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Arroz ( Oryza sativa L.) Plínio César Soares, Moizés de Sousa Reis, Va11dn Mo rin de Oliveira Com élio, A11tô11io Rodrigues Vieim, Elifns N1111es de A/câ11 t,1m, P11 11/o Rebe/les Reis, Více11/e Luiz de Cnrvnlho O Brasil ocupa a décima posição entre os maiores produtores de arroz e o primeiro fora dos países asiáticos, principalmente China, Índia e Indonésia, líderes na produção deste cereal e que, juntos, detêm 60% da produção mundial. O consumo de arroz no Brasil cor responde a 67,7 kg por habitante por ano do produto em casca, ou 48,7 kg por habitante por ano do produto beneficiado polido. A produção brasileira de arroz é destinada ao consumo interno, ocorrendo, também, eventuais impor tações para complementar o abastecimento. Os maiores Estados produtores são Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Tocantins e Mato Grosso. Minas Gerais situa-se em 112 I ugar; na safra de 2016, o Estado produziu apenas 15.300 t em 6.100 ha. As instituições de pesquisa têm procurado gerar novas tecnologias, visando au mento de produtividade, melhoria da qualidade e rentabilidade no cultivo dessa gramínea nos ecossistemas de várzeas e de terras altas, o que poderá permitir ao País a autossuficiência e até mesmo exportar arroz em prazo relativamente curto. EXIGÊNCIAS CLIMÁTICAS E ÉPOCAS DE PLANTIO As condições ecológicas para produção de arroz são diversas. O arroz é cultivado desde o Equador até grandes latitudes (norte e sul); ao nível do mar e até nas elevadas altitudes do Himalaia; em solos mais diversos, tanto nos mais argilosos como nos mais limosos; e tanto em cultivo irrigado como em cultivo de terras altas. A cultura do arroz é mais adaptada a regiões de altas temperaturas e prolongada luminosidade. Para expressão de seu potencial produlivo, a cultura requer temperaturas em torno de 24 ºC a 30 ºC e radiação solar eleva da. A quantidade e a distribuição de chuvas 1 O l Cullur J5 EPJ\MIG 1 '\ J ' ' durante todo o desenvolvimento ela cultura em terras altas, sem irrigação, são os fatores mais limitantes para a produção de grãos. Para o arroz de terras altas não deve ocorrer menos de 200 mm de chuvas por mês, durante o ciclo da cultura. A duração do ciclo de desenvolvimento do arroz varia de 110 a 140 dias para a maioria das cultivares utilizadas em Minas Gerais. A maior parte da variação entre cultivares ocorre na fase vegetativa. Na região central do Brasil, a estação chuvosa ocorre normalmente de outubro a março, havendo, no entanto, períodos de pouca ou nenhuma chuva, denominados "veranicos", mais frequentes nos meses de janeiro e feverei ro e que podem provocar prejuízos elevados na cultura ou até mesmo a sua perda total. Assim, é fundamental realizar a semeadura do arroz de terras altas em época propícia, de modo que, especialmente as fases de formação da panícu la, da floração e de enchimento dos grãos, não ocorram durante os veranicos. A semeadura deve ser feita, de preferência, na segunda quin zena de outubro e em todo o mês de novembro para todas as cultivares, podendo-se estender até a primeira quinzena de dezembro para as cultivares precoces (105 a 120 dias de ciclo). Em Minas Gerais, deve-se plantar o arroz irrigado em várzeas nos meses de outubro e novembro, de preferência. Nas regiões mais quentes do Estado, a semeadura pode esten der-se até o final de dezembro, sem prejuízos à cultura. Onde o plantio for efetuado por mudas, recomenda-se fazer a semeadura no viveiro, nos meses de setembro e outubro, e o transplante quando as mudas estiverem com 25 a 30 dias de idade. CULTIVARES As cultivares de arroz indicadas pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) para