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PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO FISCAL E A FUNÇÃO DO COMITÊ GESTOR DO IBS Professor: José Eduardo de Paula Saran Advogado e Consultor Tributário. Ex-Juiz do TIT/SP (2004 A 2021). Doutorando USP. Mestre PUC/SP. Presidente Prudente, 15 de março de 2025 PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO FISCAL E A FUNÇÃO DO COMITÊ GESTOR DO IBS QUIZZ 2. Há diferença de características entre o Processo Tributário Administrativo e o Judicial? Em caso positivo, cite uma ou algumas. 1. O que é Processo Administrativo Fiscal ou Processo Administrativo Tributário? 3. Há vantagens em buscar primeiro o Contencioso Administrativo Tributário antes do Judicial? Qual ou quais? 4. Há participação da Sociedade Civil ou de representantes de contribuintes no Contencioso Administrativo Tributário? Onde e de que forma? 5. As provas são especialmente importantes no Contencioso Administrativo? Por que? QUIZZ 6. O dever de provar é somente do acusado, no Contencioso Administrativo? Explique. 7. Há somente um momento para apresentação de provas no Contencioso Administrativo? 9. O que é uma Consulta Fiscal? Quais as condições fazê-la? Quais seus efeitos? 8. As estruturas de Contencioso Administrativo estadual e federal possuem quantas instâncias? 10. O que é “concomitância” entre Processo Administrativo Tributário e Processo Judicial? Isso pode ocorrer? PRINCÍPIOS GERAIS E ESPECÍFICOS PRINCÍPIOS GERAIS E ESPECÍFICOS Segurança Jurídica: É um Sobreprincípio, a informar todos os demais. Legalidade Objetiva: O procedimento deve seguir as normas jurídicas para preservar o império da lei e a justiça. A Administração deve aplicar a lei de ofício, buscando a forma mais concreta e adequada de realizar os comandos jurídicos. Oficialidade: O impulso do procedimento cabe à Administração, garantindo o controle da aplicação da lei. A produção de provas e a averiguação dos fatos subjacentes são responsabilidade tanto do Poder Público quanto da parte interessada. Informalismo em Favor do Interessado (ou Formalismo Moderado): Ausência de formas estritas, aceitando um quadro amplo de direitos e prerrogativas para a realização da verdade material. Favorece o administrado, presumindo que todos os efeitos favoráveis o beneficiem. Devido Processo Legal: Garante ampla liberdade às partes para apresentar o teor de juridicidade e o fundamento de justiça das pretensões. Assegura o contraditório e a ampla defesa. Inclui o direito de ser ouvido, a oportunidade de expressar razões, a manifestação expressa da autoridade e o direito de representação por profissional especializado. PRINCÍPIOS GERAIS E ESPECÍFICOS Contradição: Administração e administrado devem estar em equilíbrio, com cada expediente do particular correspondendo a um ato da Fazenda. Requer um ambiente de rigoroso equilíbrio, opondo equitativa e uniformemente as razões de ambas as partes. Caráter Escrito: Reduz os momentos de oralidade, inibindo arbitrariedades e pressões. Ausência de Custas: Reflete o interesse da Administração no controle da legalidade dos atos. Rapidez, Simplicidade e Economia: Visam garantir a celeridade e a segurança nas relações jurídicas. Outros Princípios Gerais e Específicos regem o PAF: Impessoalidade, Moralidade, Publicidade, Eficiência, Razoabilidade, Finalidade, Motivação, Interesse Público, Publicidade, Verdade Jurídica Material e Autotutela Administrativa. PROCESSO E PROCEDIMENTO PROCESSO E PROCEDIMENTO PROCEDIMENTO Consiste na forma de organização lógica e cronológica de determinados atos, necessária à consecução de outro ato, caracterizador do objetivo último do aplicador do direito. Não necessariamente está ligado a um litígio (exemplo: pedido de restituição, de ressarcimento ou de crédito acumulado de imposto). PROCESSO Ordenamento de atos para a solução de uma controvérsia (litígio). Prof. Paulo César Conrado: Processo é a modalidade de relação jurídica, focada em instrumentalizar o exercício de jurisdição voluntária. Pode haver Procedimento sem Processo, mas não há Processo sem Procedimento. PROCESSO E PROCEDIMENTO - Consulta - Regime especial - E-CREDAC - Pedido de Imunidade - Pedido de Isenção - Denúncia Espontânea - Ressarcimento (ICMS/ST) - PERD/COMP FASE NÃO CONTENCIOSA - Lançamento - Impugnação FASE CONTENCIOSA Créditos da imagem: Galderise Teles PROCESSO E PROCEDIMENTO Créditos da imagem: Galderise Teles “Penso ser imperiosa a distinção entre processo e procedimento. Reservemos o primeiro termo, efetivamente, à composição de litígios que se opera no plano da atividade jurisdicional do Estado, para que signifique a controvérsia desenvolvida perante os órgãos do Poder Judiciário. Procedimento, embora sirva para nominar também a conjunção dos atos e termos harmonizados na ambitude da relação processual, deve ser o étimo apropriado para referir a discussão que tem curso na esfera administrativa.” (CARVALHO. Paulo de Barros. Direito Tributário. Linguagem e Método. 