Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Variações Período de análise – mês/15 Variação Nominal Variação Real* (IPCA/ IBGE) Jul/15 x Jun/15 5,62% 4,97% Jul/15 x Jul/14 8,11% -1,32% Acumulado/ano 8,07% -0,20% Em julho, as vendas reais do autosserviço apresentaram alta de 4,97% na comparação com o mês imediatamente anterior e queda de -1,32% em relação ao mesmo mês do ano de 2014, de acordo com o Índice Nacional de Vendas, apurado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). No resultado acumulado (jan/jul), as vendas apresentaram quedade -0,20% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Os índices já estão deflacionados pelo IPCA do IBGE. Em valores nominais, as vendas do setor apresentaram alta de 5,62% em relação ao mês anterior e, quando comparadas a julho do ano anterior, alta de 8,11%. No acumulado do ano as vendas cresceram 8,07%. ECONOMIA Nesta edição: www.abras.com.br A informação que fala direto ao seu bolso 31 de Agosto de 2015 Após nove anos, o Índice de Vendas Abras mostra resultado negativo no acumulado do ano (contra o mesmo período do ano anterior). A última vez que apresentou retração de vendas nesta comparação foi em 2006. De lá para cá, apenas resultados positivos. “O ajuste fiscal, a perda de confiança dos empresários e a concomitante perda de postos de trabalho acabaram por atingir o poder de compra do consumidor, afetando finalmente as vendas do setor”, afirmou o presidente da Abras Fernando Yamada. Para Yamada, o momento é de reforçar a qualidade da gestão no empreendimento: “o período de crise pode se prolongar um pouco mais do que prevíamos inicialmente, mas sabemos que ele vai passar e devemos estar preparados para a retomada. Agora é hora de arrumar a casa, aprimorando ainda mais a gestão”, finalizou. Setor sente o momento recessivo da economia Índice Abras apresenta queda de -0,20% no acumulado de 2015 Vendas dos supermercados mostram retração em 2015 >>Conjuntur–2 PME: Desemprego amplia a sua escalada e atinge 7,5% em julho >>Abrasmercado – 3No acumulado de 12 meses, Abrasmercado supera IPCA >>Análise macro – 6 Autosserviço sente impacto da queda da renda do trabalhador Nº55 >>Abrasmercado – 4 Com variação negativa, Região Norte continua a mais cara do País >>Indicadores – 7 Indicadores macroeconômicos e do varejo Associação Brasileira de Supermercados >>PIB– 5 PIB mostra retração e economia entra em recessão técnica t IPCA-15 de agostose aproxima perigosamente dos dois dígitos As medidas macroeco nômicas de ajuste econômic o implement adas desde o fim do ano passado já começara m a surtir efeito, refletidas no resultado do PIB do primeiro trimestre, que no acumulad o dos últimos 12 Análise do mercado - pg. 02 Conjuntura - pg. 02 O rendimento médio real habitual dos trabalhadores foi estimado em julho de 2015 para o conjunto das seis regiões pesquisadas, em R$ 2.170,70. Este resultado ficou estável frente a junho (2.163,54) e 2,4% abaixo do apurado em julho de 2014 (R$ 2.223,87). Regionalmente, em relação a junho último, o rendimento subiu em Salvador (2,1%) e no Rio de Janeiro (3,1%). Apresentou declínio no Recife (-2,3%), em São Paulo (-0,9%) e ficou estável em Belo Horizonte e Porto Alegre. Frente a julho de 2014, o rendimento diminuiu em quatro regiões, São Paulo (-3,5%); Recife (-3,0%); Belo Horizonte (-2,9%) e Rio de Janeiro (-2,8%). Subiu em Porto Alegre, 1,6%, e em Salvador, 1,3%. A taxa de desocupação foi estimada em julho de 2015, para o conjunto das seis regiões metropolitanas investigadas, em 7,5%, ficando 0,6 ponto percentual acima do mês anterior (6,9%). No confronto com julho do ano passado a taxa subiu 2,6% pontos percentuais (passou de 4,9% para 7,5%). A massa de rendimento médio real habitual dos ocupados foi estimada em 49,9 bilhões em julho de 2015 e ficou estável frente a junho. Na comparação anual esta estimativa recuou 3,5%. IPCA-15: alta de 