plantio em Minas Gerais encontram-se no Quadro 1. Todas as cultivares 1 () 1 (_ ul1u1 u ', [ i>AMI -' 125 listadas podem ser cultivadas em todas as re giões fisiográficas do Estado, ou seja, possuem ampla adaptabilidade. Além disso, apresentam alto potencial genético para produção de grãos e elevada estabilidade de comportamento pro dutivo ao longo dos anos, devido, principal mente, à boa resistência às principais doenças que atacam a cultura e à resistência à seca das cultivares de terras altas. SEMENTES Minas Gerais é um dos principais produ tores de sementes certificadas e/ou fiscalizadas de arroz do país. A produção de sementes no Estado tem se destacado pela excelente qua lidade; destina-se a atender às demandas dos produtores mineiros e o excedente é vendido principalmente para outros Estados do Sudeste e Centro-Oeste. No processo de produção estão envolvidos aEPAMIG, que multiplica e fornece as sementes das classes genética e básica, pro dutores de sementes (sementes certificadas e/ ou fiscalizadas) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) (registro, credenciamento de produtores, acompanha mento). ESPAÇAMENTO E DENSIDADE DE PLANTIO Para a cultura de sequeiro, em terras altas, onde as condições de umidade frequen temente são deficientes, deve-se evitar grandes populações de plantas. Os espaçamentos entre fileiras devem ser de 40 a 50 cm. Em solos férteis, onde o desenvolvimento vegetativo é maior, deve-se adotar o espaçamento maior, de 50 cm. Em solos pobres, deve-se usar 50 cm entre fileiras quando se pretende controlar as plantas espontâneas com cultivadores tra torizados, ou 40 cm, no caso do cultivo com enxada ou aplicação de herbicidas. Recomen dam-se 70 a 80 sementes viáveis/m ou 10 a 12 sementes/cova, independente do espaçamento utilizado. Essa densidade corresponde a cerca l ?ó QU ·\IJRO 1 - Vnricdndes c'1• ·11Tnz rer.r - _ ,_ ----~ r- ~. i~ , J lllC_IH~ ª :U~rrt_J 11111S erars ·-----'-- 1 1 M' C . (201 7) Tipo de 1\110 de Tipo de Rendimento QualidadP. \'miedadr.s lnstituiçiio Cir. lo de griios culturn lança mento rcs ponsóvel vegeta ti vo griios inte iros de griios ' Curinga Ti\ , V 2004 EPJ\l'vllG. EMl3RAPJ\, UfLJ\ M Longofino Alto 8 Cara vera Ti\ 2007 EPJ\MIG, EMl3RAPJ\ . UFLJ\ p Longofino Alto o Relâmpago Ti\ 2007 EPAtvUG. EMI3RJ\PA, UFLJ\ p Longofino Alto o Caçula TA 2012 EPAMIG, EMBRAPA, UFLA SP Longofino Alto o Ourominas 1, V 2001 EPAMIG, EMBRAPA M Longofino Alto o Seleta I, V 2004 EPJ\MIG, EMBRAPA M Longofino Alto o Predileta !,V 2007 EPAMJG, EMBRAPA M Longofino Alto o Rubelita !,V 2012 EPAMIG, EM13RAPA M Longofino Alto o Alterosa I.V 2017 EPAMIG, EM13RAPA M Longofino Alto o NOTA: TA - Terras al tas; I - Irrigado por inundação contínua; V - Várzea úmida; SP - Ciclo superprecoce; P - C1cl? precoce; M - Ciclo médio - J\lto Rendimento de grãos inteiros no beneficiamento, acima de 55%. (1) Refere-se a qualidade física, qu ímica e culinária dos grãos. 13 - Boa; O - Ótima. de 40 a 50 kg de sementes/ha. A profundidade de plantio deve ser de 3 a 5 cm. No caso de arroz irrigado em várzeas, o plantio pode ser feito de diferentes maneiras: a) por semeadura a lanço em tabuleiros submersos (sementes pré-germina das): sementes acondicionadas em sacos de aniagem são submersas em água corrente por 24 a 36 horas e posteriormente colocadas em local sombreado e arejado por 24 horas. A semeadura deve ser realizada quando o coleóptilo e a radícula atingirem cerca de 2 mm. Gasta-se de 120 a 150 kg de sementes/ha, dependendo da cultivar e do poder germinativo da semente; b) por semeadura em linhas: sugere-se o espaçamento entre as linhas de arroz de 30 cm para solos férteis e de 20 cm para solos fracos. Recomenda-se