2015. Noeses. Pág. 920) O procedimento administrativo tributário visa controlar a legalidade do lançamento, da penalidade e da notificação dirigida ao sujeito passivo. A pretensão tributária esbarra nos direitos de liberdade e propriedade. CARVALHO, Paulo de Barros. Segurança Jurídica no novo CARF. IBET, 2011. PROCESSO E PROCEDIMENTO Créditos da imagem: Galderise Teles No Direito Tributário, deve-se enfrentar o dualismo procedimento/processo em três diferentes regimes jurídicos: 1º procedimento enquanto caminho para consecução do ato de lançamento (inclusive fiscalização tributária e imposição de penalidades) 2º processo como meio de solução administrativa dos conflitos fiscais; e 3º processo como meio de solução judicial dos conflitos fiscais. (MARINS. James. Direito Processual Tributário Brasileiro (Administrativo e Judicial. Dialética. 2010. Pág. 143) CONCEITO DE JURISDIÇÃO CONCEITO DE JURISDIÇÃO (Conforme Paulo César Conrado) A processualidade antiexacional desafia duas formas específicas: a administrativa e a judicial. O critério para distinguir reside na identificação do sujeito que responde no papel de julgador: Administração ou Poder Judiciário. As linhas evolutivas do processo de positivação do Direito Tributário e as “contingências processualizantes” do ciclo de positivação são: • Competência constitucional • Exercício da competência • Constituição da obrigação tributária • Notificação do lançamento ou entrega do "autolançamento" • Pagamento ou omissão do contribuinte A "jurisdição administrativa" é exercida por meio de relação jurídica (o "Processo Administrativo"). Assim, a jurisdição, como atividade estatal tendente à composição de conflitos de interesse, pode ser exercida pelo Poder Executivo, construindo a "jurisdição administrativa", paralelamente à de "jurisdição judicial". JURISDIÇÃO DELIMITADA Créditos da imagem: Galderise Teles Com razão, onde se verificar a existência de conflitos de interesses, resolvidos mediante o estabelecimento de uma linguagem competente e devido processo legal teremos a noção de função jurisdicional. Nesse sentido, identificamos na atividade do contencioso administrativo as seguintes características: a) existência de um conflito de interesse; b) regramento específico do procedimento a ser adotado; c) autoridade competente; d) imparcialidade. (Passagem da Defesa de Doutorado) PROCESSO JUDICIAL X PROCESSO ADMINISTRATIVO FUNÇÃO E FINALIDADE No Processo Judicial, o Estado exerce plenamente sua função jurisdicional para aplicar a lei e garantir a justiça. O objetivo principal é solucionar conflitos de interesses entre particulares ou entre o particular e o Poder Público. Em contrapartida, o Processo Administrativo tributário tem como finalidade precípua controlar a legalidade dos atos de constituição do crédito tributário "desde dentro" da Administração. NATUREZA DA DECISÃO As decisões no Processo Judicial são peremptórias e definitivas, proferidas por um órgão estatal independente e imparcial. No Processo Administrativo, embora se busque uma decisão técnica e jurídica,o órgão julgador está inserido na própria Administração Pública. RELAÇÃO PROCESSUAL O Processo Judicial é caracterizado por uma relação processual triangular, com um juiz independente e as partes em conflito. No Processo Administrativo, a Fazenda Pública, muitas vezes, atua como parte e julgadora, o que pode levantar questões sobre a imparcialidade. COISA JULGADA As decisões judiciais transitam em julgado, conferindo segurança jurídica às partes. No Processo Administrativo, não há coisa julgada, permitindo, em tese, a rediscussão da matéria no âmbito judicial. PROCESSO JUDICIAL X PROCESSO ADMINISTRATIVO FORMALIDADES O Processo Judicial é regido por formalidades e regras estritas, visando garantir o devido processo legal e a ampla defesa. O Processo Administrativo, por sua vez, pode ser mais informal, com maior liberdade para a autoridade julgadora na produção de provas e contraprovas. PRINCÍPIOS O Processo Judicial é orientado pelo princípio da verdade formal, no qual o juiz se atém às provas apresentadas pelas partes. Já o Processo Administrativo busca a verdade material, permitindo que o julgador investigue os fatos e traga ao processo todos os dados relevantes, independentemente de terem sido apresentados pelas partes. INICIATIVA No Processo Judicial, o impulso processual cabe, primordialmente, às partes. No Processo Administrativo, a autoridade julgadora tem o dever de impulsionar o processo (Princípio da Oficialidade) mesmo que as partes permaneçam inertes. CUSTAS O Processo Judicial, em regra, envolve o pagamento de custas processuais pelas partes. O Processo Administrativo, por sua vez, é geralmente gratuito. PROCESSO JUDICIAL X PROCESSO ADMINISTRATIVO INFLUÊNCIA DO CPC/2015 O Código de Processo Civil de 2015 (CPC/2015) pode ser aplicado de forma supletiva e subsidiária ao Processo Administrativo tributário, buscando qualificar a atividade judicativa e valorizar os princípios constitucionais do processo. PROCESSO JUDICIAL X PROCESSO ADMINISTRATIVO CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Julgamento mais técnico (presença de julgadores da AT e de advogados tributaristas) Maior efetividade e celeridade processual Representatividade da Sociedade Civil organizada: paridade no julgamento JUS POSTULANDI: instituto jurídico que permite à parte entrar em juízo sem a necessidade de ser representada por um advogado Maior certeza na constituição do crédito tributário (pela tecnicidade do julgamento) Qualificação das