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EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES TEMA I | EPISTEMOLOGIA 26.2. A inferência «Eu penso, logo existo», ou seja, o cogito, é a primeira verdade que Descartes encontra com caráter de evidência, isto é, como conhecimento claro e distinto. Como Descartes diz no texto, «Mas não poderíamos igualmente supor que não existimos, enquanto duvidamos da verdade de todas estas coisas», pois para duvidar é preciso existir, e é nesta medida que Descartes considera que o «Eu penso, logo existo» é a verdade «mais certa que se apresenta àquele que conduz os seus pensamentos por ordem». 26.3. O critério cartesiano de verdade decorre das características que o autor encontra na sua primeira verdade, a clareza e a distinção, ou seja, a evidência. 26.4. (C). 26.5. (B). 27. Lê o texto seguinte. Descartes é habitualmente considerado o pai da filosofia moderna. Nas Meditações Metafísicas, Descartes tenta estabelecer aquilo que é possível conhecer. Consequentemente, o foco principal da obra é a epistemologia, a teoria do conhecimento. Estabelecer os limites do conhecimento não constituía um mero exercício académico, pois Descartes acreditava que, se fosse capaz de eliminar quaisquer erros no seu pensamento e descobrir princípios sólidos para se obter opiniões verdadeiras, seria capaz de erigir os fundamentos sobre os quais o edifício do entendimento científico mundial e o lugar dos indivíduos nesse edifício poderiam ser construídos. Nigel Warburton (2001). Grandes Livros de Filosofia. Edições 70, p. 47. 27.1. A partir do texto, apresenta o percurso de Descartes na construção do seu edifício do saber verdadeiro, referindo o método utilizado e o primeiro princípio da filosofia cartesiana. Cenário de resposta 27.1. Descartes parte para a construção do seu edifício do conhecimento usando como método a dúvida. Crê que o indivíduo, para procurar o conhecimento verdadeiro, deve duvidar de tudo aquilo em que possa encontrar a menor dúvida. Assim, começa por duvidar dos dados dos sentidos, pois eles são enganadores. Depois, rejeita igualmente o conhecimento racional, pois não são poucas as vezes que nos enganamos. Por fim, rejeita todo o conhecimento com origem na realidade, pois, muitas vezes, o sonho confunde-se com a vigília. A dúvida tem assim um caráter universal e metódico, mas é provisória: mantém-se até encontrar um primeiro conhecimento verdadeiro, isto é, evidente, claro e distinto, sobre o qual não possa existir qualquer dúvida. Esse primeiro princípio sobre o qual Descartes edificará todo o edifício do conhecimento verdadeiro é o cogito, o pensamento, que lhe aparece com clareza e distinção e resiste a qualquer dúvida, mesmo à dúvida extremada, a dúvida hiperbólica. O pensamento é, assim, a primeira verdade que servirá de modelo para aceitar todos os outros conhecimentos como verdadeiros, desde que lhe apareçam ao espírito como claros e distintos, isto é, evidentes. 28. Lê o texto seguinte. Mas quando se procura uma convicção imune a qualquer dúvida, a experiência mental do espírito maligno proporciona um teste muito poderoso. Qualquer convicção que consiga