dis tribuir 80 a 100 sementes/m ou 10 a 12 sementes/cova, o que corresponde a aproximadamente 90 a 120 kg ele sementes/h a. A profundidade de plantio deve ser de 3 a 5 cm ; c) plantio por mudas: gastam-se até 200 g de sementes/m2 e 200 m2 de semen teira para 1 ha de lavoura. Sugere-se o espaçamento de 30 x 20 cm para solos férteis e 20 x 20 cmpara solos fracos, recomendando-se colocar cerca de cinco a oito mudas/cova. Gastam-se em torno de 60 kg de sernentes/ha. PREPARO DO SOLO No caso do arroz de terras altas, reco menda-se fazer urna aração profunda, que tem por finalidade a descompactação do solo, a promoção de melhor desenvolvime nto ra dicular e o armazenamento de água no solo. Pouco antes da semeadura, deve-se realizar o preparo definitivo do solo, com uma gradagem que garanta bom destorroamento. No sistema de plantio direto, não há revolvimento do solo e a semeadura é realizada sobre uma cobertura vegetal previamente dessecada por herbicidas. No sistema irrigado em várzeas, a aração deve ser realizada duas semanas antes da se- meaclura ou cio lransplanlio das mudas, com o terreno umedecido pelas ch uvas ou por irrigação. Seguem-se uma ou duas gradagens, com o inlervalo de uma semana, visando ob ler deslorroamenlo adequado e eliminm grande parle das plantas esponlâneas. Em seguida, deve-se aplainar o lerreno, o que resulta em uma série de vanlagens: maior uniformidade na altura da lâmina d'água, maior facilidade de irrigação, maior uniformidade no crescimento e na maturação das plantas e maior facilidade na drenagem superficial antes da colheita. No sistema pré-germinado, as operações de pre paro do solo têm por finalidade a formação de lama e o perfeito nivelamento e alisamento da superfície do solo. A maioria dos produtores, após o alisamento final, faz pequenos sulcos na superfície do solo para melhor escorrimento da água no momento da drenagem, normalmente três a cinco dias após a semeadura. No sistema de plantio direto, a semeadura do arroz é feita sobre a resteva de uma cultura anterior, pasta gem ou flora de sucessão, dessecada por herbi cida de ação total, sem nenhum revolvimento do solo. No plantio direto com cultivo mínimo são feitas, normalmente, duas gradagens leves e aplainamento do solo. As operações são fei tas no final do inverno e/ou primavera, com o objetivo principal de forçar a emergência das plantas espontâneas, especialmente do arroz vermelho, que são controladas pelo uso de herbicidas de ação total, antes da semeadura direta do arroz, normalmente realizada dos 30 aos 45 dias após o preparo do solo. CALAGEM E ADUBAÇÃO Em lavoura de terras altas, com solos are jados, um dos efeitos da aplicação de calcário é a neutralização do alumínio Lóxico. Em cultu ras irrigadas por submersão continua, devido à elevação natural do pH do solo, o que por si só inibe a ação do alumínio, a aplicação ele calcário torna-se desnecessária. Considerando 1 1 , l r I ·, , , , f í ' t. \ 1o arrozal permaneça infestado de mato neste período, significativa redução na produtividade poderá ocorrer. O controle das plantas espontâneas po derá ser feito de diversos métodos. a) preventivo: com o emprego de semen tes de arroz livres de propágulos de plantas espontâneas, e com O uso de equipamento de plantio limpo. b) cultura l: com o uso de ra lação de culturas, espaça mento e menor den sidade de p lantas nas linJrns, de modo que haja menor espaço livre para o crescimen to das espontâneas. c) mecânico: quando se utiliza a capina manual e ou carpideiras que promo vem o cultivo nas entrelinhas. d) químico: que utiliza, herbicidas de pós e ou de pré-emergência. e) a combinação desses métodos. O controle químico tem sido um dos mé todos mais