5.1 Anatomia ecológica e fisiológica ..................................................................... 46 
6 NUTRIÇÃO DAS PLANTAS...............................................................................47 
7 IMPORTÂNCIA DA ÁGUA NA PLANTA...........................................................50 
7.1 Relação solo x água x planta x atmosfera ....................................................... 52 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 54 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno, 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que 
lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
3 
 
2 BOTÂNICA 
 
Fonte: shre.ink/mXch 
Botânica é a ciência que estuda as plantas. A palavra botânica vem do grego 
botané, que significa "planta". Este vasto domínio inclui todo o reino vegetal, de várias 
organizações, das simples como Briófitas e Pteridófitas, as mais complexa como 
Gimnospermas e Angiospermas (MINHOTO, 2002). 
As plantas fazem parte do cotidiano das pessoas de forma direta através, 
sobretudo, da alimentação ou devido à liberação de oxigênio na atmosfera, permitindo 
a sobrevivência dos seres vivos no planeta Terra, ou indireta, como no uso de 
fármacos extraídos de vegetais (EVERT; EICHORN, 2014). 
As plantas são seres eucariotas, pluricelulares, autotróficos e produtores. Em 
contrapartida, o sistema de Whittaker não expressa qualquer tipo de relação evolutiva: 
O alface-do-mar (Ulva lactuca) é uma planta, a alga-verde outra alga fotossintética 
unicelular evolutivamente próxima da alface-do-mar é um protista. 
As plantas são eucariotas (domínio Eukaryota), um dos três domínios (super-
reinos) da vida celular definidos por Carl Woese et al. (1990). Embora a origem dos 
eucariotas permaneça um enigma, e seja um dos maiores desafios da biologia 
evolutiva atual (LANE, 2015), as relações filogenéticas entre os grandes grupos de 
eucariotas estão a convergir num consenso, entretanto incorporado nos sistemas de 
classificação de grandes grupos mais atuais. 
O sistema de classificação de Adl et al. (2012) reconhece cinco super grupos 
de eucariotas: Opisthokonta, Amoebozoa, Excavata, SAR e Archaeplastida. Grosso 
 
 
 
 
4 
 
modo, os Opisthokonta incluem, entre outros seres, os fungos (Fungi) e animais 
(Metazoa); as Amoebozoa e as Excavata reúnem em essencial, seres unicelulares; 
os Oomicetas (Peronosporomycetes = Oomycetes), as algas-castanhas 
(Phaeophyceae) e as diatomáceas (Diatomea = Bacillariophyta) são os grupos de 
SAR mais conhecidos. As plantas encontram-se nas Archaeplastida. 
Na bibliografia atual, o nome Plantae, nem sempre com a categoria de reino, é 
aplicado a um agregado constituído pelas plantas-terrestres e um conjunto variável de 
linhagens de algas. Outros autores tendem a restringir o conceito às plantas-
terrestres. 
Neste contexto, assume-se a taxonomia do Tree of Life: Plantae = glaucófitos 
(Glaucophyta) + algas-vermelhas (Rodophyta) + plantas-verdes. O nome Plantae é 
equívoco porque desde a fundação da moderna nomenclatura biológica por Carlos 
Lineu, nos meados do séc. XVIII, foi usado com demasiados sentidos. A solução mais 
parcimoniosa para este inconveniente talvez fosse substituí-lo pelo nome 
Archaeplastida, sem concretizar a categoria taxonômica (ADL et al., 2012), traduzido 
para vernáculo por linhagem-verde (green lineage) ou simplesmente por plantas 
(Figura 1). Um dos três grandes grupos de plantas, as chamadas plantas-verdes, 
repartem-se por duas grandes linhagens (LELIAERT et al., 2012): 
• Plantas-verdes (Viridiplantae; green plants) = Chlorophyta + Streptophyta. As 
Streptophyta são constituídas por um grupo de ‘algas-verdes’, as Charophyta, mais 
as plantas-terrestres, seus descendentes diretos. Então: 
• Estreptófitos (streptophytes) = carófitos + plantas terrestres. 
As plantas-terrestres abrangem três grandes grupos (Figura 2): 
• Plantas-terrestres (embriófitos ou Embryopsida; terrestrial plants ou 
embryophytes) = briófitos + pteridófitos + plantas-com-semente. 
• Briófitos (bryophytes) = hepáticas (hepatics ou liverworts) + antóceros 
(hornworts) + musgos (mosses); 
• Pteridófitos (pteridophytes) = licófitos (lycophytes ou lycopods) + fetos (ferns); 
• Plantas-com-semente (seed plants) = angiospérmicas (= plantas-com-flor; 
flowering plants ou angiosperms) + gimnospérmicas (gymnosperms). 
Figura 1. Relações evolutivas entre os grupos basais de plantas. 
 
 
 
 
 
5 
 
 
Fonte: shre.ink/mzBn 
As aspas simples assinalam os grupos parafiléticos. Nota bene (N.b.): algas-
verdes são um grupo parafilético porque não incluem todos os descendentes de um 
ancestral comum (excluem as plantas-terrestres). 
Figura 2. Relações evolutivas entre os grandes grupos de plantas-terrestres. 
 
 
 
 
 
6 
 
 
Fonte: AGUIAR (2018) 
A) Filogenia baseada em Liu et al. (2014) para os ‘briófitos’, Testo e Sundue 
(2016) e Schuettpelz et al. (2016) para os fetos, Ran et al. (2018) para as 
gimnospérmicas e Ruhfel et al. (2014) para as angiospérmicas; B) Conocephalum 
conicum (Conocephalaceae, Marchantiidae). C) Bryum dichotomum (Bryaceae, 
Bryidae). D) Phaeocerus sp. (Notothyladaceae, Anthocerotidae). E) Huperzia dentata 
(Huperziaceae, Lycopodiidae). F) Equisetum telmatea (Equisetaceae, Equisetidae). 
G) Botrychium lunaria (Ophioglossaceae, Ophioglossidae). H) Marattia laevis 
(Marattiaceae, Marattiidae). I) Culcita macrocarpa (Culcitaceae, Polypodiidae). J) 
Cycas revoluta (Cycadaceae, Cydadidae). K) Ginkgo biloba (Ginkgoaceae, 
Ginkgoidae). L) Metasequoia glyptostroboides (Cupressaceae, Cupressidae). M) Larix 
decidua (Pinaceae, Pinidae). N) Ephedra fragilis (Ephedraceae, Gnetidae). O) 
Agapanthus africanus (Amaryllidaceae, Magnoliidae). P) Lophira lanceolata 
(Ochnaceae, Magnoliidae). 
 
 
 
 
7 
 
2.1 Taxonomiacomum, 
encontrar espécies no ambiente terrestre úmido (MIRA, 2022). 
O fitoplâncton é uma comunidade flutuante formada por uma variedade de 
microalgas, essencial para a liberação de oxigênio na atmosfera, além da produção 
de alimentos orgânicos. É considerado a base das cadeias alimentares aquáticas 
porque serve de alimento para os animais marinhos. 
Por outro lado, temos o fitobentos, que é aquela comunidade de algas que fica 
presa no fundo do mar ou em rochas em regiões de águas mais profundas. Em geral, 
as algas que os compõem são macroscópicas. 
Reprodução das algas 
As algas podem ter um ciclo de vida sexuado, caracterizado pela reprodução 
sexuada, que garante a variabilidade genética, ou um ciclo de vida assexuado, quando 
o organismo se reproduz assexuadamente e produz descendentes idênticos (sem 
variação genética). A reprodução assexuada pode apresentar variações quando 
analisada em algas unicelulares ou multicelulares. 
Algas unicelulares: A reprodução é assexuada e ocorre por divisão binária, 
onde uma célula se divide dando origem a outras duas geneticamente idênticas. 
Algas multicelulares: Produzem estruturas especializadas ao se reproduzir, 
mesmo que seja assexuado. Essas estruturas são responsáveis pela formação de 
 
 
 
 
37 
 
células flageladas, chamadas zoósporos, que são liberadas no ambiente e em 
condições favoráveis desenvolvem novos indivíduos idênticos. Este tipo de 
reprodução é chamado zoosporia. 
Outra forma de reprodução assexuada em algas multicelulares é a 
fragmentação, quando um talo adulto se separa de uma alga para formar um novo 
indivíduo idêntico ao organismo original. A reprodução sexuada também pode variar 
de um indivíduo unicelular a um indivíduo multicelular: 
Algas unicelulares: A reprodução sexuada pode ocorrer através da fusão de 
dois indivíduos adultos haplóides (n), trocando assim seus materiais genéticos e 
gerando um indivíduo diplóide (2n), chamado de zigoto, que, quando envolvido por 
um envoltório específico, é conhecido como zigósporo. Após a formação do zigósporo 
diplóide (2n), a célula passa pela ação de divisão meiótica, gerando assim quatro 
indivíduos haplóides (n) idênticos (MIRA, 2022). 
Algas multicelulares: A reprodução sexuada ocorre pelo meio do processo de 
alternância de geração. Nesse processo, o indivíduo pode apresentar um esporófito 
diplóide (2n) que, no talo da alga (estrutura semelhante ao caule), formam, através de 
divisões meióticas, estruturas flageladas especializadas em reprodução, nomeados 
de esporos, que são haplóides (n). Os esporos irão se movimentar no meio em que a 
alga se encontra até encontrarem condições favoráveis para se desenvolverem em 
gametófitos haplóides (n). Os gametófitos irão formar, através de divisões mitóticas, 
células chamadas de gametas, que são haplóides (n) e flageladas. Dois gametas 
haplóides podem se fundir e gerar uma nova célula, chamada de zigoto e que é 
diplóide (2n). Esse zigoto pode se desenvolver, gerando um esporófito diplóide (2n) e 
reiniciando o ciclo. 
Briófitas 
Briófitas é um grupo de organismos do reino vegetal (Plantae). Eles são 
considerados os primeiros organismos vegetais a colonizar o ambiente terrestre. Eles 
são, portanto, descendentes diretos de algas verdes e são pequenos em tamanho. 
Embora sejam os primeiros indivíduos a aparecer no ambiente terrestre, as 
briófitas são muito dependentes da água para o transporte de nutrientes e para a 
reprodução. Portanto, eles são mais comumente encontrados em ambientes úmidos, 
perto de água doce e em locais sombreados. 
 
 
 
 
38 
 
A principal característica dos musgos é a ausência de vasos condutores, ou 
seja, são plantas avasculares. Além disso, como as pteridófitas, elas também não 
possuem sementes. 
Os musgos são divididos em três grupos, sendo os musgos os mais comuns 
(MIRA, 2022): Marchantiophyta: hepáticas; Anthrocerotophyta: antoceros; Bryophyta 
sensu stricto: musgos. 
As briófitas são organismos pequenos, eucarióticos, multicelulares e 
fotossintéticos. Essas plantas não possuem vasos transportadores de seiva, razão 
pela qual são chamadas de plantas avasculares. Os vasos condutores transportam, 
com eficiência, água e nutrientes para as demais partes da planta, portanto, sem a 
presença desses vasos, como é o caso dos musgos, a planta absorve os hidratos e 
absorve os nutrientes mais lentamente por difusão. 
Por causa do transporte mais lento de água e nutrientes, o tamanho dos 
indivíduos é afetado. Assim, os musgos são geralmente plantas pequenas, não mais 
do que alguns centímetros de comprimento. Os indivíduos pertencentes a este grupo 
podem ser talos ou folhas. Os briófitos talosos não possuem o gametófito diferenciado 
na raiz, caule e folha. Os musgos frondosos, por sua vez, possuem um corpo 
diferenciado em raiz, caule e folha. 
No entanto, essas estruturas não são consideradas verdadeiras, pois são 
avasculares e ocorrem no estágio gametófito. Portanto, as estruturas semelhantes a 
folhas são chamadas de filídios, e as estruturas semelhantes a caule são caulídios. 
As briófitas são plantas que não possuem sementes, flores, nem frutos, características 
que surgem apenas nos grupos vegetais de gimnospermas (sementes) e 
angiospermas (flores e frutos). 
As briófitas são geralmente dioicas, o que significa que existem plantas 
masculinas e femininas. A reprodução também depende da água, distinguindo-se 
duas fases: o gametófito, indivíduo(s) haplóide(s) que produz gametas; e o esporófito, 
um indivíduo diplóide (2n) produtor de esporos. O esporófito só aparece após a 
fertilização. Nos musgos, o gametófito é a fase dominante no ciclo de vida. Nos demais 
grupos de plantas (pteridófitas, gimnospermas e angiospermas), a fase dominante é 
o esporófito (MIRA, 2022). 
 
