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Conteudista: Prof. Dr. Lucimar Bizio Revisão Textual: Esp. Camila M. Correia Objetivos da Unidade: Definir metodologia de aquisição e ensino para L1 e L2; Refletir sobre os conceitos de alfabetização e letramento; Analisar o atual processo educacional das crianças surdas. 📄 Material Teórico 📄 Material Complementar 📄 Referências O Campo da Metodologia de Ensino de Línguas Página 1 de 3 📄 Material Teórico Metodologia de Ensino de Línguas Figura 1 – Metodologia Fonte: Reprodução #ParaTodosVerem: foto com fundo verde, homem branco, camisa azul- marinho, mão esquerda em vertical na frente do corpo, mão direita, com três dedos na palma da mão esquerda. Seta aponta que faz um movimento dos três dedos para frente. Figura do sinal metodologia. Fim da descrição. A aprendizagem de uma língua não é uma tarefa tão simples. Há uma complexidade que acompanha esse tema. É comum encontrarmos pessoas que possuem muita dificuldade em aprender uma nova língua, enquanto outros possuem maior facilidade. O domínio de uma língua, de forma proficiente, exige muito tempo, ou uma vida toda, pois é um processo contínuo. A dificuldade de aprendizagem pode estar relacionada, inicialmente, aos estranhamentos de uma nova língua, ou seja, pode estar presente desde os processos de aquisição de nossa língua materna – também chamada de primeira língua (L1). Depois, pode estar presente em toda a complexidade que envolve a aprendizagem de uma Língua Estrangeira (LE) – ou segunda língua (L2). Quando nossa aprendizagem é de uma língua de sinais, a complexidade pode ser maior, mas é vencida pela dedicação ao ato de aprender o novo desafio a que nos propomos em nossos estudos. Há métodos que nos auxiliam nessa aprendizagem. A utilização de métodos para a aprendizagem de uma língua de sinais vem acompanhada, ainda, por ideias do senso comum, definidas como a união de opiniões pessoais e de maneiras de sentir, que são compartilhados pelos indivíduos de determinado lugar, em um determinado momento. Trata-se, portanto, de pensamentos que são aceitos por um dado grupo social como verdade, sem uma análise crítica ou uma investigação científica adequada. Brown (1994), ao discutir a metodologia relacionada ao ensino de línguas, comenta que o primeiro ponto que se espera, em um assunto como esse, é trazer à cena vários procedimentos, recomendações e dicas de como ensinar uma língua. O autor também destaca que nessa área há, predominantemente, duas visões de ensino de língua: uma chamada de imaginada ou idealizada, em que prevalece o ato de criar na imaginação; a outra, relacionada ao ato de ensinar, em que destaca as chamadas “receitas”, ligadas a determinados comportamentos tidos como específicos. Quanto aos estudos de metodologia relacionados ao ensino de Língua de Sinais, é comum encontrarmos bases teóricas ligadas aos estudos das línguas estrangeiras, mesmo se tratando de línguas de modalidades diferentes. As línguas orais são orais-auditivas, enquanto a língua de sinais, como é o caso da Libras, é gestual-visual. Além disso, não podem ser ignorados os modismos que acompanham os diferentes estudos metodológicos relacionados ao ensino de língua, a cada determinado tempo. Segundo Le�a (1998, p. 213): Entre os pressupostos teóricos acerca da língua apresentados pelo autor está, por exemplo, a ideia de que a língua está relacionada a uma resposta automática a determinado estímulo. Para outras linhas teóricas voltadas para a aprendizagem, tais respostas geram uma determinada abordagem para o ensino de línguas, enquanto a atividade cognitiva é resultante de regras internalizadas. A metodologia, nesse contexto, é menos abrangente do que uma abordagem, pois está relacionada com as normas, com as formas de aplicação dos pressupostos. Além disso, é importante lembrar que os métodos possuem funções que podem envolver regras para seleções necessárias, assim como a ordenação e apresentação dos dados relacionados ao linguístico e a estratégias para analisar, por exemplo, normas que avaliarão algum curso que esteja em processo de elaboração. Le�a (1988), ao discutir a terminologia sobre os métodos de aprendizagem de uma Língua Estrangeira (LE), explica que é necessária a adequação de uma terminologia mais ampla. O autor considera que a única dificuldade, quando definimos abordagem e método, fica centrada na falta de precisão histórica dos termos. Sugere que a solução é buscar uma diferenciação entre “Para descrever os diferentes métodos pelos quais se pode aprender uma língua estrangeira, precisa-se de uma terminologia adequada. Devido à grande abrangência com que se usava o termo "método" no passado – desde a fundamentação teórica