demandas judiciais (pela prévia análise mais técnica no PAF) Qualificação dos lançamentos tributários Economia de recursos públicos: inocorrência de sucumbência Transparência fiscal Créditos da imagem: Galderise Teles (adaptado) FASES DO PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO FASES DO PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO Créditos da imagem: Galderise Teles EVENTO - FATO FTJ – PRESUNÇÃO CERTEZA E LIQUIDEZ IMPUGNAÇÃO ÓRGÃO SINGULAR ÓRGÃO COLEGIADO SUPERIOR/ REUNIDAS FATO GERADOR LANÇAMENTO EXECUÇÃO FISCAL INSCRIÇÃO EM DÍVIDA ATIVA DO EVENTO À EXIGIBILIDADE EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO FASES DO PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO Lei nº 9.784/99: Esta lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Federal direta e indireta. Ela dispõe sobre os princípios a serem observados nos processos administrativos, como o devido processo legal, a ampla defesa, o contraditório e a motivação das decisões. A Lei nº 9.784/99 também trata da impulsão de ofício do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados. Decreto nº 70.235/72: Este decreto dispõe sobre o processo administrativo fiscal. Ele estabelece os procedimentos para a determinação e exigência de créditos tributários da União, bem como os recursos cabíveis e os prazos para sua interposição. O Decreto nº 70.235/72 também trata da iniciativa probatória do sujeito passivo e da autoridade julgadora, bem como dos limites a essa iniciativa. Outras Normas: Além da Lei nº 9.784/99 e do Decreto nº 70.235/72, outras normas podem ser aplicáveis ao Processo Administrativo Federal, dependendo da matéria tratada. Por exemplo, o Código de Processo Civil de 2015 (CPC/2015) pode ser aplicado de forma supletiva e subsidiária aos processos administrativos. Além disso, o Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF, Portaria MF nº 1.634/2023, publicada em 22 de dezembro de 2023) também contém disposições relevantes sobre o processo administrativo fiscal. PAF FEDERAL Legislação FASES DO PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO PAF FEDERAL IMPUGNAÇÃO Prazo: 30 dias Órgão julgador: Delegacias Regionais de Julgamento. RECURSO VOLUNTÁRIO Contra decisão da DRJ Prazo: 30 dias Órgão julgador: CARF FASES DO PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO PAF FEDERAL RECURSO ESPECIAL Prazo: 15 dias Órgão julgador: CSRF Interposto contra decisão que der à legislação tributária interpretação divergente da que lhe tenha dado outra câmara, turma de câmara, turma especial ou a própria CSRF. Requisitos: a) A petição será dirigida ao presidente da Câmara à qual esteja vinculada a turma que houve prolatado a decisão recorrida; b) Demonstrar a matéria prequestionada, com precisa indicação, nas peças processuais; c) Demonstrar a divergência arguida indicando até duas decisões divergentes por matéria; d) Instruir o recurso com a cópia do inteiro teor dos acórdãos indicados como paradigmas ou com cópia da publicação em que tenha sido divulgado ou, ainda, com a apresentação de cópia de publicação de até 2 (duas) ementas; e) Realizar o “cotejo analítico”. Agravo de despacho denegatório de seguimento de recurso especial: cinco dias FASES DO PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO PAF FEDERAL EMBARGOS DE DECLARAÇÃO: Prazo: 5 dias - Dirigido ao presidente da Turma - Quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciar-se a Turma. FASES DO PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO PAF FEDERAL AUTO DE INFRAÇÃO Créditos da imagem: Profa. Karem Jureidini Dias (com adaptações) INTIMAÇÃO CONTRIB PAGA NÃO PAGA EXTINÇÃO DE CRÉDITO SEM DEFESA IMPUGNAÇÃO DRJ DECISÃO 1ª INSTÂNCIA RECURSO VOLUNTÁRIO OU RECURSO DE OFÍCIO EMBARGOS DE DECLARAÇÃOCARF CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS RECURSO ESPECIAL FASES DO PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO A QUESTÃO DO “VOTO DE QUALIDADE NO CARF FEDERAL” • A Lei nº 14.689/2023 disciplina o voto de qualidade no Carf, alterando o Decreto nº 70.235/72 e outras leis. • Em caso de empate, a decisão favorece a Fazenda Pública, mas a lei introduz possibilidades de acordo e benefícios para o contribuinte que optar pelo pagamento, como a exclusão de juros de mora e a utilização de créditos fiscais. • A lei também permite a transação tributária específica para créditos inscritos em dívida ativa da União, resolvidos favoravelmente à Fazenda Pública pelo voto de qualidade, e dispensa a apresentação de garantia para discussão judicial para contribuintes com capacidade de pagamento. • O § 9º-A do art. 25 do Decreto nº 70.235/72 (estabelece que o voto de qualidade é um voto adicional conferido ao Presidente do Órgão Colegiado) aplica-se inclusive aos casos já julgados pelo Carf e pendentes de apreciação. FASES DO PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO PAF PAULISTA AUTO DE INFRAÇÃO Créditos da imagem: Profa. Karem Jureidini Dias INTIMAÇÃO CONTRIB PAGA NÃO PAGA EXTINÇÃO DO CRÉDITO SEM DEFESA IMPUGNAÇÃO DJ DECISÃO 1ª INSTÂNCIA RECURSO ORDINÁRIO OU RECURSO DE OFÍCIO TIT CÂMARAS REUNIDAS DO TIT RECURSO ESPECIAL OU PEDIDO DE REFORMA FASES DO PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO PAF PAULISTA BASE LEGAL IMPUGNAÇÃO RECURSO