 
 
 
39 
 
Além disso, o gametófito dos musgos é uma estrutura mais complexa que o 
esporófito. E se compararmos com os outros grupos, vemos que acontece o contrário: 
o gametófito costuma ser a estrutura mais simples. 
Estrutura das briófitas 
São consideradas as plantas mais primitivas e ainda carecem de estruturas 
características como raízes, caules e folhas. No entanto, eles têm componentes de 
estruturas semelhantes, como rizóides, Caulóide e filódios (MIRA, 2022): 
Rizóides: Estruturas responsáveis pela fixação da planta no ambiente, com 
função absortiva limitada; 
Caulóide: Semelhante ao caule de plantas mais complexas, esta estrutura 
sustenta o organismo e dela derivam os filódios; 
Filóides: Estruturas de clorofila, responsáveis pela fotossíntese, com função 
semelhante às folhas em outras partes das plantas. 
Do caulóide também pode brotar uma projeção chamada haste. Em sua 
extremidade, contém a cápsula, estrutura na qual se formam os esporos associados 
à reprodução da planta. Esta região do caule e da cápsula também é conhecida como 
esporófito. O esporófito é a fase diplóide dos musgos e só aparece após a fertilização. 
Como uma adaptação à vida na terra, os musgos têm uma camada protetora 
na epiderme chamada cutícula. Esta cutícula protege os seres humanos, evitando a 
perda de água por evaporação. 
Reprodução 
As briófitas podem se reproduzir assexuadamente dependendo da espécie. 
Essa reprodução assexuada é chamada de fragmentação, na qual partes de um 
indivíduo que são separadas dele formam novos indivíduos sem variação genética. 
Outras espécies podem se reproduzir por meio de estruturas chamadas vasos 
especializados. Estes são transportados pela água e formam novos indivíduos quando 
se instalam em outro lugar. 
 
 
 
 
 
40 
 
 
Fonte: shre.ink/mXV2 
A reprodução sexuada dos musgos é caracterizada pela união da célula 
germinativa masculina com a célula germinativa feminina, e o uso da água como um 
meio de transporte. 
Após a fertilização (o encontro desses gametas), forma-se um zigoto (2n), que 
produz esporos (n) após divisões meióticas. Quando liberados no ambiente,os 
esporos germinam e formam novos indivíduos. O processo é melhor explicado através 
do ciclo de vida dos musgos. Esse modo de reprodução sexuada gera variabilidade 
genética e, portanto, está relacionado aos processos evolutivos e à diferenciação dos 
organismos. 
Classificação das briófitas 
Estão divididas em três filos as espécies de briófitas: Marchantiophyta 
(hepático), Bryophyta (musgos) e Anthoceratophyta (antoceros). Esses três grupos 
não formam um grupo monofilético, ou seja, não são um grupo contendo um ancestral 
comum mais recente e todos os seus descendentes. 
Desses três filos, o mais volumoso é o Bryophyta, um grupo de musgos para o 
qual são conhecidas mais de 15.000 espécies. 
Em Marchantiophyta encontramos as hepáticas, briófitas que não possuem 
estômatos (uma estrutura encontrada em outros grupos). 
 
 
 
 
41 
 
No grupo dos antóceros (Filo Anthocerotophyta) encontramos indivíduos com 
um meristema basal típico visto na região entre o caule e a cápsula do esporófito. Este 
meristema é responsável por alongar a cápsula por um longo período de tempo. 
No grupo dos musgos (Filo Bryophyta) encontramos espécies que possuem 
células especializadas para condução, são denominadas hidróides se conduzirem 
água ou leptóides se conduzirem outros nutrientes. 
Funções das briófitas 
As briófitas desempenham um papel muito importante na base dos 
ecossistemas vegetais. Essas plantas são encontradas em biomas como tundra e 
florestas tropicais. Elas podem servir como armazenamento de água e nutrientes e 
também reduzir o risco de erosão do solo. Além disso, os musgos também podem 
servir de refúgio para a microfauna circundante. 
Pteridófitas 
 
Fonte: shre.ink/mXV8 
As pteridófitas são espécies vasculares sem sementes, produtoras de esporos 
e com marcada alternância de gerações, apresentando dois tipos de plantas distintas 
e independentes, uma gametofítica e outra esporofítica, sendo a última a mais visível, 
vascularizada e dita dominante. As pteridófitas são popularmente conhecidas como: 
 
 
 
 
42 
 
samambaias, xaxins, avencas e cavalinhas. Esse grupo é considerado muito antigo 
em termos evolutivos, tendo se formado bem antes das angiospermas e 
gimnospermas (DELLA et al., 2016). 
As pteridófitas compreendem dois grandes grupos: as licófitas e as monilófitas. 
As licófitas divergiram cedo na árvore evolutiva das plantas vasculares e englobam 
três famílias, Lycopodiaceae, Selaginellaceae e Isoetaceae, as quais fazem parte da 
classe Lycopodiopsida, que compreende menos de 1% das traqueófitas atuais. A 
principal diferença delas com relação às monilófitas é a presença de microfilos nas 
primeiras e megafilos nas segundas. As monilófitas, por sua vez, fazem parte de um 
táxon maior, o das eufilófitas, o qual abarca também as espermatófitas. As monilófitas 
compreendem quatro classes (Psilotopsida, Equisetopsida, Marattiopsida e 
Polypodiopsida), 11 ordens e 37 famílias. Como pode ser observado a partir do 
exposto, as pteridófitas correspondem a um grupo filogeneticamente parafilético, 
contudo, o termo pteridófita ainda é de uso corrente na literatura científica e coloquial. 
Estima-se que haja no mundo cerca de 11.835 espécies de pteridófitas, sendo 
que dessas, 10.535 são monilófitas e 1.300 são licófitas (CHRISTENHUSZ; CHASE, 
2014). No Brasil, ocorrem em torno de 1.253 espécies de pteridófitas, destas 1.111 
são monilófitas e 142 são licófitas (PRADO; SYLVESTRE, 2022). O nosso País é 
considerado um dos principais centros de endemismo da América (GASPER, 2012). 
5 ANATOMIA VEGETAL 
Assim como os humanos e os animais, as plantas têm células, tecidos e 
estruturas organizadas, e a anatomia vegetal estuda o funcionamento geral e a 
organização dessas composições. Ela investigará a composição estrutural internas e 
externas, e sua origem é confundida com a descoberta de células por Hook em 1663. 
A organização básica de uma planta consiste em órgãos vegetativos (raiz, caule e 
folha) e órgãos reprodutivos (flor, fruto e semente). 
Raiz 
É uma parte da planta que é encontrada no subsolo na maioria das espécies, 
mas pode aparecer na superfície em outras. Tem duas funções básicas: fixação ao 
substrato e absorção de água e sais minerais, mas também pode ter funções de 
 
 
 
 
43 
 
armazenamento e orientação. Em alguns casos especiais, as raízes podem se 
adaptar e acabar cumprindo outras funções além das já citadas, como tronco das 
árvores (alguns tipos de figueiras) ou suporte aéreo para o tronco e/ou ouramos. 
 
 
Fonte: shre.ink/mXFa 
Também encontramos certos tipos de associações com outras espécies 
vegetais importantes, como a Micorriza, uma associação entre a raiz e os fungos. 
Nesse caso, o fungo converte matéria orgânica em inorgânica e em troca a raiz 
fornece aminoácidos e outros elementos produzidos pela planta. 
Caule 
A estrutura de suporte e conduto das plantas, junto com as folhas, formam o 
sistema caulino, o que lhes garante uma boa localização para uma fotossíntese 
eficiente. Todo o material produzido nas folhas é transportado pelo sistema vascular 
até as raízes, flores e frutos da planta. Assim como todo o material que é extraído das 
raízes. Além disso, encontramos estruturas chamadas gemas que são responsáveis 
pelo crescimento da planta. 
Eles estão localizados logo acima dos nós (de onde vêm as folhas). Alguns 
caules também podem ter outras funções, podem ser fotossintéticos (um exemplo são 
os aspargos), podem armazenar água e carboidratos (cactos), podem ser 
 
 
 
 
44 
 
embrulhados em outras plantas e lugares (plantas trepadeiras), ou podem proteger 
esta planta (formação de espinhos) (ESTIENE, 2021). 
Folha 
Estrutura responsável pela fotossíntese e trocas gasosas. Consiste 
basicamente em um pecíolo (base da folha), um limbo ou lâmina (a própria folha) e 
uma bainha (que envolve o caule e fixa a folha no lugar). Suas formas e tamanhos 
dependem muito das condições do local onde esta planta vive. A disponibilidade de 
água e radiação solar são fatores fundamentais e influenciam diretamente neste 
aspecto. 
 
 
Fonte: shre.ink/mXtg 
Assim como as raízes e caules, as folhas podem ser adaptadas para 
desempenhar outras funções na planta, como: capturar insetos (plantas carnívoras), 
fornecer abrigo para animais como formigas e pequenos insetos, ou não servir para 
evitar a perda de água pela planta. 
Órgãos Reprodutivos 
Flor 
Principal órgão reprodutor das plantas. Eles surgem das axilas das folhas e são 
formados pelo carpelo e pelo pedicelo (pedicelo). No vaso encontramos o perianto, 
androceu e gineceu. O perianto apresentará as estruturas que melhor conhecemos 
sobre as flores, as pétalas (parte colorida) e as esépalas (pequenas "folhas verdes" 
 
 
 
 
45 
 
na base das pétalas), além dos estames e carpelos, que são importantes para a 
reprodução. 
O Androceu é o órgão masculino das flores onde encontramos os estames que 
produzem o pólen que é armazenado em estruturas chamadas anteras. E o gineceu 
é o órgão feminino onde são produzidos os óvulos e onde se localizam os carpelos, 
que são formados pelo ovário, estigma e estilete. O estilete é responsável por receber 
e selecionar o pólen, o estigma conecta o estilete ao ovário, que por sua vez produz 
e abriga os óvulos (ESTIENE, 2021). 
As pétalas que dão cor às flores são responsáveis por atrair polinizadores. Em 
alguns casos, os estames podem não produzir pólen e começar a produzir 
substâncias (néctares) para atrair polinizadores também. Podemos encontrar flores 
isoladas (como rosas) ou em grupos chamados de inflorescências (como flores 
extravagantes). 
Fruto 
É um termo botânico usado para denotar uma estrutura presente nas 
angiospermas que é o resultado de um ou mais ovários desenvolvidos. Os frutos são 
uma importante novidade evolutiva das angiospermas, responsáveis por proteger a 
semente e também auxiliar no processo de dispersão.Existem diferentes tipos de frutos que são classificadas de diferentes maneiras. 
Uma das formas de classificar o fruto é seco e carnoso. Enquanto os frutos carnosos 
têm pericarpo macio (o pericarpo que se desenvolve a partir da parede do ovário), os 
frutos secos têm pericarpo seco. 
As frutas podem ser classificadas em frutas simples, agregadas e múltiplas. O 
fruto simples é formado por um único carpelo (unidade básica do gineceu) ou por 
vários carpelos conectados. Os agregados consistem em vários carpelos separados 
de uma única forma. Os múltiplos derivam de inflorescências. 
Semente 
É o óvulo fecundado. Formado essencialmente pelo embrião e pelos tecidos 
nutritivos (endosperma e perisperma). O embrião já possui estruturas jovens que 
darão origem à nova planta, são elas a raiz (que dá origem à raiz), o epicótilo (que dá 
origem ao caule) e os cotilédones (que dão origem às folhas). Esta última estrutura é 
 
 
 
 
46 
 
importante, pois é parte fundamental da classificação das plantas como 
monocotiledôneas ou eudicotiledôneas (ESTIENE, 2021). 
5.1 Anatomia ecológica e fisiológica das plantas 
A anatomia ecológica identifica como os fatores ambientais influenciam as 
características fenotípicas das plantas, sendo definida como a relação entre as 
peculiaridades da estrutura interna do vegetal e o ambiente. Ou seja, busca entender 
os mecanismos adaptativos que permitem às plantas sobreviverem frente às 
variações ambientais em que estão submetidas. Estas variações podem ocorrer em 
espaços de tempo considerados curto (atuando na variação fenotípica) ou longo 
(atuando durante o processo evolutivo). Entre os fatores ambientais mais estudados 
podemos citar a sazonalidade, luminosidade, salinidade, alagamento/hipoxia, 
disponibilidade hídrica, umidade, diferentes tipos de solo, latitude, altitude, poluição, 
radiação, toxicidade por metais pesados, herbicidas e gases tóxicos (EDSON-
CHAVES; SANTOS-SILVA; CORTEZ, 2021). 
Contudo, é um desafio estabelecer com segurança se as alterações 
observadas são, de fato, devido às interferências ambientais e verdadeiramente 
adaptativas, ou se são controladas geneticamente. Nesse sentido, é importante 
destacar que diferentemente do aspecto taxonômico, em que são avaliados 
principalmente os caracteres diagnósticos qualitativos, para a Anatomia Ecológica as 
análises quantitativas são fundamentais. Assim, são realizadas medições 
sistematizadas nas células e tecidos, seguidas da aplicação de testes estatísticos para 
verificar se os fatores ambientais estão interferindo ou não nos parâmetros estruturais. 
Em ambientes naturais é comum que mais de um fator ambiental possa estar atuando 
nas plantas, o que deve ser levado em conta nos estudos com esse enfoque, sendo 
recomendável utilizar análises estatísticas multivariadas. 
Dos órgãos vegetais a folha é a que exibe características mais plásticas, 
refletindo mais facilmente as interferências ambientais, o que justifica o maior foco das 
pesquisas de anatomia ecológica em estruturas foliares. Contudo, as características 
do caule, especialmente em crescimento secundário, e da raiz também podem 
apresentar importantes informações ecológicas. 
 
