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04/08/2015 1 Engenharia Civil Mecânica dos Solos II Capítulo I Distribuição das Tensões nos Solos 04/08/2015 2 Mecânica dos Solos II 1. Introdução: O solo ao receber carregamentos irá se deformar modificando o seu volume e forma iniciais. Esta deformações dependerão das propriedades intrínsecas de deformabilidade (elásticas e plásticas), mas também do valor do carregamento a ele imposto. Mecânica dos Solos II O conhecimento das tensões atuantes em um maciço de terra, sejam elas advindas do peso próprio ou em decorrência de acréscimos de carga em sua superfície é de vital importância no entendimento do comportamento de todas as obras de engenharia. 04/08/2015 3 Mecânica dos Solos II Neste capítulo tratar-se-á da determinação ou previsão das pressões desenvolvidas em pontos do terreno provenientes de seu peso próprio, ou seja, Tensões Geostáticas – bem como os – Acrescímos de tensões - provenientes de carregamentos impostos em sua superfície. Mecânica dos Solos II O estado de tensões em cada ponto do maciço depende do peso próprio do terreno, da intensidade da força aplicada e da geometria da área carregada. A distribuição espacial destes carregamentos é feita normalmente a partir das hipóteses formuladas pela teoria da elasticidade. A distribuição das tensões atuantes em um terreno, processa-se de imediato. 04/08/2015 4 Mecânica dos Solos II 2. Tensões em um ponto: Um ponto qualquer no interior de uma massa de solo está sujeito a esforços em todas as direções, equilibradas por reações ocorrentes pela própria continuidade da massa de solo. Assim o ponto estará em equilíbrio estável, instável ou incipiente (eminência de ruptura), dependendo da maior ou menor capacidade que a massa tem de absorver esforços. Mecânica dos Solos II • Analisando as forças atuantes em um ponto O, como mostra a figura ao lado, e considerando apenas as forças devidas ao peso próprio dos solos, é preciso analisá-las segundo direções específicas, isto é, devemos considerá-las como tensões agentes no ponto O, traduzidas por esforços por unidade de área (σ - tensões) em direções definidas e determináveis. 04/08/2015 5 Mecânica dos Solos II • Para o caso da figura ao lado, em que o plano do terreno é horizontal, não haverá componente tangencial e o esforço absoluto age normal ao plano paralelo ao da superfície. Neste caso, as solicitações no ponto O serão definidas por um sistema tri-dimensional de tensões, representadas por σ1, σ2 e σ3. Mecânica dos Solos II • Se a orientação dos planos se der a partir do referencial horizontal, σ1 será uma tensão devida ao peso próprio dos solos e agirá normal a este plano horizontal em toda sua intensidade. Não ocorrendo componentes tangenciais nesses planos, cada uma das tensões agirá integralmente sobre cada um dos planos que lhe são, sucessivamente ortogonais. 04/08/2015 6 Mecânica dos Solos II • Para esta condição (não havendo componentes tangenciais), as tensões serão denominadas “Tensões Principais” e os planos serão os “Planos Principais de Tensões”. Mecânica dos Solos II Para esse sistema tri-dimensional de tensões e seguindo-se a nomenclatura usual, temos: • σ1 = Tensão principal maior • σ2 = Tensão principal intermediária • σ3 = Tensão principal menor 04/08/2015 7 Mecânica dos Solos II • Considerando o solo como homogêneo e contínuo em todas as direções, dentro das características de cada horizonte, a elasticidade do solo (reação da massa) será a mesma em todas as direções, e isto nos dá a condição particular de σ2 = σ3. Mecânica dos Solos II Com essa condição reduzimos o sistema a uma condição bi-dimensional de tensões, onde teremos: • σ1 = Tensão principal maior agindo normal ao plano principal maior; • σ3 = Tensão principal menor agindo normal ao plano principal menor. 04/08/2015 8 Mecânica dos Solos II 2.1 Principio das Tensões Efetivas: Postulado por Terzaghi, para o caso de solos saturados, o principio das tensões efetivas é uma função da soma da tensão na fase água e na fase sólida (partículas sólidas). A tensão representativa da soma das duas tensões é denominada de Tensão Total - σ Mecânica dos Solos II • A tensão representativa na fase água é denominada de tensão neutra ou pressão neutra – u. • A tensão representativa na fase sólida (grãos sólidos) é denominada de Tensão efetiva – σ’ • Então: σ = σ’ + u 04/08/2015 9 Mecânica dos Solos II • Mostra-se experimentalmente que, para o caso dos solos saturados, o que governa o comportamento do solo em termos de resistência e deformabilidade é a diferença entre a tensão total e a pressão neutra, denominada de tensão efetiva. • Então: σ‘ = σ - u Mecânica dos Solos II • As tensões normais desenvolvidas em qualquer plano num maciço terroso, serão suportadas, parte pela água e parte pelas partículas sólidas. • As tensões cisalhantes somente poderão ser suportadas pelas partículas sólidas. • A Tensão Neutra (fase água) não contribui para a resistência do solo, vindo daí o seu nome – neutro. 