DE OFÍCIO - Lei 13.457/2009 - Regimento Interno do TIT (Portaria CAT n° 141 de 22/07/2009) - Prazo: 30 dias - Órgão julgador: Delegacias Tributárias de Julgamento - Contra decisão da Fazenda Pública em que o débitofor superior a 5.000 UFESP’s na data da lavratura do Auto - Prazo: 30 dias FASES DO PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO PAF PAULISTA RECURSO ESPECIAL Prazo: 30 dias da intimação da decisão recorrida. Órgão julgador: Câmaras Reunidas do TIT. Interposto tanto pelo autuado como pela Fazenda Pública do Estado, fundado em dissídio entre a interpretação da legislação adotada pelo acórdão recorrido e a adotada em outro acórdão não reformado, proferido por qualquer das Câmaras do Tribunal de Impostos e Taxas. PEDIDO DE REFORMA Prazo: 60 dias. Apresentado pela Diretoria da Representação Fiscal Contra decisão contrária à Fazenda Pública do Estado, da qual não caiba a interposição de recurso, quando a decisão reformada: (I) afastar a aplicação da lei por inconstitucionalidade; (II) adotar interpretação da legislação tributária divergente da adotada pela jurisprudência firmada nos tribunais judiciários. FASES DO PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO PAF PRESIDENTE PRUDENTE – LEI COMPLEMENTAR Nº 199/2015 • A Defesa deve ser apresentada no prazo de 20 dias a partir da notificação do lançamento ou da lavratura do auto de infração. Tem efeito suspensivo da exigência fiscal e instaura a fase contraditória do processo. • O autor do ato impugnado tem 20 dias para apresentar uma Réplica. Em seguida, o processo é encaminhado ao órgão julgador, que pode solicitar manifestação da Secretaria Jurídica do Município e determinar diligências. • A Decisão sobre a procedência ou improcedência da impugnação deve ser proferida em até 90 dias, prorrogáveis por igual período. • A Decisão de primeira instância será proferida pelo Diretor do Departamento Fiscal e Tributário da Secretaria Municipal de Finanças. • Contra a decisão de primeira instância, cabe Recurso Voluntário ao Tribunal de Assuntos Tributários (TAT) no prazo de 20 dias da intimação. FASES DO PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO PAF PRESIDENTE PRUDENTE O TAT é composto por três auditores tributários nomeados pelo Prefeito, com mandato de dois anos, sendo permitidas reconduções. As decisões do TAT são proferidas por maioria simples. São definitivas as Decisões administrativas: (i) de primeira instância, esgotado o prazo para recurso voluntário sem que este tenha sido interposto; (ii) de segunda instância. São também definitivas as Decisões de primeira instância na parte que não constituir objeto de Recurso Voluntário e, ainda, se não estiver sujeita a Recurso de Ofício. COMPETÊNCIA DOS ÓRGÃOS JULGADORES ADMINISTRATIVOS COMPETÊNCIA DOS ÓRGÃOS JULGADORES ADMINISTRATIVOS • Uma vez instaurado o contencioso administrativo tributário mediante impugnação tempestiva do sujeito passivo, cessa a competência revisora da Autoridade Fiscal que expediu o ato de constituição do crédito, e inicia-se a dos órgãos julgadores. • Estes órgãos têm a responsabilidade de analisar a conformidade dos pressupostos e elementos da norma individual e concreta que constitui o crédito tributário com o conjunto das regras jurídicas aplicáveis. • O Processo Administrativo Fiscal (ou Tributário) surge como uma etapa fundamental do controle de legalidade do lançamento tributário ainda no seio da própria Administração Pública. • O controle de legalidade permanece sob a responsabilidade de órgãos da própria Administração. A controvérsia instalada no processo administrativo será decidida por este órgão julgador. COMPETÊNCIA DOS ÓRGÃOS JULGADORES ADMINISTRATIVOS A competência dos órgãos julgadores administrativos no contencioso tributário abrange: Esses órgãos atuam como instâncias de controle dentro da própria Administração, buscando a correta aplicação da legislação tributária. • A análise da legalidade do lançamento; • A instrução probatória (inclusive de ofício); • A livre apreciação das provas com a devida fundamentação; • A decisão sobre a procedência ou improcedência da exigência fiscal, sempre observando os limites legais e os princípios do processo administrativo tributário. CONTROLE JURISDICIONAL DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA CONTROLE JURISDICIONAL DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA • A Administração Tributária exerce um controle jurisdicional interno sobre seus próprios atos, principalmente através do Processo Administrativo Fiscal. • Os órgãos julgadores administrativos, ao analisarem a legalidade do lançamento, estão sujeitos a limites estabelecidos pelo legislador. São determinados dados imprescindíveis à composição dos atos administrativos, bem como a sequência procedimental que deve ser observada. • O próprio processo administrativo deve ser instaurado e desenvolvido nos estritos ditames da lei, o que reforça a ideia de um controle interno pautado pela legalidade. • O controle de legalidade realizado pela Administração Tributária encontra fundamento na Constituição da República, que determina a observância aos princípios inerentes ao devido processo legal (art. 5º). CONTROLE JURISDICIONAL DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA • Este princípio implica em diversas garantias para o contribuinte no âmbito administrativo, assegurando um processo justo e regular, o que também representa uma forma de controle sobre a atuação da própria Administração. • Esse sistema de controle interno visa garantir a legalidade e a legitimidade dos atos da Administração Tributária, além de oferecer uma via administrativa e gratuita para a resolução de litígios tributários. ATOS ADMINISTRATIVOS TRIBUTÁRIO ATOS ADMINISTRATIVOS TRIBUTÁRIOS Fiscalização e Investigação: Apuração de eventos de interesse tributário para verificar o cumprimento das obrigações e identificar infrações, incluindo diligências administrativas. Emissão de Notificações: Comunicação oficial de diversos atos ao contribuinte. Interpretação da Legislação: Definição do sentido das normas tributárias por meio de pareceres normativos e outros atos. Cobrança Administrativa: Procedimentos para a recuperação do crédito tributário após o lançamento e decisão final administrativa. ATOS ADMINISTRATIVOS TRIBUTÁRIOS Lançamento do Crédito Tributário: Formalização da obrigação tributária através de lançamento de ofício ou auto de infração, com base na ocorrência do fato gerador e em provas. Análise de Impugnações e Defesas: Órgãos julgadores administrativos analisam a legalidade do lançamento após a contestação do contribuinte. Julgamento de Recursos: Instâncias superiores da Administração (ex: CARF, TIT) examinam recursos contra decisões de primeira instância administrativa. Decisões sobre Provas: Determinação ou análise de provas consideradas relevantes para o litígio, sendo um ato vinculado. PROVAS PROVAS Dever da Administração • O lançamento deve estar fundamentado em provas • Lançamento sem provas é ato nulo • Presunção de legitimidade dos atos administrativos não dispensa o Fisco de fazer prova Ônus do administrado • Pode apresentar provas durante a ação fiscal • Deve apresentar provas na Impugnação, para modificar ou desconstituir o ato administrativo PROVA É LINGUAGEM Eventos se perdem no tempo de no espaço. Créditos da imagem: Célia Murphy PROVAS • Caráter vinculado da tributação • “Dever” e não mero “ônus” da prova • Presunção de legitimidade dos atos administrativos – não inverte o “ônus da prova” • Imprescindibilidade da prova – motivação do ato administrativo de lançamento tributário • Consequência da falta de prova no lançamento tributário: nulidade DEVER DA PROVA PELA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA PROVAS • Distinção Verdade Material/Verdade Formal: epistemológica (depende de como adquirimos e validamos o conhecimento) e não ontológica (independe de crenças e percepções). • Didaticamente, Verdade Formal determina situação em que o fato apresentado possui presunção de validade. Inverte-se o ônus da prova • Verdade Material aponta para o procedimento, sendo apto a legitimar o produto quanto mais buscar aproximar a versão, em linguagem jurídica, do objeto, pela flexibilidade na produção, apresentação e averiguação das provas VERDADES FORMAL E MATERIAL PROVASPRAZOS PARA APRESENTAÇÃO DA PROVA PELO AUTUADO Tempo da prova: Impugnação administrativa Exceções: - Prova de fatos supervenientes - Contraprova em relação a novo fato alegado - Motivo de força maior A produção probatória não pode se prolongar indefinidamente no tempo. PROVAS CONSULTAS TRIBUTÁRIAS CONSULTAS TRIBUTÁRIAS PRESSUPOSTOS/REQUISITOS: • Fato Jurídico que provoca a incerteza do sentido do texto normativo; • Dúvida entre dois ou mais significados possíveis do texto normativo, diante de dado fato; • Requisito implícito: Boa-fé – inexistência de procedimento instaurado para apuração de crédito ou de intimação a cumprir obrigação tributária; • Inexistência de disposição literal de lei ou de ato normativo definindo a matéria; • Inexistência de lançamento sobre o fato consultado; • Inexistência de consulta anterior sobre a mesma matéria, formulada pelo contribuinte; • Impossibilidade de versar sobre inconstitucionalidade ou legalidade da legislação. CONSULTAS TRIBUTÁRIAS CTN: art. 161, §2.º • Na esfera federal: Decreto n.º 70.235/72 e Lei n.º 9.430/96 Créditos da imagem: Célia Murphy OBJETIVO • Dirimir dúvida na aplicação da legislação tributária a fato determinado. • A consulta não se presta a preencher lacunas na legislação. • A consulta deve ser apresentada por escrito, na repartição competente (domicílio do consulente). • Podem formular consulta: o sujeito passivo, órgãos da administração pública e as entidades representativas de categorias econômicas ou profissionais. • Nos Estados e Municípios: Leis estaduais e municipais CONSULTAS TRIBUTÁRIAS Prazo para apresentação: É o prazo legal para pagamento do crédito. Créditos da imagem: Célia Murphy EFEITOS PROTETIVOS • Impede a instauração de procedimento fiscal relativamente à espécie consultada, a partir da apresentação da consulta até o trigésimo dia subsequente à data da ciência da sua solução; • Impede a aplicação de multa de mora e de juros de mora, relativamente à matéria consultada, a partir da data da protocolização até o 30º dia seguinte ao da ciência da solução. CONSULTAS TRIBUTÁRIAS Prazo para apresentação: É o prazo legal para pagamento do crédito. Créditos da imagem: Célia Murphy SOLUÇÃO DA CONSULTA • Instância única; • Recurso Especial de divergência, sem efeito suspensivo, pode ser interposto por administrado e deve ser interposto por servidor que a conhecer; • Solução de divergência exige ato específico que uniformiza entendimento; • Se, após a Resposta à Consulta, a administração alterar o entendimento nela expresso, a nova orientação atingirá, apenas, os fatos geradores ocorridos após a ciência ao consulente ou após a sua publicação pela imprensa oficial. EFEITOS DA DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE PELO STF E SUAS CONSEQUÊNCIAS EM RELAÇÃO A CONSULTAS FISCAIS EFEITOS DA DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE PELO STF E SUAS CONSEQUÊNCIAS EM RELAÇÃO A CONSULTAS FISCAIS PREVIAMENTE RESPONDIDAS PELA ADMINISTRAÇÃO • Controle Concentrado (Ação Direta de Inconstitucionalidade - ADI): Uma decisão do STF em ADI, declarando a inconstitucionalidade de uma lei que fundamentou uma resposta em consulta fiscal, teria efeito erga omnes (contra todos) e ex tunc (retroativo). Isso significa que a norma seria considerada inválida desde sua origem. Consequentemente, a Resposta à Consulta fiscal que se baseou nessa norma também seria considerada inválida. A Administração teria o dever de rever seu posicionamento e, possivelmente, retificar as orientações dadas nas consultas afetadas pela decisão do STF. • Controle Difuso (Recurso Extraordinário - RE): No controle difuso, a declaração de inconstitucionalidade ocorre em casos concretos. Para que essa decisão tenha efeito vinculante para os demais órgãos do Poder Judiciário e da Administração Pública, é necessária uma Resolução do Senado Federal suspendendo a execução da lei declarada inconstitucional. Uma vez publicada a Resolução do Senado, a norma é retirada do ordenamento jurídico, e as consequências seriam semelhantes às do controle concentrado, impactando as Respostas às Consultas fiscais que se fundamentaram nessa legislação. CONCOMITÂNCIA ENTRE PROCESSO JUDICIAL E ADMINISTRATIVO CONCOMITÂNCIA ENTRE PROCESSO JUDICIAL E ADMINISTRATIVO OBJETIVO DA INADMISSÃO DA CONCOMITÂNCIA ENTRE PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO FISCAL E PROCESSO JUDICIAL: Privilegiar a decisão judicial, observando os princípios da economia processual, da eficiência da universalidade da jurisdição. Tanto a RFB quanto o CARF consideram existir concomitância sempre que houver Procedimento Administrativo Fiscal e qualquer espécie de ação judicial. • Nosso entendimento: só existe concomitância nos casos em que há coincidência de pedidos e de causa de pedir, ou seja, quando o sujeito passivo pede e pode obter em juízo o mesmo resultado que obteria no âmbito administrativo com a contestação do crédito tributário. CONCOMITÂNCIA ENTRE PROCESSO JUDICIAL E ADMINISTRATIVO PROFESSORA CARLA DE LOURDES GONÇALVES: • Não há concomitância entre ações antiexacionais preventivas (ex: MS preventivo) e o Processo Administrativo Tributário, pois são institutos distintos com sistemáticas processuais diferentes; • O direito de petição e de propriedade do contribuinte devem prevalecer sobre o estrito cumprimento da lei e o dever de arrecadação do Fisco; • Interpretações contrárias, como a do Parecer Normativo RFB nº 7/2014, baseiam-se em premissas equivocadas. APLICAÇÃO DE REGRAS DO CPC/15 APLICAÇÃO DE REGRAS DO CPC/15 PROFESSOR DIEGO DINIZ RIBEIRO: • O Art. 15 do CPC/2015 estabelece que suas disposições devem ser aplicadas de forma supletiva e subsidiária aos processos administrativos, incluindo os tributários; • Essa aplicação possui uma função normativo-substitutiva (na ausência de norma específica) e normativo-integrativa (complementando a legislação existente). O artigo foca na função normativo-integrativa; • A integração normativa não se limita a preencher lacunas legais, mas também a potencializar os valores jurídicos da legislação, especialmente em um contexto de normas abertas e valorativas; • O CPC/2015 deve ser invocado para qualificar a atividade judicativa no Processo Administrativo Tributário, valorizando os Princípios Constitucionais do processo. APLICAÇÃO SUPLETIVA E SUBSIDIÁRIA Créditos da imagem: Galderise Teles CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente. “Na primeira situação, a de supletividade, o que se supõe é a total ausência de especial norma reguladora do Processo Administrativo, caso em que o Código de Processo Civil acaba por assumir função “normativo-substitutiva”. Na segunda hipótese, quando o assunto é subsidiariedade, pressupõe-se alguma regulamentação, ostentando o Código de Processo Civil de 2015 função “normativa complementar” (O novo CPC e seu Impacto no Direito Tributário. Coordenadores Paulo Cesar Conrado e Juliana Furtado Costa Araújo. São Paulo. 1º Ed. Fiscosoft. 