0,43% em agosto Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês de julho apresentou variação de 0,62% e ficou 0,17 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de 0,79% registrada no mês de junho. Em relação aos meses de julho, o IPCA deste ano constitui-se no mais elevado desde 2004, quando a taxa foi a 0,91%. Com isso, o índice está em 6,83% no ano, bem mais do que os 3,76% de igual período de 2014, registrando a taxa mais elevada para o período de janeiro a julho desde 2003 (6,85%). Na perspectiva dos últimos 12 meses, o índice atingiu 9,56%, mais do que os 8,89% dos 12 meses imediatamente anteriores. Constitui-se no mais elevado resultado em 12 meses desde novembro de 2003, que foi 11,02%. Em julho de 2014, o IPCA havia registrado 0,01%. PME: desemprego amplia a sua escalada e atinge 7,5% em julho O grupo Alimentação e Bebidas apresentou resultado de 0,45%, menor que a variação de 0,64% do mês anterior, e contribuiu para a desaceleração da taxa do IPCA-15 de agosto. Vários alimentos ficaram mais baratos de um mês para o outro, como: batata-inglesa (-9,51%), açaí (8,51%), tomate(- 6,67%), feijão preto (-4,30%), feijão-fradinho (-4,26%), feijão- carioca (-1,48%) e óleo de soja (-1,14%). Outros continuaram em alta, a exemplo do leite longa vida (3,05%), da refeição fora de casa (0,88%) e das carnes(0,87%). O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) teve variação de 0,43% em agosto e ficou 0,16 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de 0,59% de julho. Em relação aos meses de agosto, consistiu no índice mais elevado desde 2004, quando foi registrado 0,79%. O acumulado do IPCA-15 neste ano situa-se em 7,36%, acima do resultado dos 4,32% do mesmo período do ano anterior. No acumulado dos últimos 12 meses, o índice foi para 9,57%, acima dos 12 meses imediatamente anteriores (9,25%). Constitui-se no mais elevado resultado em 12 meses desde dezembro de 2003 (9,86%). Em agosto de 2014, o IPCA-15 havia sido de 0,14%. Cebola lidera maiores altas de 2015: 163,9% No resultado acumulado do ano de 2015, os produtos que mais pressionaram a inflação na cesta Abrasmercado foram a cebola, com 163,9%,o tomate, com 38,7%, e o feijão com 19,6%.Os produtos com as maiores quedas nos preços no acumulado de 12 meses foram pela ordem: farinha de mandioca (-5,9%), a margarina cremosa (-2,7%) e o arroz (-2,1%). No resultado acumulado de 12 meses, os produtos que mais pressionaram a inflação foram a cebola, 162,7%, a batata com 49,3% e o tomate com 31,5%.As maiores quedas nos preços foram: farinha de mandioca (-10,2%), farinha de trigo(-9,0%) e a margarina cremosa (-5,2%). Em julho, o Abrasmercado, cesta de 35 produtos de largo consumo analisada pela GfK em mais de 600 estabelecimentos de autosserviço espalhados em todo o País, apresentou alta de 0,82%, em relação a junho de 2015. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o Abrasmercado apresentou alta de 11,52%, passando de R$ 371,60 para R$ 414,40. Em julho de 2014, o Abrasmercado assinalava uma queda de -1,54% em relação ao mês anterior, acumulando alta de 4,26% em 12 meses. O que mostra que os preços dos principais produtos vendidos nossupermercados estão em um patamar mais elevado do que o verificado em 2014. Os produtos com as maiores altas em julho, na comparação com o mês anterior, foram: queijo mussarela, com 5,22%; massa sêmola espaguete, 4,84%; farinha de mandioca, 4,72%. O queijo mussarela obteve alta nos preços em todas as regiões, sendo que a maior alta foi registrada na Região Norte, onde variou 7,47%. A massa sêmola espaguete apresentou a sua maior alta, de 8,41%, na Região Nordeste. Já os produtos com as maiores quedas foram: tomate, -4,62%; arroz,- 2,45%; margarina cremosa, -2,07%. O tomate teve queda em três das regiões, e a maior delas foi na Região Nordeste, -11,75%. O arroz, por sua vez, apresentou sua maior queda, de -11,61%, na