utilizados na cultura do arroz, devido à maior praticidade e à grande eficiência no controle das diversas plantas espontâneas. Por outro lado, a capina manual tem custo elevado e rendimento baixo. Apesar de mais eficientes que a capina manual, a capina com carpideiras tracionadas também é onerosa, pois há necessi dade de se controlar as plantas espontâneas no mínimo até 40 dias após o plantio. Desta forma o método de controle que apresenta melhor resul tado é o uso de herbicida de pré-emergência logo após o plantio e um repasse com um herbicida de pós emergência que elimina as espontâneas que porventura tenham escapado do controle de pré-emergência, quando não se trata de arroz inundado. Neste caso, a lâmina d'água mantém a lavoura livre de espontâneas. PRAGAS O fato do arroz ser cultivado em condi ções de terras altas e irrigadas por inundação ou várzeas úmidas, faz com que haja variação na incidência de pragas sobre a cultura, principal mente aquelas que ocorrem no solo. As pragas da parle aérea geralmente são as mesmas nos diferentes sistemas de cultivo. No Quadro 4• são apresentadas as principais pragas do arroz. DOENÇAS As doenças que atacam a cultura nos três sistemas de cultivo (terras altas, várzea l lJ l ( u i! 1 1 o:, f P.AMICJ 129 úmida e irrigado) são praticamente as mesmas, exis linclo, porém, variações na severidade. A ocorrência e o prejuízo que elas podem causar dependem da interação entre os fatores que afetam o desenvolvimento do patógeno, do grau de resistência do hospedeiro e das condições do ambiente. Esses fatores são variáveis entre regi ões e dentro de uma mesma região. No Quadro 5, encontram-se resumidas as descrições das principais doenças que ocorrem na cultura do arroz, as condições favoráveis e os principais métodos de controle. COLHEITA E TRILHA O arroz atinge a maturidade fisiológica com 28-30% de umidade, o que ocorre entre 30 e 35 dias após a floração, quando as panículas apresentam 2/3 dos grãos já maduros. Entre tanto, a colheita deve ser processada quando os grãos apresentarem 20-22% de umidade e nunca exceder os limites de 18 e 25%. As des vantagens da colheita com umidade acima de 25% são: maior porcentagem de grãos gessados e de espiguetas vazias; problemas de limpeza e perdas na batedura, consequentemente, menor produção de grãos. Na colheita com umidade abaixo de 18%, pode ocorrer maior acamamen to das plantas e debulha natural, trincamento de grãos, com menos inteiros no beneficiamen to. Ademais, a colheita tardia expõe a lavoura a riscos climáticos, ataque de insetos, doenças e pássaros, reduzindo a produção. Outro aspecto importante a ser considerado é o horário da colheita. Deve-se evitar colher pela manhã, quando os grãos ainda se encontram umede cidos pelo orvalho. Recomenda-se que seja feita a partir de 10 h. Se ocorrer chuva, deve-se esperar que o arroz fique seco para ser colhido. A colheita pode ser realizada manual e mecani camente, de acordo com o sistema de cultivo, relevo e tamanho da área. Na colheita manual, a operação de Lrilha pode ser manual (por meio de bateção), mecânica (com trilhadora eslacio- ,::, ~ 1 • r:: '.:. 'J ;, -~ QUADRO 4 - Principais pragas da cultura do arroz, descrição, danos, sintomas de aloque e medidas de controle (continua) Nome comum (nome cientifico) Lagarla-elasmo ou broca do-colo (Elasmopalpus lignosellus) Cupins rizófagos (Proconílermes sp., Syntermes sp., Cornitermes sp. e outros) Cigarrinhas-das-paslagens (Deois flavopícta e Notozulia entreriana) Formigas cortadeiras (Acromyrmex spp., Alta spp. e outras) Lagarta-das-folhas (Spodoptera frugiperdo) Lagarla-dos-capinzais (Moeis Jatipes) Percevejo-do-grão (Oebalus spp.) Traça-dos-cereais (Sitotroga