 
 
 
47 
 
Considerando que variações anatômicas adaptativas refletem variações nos 
processos fisiológicos (o contrário também é válido), frequentemente a anatomia 
ecológica está associada à anatomia fisiológica, o que é às vezes chamada de 
anatomia ecofisiológica. Nela, busca-se estudar as possíveis relações entre a 
estrutura e função dos tecidos vegetais com as atividades fisiológicas das plantas, 
especialmente aquelas ligadas à fotossíntese, absorção de água e translocação de 
substâncias pelo floema. Tais estudos, além de auxiliar na compreensão da resiliência 
vegetal, podem ser utilizados para identificar como as espécies vegetais irão 
responder às mudanças climáticas (EDSON-CHAVES; SANTOS-SILVA; CORTEZ, 
2021). 
6 NUTRIÇÃO DAS PLANTAS 
O estudo da Nutrição das Plantas estabelece quais são os elementos 
essenciais para o ciclo de vida das plantas, como são absorvidos, translocados e 
acumulados, as suas funções, exigências e os distúrbios que causam, quando em 
quantidades deficientes ou excessivas. A planta não escolhe o que absorve e por essa 
razão, podemos encontrar na sua composição nutrientes (N, K, P, Ca, Mg, etc.), não 
nutrientes e até mesmo, alguns elementos químicos tóxicos. Assim, o termo fertilidade 
está associado ao solo e a nutrição, por sua vez, diz respeito à planta. 
Nutrientes essenciais às plantas 
Os nutrientes são importantes, porque desempenham funções imprescindíveis 
no metabolismo das plantas, seja como substrato (composto orgânico) ou em 
sistemas enzimáticos. De uma forma geral, tais funções podem ser classificadas como 
(BARROS, 2020): 
i) Estruturais (fazem parte da estrutura de qualquer composto orgânico vital 
para a planta); 
ii) Constituintes de enzimas (fazem parte de uma estrutura específica, grupo 
prostético/ativo de enzimas); 
iii) Ativadores enzimáticos (não fazem parte da estrutura). É de salientar, que 
os nutrientes não só ativam, como também inibem sistemas enzimáticos, 
afetando a velocidade de muitas reações no metabolismo da planta. O 
 
 
 
 
48 
 
crescimento e o desenvolvimento das plantas dependem, além de outros 
fatores, como luz, água e dióxido de carbono, de um fluxo contínuo de sais 
minerais a partir da solução do solo, que é de onde a raiz retira ou absorve 
estes sais minerais ou nutrientes. 
Os minerais, embora requeridos em pequenas quantidades, são fundamentais 
para o desempenho das principais funções metabólicas da célula. O efeito benéfico 
da adição de elementos minerais no crescimento das plantas, foi idealizado pela 
primeira vez pelo químico alemão Justus Von Liebig, que ficou conhecida como “Lei 
dos Mínimos” e que compõe as bases da Nutrição Mineral. Este cientista descobriu, 
que o crescimento das plantas é limitado pelo nutriente na planta, que estiver presente 
em menor quantidade relativa e que este elemento, limita a sua produtividade. 
Tipos de nutrientes 
Os elementos minerais são classificados em dois grupos: os macronutrientes e 
os micronutrientes. Os macronutrientes podem ser subdivididos em primários ou 
principais e secundários, sendo os primários, absorvidos pelas plantas em maiores 
quantidades, que os secundários. Os micronutrientes, são os elementos minerais 
absorvidos em menores quantidades. Existem também, elementos não essenciais, 
mas benéficos para as plantas. 
Esta divisão, não significa que um nutriente seja mais importante do que outro, 
apenas que eles são necessários em quantidades e concentrações diferentes. 
Macronutrientes primários ou principais: Azoto (N), Fósforo (P) e Potássio (K). 
Macronutrientes secundários: Cálcio (Ca), Magnésio (Mg) e Enxofre (S). 
Micronutrientes: Boro (B), Cloro (Cl), Cobre (Cu), Ferro (Fe), Manganês (Mn), 
Molibdênio (Mo) e Zinco (Zn). 
Elementos não essenciais: Sódio (Na), Silício (Si) e Cobalto (Co). 
Funções dos macronutrientes principais 
São funções dos principais nas plantas (BARROS, 2020): 
Azoto ou nitrogênio (N) – É essencial para a formação das proteínas, as quais 
são indispensáveis à vida das plantas e animais e faz parte de compostos do 
metabolismo, como a clorofila e os alcalóides. É também, parte de muitas enzimas e 
 
 
 
 
49 
 
vitaminas e, atua em todas as fases (crescimento, floração e frutificação). O azoto é 
absorvido nas suas formas iónicas, NO3 
- e NH4
+ (nítrica e amoniacal, respetivamente); 
Fósforo (P) – Atua a nível da respiração e da produção de energia, atuando 
também, na divisão celular, aumentando-a. Faz parte de substâncias de reserva, 
como o amido e os albuminoides. Facilita a floração, aumenta a frutificação e antecipa 
a maturação, intensificando a resistência das plantas, às doenças. Contribui para o 
crescimento do sistema radicular e é umfator de quantidade e de qualidade nas 
culturas. O fósforo encontra-se no solo sob a forma de fosfatos e, é absorvido, através 
dos íons ortofosfato primário (H2 PO4
 -) e dos íons ortofosfato secundário (HPO4 2- ); 
Potássio (K) - Com este nutriente, as plantas elaboram os açúcares e o amido. 
É indispensável para a formação e o amadurecimento dos frutos, aumenta a rigidez 
dos tecidos e a resistência das plantas às pragas e doenças, favorecendo o 
crescimento do sistema radicular. A forma iónica absorvida pelas plantas é K +. 
Funções dos macronutrientes secundários 
São funções dos macronutrientes secundários nas plantas (BARROS, 2020): 
Cálcio (Ca) - Contribui para o fortalecimento de todos os órgãos das plantas, 
principalmente raízes e folhas, é um componente da parede celular vegetal, sendo 
necessário para a manutenção da estrutura e ativação da amílase. Também é 
importante na manutenção do equilíbrio entre alcalinidade e acidez do meio e da seiva 
das plantas. A forma iónica absorvida pelas plantas é Ca 2+. 
Magnésio (Mg) - É parte integrante da molécula da clorofila e, por isso, está 
diretamente ligado ao metabolismo energético das plantas. A forma iônica absorvida 
pelas plantas é Mg2+. A absorção dos íons Mg2+ pode ser afetada negativamente, pela 
presença de outros cátions, tais como: K+, NH4 
+ e Ca ++. 
Enxofre (S) - Encontra-se na sua maior parte, na composição das proteínas 
associadas ao azoto. Participa na formação de alguns aminoácidos essenciais ao 
metabolismo energético, intervém na síntese de compostos orgânicos, em especial 
vitaminas e enzimas, sendo um nutriente muito pouco móvel ou mesmo, imóvel. A 
forma iônica absorvida pelas plantas é SO4 2- . 
Funções dos micronutrientes 
São funções dos micronutrientes nas plantas (BARROS, 2020): 
 
 
 
 
50 
 
Boro (B) - É particularmente importante na multiplicação das células. É de 
extraordinária importância na germinação do grão de pólen, na formação das flores, 
frutos e raízes, no movimento da seiva e na absorção dos cátions. O boro é um 
elemento que apresenta uma fraca mobilidade na planta, admitindo-se, que é 
transportado unicamente no xilema, já que é quase imóvel no floema. A forma 
absorvida pelas plantas é H3BO3. 
Cloro (Cl) - A sua função está relacionada com a fotossíntese, participando na 
fotólise da água. A forma iônica absorvida pelas plantas é o Cl-. Cobre (Cu) - É ativador 
de várias enzimas dentro da planta. É essencial para as plantas, em processos de 
oxidação e redução. A forma iônica absorvida pelas plantas é Cu2+. 
Ferro (Fe) – É essencial para a formação da clorofila, absorção do azoto e 
diversos processos enzimáticos. A forma iônica absorvida pelas plantas é Fe2+. 
Manganês (Mn) - Tal como o ferro, também é necessário para a formação da 
clorofila, para a redução de nitratos e para a respiração. Em alguns processos 
metabólicos, atua como catalisador. Participa na formação do ácido ascórbico 
(Vitamina C). A forma iônica absorvida pelas plantas é Mn2+. 
Molibdénio (Mo) – Participa na bioquímica da absorção e no transporte e 
fixação de azoto. A forma iônica absorvida pelas plantas é os íons molibdato MoO2−4. 
Zinco (Zn) - Atua no crescimento das plantas pela sua participação na formação 
do ácido indolacético (AIA). 
7 IMPORTÂNCIA DA ÁGUA NA PLANTA 
A água é uma das principais e mais abundantes substâncias presentes na 
superfície terrestre, sendo o meio responsável para o desenvolvimento de toda 
atividade celular. Considerada como fundamental constituinte vegetal, compõe cerca 
de 95% da biomassa verde das plantas, sendo de significativa importância para a 
manutenção da integridade funcional de moléculas biológicas, células, tecidos e 
organismos (CHAVARRIA; SANTOS, 2012). 
A temperatura e a água são recursos determinantes para o funcionamento e 
crescimento pleno das plantas, ao mesmo tempo em que é considerado também como 
o mais limitante, uma vez que constitui a matriz e o meio onde ocorre a maioria dos 
processos bioquímicos essenciais à vida dos vegetais. Logo, tanto a distribuição 
 
 
 
 
51 
 
natural das plantas na superfície da terra, como a produtividade agrícola são 
decorrentes da disponibilidade de água (SANTOS et al., 2011). 
A água é um essencial reagente ou substrato para vários processos, como por 
exemplo, a hidrólise do amido em açúcares solúveis, que é imprescindível na 
germinação de sementes ou na respiração noturna, uma vez que não há produção de 
carboidratos pela fotossíntese. No processo fotossintético, a água é demandada na 
liberação de prótons e elétrons da etapa fotoquímica, assim como na regulação da 
abertura e fechamento estomático, possibilitando a absorção de CO2 e a mobilização 
de foto-assimilados pela planta. A água atua também como a fonte do oxigênio 
molecular existente na atmosfera, que é produzido na fotossíntese, assim como do 
hidrogênio utilizado para síntese de carboidratos a partir da redução do CO2 
(CHAVARRIA; SANTOS, 2012). 
 
 
Fonte: shre.ink/mXfA 
Outra função da água é a manutenção da turgescência da célula, responsável 
pela sustentação da morfologia de plantas herbáceas e a movimentação das folhas e 
flores, além de promover o alongamento celular, as trocas gasosas nas folhas e o 
transporte no floema. Porém, em caso de desidratação das células, ocorre a perda de 
turgor, que por sua vez provoca o fechamento estomático e consequente redução da 
 
 
 
 
52 
 
fotossíntese e respiração. Outra importante função está relacionada com o movimento 
e absorção de nutrientes essenciais para as plantas, pelo processo conhecido como 
fluxo de massa (JÚNIOR et al., 2018). 
7.1 Relação solo x água x planta x atmosfera 
Para suprir suas necessidades metabólicas, as plantas precisam renovar a 
água que foi transferida para a atmosfera, com o intuito de manter a turgescência das 
suas folhas e raízes de forma a assegurar sua sobrevivência. Dessa forma, a perda 
de água pela transpiração deve ser reposta pela absorção de uma quantidade 
equivalente de água. No geral, muitas plantas podem absorver a umidade presente 
na atmosfera na forma de névoa ou orvalho, porém, esse mecanismo se torna 
insignificante quando comparado com a absorção de água do solo pelo sistema 
radicular. 
A absorção de água pelas raízes está relacionada à superfície que está 
diretamente em contato com o solo (rizosfera). Portanto, as raízes maiores e mais 
jovens, que apresentam uma maior quantidade de raízes secundária, são 
imprescindíveis para aumentar a superfície de contato e assim melhorar a capacidade 
de absorção de água presente no solo. Além disso, a distribuição e proporção das 
raízes é muito importante para atender a demanda de água de uma planta 
(CHAVARRIA; SANTOS, 2012). 
O movimento da água no sentido epiderme para endoderme da raiz pode 
ocorrer pela via apoplástica, via simplástica e de forma transmembranar (Figura 3). 
Na primeira, a água se move pelos espaços intercelulares e não passa por quaisquer 
membranas. Já na via simplástica, a água se move exclusivamente de uma célula 
para as outras pelas conexões, denominadas plasmodesmas. Na forma 
transmembranar, ocorre um movimento misto envolvendo as duas primeiras vias, 
aonde a água vai em uma direção pelo tecido radicular, entrando via simplástica e 
saindo das células de forma apoplástica. Alguns estudos ainda estão sendo realizados 
visando encontrar a importância relativa destes caminhos. Porém, existem algumas 
evidências de que as plantas que apresentam baixa taxa de transpiração, a via de 
transporte predominante é a simplástica, enquanto aquelas que apresentam alta taxa 
 
 
 
 
53 
 
de transpiração ocorrem em maior proporção o transporte apoplástico (CHAVARRIA; 
SANTOS, 2012). 
Figura 3. Detalhe da rizosfera. Absorção de água pela raiz pelas vias apoplástica, 
simplástica e transmembranar. 
 