Região Norte. No acumulado de 12 meses, Abrasmercado supera IPCA Maiores quedas (Mês x Mês anterior - %) TOMATE -4,62 ARROZ -2,45 MARGARINA CREMOSA -2,07 ÓLEO DE SOJA -2,03 Abrasmercado - pg. 03 Comparativo Abrasmercado x IPCA Abrasmercado IPCA Variação Mensal (Jul/15 versus Jun/15) 0,82% 0,62% Acumulado no Ano (Jan/15 a Jul/15) 8,73% 6,83% Variação 12 meses (Jul/15 versus Jul/14) 11,52% 9,56% Maiores altas (Mês x Mês anterior - %) QUEIJO MUSSARELA 5,22 MASSA SÊMOLA ESPAGUETE 4,84 FARINHA DE MANDIOCA 4,72 XAMPU 4,37 Abrasmercado Período Valor em R$ Julho/14 R$ 371,60 Julho/15 R$ 414,40 Var. (%) Mês x Mesmo mês do ano anterior 11,52 Período Valor em R$ Junho/15 R$ 411,03 Julho/15 R$ 414,40 Var. (%) Mês x Mês Anterior 0,82 R$ 452,23 R$ 398,01 R$ 393,23 462,63 R$ 357,91 Em julho, a cesta da Região Norte permaneceu a mais cara do País, com variação de -0,15%, atingindo o valor de R$ 462,63.Na região, os produtos que apresentaram maiores altas de preços foram o sabonete (13,38%) e o leite longa vida (8,60%). A segunda cesta mais cara do País é a da Região Sul, com valor de R$ 452,23, oscilação de 0,79% no mês. Na região, os produtos que apresentaram maiores altas de preços foram o frango congelado (8,32%) e a batata (8,05%). A Região Sudeste apresentou alta de 1,30%, na relação de um mês para o outro.Na região, os produtos que apresentaram maiores altas de preços foram o xampu (6,21%) e a batata (5,79%). A Região Centro-Oeste apresentou alta de 0,80% na relação de um mês para o outro, com destaque para a alta no preço do queijo mussarela (6,06%). A cesta regional ficou em R$ 393,23. A Região Nordeste obteve alta de 1,53%, atingindo o valor de R$ 357,91; as maiores altas da região foram verificadas na massa sêmola espaguete (8,41%) e na carne dianteiro (7,21%). Em julho, Brasília continuou a ter a cesta mais cara do País, com o valor de R$ 488,15, e variação de 0,71% no mês. Destaque para a alta no preço do papel higiênico (7,44%). Natal apresentou entre capitais e municípios a maior alta nos preços do País, com variação de 8,06%, atingindo o valor de R$ 343,49. Na região, os produtos que apresentaram as maiores altas no mês foram a carne dianteira (73,89%) e a carne traseirio (18,60%). Na Grande São Paulo, a cesta apresentou em julho deste ano variação de 0,90%, atingindo o valor de R$ 412,88.Os produtos que apresentaram alta nos preços foram a batata (8,99%) e o frango congelado (6,97%). Com variação negativa, Região Norte continua a mais cara do País Natal apresenta a maior alta do País: 8,06% Abrasmercado - pg. 04 O Boletim Focus já mostrava que as expectativas vêm se deteriorando no decorrer do ano, mas o resultado veio mais forte do que o esperado, e o que é pior: ainda não chegamos ao fundo do poço, pois o terceiro trimestre ainda deverá ser recessivo, como já bem mostraram os indicadores de julho (como o próprio Índice de Vendas Abras apresentado neste Boletim e os indicadores de emprego e renda). Para 2016 a perspectiva também é de recessão e o cenário só deverá começar a melhorar no segundo semestre do próximo ano. O ajuste fiscal está sendo duro, mas foi necessário para reequilibrar os fundamentos. O problema mais grave é a falta de confiança, agravado pela crise política e perda de credibilidade da presidente. No plano real, as chances de uma retomada do crescimento no médio prazo tem seu pilar mais forte no programa de concessões e na manutenção do câmbio desvalorizado, que poderá reestimular as exportações e devolver competitividade à indústria. PIB- pg. 05 Com exceção do café e do feijão, que apresentaram queda de produção de 2,2% e 4,1% respectivamente, os demais produtos com safra neste trimestre registraram ganho de produtividade e crescimento na estimativa de produção anual: soja (11,9%), milho (5,2%), arroz (4,4%), mandioca (2,3%) e cana de açúcar (2,1%). A Indústria sofreu queda de 5,2%. A Indústria