04/08/2015 10 Mecânica dos Solos II • Explicando melhor o conceito de tenções efetivas, temos: • Na figura ao lado pode ser visualizado uma esponja cúbica de 10 cm de aresta dentro de um recipiente com água até a superfície superior; as tensões resultam de seu peso e da pressão da água. Ela está em repouso. Mecânica dos Solos II • Ao se colocar sobre a esponja um peso de 10N, a pressão aplicada será de 1 Kpa (10N/0,01 m²), e as tensões no interior da esponja serão majoradas neste mesmo valor. • A esponja se deforma sob a ação desse peso, expulsando a água de seu interior. O acréscimo de tensão foi efetivo. 04/08/2015 11 Mecânica dos Solos II • Se, ao invés de se colocar o peso, o nível de água fosse elevado em 10 cm, a pressão atuante sobre a esponja também seria de 1 KPa (10N/m³x0,1m), e as tensões no interior da esponja seriam majoradas igualmente, mas a esponja não se deformaria. A pressão da água atua também nos vazios da esponja e a estrutura sólida não sente a alteração das pressões. O acréscimo de pressão foi neutro. Mecânica dos Solos II O mesmo fenômeno ocorre nos solos. • Se um carregamento é colocado na superfície do terreno, as tensões efetivas aumentam, o solo se comprime, e alguma água é expulsa de seus vazios, ainda que lentamente. • Se o nível de água em um reservatório se eleva, o aumento da tensão total provocado pela elevação é igual ao aumento da pressão neutra nos vazios, e o solo não se comprime. 04/08/2015 12 Mecânica dos Solos II • A relação advinda do principio das tensões efetivas , desenvolvida por Terzaghi, é uma das relações mais importantes da Mecânica dos Solos. σ = σ’ + u ou σ’ = σ – u • “A Tensão Efetiva controla aspectos essenciais do comportamento do solo, em especial a compressibilidade e a resistência.” Mecânica dos Solos II 3. Tensões Geostáticas: • São tensões no interior de um maciço de solo provenientes de seu peso próprio. • Em um ponto, temos duas componentes: • As tensões verticais – σv; • As tensões horizontais – σh. 04/08/2015 13 Mecânica dos Solos II 3.1 Calculo da tensão Geostática Vertical: Para a situação já falada anteriormente, sendo o perfil de solo plano e não existindo tensões cisalhantes , isto é, os planos vertical e horizontal são os planos principais de tensão, a tensão vertical em qualquer profundidade é simplesmente calculada considerando o peso do solo acima daquela profundidade.Mecânica dos Solos II Se o peso especifico do solo for constante com a profundidade, a tensão vertical total pode ser calculada utilizando-se da seguinte equação: σv = ϒ . Z onde: • σv = é a tensão geostática vertical total no ponto considerado; • ϒ = é o peso específico do solo; • Z = é equivalente a profundidade até o ponto considerado. 04/08/2015 14 Mecânica dos Solos II A pressão neutra é calculada de modo semelhante, utilizando-se a seguinte equação: u = ϒw . zw onde: • u = é a pressão neutra atuando na água no ponto considerado; • ϒw = é o peso específico da água, sendo adotado normalmente = 10 KN/m³; • Zw = equivalente a profundidade de ponto considerado até a superfície do lençol freático. Mecânica dos Solos II • Quando o perfil de um terreno é constituído de varias camadas estratificadas, ocorre uma variação dos pesos específicos para cada camada. • A tensão total normal resulta do somatório total dos pesos específicos de cada camada vezes a altura de cada uma. 04/08/2015 15 Mecânica dos Solos II • n = número de camadas; • hi e ϒi representam a altura e o peso específico de cada camada; • ϒw e zw representam o peso específico da água e profundidade do nível de água. �′ = � �� . ℎ� �=1 − �� . � Mecânica dos Solos II • Exemplo do perfil de um terreno como gráfico das tensões: 04/08/2015 16 Mecânica dos Solos II 3.2 Uso do peso específico submerso: Quando o nível da água se encontra na superfície do terreno, o cálculo das tensões efetivas poderia ser simplificado pelo uso do conceito de peso específico submerso, apresentado no capítulo de índices físicos. Mecânica dos Solos II • Neste caso, a tensão total vertical será: • σv = ϒsat . Z • A pressão neutra no mesmo ponto será: • u = ϒw . Z • A tensão efetiva vertical no mesmo ponto será • σ‘v = σv – u = ϒsat . Z – ϒw . Z = (ϒsat – ϒw) x Z • σ‘v = ϒsub x Z 04/08/2015 17 Mecânica dos Solos II 3.4 Cálculo das tensões geostáticas horizontais: O conhecimento das tensões geostáticas horizontais em um maciço de solo são muito importantes no cálculo dos esforços atuantes em uma estrutura de contenção, como os muros de arrimo, cortinas atirantadas, etc. Mecânica dos Solos II • Estes esforços dependem em muito dos movimentos relativos do solo, ocasionados em função da instalação da estrutura de contenção. • Para o caso do solo em repouso, as tensões geostáticas horizontais são calculadas empregando-se o coeficiente de empuxo em repouso do solo. 04/08/2015 18 Mecânica dos Solos II Equação de cálculo da tensão efetiva horizontal. • σ‘h = K0 . σ’v • Valores típicos e K0 em função do tipo de solo Areia fofa 0,55 Areia densa 0,40 Argila de baixa plasticidade 0,50 Argila de alta plasticidade 0,65 Por hoje é só Próxima aula, exercícios Obrigado pela atenção
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