Fonte: Chavarria; Santos (2012). 
A perda de água das plantas é causadapelo gradiente de pressão formado 
entre as folhas e a atmosfera, sendo influenciado inteiramente pela disponibilidade de 
água presente no solo. Desta forma, à medida que a disponibilidade hídrica diminui, 
aumenta a dificuldade de absorção de água pelas raízes das plantas, ocasionando 
perda de turgor e murchamento das mesmas, uma vez que a planta não consegue 
equilibrar a perda de água ocasionada pela transpiração. Todavia, ao ponto que a 
demanda atmosférica aumenta, maior será a necessidade de absorção rápida de água 
pela planta e, consequentemente, maior fluxo vertical de água no sistema solo-água-
planta-atmosfera. Assim, as variações neste gradiente definem a exigência de água 
requerida pelas plantas no meio onde elas se encontram (JÚNIOR et al., 2018). 
 
 
 
 
 
 
 
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VIEIRA, E. L. et al. Manual de fisiologia vegetal. Edufma, 2010.e sistemática vegetal 
Sistemática e taxonomia é a parte da botânica preocupada com a descrição, 
nomenclatura, identificação e classificação das plantas, incluindo o estudo da 
diversificação através de sua organização em grupos com base em suas relações 
evolutivas, morfológicas, anatômicas e fitoquímicas de todas as ciências relacionadas. 
É a ciência que engloba a descoberta, descrição, interpretação e organização 
de informações sobre biodiversidade por meio de sistemas de classificação. 
Sistemática: Palavra de origem grega “syn” e “histana” que significa “colocar 
com”, “juntar”, sem dar qualquer conceito de exatidão. 
Taxonomia: Vem das palavras gregas "taxis" e "nomos", que significa 
"organizar de acordo com uma lei" ou "um princípio". 
Os termos sistemática e taxonomia para alguns botânicos são sinônimos, para 
outros têm significados diferentes. 
A ciência que trata da classificação das plantas de acordo com um sistema de 
nomenclatura específico é a sistemática vegetal e a ciência que elabora as leis dessa 
classificação é a taxonomia vegetal. Ambas agrupam plantas dentro de um sistema 
de acordo com a identificação e nomenclatura em uma determinada classificação, 
considerando suas características morfológicas, genética de linhagem, leis de 
classificação e ecologia (SCHLEDER et al., 2020). 
Esta área está passando por um período de geração de novos conhecimentos, 
principalmente em relação ao relacionamento entre os táxons. Taxonomia vegetal 
oferece um campo de estudo complexo que envolve muitos ramos científicos, 
métodos sofisticados e a colaboração de vários especialistas para atingir seus 
objetivos. 
A sistemática vegetal desempenha um papel muito importante na ciência das 
plantas. Sua influência é evidente em todas as áreas da botânica, seja determinando 
os nomes pelos quais milhares de espécies de plantas são conhecidas 
internacionalmente, estudando sua distribuição, especificando seus caracteres ou 
delineando as relações entre grupos taxonômicos. 
Qualquer pessoa cujo trabalho esteja relacionado de forma direta ou indireta 
ao estudo de plantas recorre ao taxonomista para a correta identificação. Como 
exemplo, pode-se mencionar um vendedor de sementes e mudas, um fitosanitarista 
 
 
 
 
8 
 
(estuda hospedeiros e pragas de plantas), engenheiros incumbidos do abastecimento 
de água (algas), especialistas em nutrição animal (conteúdo do aparelho digestivo), 
farmacologistas (controle de qualidade de plantas medicinais), ornitologista 
(polinização, procedência das sementes encontradas no estômago das aves), 
químicos (investigação de produtos naturais de origem vegetal), ecólogos e 
engenheiros florestais (manejos de áreas degradadas) (SCHLEDER et al., 2020). 
Objetivos da taxonomia 
O principal objetivo da sistemática vegetal é a descoberta de padrões 
evolutivos, ou seja, a estrutura conceitual dentro da qual a diversidade biológica pode 
ser compreendida. A sistemática vegetal trata da descrição, determinação, 
classificação e nomenclatura desses organismos em suas investigações sobre a 
diversidade e ordem das plantas. 
Descrição: Refere-se as aparências morfológicas e anatômicas utilizadas como 
atributos ou características estruturais das plantas tanto para seus órgãos vegetativos 
(raiz, caule e folhas) quanto para seus órgãos reprodutivos (flores, frutos e sementes). 
Identificação: É a afirmação de que um táxon (unidade de classificação de cada 
nível, formado a partir de outros táxons de níveis hierárquicos inferiores) é idêntico ou 
semelhante a outro já conhecido e, portanto, descrito cientificamente. Isso pode ser 
feito a partir da literatura ou por comparação com plantas identificadas. Em alguns 
casos, pode-se concluir que a planta é nova para a ciência após descartar a 
possibilidade de semelhança com uma planta já identificada (SCHLEDER et al., 2020). 
Nomenclatura: Refere-se à determinação do nome correto de uma planta 
específica usando um sistema de nomenclatura comum. Depois de identificar uma 
planta, é necessário dar-lhe um nome científico que possa efetivamente se referir a 
ela. Existem regras, recomendações e princípios contidos no Código Internacional de 
Nomenclatura Botânica (ICBN). 
Classificação: Grupo de elementos com características comuns de acordo com 
um plano específico ou ordem de acordo com um sistema de nomenclatura. É o 
arranjo hierárquico das plantas. No reino vegetal, ordem significa que cada gênero, 
que contém uma ou mais espécies, pertence a uma família, cada família a uma ordem, 
cada ordem a uma classe e, finalmente, cada classe a uma divisão. 
 
 
 
 
 
9 
 
Unidades Taxonômicas 
Representam termos hierárquicos das divisões sistemáticas, enquanto os 
táxons correspondem aos termos aplicados aos agrupamentos tamponados nessas 
categorias. As principais hierarquias de classificação estão em ordem decrescente: 
Reino, Divisão, Classe, Ordem, Família, Gênero e Espécie. 
Segundo o ICBN, podem ser mescladas ou adicionadas novas categorias, e 
pode ser subdividida em intermediárias e inferiores acrescentando o prefixo "sub" ao 
seu nome para identificá-la: 
 
Um material é identificado por comparação com outro já identificado 
cientificamente, ou ainda, pela consulta à bibliografia pertinente, que inclui manuais 
ou floras, monografias ou revisões de grupos sistemáticos específicos. A identificação 
nunca pode ser baseada em nomes comuns, pois espécies diferentes podem receber 
o mesmo nome ou a mesma espécie pode ter vários nomes comuns. 
Em regra, a identificação é facilitada pelo uso de chaves botânicas e pela 
comparação com espécimes de herbários previamente examinados. O resultado 
obtido por meio de uma chave de identificação deve ser analisado ou questionado de 
forma crítica por meio de um texto que contenha a descrição do táxon relevante. 
Herbário 
Herbário é uma coleção de espécimes secos de plantas que, após o devido 
tratamento, são armazenados em locais adequados à sua conservação e dispostos 
de acordo com uma classificação específica. Representa uma coleção de plantas de 
 
 
 
 
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uma área geográfica limitada (país, região, estado) ou mesmo de todo o mundo, e 
serve como material de referência e pesquisa não só para estudos taxonômicos, mas 
também para outros ramos da ciência que utiliza plantas como um objeto, usando o 
estudo. 
Permite avaliação de impacto ambiental, preservação de materiais históricos e 
identificação de espécies. O material vegetal a ser incluído na coleção do herbário 
deve ser herborizado, processo que inclui a identificação, secagem, prensagem, 
seleção e montagem das plantas secas (SCHLEDER et al., 2020). 
Carpoteca: (do grego: karpos = fruto + theke = caixa, coleção, depósito) 
Segundo Schleder et al., (2020), a coleta de sementes, frutos ou corpos 
frutíferos, inclui carpóforos de fungos, criptógamos e fanerógamos secos e carnosos, 
mas devem ser armazenados de forma adequada. Frutos secos como por exemplo as 
castanhas, são rotuladas e guardadas em armário com gavetas, dispostas em ordem 
alfabética crescente por família, gênero e espécie. Sacos plásticos ou sacos de papel 
são utilizados para isolar esse fruto do ambiente externo e são colocados em caixas 
de polietileno ou diretamente em caixas de papelão e armazenados em armários. 
Frutos, de consistência carnosa, são acondicionadas em recipientes com álcool 70% 
(ou outros compostos), vedados e controlados para preservar a integridade do 
material. 
Xiloteca (do grego: xýlon = madeira + theke = caixa, coleção) 
É um local ou arquivo de madeira onde se guardam vários tipos de madeiras 
Xiloteca e informações sobre elas. Uma xiloteca é necessária para reconhecer o valor 
científico e econômico do material presente, suas amostras servem como objetos de 
estudo para xilotomia, propriedades físicas e mecânicas da madeira, durabilidade e 
conservação, bem como para análise do aspecto visualmorfológico da peça. É uma 
norma comum e estabelecida para os xilotecas de diferentes países trocarem 
amostras e informações, ampliando assim os conhecimentos e posses de acervo. 
Palinoteca (do grego: pales = farinha, pó) 
É o conjunto de pequenos grãos masculinos produzidos pelas flores. Trata-se 
de uma coleção de grãos de pólen catalogados, identificados e preservados em 
 
 
 
 
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acervo depositado no herbário, preparados em lâminas e cobertos com lamínulas e 
preservados em caixas. A palinoteca pode ser utilizada em medicina, taxonomia, 
arqueologia, sistemática, aerobiologia, palinologia forense, melissopalinologia e 
outras. 
Chaves de Identificação 
As chaves de identificação são esquemas úteis para identificar uma planta 
desconhecida. Eles formam uma espécie de literatura taxonômica. Uma chave pode 
ser pequena e limitada a um par de declarações ou dísticos contraditórios, ou pode 
consistir em um grande conjunto de declarações. O tipo de chave mais comum e 
aceitável são as chaves dicotômicas, uma chave dicotômica é um esquema ou arranjo 
analítico artificial no qual uma escolha é feita entre duas declarações contraditórias, 
resultando na aceitação de uma e rejeição da outra. Cada elemento de um dístico é 
uma alternativa. Os pares devem sempre falar do mesmo caráter taxonômico. 
Caráter Taxonômico: É qualquer atributo ou traço (parte observável de um 
organismo) que pode ser contado, medido ou registrado para fins de comparação, 
identificação ou interpretação. O signo é um conceito abstrato, o que o taxonomista 
usa é o estado do signo. Por exemplo, a cor da flor é um sinal, enquanto azul, amarelo, 
vermelho, etc. são o estado do caráter de cor da flor. Os caracteres taxonômicos 
podem ser morfológicos, citológicos, fisiológicos, (bio)químicos, ecológicos, etc. 
Tem valor taxonômico as propriedades morfológicas: 
a) Se for relativamente constante; 
b) Se forem membros estáveis de um grupo, permitindo-lhes ingressar ou 
desassociar-se de outros grupos, podendo ser utilizados para fins de comparação 
taxonômica; 
c) Não deve ter um caráter vago que mude com o ambiente, por exemplo, 
devido à plasticidade fenotípica. 
2.2 Nomenclatura Botânica 
 A nomenclatura está relacionada à taxonomia para determinar o nome correto 
de uma planta ou grupo delas. Pode-se dizer que a necessidade de nomear os 
diferentes tipos de plantas começou com a história da humanidade devido ao seu 
 
 
 