que sustenta o próprio método até a elaboração de normas para a criação de um determinado curso – convencionou-se subdividi-lo em abordagem ("approach" em inglês) e método propriamente dito. Abordagem é o termo mais abrangente e engloba os pressupostos teóricos acerca da língua e da aprendizagem.” os conceitos de aprendizagem e de aquisição, que, em princípio, para alguns autores, parecem ser conceitos opostos. Wilkins (1976), ao discutir sobre a aprendizagem de uma segunda língua, diz que não significa apenas repetir enunciados, mas que se trata de uma atividade mais complexa, que envolve realizar escolhas linguísticas em determinadas situações. O autor comenta que o aprendiz necessita ser colocado em determinada posição que o leve a fazer escolhas. Dessa forma, o uso artificial da língua em situação de sala de aula, em atividades como “repetition drills” (repetição de exercícios, atividades repetitivas), não é suficiente como garantia de que o aluno aprenderá a língua-alvo estudada. Tal estratégia servirá como um instrumento através do qual o professor terá a oportunidade de acompanhar padrões de determinadas pronúncias e a forma como estão sendo realizados a entonação, o ritmo da fala e formalidade linguística. Dessa maneira, o autor entende que aprendizagem significa muito mais do que a memorização de possíveis diálogos ou expressões da língua-alvo. Envolve a utilização da língua estudada em situações que possibilitem a livre escolha e que convoquem fatores linguísticos intrínsecos, relacionados aos pontos que o aluno esteja motivado a aprender. Ou seja, o pesquisador Wilkins mostra que a aprendizagem de uma língua não é uma atividade mecânica. Na verdade, por essa visão, necessita que seja de forma significativa para que o aprendiz se sinta envolvido, motivado, desafiado e, assim, tenha melhores possibilidade de aprender a nova língua. Eckert e Frosi (2015, p. 200) discutem que a aquisição de uma língua já apresenta uma complexidade maior, pois está envolvida com “todas as habilidades que são próprias do ser humano”. Os autores, mesmo diante do pensamento complexo para a definição do processo de aquisição de uma língua, consideram a teoria do linguista americano Noam Chomsky, que, em obras como Syntactic Structures (1957), parte do seguinte princípio: todo ser humano nasce com a capacidade inata de adquirir uma língua. Santos Gargallo (2010), ao comentar a questão a respeito da aquisição de língua enquanto um sistema linguístico organizado, diz que se trata de um processo inconsciente, internalizado, em que o sujeito da língua é exposto a ela de forma natural. “Es un proceso espontáneo e inconsciente de internalización de reglas como consecuencia del uso natural del lenguaje con fines comunicativos y sin atención expresa a la forma” (SANTOS GARGALLO, 2010, p. 19). A aprendizagem, por sua vez, é vista, por sua linha teórica de estudo e pesquisa, como um processo consciente, no qual a internalização de um sistema linguístico e cultural será processado por meio de uma reflexão sistemática e conduzida por seus elementos. “Es un proceso consciente que se produce a través de la instrucción formal en el aula e implica un conocimiento explícito de la lengua como sistema” (SANTOS GARGALLO, 2010, p. 19). A autoraMarotta (2004) nos ajuda nessa questão ao afirmar que a aquisição linguística é vista como um processo, pelo qual acontece, de forma natural, a aquisição de uma língua, seja a língua materna, seja o que é chamado de segunda língua. A pesquisadora frisa, no entanto, que os estudos teóricos nos últimos anos privilegiam o uso do termo aquisição quando se refere à L1, enquanto para a L2 se utiliza o conceito de aprendizagem. “Na primeira acepção, o processo de aquisição tem caráter implicitamente espontâneo e diz respeito à modalidade com que a criança aprende a falar, vale dizer, adquirir competência, seja passiva ou ativa da própria língua materna” (MAROTTA, 2004, p. 16). Para saber mais sobre metodologia de ensino de língua e aquisição de linguagem, segue a dica de um vídeo: Vídeo Teorias sobre Aquisição de Linguagem Alfabetização, Letramento e Ensino da Língua de Sinais Aquisição da Língua Escrita - Teoria sobre a aquisição da linguagemAquisição da Língua Escrita - Teoria sobre a aquisição da linguagem https://www.youtube.com/watch?v=azKxkmcFFFg Figura 2 – Alfabetização Fonte: Reprodução #Paratodosverem: Figura com duas fotos duplicadas, indicando sequência entre elas. Apresentam fundo verde e homem branco de camisa preta. Na primeira foto, mão esquerda em vertical na frente do corpo, palma da mão aberta para cima, mão direita na palma da mão esquerda fechada com as pontas dos dedos unidos. Na segunda foto, a continuidade