cerealella) Descrição Dano e sintomas de ataque Medidas de controle Lagarta verde-azulada (15 a 17 mm) com lis tras transversais pardo-escuras, com cabeça marrom-escura e movimentos ágeis. Perfura os colmos na região do colo, produzindo Tratamento qu1m1co de sementes; destrui galerias que atingem as folhas centrais, que se- ção dos reslos culturais ; semeadura em solo cam dando origem ao sintoma conhecido como úmido. "coração-morto"; amarelecimento, murcha e morte das plantas. Insetos mastigadores, de coloração branco amarelada, que habitam o solo. Danificam o sistema radicular. As plan tas ataca- Aração profunda do solo; destruição dos res das secam e desprendem-se facilmente do solo, tos culturais; rotação de cultura; tratamento quando puxadas. Atacam também as sementes, de sementes. causando falhas nas fileiras. Insetos sugadores (7 a 12 mm), corpo ovalado, 1 As cigarrinhas adultas sugam a seiva de folhas e coloração preta, marrom ou vermelha com !is- colmos; amarelecimento e secamento das folhas, Lras amarelas. seguidos de morte das plantas. A formiga do gênero Acromyrmex (formiga- São mais prejudiciais quando as plantas têm em quenquém) constrói formigueiros pequenos torno de 15 ilias. Muitas planlas cortadas canse com até três câmaras pouco profundas. Os guem brotar e produzir panículas. Porém, essas formigueiros da formiga do gênero Alia (saú- ficam menores. vas) são constituídos de câmaras subterrâneas interligadas entre si. Lagartas lêm cinco pares de pernas abdomi- Lagartas alimentam-se de folhas e reduzem a nais e podem ser verde-claras, marrom-escu- área foliar das plantas. Alacam o arroz ainda rasou quase pretas, com estrias longiluclinais. novo, podendo consumir as planlas Lolalmente. Lagartas Lêm cor parda com listra escura no dorso. Possuem dois pares de falsas pernas abdominais e sua locomoção é do Upo me de-palmos Percevejos medindo 7-8 mm de comprimento por 4 mm de largura, que podem apresentar manchas amarelas, e atacam os grãos no cam po. Os adultos são pequenas mariposas (16 a 18 mm). As lagartas e pupas vivem no interior de sementes. Lagartas alimentam-se de folhas e causan1 re dução da área foliar das plantas; alimenlam-se de planlas já perfilhadas; em ataques severos, as folhas ficam reduzidas às nervuras principais. Formas jovens e adultas sugam conlinuamen te os grãos, causando seu chochamenlo e ges samento, o que resulto em quebra de grãos no beneficiamento. Tanlo o arroz beneficiado como o arroz em casca são danificados, especialmente com temperatu ras de 23 a 25 ºC e umidade dos grãos de 12 a 15%. Evitar o plantio próximo a pastagens inies Ladas; incorporação profunda dos restos cul turais; tratamento de semenles; pulverização foliar. Arações anuais profundas, manter o solo livre de gramíneas; plantas provenientes de sementes tratadas com inseticida têm efeito repelente sobre as formigas: no controle cli reto dos formigueiros podem ser uLilizados formicidas em iscas e pós-secos. Destruição dos restos culturais; manutenção do interior e das margens do campo livres de plantas hospedeiras da praga; inseticidas em pulverização foliar. Destruição dos restos culturais; manutenção do interior e das margens do campo livres de plantas hospedeiras da praga; inseticidas em pulverização foliar. Evilaro plantio escalonado e a colheita tar dia; controle químico com pulverização fo liar; destruição de restos culturais. Limpeza dos depósitos antes do armaze namenlo; utilização de cultivares de casca perfeita; armazenamento em casca: controle químico. w o ,_r -=' --- t :'D ·" .:::: [ .