 
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elevado número, bem como a sua utilidade para diversos fins. O uso internacional do 
latim tem sido a norma para botânicos e taxonomistas desde que Linneu publicou 
Species Plantarum em 1753. 
Os taxonomistas modernos de todo o mundo seguem o ICBN, que trata de 
categorias ou unidades taxonômicas chamadas "táxon" (plural "tax" ou "taxones") para 
denotar os termos e os nomes dos "taxas". O Código está organizado em torno de 
Princípios, Padrões e Recomendações e é atualizado e complementado de forma 
regular e em geral durante Congressos Internacionais de Botânica. 
O uso de nomes é determinado pelos tipos de nomenclatura ("typos"), que são 
elementos de um táxon representado por dessecantes (espécimes inteiros ou partes 
de plantas prensadas e desidratadas ou outros organismos preparados e preservados 
em herbários por muitos séculos) ou ilustrações às quais o nome corresponde. É 
chamado de tipagem o método de descoberta de um novo táxon. 
Quando um novo táxon (unidade taxonômica de uma hierarquia - classe, 
família, gênero, espécie, etc.) é identificado, nomeado, descrito e publicado, é 
essencial manter esta cópia preservada de forma favorável, como uma amostra à qual 
se pode recorrer sempre que necessário. Este material botânico, ou qualquer 
substituto dele, deve estar permanentemente vinculado ao novo táxon. 
Os métodos de classificação são disciplinados no ICBN, para os nomes de 
categoria inferior a ordem, faz-se uso dos chamados tipos nomenclaturais. O tipo 
serve essencialmente para determinar o nome do táxon. 
Para a categoria família, o tipo de nomenclatura é um gênero. Exemplo: para a 
família Caryocaraceae o tipo de nomenclatura é gênero Caryocar, para a categoria de 
gênero o tipo de nomenclatura é espécie. Os nomes científicos dos "táxons" são 
grafados ou latinizados independentemente de sua origem. Todas as categorias 
taxonômicas têm um único nome em maiúscula, exceto a espécie e suas subdivisões. 
A espécie é escrita com dois nomes, a saber, binomial (nomenclatura binária), 
conforme definido por Linneu (1753). O primeiro é o nome do gênero (nome genérico 
e indica o gênero ao qual a espécie pertence), escrito com inicial em letras maiúsculas, 
e o segundo é o nome ou epíteto específico da espécie (permite nomear diferentes 
espécies dentro de uma mesma) letras minúsculas. 
O epíteto simples pode ser capitalizado se for um nome próprio. Solanum 
lycopersycum L. é o nome científico do tomate e Persea americana Mill. é o nome 
 
 
 
 
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científico do abacateiro. Solanum e Persea são seus respectivos nomes genéricos e 
lycopersycum e americana, os epítetos específicos. O “L.” após Solanum 
lycopersycum e o “Mill” após Persea americana são as abreviações de Linneu e Miller, 
os autores das duas espécies, respectivamente. As classes taxonômicas abaixo da 
espécie são trinominais, ou seja, são escritos com três nomes, Brassica oleracea L. 
var. acephala D.C. e Brassica oleracea L. var. capitata L. são nomes científicos da 
couve e do repolho, respectivamente, ambos são variedades que compõem a espécie 
Brassica oleracea e são escritos de forma trinominal (SCHLEDER et al., 2020). 
Nomes científicos (nome genérico, espécie, cultivar e forma) devem sempre ser 
escritos no texto: sublinhado ou itálico. Cada nome de espécie deve ser seguido pelo 
autor da espécie. Nenhuma citação de uma espécie ou subcategoria é completa a 
menos que seja seguida do nome do autor ou autores. A nomeação do(s) nome(s) é 
necessária para que se possa verificar a data da primeira publicação válida do nome 
do táxon. 
As designações et ou & são intercaladas entre os nomes, se houver dois 
autores. Cita-se o primeiro, seguido de et al, quando há formalmente dois autores. Os 
nomes dos autores em geral são abreviados. Ex. Mart. (Martius); L. (Linneu); H.B.K. 
(Humboldt, Bonpland e Kunth). 
Caso forem desconhecidos os autores, deve ser feita uma abreviação para 
“quebrar” o nome antes da primeira vogal da segunda sílaba. Ex. Juss (Jussieu); Benth 
(Bentham), etc. Pode-se usar ainda, junto a abreviatura, as iniciais dos prenomes (R. 
Br. para Robert Brown). Quando um dos autores está citado entre parênteses, por 
exemplo, Glycine max (L.) Merril., significa que o táxon original foi descrito pelo autor 
entre parênteses e foi modificado posteriormente pelo autor fora dos parênteses 
(SCHLEDER et al., 2020). 
Schleder et al., (2020) destacam que os parênteses são usados com mais 
frequência quando uma espécie é transferida de um gênero para outro. Ex. Cassia 
rugosa Don. passou a Senna rugosa (Don.) Irwin et. Barneby. Há casos em que a 
designação de um táxon é seguida de dois nomes de autores, com a preposição latina 
ex. significa que o táxon foi nomeado pelo primeiro autor sem acompanhar a 
publicação correspondente com uma descrição ou diagnóstico, ações tomadas pelo 
segundo autor posteriormente. Ex: Copaifera cearensis Huber ex Ducke. O epíteto ou 
nome do gênero é um substantivo ou tratado como tal (adjetivo substantivado), 
 
 
 
 
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singular, escrito em latim ou latinizado no caso nominativo, podendo ser feminino 
(terminado em a), masculino (terminado em us) ou neutro (terminado em um). Até a 
categoria de seção epítetos também são substantivos. 
Um nome de gênero pode vir de qualquer fonte e ser composto de qualquer 
combinação, em homenagem a uma pessoa – Jeffersonia (a Thomas Jefferson); 
nomes arborígenas – Inga; combinando com a aparência – Phyllanthus(do Grego 
Phyllon = folha e anthus = flor, porque em muitas espécies deste gênero parecem 
folhas as flores que nascem em ramos). Em geral, o epíteto específico é um adjetivo, 
então deve concordar em número e gênero com o epíteto de gênero. Raphanus 
sativus L. é o nome científico do rabanete, como o epíteto Raphanus é masculino, o 
epíteto sativus também é masculino. Mimosa pudica L. é o nome científico do 
sensitivo, já que Mimosa é um nome feminino, o epíteto pudico também é feminino. 
Saccharum officinarum L. é o nome científico da cana-de açúcar, como Saccharum é 
um nome imparcial, o epíteto específico officinarum também o é. Quando uma espécie 
é transferida de um gênero para outro, seu sufixo corresponde ao gênero do nome 
genérico, se houver (SCHLEDER et al., 2020). 
Panicum italicum quando transferido para o gênero feminino Setaria, torna-se 
Setaria italica. O epíteto pode ser um substantivo, neste caso não fundamental a 
concordância em gênero com o epíteto genérico e pode ser escrito com inicial 
maiúscula, Carex Davisii equivale a Carex de Davis; Carex Fraseri de Fraser 
(acrescendo-se i ou ii, para masculino); Carex Ionesea (acrescentando-se ae para 
feminino). 
Epítetos intraespecíficos (variedade, subespécie, subvariedade, forma e 
subforma) usam a mesma regra da espécie. Os epítetos intraespecíficos são citados 
da forma: Cassia tetraphylla var. aurivila, Trifolium stellatum forma nanum. Espécie, 
subespécie, variedade e subvariedade são abreviadas para sp. (spp. = plural), subsp, 
var. e subvar., respectivamente. Não se usa abreviação para forma e subforma 
(SCHLEDER et al., 2020). 
É um adjetivo plural usado como substantivo, o nome de família até subtribo. 
Geralmente recebem nomes com seus próprios sufixos os grupos taxonômicos, 
relacionados à categoria a que pertencem. Podem ter o mesmo radical, estes nomes, 
por exemplo: Magnolia (gênero), Magnoliaceae (família), Magnoliales (ordem), 
Magnoliopsida (classe) e Magnoliophyta (divisão) ou radical diferente, por exemplo, o 
 
 
 
 
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gênero Lippia pertence à família Verbenaceae. São recomendações do ICBN que os 
nomes dados aos departamentos terminem em sufixo phyta (Magnoliophyta) e 
subdivisões phytina. 
As classes e subclasses finalizam, em opsida (Magnoliopsida) e idae, 
respectivamente. Para terminação a ordem é ales (Rosales) e para subordem é ineae. 
O nome das famílias é adicionado da terminação aceae. As subfamílias terminam em 
oideae. Para tribo é eae e para subtribo é inae. 
 
3 FISIOLOGIA VEGETAL 
A fisiologia vegetal pode ser definida como a ciência que estuda os fenômenos 
vitais das plantas. Embora pertença ao grupo das chamadas “ciências biológicas”, seu 
campo de estudo abrange conhecimento não só de Biologia, ou, mais particularmente, 
de Botânica, mas também de Química, Física e até mesmo de Matemática. A 
Fisiologia Vegetal constitui o ramo que abrange o conhecimento dos processos e 
funções naturais que ocorrem nas plantas (PEIXOTO, 2020). 
Processos vitais, isto é, processos fisiológicos constituem qualquer 
transformação química ou física que ocorre dentro de uma célula ou organismo, bem 
como qualquer troca entre a célula ou organismo e o seu meio. Nas plantas são 
 
 
 
 
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processos químicos a fotossíntese, a respiração, digestão e as sínteses de 
substâncias diversas. São processos físicos a absorção de gás carbônico, a absorção 
e perda de água pela planta. Muitos processos fisiológicos como a fotossíntese e o 
crescimento, são complexos, e envolvem tanto transformações químicas como físicas. 
Os processos vegetais não ocorrem em espaços vazios e sim em estruturas 
celulares (cloroplastos, mitocôndrias, entre outras). Forma e função estão intimamente 
relacionadas, por isso, conhecimentos de morfologia (da célula e do organismo) 
constituem base indispensável para o estudo da Fisiologia Vegetal. Por sua vez, a 
Ecologia, as Fitopatologias, dentre outras ciências, necessitam dos conhecimentos 
desta disciplina. 
A infraestrutura básica de qualquer ciência consiste em dados e resultados 
obtidos através da observação e experimentação científica. Leis físicas e químicas e 
evidências experimentais diretas formam as duas principais fontes de informação em 
todos os ramos da Fisiologia. Portanto, uma conclusão merece confiança quando 
baseada nessas premissas. 
Duas leis físicas que são particularmente úteis na Fisiologia são a primeira e a 
segunda leis termodinâmicas, ou seja, a lei da conservação ou degradação da 
energia. A termodinâmica é um ramo da Física que estuda as transferências de 
energia e tenta entender as relações entre calor, energia e trabalho, considerando as 
quantidades de calor trocadas e o trabalho realizado em um processo físico. 
1ª Lei: "A energia não é criada nem destruída, apenas é transformada de uma 
forma para outra". Em outras palavras: "A soma de todas as energias em um sistema 
isolado é constante". Sabe-se que a energia pode ser convertida em matéria e vice-
versa, mas isso não acontece em condições fisiológicas. A implicação dessa lei na 
Fisiologia é que todo processo que consome energia deve ser acoplado a outro 
processo que fornece energia. Por exemplo, crescimento através da respiração. 
2ª Lei: "A energia térmica de um sistema só permite trabalho significativo em 
um segundo sistema se a temperatura do primeiro for maior que a temperatura do 
segundo". Esta lei se estende a todas as formas de energia. Então, para que isso 
produza trabalho em outro sistema, é necessária uma diferença de energia potencial. 
Ao equalizar potências, parte da energia é convertida em calor. A experiência mostra 
que o calor não pode ser totalmente convertido em outras formas de energia (ou 
trabalho). O calor é, portanto, uma forma de energia degradada, não há contradição 
 
 
 
 
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com a lei da conservação da energia aqui, pois se limita ao fato de que a quantidade 
de energia é constante, mas não estabelece nenhum limite para as conversões de 
energia. As leis de difusão, por exemplo, são derivadas da segunda lei da 
termodinâmica (PEIXOTO, 2020). 
Todos os seres vivos são compostos de células, que são as unidades básicas 
das quais os tecidos são derivados. Portanto, podemos definir um tecido como um 
conjunto de células semelhantes que possuem funções e propriedades definidas, 
garantindo proteção, sustentação, equilíbrio e homeostase intracelular. 
A importância da Fisiologia Vegetal 
Para a Agricultura 
A tecnologia de exploração vegetal implica a aplicação de múltiplas ciências, 
utilizando conhecimentos de botânica, edafologia (ciência que trata da influência dos 
solos nos seres vivos), mecânica, entomologia (pragas), climatologia e outros campos 
do conhecimento, com o objetivo de produção agrícola resultante do crescimento e 
desenvolvimento vegetal. Portanto, controlar a produtividade das plantas só é possível 
conhecendo os fatores que afetam o crescimento e o desenvolvimento das mesmas. 
A produtividade, resultante do crescimento e desenvolvimento das plantas, 
depende de fatores genéticos, fisiológicos e ecológicos. Os fatores genéticos 
representam o potencial que a planta recebe de seus ancestrais por meio da herança. 
Os fatores fisiológicos são o conjunto de processos simples e complexos que 
determinam o ganho ou diferenciação da matéria seca. Finalmente, os fatores 
ecológicos são os fatores externos, provenientes do solo ou da atmosfera, que, direta 
ou indiretamente, influenciam os processos fisiológicos da planta. 
Embora compartilhem os mesmos mecanismos genéricos, existem diferenças 
sutis entre as plantas (por exemplo, respostas diferentes devido aos efeitos da 
temperatura), fatores genéticos estão intimamente ligados a essas diferenças e se 
tornam mais proeminentes no controle da Morfologia. O controle do metabolismo 
depende não apenas da constituição genética, mas também da interação desses 
fatores com osdo meio externo. 
Através da fenologia, o estudo dos fenômenos periódicos da vida em relação 
às condições ambientais, pode-se observar que o crescimento e desenvolvimento de 
 
 
 