da ação, em que os dedos da mão direita se abrem com movimento para cima. Uma seta apontada para cima ajuda a entender o movimento do sinal, para sinalizar alfabetização. Fim da descrição. Figura 3 – Letramento Fonte: Reprodução #Paratodosverem: foto com fundo verde, homem branco, camisa preta, mão esquerda em vertical na frente do corpo, com polegar e indicador abertos, mão direita aberta com palma da mão para baixo, se movimentando sobre a mão esquerda, com os dedos em formato de L, para sinalizar letramento. Fim da descrição. A relação existente entre alfabetização e letramento pode ser vista por diversos olhares. Cada uma dessas áreas possui seus conceitos e as suas complexidades. A alfabetização é considerada uma prática que, por especificidade, engloba variadas áreas do conhecimento, em especial, o sistema alfabético e as regras que o acompanham em seu uso. Envolve, ainda, alunos e professores, que utilizam como recurso diferentes materiais pedagógicos comuns à sala de aula: quadro negro, giz, livros didáticos e paradidáticos, computadores, entre outros. As situações cotidianas de sala de aula, conduzidas por um especialista na temática, são práticas da alfabetização que serão responsáveis, de forma mais direta, pelo ensino e contato com determinadas regras de uso do código alfabético da língua-alvo, destinadas a alunos iniciantes em seu processo de aprendizagem. Dessa forma, professores e alunos se estabelecem em uma relação social já planejada, em que cada um cumpre seu papel – organizar, planejar, aplicar, responder, realizar atividades. O conceito de alfabetização está, portanto, ligado diretamente à valorização do domínio do código escrito de uma língua. É a partir desses valores que surgem expressões como pessoa analfabeta ou alfabetizada. Além disso, tal conceito envolve experiências com a aprendizagem das primeiras letras e a mobilização dos aspectos cognitivos, físicos, emocionais, entre outros. Um adulto que não domine o código escrito de uma língua não é tido como alfabetizado. A alfabetização do aluno surdo traz outras complexidades. O domínio do código escrito da língua portuguesa, por exemplo, faz parte desse processo. Há autores que consideram que, nesse processo, a própria aprendizagem de muitos sinais, de forma mais sistematizada, está ligada à aprendizagem e memorização. Já o letramento no contexto da surdez é atribuído às experiências vivenciadas pela criança surda em seu conhecimento de mundo pela aquisição da língua de sinais, que lhe garantirá a comunicação e as vivências cotidianas em sociedade. Para Quadros (2005), as oportunidades da criança surda de circular por situações que favorecem o conhecimento ou o uso de língua são vistas como de grande importância, seja no contato linguístico com seus pais, amigos surdos, no convívio com a contação de história em Libras, seja em outras situações que envolvam língua de sinais e língua portuguesa. A linguista comenta: “O fato de passar a ter contato com a língua portuguesa trazendo conceitos adquiridos na sua própria língua, possibilitará um processo muito mais significativo. A leitura e a escrita podem passar a ter outro significado social se as Os estudos de metodologia para o ensino de língua para os surdos têm avançado em suas pesquisas, contudo, ainda estão voltados para teorias de alfabetização baseadas em educação de ouvintes. Diante da discussão a respeito de alfabetização/letramento, a pesquisadora Soares (2005, p. 47) apresenta uma definição de letramento: “[...] estado ou condição de quem não apenas sabe ler e escrever, mas cultiva e exerce as práticas sociais que usam a escrita”. Tal conceito, que é destinado aos indivíduos considerados sem nenhuma deficiência, permanece como base dos estudos a respeito de alfabetização no Brasil. O sistema de escrita pode ser percebido, dessa forma, como de grande importância, tanto na alfabetização, quanto no letramento. Segundo Kramer e Nunes (2007), o conceito de letramento ultrapassa o que é conceituado como alfabetização, ou seja, vai além do simples ato de ler e escrever. Uma das pioneiras da pesquisa sobre letramento no Brasil, Soares (2005, p. 18) conceitua letramento como “[...] o resultado da ação de ensinar ou aprender a ler e escrever: o resultado ou condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter-se apropriado da escrita”. Isto é, um sujeito letrado é um sujeito que consegue usar, socialmente, tanto a leitura quanto a escrita. Nessa linha de pensamento, podemos entender que a alfabetização não é um requisito para determinado indivíduo ser considerado letrado; basta somente que ele consiga se envolver em práticas sociais de leitura e escrita. Um exemplo prático de nosso cotidiano é