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Do Adimplemento e Extinção das Obrigações - Confusão

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DISCIPLINA: DIREITO CIVIL III
Do Adimplemento e Extinção das Obrigações 
Da confusão
Conceito
O instituto da confusão é mais modo de extinção das obrigações.
Confusão é a reunião, em uma única pessoa e na mesma relação jurídica, da qualidade de credor e devedor. Quando ocorre a confusão, a obrigação é extinta, pois não é possível ser credor e devedor de si mesmo. 
Na obrigação, credor e devedor são pessoas distintas e quando ocorre, por algum motivo, se concentrarem numa única pessoa, a obrigação é extinta pelo instituto da confusão. Isso acontece porque ninguém pode ser juridicamente obrigado para consigo mesmo ou propor demanda contra a sua própria pessoa.
A confusão, de modo geral, resulta da herança. Como no caso em que o Daniel é inquilino de seu pai, mas o pai morre e Daniel herda esse imóvel. Dessa forma, a obrigação de pagar aluguel se extingue em razão da confusão, haja vista que Daniel passou a ter as qualidades de credor e devedor.
 
Espécies
A confusão pode extinguir a dívida toda ou apenas parte da dívida, conforme dispõe o artigo 382, ou seja, pode ser total ou parcial.
Quando ocorre a confusão parcial, o credor não recebe a totalidade da dívida. Exemplo de confusão parcial encontra-se nas obrigações solidárias. Por exemplo: se um dos devedores solidários se confunde com o credor, opera-se a extinção de parte da dívida. O que significa dizer, que apenas a parte correspondente à parcela de responsabilidade do devedor solidário é confundida. A obrigação e a respectiva solidariedade permanecem entre os demais devedores. 
O artigo 383 dispõe sobre a confusão parcial: “A confusão operada na pessoa do credor ou do devedor solidário só extingue até a concorrência da respectiva parte do crédito, ou na dívida, subsistindo quanto ao mais na solidariedade”.
Efeitos
A confusão extingue não só a obrigação principal como também os acessórios, como a fiança, por exemplo. Mas a recíproca não é verdadeira. A obrigação principal, contraída pelo devedor, permanece se a confusão operar-se nas pessoas do credor e do fiador. 
Extingue-se a fiança, mas não a obrigação. Igualmente se houver confusão entre fiador e devedor: desaparece a garantia, mas subsiste a obrigação principal. 
O artigo 384 dispõe que: “Cessando a confusão, para logo se restabelece, com todos os seus acessórios, a obrigação anterior”. 
O artigo trata da confusão transitória que pode permanecer por um tempo até que um fato jurídico a desfaça. Pode acontecer, por exemplo, no caso de abertura da sucessão provisória em razão da declaração de ausência e posterior aparecimento do presumidamente morto. 
Nesta hipótese, não se pode falar que a confusão efetivamente extinguiu a obrigação, mas que somente a neutralizou ou paralisou, até ser restabelecida por um fato novo.
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