 
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um organismo resulta da ação combinada de três níveis de controle (PEIXOTO et al., 
2011): 
a) Controle Intracelular - O controle genético engloba as características da 
planta que a carregam em sua bagagem genética. A atividade celular depende da 
ação dos genes para a síntese de proteínas enzimáticas. Esse conhecimento é 
amplamente utilizado em programas de biotecnologia. 
b) Controle Intercelular - Função das substâncias reguladoras. Hormônios, 
compostos orgânicos não nutritivos de origem natural produzidos na planta que, em 
baixas concentrações, promovem, retardam ou inibem processos fisiológicos e 
morfológicos. Reguladores vegetais, que têm as mesmas propriedades, mas são 
estranhos ao corpo. Sua ação ocorre no nível do gene, razão pela qual são capazes 
de promover uma ampla variedade de mudanças nas plantas. As principais classes 
de hormônios vegetais são as auxinas, giberelinas e citocininas (promotores), o etileno 
(ligado a senescência), e o ácido abscísico (inibidor). Determinados reguladores 
sintéticos como a hidrazina maleica (MH), têm ação inibidora. Enquanto outros, como 
o daminozide (SADH) e chlormequat (CCC), atuam como retardadores do 
crescimento, com ação no meristema subapical, sobre a síntese de auxina e 
giberelina, respectivamente (CASTRO; VIEIRA, 2001). 
c) Controle Extracelular - É o controle ambiental. Essas seriam as condições 
ambientais em que a usina está implantada, pois seu desenvolvimento depende de 
vários componentes ambientais, como: Ex.: luz, temperatura, água, minerais, etc. 
Intervêm fatores do meio físico (climático e edáfico) e fatores do meio biológico 
(pragas, doenças, plantas daninhas, animais e humanos). 
A fisiologia vegetal já deu uma grande contribuição para melhorar a agricultura. 
A prática da fertilização se desenvolveu após a descoberta da necessidade das 
plantas por elementos minerais. O uso de fitorreguladores no enraizamento de 
estacas, controle de plantas daninhas e diversas outras aplicações surge a partir de 
estudos dos efeitos dos hormônios nas plantas e outros são amplamente 
determinados pela atividade fisiológica das plantas. 
O armazenamento de frutas, hortaliças e sementes depende quase que 
exclusivo da fisiologia desses produtos. Melhorias e descobertas de novas práticas 
agrícolas certamente resultarão dos avanços na fisiologia das plantas. Esses avanços 
podem surgir tanto da pesquisa básica no campo da Fisiologia quanto da análise 
 
 
 
 
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fisiológica aplicada nas áreas de horticultura, agronomia e silvicultura. Surgiram 
aplicações práticas da pesquisa básica em fisiologia e vice-versa. Valiosas 
contribuições básicas vêm da pesquisa exclusivamente orientada para a prática. 
A maioria dos agricultores está interessada apenas em saber como realizar as 
operações inerentes a uma determinada cultura. Os técnicos, profissionais com 
conhecimentos mais avançados na sua especialidade, precisam de saber não só 
como (o que os colocaria a par de qualquer agricultor avançado), mas também o 
porquê das práticas agrícolas. 
As razões para a grande maioria das práticas agrícolas são fisiológicas, além 
disso, o estudo da fisiologia vegetal é fundamental para a formação de um profissional 
qualificado e dedicado à pesquisa agropecuária. Aumentar a produção através da 
aplicação de fertilizantes adequados, desenvolver plantas resistentes à seca e 
geadas, encurtar o ciclo de vida das plantas, quer através da vernalização das 
sementes, quer através da aplicação de estudos de fotoperiodismo, estimular o 
crescimento e enraizamento das estacas através da aplicação de fitorreguladores, 
transplantes e podas cientificamente aplicadas são todos problemas fisiológicos 
diretamente relacionados à agricultura. 
Para a Sistemática 
Modernamente, a sistemática tem lançado mão de certas características 
fisiológicas particulares a certas plantas para utilizá-las na classificação das mesmas. 
De acordo, por exemplo, com as características dos grãos de amido de uma dada 
planta, pode-se hoje categorizá-los com segurança muitas vezes por gênero e até 
espécies . 
Pela análise das proteínas, utilizando o clássico método sorológico, há uma 
importante correlação proteica entre as plantas, dando assim uma base fisiológica 
para a velha classificação puramente morfológica dos vegetais (PEIXOTO et al., 2020) 
Para a Ecologia 
Ecologia por definição é o estudo das plantas em relação ao meio. Para esta 
ciência o organismo é uma expressão do meio em que vive. A interpretação das 
modificações que sofrem as plantas de acordo com os fatores do ambiente é de 
princípio fisiológico fundamental. Aliás, a Ecologia pode ser mesmo definida como o 
estudo da fisiologia da planta no seu meio natural. Isto evidencia bem que o ecologista 
 
 
 
 
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deve ser antes de tudo, fisiologista, caso contrário nunca poderá ir além de simples 
parte descritiva da ciência ecológica. A Fisiologia Ecológica fornece ainda, subsídios 
e conhecimento apropriado para evitar, controlar e resolver de maneira racional 
diversos problemas nas culturas agrícolas, possibilitando sua implantação, condução 
adequada e a obtenção de altas produções. 
Para a Fitopatologia 
O fitopatologista precisa conhecer todas as doenças chamadas “fisiológicas” 
de uma planta. O conhecimento de uma planta doente e da correlação fisiológica entre 
parasita e hospedeiro é um ponto também indispensável para este profissional. 
Para a Genética 
A genética, ciência que estuda as leis da hereditariedade, pode ser considerada 
como uma parte da Fisiologia quando trata da reprodução celular (meiose, mitose, 
gametogênese) e da evolução das plantas. 
Para a Indústria 
A produção comercial de álcool, a transformação de álcool em vinagre (por 
bactérias), a fabricação de pães e queijos e todas as indústrias de fermentação, fazem 
aplicação dos conhecimentos de Fisiologia Vegetal. Na fabricação de inseticidas e 
fungicidas é um ponto importante a se considerar, a reação fisiológica das plantas a 
estas substâncias. 
 
 
 
 
21 
 
3.1 Célula vegetal 
 
Fonte: static.brasilescola 
As plantas são organismos multicelulares eucariontes, ou seja, possuem seu 
material nuclear organizado, envolto por uma membrana conhecida como envoltório 
nuclear, que delimita o núcleo de outras organelas citoplasmáticas. Dessa maneira, a 
função do núcleo trabalha para armazenar a informação genética e transferi-la para 
células filhas, bem como toda a programação de atividades dessa célula. 
Fazem parte: mitocôndrias, cloroplastos, núcleo e nucléolo, parede celular e 
membrana plasmática, citosol, retículo endoplasmático, ribossomos, vacúolos, com 
cristais de oxalato de cálcio (como drusas) e grãos de amido dispersos no citosol. 
Membrana plasmática e parede celular 
A célula vegetal é formada por membrana plasmática, que confere seletividade 
à célula, determinando o que pode e deve passar para o meio intracelular e aquilo que 
pode sair da célula. A parede celular, junto com a membrana plasmática, protege a 
célula de pressões, evitando a ruptura da membrana plasmática e, 
consequentemente, da célula, garantindo proteção contra a entrada de agentes 
 
 
 
 
22 
 
patogênicos, bem como lesões físicas e químicas, além de favorecer o controle do 
crescimento celular. 
O controle da passagem de substância através da membrana depende das 
características físicas e químicas da estrutura da membrana e também das moléculas 
que vão atravessá-la. A constituição da membrana plasmática é lipoproteica, ou seja, 
uma parte dos constituintes é de natureza lipídica, tendo afinidade por substâncias 
apolares, e outra parte de sua constituição é de natureza proteica. 
Assim, as proteínas inseridas na membranafuncionam como proteínas-canais 
e receptores para que haja a entrada e saída de íons e água de dentro do ambiente 
intracelular para fora e vice-versa e também para a ligação de outras moléculas e 
substâncias em proteínas-receptores. 
 
 
Fonte: shre.ink/mzB7 
A água é a molécula mais importante que atravessa a membrana: tanto de 
dentro para fora quanto de fora para dentro. Esse processo da entrada de água e 
saída por difusão é chamado de osmose. A osmose envolve o movimento da água de 
uma solução com maior potencial hídrico para aquele de menor potencial, sendo que 
a concentração de soluto eleva o gradiente de concentração do solvente. A célula 
sempre busca o equilíbrio entre os meios interno e externo. 
Quando a entrada e saída de solvente não envolve fatores que atuam no 
potencial hídrico (como a pressão), dizemos que o movimento se dá de uma região 
mais concentrada para outra de menor concentração. A osmose tem como resultado 
 
 
 
 
23 
 
o aumento da pressão, devido à contínua entrada de água para uma região de menor 
concentração de água. Se a água for separada de uma solução por uma membrana 
semipermeável, a água entrará na célula até que se atinja o equilíbrio, quando o 
potencial hídrico for igual em ambos os lados da membrana. 
O movimento de água pela membrana plasmática em resposta ao potencial 
hídrico causa problemas para determinados seres vivos, principalmente aqueles de 
ambientes aquáticos. Esse contexto é válido quando o potencial hídrico da célula está 
acima, abaixo ou é igual ao potencial hídrico do ambiente em que vivem. Atravessando 
a membrana plasmática, temos citosol, núcleo e vacúolo, sendo o citosol uma região 
que contém um líquido viscoso, com uma diversidade de estruturas que vão desde 
organelas celulares membranosos, como os cloroplastos (locais da realização da 
fotossíntese), até estruturas grandes como o vacúolo, que pode ocupar um vasto 
volume celular, servindo de reservatório de substâncias vitais para a célula (proteínas, 
açúcares, água). 
No citosol, ocorrem reações metabólicas e também é onde se faz a troca de 
água por meio do processo de osmose, mantendo a pressão hidrostática dentro da 
célula. Os vacúolos são tão particulares da célula vegetal como são a parede celular 
e os plastídios, entre eles os cloroplastos. É exatamente em vacúolos que a planta 
absorve grande quantidade de água, minerais e dióxido de carbono, assim como luz 
solar. Os vacúolos funcionam na turgidez e no formato das células vegetais. 
Como em sua constituição, onde a prevalência seria de água e materiais 
dissolvidos, são essas as substâncias que exercem pressão no citosol, acabando por 
aumentá-la pelo processo de osmose. Também se encontram pigmentos e cristais e 
outros componentes capturados pela planta. Os vacúolos ainda possuem enzimas 
digestivas que digerem diferentes materiais absorvidos, tendo função lisossomal. A 
função de homeostasia dos vacúolos está vinculada aos íons hidrogênio que mantém 
o pH constante e também a determinadas substâncias dissolvidas que determinam 
propriedades osmóticas, garantindo a homeostasia. 
Assim, em organismos que vivem em água doce, quando estão em contato com 
um ambiente em que o potencial hídrico da célula é menor que o do meio circulante, 
a água tende a entrar na célula por osmose. Nesse caso, pode haver diluição do 
conteúdo intracelular, rompimento da membrana plasmática e comprometimento das 
funções celulares. Imagine agora você, que está aprendendo como acontece a 
 
 
 
 
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minuciosa escolha dos componentes que passam pela membrana plasmática 
(semipermeável), saber que essas organelas vitais que estão no citosol das células 
sofreram influências do próprio ambiente celular e que perderam suas principais 
funções. 
Esse tipo de problema pode ser solucionado pelo vacúolo contráctil, que tem a 
função de coletar água de diferentes partes da célula e bombear todo esse excesso 
para fora da célula, mantendo a homeostase do meio intracelular. Assim, o vacúolo 
não só armazena água e substâncias, como está envolvido no metabolismo da célula 
vegetal e também tem a propriedade de buscar essa homeostase intracelular. 
O citosol pode se expandir e a membrana plasmática fazer uma forte pressão 
contra a parede celular, pelo fato de ter estrutura típica da célula vegetal, que garante 
proteção mecânica para que a célula não venha se romper. 
Células de origem vegetal vão juntar ou acumular em seus vacúolos diferentes 
substâncias concentradas com sais, açúcares, aminoácidos e ácidos orgânicos. 
Consequentemente, pode haver um aumento da pressão hidrostática no interior das 
células devido à entrada de água por osmose. O que acontece é que essa pressão 
que a célula exerce mantém a parede túrgida, assim, define-se a pressão de turgor. 
A grande relevância dessa estrutura é que ela deve restringir a distensão do 
citosol, garantindo tamanho e forma à célula vegetal adulta, sem esquecer que 
garante proteção aos componentes (organelas celulares). Além da parede celular 
primária, há a parede celular secundária, e para que ambas se mantenham juntas, 
existe a lamela média. A lamela média é constituída por um gel que une ou “cimenta” 
as paredes até que seu crescimento cesse e a parede tenha sua estrutura definida. 
A parede celular primária, composta principalmente por celulose, hemicelulose 
e pectina, garante sustentação e proteção mesmo com a célula em crescimento, pois 
é porosa e permite a passagem de substâncias e de água pela planta, por entre a 
parede celular, sendo essa região conhecida como apoplasto. Depois que a célula 
para de aumentar, o citosol secreta a parede secundária que vai fornecer suporte para 
as plantas, essa parede é mais grossa que a primária e mais rígida. Interessante notar 
que em células do xilema (sistema que garante o transporte de substâncias líquidas), 
a deposição da parede secundária produz verdadeiros anéis (espirais ou redes), que 
impedem o estreitamento e, consequentemente, o colapso da estrutura, devido às 
 