a situação em que uma criança elege brincar de escrever ou de ouvir, narrar histórias. Resumidamente, podemos entender que alfabetização e letramento se diferenciam em alguns aspectos, contudo, é importante observarmos que tais diferenças não acontecem de forma dissociável. A alfabetização ocorre por meio de atividades que se relacionam com o letramento, ao realizar práticas que recorrem à leitura e à escrita. Em contrapartida, a pesquisadora Soares - QUADROS, 2005, p. 33 crianças surdas se apropriarem da leitura e da escrita de sinais, isso potencializará a aquisição da leitura e da escrita do português.” (2005) destaca que o fato do sujeito possuir um domínio na alfabetização não o torna necessariamente letrado. Observe: o letramento tem sua base em fazeres sociais, enquanto a alfabetização, por sua vez, está fundamentada em uma das habilidades individuais desse sujeito. Vídeo Educação de Surdos Assista ao vídeo abaixo e aprofunde o conhecimento sobre alfabetização e letramento. ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO PARA A EDUCAÇÃO DE SURDOSALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO PARA A EDUCAÇÃO DE SURDOS https://www.youtube.com/watch?v=4cKJHxgb4go A Aquisição da Língua de Sinais como L1 no Processo Educacional da Criança Surda Figura 4 – Aquisição de linguagem Fonte: Reprodução #ParaTodosVerem: Figura com duas fotos duplicadas, indicando sequência entre elas. Apresentam fundo verde e homem branco de camisa preta, mãos direita e esquerda na frente da do rosto na altura da boca. Na primeira foto, as mãos apresentam dedo polegar e indicador aberto, no formato de um L em posição horizontal, com movimento para frente. Na segunda foto, as duas mãos fecham as pontas do dedo e fazem o movimento como se colocassem algo na testa, para sinalizar “aquisição de linguagem”.Fim da descrição. A língua materna (ou primeira língua – L1) é adquirida já na infância, de forma natural, em uma comunidade que a utiliza. A segunda língua (L2), por sua vez, já é aprendida em um ambiente chamado de artificial, formal, ou seja, em uma escola, por exemplo, em que seu domínio será de forma parcial em comparação à aquisição da L1 (QUADROS, 2005). É importante lembrarmos que as definições e conceitos acima podem ter exceções ou variações em seus funcionamentos, que podem afetar a diferença entre L1 e L2, pois, ao tratarmos de língua, estamos diante de um tema marcado pela complexidade. Essa ordem cronológica não é assim tão linear, simples, exata. A aquisição da primeira língua (L1) propiciará aos surdos o funcionamento dos aspectos da ordem do linguístico, como também do cognitivo, psíquico, além do social, contribuindo Vídeo Aquisição de Língua da Criança Surda LIBRAS PARA TODOS - AQUISIÇÃO DE LÍNGUA DA CRIANÇA SURLIBRAS PARA TODOS - AQUISIÇÃO DE LÍNGUA DA CRIANÇA SUR…… https://www.youtube.com/watch?v=nqrBhYIUlCw diretamente para a possibilidade de comunicar, interagir, socializar informações, conhecimento e aprendizagem. Assim, o uso da língua está presente em cada um desses e de outros aspectos na vida de uma pessoa e, no caso aqui de nosso estudo, do surdo. O uso da língua de sinais é o meio pelo qual ele poderá expressar suas opiniões, seus pensamentos, ideias, sentimentos, vontades, de maneira que, em uma relação dialógica comunicativa, seja compreendido e possa compreender, assim como as pessoas ouvintes utilizam a língua falada (QUADROS, 1997). Vídeo A Aquisição da Linguagem em Crianças Surdas Filhas de Pais Ouvintes Observe, no vídeo a seguir, uma síntese e aprofundamento da questão relacionada à aquisição da linguagem. Aproveite para aprender os sinais em Libras relacionados ao tema. Não podemos deixar de lembrar que, para que a aquisição e a aprendizagem de uma língua ocorram, faz-se necessário que o surdo esteja em interação com outros surdos e até com ouvintes fluentes em língua de sinais. Um contato fragmentado, ou seja, somente com sinais isolados, não possibilitará adquirir ou aprender a língua e os aspectos culturais que a acompanham, tão pouco utilizá-la em relações dialógicas com outros usuários. A pesquisadora Guarinello, nesse sentido, destaca que: A aquisição da linguagem em crianças surdas �lhas de pais ouvintA aquisição da linguagem em crianças surdas �lhas de pais ouvint…… “[…] para que as crianças surdas venham adquirir a língua de sinais como primeira língua, é necessário que elas sejam expostas a usuários competentes dessa língua, ou seja, adultos surdos fluentes, que vão responder tanto pela exposição como pelo ensino da gramática para as crianças e seus pais, que, em 95% dos casos, são ouvintes.” https://www.youtube.com/watch?v=XnWcRxN2Xqo Contudo, a prática dessa questão, aqui no Brasil, não