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AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA Mini Mental: avalia a função cognitiva do paciente; Escala de coma de Glasgow: avalia o nível de consciência; Avaliação do tônus: Escala de Ashworth: avalia a gravidade da espasticidade (resistência a mobilização passiva); Sinal de canivete: verifica-se durante o movimento rápido do membro o alongamento assim provocado leva inicialmente à contração muscular, a qual é imediatamente seguida por relaxamento. Sinal de Babinski: reflexo superficial; resposta patológica – dorsiflexão e abdução do hálux (positivo para lesão das vias piramidais). Reflexos profundos: bicipital, tricipital, patelar e aquileu. Avaliação dos Nervos Cranianos Nervo olfatório: paciente fecha os olhos e cheira algo conhecido. Nervo óptico: avaliação do reflexo pupilar ao incidir uma luz forte (via aferente). Nervos oculomotor, troclear e abducente: observação dos movimentos oculares; observação da elevação da pálpebra (n. oculomotor); avaliação do reflexo pupilar – contração da pupila (n. oculomotor). Nervo trigêmeo: reflexo córneo – estimulo dentro do olho com um chumaço de algodão, a resposta deverá ser o fechamento do olho (via aferente); reflexo do masseter. Nervo facial: solicita o paciente a realizar mímicas faciais; reflexo córneo (via eferente). Nervo vestibulococlear: avaliação auditiva e do equilíbrio (de olhos fechados e em superfície inclinada). Nervo glossofaríngeo: reflexo do engasgo. Nervo vago: reflexo do engasgo, observação do palato mole ao solicitar que o paciente diga “ah” abrindo bem a boca. Nervo acessório: avaliação da força muscular do trapézio e ECOM. Nervo hipoglosso: avaliação da protrusão da língua. MEDIDA DE INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL – MIF Tem por objetivo avaliar de forma quantitativa a carga de cuidados demandada por uma pessoa para a realização de tarefas motoras e cognitivas de vida diária. Nível: 1 – dependência total 2 – dependência máxima (75% na tarefa) 3 – dependência moderada (50% na tarefa) 4 – dependência mínima (25% na tarefa) 5 – supervisão, estímulo ou preparo 6 – independência modificada (realiza em velocidade mais lenta ou com auxílio de órtese) 7 – independência completa PATOLOGIAS PARALISIA FACIAL Pode ser do tipo periférica, quando se deve à lesão do próprio nervo, ou do tipo central, onde a lesão está localizada dentro do encéfalo. Central Periférica Acima do núcleo; Acomete quadrante inferior contralateral; Espasticidade; Desvio da comissura labial para o lado lesado. Nuclear ou abaixo dele; Homolateral acometendo toda a hemiface; Flacidez; Desvio da comissura labial para o lado sadio. Tratamento: Relaxamento da musculatura espastica; Massagem na hemiface afetada; Exercícios ativos e ativo-resistidos; Métodos Rood e Kabat; Atividades lúdicas. LESÃO NERVOSA PERIFÉRICA Plexo braquial: parte de C5 a T1 e inerva todo o membro superior. Tronco superior: formado por C5 e C6; Tronco médio: ramo C7; Tronco inferior: ramos C8 e T1; Dentro do plexo ocorre a fusão de parte de várias raízes espinhais, formando fascículos, que, por sua vez, se dividem, para em seguida se reagruparem, dando lugar aos nervos definitivos. (nervos anteriores e posteriores). Posição do MMSS na lesão: aduzido e rodado internamente, cotovelo estendido, antebraço pronado e dedos fletidos (dedos fletidos não significa que o paciente tem força!). Lesão do nervo mediano (raízes nervosas de C5 a T1): ocorre por esforço repetitivo, acompanhada por dormência progressiva e parestesia, fraqueza na mão e atrofia tenar. Lesão do nervo ulnar (C7, C8 e T1 – sem ramos acima do cotovelo):comum em fratura de cotovelo, é caracterizada por mão em garra ulnar, paralisia e hipotrofia da maioria do m.m. intrínsecos da mão e perda sensitiva. Lesão do nervo radial (raízes nervosas de C5 a T1): sinal de mão caída ao flexionar a 90° o braço. Plexo lombar: formado por ramos anteriores de L1 a L4 e inervam a pele e os músculos da coxa anterior e medial. *Os ramos dos plexos cervical, braquial e lombar fornecem a inervação simpática. Plexo sacro: inerva a parte posterior da coxa e a maior parte da perna e do pé; contém axônios parassimpáticos Lesão do nervo ciático: perda de sensibilidade do MMII, exceto a parte medial; Lesão do nervo femoral: afeta o m. quadríceps; diminuição de sensibilidade em coxa e parte medial da perna e do pé. Lesão do nervo fibular comum: inerva m. tibial anterior e compromete a dorsiflexão, extensão e eversão dos artelhos podendo também afetar a inversão. Tipos de lesão Neuropatia: lesão transitória do nervo, devida, por exemplo, à compressão por um hematoma. É de caráter benigno, pois a compressão prejudica temporariamente a função da bainha de mielina, mas não a do axônio. Ausência de distúrbios neurovegetativos, discretos distúrbios da sensibilidade (formigamento discreto), diminuição da força muscular e, às vezes, paresia de caráter transitório são revelados no exame