2015. Pág. 251) APLICAÇÃO DE REGRAS DO CPC/15 PROFESSOR DIEGO DINIZ RIBEIRO: Os artigos 6º, 9º e 10 do CPC/2015 são centrais para a realização do Processo Tributário, Judicial ou Administrativo, ao tratarem do princípio da cooperação: • Cooperação: exige a participação efetiva das partes na construção da melhor decisão judicial possível. As partes devem fornecer ao Estado-Juiz o máximo de informações fático-jurídicas para a melhor decisão; • Contraditório Maximizado e Vedação à Decisão Surpresa: Asseguram que as partes tenham a oportunidade de se manifestar sobre todos os aspectos relevantes do processo. O CPC/2015 rompe com a ideia de que o juiz é o único responsável por "dizer" o direito (iura novit curia), incentivando a participação substancial das partes. O julgador divide o protagonismo do processo com os interessados na resolução do conflito. APLICAÇÃO DEREGRAS DO CPC/15 PROFESSOR DIEGO DINIZ RIBEIRO: Apresentação de documentos: • Apesar de vedações legais, como o Art. 16, § 4º do Decreto nº 70.235/72, o Princípio da Cooperação permite a apresentação de novos documentos, desde que não alterem a lide; • A oportunidade de manifestação da parte contrária sobre os documentos apresentados qualifica a decisão. Embargos de Declaração com Efeitos Infringentes: • O CPC/2015 prevê a possibilidade de atribuir efeitos infringentes (revisão, por instância superior, que leva a um resultado diferente) aos Embargos de Declaração, garantindo à parte contrária a oportunidade de se manifestar; • Essa prática deve ser adotada no Processo Administrativo Tributário, alinhando-se ao “substantive due process”. APLICAÇÃO DE REGRAS DO CPC/15 PROFESSOR DIEGO DINIZ RIBEIRO: • O Art. 489, § 1º do CPC/2015 exige uma motivação estruturada ou analítica nas decisões judiciais, detalhando o Art. 93, inciso IX da Constituição Federal; • A motivação completa é essencial para garantir a transparência e o controle das decisões; • A decisão deve enfrentar todos os argumentos capazes de infirmar a conclusão do julgador, com cada capítulo da decisão (relativo a uma pretensão) devidamente motivado; • Decisões baseadas em precedentes devem realizar uma comparação analógico- problemática entre o caso e o precedente. PROCESSO ADMINISTRATIVO NO CONTEXTO DA REFORMA TRIBUTÁRIA DA EC N° 132/2023 PROCESSO ADMINISTRATIVO NO CONTEXTO DA REFORMA TRIBUTÁRIA DA EC N° 132/2023 • O artigo 156-B da EC nº 132/2023 estabelece a criação do Comitê Gestor do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), entidade pública com independência técnica, administrativa, orçamentária e financeira. Entre suas atribuições, destaca- se a competência para "decidir o contencioso administrativo" relacionado ao IBS. • O Projeto de Lei Complementar nº 108/2024 (PLP 108/2024) aborda o contencioso administrativo tributário em seus artigos 83 a 96. Esses dispositivos estabelecem o Processo Administrativo Tributário relacionado ao Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), detalhando procedimentos como a impugnação de lançamentos de ofício, prazos processuais e a observância de precedentes vinculantes dos tribunais. PROCESSO ADMINISTRATIVO NO CONTEXTO DA REFORMA TRIBUTÁRIA DA EC N° 132/2023 • O artigo 83 dispõe que o contencioso administrativo tributário se inicia com a impugnação do crédito tributário formalizado por meio de lançamento de ofício, estabelecendo um prazo de vinte dias, contados a partir da intimação do lançamento, para a apresentação dessa impugnação. • O PLP 108/2024 determina a obrigatoriedade de observância, no Processo Administrativo Tributário, dos precedentes vinculantes dos tribunais, visando uniformizar a aplicação da legislação tributária e garantir maior segurança jurídica aos contribuintes. PROCESSO ADMINISTRATIVO NO CONTEXTO DA REFORMA TRIBUTÁRIA DA EC N° 132/2023 Segundo o PLP n° 108/2024, o contencioso administrativo do IBS será organizado em três níveis: 1ª INSTÂNCIA Formada por 27 Câmaras de Julgamento, (representação conjunta de Estados e Municípios) cada uma composta por turmas de 5 julgadores. 2ª INSTÂNCIA Composta por 27 Câmaras de Julgamento, cada uma com turmas de 9 julgadores. CÂMARA SUPERIOR Responsável pela uniformização de entendimentos, composta por uma turma de 9 julgadores. Essa estrutura resulta em um mínimo de 387 julgadores, considerando uma turma por Câmara de Julgamento, além de suplentes e servidores necessários para o funcionamento do Tribunal Administrativo do IBS. PROCESSO ADMINISTRATIVO NO CONTEXTO DA REFORMA TRIBUTÁRIA DA EC N° 132/2023 A LC 214/2025 (resultante do PLP nº 68/02024) instituiu o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que substituirá o ICMS e o ISS, e a Contribuição Social sobre Bens e Serviços (CBS), que substitui tributos como o PIS e a COFINS. A administração da CBS é de competência da União, sendo exercida pela Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil. O contencioso administrativo da CBS segue a estrutura já existente para os tributos federais, com os seguintes órgãos: • Delegacias de Julgamento (DRJ): Unidades de Primeira Instância responsáveis pelo julgamento de impugnações apresentadas pelos contribuintes; • Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF): Órgão colegiado de Segunda Instância que julga recursos voluntários dos contribuintes e recursos de ofício da Fazenda Nacional. PROCESSO ADMINISTRATIVO NO CONTEXTO DA REFORMA TRIBUTÁRIA DA EC N° 132/2023 Emenda Constitucional nº 132/2023 – integração entre as estruturas de IBS e CBS • Artigo 156-B, § 6º: Determina que o Comitê Gestor do IBS, a Administração Tributária da União e a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional devem compartilhar informações fiscais relacionadas ao IBS e à CBS, visando harmonizar normas, interpretações, obrigações