é tão simples e fácil, pois muitos surdos de nosso país são provenientes de famílias ouvintes e não possuem contato com a Libras no período de aquisição. Assim, ficam privados, linguisticamente, de forma ampla, dos diálogos, de uma conversa com familiares, amigos, em que todos sejam usuários de uma língua oral-auditiva em eventos de comunicação. A falta de contato com Libras nas relações familiares ou, em muitos casos, até nos primeiros anos escolares, afeta o conhecimento dos surdos. Como expor seus pensamentos, como viver o processo de letramento, receber contação de histórias, formar seu repertório de informações? A pesquisadora Goldfeld (2002) destaca como é importante uso da Libras nas relações cotidianas familiares desde os primeiros eventos comunicativos de uma criança surda, de forma natural: Observe que tais questões, entre outras, são muito significativas na aquisição de L1. São lacunas que muitas vezes podem exigir anos para serem preenchidas, ou mesmo que nunca conseguirão ter um fim. A maioria dos surdos chega à escola, por exemplo, sem uma língua materna ainda - GUARINELLO, 2007, p. 48 - GOLDFELD, 2002, p. 166 “Aquilo que a criança ouvinte pode aprender informalmente, ouvindo os pais conversando, assistindo a televisão ou por intermédio de outros informantes, a criança surda deve aprender pelo diálogo direto ou observando outras pessoas conversando em Libras.” constituída, estruturada, isto é, não possuem fluência em sua própria língua, o que respinga na aprendizagem de uma segunda língua, como por exemplo, o português escrito. A aquisição da língua de sinais enquanto língua materna para o sujeito surdo proporciona-lhe estruturar e expressar seu pensamento. A pesquisadora Quadros (1997), ao tratar da situação do surdo no Brasil, comenta sobre a função das mãos e do corpo na Libras: Dessa forma, a Libras é uma língua natural, adquirida de forma natural e espontânea pela criança surda, como língua materna. O ideal é que essa aquisição ocorra no início da vida, porque pode evitar, por exemplo, um atraso linguístico. - QUADROS, 1997, p. 119 “A voz dos surdos são as mãos e o corpo que pensam, sonham e expressam. As línguas de sinais envolvem movimentos que podem parecer sem sentido para muitos, mas que significam a possibilidade de organizar as ideias, estruturar o pensamento e manifestar o significado da vida para os surdos. Pensar sobre a surdez requer penetrar no 'mundo dos surdos' e 'ouvir' as mãos que, com alguns movimentos, nos dizem o que fazer para tornar possível o contato entre os mundos envolvidos, requer conhecer a 'língua de sinais'. Permita-se 'ouvir' essas mãos, pois somente assim será possível mostrar aos surdos como eles podem 'ouvir' o silencio da palavra escrita.” Clique no botão para conferir o conteúdo. ACESSE Problemas Atuais no Processo Educacional das Crianças Surdas A escolarização da pessoa surda ainda enfrenta barreiras comunicacionais, atitudinais, entre outras. O ingresso de uma criança surda na escola gera alguns impasses, especialmente em relação ao uso da língua, que vai desde ela não possuir ainda uma língua constituída, estruturada, ao despreparo da maioria dos professores na comunicação com o discente. A alfabetização ou mesmo o letramento do aluno surdo merece um tratamento com muito respeito e compromisso diante dos mais variados desafios que se apresentam no cotidiano escolar. A aquisição de uma língua, especialmente em tempo adequado, permite que o indivíduo organize o pensamento, comunique-se com demais pessoas, interaja com o mundo que o rodeia, verbalize/sinalize suas vontades, emoções, criatividade. A idade é um fator importante nesse processo de inclusão, sobre a qual o pesquisador Lenneberg diz que: Leitura Aquisição da Língua de Sinais “[...] entre dois e três anos de idade, a linguagem emerge por meio da interação entre maturação e aprendizado pré-programado. Entre os três anos de idade e a adolescência, a possibilidade de aquisição primária da linguagem continua a ser boa; o indivíduo parece ser mais sensível a estímulos durante este período e https://www.libras.ufsc.br/colecaoLetrasLibras/eixoFormacaoEspecifica/aquisicaoDeLinguaDeSinais/assets/748/Texto_Base_Aquisi_o_de_l_nguas_de_sinais_.pdf O desafio linguístico não é o único enfrentado pelo aluno surdo. Não são todas as escolas que propiciam para esse aluno um caminho pedagógico que o dê condições de enfrentar desafios e ferramentas do conhecimento para uma aprendizagem significativa. Na maioria das vezes, professores se esquecem de que cada ser humano é único, fazendo comparações entre alunos surdos e ouvintes. Araújo (2015), ao se aproximar dessa questão, entende que o uso da língua de sinais acaba por ser