clínico. Ex.: cruzar as pernas, dormir por cima do braço. Axonotmese: a contusão de um nervo periférico é capaz de provocar lesão circunscrita da bainha de mielina e do axônio; a célula de Schwann permanece íntegra. Resulta em deficiências funcionais de natureza motora, sensitiva e neurovegetativa e a degeneração walleriana se instala abaixo do nível de lesão. Neurotmese: os traumatismos (cortes) são capazes de provocar o seccionamento completo do nervo. A consequência consiste na abolição total da capacidade funcional nas áreas motora, sensitiva e vegetativa. Instala-se a degeneração walleriana na porção distal em relação à sede da lesão. Necessita de cirurgia, unindo os epineuros para auxiliar na regeneração do nervo. Degeneração Walleriana: pode ocorrer na axonotmese e na neurotmese. O axônio abaixo do local da lesão se degenera e a bainha de mielina se decompõe, enquanto as células de Schwann se multiplicam para formar uma espécie de faixa (faixa de Burger). Estas orientam os brotos axonais em direção ao destino do axônio. TERAPIAS BIOFEEDBACK Processo de monitoramento de eventos fisiológicos em seres humanos, geralmente por meio de equipamento eletrônico, e apresentação das informações na forma de sinais visuais ou auditivas, para que o individuo aprenda a autorregular a função fisiológica antes da involuntária. Assim o biofeedback é um processo que permite ao paciente aprender a mudar a atividade fisiológica a fim de melhorar a saúde e o seu desempenho. Biofeedback eletromiográfico: indicado para lesão medular incompleta, AVE, paralisia cerebral, DTM, incontinência urinária e fecal, dor crônica, cefaleia, entre outros. Condicionamento operante: procedimento por meio do qual é modelada uma resposta (ação) no organismo por reforço diferencial e aproximações sucessivas. A resposta gera uma consequência, que afeta a probabilidade de esta ocorrer novamente. Entretanto, se a consequência for reforçadora, haverá aumento da probabilidade; se for punitiva, além de diminuir a probabilidade de sua ocorrência futura, gerará outros efeitos colaterais. Quanto mais específica a informação e mais rapidamente ela é fornecida, maior será o aprendizado. As sessões de EMG – BFB são realizadas 2x/semana por 50 minutos com o objetivo de aumentar o recrutamento neuromotor. Inicia-se com tarefas simples e progredir com atividades mais difíceis e mais funcionais. Ex.: EMG – BFB no tratamento da espasticidade muscular dos flexores do punho em pacientes com hemiplegia pós – AVE,em conjunto com os métodos convencionais de desenvolvimento neurológico e reabilitação da hemiplegia. A EMG – BFB no fornecimento de informação sobre a qualidade da contração muscular em pacientes com tetra ou paraplegia. TERAPIA DE RESTRIÇÃO POR INDUÇÃO DO MOVIMENTO É uma intervenção terapêutica utilizada para o tratamento do MS parético, em pacientes com déficit funcional associado a um AVE, e baseia-se na combinação de um programa de treinamento intensivo associado à contensão do membro superior não afetado, evitando a teoria do desuso. Primeiro estudo: descrito em 1989 pelo fisioterapeuta Wolf et al., observaram- se os efeitos terapêuticos em 25 pacientes com hemiparesia causadas por AVE ou TCE. Esses pacientes utilizaram a contensão por duas semanas consecutivas durante 90% do dia. Após a divulgação dos resultados, Taub et al. (1998) resolveram implantar o treino das tarefas adaptadas (TTA) durante as duas semanas de tratamento, com duração de seis horas diárias, visando otimizar o uso do membro superior afetado dentro e fora do ambiente ambulatorial. PROTOCOLO TRADICIONAL: duas semanas consecutivas com seis horas de prática supervisionada e uso da contensão durante 90% do dia. O paciente deve ser instruído a retirar a contensão durante as seguintes situações: higiene pessoal, alimentação, sono e em qualquer atividade que possa promover o risco de queda ou ameaçar sua integridade física. SUPORTE PARCIAL DE PESO É uma técnica que utiliza equipamento terapêutico visando à recuperação da locomoção de paciente que apresentem alterações no padrão da marcha. Benefícios: Melhora da circulação sanguínea; Prevenção e redução da osteoporose; Melhora do condicionamento cardiorrespiratório. No entanto esses efeitos são amplificados, pois se consegue um aumento gradativo na velocidade e no ritmo da marcha, com menor gasto energético em comparação com o treino de marcha em solo. Gerador de Padrão Central: rede neuronal que é capaz de gerar um padrão organizado de atividade motora independente de estímulos sensoriais. Não são necessárias estruturas supraespinhais para produzir o padrão motor básico de locomoção; O ritmo básico da locomoção é produzido por circuitos neurais contidos inteiramente na medula espinhal; Sinais descendentes tônicos do encéfalo podem ativar os circuitos espinhais; As redes espinhais que geram o padrão de marcham não necessitam de informação sensória, mas são reguladas por informações proprioceptivas dos membros. FACILITAÇÃO