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Direito Civil II – Av.1 2015.2 Hacker de provas 1 1. Antônio obrigou-se a entregar a Benedito, Carlos, Dario e Ernesto um determinado touro reprodutor, avaliado em R$80.000,00 (oitenta mil reais). Embora bem guardado e bem tratado em lugar apropriado e seguro, o animal morreu afogado em inundação causada por fortes chuvas. Nesse caso a obrigação é: a) De dar coisa certa, indivisível, resolvida para ambas as partes com a ausência de culpa do devedor, ante o perecimento do objeto; (o objeto da relação é fungível, podendo ser qualquer touro reprodutor). b) Indivisível, com o perecimento do objeto por culpa do devedor; (a inundação resultada da chuva é caso fortuito, não há culpa ao devedor). c) Indivisível e tornou-se divisível com o perecimento do objeto, sem culpa do devedor; d) Solidária, devendo o valor de R$80.000,00 (oitenta mil reais) ser entregue a qualquer dos credores, em lugar do objeto perecido; (O caso não descreve a obrigação solidária, esta não se presume, então não há que se falar dela aqui). e) De dar coisa certa, indivisível, devendo o devedor entregar indenização a todos os credores. (a mesma explicação do item a). 2. Assinale a alternativa INCORRETA: a) Obrigação é a relação jurídica na qual um determinado sujeito se obriga a realizar uma prestação em favor de outro, e o conteúdo desta prestação não é necessariamente patrimonial, pois existem obrigações cuja prestação não é de caráter patrimonial; (O direito das obrigações foi criado para regular o direito patrimonial entre o credor e o devedor para o cumprimento da prestação, com o objetivo de que a obrigação recaia sobre as coisas e condutas ao invés de recair sobre os direito personalíssimos). b) Nas obrigações de dar a coisa certa, se esta se perder por culpa do devedor, este responderá pelo equivalente, mais perdas e danos; Direito Civil II – Av.1 2015.2 Hacker de provas 2 c) A solidariedade não se presume, resulta da lei os da vontade entre as partes; d) A obrigação de fazer é aquela que vincula o devedor à prestação de um serviço ou à realização de um ato positivo, material ou imaterial, seu ou de terceiro, em veneficio do credor ou de terceira pessoa. Trata-se de uma obrigação positiva. 3. A obrigação de fazer e de não fazer podem sofrer uma série de modificações ao longo de sua aplicação com exceção da seguinte: a) Em caso de urgência, pode o credor, independente de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido; b) Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar; c) A obrigação de não fazer é descumprido por um fazer; d) Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação, se por culpa dele, responderá por perdas e danos; e) A obrigação de fazer personalíssima ou infungível permite a substituição do devedor por outra pessoa, ficando a cargo do devedor originário a responsabilidade por indenização. (ora, se ela é infungível, logo não é substituível por outra pessoa). 4. Salvo disposição legal ou contratual em contrário ou diferente, ou em razão da natureza da obrigação, o pagamento efetuar-se-á: a) Em se tratando de prestações periódicas alternadamente no domicilio do devedor e do credor; (Não existe essa norma no Código Civil). b) No domicilio do credor, ainda que reiteradamente feito em outro local, não fazendo isto presumir renuncia a disposição contratual; (art. 327 – no domicilio do devedor). c) Indistintamente no domicilio do credor ou do devedor, a critério deste; (art. 327, Parágrafo único – designados dois ou mais lugares, cabe ao credor escolher entre eles). Direito Civil II – Av.1 2015.2 Hacker de provas 3 d) No domicilio do devedor, mas se reiteradamente feito em outro local faz presumir renuncia do credor relativamente ao previsto no contrato; e) No domicilio do credor, podendo porém o devedor fazê-lo noutro local, desde que não haja prejuízo para aquela; (art. 327 – no domicilio do devedor) 5. Quanto a Teoria do Pagamento que concentra-se no estudo do cumprimento da obrigação e a sua realização, marque a alternativa incorreta: a) O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição ao devedor, não obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação; b) O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena de só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito; c) O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo não é valido, ainda provado depois que não era credor; (Mesmo o devedor se protegendo das alternativas, mas não conseguindo prever o engano por conta da conduta maldosa de outra pessoa, o pagamento é considerado válido). d) A sentença: “quem se equivoca no pagamento pode correr o risco de pagar novamente”, se aplica no Direito Civil; e) É possível que terceiro não interessado realize o pagamento da obrigação. 6. No que se refere ao lugar, tempo e meio do pagamento marque a assertiva incorreta: a) O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa; b) Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor ser obrigado a receber, nem o devedor obrigado a pagar, por partes, se assim não se ajustou. Direito Civil II – Av.1 2015.2 Hacker de provas 4 c) Efetuar-se-á o pagamento no domicilio do devedor, salvo se as partes convencionarem diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou das circunstancias; d) O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renuncia do redor relativamente ao previsto no contrato; e) No Direito Civil o pagamento da última prestação não presume o pagamento da anterior, cabendo ao devedor provar a sua realização. (Art. 322. Quando o pagamento for em quotas periódicas, a quitação da última estabelece, até prova em contrário, a presunção de estarem solvidas as anteriores). 