• (conclusão) Nome comum Descrição Dano e sintomas de ataque Medidas de controle (nome científico) Gorgulhos aquálicos do Larvas branco-amareladas, ligeiramente re- Praga específica do arroz irrigado por inunda- Destruição de restos culturais; lâmina d'água arroz - bicheira-da-raiz curvadas. Os adultos são coleópteros com ção. Adultos alimentam-se do parênquima das uniforme em toda a área; retirada da água (Ory zophagus oryzae) 3-3,5 mm de comprimento e 1-1,5 mm de lar- folhas, deixando cicatrizes na parte superior, por 7 a 15 dias; u lilização de cultivares perfi- gura. São de cor marrom-escura e geralrnen- que são escuras quando novas, tornando-se lhadoras; tra tamento químico das sementes; te com o corpo coberto por escarnas cerosas brancas após alguns dias. Os maiores danos aplicação de inseticidas nas reboleiras, sobre acinzentadas com manchas brancas. As fême- são causados pelas larvas nas raízes: as plantas a lâmina d'água. as são maiores que os machos. atacadas ficam menores, amarelecidas e com a extremidade das folhas murchas. O ataque ge- ralmente ocorre em reboleiras. Gorgulhos-do-arroz 2. As duas espécies são semelhantes e têm de Tanto o arroz beneficiado como o arroz em casca Limpeza dos depósitos antes do armaze- (Sitophilus zeamais e 2 a 4 mm de comprimento; as fêmeas colocam são danificados, especialmente com temperatu- narnento; utilização de cultivares de casca Silophilus oryzae) seus ovos isolados em cavidades feitas na cas- ras de 23 a 25 ºC e umidade dos grãos de 12 a perfeita ; armazenamento em casca; controle ca; adultos e larvas causam danos. 15%. quimice. QUADRO 5 - Principais doenças da cultura do arroz, patógenos causadores, sintomas, sobrevivência e meios de disseminação dos patógenos, condições favoráveis e métodos de controle. (continua) Doença (patógeno) Brusone (MagnaporUie oryzae - forma imperfeita Pyricularia oryzae) Mandrn-pardu (Drech slcrn or_1•zu11, /Jipoluris w:vzue) Principais sintomas Ocorre nas partes aéreas da plan ta, desde o estádio de plântula até a fase de maturação; nas folhas, ocorre a formação de pequenas lesões □ecrólicas de coloração marrom, que evoluem, tornando se elípticas, com margem marrom e ce□ Lro cinza ou esbranquiçado; a infecção panícula , é conhecida como bru so□e do pescoço. Pode causar chochamente total dos griios. Nas folhas, manchas jovens são urrcdomladas e ele coloração nrnrrom ; manchas típicus são ovulaclas, ue colorac,:ão marrom u vermclhacla e centro cinzu; nos grãos, rnunchus súu de cor m urro 111 ci;curu ou nwrrom u vernrnl Iwdo Sobrevivência Restos de cultura, se mentes, hospedeiros alternativos Res tos de cultura, se mentes, hospedeiros ai terna li vos Disseminação Vento, sementes in fectadas Sementes infectadas, ventos, chuvas Condições favoráveis Desequilíbrio nutricional, alta densidade de semea dura e menor de espaça mento, deposição orvalho por períodos prolongados, baixa luminosidade, alta umidade, temperatura 25- 28 ºC. Plantio de sementes infec tadas, baixa fer tilidade cio solo, desequil íbrio nutri cional. temperatura alta 20-30 ºC, umidade, estresse hídrico, molhamento ela fo lhn Medidas de controle Cultivares resis tentes/ toleran tes, sementes de boa qualidade fis iológica e sanitária. trata mento ele sementes com fun gicidas, bom preparo do solo. cle□sidacle ele semeadura ideal para cultivar, troca de culti var periodicamente adubação equilibrada, controle químico. Cultivares tolerantes, trata mento ele sementes, p lantio em solos com boa fertiliclacle natllfal, adubação equilibrada, rotação ele cult llfa, controle químico w G n r: e. ., r n ·,., ,)_~ Doença (patógeno) Mancha de griios (Bipolaris or_vzae, Phoma sorghina (queima das glumelas), P. 01yzae. Drechslera aryzae (manchaparda), Pseudomonas fiscovagina e Erwinia spp. (descoloração dos grãos) e outros. Escaldadura (Ger/achía