NEUROMUSCULAR PROPRIOCEPTIVA – MÉTODO KABAT Este método visa obter a máxima quantidade de atividade que pode ser conseguida em cada esforço voluntario e o maior número possível de repetições desta atividade para facilitar a resposta motora. Princípios: Reflexo de estiramento: a estimulação do fuso muscular provoca uma contração reflexa do músculo, desde que o estímulo de valor inicial e o arco reflexo, estejam intactos. Contato manual: deve ser dado sobre os músculos a serem facilitados. Alongamento Máximo: deve partir de uma posição de máximo alongamento para uma de máximo encurtamento. Resistência ideal: a maior quantidade ou grau de resistência que pode ser aplicada à contração muscular. Tração e Compressão: usa-se a tração com o objetivo de melhorar a amplitude, dar maior cinestesia ao movimento e inibir a hipertonia; a compressão, por sua vez, deve ser utilizada quando o paciente tiver um tônus flácido, para os quais os objetivos serão de melhorar a cinestesia, e dar maior estabilidade ao movimento. Sincronismo: a sincronização normal nos padrões de facilitação é de distal para proximal, pois ela procede nesta direção no sujeito normal. Irradiação, transbordamento ou reforço: os componentes musculares de um padrão de movimento reforçam-se uns nos outros, automaticamente, de acordo com as demandas da resistência e quando está ao máximo, o reforço estende-se além dos componentes musculares do padrão a outros segmentos do corpo. Estimulação visual: o acompanhamento visual do exercício servirá como um feedback sensorial. Comando verbal: a voz do fisioterapeuta deverá ser usada como estímulo verbal para exigir o esforço voluntário do paciente: Segure Para solicitar contração isométrica Puxe ou empurre Para solicitar contração isotônica Relaxe ou solte Para solicitar o relaxamento Posição corporal e biomecânica: o fisioterapeuta deverá se posicionar sempre na linha do movimento realizado pelo paciente, acompanhando a trajetória do deslocamento. Padrões de movimento: os padrões usados são em espiral e diagonal, assemelhando-se com as atividades de vida diária. PADRÕES DE MEMBROS SUPERIORES Diagonal funcional ou D1 (mão de boneca): Agonista: padrão de flexão – adução – rotação externa Antagonista: padrão de extensão – abdução – rotação interna Diagonal primitiva ou D2 (mão de espadachim): Agonista: padrão de flexão – abdução – rotação externa Antagonista: padrão de extensão – adução – rotação interna PADRÕES DE MEMBROS INFERIORES Como esses movimentos são realizados no quadril, irão auxiliar no treino de marcha. D1 agonista: flexão – adução – rotação externa D1 antagonista: extensão – abdução – rotação interna D2 agonista: flexão – abdução – rotação interna D2 antagonista: extensão – adução – rotação externa O método também pode ser realizado de forma combinada, bilateralmente, podendo ainda ser, por exemplo, os 2 MMSS ou alternado como na dissociação de cinturas (escapular e pélvica) para o treino de marcha. CONCEITO BOBATH Conceito neuroevolutivo, baseia-se em técnicas de inibição, facilitação e estimulação, sendo possível sua adaptação a qualquer criança com alteração do tônus e postura devido a uma lesão no SNC. A facilitação deve influenciar os sistemas: Visual: através da necessidade que o individuo tem de manter sua cabeça na vertical (olhos e cabeça orientados ao horizonte); Vestibular: pela mudança de posturas, velocidade e direção do movimento favorecido pelo fisioterapeuta; Somatossensorial: através de impulsos táteis, proprioceptivos e sinestésicos oferecidos ao paciente através da transferência de peso, movimentos passivos, ativos e estímulos táteis direcionados. O conceito traz ainda pontos chaves de controle que favorecem a estimulação de reações de retificação e equilíbrio, facilitando o movimento voluntário do paciente. São eles: cabeça, esterno, ombro e cotovelo, punho e quadril. Inibição reflexa: movimentos capazes de inibir os padrões posturais patológicos impostos pela espasticidade. Técnicas proprioceptivas Devem ser usadas quando existir: fraqueza do músculo, aparente ou real, déficit sensorial com consequente fraqueza muscular. Tapping: meio de aumentar o tônus postural através de estimulação proprioceptiva tátil. Existem quatro tipos de Tapping: Pressão: é feito para se obter co-contração para manutenção e fixação da postura – realizada para aproximar as articulações; Sustentação: é realizado pela liberação momentânea da parte do corpo para ser mantida pelo paciente. Ocorre regulagem do tônus e capacidade do paciente em se manter na posição; Deslizamento: aplicado no ventre muscular, ativa todo o padrão da ação muscular. Deve ser feito com batidas firmes e precisas. Alternado: sequência de tappings de pressão e sustentação; Placing: habilidade do paciente em interromper um movimento em qualquer etapa de sua amplitude, automaticamente ou voluntariamente. Holding: capacidade de manter o segmento nas referidasposturas atingidas.
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