usada em situações equivocadas, ou seja, no Brasil, ela é mais vinculada ao ato de leitura e escrita da língua portuguesa. A autora defende que isso reduz o valor linguístico da Libras, agravando ainda mais a exclusão do surdo, dando um determinado valor de superioridade da língua oral, por ser utilizada por um grupo linguístico majoritário.As pesquisas na área pedagógica mostram a importância de um ambiente favorável às crianças surdas para a realização e bom desenvolvimento de suas práticas pedagógicas. Segundo Honora (2015), a própria oralização, ou alguns possíveis ganhos nessa área, passa muito pelo convívio do surdo com outras crianças ouvintes. Os estudos científicos na prática pedagógica de crianças surdas apontam que o ambiente adequado às suas necessidades proporciona um progresso no processo educacional. A possibilidade de audição de qualidade, em um ambiente inclusivo, ou seja, o convívio diário entre surdos e ouvintes, representa uma possibilidade significativa dentro do processo de aprendizagem, relacionado diretamente a adquirir conhecimento de forma organizada, dentro de uma sequência, conforme aponta o pesquisador Vygotsky: - LENNEBERG, 1987, p. 67 preservar uma certa flexibilidade inata para depois da puberdade, a capacidade de auto-organização e ajuste às habilidades primárias e básicas não adquiridas até então geralmente permanecem deficientes até o fim da vida.” Os desafios no processo de educação de uma pessoa, seja ela surda ou ouvinte, são caracterizados pela complexidade. São inúmeros fatores que envolvem a aquisição e aprendizagem de uma ou mais línguas; são desafios e barreiras linguísticas para a criança surda no processo de letramento e alfabetização. Uma metodologia adequada será fundamental para o domínio do sistema convencional de escrita e ao próprio letramento, para que o sujeito surdo tenha melhores possibilidades de construção, de forma autônoma, natural, da significação da língua de sinais e da própria da escrita para sua vida diária. Os problemas atuais no processo inclusivo das crianças surdas necessitam de um cuidado especial, de sensibilidade e de bom senso para conduzi-los. Um dos primeiros pontos nesse processo é a escola construir e cultivar a melhor organização estrutural possível, sob o aspecto pedagógico, para compor um corpo docente que se preocupe com a capacitação diante dos desafios encontrados em cada novo ano letivo, sempre com objetivo de dar conta da função e integração, conforme explica Nogueira: - VYGOTSKY, 1993, p. 33 “Nesse convívio, os surdos autoproduzem significados que lhes permitem entender de que é diferente. Essa diferença, contraditoriamente, só pode ser afirmada e vivida como tal, ao supor igualdade e reciprocidade. Daí a importância de preservar o direito da pessoa surda de se desenvolver, através de sua inserção em experiências condizentes com a heterogeneidade dos processos humanos.” “As políticas para a inclusão devem ser concretizadas na forma de programas de capacitação e acompanhamento contínuo, que orientem o trabalho docente na perspectiva da diminuição gradativa da exclusão escolar, o que visa a beneficiar O professor, nessa linha de pensamento, pode ser comparado como um elo de ligação entre o indivíduo com sua participação e a adaptação ao mundo que o rodeia. O processo de alfabetização, nesse contexto, poderá apresentar uma melhoria, diante das investigações docentes, ao oportunizar aos seus alunos interação, investigação, liberdade de pensamento criativo, em que a criança, seja surda ou ouvinte, em uma abordagem inclusiva, aprenda segundo suas estratégias de conhecimento. Conforme destaca Diniz: “[...] o princípio fundamental da Educação Inclusiva consiste em que todas as crianças devem aprender juntas, onde quer que isso seja possível, não importando quais dificuldades ou diferenças elas possam ter” (DINIZ, 2012, p. 33). O compromisso com o desenvolvimento da educação dos alunos é uma das principais premissas da escola. Dessa forma, não cabe ao sistema educacional fazer acepção de pessoas, reforçar que grupos minoritários linguísticos, como os surdos, continuem isolados do conhecimento, sem um método que os inclua. Diniz (2012, p. 65), nesse contexto, comenta que “[...] a escola precisa preparar a criança surda para a vida em sociedade, oferecendo-lhe condições para aprender um código de comunicação que permita sua participação na sociedade”, isto é, a escola precisa ser um lugar em que a criança surda encontra segurança para uma aprendizagem sólida, tanto de seu letramento, quanto de sua alfabetização. A formação sólida do professor alfabetizador, no trabalho direto com crianças surdas ou ouvintes, é essencial no processo de inclusão. Segundo