 
 
 
25 
 
pressões de células adjacentes, pois essas células estão repletas de líquido 
pressurizado. 
Funções das organelas e membranas 
O citosol das células eucariontes (animais e vegetais) tem uma matriz celular 
aquosa e complexa, com substâncias moleculares diversas e organelas 
membranosas. Ele é considerado uma matriz na qual as organelas estão suspensas, 
sem esquecer que o citosol contém um citoesqueleto que é formado de microtúbulos 
e feixes de fibrila. 
O arranjo de microtúbulos em uma célula vegetal em crescimento, ou em 
divisão celular, está estritamente relacionado à orientação de microfibrilas de celulose 
das paredes primária e secundária das plantas. A orientação das microfibrilas de 
celulose pode, por sua vez, controlar a direção do crescimento, garantindo correlações 
bastante evidentes entre a distribuição dos microtúbulos e das estruturas da parede 
celular. Os microtúbulos são evidenciados, muitas vezes, em regiões de 
espessamento da parede vegetal secundária, como nos elementos de condução do 
xilema. 
Outra característica de microfilamentos, além de serem componentes de 
microtúbulos do citoesqueleto vegetal, seria a presença de uma “rede de cabos”, 
semelhante à actina (um grupo de microfilamentos) que, em forma de “cesta”, cerca o 
núcleo e vai em direção ao citosol, atravessando o vacúolo. Esses arranjos, aos 
poucos, têm sua atividade diminuída e começam a cessar depois que a divisão celular 
é concluída. Assim como ocorre com os microtúbulos, o núcleo também gerencia a 
organização dos microfilamentos que tendem a ser paralelos ao eixo de alongamento 
celular e, enquanto esse alongamento continua, eles se organizam de maneira 
transversa, até que fiquem quase paralelos aos microtúbulos. 
Portanto, as organelas são essenciais ao funcionamento da célula, as 
mitocôndrias são responsáveis pela respiração celular;o retículo endoplasmático liso 
(REL) e o retículo endoplasmático rugoso (RER) são muito parecidos. O RER se 
diferencia do REL devido à presença de ribossomos em suas membranas achatadas, 
por isso o nome “rugoso”, esses ribossomos são essenciais na realização da síntese 
de proteínas. No citosol da célula vegetal, podem aparecer cristais de oxalato de cálcio 
conhecidos como: drusas, cristais de ráfides e até cristais prismáticos. As proteínas, 
 
 
 
 
26 
 
por sua vez, são elementos essenciais na realização das funções vitais das células, 
incluindo a reprodução, em que o núcleo detém o comando. 
Ainda, ribossomos menores podem ser encontrados nas mitocôndrias e nos 
cloroplastos. As mitocôndrias possuem DNA e ribossomos em sua matriz mitocondrial, 
mas são dependentes de proteínas sintetizadas no citosol, sob o controle nuclear. As 
enzimas produzidas nas mitocôndrias e aquelas dependentes do citosol serão 
importantes na manutenção da respiração celular e também no controle do 
metabolismo celular. Sabe-se que mais da metade do metabolismo celular acontece 
nas mitocôndrias. O peroxissomo é um tipo de bolsa membranosa que muitas vezes 
poderia causar confusão com os lisossomos por conter enzimas digestivas como as 
catalases. 
Os peroxissomos são importantes também em plantas. Dois tipos deles têm 
sido extensivamente estudados. Um tipo está presente nas folhas, em que participa 
na fotorrespiração, o outro encontra-se em sementes em germinação, nas quais 
converte os ácidos graxos armazenados em sementes oleaginosas em açúcares 
necessários ao crescimento da planta jovem. Vale ressaltar que as principais enzimas 
envolvidas no processo digestivo seriam aquelas que degradam gorduras e 
aminoácidos, mas, nesse caso, eles contêm também grande quantidade da enzima 
catalase, que converte o peróxido de hidrogênio em água e oxigênio. O peróxido de 
hidrogênio (ou água oxigenada usada em ferimentos) pode ser tóxico às células e 
causar lesões. 
Os plastídios, por sua vez, são estruturas que possuem membranas duplas que 
aparecem em plantas; eles contêm DNA e ribossomos em sua matriz fluida (estroma), 
que podem conter grãos de amido conhecidos como amiloplastos e que são incolores. 
Outros possuem cores e são conhecidos como cloroplastos, que contêm a clorofila e 
pigmentos associados. Os cloroplastos possuem um sistema de membranas 
chamadas tilacoides, que, ao se agrupar, formarão os granum, que por sua vez são 
incorporados ao estroma. A importância dessa estrutura é que as enzimas 
relacionadas com a fotossíntese estão situadas nas membranas de tilacoides. 
No processo da fotossíntese, a energia do sol é captada e transformada em 
energia química. Assim, a primeira etapa da conversão da energia vinda do sol em 
energia química é a absorção de luz. A clorofila é o pigmento fotossintético presente 
nas folhas das plantas e é de cor verde. Sabe-se que a clorofila absorve luz em 
 
 
 
 
27 
 
comprimentos de onda de cor violeta, vermelha e azul, no entanto, ao refletir a luz, a 
clorofila apresenta-se verde. 
O núcleo é considerado o centro de controle de células eucariontes, mas, de 
qualquer forma, ele precisa da colaboração do citosol na síntese proteica, quando usa 
os ribossomos tanto nuclear quanto citosólico nela. Trata-se de uma estrutura 
esférica, um tanto alongada, que exerce controle nas funções celulares e está 
envolvida também na produção de enzimas (por meio do controle do RNA 
mensageiro). Além do controle de atividades celulares, o núcleo contém o material 
genético (cromatina-DNA combinada com proteínas conhecidas como histonas). 
Durante a reprodução celular, a cromatina é duplicada na fase do ciclo celular 
conhecida como INTERFASE e, depois de condensar-se, enrola-se e é chamada de 
cromossomo. São os cromossomos os responsáveis pela transmissão das 
características genéticas na reprodução celular. 
A região que banha o núcleo é conhecida como nucleoplasma e apresenta uma 
constituição aquosa com enzimas, na qual cromatina ou cromossomos e os nucléolos 
encontraram-se suspensos. Assim, como o citosol, o nucleoplasma possui uma 
estrutura citoesquelética capaz de organizar o material nuclear e os nucléolos. 
Os nucléolos são grânulos densos e massas de fibras intensamente corados 
(eucromatina quando ativo e heterocromatina quando inativo) de formato irregular que 
ficam inseridos no nucleoplasma. Existem semelhanças entre grânulos nucleares com 
ribossomos do citoplasma, entretanto as subunidades de ribossomos (compostos de 
RNA e proteínas) são produzidas precisamente no nucléolo. 
Tecidos vegetais 
Se a célula é considerada a unidade básica da vida, o conjunto de células 
formando grupos com funções comuns é conhecido como tecido. Os tecidos são o 
suporte orgânico dos vegetais. Eles podem ser de natureza diversa e estão, de 
maneira geral, divididos em meristemáticos e definitivos. Após o desenvolvimento do 
embrião, formam-se novas células, tecidos considerados jovens, conhecidos como 
meristemas, os quais têm extrema importância no crescimento das plantas. Os 
meristemas são conhecidos como apicais e laterais. 
 
 
 
 
28 
 
Os meristemas apicais estão ligados ao crescimento da planta em extensão e 
são encontrados nos sistemas dos caules e de raízes. Esse crescimento é conhecido 
como crescimento primário, de onde derivam os tecidos primários. Essa região da 
planta formada por tecidos primários é conhecida como corpo primário vegetal. Os 
meristemas laterais (câmbio da casca e câmbio vascular) produzem os tecidos 
secundários da planta. O câmbio vascular é responsável pelo crescimento de células 
e tecidos, aumentando a espessura da planta logo após o amadurecimento dos 
tecidos primários dos meristemas apicais. Em ambos, meristemas apicais e laterais, 
as células são capazes de se dividir muitas vezes. 
Depois de cada divisão de células filhas, uma permanece no meristema 
(conhecidas como iniciais) e outra torna-se uma célula nova do corpo (células 
derivadas). Vale lembrar que a divisão celular não está limitada aos meristemas 
apicais e laterais. Os tecidos parcialmente diferenciados (protoderme, procâmbio, 
meristema fundamental) são também chamados de meristemas primários pois (1): 
dão origem aos tecidos primários e (2): células permanecem meristemáticas até que 
se diferenciem em vários tipos de células. 
Assim, exceto na embriogênese, os meristemas primários são derivados dos 
meristemas apicais. No entanto, o crescimento do corpo de uma planta envolve 
divisão e expansão celular, e o tamanho das células também aumenta à medida que 
progride dos tecidos meristemáticos mais jovens para aqueles mais velhos. A forma 
da planta e a organização dos tecidos são influenciados pela expansão e divisão 
celular, constituindo a morfogênese (expansão e criação das formas da planta). 
Assim: 
1- Tecidos meristemáticos envolvem: meristemas, câmbio vascular e súber. 
Meristemas: Esses tecidos, por serem jovens, encontram-se em intensa 
atividade mitótica e crescimento. Apresentam-se pouco diferenciados ou ainda 
indiferenciados, com características celulares bem definidos como: núcleo central 
evidente, citoplasma denso, vacúolo de pequena extensão e parede celular pouco 
espessa. São conhecidos como meristemas primários e secundários. 
Câmbio vascular: No desenvolvimento primário de caules e raízes, o procâmbio 
diferencia-se e forma os tecidos vasculares. São tecidos com grande quantidade de 
ribossomos e sistema de membranas e vacúolos bem desenvolvidos. São 
característicos de plantas que envolvem crescimento secundário. 
 
 
 
 
29 
 
Tecido suberoso: Tecido que aparece em caules e raízes e se torna 
responsável pela formação (exterior) de células de tecido suberoso e para o interior 
de células do parênquima de reserva (feloderme ou córtex secundário). A partir 
desses tecidos meristemáticos, formam-se os tecidos definitivos provenientesde 
meristemas que evoluem para tecidos definitivos: adulto e diferenciado. 
Tecidos definitivos: Tecidos de proteção (periderme e epiderme) e tecidos de 
reserva/suporte e secretores (parênquima, colênquima, esclerênquima, tecidos 
secretores) e condutores (xilema e floema). Interessante lembrar que os estômatos 
são órgãos especializados nas trocas gasosas, podem ser encontrados na região da 
epiderme da parte aérea de plantas (caules herbáceos, pecíolos, flores, alguns frutos, 
folhas), no entanto são em maior número principalmente nas folhas. 
As plantas de regiões de climas áridos e semiáridos possuem folhas 
hipoestomáticas, sendo uma característica que contribui para a adaptação de 
determinada espécie a ambientes diversos. 
Parênquimas: São os mais abundantes em todas as células e conhecidos como 
tecido fundamental. 
Colênquima: É constituído por células com paredes muito espessas e ricas em 
substâncias pécticas e celulose. É considerado um tecido de suporte e está abaixo da 
epiderme de órgãos em crescimento ou diferenciados. 
Esclerênquima: São células espessas, apresentando função de suporte. 
Formadas por escleritos e fibras, estão em associação com diversos órgãos da planta: 
folhas, raízes, caules e frutos. 
Tecidos secretores: Com suas células secretoras, liberam substâncias 
produzidas pelo citosol que podem ser lançadas para o exterior da célula, ficar em 
vacúolos e permanecer no citoplasma. Alguns produtos podem ser eliminados da 
planta, e outros são vitais para as plantas como os hormônios. 
Todos nós sabemos que as plantas retiram do solo em que vivem a água e os 
minerais, assim, analisaremos os tecidos condutores que levam ou transportam esses 
nutrientes do solo para todo o corpo do vegetal. 
Quando falamos de tecidos condutores, referimo-nos a xilema e floema. O 
xilema é um tecido que transporta água e substância mineral dissolvida, podendo 
exercer funções de reserva e ter função mecânica. É um tecido em fase final de 
diferenciação e até contém células mortas de paredes lenhificadas. Já o floema é 
 
 
 