de Transformação apresentou contração de 8,3%. O seu resultado foi influenciado pelo decréscimo da produção de máquinas e equipamentos; da indústria automotiva; produtos eletrônicos e equipamentos de informática; insumos da construção civil e produtos derivados do petróleo. O valor adicionado de Serviços caiu 1,4% na comparação com o mesmo período do ano anterior, destaque para a contração de 7,2% do Comércio (atacadista e varejista) e de 6,0% de Transporte, armazenagem e correio, puxado, sobretudo, pelo decréscimo do transporte e armazenamento de carga. PIB mostra retração e economia entra em recessão técnica O PIB do segundo trimestre de 2015 conseguiu superar as piores expectativas e a- presentou contração de 2,6% (contra o mesmo trimestre do ano anterior). Na comparação com o primeiro trimestre, a redução foi de 1,9%: uma recessão técnica. A Agropecuária cresceu 1,8% em relação a igual período do ano anterior. Este resultado pode ser explicado pelo desempe- nho de alguns produtos com safra relevante no segundo trimestre e pela maior produtividade. Abrasmercado Focus: mercado espera IPCA de 9,28% e recessão de -2,26% Projeções – 28/8/2015 Índices/Indicadores 2015 2016 PIB (% de crescimento) -2,26 -0,40 Produção Industrial (% de crescimento) -5,57 0,89 Taxa de câmbio - fim de período (R$/US$) 3,50 3,60 Taxa Selic - fim de período (% a.a.) 14,25 12,00 IPCA (%) 9,28 5,51 IGP-M (%) 7,61 5,54 Fonte: Boletim Focus - Banco Central Segundo analistas de mercado consultados pelo Banco Central, em seu Boletim Focus, a perspectiva para o PIB de 2015 é de -2,26%. Há um mês, o mercado previa recessão de -1,76%. Para 2016 a previsão é de -0,40%. As projeções indicam que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) irá fechar 2015 em 9,28%, acima dos 6,41% de 2014. Para 2016 a expectativa é de alta de 5,51%. Autosserviço sente impacto da queda da renda do trabalhador Para o IGP-M, a previsão é de que o índice encerre o ano em 7,61%. Para 2016 a projeção é de 5,54%. A previsão para a Selic é de 14,25% para 2015. Para 2016 a perspectiva é de 12,0% ao ano. De acordo com o levanta- mento de 28/8, a previsão do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2015 é de 3,50. Em 24/7, a cotação estava em R$ 3,25. A previsão para 2016 está em R$ 3,60. O último dos bons indicadores da economia brasileira que ainda resistiam definitivamente também deixou de existir: a taxa de desemprego que atingiu seus mais baixosníveis históricos há um ano (4,9%) iniciou uma escalada para atingir 7,5% em julho de 2015. O modelo de consumo de massas que fez o País apresentar bons resultados no final da década passada mostra seu esgotamento. Trata-se do pior resultado em seis anos: a taxa de desemprego em julho é a maior para o mês desde 2009, quando chegou a 8%. Se considerados todos os meses, a taxa de desemprego é a maior desde março de 2010, quando atingiu 7,6%. A série histórica da Pesquisa Mensal de Emprego começou em março de 2002. A população desocupada atingiu 1,8 milhão de pessoas, alta de 9,4% frente a junho e de 56,0% na comparação com julho de 2014. Já a população ocupada ficou estatisticamente estável, em 22,8 milhões de pessoas, nas duas comparações. O rendimento médio real dos trabalhadores chegou a R$ 2.170, praticamente sem variação na comparação com junho. No entanto, em relação ao mesmo mês do ano anterior, houve queda de 2,4%. O Gráfico abaixo mostra que nos últimos anos sempre vinha ocorrendo ganhos reais no rendimento médio. Para este mês de julho, foi a primeira vez em mais de 10 anos que se registrou tal queda. Este dado é fundamental para entender o desempenho do setor supermercadista. Análise macro - pg. 06 Expediente: Departamento de Economia e Pesquisa Moisés Lira/Fabiana Alves/Flávio Tayra (consultor) Revisão: Roberto Leite Tel.: 55 11 3838-4516 e-mail: economia@abras.com.br Indicadores Indicadores - pg. 07
Compartilhar