Nogueira (2002), no processo educacional de alfabetização das crianças surdas, é comum encontrar uma complexidade maior, pois muitas vezes falta uma formação sólida ao professor. - NOGUEIRA, 2002, p. 77 não apenas os alunos com necessidades especiais, mas, de uma forma geral, a educação escolar como um todo.” Dessa forma, a capacitação do professor que trabalha com essa demanda se faz necessária. Ele deve buscar diferentes métodos, de forma que o aluno surdo seja incluído e não ignorado diante de uma maioria linguística de língua oral em sala de aula. Assim, quando são dadas condições ao professor para que aprimore suas técnicas para alfabetizar uma criança surda em uma abordagem bilíngue de educação, os objetivos ficam mais fáceis de serem alcançados. Em especial, quem ganha nesse processo é o aluno, que tem acesso ao conhecimento e aos recursos educativos de forma adequada. Isso ajuda o professor a vencer o desafio da sala de aula; a vencer, muitas vezes, a insegurança diante de um aluno surdo desejoso de aprender a língua escrita. Soares comenta: O surdo utiliza como língua materna a língua de sinais, a qual ele acionará em seu letramento para ter acesso ao conhecimento e à aprendizagem. Há professores que se sentem desconfortáveis diante desse quadro, pela insegurança em se comunicar em língua de sinais. As crianças surdas, por sua vez, podem ingressar na escola com um certo atraso linguístico, tendo em vista a demora para entrar no funcionamento da sua língua materna, a língua de sinais, mesmo com todas as potencialidades ou sem quaisquer obstáculos cognitivos. Ao professor, na verdade, cabe cumprir o papel de mediador e mesmo de facilitador do processo muito importante que é o de alfabetizar o surdo em relação à língua portuguesa escrita, tendo - SOARES, 2005, p. 39 “Então, como é difícil para o professor do ensino regular, pela forma como tem sido construída a ação educativa na escola, produzir práticas de ensino que atendam a presença de um aluno surdo, é difícil, também, para o professor especializado contribuir com a construção de práticas pedagógicas que atendam alunos surdos e ouvintes.” como base teórica, por exemplo, estudos de Vygotsky (1993), em que o pesquisador destaca a responsabilidade e a capacitação necessária do docente diante das necessidades educacionais e linguísticas do aluno. A Libras, enquanto língua materna para o surdo, é o sistema linguístico que será responsável pela aprendizagem de uma nova língua, mesmo que seja em outra modalidade, como o português escrito, conforme destaca Michels (2011). O professor acompanhará todo esse complexo processo bilíngue do surdo. Auxiliará diante de barreiras, com estratégias que que o permita as superar. Pires (2005) também contribui para essa discussão ao destacar a importância da formação acadêmica do professor: Diante do exposto, a importância da formação consistente do professor ouvinte em Libras é fundamental no trabalho educacional bilíngue do aluno surdo. A busca de metodologias apropriadas a serem aplicadas no contexto específico de letramento e alfabetização bilíngue, que reconheçam aspectos culturais, educacionais, linguísticos e inclusivos, são fundamentais para a troca de conhecimentos e experiências entre o professor ouvinte e o aluno surdo. - PIRES, 2005, p. 15 “No tocante a importância e carência, cabe o incentivo a esta formação qualitativa para que o docente se torne competente ao ponto de transformar a realidade no contexto educacional, transpondo as barreiras do bilinguismo, da simples transmissão de conhecimentoe que prima em formar pessoas para a sociedade [...] sua atuação está comprometida com as condições da escola e com a qualidade de sua formação acadêmica.” A inquietação diante da temática sobre os problemas atuais no processo educacional das crianças surdas também tem uma vertente centrada na própria formação de profissionais da educação inclusiva, quando nem sempre possuem domínio da área em que atuam profissionalmente, como é o caso do domínio de Libras. Quais problemas podem ser gerados por um profissional que não possui domínio de uma língua que ele ensina? Segundo Basso, Masutti e Strobel (2009, p. 4) “O aluno surdo que adquire e aprende a LS no início de sua escolarização [...] é aquele que terá experiências e competência linguística suficiente para [...] transformar esse conhecimento de forma crítica e ativa”. A responsabilidade está na metodologia de formação dos profissionais? Da gestão escolar que não oferece cursos e tempo adequado para a formação profissional? Há pesquisadores que voltam os olhares para o próprio profissional, como é o caso de Silva (2018, p. 2), quando diz que: “Cabe aqui uma plena discussão sobre a sua