7. Cesar deve R$50.000,00 (cinquenta mil reais) à Julia. No dia combinado o pai de Cesar, o Sr. Carlos, apresentou-se para o pagamento e ofereceu o valor referido à Julia. Ocorre que Júlia negou receber tal pagamento, alegando que o pai de Cesar não era legitimo para realizar este pagamento. Com base nessa situação, responda: a) O Sr. Carlos é interessado ou não interessado pelo pagamento? Poderia realizar a cobrança posteriormente de seu filho? Em que situação? A lei trata diferente o terceiro que paga por interesse jurídico do terceiro que paga sem interesse jurídico, apenas por pena ou para humilhar. Assim, o terceiro que paga com interesse jurídico (ex: fiador, avalista, herdeiro) vai se sub-rogar nos direitos do credor. O terceiro que paga sem interesse jurídico, que é o caso do Sr. Carlos, vai poder cobrar do devedor original, mas sem eventuais privilégios ou vantagens. b) O seu filho, Cesar, poderia evitar que este realizasse o pagamento e posteriormente não pagar ao seu próprio pai? Sim, uma vez que, nesse caso, o pai de Cesar é um terceiro e, segundo o Código Civil, o pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, não obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação, logo, se Cesar tivesse a intenção de evitar o pagamento, ou seja, era contra aquele que o assim fizesse, não tinhaobrigação alguma de reembolsá-lo posteriormente. c) Se o pai de Cesar pagasse pessoa errada, haveria a quitação da dívida? Justifique. Direito Civil II – Av.1 2015.2 Hacker de provas 5 Não haveria quitação da divida uma vez que a obrigação não foi cumprida com a credora, para que esta seja cumprida, o pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, nesse caso o credor terá que ter muito cuidado com quem irá pagar. Uma exceção para esse caso é quando se trata de credor putativo, porque nessa situação, mesmo o devedor se cercando de todos os cuidados, o fato de ter sido ludibriado quita a dívida. d) Haveria a possibilidade de o pagamento ser realizado em outro local? Sim. Em regra, todo pagamento deve ser efetuado onde o devedor é domiciliado. Porém, se forem designados 2 lugares, o credor escolherá o local, se for em relação a imóvel, será onde o bem se situa. Ocorrendo motivo grave, o devedor poderá pagar em outro lugar e o credor não possuirá prejuízos. Quando o credor aceita o pagamento em outro lugar, ele renuncia seu direito e obrigação do devedor previstos no contrato. e) Poderia Julia receber objeto ou coisa diferente? Justifique. Julia não é obrigada a receber objeto ou coisa diferente, ainda que mais valiosa, nesse caso, se o acordo entre Júlia e Cesar foi de R$50.000,00 logo era um pagamento que tinha gênero e qualidade acertados. 8. Lívia e Carlos celebraram um contrato com Valdo para durante dez meses entregar 10 cabeças de Gado ou 10 Cabeças de Carneiro. Os meses estavam se vencendo e o pagamento era deito normalmente até o momento que os contratantes e devedores começaram a não entregar o que havia sido combinado. Valdo em contato com Lívia e Carlos para dizer que estes estavam atrasados pelo prazo de dois meses. Os devedores alegaram que havia ocorrido uma enchente em sua fazenda e que estavam assim impossibilitados de entregar as obrigações ajustadas e eximidos de qualquer ônus. Com base nesse caso hipotético responda: a) A atitude dos devedores possui amparo legal? Justifique. Não. Enquanto não determinada a obrigação, se a coisa se perder, não se poderá alegar culpa ou força maior. Só a partir do momento da escolha é que ocorrerá a individualização e a coisa passará a aparecer como objeto determinado da obrigação. Antes, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração, ainda que por Direito Civil II – Av.1 2015.2 Hacker de provas 6 força maior ou caso fortuito, pois o gênero nunca perece (genus nunquam perit). b) A quem cabe a escolha da entrega dos objetos da obrigação? Existe Exceção? E a escolha vai ser realizada em que momento? A escolha da entrega dos objetos da obrigação, Cia de regra, é do devedor. Cabe exceção quando previsto em lei ou acordado entre as partes, sendo que a escolha, denominada “concentração”, será a cata acordada entre as partes. c) Se as coisas se perderem como ficaria o caso? Se as coisas se perderem, analisa-se a culpabilidade do devedor, no caso em questão, em se tratando de uma obrigação alternativa, como houve a perda dos dois tipos de prestação devido a enchentes, ou seja, por caso fortuito, não sendo caracterizada a culpa do devedor, logo Lívia e Carlos não teriam que pagar perdas e danos, somente ressarcir o que foi pago e resolver a obrigação. d) Existirá solidariedade e indivisibilidade na relação? A solidariedade só existe s expressa em lei ou acordada entre as partes, não podendo ser presumida. No caso de haver solidariedade entre os devedores (solidariedade passiva), tanto Lívia quanto Carlos podem ser cobrados pelo total da obrigação, havendo a indivisibilidade na relação.
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