oryzae) Principais sintomas Manchas aparecem desde o iní cio da emissão das panículas a t é o amadurecimento; sintomas são muito variáveis, dependendo do patógeno predominante, do estágio de infecção e das condi ções climáticas; identificação do agente causal é dificil no campo; danos causados pelo perceveja da-grão (O. poecillus) facilitam a entrada de microrganismos cau sadores das manchas. (conclusão) Sobrevivência Disseminação Condições favoráveis Medidas de controle Restos de cultura, se- Principalmente pe- Ocorrência de chuvas e Cultivares resistentes/ toleran mentes, hospedeiros las sementes infec- alta umidade durante a tes, tratamento de sementes. alternativos. tadas. fase de formação dos grãos, práticas culturais adequadas, acamamento das plantas controle químico. permitindo o contato das panículas com o solo, tem- peraturas baixas (15-17 ºC) Sintomas ti picos nas folhas se ini- Restos de cultura, se- 1 Sementes infectadas, ciam pelas extremidades apicais mentes, hospedeiros água, vento. Plantio de sementes infec tadas, molhamento foliar, altas densidades de plantio, desequilíbrio nutricional. Uso de sementes de boa quali dade fitossanitária, tratamento de sementes, espaçamento e densidade de plantio adequa dos, adubação equilibrada ou pelas bordas das lâminas f o - alternativos. liares; manchas não apresentam margens bem definidas e são de cor verde-oliva; mais tarde, áreas afetadas apresentam sucessões de faixas concêntricas com alter- nância de faixas marrom-claras e marrom-escuras; grãos também são afetados :....i "v v) .::, -o ,' s. e nária acoplada ao lralor) ou ulilizanclo pisoleio ele animais ou lralor. Já na colheila mecanizada, as colhecloras au lomolri zes realizam o corte e a Lrilha imediata em uma só operação. É hoje o método mais utilizado, sobretudo nas grandes áreas cultivadas. SECAGEM, BENEFICIAMENTO E ARMAZENAMENTO O arroz precisa ser secado adequada mente após a colheita e a trilha, para a sua boa conservação durante o armazenamento. Tan_to para o arroz armazenado a granel quanto em sacarias, a umidade de grãos ou semente deve ser de 13 a 14%. A secagem deve ser imediata, pois no arroz recém-colhido, com alto teor de umidade, ocorre aquecimento natural da massa de grãos (fermentação). Na secagem, podem ser utilizados os métodos: a) natural: feita em terreiros, por meio do vento e do calor do sol. Nesse método, · o arroz é espalhado em uma camada _ não superior a 10 cm e revolvido periodicamente em intervalos de ·30 minutos para uniformizar a secagerri,_ - Esse método é geralmente utilizado · - em pequenas áreâs ou par.a pequeno _ volume de pr~dução; b) artificial: com secadores, onde é possível manipular a temperatura e a velocidade do ar, facilitando a secagem. Esse método é utilizado em grandes áreas ou para grandes volumes de produção. No caso de sementes, a temperatura da secagem 1 (J I r Jlt,1• .i [ PAMIC 133 não deve ser superior a 45 ºC. O bene ficiamento de sementes tem por obje tivo melhorar a aparência e a pureza dos lotes, além de protegê-los contra pragas e doenças. Durante o benefi ciamento, são utilizados máquinas e equipamentos específicos para a se paração adequada de contaminantes, assim CO arroz deve ser armazenado com teor de umidade entre 12 e 14%, em local fresco, arejado e limpo. Pode ser armazenado tanto a granel (em silos graneleiros) quanto em sacos dispostos sobre estrados de madeira (prática mais usada hoje no Brasil). Nesse tipo de armazenamento, tem se utilizado sacaria de papel multi foliado para sementes e de ráfia ou juta para grãos. Nessa etapa, deve-se realizar periodicamente o controle de carunchos, evitando perdas na quan tidade e, sobretudo, na qualidade do produto.