responsabilidade ao ensinar Libras para um aluno surdo em idade escolar”. O autor comenta ainda que o ideal é a mediação do ensino ser feita por um profissional surdo qualificado. Contudo, não deixa de destacar também que “pela falta de profissionais Surdos e/ou bilíngues, na realidade o que temos nas escolas públicas são professores ouvintes, egressos de Cursos Básicos de 180h, ofertados pelas Secretarias de Ensino” (SILVA, 2018, p. 2). O que podemos perceber é que, com várias limitações, o ensino da língua de sinais está sujeito a provocar prejuízos na aquisição linguística do aluno surdo, como também em sua alfabetização. Zelar por uma boa formação na área é um caminho honesto para ser um bom profissional em sala de aula e beneficiar os alunos que estarão envolvidos no processo de aprendizagem, para que todos, professores e alunos, aprendam, ensinem e sejam beneficiados. Na área de Metodologia do Ensino de Libras, que é o foco principal de nossos estudos, vimos, nesta Unidade, que diversos conceitos merecem um estudo mais verticalizado, atento, pois estão acompanhados de uma complexidade que ganha novos olhares a depender da linha teórica do pesquisador. Entre alguns dos aspectos apresentados, é importante entendermos que as metodologias não possuem um caráter universal ou imutável. Hoje, no mundo contemporâneo, existem várias teorias de aquisição de L1 relacionadas ao surdo, que se diferenciam em função de uma visão social, ou médica, educacional e assim por diante. Isso resulta também em diferentes maneiras de ver teoricamente o próprio uso da língua e em diferentes discussões sobre aquisição e alfabetização. Nessa linha de discussão, foram apresentadas duas abordagens: uma mais voltada para a forma (aprendizagem, alfabetização) e outra mais voltada para uso da língua (letramento, aquisição). Claro, além das discussões colocadas desta Unidade, podemos aprofundar e expandir esses temas. Já em relação às metodologias, nesta linha de estudo, podemos pensá-las por meio de três eixos disciplinares: o Ensino de Línguas (que traz língua e linguagem, aquisição e aprendizagem, sustentadas em bases teóricas), a Linguística e também a Psicolinguística. Cada um desses eixos com bases sólidas em suas discussões teóricas. Vídeo Aquisição da Língua de Sinais por Crianças Surdas Filhas de Pais Surdos Assista ao vídeo abaixo e aprofunde-se na temática de aquisição de linguagem, além de aprender novos sinais em Libras. Conexão em Libras #11 - Aquisição da Língua de Sinais Por CriançConexão em Libras #11 - Aquisição da Língua de Sinais Por Crianç…… https://www.youtube.com/watch?v=6Z7Z_WZxZlM Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros O Despreparo dos Professores: um Ensaio Sobre um dos Problemas que Afeta o Processo Ensino-Aprendizagem dos Educandos CONCEIÇÃO, J. L. M. O despreparo dos professores: um ensaio sobre um dos problemas que afeta o processo ensino-aprendizagem dos educandos. Rio de Janeiro: CECIERJ, 2011. Oficina de Linguística Aplicada: a Natureza Social e Educacional dos Processos de Ensino/Aprendizagem de Línguas MOITA LOPES, L. P. Oficina de Linguística Aplicada: A natureza social e educacional dos processos de ensino/aprendizagem de línguas. Campinas, SP: Mercado de Letras, 1996. Página 2 de 3 📄 Material Complementar Vídeos Entrevista com Magda Soares – Parte I Sinal de Aquisição de Linguagem em Libras Entrevista com Magda Soares - Parte IEntrevista com Magda Soares - Parte I https://www.youtube.com/watch?v=wIznCg__Ad0 Leitura Ensino da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) como Segunda Língua para Falantes da Língua Portuguesa Clique no botão para conferir o conteúdo. ACESSE Sinal de AQUISIÇÃO DE LINGUAGEM em LIBRASSinal de AQUISIÇÃO DE LINGUAGEM em LIBRAS https://www.multitemas.ucdb.br/multitemas/article/view/177 https://www.youtube.com/watch?v=-M5TqJfxWlU ARAÚJO, L. C. N. Alfabetização e Letramento. Rio de janeiro: UVA-Ilumno, (produção técnica e material didático). 2015. BASSO, I. M. D. S.; MASUTTI, M; STROBEL, K. L. Metodologia de Ensino de Libras – L1. Florianópolis: Centro de Comunicação e Expressão, 2009. UFSC. Disponível em: . Acesso em: 13.12.2023. BROWN, H. D. Teaching by principles: An interactive approach to language pedagogy. New Jersey: Prentice Hall Regents, 1994. CHOMSKY, N. Syntactic structures. Mouton: The Hague, 1957. DINIZ, M. Inclusão de pessoas com deficiência e/ou necessidades específicas: avanços e desafios. Belo Horizonte: Autêntica, 2012. ECKERT, K., FROSI, V. M. Aquisição e aprendizagem de línguas estrangeiras: princípios teóricos e conceitos-chave. Domínios de Linguagem, Uberlândia, v. 9, n. 1, p. 198–216, 2015. 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