 
30 
 
composto por células vivas, paredes com celulose, transportando substâncias 
orgânicas sintetizadas ou transformadas. Muitas dessas substâncias são o resultado 
do processo fotossintético. É um tecido mais complexo do que o xilema, formado por 
células do parênquima e esclerênquima (fibras e esclerídeos), com parênquima 
condutor e não condutor (células secretoras e de reserva). 
3.2 Fisiologia dos estômatos 
Os estômatos são estruturas muito importantes para a fisiologia das plantas, 
estando diretamente ligados ao controle e regulação de dois processos vitais: 
fotossíntese e transpiração. 
O movimento de abertura e de fechamento estomático depende das 
particularidades fisiológicas das células guardas e dos fatores ambientais. O controle 
estomático serve para maximizar a fotossíntese, enquanto minimizam a transpiração. 
Este controle está sob efeito biológico e, é a maneira fundamental da planta 
controlar as trocas gasosas através das superfícies foliares. Esta verificação é 
exercida por um par de células epidérmicas especializadas, as células guardas. 
Os estômatos são estruturas epidérmicas distintas, consistindo de um poro 
estomático ou ostíolo, limitado por duas células designadas de guardas ou 
estomáticas. Essas células possuem cloroplastos funcionais, ao contrário das outras 
células epidérmicas. As células que circundam as guardas são designadas de 
subsidiárias ou anexas. 
 Abaixo do poro estomático se estabelece uma câmara no mesófilo, chamada 
de subestomática, a qual está em conexão com os espaços intercelulares do mesófilo. 
Nessa câmara o vapor de água interna é concentrado para depois, por difusão ser 
eliminado para a atmosfera, via abertura estomática. 
Os estômatos estão em todo o reino vegetal, sendo as algas o único grande 
grupo que não os possui. Ocorrem na epiderme de todos os órgãos aéreos, como: 
caules herbáceos, pecíolos, em alguns frutos (feijão, ervilha, banana e pepino), mas 
são abundantes nas folhas. Normalmente, as raízes não apresentam estômatos. 
O número de estômatos por unidade de área varia em função da influência dos 
fatores ambientais. Variando também as dimensões. As folhas de sol possuem mais 
células por unidade de área e consequentemente, mais estômatos em relação às 
 
 
 
 
31 
 
folhas de sombra. As folhas mais altas apresentam estômatos menores e mais 
frequentes que as folhas mais baixas de uma mesma árvore. 
O estômato possui tamanho médio de 4 a 12 microns de largura e 10 a 40 de 
comprimento e cerca de 100 microns quadrados de área quando completamente 
abertos. O número varia em torno de 10.000 cm2 de folha, cai para 1000 em algumas 
cactáceas e pode atingir 100.000 em algumas decíduas. Podem estar distribuídos nas 
duas faces da folha (anfiestomática), ou na face inferior ou abaxial da folha 
(hipoestomática) e em certas aquáticas, apenas na superfície superior ou adaxial da 
folha (epiestomática). Os estômatos são formados a partir da protoderme, ainda nos 
primeiros estádios de desenvolvimento do órgão. 
As dicotiledôneas possuem um formato reniforme, com as extremidades 
arredondadas, com uma espessa cutícula que reveste a parede que delimita o poro 
estomático e a câmara subestomática. Esse espessamento diferenciado influencia no 
mecanismo de abertura e fechamento. Nas monocotiledôneas as células guardas 
apresentam um tipo especial de constituição. Na região mediana são estreitas, com 
paredes bastante espessas, mas com extremidades alargadas e de paredes 
delgadas, em forma de halteres. Neste caso o mecanismo de abertura e fechamento, 
está na dependência da variação das dimensões das extremidades globulares. 
A orientação radial das microfibrilas de celulose nas paredes das células 
guardas é requerida para a abertura estomática. O espessamento das paredes 
celulares internas, associado com o alinhamento das microfibrilas de celulose que 
reforçam as paredes, são determinantes na forma das células. Nas células reniformes 
as microfibrilas de celulose se abrem em leque radialmente a partir do poro, forçando 
a curvatura das células guardas para fora durante a abertura. 
Nas gramíneas elas funcionam como suporte com extremidades infláveis. 
Quando as extremidades globosas aumentam em volume e incham, os suportes são 
separados um do outro e a fenda ou ostíolo entre elas alarga-se. 
A abertura estomática é causada por um aumento na pressão de turgescência 
ou turgor das células guardas. Essas células funcionam como válvulas hidráulicas 
multisensoriais. Quando a pressão osmótica aumenta nas células guardas, a potencial 
água se torna mais negativa e a água move-se por diferença de potencial hídrico das 
células subsidiárias para as estomáticas, o que aumenta a pressão de turgescência, 
levando a abertura do aparato estomático. 
 
 
 
 
32 
 
Principais características das células estomáticas (VIEIRA, 2010): 
- Únicas células da epiderme com cloroplastos funcionais, menores e em maior 
número que as das células do mesófilo; 
- São ricas em amido, mais que as células da epiderme; 
- Possuem maior número de mitocôndrias que as células do mesófilo; 
- Possuem enzimas importantes como: ATPase fosforilas e peroxidase; 
- São resistentes à desidratação e regulam melhor a perda de água; 
- Deixam de funcionar quando as células anexas se tornam inoperantes; 
- A área total dos estômatos abertos em relação à área foliar fica em torno de 
0,5 a 2,0 % da área total. 
4 MORFOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO VEGETAL 
A morfologia vegetal é o estudo da forma das plantas, uma das bases principais 
da botânica, e tem como objetivo observar as formas e estruturas vegetais. Utilizada, 
na sistemática, no auxílio à classificação e na fisiologia vegetal (GONÇALVES; 
LORENZI, 2011). 
Consiste no estudo direcionado a caracterização dos aspectos físicos dos 
vegetais como, cor, textura, forma e tamanho,servindo de subsídio para uma gama 
de estudos. Assim, a morfologia de frutos e sementes se torna uma ferramenta 
fundamental no estudo dos mecanismos de dispersão, regeneração e cultivo de 
plantas (RAMOS et al., 2010). 
Alguns grupos de plantas são de fácil distinção, mas outros podem ter 
semelhanças com outras espécies e tornar sua identificação difícil. Desse modo, as 
descrições morfológicas de frutos, sementes e plântulas podem auxiliar nesse 
processo de identificação, como também dá suporte para a produção em viveiros 
florestais e melhor compreensão das condições de estabelecimento das mudas em 
condições naturais. 
A morfologia abrange o conhecimento sobre diversos táxons, tanto a nível de 
famílias, gêneros até mesmo espécies, objetivando a identificação de plantas em 
inventários florestais de diferentes regiões. Estudos morfológicos contribuíram para 
reconhecer a família Capparaceae como um grupo monofilético devido suas espécies 
 
 
 
 
33 
 
possuírem ginóforo exserto, folhas simples ou tri-folioladas, frutos carnosos e sem 
replum (SOARES NETO et al., 2014). 
Do ponto de vista ecológico a diversidade na forma e tamanho de frutos pode 
auxiliar na compreensão da biologia da reprodução. As variações biométricas entre 
sementes de plantas matrizes diferentes podem ser resultado da variabilidade 
genética, de fatores bióticos e abióticos, também, da interação genótipo-ambiente 
(SANTANA; TORRES; BENEDITO, 2013). A existência de variabilidade genética em 
uma espécie é importante para a sobrevivência e adaptação frente às mudanças 
ambientais e auxiliam em programas de melhoramento (REIS et al., 2015). 
Alguns aspectos morfológicos das sementes tendem a ser semelhantes entre 
as espécies de determinado táxon, tornando possível reagrupá-las, por exemplo, a 
forma e a posição que o embrião ocupa numa semente, difere entre os grupos de 
plantas; os quais podem ser empregados na identificação de famílias, gêneros e 
espécies. 
 
Citogenética 
A citogenética consiste no estudo dos cromossomos, a partir da observação de 
sua morfologia, organização, função e replicação, representando importante 
ferramenta não apenas no campo da biologia celular, mas também da medicina 
clínica, melhoramento animal e vegetal. De forma convencional, os estudos 
citogenéticos baseiam-se especialmente no número cromossômico e dados 
morfológicos, a exemplo da razão entre o tamanho dos braços cromossômicos, 
posição dos centrômeros e localização das constrições secundária (GUERRA, 2008). 
Entretanto, as informações são limitadas a espécies com cromossomos 
pequenos, morfologicamente semelhantes e com o mesmo número diploide. Assim, o 
uso de diferentes técnicas, como o bandeamento cromossômico ou coloração 
diferencial da heterocromatina, tem proporcionado diferenciar os cariótipos pelo 
padrão de distribuição de bandas heterocromáticas, detectar variações estruturais, 
além de comparar cariótipos de espécies relacionadas (GUERRA, 2012). 
A combinação dos fluorocromos CMA (cromomicina A3) e DAPI (4’6, diamidino-
2- fenilindol) é a técnica mais utilizada para destacar regiões heterocromáticas nos 
cromossomos de diferentes espécies vegetais (BRAMMER; TONIAZZO; POERSCH, 
2015). Por meio desse bandeamento tem-se a diferenciação no padrão de distribuição 
 
 
 
 
34 
 
da heterocromatina, uma vez que regiões ricas em pares de base citosina e guanina 
(CG) são destacadas pelo corante CMA e as regiões ricas em pares de base adenina 
e timina (AT) com o DAPI (BARROS; SILVA; GUERRA, 2009). 
A análise da distribuição de bandas CMA/DAPI no cariótipo das espécies 
vegetais auxilia no entendimento das relações evolutivas e diferenciações 
citotaxonômicas, especialmente em grupos complexos ou que tenham número 
cromossômico constante em diferentes linhagens filogenéticas (ALMEIDA et al., 2016; 
CORDEIRO et al., 2020; PESSOA et al., 2021). Embora a distribuição da 
heterocromatina seja variável entre os cariótipos das espécies, ocasionalmente 
aparecem grupos vegetais com cariótipos com padrão de bandas muito semelhantes, 
seja em relação ao número, tamanho e localização no cromossomo (STIEFKENS et 
al., 2010; CORDEIRO et al., 2018). 
No cariótipo das espécies vegetais todos os cromossomos possuem uma 
constrição primária, o centrômero, que divide o cromossomo em dois braços (braço 
curto e braço longo). Contudo, em ao menos um dos cromossomos do conjunto 
haplóide de cada espécie, podem ser observadas constrições secundárias formadas 
por regiões organizadoras do nucléolo (RON’s) (GUERRA, 2012). 
As constrições secundárias no cariótipo de uma espécie nem sempre são 
visualizadas quando se emprega apenas coloração convencional, mas podem ser 
evidenciadas usando-se corantes específicos, como nitrato de prata, bandeamento 
CMA/DAPI e FISH. Em alguns grupos de plantas, como Passiflora L., as constrições 
secundárias são caracteristicamente distendidas (satélites) e o número e posição das 
mesmas aparecem como um dos mais importantes caracteres cariotípicos (MELO; 
CERVI; GUERRA, 2001). Em outros grupos, como Iridaceae, as constrições 
secundárias podem aparecer completamente não coradas, parecendo tratar-se de 1-
2 cromossomos extras, o que pode levar a erros de contagens caso sejam mal 
interpretadas (ALVES; LIMA; FELIX, 2011). 
4.1 Classificação das plantas 
Algas 
As algas são organismos que pertencem ao reino Protista junto com os 
protozoários. O reino de Protista agrupa todos os organismos considerados 
 
 
 
 
35 
 
evolutivamente inferiores, sem nenhuma linhagem evolutiva entre eles. Portanto, é 
considerado um grupo polifilético (com indivíduos não fundamentais descendentes de 
um ancestral comum). 
Organismos classificados como algas são autótrofos, alguns dos quais têm 
seus filos específicos para desenvolver plantas. Outra característica das algas é a 
presença de água, ou pelo menos umidade, em seu ciclo de vida (MIRA, 2022). 
 
Fontes: shre.ink/mXca 
Apesar da necessidade de água, as algas são encontradas em uma grande 
variedade de ambientes, como oceanos, rios e lagos, e até mesmo em troncos de 
árvores, onde se associam a outros seres vivos para garantir sua sobrevivência. 
Ficologia é o ramo da biologia especializado no estudo das algas. São 
organismos autotróficos que faziam parte do reino vegetal, mas hoje, estão incluídos 
no reino Protista. As algas são criaturas unicelulares ou multicelulares, eucarióticas e 
fotossintéticas que habitam ambientes de água doce ou salgada. 
As algas que vivem na superfície do mar são responsáveis por liberar cerca de 
70% do oxigênio contido na atmosfera, por isso são consideradas os pulmões do 
mundo. Além da membrana plasmática, eles possuem uma parede celular feita de 
celulose ou outros materiais como ágar. São organismos autotróficos, fotossintéticos 
e clorofilados (com a clorofila A presente em todos os indivíduos). Eles podem ser 
microscópicos ou macroscópicos e unicelulares ou multicelulares. No entanto, eles 
não têm a capacidade de formar tecidos complexos e, embora sejam fotossintéticos, 
são seres avasculares. 
 
 
 
 
36 
 
São considerados organismos mais primitivos do que as plantas, que não 
possuem raízes, caules e folhas verdadeiras. 
As algas são responsáveis por produzir grande parte do oxigênio do planeta. 
Além disso, algumas espécies capturam carbono, outras são fontes de proteínas e 
polissacarídeos para organismos que vivem no ambiente aquático. Além disso, as 
algas podem ser comercialmente importantes. Na indústria alimentícia, as algas 
podem atuar como fertilizante ou mesmo como fonte de alimento. No setor estético, 
as algas podem ser utilizadas em banhos terapêuticos. 
 
Habitat das algas 
A maioria das algas é encontrada no mar ou em rios (água doce ou salgada). 
As algas são capazes de formar comunidades conhecidas como fitoplâncton ou 
fitobentos no ambiente aquático. No entanto, é possível, mas não tão

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