acessórias e procedimentos relativos a esses tributos; • Artigo 156-B, § 7º: Estabelece que o Comitê Gestor do IBS e a Administração Tributária da União podem implementar soluções integradas para a administração e cobrança do IBS e da CBS; • Artigo 156-B, § 8º: Prevê que lei complementar poderá dispor sobre a integração do contencioso administrativo relativo ao IBS e à CBS. ESTRUTURA DUAL – PLP 108 Créditos da imagem: Susy Gomes Hoffmann (com adaptações) FATO GERADOR Art. 92. § 3º. Do PLP 108 – Ressalvado o disposto neste artigo, fica vedado às autoridades julgadoras, no âmbito do Processo Administrativo tributário, afastar a aplicação ou deixar de observar a legislação tributária sob o fundamento de inconstitucionalidade ou ilegalidade. Na estrutura dual do contencioso haverá 2 fiscalizações diferentes, com dois lançamentos diferentes que percorrerão vias processuais com ritos diferentes e haverá, em muitos casos, resultados diferentes. Rito decreto 70 235 Rito PLP 108 Fiscalização CBS e lançamento Fiscalização IBS (SP) e lançamento Impugnação Impugnação DRJ DRJ (SP) RV RV CARF Tribunal Paritário SP RESP Uniformização CSRF Câmara de uniformização RESULTADOS PODEM SER DIFERENTES DESENHO DOS ÓRGÃOS DE JULGAMENTO DE ACORDO COM O PLP 108 Créditos da imagem: Susy Gomes Hoffmann Comitê gestor AP CE GO MS PB PI RS SC TO Instância de Uniformização de jurisprudência Turma de 9 julgadores CJ 2ª instância – 9 julgadores por turma AC AL AM BA DF ES MA MT MG PA PR PE RJ RN RO RR SP SE AC AL AP AM BA CE DF ES GO MA MT MS MG PA PB PR PE PI RJ RN RS RO RR SC SP SE TO CJ 1ª instância – 5 julgadores por turma JULGAMENTO CBS PELA ESTRUTURA ATUAL Créditos da imagem: Susy Gomes Hoffmann RFB Pequeno valor – Julgador único DRJ Pequeno valor – Colegiado da DRJ Turma Ordinária Carf – 3ª Seção? CSRF CARF Atualmente há 10 DRJs divididas no Brasil em 10 regiões Créditos da imagem: Susy Gomes Hoffmann Julgamento CBS vs Julgamento PLP 108 Créditos da imagem: Susy Gomes Hoffmann Como seria a versão unificada: Fato Gerador Fiscalização unificada Mediação frutífera Pagamento Impugnação 1ª Instância 2ª Instância Instância uniformizadora Lançamento IBS/CBS PERGUNTAS DO SEMINÁRIO PERGUNTAS DO SEMINÁRIO 1. Existem limitações aos meios de prova no processo administrativo tributário? Podem ser aplicadas no processo administrativo tributário as disposições dos §§1º e 2º, do art. 373, do CPC/15? Relacionar o princípio do contraditório com o primado da busca da verdade no processo administrativo. Trata-se de verdade material ou formal? Como fica a questão da verdade material em face da imposição de prazos à apresentação de impugnação e recursos administrativos, bem como da proibição de emprego de provas obtidas ilicitamente? Art. 373. (...) § 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada,caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. § 2º A decisão prevista no § 1º deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil. PERGUNTAS DO SEMINÁRIO 2. A existência de processo judicial e administrativo concomitantes implica renúncia às instâncias administrativas, em qualquer circunstância? Em sua opinião, haveria outra solução (normativamente falando) que não a extinção do processo administrativo com a decretação de concomitância? Se sua resposta for positiva, indique o fundamento normativo. PERGUNTAS DO SEMINÁRIO 3. A Emenda Constitucional 132/2023 inseriu o art. 149-B, I no texto Constitucional, o qual estabelece que o IBS e a CBS terão a mesma regra-matriz de incidência. Contudo, para o IBS, a competência arrecadatória (ou competência administrativa), está nas mãos dos estados, municípios e Distrito Federal, consoante o artigo 156-B, § 2º, inciso V da CF/1988, e para a CBS da União. Não há no texto Constitucional previsão para unificação do procedimento administrativo tributário, cabendo ao ente arrecadador o processamento e julgamento do processo administrativo respectivo. Por sua vez, o art. 156-B, III da CF/88 estabelece que o Comitê Gestor decidirá o contencioso administrativo do IBS e, em seu § 8º , que a lei complementar poderá prever a integração do contencioso administrativo do IBS e da CBS. A EC 132/2023 também inseriu o § 3º ao art. 145 da CF/88, que determina que o Sistema Tributário Nacional deve observar os princípios da simplicidade, cooperação e justiça tributária. Nesse contexto normativo constitucional, indaga-se: em sua opinião, no ambiente do processo administrativo tributário, a resolução do conflito material tributário de maneira separada (dual) para o IBS e a CBS terá o condão de materializar o princípio da simplicidade? Seja sim ou não a sua resposta, não deixe de apresentar sua justificativa. OBRIGADO! @jedusaran@gmail.com @saran.adv José Eduardo de Paula Saran Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32 Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36 Slide 37 Slide 38 Slide 39 Slide 40 Slide 41 Slide 42 Slide 43 Slide 44 Slide 45 Slide 46 Slide 47 Slide 48 Slide 49 Slide 50 Slide 51 Slide 52 Slide 53 Slide 54 Slide 55 Slide 56 Slide 57 Slide 58 Slide 59 Slide 60 Slide 61 Slide 62 Slide 63 Slide 64 Slide 65 Slide 66 Slide 67 Slide 68 Slide 69 Slide 70 Slide 71 Slide 72 Slide 73 Slide 74 Slide 75 Slide 76 Slide 77 Slide 78 Slide 79